Obra-prima brasileira, "Dona Flor e Seus Dois Maridos" faz jus à alcunha de CLÁSSICO, e de fato o é. Com uma atuação estupenda de José Wilker (muito a frente do seu tempo), o filme diverte, mas também lança o questionamento: como equilibrar, na vida adulta, os momentos de seriedade e diversão, leveza e seriedade. Acho que o filme (e Jorge Amado, autor do livro que inspirou a película) foi muito feliz em, mesmo que não de propósito, levantar a questão.
Eu respeito muito a Netflix. Assisto quase todos os "produtos" originais que o serviço de streaming produz, e quase nunca me arrependo. Porém, ela ainda não conseguiu fazer um filme que seja tão memorável quanto suas séries. "Special Correspondents" só serviu pra me lembrar que não gosto de Ricky Gervais e seu perpétuo papel de loser. É um filme altamente dispensável, que não conta quase nada, apesar de ter uma história promissora. O filme tenta se firmar nas atuações, e só Eric Bana e Vera Farmiga se sobressaem. Vale um pouco a pena ver o filme apenas por eles, mas também não se sinta obrigado. Se você estiver muito sem ter o que fazer ou tenta ver tudo que a Netflix faz, então veja. Se não, não perca tempo.
Bom, a DC ainda não emplacou um filme bom de verdade nessa nova leva, feita exclusivamente pra ir de frente contra a Marvel.
Infelizmente, Esquadrão Suicida não é um bom filme. Seu roteiro, direção, trilha sonora e edição deixam a desejar. E muito! E óbvio, isso deixa o filme uma coisa sem nexo do início ao fim, apesar de ser um filme onde se teve muito boa vontade de fazer algo que funcione, de verdade.
Então por que eu dei três estrelas pra esse filme? Porque algumas atuações funcionam muito bem no filme e salvam ele de ser uma porcaria. Estou falando de personagens como Arlequina (Margot Robbie), Pistoleiro (Will Smith), El Diablo (Jay Hernandez) e Amanda Waller (Viola Davis). Sim, estes quatro personagens dão uma boa salvada no filme, e deixa ele bem mais palatável. E olha que nem sou fã do Will Smith, mas ele tá legal nesse filme. O restante da equipe também tem seu valor, como o Capitão Boomerang (Jai Courtney), que acaba sendo um eficaz alívio cômico; Killer Croc (Adewale Akinnuoye-Agbaje), que funcionou muito bem como ameaça e um leve alívio cômico; Katanna (Karen Fukuhara), que foi memorável em seu cameo por dar tridimensionalidade a uma personagem que mesmo pequena no filme, consegue mostrar a que veio; e a própria Magia (Cara Delevingne), que eu, particularmente, gostei muito no filme. Me julguem.
Do elenco, quem me decepcionou foi o Rick Flagg (Joel Kinnaman), mas já não estava esperando grande coisa dele mesmo; e o Coringa (Jared Leto), cujas as minhas expectativas estavam altíssimas. Mas assim, ele não fez um mal Coringa. Ele fez um excelente Coringa, mas foi 100% mal aproveitado no filme de uma forma grosseira.
Na verdade, ele acabou virando uma ponte para que a história da Arlequina fosse contada, e nada mais. Até porque o foco de Esquadrão Suicida não é nele, mas sim nela. Porém, isso não justifica a má utilização do personagem no filme.
Espero que no futuro filme do Batman possamos ver mais do personagem. Com certeza será melhor aproveitado.
Novamente, o filme é completamente sem pé nem cabeça. Eu até tentei justificar (pra mim mesmo) que as histórias do Esquadrão nos quadrinhos também não fazem muito sentido, mas não deu certo. O filme não deixa. Mas o filme consegue amarrar o Universo DC nos cinemas, por mais que seja um nó fraco. Não compare esse filme com BVS, apesar de serem do mesmo universo. Os dois servem para propósitos diferentes.
Ah, vale citar duas coisas aqui: 1. A culpa do filme ser ruim não é do David Ayer, diretor e roteirista. É da Warner, que ainda não aprendeu (ou não tinha aprendido) a fazer filmes de super-heróis que prestassem. Novamente percebemos que o desespero em fazer dinheiro dos estúdios prejudica histórias e personagens que poderiam tornar-se memoráveis. Porém... 2. Agora com a DC Entertainment sendo presidida por Geoff Johns, um dos maiores escritores da atualidade na DC Comics. Logo, ele também tem poderes sobre os filmes que a Warner fizer, o que ajuda na melhora das histórias e dos filmes como um todo. Infelizmente ele não pode tomar partido nem em BVS e nem em Esquadrão Suicida, o que, em minha opinião, fez com que os filmes fossem feitos da maneira que foram (megalomaníacos e confusos).
