É sempre uma bênção quando David Fincher lança um novo filme. Desde os tempos áureos quando ele nos deu uma obra-prima como "Seven - Os sete crimes capitais", Fincher se provou um diretor que cria obras de extrema complexidade, tramas intrigantes e personagens cativantes. E vêm assim sendo em todos os seus excelentes filmes até hoje, e "Garota Exemplar" não é diferente, e sim um talvez um dos melhores filmes do diretor.
Evite o máximo possível spoilers ou informações sobre o livro fenomenal de Gillian Flynn e assista ao filme e se surpreenda com a experiência que Fincher propõe em seu filme. Mas claro, para os que já conhecem a história de Nick e Amh Dunne, assista a melhor adaptação desse "sumiço" súbito e a investigação interpessoal da sombria relação desse casal.
Thriller investigativo já é um gênero que Fincher explorou várias vezes de forma espetacular (Seven; Zodíaco; Millenium), mas aqui em "Garota Exemplar" o diretor dá um certo frescor novo ao gênero, elevando o nível de mistérios e reviravoltas na trama. Uma prova disso é o fato de manter todas as personagens do filme, inclusive a principal, suspeitas. É incrível como Nick (Ben Affleck), a personagem que deveríamos estar torcendo a favor, mostra ser um verdadeiro babaca. E Amy que no início conquista nossa total apatia, vai mostrando uma segunda camada.
Claro que isso se deve ao fabuloso livro de Gillian que assina o ótimo roteiro do filme, conseguindo misturar drama com um humor irônico (cara do Fincher), fazendo pequeníssimas mudanças aqui e ali (que me atrevo dizer, supera o livro). E a direção de Fincher, como sempre, fabulosa e detalhista, posicionando a câmera sempre da maneira certa, com um uso de sua fotografia acinzentada e um jogo de sombras que dá uma atmosfera pesada a história junto com um ritmo sempre ágil e coeso. Onde vemos uma vertente verdadeira da vida matrimonial, que no início aparenta ser perfeito, e só tende a decrescer a um nível de baixarias e indiferenças. Mostrando a rivalidade opressora que o homem nutre pela mulher, retratado de forma bem realista e contida na trama.
Tirando sua primeira hora bem misteriosa e s ombria (os melhores momentos do filme) quando vêm a segunda hora se aproximando do fim temos o bom thriller Fincheriano, intrigante e até divertido. Mas que vem empacotado com uma forte e extremamente verdadeira crítica a mídia sensacionalista que tende a subverter a percepção que temos desses casos de crimes que vemos na televisão e julgamos abertamente. Percepção e julgamento este que também se reflete em nós com relação a ambos Nick e Amy. Apesar de suas falhas, no final do dia são seres humanos e nunca poderemos entender seus motivos, apenas refletir. E lhe garanto, esse filme vai te deixar pensando por um bom tempo!
Graças também a ambos Ben Affleck e Rosamund Pike. Não há discussão de níveis de atuação aqui. Ben faz o seu muito bem, dando dando carisma e humanidade a Nick e a sua babaquice machista. E ainda temos um elenco com performances mais que decentes desde Carrie Coon como Margot, a irmã consciente de Nick e Tyler Perry como Tanner Bolt, o advogado hilariante e sensato. Mas aqui o show é de Rosamund Pike como Amy Dune que assim como Marla Singer (Helena Boham Carter - "Clube de Luta"); Meg Altman (Jodie Foster - "Quarto do Pânico) e Lisbeth Salander (Rooney Mara - Millenium), é uma nova girl do Fincher com um tratamento cinematográfico de luxo.
Sombrio, absolutamente intrigante e cativante, "Garota Exemplar" é mais um golaço de Fincher que não vai sair da sua mente tão cedo graças aspectos técnicos e atuações exemplares.
Após o sucesso esmagador de "Mad Max" em 1979 na Austrália e de se tornar um cult no resto do mundo, diretor George Miller correu para iniciar a produção de sua continuação. E graças ao interesse da Warner Brothers em seu lançamento nos EUA e ajuda no orçamento, não só se tornou um dos filmes de maior sucesso da década de 80 como também um pequeno marco na história do cinema.
"A Caçada Continua", assim como "Star Wars - O Império contra-ataca" da mesma época, é uma das raras continuações a manter e talvez superar o nível de qualidade do primeiro filme. "Mad Max" é um excelente filme, mas Miller só viria fincar o nome da franquia aqui. Enquanto o primeiro filme era um excitante thriller de vingança, aqui temos uma espécie de velho-oeste apocalíptico absolutamente bizarro. De onde veio essa mudança radical? As respostas e agradecimentos se devem ao senhor George Miller e o seu gênio criativo.
E põe gênio nisso. Logo no brilhante primeiro ato do filme temos a demonstração de como a corrida econômica a indústria petrolífera elevou os conflitos entre as nações mundiais, e assim lentamente o nosso mundo foi acabando. Fazendo também o estabelecimento de como estava o mundo no primeiro filme em direção a este, um enorme deserto árido com homens lunáticos vagando e lutando pela sobrevivência, e o mais louco de todos - Max (Mel Gibson). Agora dirigindo o último V8 do mundo junto de seu parceiro canino, caçando por gasolina, munição e comida de cachorro para poder sobreviver. Até que ele se encontra no meio de uma disputa por gasolina entre um grupo de humanos "normais" (no mínimo sensatos) e um exército de psicopatas liderados por Lord Humungus (Kjell Nilsson).
Logo após estabelecer esse mundo apocalíptico de forma perfeita e além do mais credível, Miller estrutura o restante do filme como um bom Western, sem nunca perder a sua marca bizarra. O conflito entre o clã de Humungus pela gasolina do grupo de humanos "sensatos" lembra claramente os apaches cercando um forte da cavalaria americana. Os selvagens inóspitos contra os "superiores", o que resta de bom e melhor da humanidade (não é a toa que eles usam branco). E Max é o homem sem nome, com um passado nebuloso e que luta pelo o que resta de sua moralidade. Luta essa q será travada nas ruas!
Miller tinha apresentado sua incrível técnica de ação no primeiro filme mas ela só se consolidou como revolucionária aqui. Carros são destraçados; corpos esmagados; dublês voam na frente da câmera. Nada de cortes frenéticos ou câmera tremida de hoje em dia, planos abertos e edição perfeita são usadas com louvor. Prova maior disso é a clássica perseguição final do filme. Ninguém, mocinho ou vilão são poupados da brutalidade. 13 minutos de pura brutalidade onde Miller prestou homenagem a cena de perseguição do clássico de John Ford, "No tempo das diligências".
Se bem que nada é perfeito aqui. Os personagens secundários não são bem desenvolvidos. Parecem mais adereços do que pessoas que Max está se sacrificando pra ajudar. O fundo emocional não é forte quanto no primeiro filme. Mas isso compensa-se pois aqui o show pertence a Max. O sobrevivente de poucas palavras que sempre está no controle da situação e Mel Gibson cumpre seu papel com alto carisma dando excelentes nuances de doido contido.
"Mad Max: A Caçada Continua" graças a criatividade de Miller e de seu ótimo talento detrás da câmera entregando ação extravagante e marcante e um subtexto sutil e inteligente é sim um pequeno marco no cinema que cravou o nome Mad Max e seu mundo apocalíptico bizarro para sempre.
Imaginem só num ano onde o cinema blockbuster era inventado nos EUA com a estréia de "Tubarão" de Spielberg e "Star Wars" de George Lucas, o jovem diretor George Miller num canto remoto do deserto Australiano fazia um pequeno mas potente sucesso chamado "Mad Max".
Hoje em dia quando se menciona tal nome pode vir logo a cabeça a imagem de um jovem Mel Gibson com um casaco que lembra uma armadura ao lado de um carro V8. Mas isso é "Mad Max - A Caçada Continua", um dos melhores filmes de ação já feitos e que inspirou vários outros filmes. Mas o sucesso de "Mad Max" não viria sem que Miller tivesse iniciado a franquia com um bang que foi este filme. Diferente dos filmes que o sucederam que têm um palco de futuro apocalíptico com toques bizarros, aqui temos um simples filme de vingança com um grande grau de complexidade e potência técnica.
Na trama encontramos Max (Mel Gibson) um policial de boa índole, pai de família que busca fazer justiça na melhor forma (não, isso não é Robocop). Tarefa esta que parece impossível nesse estranho lugar onde motoqueiros psicopatas liderados pelo insano Toecutter (Hugh Keays-Byrne) plantam o caos nas ruas.
Desde o início do filme, Miller já nos dá a idéia de que algo não está exatamente certo. Na base, o filme parece se passar no nosso mundo normal com policiais caçando criminosos e pessoas vivendo suas vidas normais. Mas que estranho lugar é esse onde nem sequer é mencionado o nome e na maior parte é só uma grande auto-estrada com descampado em volta onde só há 5 policiais para tomar conta de tudo. Orçamento limitado? Talvez, mas sabendo o que viria nos filmes seguintes dá pra ver que Miller sabia o que estava fazendo.
Tanto sabia que logo nos primeiros dez minutos já somos banhados com uma perseguição de carro excitante com um excelente jogo de câmera dando uma sensação perfeita de perigo e suspense. Ainda mais com nós vendo carros sendo cortados ao meio e dublês sendo arremesados violentamente. Brutalidade essa que só seria superada em "A Caçada Continua". Mas mais do que um prelúdio de uma técnica de ação soberba, que põe qualquer "Velozes e Furiosos" no chinelo, que seria superada na continuação. "Mad Max" é sim um interessante estudo de personalidade. No início temos Max Rocktansky, um policial honesto em busca de justiça e da proteção de sua família. Mas o mundo a sua volta e os psicóticos que o habitam não o permitem. Ele dirige agora uma estrada de loucura e insanidade para poder sobreviver. O Max se tornando "Mad".
Mel Gibson bem antes de se tornar um astro, já mostrava seu altíssimo carisma e nos dá um Max completamente humano, mas também com um ar de louco. E ainda contamos com outros carismáticas como Hugh Keays-Byrne interpretando o psicopata bem expressivo Toecutter e Steve Bisley como Jim Goose, o parceiro do crime de Max.
"Mad Max" é um simples, excitante e intrigante thriller de vingança, onde vemos um homem descendo à loucura graças ao mundo a sua volta. Um belo de um começo de uma franquia a se tornar clássica.
Já se faz 30 anos desde que o deserto apocalíptico da franquias Mad Max toca o solo cinematográfico. Após ter feito uma ótima trilogia que contava com o batuta filme de vingança e descida a loucura "Mad Max"; o insano velho-oeste apocalíptico "Mad Max: A Caçada Continua"; e o descunjutado mas divertido "Mad Max: Além da cúpula do trovão, diretor George Miller já planejava entregar mais um filme a franquia. E depois de anos com problemas de produção; dois filmes do "Babie o porquinho" e "Happy Feet" e meses de filmagens problemáticas finalmente o recebemos. É de se tirar o chapéu em respeito ao diretor, no mundo que vivemos onde remakes podres são feitos, George Miller não deixou que ninguém tocasse na sua obra de arte que ele criou 30 anos atrás, e mesmo após essa demora e dificuldade nas filmagens, recebemos talvez o melhor filme da franquia.
Todo o hype das críticas, do público e até de Cannes não foram por nada. "Estrada da Fúria" cumpre sim as expectativas e alcança as lacunas de qualidade insana que a franquia nunca havia recebido antes. É o "Mad Max" que sempre deveria ter sido feito. Que respeita o legado deixado pela trilogia original que inspirou tantos filmes de ação e futuros apocalípticos até hoje. E Miller consegue trazer os melhores elementos dos três filmes (Sim, três filmes) anteriores e junta-los aqui com quase perfeição: O inteligente e louco estudo de personalidades do primeiro "Mad Max"; as cenas de ação insanas e personagens extrovertidos de "A Caçada Continua"; o elo dramático e o subtexto do destino da humanidade de "Além da cúpula do trovão". Tudo junto e misturado no perfeito formato Mad Max - louco.
