Tem spoileer gostei bastante, tiveram alguns momentos que eu fiquei me perguntando quem tinha escrito aquele roteiro e alguns momentos eu tinha certeza que era o Ary Rosa, ai no fim do filme vi que ele assinava sozinho o roteiro e achei justificaro(num sentido negativo kkk) Em uma palestra um tempo atras eu lembro que alguem falou que era muito importante diferenciar o que Engels tinha escrito do que Marx tinha escrito, e, antes de saber que so o Ary assinava esse roteiro, fiquei pensando nisso enquanto assistia e na importância dessas diferenciações de vozes em uma obra escrita em conjunto,e digo isso principalmente por questões mais relacionadas a alinhamento político e o discurso que tava sendo construido e como isso se relaciona com as identidades dos realizadores. O filme utiliza de cliches raciais(estereotipos racistas) enquanto tenta, de todas as formas e algumas vezes de maneira ate forçada, subverter alguns cliches relacionados a sexualidade.Existe uma tensão narrativa sobre o modo como o argumento disputa o discurso,dentro do filme, com a construção de personagens e a câmera e ate com o próprio roteiro.E essa tensão perpassa tanto a desconstrução de alguns esteriótipos raciais, quanto o reforço de outros, perpassa tanto por uma complexificaçao do retrato narrativo, quanto uma espécie de sutileza, que pode ser vista como um apagamento implicito, de questões opressivas. Talvez seja o caso de ser um filme sobre o estudo da masculinidade e sobre como contextos influenciam nela e pode-se dizer que por se tratar e se propor a ser sobre isso seria injusto julga-lo por outros aspectos.Mas ao mesmo tempo que isso é desenvolvido de forma magistral seja na rememoração dos eventos vividos por meio da metalinguagem,seja na relação estabelecidas entre os dois protagonistas, os aspectos,os quais sao anteriores a esses acontecimentos em si, reconstituem um lugar comum esteriotipico e que reencenam os lugares que abrem a ferida colonial(se voce pensar na caracterização das personagens sem as atuaçoes e sem a construção da subjetividade por meio da camera e dos atores o discurso problematico a partir do argumento é esse: a ideia de um homem negro traficante que teve um pai alcoólatra que era violento.(nada mais cliche e esteriotipado no cinema que isso).Agora a ideia de um cineata negro reconhecido que perdeu o tesao pelos filmes que produzia é mais interessante mas a forma como desenvolveram e trataram isso é problematica, reconstruiram como se fosse a ideia de um negro embranquecido/esnobe que se esqueceu de suas origens(mesmo aquela cena que apresenta uma meta-metalinguagem sobre isso quando eles vao pra casa do Emerson e monstram como o Henrique revisitava a infancia dele por meio dos materiais(filmes) que tavam na casa do Emerson, nao conseguiu salvar o roteiro do lugar comum estereotipico)
A montagem é digna de um Sganzerla. Achei interessante como a Fernanda deixa tudo pro telespectador, todos os julgamentos e analises ao mesmo tempo que nao abre mao de construir o discurso dela por meio da montagem refinadíssima.
Senti falta de um maior aprofundamento nas historias das pessoas negras brasileiras que moram nessa ocupação. Interessante ver que o Bruno Risas participou desse trabalho tambem fiquei surpreso de ver o nome dele la. A mescla com o trabalho ficcional e documental inspirado pelo que o Coutinho é evidente tambem, apesar de achar que alguns momentos os aspectos ficcionais disvirtuam o foco narrativo, ainda que entenda que o objetivo seja ter um apelo artistico e discursivo maior.
a presença fantasmagórica tanto da filha quanto do pai é absolutamente bem construida,mesmo antes daquela conversa expositiva ja tava clara que era isso que tava sendo dito
Ate agora o filme mais contemplativo e mais simbolico (o que não é pouca coisa) que vi da Denis. As escolhas narrativas dela sempre me intrigam e aqui nao foi muito diferente, apesar da reminiscência de Chocolate nesse filme a estrutura dele vai muito alem da estrutura desse.As simbologias são absolutamente lindas e eu com certeza vou ter que rever futuramente para aprofundar a compreensão.Alem disso tudo, é mais um trabalho da diretora sobre o colonialismo e a persistência desse.