Sabe aqueles filmes que você acha excelente, mas não exatamente pra ver de novo? Pois "Réquiem para Um Sonho" meio que funciona assim pra mim. Eu simplesmente acho esse filme bem escrito, bem dirigido, bem atuado, mas a tensão e a visceralidade dele não me fazem assisti-lo novamente (acho que quanto mais velho ficamos, mas vamos perdendo o estômago pra certas coisas). Mas eu indico esse filme como um dos melhores filmes que já vi na vida. Além de ele tratar de forma real (apesar de pessimista) sobre a dependência química, ele também mostra o quanto o ser humano é, por natureza, um ser fadado ao vício, seja ele qual for. E todos os nossos vícios, eventualmente, nos levarão ao fundo do poço.
Numa das última cenas, vemos todos os personagens em posição fetal, destruídos pelos seus vícios, um em cada local. A mãe louca no hospício, o amigo negro na cadeia, o Leto no hospital sem seu braço e a namorada dele em casa, depois de mais uma seção pesada de prostituição.
E é essa visceralidade que torna o filme tão especial e essencial para quem se diz amante do cinema, pois ela retrata a alma do ser humano. Que neste caso, está em seu pior estado. Um filme que choca pelas suas cenas
(nunca, na vida, vou esquecer a cena do braço sendo cortado e a cena da orgia da Jennifer Connely - e não de uma forma boa)
, mas nos deixa reflexivos sobre as decisões que tomamos e os caminhos que andamos. Um filme pra ajudar a pensar na vida, e que ajuda a ver que a vida é muito boa. Basta tomarmos as decisões certas!
Bobo, sexista, quase sem graça e cheio de amigos do Adam Sandler. Ou seja, um verdadeiro filme do... Adam Sandler. Serve pura e unicamente pra diversão sem cérebro (o que acontece, porque o filme é tão cheio de absurdos, mas tão cheio de absurdos, que o melhor é rir mesmo). Mas nada além disso, e com certeza vai para aquele hall de filme do Sandler que te fazem ter a certeza que ele é o ator/produtor mais idiota, babaca e rico de Hollywood (Michael Bay é diretor, então não entra nessa minha designação aí em cima).
Muitas franquias cinematográficas se vendem apenas pelo seu nome. "Velozes e Furiosos", "Jogos Mortais", etc., são filmes que começaram com um bom filme original, mas foram se perdendo através do tempo, fazendo mais do mesmo apenas para ganhar um bocado de grana a mais. Triste fim para algumas boas ideias originais de filmes. Infelizmente, "[REC]" foi pelo mesmo caminho. Se você parar para perceber, apenas um filme da franquia prestou de fato: o primeiro. Os outros, este incluso, foram variações da mesma coisa.
Exatamente a mesma coisa: grupo de pessoas em um local fechado, o vírus demoníaco se espalha, ninguém consegue contê-lo até o último minuto do filme, quando ele é miraculosamente contido e acaba tendo um gancho para o próximo filme da franquia. Pronto!
"[REC] Apocalipse" tinha tudo para ser um novo fôlego nos filmes de zumbi, como foi o primeiro filme. Ficou apenas na promessa e na comodidade de dinheiro fácil com a franquia. Nem para quem é fã (como eu) dos dois primeiros filmes, este vale a pena assistir. Não se engane: ele não tem final, mas ao mesmo tempo não dá uma continuidade para a história. Famoso "em cima do muro". Não vale a pena mesmo!
O filme tentou se vender sendo "BASEADO EM FATOS REAIS". Não conseguiu, porque o filme é ruim. Eric Bana até tenta, mas realmente o filme não decola. Até dá susto, mas não dá certo. E ainda aprendemos que The Doors é do capeta. Não veja, apenas se você quiser perder um tempinho da sua vida.