Do início ao fim de suas ágeis 2 horas, o filme é um festim da criatividade soberba de Miller, que recria mais uma vez o mundo de Max de forma bizarra e bem credível, com paisagens épicas do deserto apocalíptico e os seus bizarros moradores que vivem a base de sangue e leite materno e formam exércitos automobilísticos que lideram à algumas das mais iradas cenas de ação já feitas. Ah sim... a ação. Como eu disse, é o festim de Miller, que aos seus 70 anos move sua câmera como um jovem diretor ambicioso e visionário. Corpos de dublês são arremesados constantemente e carros explodem na frente da câmera, sem nenhum artifício vergonhoso de câmera tremida ou cortes frenéticos. Ângulos abertos e a câmera firme se mantém presentes e entregam a ação feita à moda antiga com a melhor receita possível.
Mas Mad Max nunca foi só excelente ação com incrível trabalho de dublês. Miller sempre conseguiu trazer complexidade à suas personagens e um subtexto ao mundo a sua volta. De um lado temos a rouba cenas Furiosa (Charlize Theron), uma guerreira resultado de anos submissa aos homens e busca pela sua liberdade e a de suas irmãs-mulheres, as noivas do tenebroso Imortan Joe (Hugh Keays-Byrn que também fez o vilão Toecutter no primeiro Mad Max). Que são um semblante igual ao das crianças em "Além da cúpula do trovão", do belo e do puro ainda existente num mundo onde homens insanos comandam. E no meio de tudo temos Max, o lunático contido com um passado sombrio em busca de uma forma de redenção. Miller captura essa densidade através da ótima construção da narrativa e da fotografia exuberante de John Seale fazendo um verdadeiro deleite visual.
Tom Hardy está ótimo. O carisma do ator marca sua presença e ele consegue fazer/imitar as nuances psicóticas do Max de Mel Gibson (mas não melhor). Nicholas Hoult também se destaca trazendo humanidade ao psicótico mutante Nux e sua já clássica frase "what a lovely day". Mas o show é de Charlize Theron que por muito pouco não rouba o posto de personagem principal graças ao nível de drama e força que consegue trazer a Furiosa. Sua melhor performance desde "Monster".
"Estrada da Fúria" no final só falha em construir um filme de forma tão impecável e deixar o público insaciável querendo muito mais. É uma ópera do caos e loucura que revive o espírito da franquia Mad Max de volta a vida com louvor, ainda empacotado com coração e complexidade. Graças ao gênio criativo de George Miller que numa era cheia de blockbusters formulaicos, "Mad Max" põe todos no bolso e se prova ser uma franquia a continuar viva!
Parece que a Disney está se redimindo aos poucos. De um lado está vindo ótimas animações como "Enrolados", "Frozen" e "Big Hero 6" e do outro uma ótima biografia como "Walt-Nos bastidores de Mary Popins". E agora volta depois de anos a fazer um longa musical, criativo e tocante, mesmo sendo bagunçado.
Baseado num musical da Broodway com o mesmo nome de James Lapine (que também assina o roteiro do filme), o filme adapta 4 famosos contos da fantasia (Rapunzel, Chapéuzinho vermelho, João e o pé de feijão e Cinderela) num crossover fabuloso e divertido com as 4 histórias que já conhecemos de cor acontecem simultaneamente e também a consequência de tal acontecer.
Sendo baseado em uma peça, o filme possui sim uma estrutura muito familiar. Cada cena que passa parece que as cortinas se fecharam e abriram rapidamente na nossa frente. E melhor quando o público percebe e aceita esse fato, melhor será o entretenimento ap assistir. Tal ocorre num ritmo bem coeso e que consegue adicionar um ótimo toque de humor super divertido e um forte nível emocional que atinge nos momentos certos, e depois no seu terceiro ato uma reviravolta mirabolante com um toque bem sombrio.
Contando com o fato do público já saber de cor as 4 histórias, o filme não perde tempo numa construção dramática e vai direto ao ponto no que pretende a juntar as histórias ao mesmo tempo. E é divertido ver as histórias se encontrarem e a definir consequências umas nas outras. Pena que o arco da Rapunzel é muito pouco aproveitado e fica mais parecendo uma piada no meio da trama. Mas a história se safa bem tratando dos temas usiais como responsabilidade, amor e se auto redimir de forma bastante tocante e ainda sendo contada através de um set de músicas originais gigantesco, aí entra o diretor mao meno Rob Marshall.
Já estava na hora do diretor se redimir depois de filmes tão fracotes como "Nine"e o quarto Piratas do Caribe. E agora ele volta ao mundo da Disney e traz seus dons de fazer um bom musical como "Chicago" de volta ao telão. A câmera captura o ritmo teatral de forma sólida ainda contando com uma ótima fotografia. Mas aqui é um vaivém no quesito musical, metade das músicas são excelentes, cativantes e contam a história de forma soberba. A outra metade são músicas que se alongam demais quase tiram o teor de entretenimento fora ficando quase enfadonho. Mas o brilho do filme está na sua história e no seu elenco estelar.
Desde Meryl Streep como uma inesquecível e carismática bruxa, ainda temos uma luxuosa Cinderela com Anna Kendrick; o lobo mal usual com Johnny Depp; e James Corden e Emily Blunt como o casal de padeiros (sem história conhecida por mim) que provam ser o coração e a alma do filme inteiro. Todos com excelentes talentos musicais!
"Caminhos da Floresta" mesmo com suas pequenas resalvas, é um musical inteligente, divertido e emocionante. Não um filme para todos, mas que irá cativar quem olhar o filme da maneira certa.
Se Darren Aronofsky mostrou que alcançar a perfeição é enfrentarmos o nosso lado obscuro na obra-prima "Cisne Negro", o estreante Damien Chazelle demonstra que precisamos de um impulso extremo de um mentor extremo, especificamente o senhor Jonas Jameson careca com uma personalidade diabólica!
Já vimos essa história antes. O menino sonhador que quer ser o melhor em algo e realizar seu sonho. Mas nunca num formato desse. Chazelle cria uma estrutura ao mesmo tempo realista com suas personagens e adiciona um ritmo ágil e conciso na história e suas personagens. A narrativa amarrada vai direto ao ponto, sem se render a maneirismos dramáticos. E trata o tema com coração e realidade. É quase impossível não se relacionar com Andrew (Miles Teller) logo de cara graças a seu carisma e timidez que o ator entrega de forma super natural, e esse tratamento do tema vem do ótimo roteiro e de sua ótima performance. A nossa forma de querer se expressar verbalmente se obstrui com a ignorância a nossa volta e a maneira que encontramos de nos expressar através de um meio artístico, e nesse caso a música.
Mas para tudo se intensificar numa boa história de superação que tal adicionar uma personalidade completamente estrema de Fletcher (J.K. Simons) que leva Andrew ao limite de auto-destruição física e psicológica para alcançar a perfeição. Pode-se dizer que os métodos de Fletcher são discutíveis, mas a narrativa também permite o público a sentir empatia pelo professor que demonstra pingos de sua alma no decorrer do filme através de boas diálogos e interessantes toques de humor.
E o que poderia ser um drama pesado, se transforma numa jornada MUITO tensa e energéticas. Nem um filme de ação recente conseguiu puxar tal nível de tensão como o filme de Chazelle consegue extrair com tanta ferocidade e humanidade. Todos os vaivéms entre Fletcher e Andrew são claustrofóbicos e intensos graças às soberbas performances de Simons e Teller e a direção estremamente detalhista de Chazelle.
Um pingo na orelha, um curativo se abrindo, um sopro no saxofone. Quase nada escapa a câmera frenética do diretor. Que entrega um trabalho espetacular de edição com uma fotografia sombria e quente. Ainda contando com uma excelente trilha sonora cheia de um energético Jazz. E tudo junto e misturado num inesquecível 10 minutos finais com um final mais do que perfeito.
"Whiplash" é o Cisne Negro masculino (claro que não no mesmo nível) com humanidade. Uma história usual de perseverança e força de vontade entregue com um nível detalhista e energético jamais imaginado. Maravilhoso e inesquecível!
Depois do divertido "Carros 2" o fraco "Brave" e o lixoso "Aviões", a Pixar parece que pegou fama de estar enfraquecendo. Deslizes podem acontecer não? E infelizmente "Universidade Monstros" vem sido criticado como um merchandising de ganhar dinheiro da Pixar com continuações. Sendo que é uma prequela e um ÓTIMO filme.
Longe de ser tão poético quanto o original do grande Pete Docter (que também fez "Up, Altas aventuras"), "Universidade Monstros" foi outra boa sacada da Pixar para entrar em algum determinado mundo ou tema, e nesse caso o mundo escolar. Pegando claro os clichés usuais de bullyng e SÓ, diretor Dan Scalon faz um bom trabalho em levantar temas sobre o esforço para nos tornarmos o melhor em algo sem esquecer nossas amizades. Sem perder o excelente humor que foi marca do filme original graças a excelente atuação vocal de ambos Billy Cristal e John Goodman como a inesquecível dupla Mike Wazowski e Sullivan, mantendo também a excelente química cômica. E ainda consegue adicionar personagens novas sem nenhum problema, e liderar a história para o que vai ser "Montros S.A" depois com louvor
A animação, sem nada a comentar, tão realista como sempre foi. E a história bem simples já consegue tocar no coração de cada um dos fãs e dos novos também. Não um dos melhores da Pixar, mas longe de ser um dos fracos, graças ao excelente elenco e a história fofinha.
O filme começa muito bem. Mantendo um bom nível de tensão e mistério de forma coerente e divertida. Claro que no final o filme se explode com a ação grandiosa e vilões fraquinhos. Mas no final é um bom passatempo, se "Busca Implacável" ensinou algo é que Liam Neeson sabe ser um badass.
Depois da boa mas arrastada introdução que Peter Jackson deu na sua trilogia do Hobbit, recebemos com "A Desolação de Smaug" não só um segundo filme MUITO superior ao primeiro, mas talvez o melhor filme da trilogia.
Desde o começo, o filme se inicia com nossa trupe de anões mais Hobbit e Feiticeiro correndo pelas suas vidas. O ritmo ágil de "Duas Torres" se apresenta com força aqui, tendo seu início exatamente onde o primeiro filme terminou. Jackson não gasta tempo demais em um só lugar e locomove a narrativa de maneira coesa com as personagens e a adaptação dos capítulos do pequeno livro. Introduzindo ainda personagens que nem sequer existem no livro como a elfa Tauriel (Evangeline Lilly) e Legolas (Orlando Bloom) que só aparece na Batalha dos 5 Exércitos no final do livro, mas que por acaso funcionam. Suas personagens são divertidas sendo lutadores excepcionais e os fãs podem ver mais da personalidade de Legolas que nunca vimos que na Trilogia do Anel. E vemos Bilbo se penetrando mais ainda com o misterioso anel que recebe o devido cuidado de não roubar a atenção do filme.
A primeira hora do filme é soberba. A narrativa flui bem, temos uma perseguição no rio excitante. Até a pequena subtrama com Gandalf funciona, criando uma ponte para a trilogia do Anel. Mas se descarrilha um pouco quando nossos heróis chegam a Cidade do Lago. Inventando uma subtrama estúpida de corrupção dentro da cidade com seu governador (Stephen Fry) e seu irritante assistente Alfrid (Ryan Gage) que fica se parecendo com um Jar Jar Binks da terra média. Tirando isso, o filme volta com tudo quando seu protagonista aparece em cena. Smaug o dragão.
A voz de Benedict Cumberbatch dá uma forte personalidade para o gigantesco dragão que rouba a cena totalmente. A direção é competente o suficiente para mostrar o tamanho da besta e a escala do perigo que os anões e o pequeno Hobbit vão enfrentar. Enquanto os efeitos visuais ainda dão um ar cartonesco para os Orcs, aqui eles criam talvez o melhor dragão que o cinema já teve.
Mesmo tendo suas pequenas ressalvas como o primeiro filme, "A Desolação de Smaug" faz lembrar em seus melhores momentos por que Peter Jackson é o cara perfeito para adaptar o mundo da terra média. Temos um filme coeso, divertido e excitante que entrega toda a magia Tolkiana que amamos e deixa o espectador ansioso pra mais com seu final de cortar o cérebro ao meio.