Eu to absolutamente chocado (risos) que em plenos anos 60, durante a ditadura ainda por cima, o Sganzerla com seus 22 aninhos dirigiu e escreveu esse filme. Inclusive no dialogo: “ Você leu o artigo do Fernandes?” tenho a impressão que se referia ao Florestan. Tem gente aqui embaixo comparando ele com o Godard mas acho que seria mais justo( e ele mesmo gostaria mais dessa comparação) comparar ele com o Orson Welles e “ O Bandido...” com o Cidadao Kane(tanto pela clara influência do Welles, que ate parece no filme em uma das montagens no cinema, como por uma forma de subversão da narrativa de jogo político, que foi abrasileirada tanto pela linguagem radiofonica(mais uma das mil referências ao governo Vargas) quanto pela origem do personagem e sua caracterização(nao é um magnata do jornal e sim um bandido pobre,ainda que eu ache que o arquetipo de Kane se encaixe melhor com o J.B. Da Silva). E ao contrario das reclamações nao achei a montagem tao caotica assim não, talvez por ja estar mais acostumado a esse tipo montagem de outros filmes( o proprio Signo do Caos tem uma montagem mais anarquica que esse aqui). Além disso tudo, achei que o filme deixa muito claro que se constitui como uma crítica ao governo Vargas e os limites e hipocrisias dos assim chamados projetos progressistas- as frases ao “Petroleo é nosso” e “ ele traiu o povo na revolução paulista de 33” são indicios claros de que se trata de Vargas- com a adição das frases vindas da boca do proprio J.B da Silva:n” eu amo a pobreza” ou ele se recusa a falar de anistia
Engraçado como o Lee Chang Dong é genial em fazer o inicio do filme ser absolutamente insuportável e desengajante( falo isso porque essa sensação, a qual o protagonista sente, é exatamente a que o diretor queria que sentissemos). E nessa genialidade de nos fazer nao suportar o contexto, desgostar do personagem e querer que aquilo acabe( e pra mim essa experiência foi mais negativa que positiva) , o filme quase me perdeu e quase desisti de termina-lo.Confesso que se fosse o primeiro filme que eu tivesse assistido do diretor nao teria passado da primeira hora e nao teria mais assistido, pelo menos por um bom tempo,ele de novo. Mas acho que essa experiência inicial desgastante,em relaçao ao que é visto, é que faz o filme crescer na sua metade final, e principalmente, no terço final.São as consequências evidentes e que por ja terem acontecido para o telespectador , se libertam de uma certa latencia,pra criarem outro tipo de tensao,que configuram uma espécie de humanizaçao crescente, engajando mais e mais quem assiste a medida que o filme passa e transformando e aprofundando a compreensão da deterioração daquela personagem.As rimas, por mais que não funcionem sempre ,fazem parte de uma composição refinada, sem a qual nao seria possivel aprofundar o estudo, e que vao desvelando nao so os motivos de uma certa dissimulação e apatia frente ao mundo mas tambem vao desnudando e retirando a descrença e desconfiança de quem assiste em relação ao que o protagonista diz e em relação a como ele age.
no fim do dia o Charles so nao queria se sentir sozinho,sentir a solidao que ele tava sentido.Acho que aquela interrupção brutal nas ultimas coisas que ele tava falando amtes de morrer indicam um pouco isso
Foi interessante ver esse filme logo ter assistido o Tapei Story pra poder comparar mesmo dois filmes que dizem sobre como a macropolitica pode moldar a psique e provocar sujeiçao/assujeitamento.Achei uma representação tipica de um tipo de nihilismo negativista frente ao mundo, uma forma bem burguesa de ser-estar no mundo essa q o Bresson trata. Ao mesmo tempo que achei a montagem genial e a contraposição de planos-denuncia com as respectivas consequencias imediatas nas paisagens cotidianas( mostra uma aula falando sobre como produzir energia nuclear é seguro e logo em seguida uma cena de pessoas nadando em um rio contaminado por cadmio,etc), o filme é sim montado de uma forma meio apatica e somado as interpretacoes tem um ritmo ( que eu acho bem característico dos filmes franceses dessa epoca ) que leva a uma certa apatia dos telespectadores, o envolvimento nunca parece tao profundo quanto se suporia que deveria ser(apesar de fazer parte do projeto e do discurso provocar essa aparia em quem ta vendo, essa impotencia frente ao que se esta assistindo de modo que nada pode ser feito pra se interferir)