Excelente retrato do que é o jornalismo atual. Não é apenas sensacionalista, ele cria as desgraças para que a notícia seja feita. Pode até não ser como retratada no filme,
com Lou Bloom (Jake Gyllenhall excelente!!!) arrastando corpos para perto de um acidente de carro,
mas é tao inescrupulosa quanto. O filme é excelente, bem dirigido, bem escrito (virei fã de Dan Gilroy!) e bem atuado. Pontos altíssimos para Gyllenhall e Rene Russo, que com certeza colocou ela de volta no mapa de Hollywood. Apenas algumas coisas me incomodaram, como o fato de não falarem sobre a caça de notícias sobre celebridades (o filme se passa em Los Angeles e isto não é mencionado em nenhum momento. No mínimo irreal!) e os personagens politicamente corretos e com escrúpulos. O filme retrata o jornalismo sensacionalista, que vemos diariamente e julgamos por nossa própria conduta moral. Não havia necessidade de colocar dois personagens que questionem tanto as decisões de Lou e Nina. Tornou-se cansativo ver uma batalha que todos sabemos qual vai ser o final. Porém, o filme continua excelente e digno de ser assistido pelo menos mais duas vezes.
Confesso que só assisti este filme pela curiosidade de saber como uma produção cinematográfica pode demorar 12 anos para ser feita. Me surpreendi e meio que quebrei a cara, porque o filme é muito mais do que "12 anos pra ser feito". Ele levanta questões importantes das nossas vidas, como o que ser no futuro, quais caminhos trilhar, ou o porquê de tomarmos determinadas atitudes e fazer as escolhas que fazemos. Por isso, o filme é sensacional. Richard Linklater já era um dos meus diretores preferidos pela trilogia "Before", e com este filme, que é um marco do cinema, sem dúvida, ele consegue ser um dos poucos da indústria que pensa a longo prazo em suas produções (afinal, a trilogia "Before" também demorou bastante para ser feita). O filme é contínuo e a edição é muito boa (para um filme com uma produção de 12 anos, isto é uma grande vitória), e ele é muito segurado por Ethan Hawke e Patricia Arquette, os atores mais experientes de "Boyhood". Os dois, diga-se de passagem, fazem um bom trabalho como os pais de Mason (não, o protagonista não chama tanto a atenção pela sua atuação). Um filme reflexivo, e que merece ser digerido aos poucos. Provavelmente durante vários anos por vir.
Sou fã da saga "Como Treinar o Seu Dragão", seja nos cinemas quanto nos livros. A história dos livros é bem inocente, e vai gradativamente (e bem lentamente) tornando-se mais madura. Nos filmes, isto já acontece desde o primeiro, o que eu achei sensacional, porque o público-alvo do filme não é tão ingênuo.
Prova disto é que o personagem principal, Soluço, perde sua perna.
A questão é que neste segundo filme, há uma evolução muito boa e interessante, fazendo com que o filme seja um interessante start para que os personagens em animações sejam tratados com mais veracidade e maturidade. Por exemplo, o fato de que Soluço tem 20 anos neste filme já é uma diferença extraordinária. Afinal, ele já tem que lidar com questionamentos mais maduros, e não mais de crianças. O que ele vai ser a partir dali? Suas decisões devem ser tomadas a partir de dúvidas ou sonhos, ou fatos concretos? Coisas que questionamos não apenas em nossos 20 e poucos anos, mas muitas vezes para o resto da vida.
Algo que também me chamou a atenção foi a forma como eles retratam a paixonite de Cabeçaquente (Kristen Wiig) por Eret (Kit Harrington), não apenas pela comicidade, mas principalmente porque a personagem, em determinado momento do filme, deixa de gostar dele pela sua beleza e começa a prestar mais atenção nos dois rapazes que disputam pelo seu amor, provando mais uma vez a maturidade dos personagens.
Achei algumas coisas rápidas, o que deixa a desejar no filme
(me incomodou demais Soluço gostar de cara da mãe dele, apesar de no final do filme entender que precisava ser assim para que ele pudesse ter em quem se apoiar quando seu pai morresse, decisão bastante ousada para uma animação, principalmente porque quem matou Stoico foi Banguela, um dos personagens principais).
Mas as cenas de ação são incríveis, as cores também, a dublagem está excelente, assim como a expressão dos personagens. Uma excelente animação, bastante superior ao primeiro, que já era muito bom.