Não é mentira pra ninguém que era um sonho e desejo absoluto de que a Terra Média pudesse voltar a abrir as portas novamente no cinema. E quando essa chance apareceu, Peter Jackson retorna com uma adaptação alongada do primeiro livro de Tolkien: O Hobbit.. O mínimo que poderiam fazer era trazer a mesma equipe que fez a obra-prima que foi a trilogia do Senhor dos anéis.
Uma das principais críticas que o filme recebeu e ainda recebe é o fato de ser totalmente arrastado. Isso é o inevitável, o que poderia ter sido um filme só, se tornou uma trilogia de quase 9 horas de duração. Infelizmente o dinheiro falou mais alto. Mas tem seus prós e contras. Sim, o roteiro se alonga demais num ritmo quase preguiçoso. Tudo, absolutamente TUDO do livro acontece no filme, falas e acontecimentos se sucedem linearmente com o ritmo do livro, mas tudo MUITO alongado. Enquanto com Senhor dos Anéis, Jackson e sua equipe de roteiristas (Phillipa e Fran Walsh) tinham uma carga enorme de conteúdo para ser adaptado, aqui eles não tem quase nada. E vão adicionando personagens novas e que já conhecemos aqui e ali, ao mesmo tempo dando um fan-service e inventando subtramas, algumas interessantes mas outras não (e só veio a se repetir nos próximos dois superiores filmes).
Outro ponto com salvas e ressalvas é o visual do filme. Em termos de direção, Jackson não perde a mão. Sabe usar a câmera de forma inteligente nos diálogos e na ação, tanto quanto melhor ele fez na trilogia do Anel. E a Nova Zelândia ainda continua sendo um cenário esplêndido para a Terra Média. Mas eu pergunto POR QUE o uso exagerado de CGI??? Jackson os usou de forma tão revolucionária e inteligente ns trilogia do anel, aqui é uma extrapolação aatrás da outra. Chega a um ponto onde os vilões que eram tão ameaçadores na trilogia original, e aqui parecem efeitos de computador de videogame.
Sem mencionar os cansativos 45 minutos iniciais do filme se passando no condado, só para depois entregar a aventura que os fãs queriam. E quando esta aparece, faz tudo valer a pena. É a mão de Jackson e o seu amor infinito pela obra de Tolkien. Conseguindo ainda recriar momentos memoráveis do livro no filme com louvor, como a batalha com os três Orcs famintos; a canção dos anões sobre a montanha solitária; a fuga da caverna dos orcs e o intenso diálogo de charadas entre Bilbo e o inesquecível Smeagol/Gollum.
E os atores, sem comentários. Todos voltam para seus papéis com pura mágica. Ian McKellen encorpando Gandalf o Cinzento, o melhor feiticeiro do cinema mais uma vez. E Andy Serkis ainda com a manha toda como a inesquecível criatura roca e perigosa. Sem falar de Hugo Heaving, Cate Blanchett e Christopher Lee como sempre fantásticos. Até os 13 atores como anões são bem colocados, mas infelizmente mal aproveitados na trama. Só se sobressai totalmente é Richard Armitage como Thorin Escudo de Carvalho, impondo presença apesar do tamanho de sua personagem anão. E a jóia do filme (não, não é o anel), Martin Freeman como jovem Bilbo Bolseiro...SIMPLESMENTE PERFEITO. Conquista a afeição do público instantaneamente com carisma e emoções verdadeiras.
Um início cambaleandor para a trilogia, mas que ainda se salva com um elenco estelar e momentos memoráveis. Que só tendeu a melhorar nos próximos dois filmes, mas que não provaram ainda o motivo de um alongamento tão grande. Mas tudo vale para podermos embarcar mais uma vez nesse rico e mágico mundo.
A história de "Avatar" é o óbvio do óbvio no que tem haver cinematograficamente. Afinal já vimos a mesma história em "Pocahontas", "Dança com Lobos" e "O Último Samurai". Mas quando te,os James Cameron tomando conta da direção o cenário da situação é outro. Cameron pega a história totalmente cliché e a eleva numa escala épica que só o cinema pode dar: uma jornada do herói em busca da liberdade e amor próprio que por acaso é bem desenvolvido na narrativa bem construida; uma crítica indireta sobre o desmatamento e a destruição da natureza que nos criou; um mundo inteiro que é Pandora, que pode muito bem entrar na lista com Terra Média e Matrix. E claro, efeitos visuais deslumbrantes, uma verdadeira evolução nessa categoria artística que monta esse mundo que nos faz mesmo crer que existe. Esperar mais do que isso é o convite para entrar na área dos que aclamam que "Avatar" é um dos piores filmes já feitos. Tentem o ver como o entretenimento que só Cameron pode dar brilhantemente. Ignorem a história e apreciem o espetáculo por detrás e acima de tudo, se divirtam!
Mais uma vez mestre Spilba se arrisca em outro gênero diferente de tudo que já fez e faz um pequeno clássico do cinema e do gênero Thriller. O filme possui uma energia eletrizante que cativa o público a assistir a jornada criminosa e rebelde fe Frank Abgnale (Leo DiCaprio) e a perseguição incessante do agente do FBI Carl Hanraty (Tom Hanks) na sua cola. Toda essa energia estupidamente divertida vem da mão firme de Spielberg com o uso inteligente de ângulos de câmera com planos longos e cortes rápidos, sempre deixando a soberba narrativa fluir de modo ágil e primoroso. Elevado por outro gracioso lado emocional que só Spielberg consegue entregar a uma ótima história que faz uma alusão interessante sobre os jovens quererem sair de casa e montar suas vidas profissionais realizando seus sonho, mesmo que falsificar cheques não seja um dos melhores caminhos. E atores estupendos como DiCaprio e Hanks conseguindo encarnanar com perfeição e leveza suas personagens (o próprio Abgnale disse que DiCaprio o lembrou totalmente), e ainda soberbos Christopher Walken e Amy Adams. O filme talvez só se prejudique por não ter dado mais tempo no desenvolvimento de Frank ns parte final já que de uma hora pra outra está ele de fugitivo e depois ajudando o FBI com cheques falsos, mas tudo isso é pequeno tendo em conta o quanto cativante é esse filme. Com certeza um dos melhores do diretor!
É impressionante ver Seth MacFarlane conseguir trazer o estilo humorístico de Família da Pesada e faze-la fucionar nas telonas com um Ursinho de Pelúcia falante e safado. A narrativa é bem amarrada e entrega diálogos até interessantes e realistas entre as personagens, fazendo todas relevantes mesmo com o urso que rouba a cena. Mark Wahlberg mostra seu lado humorístico sem exageros e as cenas entre ele e Ted são a alma do filme. Já que apesar do humor até "ofensivo", a história traz um tema de nós aprendermos a crescer com a nossa infância lado a lado conosco, o mesmo caso entre Ted e John. Estupidamente hilariante com um humor cheio de palavrões e referências, e uma história cativante. "Ted" é uma comédia moderna original e funcional cheio de coração. Que infelizmente só falha quando cai no cliché de comédias usuais na sua parte final, mas que nunca deixa de nos divertir até lá!
Adaptar um quadrinho de ssucesso enquanto ainda está em lançamento foi o desafio de Matthew Vaugh aqui, e ele mais uma vez não desapontou. "Kick Ass" não é só uma adaptação fiel ao espírito extrovertido, violento e humor negro do seu material original, mas também é uma sátira de todo o gênero de super heróis.
O roteiro de Jane Goldman e Vaugh consegue explorar em sua narrativa as várias facetas e clichés de filmes de super heróis tirando sarro e os tratando com realidade (quase o mesmo que Mark Millar fez em seu quadrinho). Os diálogos rápidos e fluidos incorporam esse espírito satírico e engraçado sempre pegando nos clichés e nos fazendo até mesmo refletir (sendo seu público nerd ou não).
E ainda entrega uma direção super estilosa, com edição rápida e fluente nas cenas de ação e uma fotografia colorida saturada que realça as cores de sangue e uniformes dos heróis, entregando sequências totalmente memoráveis
como o resgate de Big Daddy e Kick Ass por Hit Girl pulando e matando gangsters em meio de tiros e fogo.
Dave/Kick Ass (Aaron Taylor Johnson) é uma amálgama de Homem Aranha com roupa de mergulho verde. O nerd fracote querendo fazer a diferença (levando muita porrada e facadas até alcançar seu heroísmo). Até encontrar outros vigilantes como Big Daddy (Nicolas Gage) uma espécie de Batman que mata todos os bandidos que vê pela frente e a inesquecível Mindy/Hit Girl) uma Robin estilo Rambo. Todos surpreendendo com excelentes personagens, lutando contra um vilão carismático de Frank D'Mico (Mark Strong).
Mas o mais impressionante, é o quanto de drama e coração que Vaugh impõe na história e nas suas personagens em meio de todo o humor negro. Nós sentimos pelas personagens de verdade quando estão em perigo de morte, já que estamos perante vigilantes verdadeiros no mundo real. E Vaugh ainda traz temas de justiça com as próprias mãos e a ignorância a maldade que nossa sociedade moderna tem hoje. O medo de poder fazer a diferença por covardia e dúvidas, mas que basta termos uma fonte de inspiração para tal acontecer que são os super-herois que lemos nos quadrinhos.
"Kick-Ass" é sem sombra de dúvidas não só uma das melhores adaptações de quadrinhos que já teve, mas também um dos melhores filmes do gênero de super heróis. Com um tratamento excelente na sua história com a devida lealdade ao seu material e um forte ararco dramático com suas carismáticas personagens.
No grau de diversão e entretenimento, "No fim do mundo" respeita seus antecessores e entrega a aventura e a ação que o público demanda. Mas infelizmente o diretor Gore Verbinski e seus diretores cometem o mesmo erro que "Baú da Morte" teve, encher a história com subtramas que tomam a narrativa mais do que espaço das personagens e seu desenvolvimento. Alguns momentos de diálogos se safam por causa do elenco carismático mas mesmo assim, quase 3 horas de filmes com diversas situações sendo explicadas de novo e de novo. Mas o filme se safa, é divertido em seus momentos empolgantes como a fuga em Singapura ou a batalha final, e entrega um final digno para as personagens e para o que deveria ter sido uma trilogia (até que veio aquele 4° filme desgastante).
Realmente nós vivemos numa época em que a televisão vêm provado ser um meio de arte audiovisual. "Breaking Bad", "Game of Thrones", "Mad Men", "Os Sopranos" e agora True Crimes atesta isso mais uma vez. Pela primeira vez vemos uma série tendo TOTAL tratamento filmistico, não só por termos duas estrelas como Matthew McConaughey e Woody Harrelson mas também manter uma estrutura de um só diretor e roteirista para todos os episódios. E sem contar o fato de que Cary Fukanaga filmou a série toda em filme 35mm, nada de digital.
Podemos admitir totalmente (quase) que True Detectives parece um filme de 8 horas e meia. Os intervalos de episódio para episódio parecem um simples corte de cena. Créditos esses vão para a imensa qualidade de roteiro que investe totalmente na complexidade de suas personagens e dos inevitáveis clichés de sua trama. Serial Killer satânico não é nada de novo, mas é inegável admitir o quanto a série prende nossa atenção construindo a rede de crimes de forma inteligente e com uma enorme escala que vai desde religião, drogas, corrupção e pedofilia.
Mas além de tratar seu tema criminoso batido com louvor, recebemos um estudo de personagem extremamente intrigante. Ambos Rust Cohle (McConaughey) e Martin Hart (Harrelson) parceiros da justiça que não suportam estar um perto do outro. Ambos personagens totalmente complexas, enquanto Martin é o homem de família aparentemente normal que tende a trair a mulher, Rust é quase um filósofo nilista e existencialista anti-social. As discussões rancorosas de ambos acabam sendo que um dos grandes trunfos da história com uma narrativa inteligente e brilhantemente montada. Nenhum dos dois é santo e seus orgulhos e feitos afetam a relação de ambos e de todos a sua volta e do próprio desenvolvimento do crime que se estende por quase 10 anos sem ser resolvido. Onde a todo o tempo põe temáticas de ética e moral perante nós mesmos e nossas famílias em causa com louvor. E nada disso seria capaz sem performances PERFEITAS de ambas estrelas e de todo o elenco secundário. Especialmente o antagonista assustador revelado só no último episódio que rouba a cena totalmente e põe a vida de ambos parceiros no mais alto risco.