Se os filmes do Yorgos Lanthimos fossem fofos e tivessem personagens reais, as quais dao pra se identificar, nao seria muito distante desse filme daqui hahaha eu gosteii mtt mesmo(acho que porque me isentifiquei e torci a cada minuto pela protagonista do filme a ponto de conseguir relevar absolutamente todos os erros que o filme tem) e sei de tudo que da pra problematizar nesse filme de verdade mesmo
como o filme lida com a protagonista (putz fazia tempo que nao via uma protagonista tao bem construida, fiquei encantado) e com a vontade dela de vencer a dificuldade de ter contato com outras pessoas e real bem problematizavel, apesar deu achar que nao da pra desconsiderar que ela desejava naquele momento se nao contato, ter o protagonista por perto. Aquela cena do suicidio é absolutamente problematizavel tambem apesar deu ter entendido porque a diretora a colocou ali. As subtramas nao ficam bem exploradas tambem mas isso n me incomodou ah sl fiquei tao encantado c a forma como o romance foi construido essa ideia de sonhos compartilhados e com a protagonistasl que o resto foi absolutamente irrelevante na minha experiência en
nu esse filmee viu. É o que falam mesmo, é um dos melhores filmes de articulação macropolitica com o contexto da burguesia local e como isso impacta e molda diretamente a vida dos personagens(Yang é mestre em fazer isso e apesar daqui ser um trabalho primoroso, acho que em That Day on the Beach ainda é um trabalho mais impressionante, com maior fluidez e menos enfado), nao se tornando um recurso narrativo barato mas o proprio elemento motor e fundador das psiques que estao dadas ali. Esse filme me fez refletir bastante sobre a relação de poder em foucault e constituição da psique em Butler e como elas se dão de certo modo sem perceber a influência das sobredeterminaçoes do capital( e acho que isso era algo que eu realmente n tinha refletido até então) .Ou seja, por mais que a gente possa pensar no poder como determinante das possibilidades e dos limites do que é pensavel e do que nao é pensavel ( e pra foucault a coerção nao entra porque o poder ta sempre articulado com a liberdade e com as possibilidades)direcionado às epistemologias que governam a racionalidade e a constituição psiquica,isso talvez nao faca tanto sentido quando a gente pensa que a condição material no capitalismo é sobredeterminada pelo capital, ou seja, por conseguir ou nao comprar comida,uma casa, pagar a dívida do banco ou da empresa,etc, de modo que como novas epistemologias surgirão se nao há possibilidade nem de que a vida continue, de que a morte chega antes da possibilidade de se refletir filosoficamente sobre o morrer?
. Aquele instrumento que é usado nos minutos iniciais é igual a Caixa de Empatia do livro Androides que sonham com ovelhas eletricas,alem disso me lembrou Quem quer ser John Malkovic
E esse trabalho de Vanguarda do Spike Ler na Montagem e Ediçao,noo sei nem o que dizer. Se alguem reclamou do final do Infiltrado na Klan, recomendo que assista esse filme aqui, porque a critica de ser uma montagem episodica e desconexa(que nao faz sentido pra quem já acompanha o Lee pelo menos desde She Gotta Have it) nao faz nenhum sentido aqui, a organicidade evolui e ta uma beleza.A fotografia ta linda tambem. Gostei de como os personagens vao encarnando o facismo e como isso é representado visualmente por meio deles colocando o bonezin do Trump,achei genial isso.E que atuacao do caralho do Delroy,digna de oscar. Foda d+ personagens complexos,trama complexas e no apesar de longo adorei mt
Maîtresse
3.4 7Podia ter sido bom
Ilha
4.0 26Tem spoileer