Bom, eu esperava bem mais de Foxcatcher como filme. Não quer dizer que não tenha gostado, mas eu esperava que fosse um filme excelente, e não apenas muito bom. Na verdade, Foxcatcher só é bom por dois motivos interessantes: Channing Tatum e Steve Carell. Sou fã dos dois atores, e gosto da maioria dos filmes que ambos fazem, sejam de ação ou comédia. Mas nunca tinha visto uma atuação dramática de nenhum, e me surpreendeu BIG TIME. Carell tão calmo e lento, extremamente diferente da maioria das coisas que já fez (inclusive "Pequena Miss Sunshine", onde a atuação dele também é contida. Não tanto quanto aqui). Tatum está muito bem, e realmente não conseguimos enxergar o ator tão "limitado" que aprendemos a conviver em todos os seus filmes. Definitivamente, os dois podem ser considerados como atores de primeira grandeza do cinema mundial. Em relação à história, entendo que ela aconteceu deste jeito, mas em nenhum momento conseguimos entender a motivação dos personagens em tomar certas atitudes.
Por que Du Pont começa a financiar uma equipe de luta greco-romana? Ele queria ser uma inspiração ou apenas mostrar para sua mãe que conseguia fazer alguma coisa, mesmo sendo tantas outras em outros segmentos (descobri que o verdadeiro John Du Pont descobriu, sozinho, doze espécimes de pássaros)? Por que Dave fica na fazenda? Apenas pela vida confortável que levava? E principalmente, por que Du pont mata Dave? Apenas por ser louco? Enfim, coisas que apesar da longa duração do filme, sequer são mencionadas.
Mais uma coisa: passei o filme todo questionando a motivação de Du Pont nas coisas que ele faz, e me fez perceber uma coisa: este personagem é muito parecido com outro de Carell: Michael Scott, de "The Office", só que sem a comédia. Isso me fez entender um pouco melhor o personagem, mas também me fez perder um pouco do interesse por ele. Mas, apesar disto tudo, o filme é muito bom. Vale muito a pena ser visto, nem que seja pelo menos para ver Tatum e Carell em papeis que ouso dizer, serão um marco em suas carreiras.
A maneira como Wes Anderson conta histórias é única. Neste filme ele fala sobre a perda da inocência (desde muito cedo), e o casal principal de crianças realmente carrega o filme nas costas. Porém, mesmo com a paleta viva de cores que todo filme de Anderson é e com um bom filme, ele deixa muito a desejar. Eu vi "O Grande Hotel Budapeste" antes de ver "Moonrise Kingdom" e vi a evolução do diretor, e por isso este filme não consegue alcançar o patamar de um excelente filme. As inúmeras histórias do filme não conseguem se entrelaçar e tornam-se confusas demais. E este é um cuidado que roteiristas devem tomar quando forem fazer histórias sobre vários personagens no mesmo filme: fazer com que elas se entrelacem de forma orgânica. Por Anderson já ser um contador de histórias da sétima arte experiente, é mais sério ele não conseguir interligar bem suas histórias em Moonrise. É um bom filme para quem gosta do estilo "Wes Anderson" de filme, mas não para o público em geral.
(na verdade até deixa, quando insere a história da namorada de Andrew, mas o filme perde o fôlego nessas horas e por isso ele não é perfeito)
. Além de uma história simples, porém contada de forma incrível, J.K. Simmons e Miles Teller (que, confesso, nunca super estimei como ator, mas depois deste filme vou prestar muito mais atenção) estão sensacionais como professor e aluno, mestre e discípulo, nêmesis um do outro e, ao mesmo tempo, o encaixe perfeito que cada um precisa para encontrar a perfeição. Tanto Fletcher quanto Neyman precisam um do outro para serem o seu melhor. O aluno não seria preciso e perfeito se não fosse seu tutor, assim como seu tutor não se realizaria e completaria como músico se não fosse seu aluno. Aquela velha discussão sobre o "BEM" completar o "MAL" e vice versa. Um não existe sem o outro. Enfim, um filme extremamente visceral e sensacional.
Wes Anderson é um criador de obras únicas. Inclusive seus filmes merecem um gênero próprio. São comédias dramáticas bastante estilizadas, bem ao estilo... Wes Anderson de ser. "O Grande Hotel Budapeste" é como se fosse a "glória" de todos os filmes Wesnianos. Roteiro bem escrito e bem bolado, atuações afinadas, cenários e figurinos perfeitos, comédia sacana (talvez a mais de todos os seus filmes), e um filme pra ficar na história. Talvez não exatamente na do cinema mundial, mas com certeza na do gênero "Wes Anderson" de filmes.