Elogiar o brilhante roteiro e as perfeita performances é pouco se não mencionar o intenso e excelente trabalho que diretor Cary Fukanaga teve dirigindo seu filme. A câmera consegue transmitir tantos graus simbólicos da degradante terra americana em que a investigação toma lugar. Os pântanos e neblinas só tendem a mostrar que o mal e a escuridão está por toda a parte, e o sol nublado é a única luz que nos guia. Trabalho de fotografia e edição magníficas.
Sem sombras de dúvidas que True Detectives marcou com sua enorme qualidade filmistica que começou e terminou sua história com perfeição. O último e simples diálogo entre Rust e Martin é a primeira vez que a série demonstrou seu forte lado emocional e entrega um final compensador às suas personagens e a sua estranha amizade. E que venha a segunda temporada com novos personagens e novas histórias para contar. O único desafio vai ser superar algo que já está PERFEITO!
Ok vai, a série inteira copiou a fórmula de "Friends", mas é inegável dizer o quanto a série te prende com uma dose de humor de fazer mijar de rir, ainda mantendo o roteiro competente e carregar um elenco totalmente carismático. Extremamente divertida do início ao fim e nos manteve presos com os personagens emocionalmente e sua trama intrigante que TEVE SIM uma conclusão satisfatória!
Pra quem nunca imaginou ver o nível artístico, realista e brutal da obra-prima cinematográfica "O Resgate do Soldado Ryan" numa escala maior e épica, aqui está Band of Brothers. Talvez a melhor retratação já feita da tomada Americana da Normandia até o território alemão durante a Segunda Grande Guerra. Mantendo um alto e rico nível de narrativa; direção e um elenco imenso cheio de talentos. Uma das melhores séries que tive o prazer de assistir!
Uma das coisas mais bestas que eu já vi foi o cancelamento dessa EXCELENTE série por ter um orçamento muito caro. Já que críticas positivas e alta audiência não eram o que faltava. Mas infelizmente teremos que nos contestar com duas temporadas excelentes que funcionam como uma só. Fazendo um quadro perfeito e historicamente leal à um dos maiores impérios que o homem já teve e a cidade que era seu coração.
Criar a história de dois soldados amigos e suas vidas durante a República de César e o início imperialista de Octavius é uma jogada esperta de manter uma linha de entretenimento e interesse total a história. Kevin McKidd e Ray Stevenson dão tanto carisma as suas personagens Lucius Vorenos e Titus Pullos que é inigualável nosso carinho por ambos. E ainda tratar o tema com extrema realidade gráfica (violência e putaria rolando solta não é o que falta aqui) e dão uma figura de uma sociedade tão poderosa em força mas degradante em espírito que tomou conta do mundo durante séculos.
E ao mesmo tempo quase crítica a corrupção política de nossos governos modernos. O jogo e intrigas políticas junto com os dramas familiares são tão bem amarrados na narrativa e detalhados incansavelmente (podendo alcançar alguns fracos de espírito). Ainda por cima com a falta de batalhas épicas, que quando aparecem são meio encurtadas (já que são caras de se fazer né).
Excelente em todos os detalhes, mas que acabou onde prometia ter muito mais. Infelizmente nunca veremos uma adaptação do reinado de Calígula e Nero tão gratificante! Mas o que temos aqui, é maravilhoso!
Se séries como "Sopranos", "Breaking Bad" e "Mad Men" conseguiram trazer e mostrar uma qualidade cinematográfica à série televisivas, Game of Thrones é o atestamento disso. Nunca se imaginou vermos tamanho nível de qualidade técnica e artística no que pode ser considerada uma das melhores séries já feitas até hoje. Direção extravagante, fotografia belíssima e roteiro com uma estrutura inteligente que adapta a obra de George Martin com imensa lealdade.
Enquanto no livro temos uma narrativa explicativa e bem adulta, quase impossível de se adaptar, os criadores aqui montam tudo IDENTICO ao livro e ainda conseguindo criar uma estrutura de narrativa cinematográfica ágil, que consegue desenvolver suas diversas personagens com igualdade de importância e manter nós telespectadores grudados de episódio para episódio totalmente. E ainda criar o mesmo quadro quase contemplativo que Martin fez em sua obra original, adaptando a história que consegue transmitir temas de mentira, lealdade, honra e a incessante e violenta luta pelo poder absoluto. Tudo de forma adulta e estupidamente divertida.
Elogios mais ainda para o rico elenco que conquistam suas personagens com louvor. Atenção especial para Peter Dinklage como Tyrion Lannister. A melhor personagem do livro e a melhor personagem da série toda e uma performance simplesmente perfeita desse nanico carismático.
Simplesmente perfeita e só tendeu a melhorar nas próximas temporadas. Se você é fã de épicos medievais com um toque de fantasia estilo Senhor dos anéis com uma qualidade cinematográfica imensurável, Game of Thrones é a série perfeita pra você!
Disparada, a melhor temporada da série. Enquanto a terceira era uma cópia da segunda com Mexicanos e o resto da série foi enfraquecendo cada vez mais, aqui temos a natureza de Dexter liberta. Nunca a personagem teve tanta liberdade com seu extinto de assassino justiceiro. Dexter agora se sente um deus entre mortais, controlando sua vida de faixada (identidade secreta) com Rita e sua família e seu lado justiceiro errante. Claro, até que Dexter finalmente conhece Trinity, seu Darth Vader, seu igual ou até mesmo superior, a performance de John Lightgow é EXCELENTE como vilão carismático e louco. O seu season finale encaixou todas as peças das primeiras temporadas perfeitamente. Um final perfeito. Dexter viu o que de mal seus atos lhe trariam e agora a seu filho que teve o mesmo destino que ele teve quando pequeno e não pode evitar. Pena que a série ousou a avançar e a cair de qualidade até o final brochante que foi o da 8° temporada.
A segunda apenas continua no mesmo nível de qualidade que a primeira possuia. Direção, roteiro e performances só tendem a melhorar. E o desenvolvimento de personagem do Dexter só se aprofunda ainda mais. Se livrou do seu próprio sangue (seu irmão) e encontra um pingo de redenção após conhecer uma das melhores personagens que a série já teve que é Lyla, alguém que finalmente compreende e ama Dexter pelo que ele é (a primeira cena de sexo entre os dois é como dois iguais se colidindo), deixando a relação Shakesperiana que ele tem com Rita de lado. Outro season finale que afirma que ainda teremos muito com Dexter e a consequência de seus heróicos e psicóticos atos!
Não é de hoje que admiro o trabalho de Nolan. Entendo perfeitamente o quanto hypado ele é por trocentos adolescentes que se consideram manda chuvas do cinema e isso trouxe os haters. Mas isso é ignorar as qualidades de suas obras que são bem refletidas aqui, tanto as más quanto as boas.
Na trama encontramos a nossa presente terra em um estado "pós-apocalipitico" onde existe uma imensa crise de suplementos alimentares naturais e constantes mudanças climáticas secas. Até que Cooper (Matthew McConaughey) é designado junto com uma equipe da NASA para deixar o nosso sistema solar e procurar em outra galáxia outro planeta para se habitar.
Os fãs de Nolan estavam a espera de um "2001-Uma odisséia do espaço" do séc 21 desde que o diretor afirmou que o filme teria influência na obra-prima de Kubrick. Não e sim. O filme não é nenhum marco cinematográfico como "2001" e sim, Nolan se mostra um fã zero de Kubrick e enche seu filme de referências a "2001", tanto cenas como um simples toque na trilha sonora. Mas tirando isso, enquanto Kubrick explorou a evolução humana, Nolan aqui explora seu intelecto. Junto com uma aventura inter-galatica super intrigante do início ao fim, e que explora detalhe por detalhe a teoria mais exata que existe: a da relatividade.
Não é nenhuma surpresa que Nolan adora explorar temas tão complexos. Já tinha sido truques de ilusão em "O Grande Truque"; perda de memória recente em "Amnésia"; o mundo dos sonhos em "A Origem". Isso ressaltou ao longo da sua filmografia narrativas que se mostravam muito expositivas ao explorar seus temas. Aqui, o tema é tão complexo, até para os profissionais, que esse estilo de narrativa funciona aqui. Dando quase uma aula de astro-fisica melhor que num ensino secundário.
A narrativa também se destaca pois é a primeira vez que vemos Nolan ter calma nela. Seus filmes são conhecidos por uma edição super ágil em volta da narrativa e seu desenvolvimento (e isso tirou o brilho do último Batman). Mas aqui, Nolan e seu irmão Jonathan dosam muito bem a fluidez da narrativa e desenvolvem seus personagens de maneira perfeita durante todos os 169 minutos de filme. Até a parte complicada da ciência é interessante se o espectador manter sua atenção e raciocínio ligados todo o tempo. Tendo o tema da gravidade ser a única física exata capaz de controlar a linha temporal no espaço, Nolan a aproveita com louvor. Ao mesmo tempo dando uma energia de um filme de aventura espacial que de entretêm de verdade e ao mesmo tempo entrega uma história que demonstra o que o intelecto humano é capaz de fazer para sobreviver.
Sacrificar nossas vidas para sairmos e explorarmos terras desconhecidas como nossos antepassados fizeram é o que o futuro nos aguarda? E se sim, sacrificaremos o que acreditamos, sentimos e criamos com uma simples base exata de raciocínio lógico? Ou nossos sentimentos e valores humanos são maiores para nossa sobrevivência? Essas perguntas vêm através de suas personagens, mesmo de maneira um tanto melodramática mas sem perder seu lado intrigante. Outra coisa a se destacar é o quanto de coração Nolan conseguiu trazer para a história e suas personagens, lado este que ainda não havia revelado. A relação de pai e filha entre Cooper e sua filha Murphy é simplesmente emocionante do início ao fim.
Talvez o lado mais controvérsio do filme seja seu terceiro ato carregado. Já que perde muito de seu intelecto anterior e foca no drama da história. Pode funcionar para alguns e para outros não. Mas Nolan consegue construir e desenvolver as pontas até aí e ainda nos fazer refletir. E para fazer um filme com idéias tão grandes e avassaladoras é de se esperar um cenário épico. E isso merece total reconhecimento e aplausos. Nolan cria momentos e imagens de tirar o fôlego com sua direção mais uma vez firme e conscisa. Ainda contendo um dos melhores efeitos visuais e CGI já desenvolvidos em um filme. E ainda rola uma fotografia primorosa e outra formidável trilha sonora do mestre Hans Zimmer.
Todos no elenco luxuoso são aproveitados na história, cada um com seu momento. McConaughey ainda se encontra na safra de onde continuou com louvor desde sua vitória no Oscar. Ainda com uma soberba Anne Hathaway e uma charmosa Jessica Chastain. Mas pena que a personagem de Casey Affleck (filho de Cooper) é mal colocado na história.
No final, Interestellar é puro Nolan. Inteligente; intrigante; expositivo e ágil. Uma trama que nos dá diversas respostas mas que nos deixam a descobrir as perguntas. Dentro de um tema tão mega avassalador, encontramos uma mensagem de como podemos triunfar em nossa própria natureza e ainda vencer barreiras como um pai para os filhos. Belo e intrigante até dizer chega!
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraÉ sempre uma bênção quando David Fincher lança um novo filme. Desde os tempos áureos quando ele nos deu uma obra-prima como "Seven - Os sete crimes capitais", Fincher se provou um diretor que cria obras de extrema complexidade, tramas intrigantes e personagens cativantes. E vêm assim sendo em todos os seus excelentes filmes até hoje, e "Garota Exemplar" não é diferente, e sim um talvez um dos melhores filmes do diretor.
Evite o máximo possível spoilers ou informações sobre o livro fenomenal de Gillian Flynn e assista ao filme e se surpreenda com a experiência que Fincher propõe em seu filme. Mas claro, para os que já conhecem a história de Nick e Amh Dunne, assista a melhor adaptação desse "sumiço" súbito e a investigação interpessoal da sombria relação desse casal.