gostei bastante, tiveram alguns momentos que eu fiquei me perguntando quem tinha escrito aquele roteiro e alguns momentos eu tinha certeza que era o Ary Rosa, ai no fim do filme vi que ele assinava sozinho o roteiro e achei justificaro(num sentido negativo kkk) Em uma palestra um tempo atras eu lembro que alguem falou que era muito importante diferenciar o que Engels tinha escrito do que Marx tinha escrito, e, antes de saber que so o Ary assinava esse roteiro, fiquei pensando nisso enquanto assistia e na importância dessas diferenciações de vozes em uma obra escrita em conjunto,e digo isso principalmente por questões mais relacionadas a alinhamento político e o discurso que tava sendo construido e como isso se relaciona com as identidades dos realizadores. O filme utiliza de cliches raciais(estereotipos racistas) enquanto tenta, de todas as formas e algumas vezes de maneira ate forçada, subverter alguns cliches relacionados a sexualidade.Existe uma tensão narrativa sobre o modo como o argumento disputa o discurso,dentro do filme, com a construção de personagens e a câmera e ate com o próprio roteiro.E essa tensão perpassa tanto a desconstrução de alguns esteriótipos raciais, quanto o reforço de outros, perpassa tanto por uma complexificaçao do retrato narrativo, quanto uma espécie de sutileza, que pode ser vista como um apagamento implicito, de questões opressivas. Talvez seja o caso de ser um filme sobre o estudo da masculinidade e sobre como contextos influenciam nela e pode-se dizer que por se tratar e se propor a ser sobre isso seria injusto julga-lo por outros aspectos.Mas ao mesmo tempo que isso é desenvolvido de forma magistral seja na rememoração dos eventos vividos por meio da metalinguagem,seja na relação estabelecidas entre os dois protagonistas, os aspectos,os quais sao anteriores a esses acontecimentos em si, reconstituem um lugar comum esteriotipico e que reencenam os lugares que abrem a ferida colonial(se voce pensar na caracterização das personagens sem as atuaçoes e sem a construção da subjetividade por meio da camera e dos atores o discurso problematico a partir do argumento é esse:
a ideia de um homem negro traficante que teve um pai alcoólatra que era violento.(nada mais cliche e esteriotipado no cinema que isso).Agora a ideia de um cineata negro reconhecido que perdeu o tesao pelos filmes que produzia é mais interessante mas a forma como desenvolveram e trataram isso é problematica, reconstruiram como se fosse a ideia de um negro embranquecido/esnobe que se esqueceu de suas origens(mesmo aquela cena que apresenta uma meta-metalinguagem sobre isso quando eles vao pra casa do Emerson e monstram como o Henrique revisitava a infancia dele por meio dos materiais(filmes) que tavam na casa do Emerson, nao conseguiu salvar o roteiro do lugar comum estereotipico)
Ilha
4.0 26full meta que chama ne
Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
3.7 71A montagem é digna de um Sganzerla. Achei interessante como a Fernanda deixa tudo pro telespectador, todos os julgamentos e analises ao mesmo tempo que nao abre mao de construir o discurso dela por meio da montagem refinadíssima.
Era o Hotel Cambridge
4.2 99Senti falta de um maior aprofundamento nas historias das pessoas negras brasileiras que moram nessa ocupação. Interessante ver que o Bruno Risas participou desse trabalho tambem fiquei surpreso de ver o nome dele la. A mescla com o trabalho ficcional e documental inspirado pelo que o Coutinho é evidente tambem, apesar de achar que alguns momentos os aspectos ficcionais disvirtuam o foco narrativo, ainda que entenda que o objetivo seja ter um apelo artistico e discursivo maior.
Los Silencios
4.1 33 Assista Agoraa presença fantasmagórica tanto da filha quanto do pai é absolutamente bem construida,mesmo antes daquela conversa expositiva ja tava clara que era isso que tava sendo dito
Los Silencios
4.1 33 Assista Agoralindo lindo lindo lindo lindo lindos lindo
o tanto que eu chorei nesse final, caralho viuu nu
Bom Trabalho
3.8 76 Assista AgoraAte agora o filme mais contemplativo e mais simbolico (o que não é pouca coisa) que vi da Denis. As escolhas narrativas dela sempre me intrigam e aqui nao foi muito diferente, apesar da reminiscência de Chocolate nesse filme a estrutura dele vai muito alem da estrutura desse.As simbologias são absolutamente lindas e eu com certeza vou ter que rever futuramente para aprofundar a compreensão.Alem disso tudo, é mais um trabalho da diretora sobre o colonialismo e a persistência desse.