Seria incoerente levar a sério uma história em que policiais de 30 anos voltassem para a escola (ou sequer faculdade) se passando por adolescentes de 18 a 20 anos. E é aí que entra a grande sacada da franquia "Anjos da Lei": eles não se levam a sério em nenhum momento. Se no primeiro filme isso estava em cada segundo, neste segundo as coisas estão mais escrachadas ainda. E isto é excelente!
A história do filme é praticamente a mesma que do primeiro (uma droga terrível invade o campus da faculdade e torna-se letal) e os parceiros e amigos Jenko (Tatum) e Schmidt (Hill) são recrutados para desvendar mais este mistério. E mais uma vez eles começam a questionar suas vidas e onde eles poderiam ter tomado atitudes diferentes. Ou seja, mais do mesmo. Porém, a química entre Tatum e Hill é sensacional, e qualquer fiapo de história fica muito bom com os dois. E sem contar que o elenco de apoio ficou muito bom (destaque para Ice Cube e Jillian Bell, especialmente
Também vale destacar a cena perfeita com Hill, Tatum, Dave Franco e Rob Riggle na prisão. Sr. Walters, agora com uma vagina(!!!!!!!!!!) virou a "vadia" de Eric, e Jenko e Schmidt tem que ser cúmplices de tudo.
Ah, e por favor, não deixe de assistir às cenas finais, do pós-crédito. Vai ter história até o centésimo filme da franquia.
Caça-níqueis são reconhecíveis em qualquer lugar. A sorte de Annabelle é que sua história, por si só, já causa uma curiosidade em nós, o que nos leva a assistir o filme.
Não espere um "Invocação do Mal". Este filme não chega nem aos pés do filme de James Wan. Pra mim, nada justifica a existência dele a não ser para ganhar um dinheiro em cima do nome Annabelle. Porém, espere, sim, alguns bons sustos.
Annabelle começa contando a história de um casal que presencia um crime terrível na casa vizinha e também acaba sendo vítima dos assassinos. Acontece que o casal era de uma seita que adorava ao diabo, e antes da mulher morrer, ela possui a boneca do título (que, vamos combinar, não precisa estar possuída pra meter qualquer medo). Daí então a casa de Mia (Annabelle Wallis) e John (Ward Horton) começa a ser atormentada pelo espírito da assassina e pelo próprio capeta. Diga-se de passagem, as cenas em que o próprio demônio aparece são bem assustadoras, e provavelmente os melhores momentos do filme.
Você vai se assustar com Annabelle, mas nada além disso. Com Invocação do Mal você fica com aquele sentimento de terror pelo simples fato de lembrar do filme e de algumas cenas, mas com Annabelle você só pula da cadeira e depois esquece (acredite, há uma grande diferença). Com personagens descartáveis e história irrisória, vale pelos sustos.
P.S: Eu achei muito interessante o nome da intérprete de Mia ser Annabelle Wallis (tenho quase certeza que foi por este motivo que ela foi escolhida para atuar no filme).
Depois de "Noé", mudei um pouco minha opinião sobre Darren Aronofsky. Pra mim, a única derrapada (que não tinha sido tão feia) foi em "Fonte da Vida", mas tive que repensar nisto depois desse filme. Não me entenda mal. Aronofsky ainda é o tipo de diretor que eu falo "Estou aguardando ansiosamente o próximo filme de Aronofsky", mas este "Noé" é um equívoco infindável. Ele não é apenas longo demais; ele não é apenas mal escrito; ele não é apenas mal atuado. Ele é um equívoco. E não falo por crença religiosa porque deixei de lado credos quando vi este filme. Estou falando de cinematografia mesmo. E culpo um pouco o próprio Aronofsky porque ele dirigiu, escreveu e produziu este filme. E por mais que soe um paradoxo, a única coisa boa do filme é a direção dele em todas as cenas que não envolvem pessoas (praticamente ninguém se salva no elenco. Você cria uma leve simpatia pelas personagens de Watson e Connelly, e só. Russell Crowe deve ter feito um dos piores papeis da filmografia dele nesse filme. Noé chato pra caramba!!!!!). As cenas do início do mundo, passando por Adão e Eva, e as cenas de paisagem são belíssimas e muito bem produzidas, em contraste com o resto. Algo que também me incomodou profundamente doram os "Transformers de Pedra". Simplesmente dispensáveis. Não recomendo, apenas para aquelas pessoas que, como eu, fazem questão de acompanhar todas as obras de diretores preferidos. Mas se você gosta muito de "Réquiem para Um Sonho", "Pi", "O Lutador" e "Cisne Negro", não espere nada parecido deste "Noé".