Thriller investigativo já é um gênero que Fincher explorou várias vezes de forma espetacular (Seven; Zodíaco; Millenium), mas aqui em "Garota Exemplar" o diretor dá um certo frescor novo ao gênero, elevando o nível de mistérios e reviravoltas na trama. Uma prova disso é o fato de manter todas as personagens do filme, inclusive a principal, suspeitas. É incrível como Nick (Ben Affleck), a personagem que deveríamos estar torcendo a favor, mostra ser um verdadeiro babaca. E Amy que no início conquista nossa total apatia, vai mostrando uma segunda camada.
Claro que isso se deve ao fabuloso livro de Gillian que assina o ótimo roteiro do filme, conseguindo misturar drama com um humor irônico (cara do Fincher), fazendo pequeníssimas mudanças aqui e ali (que me atrevo dizer, supera o livro). E a direção de Fincher, como sempre, fabulosa e detalhista, posicionando a câmera sempre da maneira certa, com um uso de sua fotografia acinzentada e um jogo de sombras que dá uma atmosfera pesada a história junto com um ritmo sempre ágil e coeso.
Onde vemos uma vertente verdadeira da vida matrimonial, que no início aparenta ser perfeito, e só tende a decrescer a um nível de baixarias e indiferenças. Mostrando a rivalidade opressora que o homem nutre pela mulher, retratado de forma bem realista e contida na trama.
Tirando sua primeira hora bem misteriosa e s ombria (os melhores momentos do filme) quando vêm a segunda hora se aproximando do fim temos o bom thriller Fincheriano, intrigante e até divertido. Mas que vem empacotado com uma forte e extremamente verdadeira crítica a mídia sensacionalista que tende a subverter a percepção que temos desses casos de crimes que vemos na televisão e julgamos abertamente. Percepção e julgamento este que também se reflete em nós com relação a ambos Nick e Amy. Apesar de suas falhas, no final do dia são seres humanos e nunca poderemos entender seus motivos, apenas refletir. E lhe garanto, esse filme vai te deixar pensando por um bom tempo!
Graças também a ambos Ben Affleck e Rosamund Pike. Não há discussão de níveis de atuação aqui. Ben faz o seu muito bem, dando dando carisma e humanidade a Nick e a sua babaquice machista. E ainda temos um elenco com performances mais que decentes desde Carrie Coon como Margot, a irmã consciente de Nick e Tyler Perry como Tanner Bolt, o advogado hilariante e sensato. Mas aqui o show é de Rosamund Pike como Amy Dune que assim como Marla Singer (Helena Boham Carter - "Clube de Luta"); Meg Altman (Jodie Foster - "Quarto do Pânico) e Lisbeth Salander (Rooney Mara - Millenium), é uma nova girl do Fincher com um tratamento cinematográfico de luxo.
Sombrio, absolutamente intrigante e cativante, "Garota Exemplar" é mais um golaço de Fincher que não vai sair da sua mente tão cedo graças aspectos técnicos e atuações exemplares.
Mad Max 2: A Caçada Continua
3.8 475 Assista AgoraApós o sucesso esmagador de "Mad Max" em 1979 na Austrália e de se tornar um cult no resto do mundo, diretor George Miller correu para iniciar a produção de sua continuação. E graças ao interesse da Warner Brothers em seu lançamento nos EUA e ajuda no orçamento, não só se tornou um dos filmes de maior sucesso da década de 80 como também um pequeno marco na história do cinema.
"A Caçada Continua", assim como "Star Wars - O Império contra-ataca" da mesma época, é uma das raras continuações a manter e talvez superar o nível de qualidade do primeiro filme. "Mad Max" é um excelente filme, mas Miller só viria fincar o nome da franquia aqui. Enquanto o primeiro filme era um excitante thriller de vingança, aqui temos uma espécie de velho-oeste apocalíptico absolutamente bizarro. De onde veio essa mudança radical? As respostas e agradecimentos se devem ao senhor George Miller e o seu gênio criativo.
E põe gênio nisso. Logo no brilhante primeiro ato do filme temos a demonstração de como a corrida econômica a indústria petrolífera elevou os conflitos entre as nações mundiais, e assim lentamente o nosso mundo foi acabando. Fazendo também o estabelecimento de como estava o mundo no primeiro filme em direção a este, um enorme deserto árido com homens lunáticos vagando e lutando pela sobrevivência, e o mais louco de todos - Max (Mel Gibson). Agora dirigindo o último V8 do mundo junto de seu parceiro canino, caçando por gasolina, munição e comida de cachorro para poder sobreviver. Até que ele se encontra no meio de uma disputa por gasolina entre um grupo de humanos "normais" (no mínimo sensatos) e um exército de psicopatas liderados por Lord Humungus (Kjell Nilsson).
Logo após estabelecer esse mundo apocalíptico de forma perfeita e além do mais credível, Miller estrutura o restante do filme como um bom Western, sem nunca perder a sua marca bizarra. O conflito entre o clã de Humungus pela gasolina do grupo de humanos "sensatos" lembra claramente os apaches cercando um forte da cavalaria americana. Os selvagens inóspitos contra os "superiores", o que resta de bom e melhor da humanidade (não é a toa que eles usam branco). E Max é o homem sem nome, com um passado nebuloso e que luta pelo o que resta de sua moralidade. Luta essa q será travada nas ruas!
Miller tinha apresentado sua incrível técnica de ação no primeiro filme mas ela só se consolidou como revolucionária aqui. Carros são destraçados; corpos esmagados; dublês voam na frente da câmera. Nada de cortes frenéticos ou câmera tremida de hoje em dia, planos abertos e edição perfeita são usadas com louvor. Prova maior disso é a clássica perseguição final do filme. Ninguém, mocinho ou vilão são poupados da brutalidade. 13 minutos de pura brutalidade onde Miller prestou homenagem a cena de perseguição do clássico de John Ford, "No tempo das diligências".
Se bem que nada é perfeito aqui. Os personagens secundários não são bem desenvolvidos. Parecem mais adereços do que pessoas que Max está se sacrificando pra ajudar. O fundo emocional não é forte quanto no primeiro filme. Mas isso compensa-se pois aqui o show pertence a Max. O sobrevivente de poucas palavras que sempre está no controle da situação e Mel Gibson cumpre seu papel com alto carisma dando excelentes nuances de doido contido.
"Mad Max: A Caçada Continua" graças a criatividade de Miller e de seu ótimo talento detrás da câmera entregando ação extravagante e marcante e um subtexto sutil e inteligente é sim um pequeno marco no cinema que cravou o nome Mad Max e seu mundo apocalíptico bizarro para sempre.
Mad Max
3.6 723 Assista AgoraImaginem só num ano onde o cinema blockbuster era inventado nos EUA com a estréia de "Tubarão" de Spielberg e "Star Wars" de George Lucas, o jovem diretor George Miller num canto remoto do deserto Australiano fazia um pequeno mas potente sucesso chamado "Mad Max".
Hoje em dia quando se menciona tal nome pode vir logo a cabeça a imagem de um jovem Mel Gibson com um casaco que lembra uma armadura ao lado de um carro V8. Mas isso é "Mad Max - A Caçada Continua", um dos melhores filmes de ação já feitos e que inspirou vários outros filmes. Mas o sucesso de "Mad Max" não viria sem que Miller tivesse iniciado a franquia com um bang que foi este filme.
Diferente dos filmes que o sucederam que têm um palco de futuro apocalíptico com toques bizarros, aqui temos um simples filme de vingança com um grande grau de complexidade e potência técnica.
Na trama encontramos Max (Mel Gibson) um policial de boa índole, pai de família que busca fazer justiça na melhor forma (não, isso não é Robocop). Tarefa esta que parece impossível nesse estranho lugar onde motoqueiros psicopatas liderados pelo insano Toecutter (Hugh Keays-Byrne) plantam o caos nas ruas.
Desde o início do filme, Miller já nos dá a idéia de que algo não está exatamente certo. Na base, o filme parece se passar no nosso mundo normal com policiais caçando criminosos e pessoas vivendo suas vidas normais. Mas que estranho lugar é esse onde nem sequer é mencionado o nome e na maior parte é só uma grande auto-estrada com descampado em volta onde só há 5 policiais para tomar conta de tudo. Orçamento limitado? Talvez, mas sabendo o que viria nos filmes seguintes dá pra ver que Miller sabia o que estava fazendo.
Tanto sabia que logo nos primeiros dez minutos já somos banhados com uma perseguição de carro excitante com um excelente jogo de câmera dando uma sensação perfeita de perigo e suspense. Ainda mais com nós vendo carros sendo cortados ao meio e dublês sendo arremesados violentamente. Brutalidade essa que só seria superada em "A Caçada Continua". Mas mais do que um prelúdio de uma técnica de ação soberba, que põe qualquer "Velozes e Furiosos" no chinelo, que seria superada na continuação. "Mad Max" é sim um interessante estudo de personalidade.
No início temos Max Rocktansky, um policial honesto em busca de justiça e da proteção de sua família. Mas o mundo a sua volta e os psicóticos que o habitam não o permitem. Ele dirige agora uma estrada de loucura e insanidade para poder sobreviver. O Max se tornando "Mad".
Mel Gibson bem antes de se tornar um astro, já mostrava seu altíssimo carisma e nos dá um Max completamente humano, mas também com um ar de louco. E ainda contamos com outros carismáticas como Hugh Keays-Byrne interpretando o psicopata bem expressivo Toecutter e Steve Bisley como Jim Goose, o parceiro do crime de Max.
"Mad Max" é um simples, excitante e intrigante thriller de vingança, onde vemos um homem descendo à loucura graças ao mundo a sua volta. Um belo de um começo de uma franquia a se tornar clássica.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraJá se faz 30 anos desde que o deserto apocalíptico da franquias Mad Max toca o solo cinematográfico. Após ter feito uma ótima trilogia que contava com o batuta filme de vingança e descida a loucura "Mad Max"; o insano velho-oeste apocalíptico "Mad Max: A Caçada Continua"; e o descunjutado mas divertido "Mad Max: Além da cúpula do trovão, diretor George Miller já planejava entregar mais um filme a franquia. E depois de anos com problemas de produção; dois filmes do "Babie o porquinho" e "Happy Feet" e meses de filmagens problemáticas finalmente o recebemos. É de se tirar o chapéu em respeito ao diretor, no mundo que vivemos onde remakes podres são feitos, George Miller não deixou que ninguém tocasse na sua obra de arte que ele criou 30 anos atrás, e mesmo após essa demora e dificuldade nas filmagens, recebemos talvez o melhor filme da franquia.
Todo o hype das críticas, do público e até de Cannes não foram por nada. "Estrada da Fúria" cumpre sim as expectativas e alcança as lacunas de qualidade insana que a franquia nunca havia recebido antes. É o "Mad Max" que sempre deveria ter sido feito. Que respeita o legado deixado pela trilogia original que inspirou tantos filmes de ação e futuros apocalípticos até hoje. E Miller consegue trazer os melhores elementos dos três filmes (Sim, três filmes) anteriores e junta-los aqui com quase perfeição: O inteligente e louco estudo de personalidades do primeiro "Mad Max"; as cenas de ação insanas e personagens extrovertidos de "A Caçada Continua"; o elo dramático e o subtexto do destino da humanidade de "Além da cúpula do trovão". Tudo junto e misturado no perfeito formato Mad Max - louco.
Do início ao fim de suas ágeis 2 horas, o filme é um festim da criatividade soberba de Miller, que recria mais uma vez o mundo de Max de forma bizarra e bem credível, com paisagens épicas do deserto apocalíptico e os seus bizarros moradores que vivem a base de sangue e leite materno e formam exércitos automobilísticos que lideram à algumas das mais iradas cenas de ação já feitas.
Ah sim... a ação. Como eu disse, é o festim de Miller, que aos seus 70 anos move sua câmera como um jovem diretor ambicioso e visionário. Corpos de dublês são arremesados constantemente e carros explodem na frente da câmera, sem nenhum artifício vergonhoso de câmera tremida ou cortes frenéticos. Ângulos abertos e a câmera firme se mantém presentes e entregam a ação feita à moda antiga com a melhor receita possível.