O Bandido da Luz Vermelha
3.9 267 Assista AgoraEu to absolutamente chocado (risos) que em plenos anos 60, durante a ditadura ainda por cima, o Sganzerla com seus 22 aninhos dirigiu e escreveu esse filme. Inclusive no dialogo: “ Você leu o artigo do Fernandes?” tenho a impressão que se referia ao Florestan. Tem gente aqui embaixo comparando ele com o Godard mas acho que seria mais justo( e ele mesmo gostaria mais dessa comparação) comparar ele com o Orson Welles e “ O Bandido...” com o Cidadao Kane(tanto pela clara influência do Welles, que ate parece no filme em uma das montagens no cinema, como por uma forma de subversão da narrativa de jogo político, que foi abrasileirada tanto pela linguagem radiofonica(mais uma das mil referências ao governo Vargas) quanto pela origem do personagem e sua caracterização(nao é um magnata do jornal e sim um bandido pobre,ainda que eu
ache que o arquetipo de Kane se encaixe melhor com o J.B. Da Silva). E ao contrario das reclamações nao achei a montagem tao caotica assim não, talvez por ja estar mais acostumado a esse tipo montagem de outros filmes( o proprio Signo do Caos tem uma montagem mais anarquica que esse aqui). Além disso tudo, achei que o filme deixa muito claro que se constitui como uma crítica ao governo Vargas e os limites e hipocrisias dos assim chamados projetos progressistas- as frases ao “Petroleo é nosso” e “ ele traiu o povo na revolução paulista de 33” são indicios claros de que se trata de Vargas- com a adição das frases vindas da boca do proprio J.B da Silva:n” eu amo a pobreza” ou ele se recusa a falar de anistia
Peppermint Candy
4.0 23Coisas no filme que eu preciso revisitar eventualmente,porque sao muitos tocantes ou pra ter uma melhor experiência. A cena:
a cena da Sumin em coma ouvindo a historia Younghoo e chorando e
E o contexto histórico pelo qual a Coreia tava passando na epoca(tanto o movimento estudantil quanto a guerra em ambito nacional)
Peppermint Candy
4.0 23Engraçado como o Lee Chang Dong é genial em fazer o inicio do filme ser absolutamente insuportável e desengajante( falo isso porque essa sensação, a qual o protagonista sente, é exatamente a que o diretor queria que sentissemos). E nessa genialidade de nos fazer nao suportar o contexto, desgostar do personagem e querer que aquilo acabe( e pra mim essa experiência foi mais negativa que positiva) , o filme quase me perdeu e quase desisti de termina-lo.Confesso que se fosse o primeiro filme que eu tivesse assistido do diretor nao teria passado da primeira hora e nao teria mais assistido, pelo menos por um bom tempo,ele de novo. Mas acho que essa experiência inicial desgastante,em relaçao ao que é visto, é que faz o filme crescer na sua metade final, e principalmente, no terço final.São as consequências evidentes e que por ja terem acontecido para o telespectador , se libertam de uma certa latencia,pra criarem outro tipo de tensao,que configuram uma espécie de humanizaçao crescente, engajando mais e mais quem assiste a medida que o filme passa e transformando e aprofundando a compreensão da deterioração daquela personagem.As rimas, por mais que não funcionem sempre ,fazem parte de uma composição refinada, sem a qual nao seria possivel aprofundar o estudo, e que vao desvelando nao so os motivos de uma certa dissimulação e apatia frente ao mundo mas tambem vao desnudando e retirando a descrença e desconfiança de quem assiste em relação ao que o protagonista diz e em relação a como ele age.
O Diabo, Provavelmente
3.7 45Alem disso , alguem sentiu que
no fim do dia o Charles so nao queria se sentir sozinho,sentir a solidao que ele tava sentido.Acho que aquela interrupção brutal nas ultimas coisas que ele tava falando amtes de morrer indicam um pouco isso
O Diabo, Provavelmente
3.7 45Foi interessante ver esse filme logo ter assistido o Tapei Story pra poder comparar mesmo dois filmes que dizem sobre como a macropolitica pode moldar a psique e provocar sujeiçao/assujeitamento.Achei uma
representação tipica de um tipo de nihilismo negativista frente ao mundo, uma forma bem burguesa de ser-estar no mundo essa q o Bresson trata. Ao mesmo tempo que achei a montagem genial e a contraposição de planos-denuncia com as respectivas consequencias imediatas nas paisagens cotidianas( mostra uma aula falando sobre como produzir energia nuclear é seguro e logo em seguida uma cena de pessoas nadando em um rio contaminado por cadmio,etc), o filme é sim montado de uma forma meio apatica e somado as interpretacoes tem um ritmo ( que eu acho bem característico dos filmes franceses dessa epoca ) que leva a uma certa apatia dos telespectadores, o envolvimento nunca parece tao profundo quanto se suporia que deveria ser(apesar de fazer parte do projeto e do discurso provocar essa aparia em quem ta vendo, essa impotencia frente ao que se esta assistindo de modo que nada pode ser feito pra se interferir)