Mas Mad Max nunca foi só excelente ação com incrível trabalho de dublês. Miller sempre conseguiu trazer complexidade à suas personagens e um subtexto ao mundo a sua volta. De um lado temos a rouba cenas Furiosa (Charlize Theron), uma guerreira resultado de anos submissa aos homens e busca pela sua liberdade e a de suas irmãs-mulheres, as noivas do tenebroso Imortan Joe (Hugh Keays-Byrn que também fez o vilão Toecutter no primeiro Mad Max). Que são um semblante igual ao das crianças em "Além da cúpula do trovão", do belo e do puro ainda existente num mundo onde homens insanos comandam. E no meio de tudo temos Max, o lunático contido com um passado sombrio em busca de uma forma de redenção.
Miller captura essa densidade através da ótima construção da narrativa e da fotografia exuberante de John Seale fazendo um verdadeiro deleite visual.
Tom Hardy está ótimo. O carisma do ator marca sua presença e ele consegue fazer/imitar as nuances psicóticas do Max de Mel Gibson (mas não melhor). Nicholas Hoult também se destaca trazendo humanidade ao psicótico mutante Nux e sua já clássica frase "what a lovely day". Mas o show é de Charlize Theron que por muito pouco não rouba o posto de personagem principal graças ao nível de drama e força que consegue trazer a Furiosa. Sua melhor performance desde "Monster".
"Estrada da Fúria" no final só falha em construir um filme de forma tão impecável e deixar o público insaciável querendo muito mais. É uma ópera do caos e loucura que revive o espírito da franquia Mad Max de volta a vida com louvor, ainda empacotado com coração e complexidade. Graças ao gênio criativo de George Miller que numa era cheia de blockbusters formulaicos, "Mad Max" põe todos no bolso e se prova ser uma franquia a continuar viva!
As Branquelas
3.7 3,0K Assista AgoraOk. É difícil demais dar uma nota. A verdade é esta:
Original: 0, 5 Um dos piores e mais sem graça filmes já feitos.
Versão Brasileira: 5, 0 Obra-prima. Uma comédia descontraída subliminamente bem roteirizada que nos faz rir a cada 5 segundos.
Caminhos da Floresta
2.9 1,7K Assista AgoraParece que a Disney está se redimindo aos poucos. De um lado está vindo ótimas animações como "Enrolados", "Frozen" e "Big Hero 6" e do outro uma ótima biografia como "Walt-Nos bastidores de Mary Popins". E agora volta depois de anos a fazer um longa musical, criativo e tocante, mesmo sendo bagunçado.
Baseado num musical da Broodway com o mesmo nome de James Lapine (que também assina o roteiro do filme), o filme adapta 4 famosos contos da fantasia (Rapunzel, Chapéuzinho vermelho, João e o pé de feijão e Cinderela) num crossover fabuloso e divertido com as 4 histórias que já conhecemos de cor acontecem simultaneamente e também a consequência de tal acontecer.
Sendo baseado em uma peça, o filme possui sim uma estrutura muito familiar. Cada cena que passa parece que as cortinas se fecharam e abriram rapidamente na nossa frente. E melhor quando o público percebe e aceita esse fato, melhor será o entretenimento ap assistir. Tal ocorre num ritmo bem coeso e que consegue adicionar um ótimo toque de humor super divertido e um forte nível emocional que atinge nos momentos certos, e depois no seu terceiro ato uma reviravolta mirabolante com um toque bem sombrio.
Contando com o fato do público já saber de cor as 4 histórias, o filme não perde tempo numa construção dramática e vai direto ao ponto no que pretende a juntar as histórias ao mesmo tempo. E é divertido ver as histórias se encontrarem e a definir consequências umas nas outras. Pena que o arco da Rapunzel é muito pouco aproveitado e fica mais parecendo uma piada no meio da trama. Mas a história se safa bem tratando dos temas usiais como responsabilidade, amor e se auto redimir de forma bastante tocante e ainda sendo contada através de um set de músicas originais gigantesco, aí entra o diretor mao meno Rob Marshall.
Já estava na hora do diretor se redimir depois de filmes tão fracotes como "Nine"e o quarto Piratas do Caribe. E agora ele volta ao mundo da Disney e traz seus dons de fazer um bom musical como "Chicago" de volta ao telão. A câmera captura o ritmo teatral de forma sólida ainda contando com uma ótima fotografia. Mas aqui é um vaivém no quesito musical, metade das músicas são excelentes, cativantes e contam a história de forma soberba. A outra metade são músicas que se alongam demais quase tiram o teor de entretenimento fora ficando quase enfadonho. Mas o brilho do filme está na sua história e no seu elenco estelar.
Desde Meryl Streep como uma inesquecível e carismática bruxa, ainda temos uma luxuosa Cinderela com Anna Kendrick; o lobo mal usual com Johnny Depp; e James Corden e Emily Blunt como o casal de padeiros (sem história conhecida por mim) que provam ser o coração e a alma do filme inteiro. Todos com excelentes talentos musicais!
"Caminhos da Floresta" mesmo com suas pequenas resalvas, é um musical inteligente, divertido e emocionante. Não um filme para todos, mas que irá cativar quem olhar o filme da maneira certa.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraSe Darren Aronofsky mostrou que alcançar a perfeição é enfrentarmos o nosso lado obscuro na obra-prima "Cisne Negro", o estreante Damien Chazelle demonstra que precisamos de um impulso extremo de um mentor extremo, especificamente o senhor Jonas Jameson careca com uma personalidade diabólica!
Já vimos essa história antes. O menino sonhador que quer ser o melhor em algo e realizar seu sonho. Mas nunca num formato desse. Chazelle cria uma estrutura ao mesmo tempo realista com suas personagens e adiciona um ritmo ágil e conciso na história e suas personagens. A narrativa amarrada vai direto ao ponto, sem se render a maneirismos dramáticos. E trata o tema com coração e realidade. É quase impossível não se relacionar com Andrew (Miles Teller) logo de cara graças a seu carisma e timidez que o ator entrega de forma super natural, e esse tratamento do tema vem do ótimo roteiro e de sua ótima performance. A nossa forma de querer se expressar verbalmente se obstrui com a ignorância a nossa volta e a maneira que encontramos de nos expressar através de um meio artístico, e nesse caso a música.
Mas para tudo se intensificar numa boa história de superação que tal adicionar uma personalidade completamente estrema de Fletcher (J.K. Simons) que leva Andrew ao limite de auto-destruição física e psicológica para alcançar a perfeição. Pode-se dizer que os métodos de Fletcher são discutíveis, mas a narrativa também permite o público a sentir empatia pelo professor que demonstra pingos de sua alma no decorrer do filme através de boas diálogos e interessantes toques de humor.
E o que poderia ser um drama pesado, se transforma numa jornada MUITO tensa e energéticas. Nem um filme de ação recente conseguiu puxar tal nível de tensão como o filme de Chazelle consegue extrair com tanta ferocidade e humanidade. Todos os vaivéms entre Fletcher e Andrew são claustrofóbicos e intensos graças às soberbas performances de Simons e Teller e a direção estremamente detalhista de Chazelle.
Um pingo na orelha, um curativo se abrindo, um sopro no saxofone. Quase nada escapa a câmera frenética do diretor. Que entrega um trabalho espetacular de edição com uma fotografia sombria e quente. Ainda contando com uma excelente trilha sonora cheia de um energético Jazz. E tudo junto e misturado num inesquecível 10 minutos finais com um final mais do que perfeito.
"Whiplash" é o Cisne Negro masculino (claro que não no mesmo nível) com humanidade. Uma história usual de perseverança e força de vontade entregue com um nível detalhista e energético jamais imaginado. Maravilhoso e inesquecível!
Universidade Monstros
3.9 1,8K Assista AgoraDepois do divertido "Carros 2" o fraco "Brave" e o lixoso "Aviões", a Pixar parece que pegou fama de estar enfraquecendo. Deslizes podem acontecer não? E infelizmente "Universidade Monstros" vem sido criticado como um merchandising de ganhar dinheiro da Pixar com continuações. Sendo que é uma prequela e um ÓTIMO filme.
Longe de ser tão poético quanto o original do grande Pete Docter (que também fez "Up, Altas aventuras"), "Universidade Monstros" foi outra boa sacada da Pixar para entrar em algum determinado mundo ou tema, e nesse caso o mundo escolar. Pegando claro os clichés usuais de bullyng e SÓ, diretor Dan Scalon faz um bom trabalho em levantar temas sobre o esforço para nos tornarmos o melhor em algo sem esquecer nossas amizades. Sem perder o excelente humor que foi marca do filme original graças a excelente atuação vocal de ambos Billy Cristal e John Goodman como a inesquecível dupla Mike Wazowski e Sullivan, mantendo também a excelente química cômica.
E ainda consegue adicionar personagens novas sem nenhum problema, e liderar a história para o que vai ser "Montros S.A" depois com louvor
A animação, sem nada a comentar, tão realista como sempre foi. E a história bem simples já consegue tocar no coração de cada um dos fãs e dos novos também. Não um dos melhores da Pixar, mas longe de ser um dos fracos, graças ao excelente elenco e a história fofinha.
Sem Escalas
3.5 902 Assista AgoraO filme começa muito bem. Mantendo um bom nível de tensão e mistério de forma coerente e divertida. Claro que no final o filme se explode com a ação grandiosa e vilões fraquinhos. Mas no final é um bom passatempo, se "Busca Implacável" ensinou algo é que Liam Neeson sabe ser um badass.
O Hobbit: A Desolação de Smaug
4.0 2,5K Assista AgoraDepois da boa mas arrastada introdução que Peter Jackson deu na sua trilogia do Hobbit, recebemos com "A Desolação de Smaug" não só um segundo filme MUITO superior ao primeiro, mas talvez o melhor filme da trilogia.
Desde o começo, o filme se inicia com nossa trupe de anões mais Hobbit e Feiticeiro correndo pelas suas vidas. O ritmo ágil de "Duas Torres" se apresenta com força aqui, tendo seu início exatamente onde o primeiro filme terminou. Jackson não gasta tempo demais em um só lugar e locomove a narrativa de maneira coesa com as personagens e a adaptação dos capítulos do pequeno livro. Introduzindo ainda personagens que nem sequer existem no livro como a elfa Tauriel (Evangeline Lilly) e Legolas (Orlando Bloom) que só aparece na Batalha dos 5 Exércitos no final do livro, mas que por acaso funcionam. Suas personagens são divertidas sendo lutadores excepcionais e os fãs podem ver mais da personalidade de Legolas que nunca vimos que na Trilogia do Anel. E vemos Bilbo se penetrando mais ainda com o misterioso anel que recebe o devido cuidado de não roubar a atenção do filme.
A primeira hora do filme é soberba. A narrativa flui bem, temos uma perseguição no rio excitante. Até a pequena subtrama com Gandalf funciona, criando uma ponte para a trilogia do Anel. Mas se descarrilha um pouco quando nossos heróis chegam a Cidade do Lago. Inventando uma subtrama estúpida de corrupção dentro da cidade com seu governador (Stephen Fry) e seu irritante assistente Alfrid (Ryan Gage) que fica se parecendo com um Jar Jar Binks da terra média. Tirando isso, o filme volta com tudo quando seu protagonista aparece em cena. Smaug o dragão.
A voz de Benedict Cumberbatch dá uma forte personalidade para o gigantesco dragão que rouba a cena totalmente. A direção é competente o suficiente para mostrar o tamanho da besta e a escala do perigo que os anões e o pequeno Hobbit vão enfrentar. Enquanto os efeitos visuais ainda dão um ar cartonesco para os Orcs, aqui eles criam talvez o melhor dragão que o cinema já teve.
Mesmo tendo suas pequenas ressalvas como o primeiro filme, "A Desolação de Smaug" faz lembrar em seus melhores momentos por que Peter Jackson é o cara perfeito para adaptar o mundo da terra média. Temos um filme coeso, divertido e excitante que entrega toda a magia Tolkiana que amamos e deixa o espectador ansioso pra mais com seu final de cortar o cérebro ao meio.
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
4.1 4,7K Assista AgoraNão é mentira pra ninguém que era um sonho e desejo absoluto de que a Terra Média pudesse voltar a abrir as portas novamente no cinema. E quando essa chance apareceu, Peter Jackson retorna com uma adaptação alongada do primeiro livro de Tolkien: O Hobbit.. O mínimo que poderiam fazer era trazer a mesma equipe que fez a obra-prima que foi a trilogia do Senhor dos anéis.
Uma das principais críticas que o filme recebeu e ainda recebe é o fato de ser totalmente arrastado. Isso é o inevitável, o que poderia ter sido um filme só, se tornou uma trilogia de quase 9 horas de duração. Infelizmente o dinheiro falou mais alto. Mas tem seus prós e contras. Sim, o roteiro se alonga demais num ritmo quase preguiçoso. Tudo, absolutamente TUDO do livro acontece no filme, falas e acontecimentos se sucedem linearmente com o ritmo do livro, mas tudo MUITO alongado. Enquanto com Senhor dos Anéis, Jackson e sua equipe de roteiristas (Phillipa e Fran Walsh) tinham uma carga enorme de conteúdo para ser adaptado, aqui eles não tem quase nada. E vão adicionando personagens novas e que já conhecemos aqui e ali, ao mesmo tempo dando um fan-service e inventando subtramas, algumas interessantes mas outras não (e só veio a se repetir nos próximos dois superiores filmes).
Outro ponto com salvas e ressalvas é o visual do filme. Em termos de direção, Jackson não perde a mão. Sabe usar a câmera de forma inteligente nos diálogos e na ação, tanto quanto melhor ele fez na trilogia do Anel. E a Nova Zelândia ainda continua sendo um cenário esplêndido para a Terra Média. Mas eu pergunto POR QUE o uso exagerado de CGI??? Jackson os usou de forma tão revolucionária e inteligente ns trilogia do anel, aqui é uma extrapolação aatrás da outra. Chega a um ponto onde os vilões que eram tão ameaçadores na trilogia original, e aqui parecem efeitos de computador de videogame.
Sem mencionar os cansativos 45 minutos iniciais do filme se passando no condado, só para depois entregar a aventura que os fãs queriam. E quando esta aparece, faz tudo valer a pena. É a mão de Jackson e o seu amor infinito pela obra de Tolkien. Conseguindo ainda recriar momentos memoráveis do livro no filme com louvor, como a batalha com os três Orcs famintos; a canção dos anões sobre a montanha solitária; a fuga da caverna dos orcs e o intenso diálogo de charadas entre Bilbo e o inesquecível Smeagol/Gollum.
E os atores, sem comentários. Todos voltam para seus papéis com pura mágica. Ian McKellen encorpando Gandalf o Cinzento, o melhor feiticeiro do cinema mais uma vez. E Andy Serkis ainda com a manha toda como a inesquecível criatura roca e perigosa. Sem falar de Hugo Heaving, Cate Blanchett e Christopher Lee como sempre fantásticos. Até os 13 atores como anões são bem colocados, mas infelizmente mal aproveitados na trama. Só se sobressai totalmente é Richard Armitage como Thorin Escudo de Carvalho, impondo presença apesar do tamanho de sua personagem anão. E a jóia do filme (não, não é o anel), Martin Freeman como jovem Bilbo Bolseiro...SIMPLESMENTE PERFEITO. Conquista a afeição do público instantaneamente com carisma e emoções verdadeiras.
Um início cambaleandor para a trilogia, mas que ainda se salva com um elenco estelar e momentos memoráveis. Que só tendeu a melhorar nos próximos dois filmes, mas que não provaram ainda o motivo de um alongamento tão grande. Mas tudo vale para podermos embarcar mais uma vez nesse rico e mágico mundo.
Avatar
3.6 4,5K Assista AgoraA história de "Avatar" é o óbvio do óbvio no que tem haver cinematograficamente. Afinal já vimos a mesma história em "Pocahontas", "Dança com Lobos" e "O Último Samurai". Mas quando te,os James Cameron tomando conta da direção o cenário da situação é outro. Cameron pega a história totalmente cliché e a eleva numa escala épica que só o cinema pode dar: uma jornada do herói em busca da liberdade e amor próprio que por acaso é bem desenvolvido na narrativa bem construida; uma crítica indireta sobre o desmatamento e a destruição da natureza que nos criou; um mundo inteiro que é Pandora, que pode muito bem entrar na lista com Terra Média e Matrix. E claro, efeitos visuais deslumbrantes, uma verdadeira evolução nessa categoria artística que monta esse mundo que nos faz mesmo crer que existe. Esperar mais do que isso é o convite para entrar na área dos que aclamam que "Avatar" é um dos piores filmes já feitos. Tentem o ver como o entretenimento que só Cameron pode dar brilhantemente. Ignorem a história e apreciem o espetáculo por detrás e acima de tudo, se divirtam!
Prenda-me Se For Capaz
4.2 1,6K Assista AgoraMais uma vez mestre Spilba se arrisca em outro gênero diferente de tudo que já fez e faz um pequeno clássico do cinema e do gênero Thriller. O filme possui uma energia eletrizante que cativa o público a assistir a jornada criminosa e rebelde fe Frank Abgnale (Leo DiCaprio) e a perseguição incessante do agente do FBI Carl Hanraty (Tom Hanks) na sua cola. Toda essa energia estupidamente divertida vem da mão firme de Spielberg com o uso inteligente de ângulos de câmera com planos longos e cortes rápidos, sempre deixando a soberba narrativa fluir de modo ágil e primoroso. Elevado por outro gracioso lado emocional que só Spielberg consegue entregar a uma ótima história que faz uma alusão interessante sobre os jovens quererem sair de casa e montar suas vidas profissionais realizando seus sonho, mesmo que falsificar cheques não seja um dos melhores caminhos. E atores estupendos como DiCaprio e Hanks conseguindo encarnanar com perfeição e leveza suas personagens (o próprio Abgnale disse que DiCaprio o lembrou totalmente), e ainda soberbos Christopher Walken e Amy Adams. O filme talvez só se prejudique por não ter dado mais tempo no desenvolvimento de Frank ns parte final já que de uma hora pra outra está ele de fugitivo e depois ajudando o FBI com cheques falsos, mas tudo isso é pequeno tendo em conta o quanto cativante é esse filme. Com certeza um dos melhores do diretor!
Ted
3.1 3,4K Assista AgoraÉ impressionante ver Seth MacFarlane conseguir trazer o estilo humorístico de Família da Pesada e faze-la fucionar nas telonas com um Ursinho de Pelúcia falante e safado. A narrativa é bem amarrada e entrega diálogos até interessantes e realistas entre as personagens, fazendo todas relevantes mesmo com o urso que rouba a cena. Mark Wahlberg mostra seu lado humorístico sem exageros e as cenas entre ele e Ted são a alma do filme. Já que apesar do humor até "ofensivo", a história traz um tema de nós aprendermos a crescer com a nossa infância lado a lado conosco, o mesmo caso entre Ted e John.
Estupidamente hilariante com um humor cheio de palavrões e referências, e uma história cativante. "Ted" é uma comédia moderna original e funcional cheio de coração. Que infelizmente só falha quando cai no cliché de comédias usuais na sua parte final, mas que nunca deixa de nos divertir até lá!
Kick-Ass: Quebrando Tudo
3.9 2,8K Assista AgoraAdaptar um quadrinho de ssucesso enquanto ainda está em lançamento foi o desafio de Matthew Vaugh aqui, e ele mais uma vez não desapontou. "Kick Ass" não é só uma adaptação fiel ao espírito extrovertido, violento e humor negro do seu material original, mas também é uma sátira de todo o gênero de super heróis.
O roteiro de Jane Goldman e Vaugh consegue explorar em sua narrativa as várias facetas e clichés de filmes de super heróis tirando sarro e os tratando com realidade (quase o mesmo que Mark Millar fez em seu quadrinho). Os diálogos rápidos e fluidos incorporam esse espírito satírico e engraçado sempre pegando nos clichés e nos fazendo até mesmo refletir (sendo seu público nerd ou não).
E ainda entrega uma direção super estilosa, com edição rápida e fluente nas cenas de ação e uma fotografia colorida saturada que realça as cores de sangue e uniformes dos heróis, entregando sequências totalmente memoráveis
como o resgate de Big Daddy e Kick Ass por Hit Girl pulando e matando gangsters em meio de tiros e fogo.
Dave/Kick Ass (Aaron Taylor Johnson) é uma amálgama de Homem Aranha com roupa de mergulho verde. O nerd fracote querendo fazer a diferença (levando muita porrada e facadas até alcançar seu heroísmo). Até encontrar outros vigilantes como Big Daddy (Nicolas Gage) uma espécie de Batman que mata todos os bandidos que vê pela frente e a inesquecível Mindy/Hit Girl) uma Robin estilo Rambo. Todos surpreendendo com excelentes personagens, lutando contra um vilão carismático de Frank D'Mico (Mark Strong).
Mas o mais impressionante, é o quanto de drama e coração que Vaugh impõe na história e nas suas personagens em meio de todo o humor negro. Nós sentimos pelas personagens de verdade quando estão em perigo de morte, já que estamos perante vigilantes verdadeiros no mundo real. E Vaugh ainda traz temas de justiça com as próprias mãos e a ignorância a maldade que nossa sociedade moderna tem hoje. O medo de poder fazer a diferença por covardia e dúvidas, mas que basta termos uma fonte de inspiração para tal acontecer que são os super-herois que lemos nos quadrinhos.
"Kick-Ass" é sem sombra de dúvidas não só uma das melhores adaptações de quadrinhos que já teve, mas também um dos melhores filmes do gênero de super heróis. Com um tratamento excelente na sua história com a devida lealdade ao seu material e um forte ararco dramático com suas carismáticas personagens.
Piratas do Caribe: No Fim do Mundo
3.8 962 Assista AgoraNo grau de diversão e entretenimento, "No fim do mundo" respeita seus antecessores e entrega a aventura e a ação que o público demanda. Mas infelizmente o diretor Gore Verbinski e seus diretores cometem o mesmo erro que "Baú da Morte" teve, encher a história com subtramas que tomam a narrativa mais do que espaço das personagens e seu desenvolvimento. Alguns momentos de diálogos se safam por causa do elenco carismático mas mesmo assim, quase 3 horas de filmes com diversas situações sendo explicadas de novo e de novo. Mas o filme se safa, é divertido em seus momentos empolgantes como a fuga em Singapura ou a batalha final, e entrega um final digno para as personagens e para o que deveria ter sido uma trilogia (até que veio aquele 4° filme desgastante).
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraRealmente nós vivemos numa época em que a televisão vêm provado ser um meio de arte audiovisual. "Breaking Bad", "Game of Thrones", "Mad Men", "Os Sopranos" e agora True Crimes atesta isso mais uma vez. Pela primeira vez vemos uma série tendo TOTAL tratamento filmistico, não só por termos duas estrelas como Matthew McConaughey e Woody Harrelson mas também manter uma estrutura de um só diretor e roteirista para todos os episódios. E sem contar o fato de que Cary Fukanaga filmou a série toda em filme 35mm, nada de digital.
Podemos admitir totalmente (quase) que True Detectives parece um filme de 8 horas e meia. Os intervalos de episódio para episódio parecem um simples corte de cena. Créditos esses vão para a imensa qualidade de roteiro que investe totalmente na complexidade de suas personagens e dos inevitáveis clichés de sua trama. Serial Killer satânico não é nada de novo, mas é inegável admitir o quanto a série prende nossa atenção construindo a rede de crimes de forma inteligente e com uma enorme escala que vai desde religião, drogas, corrupção e pedofilia.
Mas além de tratar seu tema criminoso batido com louvor, recebemos um estudo de personagem extremamente intrigante. Ambos Rust Cohle (McConaughey) e Martin Hart (Harrelson) parceiros da justiça que não suportam estar um perto do outro. Ambos personagens totalmente complexas, enquanto Martin é o homem de família aparentemente normal que tende a trair a mulher, Rust é quase um filósofo nilista e existencialista anti-social. As discussões rancorosas de ambos acabam sendo que um dos grandes trunfos da história com uma narrativa inteligente e brilhantemente montada. Nenhum dos dois é santo e seus orgulhos e feitos afetam a relação de ambos e de todos a sua volta e do próprio desenvolvimento do crime que se estende por quase 10 anos sem ser resolvido. Onde a todo o tempo põe temáticas de ética e moral perante nós mesmos e nossas famílias em causa com louvor.