Corpo e Alma
3.6 223 Assista AgoraSe os filmes do Yorgos Lanthimos fossem fofos e tivessem personagens reais, as quais dao pra se identificar, nao seria muito distante desse filme daqui hahaha eu gosteii mtt mesmo(acho que porque me isentifiquei e torci a cada minuto pela protagonista do filme a ponto de conseguir relevar absolutamente todos os erros que o filme tem) e sei de tudo que da pra problematizar nesse filme de verdade mesmo
como o filme lida com a protagonista (putz fazia tempo que nao via uma protagonista tao bem construida, fiquei encantado) e com a vontade dela de vencer a dificuldade de ter contato com outras pessoas e real bem problematizavel, apesar deu achar que nao da pra desconsiderar que ela desejava naquele momento se nao contato, ter o protagonista por perto. Aquela cena do suicidio é absolutamente problematizavel tambem apesar deu ter entendido porque a diretora a colocou ali. As subtramas nao ficam bem exploradas tambem mas isso n me incomodou ah sl fiquei tao encantado c a forma como o romance foi construido essa ideia de sonhos compartilhados e com a protagonistasl que o resto foi absolutamente irrelevante na minha experiência en
História de Taipei
4.0 22 Assista Agoranu esse filmee viu. É o que falam mesmo, é um dos melhores filmes de articulação macropolitica com o contexto da burguesia local e como isso impacta e molda diretamente a vida dos personagens(Yang é mestre em fazer isso e apesar daqui ser um trabalho primoroso, acho que em That Day on the Beach ainda é um trabalho mais impressionante, com maior fluidez e menos enfado), nao se tornando um recurso narrativo barato mas o proprio elemento motor e fundador das psiques que estao dadas ali. Esse filme me fez refletir bastante sobre a relação de poder em foucault e constituição da psique em Butler e como elas se dão de certo modo sem perceber a influência das sobredeterminaçoes do capital( e acho que isso era algo que eu realmente n tinha refletido até então) .Ou seja, por mais que a gente possa pensar no poder como determinante das possibilidades e dos limites do que é pensavel e do que nao é pensavel ( e pra foucault a coerção nao entra porque o poder ta sempre articulado com a liberdade e com as possibilidades)direcionado às epistemologias que governam a racionalidade e a constituição psiquica,isso talvez nao faca tanto sentido quando a gente pensa que a condição material no capitalismo é sobredeterminada pelo capital, ou seja, por conseguir ou nao comprar comida,uma casa, pagar a dívida do banco ou da empresa,etc, de modo que como novas epistemologias surgirão se nao há possibilidade nem de que a vida continue, de que a morte chega antes da possibilidade de se refletir filosoficamente sobre o morrer?
Gemini
3.5 14 Assista AgoraA fotografia desse filme é perfeita
A Seita Maligna
3.0 292Unica adaptação possivel de Silent Hill
Endemoniada
4.0 316 Assista AgoraUm torture porn com uma historia legalzinha, e com uma boa reflexao sobre ausencia de posicionalmento,apoliticidade.
Possessor
3.4 302 Assista Agora. Aquele instrumento que é usado nos minutos iniciais é igual a Caixa de Empatia do livro Androides que sonham com ovelhas eletricas,alem disso me lembrou Quem quer ser John Malkovic
A Câmera de Claire
3.4 73 Assista AgoraPrimeiro filme de 2020
Destacamento Blood
3.8 448 Assista AgoraE esse trabalho de Vanguarda do Spike Ler na Montagem e Ediçao,noo sei nem o que dizer. Se alguem reclamou do final do Infiltrado na Klan, recomendo que assista esse filme aqui, porque a critica de ser uma montagem episodica e desconexa(que nao faz sentido pra quem já acompanha o Lee pelo menos desde She Gotta Have it) nao faz nenhum sentido aqui, a organicidade evolui e ta uma beleza.A fotografia ta linda tambem. Gostei de como os personagens vao encarnando o facismo e como isso é representado visualmente por meio deles colocando o bonezin do Trump,achei genial isso.E que atuacao do caralho do Delroy,digna de oscar. Foda d+ personagens complexos,trama complexas e no apesar de longo adorei mt
Sete Minutos Depois da Meia-Noite
4.1 992 Assista AgoraMinha psico me indicou e o tanto que eu chorei vendo nao é brincadeira
Viveiro
3.2 762 Assista AgoraMe lembrou coherence
O Convite
3.3 1,1Keu adoro as atmosferas e a construção de suspense dos filmes da Kusama,por mais que seja especifico pra um mood