E nada disso seria capaz sem performances PERFEITAS de ambas estrelas e de todo o elenco secundário. Especialmente o antagonista assustador revelado só no último episódio que rouba a cena totalmente e põe a vida de ambos parceiros no mais alto risco.
Elogiar o brilhante roteiro e as perfeita performances é pouco se não mencionar o intenso e excelente trabalho que diretor Cary Fukanaga teve dirigindo seu filme. A câmera consegue transmitir tantos graus simbólicos da degradante terra americana em que a investigação toma lugar. Os pântanos e neblinas só tendem a mostrar que o mal e a escuridão está por toda a parte, e o sol nublado é a única luz que nos guia. Trabalho de fotografia e edição magníficas.
Sem sombras de dúvidas que True Detectives marcou com sua enorme qualidade filmistica que começou e terminou sua história com perfeição. O último e simples diálogo entre Rust e Martin é a primeira vez que a série demonstrou seu forte lado emocional e entrega um final compensador às suas personagens e a sua estranha amizade. E que venha a segunda temporada com novos personagens e novas histórias para contar. O único desafio vai ser superar algo que já está PERFEITO!
Como Eu Conheci Sua Mãe (9ª Temporada)
4.1 1,3K Assista AgoraOk vai, a série inteira copiou a fórmula de "Friends", mas é inegável dizer o quanto a série te prende com uma dose de humor de fazer mijar de rir, ainda mantendo o roteiro competente e carregar um elenco totalmente carismático. Extremamente divertida do início ao fim e nos manteve presos com os personagens emocionalmente e sua trama intrigante que TEVE SIM uma conclusão satisfatória!
Irmãos de Guerra
4.7 619 Assista AgoraPra quem nunca imaginou ver o nível artístico, realista e brutal da obra-prima cinematográfica "O Resgate do Soldado Ryan" numa escala maior e épica, aqui está Band of Brothers. Talvez a melhor retratação já feita da tomada Americana da Normandia até o território alemão durante a Segunda Grande Guerra. Mantendo um alto e rico nível de narrativa; direção e um elenco imenso cheio de talentos. Uma das melhores séries que tive o prazer de assistir!
Roma (1ª Temporada)
4.5 147 Assista AgoraUma das coisas mais bestas que eu já vi foi o cancelamento dessa EXCELENTE série por ter um orçamento muito caro. Já que críticas positivas e alta audiência não eram o que faltava. Mas infelizmente teremos que nos contestar com duas temporadas excelentes que funcionam como uma só. Fazendo um quadro perfeito e historicamente leal à um dos maiores impérios que o homem já teve e a cidade que era seu coração.
Criar a história de dois soldados amigos e suas vidas durante a República de César e o início imperialista de Octavius é uma jogada esperta de manter uma linha de entretenimento e interesse total a história. Kevin McKidd e Ray Stevenson dão tanto carisma as suas personagens Lucius Vorenos e Titus Pullos que é inigualável nosso carinho por ambos. E ainda tratar o tema com extrema realidade gráfica (violência e putaria rolando solta não é o que falta aqui) e dão uma figura de uma sociedade tão poderosa em força mas degradante em espírito que tomou conta do mundo durante séculos.
E ao mesmo tempo quase crítica a corrupção política de nossos governos modernos. O jogo e intrigas políticas junto com os dramas familiares são tão bem amarrados na narrativa e detalhados incansavelmente (podendo alcançar alguns fracos de espírito). Ainda por cima com a falta de batalhas épicas, que quando aparecem são meio encurtadas (já que são caras de se fazer né).
Excelente em todos os detalhes, mas que acabou onde prometia ter muito mais. Infelizmente nunca veremos uma adaptação do reinado de Calígula e Nero tão gratificante! Mas o que temos aqui, é maravilhoso!
Game of Thrones (1ª Temporada)
4.6 2,3K Assista AgoraSe séries como "Sopranos", "Breaking Bad" e "Mad Men" conseguiram trazer e mostrar uma qualidade cinematográfica à série televisivas, Game of Thrones é o atestamento disso. Nunca se imaginou vermos tamanho nível de qualidade técnica e artística no que pode ser considerada uma das melhores séries já feitas até hoje. Direção extravagante, fotografia belíssima e roteiro com uma estrutura inteligente que adapta a obra de George Martin com imensa lealdade.
Enquanto no livro temos uma narrativa explicativa e bem adulta, quase impossível de se adaptar, os criadores aqui montam tudo IDENTICO ao livro e ainda conseguindo criar uma estrutura de narrativa cinematográfica ágil, que consegue desenvolver suas diversas personagens com igualdade de importância e manter nós telespectadores grudados de episódio para episódio totalmente. E ainda criar o mesmo quadro quase contemplativo que Martin fez em sua obra original, adaptando a história que consegue transmitir temas de mentira, lealdade, honra e a incessante e violenta luta pelo poder absoluto. Tudo de forma adulta e estupidamente divertida.
Elogios mais ainda para o rico elenco que conquistam suas personagens com louvor. Atenção especial para Peter Dinklage como Tyrion Lannister. A melhor personagem do livro e a melhor personagem da série toda e uma performance simplesmente perfeita desse nanico carismático.
Simplesmente perfeita e só tendeu a melhorar nas próximas temporadas. Se você é fã de épicos medievais com um toque de fantasia estilo Senhor dos anéis com uma qualidade cinematográfica imensurável, Game of Thrones é a série perfeita pra você!
Dexter (4ª Temporada)
4.6 1,0K Assista AgoraDisparada, a melhor temporada da série. Enquanto a terceira era uma cópia da segunda com Mexicanos e o resto da série foi enfraquecendo cada vez mais, aqui temos a natureza de Dexter liberta. Nunca a personagem teve tanta liberdade com seu extinto de assassino justiceiro. Dexter agora se sente um deus entre mortais, controlando sua vida de faixada (identidade secreta) com Rita e sua família e seu lado justiceiro errante. Claro, até que Dexter finalmente conhece Trinity, seu Darth Vader, seu igual ou até mesmo superior, a performance de John Lightgow é EXCELENTE como vilão carismático e louco.
O seu season finale encaixou todas as peças das primeiras temporadas perfeitamente. Um final perfeito. Dexter viu o que de mal seus atos lhe trariam e agora a seu filho que teve o mesmo destino que ele teve quando pequeno e não pode evitar. Pena que a série ousou a avançar e a cair de qualidade até o final brochante que foi o da 8° temporada.
Dexter (2ª Temporada)
4.5 552 Assista AgoraA segunda apenas continua no mesmo nível de qualidade que a primeira possuia. Direção, roteiro e performances só tendem a melhorar. E o desenvolvimento de personagem do Dexter só se aprofunda ainda mais. Se livrou do seu próprio sangue (seu irmão) e encontra um pingo de redenção após conhecer uma das melhores personagens que a série já teve que é Lyla, alguém que finalmente compreende e ama Dexter pelo que ele é (a primeira cena de sexo entre os dois é como dois iguais se colidindo), deixando a relação Shakesperiana que ele tem com Rita de lado.
Outro season finale que afirma que ainda teremos muito com Dexter e a consequência de seus heróicos e psicóticos atos!
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraNão é de hoje que admiro o trabalho de Nolan. Entendo perfeitamente o quanto hypado ele é por trocentos adolescentes que se consideram manda chuvas do cinema e isso trouxe os haters. Mas isso é ignorar as qualidades de suas obras que são bem refletidas aqui, tanto as más quanto as boas.
Na trama encontramos a nossa presente terra em um estado "pós-apocalipitico" onde existe uma imensa crise de suplementos alimentares naturais e constantes mudanças climáticas secas. Até que Cooper (Matthew McConaughey) é designado junto com uma equipe da NASA para deixar o nosso sistema solar e procurar em outra galáxia outro planeta para se habitar.
Os fãs de Nolan estavam a espera de um "2001-Uma odisséia do espaço" do séc 21 desde que o diretor afirmou que o filme teria influência na obra-prima de Kubrick. Não e sim. O filme não é nenhum marco cinematográfico como "2001" e sim, Nolan se mostra um fã zero de Kubrick e enche seu filme de referências a "2001", tanto cenas como um simples toque na trilha sonora. Mas tirando isso, enquanto Kubrick explorou a evolução humana, Nolan aqui explora seu intelecto. Junto com uma aventura inter-galatica super intrigante do início ao fim, e que explora detalhe por detalhe a teoria mais exata que existe: a da relatividade.
Não é nenhuma surpresa que Nolan adora explorar temas tão complexos. Já tinha sido truques de ilusão em "O Grande Truque"; perda de memória recente em "Amnésia"; o mundo dos sonhos em "A Origem". Isso ressaltou ao longo da sua filmografia narrativas que se mostravam muito expositivas ao explorar seus temas. Aqui, o tema é tão complexo, até para os profissionais, que esse estilo de narrativa funciona aqui. Dando quase uma aula de astro-fisica melhor que num ensino secundário.
A narrativa também se destaca pois é a primeira vez que vemos Nolan ter calma nela. Seus filmes são conhecidos por uma edição super ágil em volta da narrativa e seu desenvolvimento (e isso tirou o brilho do último Batman). Mas aqui, Nolan e seu irmão Jonathan dosam muito bem a fluidez da narrativa e desenvolvem seus personagens de maneira perfeita durante todos os 169 minutos de filme. Até a parte complicada da ciência é interessante se o espectador manter sua atenção e raciocínio ligados todo o tempo. Tendo o tema da gravidade ser a única física exata capaz de controlar a linha temporal no espaço, Nolan a aproveita com louvor. Ao mesmo tempo dando uma energia de um filme de aventura espacial que de entretêm de verdade e ao mesmo tempo entrega uma história que demonstra o que o intelecto humano é capaz de fazer para sobreviver.
Sacrificar nossas vidas para sairmos e explorarmos terras desconhecidas como nossos antepassados fizeram é o que o futuro nos aguarda? E se sim, sacrificaremos o que acreditamos, sentimos e criamos com uma simples base exata de raciocínio lógico? Ou nossos sentimentos e valores humanos são maiores para nossa sobrevivência? Essas perguntas vêm através de suas personagens, mesmo de maneira um tanto melodramática mas sem perder seu lado intrigante. Outra coisa a se destacar é o quanto de coração Nolan conseguiu trazer para a história e suas personagens, lado este que ainda não havia revelado. A relação de pai e filha entre Cooper e sua filha Murphy é simplesmente emocionante do início ao fim.
Talvez o lado mais controvérsio do filme seja seu terceiro ato carregado. Já que perde muito de seu intelecto anterior e foca no drama da história. Pode funcionar para alguns e para outros não. Mas Nolan consegue construir e desenvolver as pontas até aí e ainda nos fazer refletir. E para fazer um filme com idéias tão grandes e avassaladoras é de se esperar um cenário épico. E isso merece total reconhecimento e aplausos. Nolan cria momentos e imagens de tirar o fôlego com sua direção mais uma vez firme e conscisa. Ainda contendo um dos melhores efeitos visuais e CGI já desenvolvidos em um filme. E ainda rola uma fotografia primorosa e outra formidável trilha sonora do mestre Hans Zimmer.
Todos no elenco luxuoso são aproveitados na história, cada um com seu momento. McConaughey ainda se encontra na safra de onde continuou com louvor desde sua vitória no Oscar. Ainda com uma soberba Anne Hathaway e uma charmosa Jessica Chastain. Mas pena que a personagem de Casey Affleck (filho de Cooper) é mal colocado na história.
No final, Interestellar é puro Nolan. Inteligente; intrigante; expositivo e ágil. Uma trama que nos dá diversas respostas mas que nos deixam a descobrir as perguntas. Dentro de um tema tão mega avassalador, encontramos uma mensagem de como podemos triunfar em nossa própria natureza e ainda vencer barreiras como um pai para os filhos. Belo e intrigante até dizer chega!