Filmes com viagem no tempo são uma confusão por si sós. Talvez isto tenha prejudicado um pouco o entendimento de muitas coisas em "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido". Porém, o filme é muito bom, mesmo com explicações tão rasas sobre tudo (o porquê de ser o Wolverine a voltar no tempo e não Kitty Pride, como nos quadrinhos; onde os personagens secundários de "X-Men: Primeira Classe" estão neste filme; como o Professor X volta, etc.) e também com a incessante insegurança dos estúdios em continuar focando os filmes dos mutantes em personagens específicos (Wolverine, Xavier e Magneto, pra ser mais exato). Mas, como falei, isso não prejudica a proposta do filme e sua história como um todo. Muito pelo contrário. Acabam sendo bons trampolins para que o filme se desenvolva sem que hajam tantas explicações desnecessárias e que eventualmente atrapalhariam o ritmo da narrativa. Apesar de já estar cansando, Hugh Jackman ainda é o Wolverine. Mas dou muitos aplausos ao elenco novo, puxado (neste filme) por Jennifer Lawrence como Mística (por favor, deem um filme só pra ela. Tenho certeza que vai fazer sucesso!). McAvoy e Fassbender ficaram secundários aqui, mas desenvolvem uma excelente ponte para o futuro dos filmes dos mutantes no cinema. P.S: a última cena dos mutantes no futuro,
com Wolverine encontrando todos eles na Mansão, inclusive Jean, Ciclope, Vampira,
me arrancou lágrimas de emoção, porque era tudo o que queria ver nos filmes dos X-Men e pensei que nunca mais teria a oportunidade de ver. Falo como fã dos quadrinhos, dos desenhos e dos primeiros filmes, no começo dos anos 2000.
"Azul é a Cor Mais Quente" não é um filme fácil de assistir. Não digo isso pelas cenas de sexo praticamente explícito, mas pelo clima que permeia a história do início ao fim. E não me entenda mal. Esta não é uma crítica desfavorável ao filme. Muito pelo contrário. É um dos melhores filmes de 2013, e por isso Abdellatif Kechiche, Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux estão de parabéns. O filme é bem dirigido e fica nas costas das protagonistas com uma leveza tensa do início ao fim. Enfim, voltando ao clima do filme... Kechiche em nenhum momento se desvia da crueza em que o relacionamento das personagens principais se desenvolve.
Essa forma crua é comprovada na cena em que Emma descobre a traição de Adèle. Nada é escondido, nada é subentendido. Toda a conversa e todos os xingamentos estão lá, do início ao fim.
E "do início ao fim" é uma expressão que está em todo o filme, assim como o "azul" do nome. Ele está lá, e nós conseguimos percebê-lo. Acho que a tensão do filme se deu por causa dos bastidores tumultuados e cheios de ofensas também, principalmente entre o diretor e as atrizes principais. Provavelmente a força das atuações de Léa e Adèle tenha se dado pela raiva e os sentimentos fortes e tumultuados também que pudessem estar sentindo com o criador do filme (pesquisem sobre a história dos bastidores do filme e vejam as farpas que diretor e atrizes trocaram). Enfim, um filme memorável, no melhor estilo Sétima Arte, forte, para os que tem estômago forte, mas não deixam de perder um excelente filme.
Sou muito fã de desenhos adultos e com conteúdo, o que esta animação tem de sobra. Parece que eu estava vendo uma revista em quadrinhos do Batman nas telas, com a violência exigida (e normal) que as histórias noirs do Cavaleiro das Trevas (e de seu universo como um todo) tem. Eu fico feliz com o rumo que as animações da DC estão tomando, pois elas não são para a "família", como quase nenhuma história de personagens tão darks quantos o Batman são. Está se provou a melhor até agora não apenas por ter violência e ate cena de sexo, mas sim por respeitar a mitologia criada em torno de personagens excessivamente perturbados, cujas histórias não podem ser contadas como se fossem piqueniques num domingo de manhã. Mas enfim, fiquei feliz pelo Esquadrão Suicida ter recebido um tratamento à sua altura. Excelente animação!
Até agora, este filme está abaixo apenas de Capitão América 2 para mim em filmes excelentes da Marvel. Personagens praticamente desconhecidos do público (mas com papel fundamental na mitologia da Marvel no cinema), história bem bolada e planejada, boa comédia (sim, comédia) e elenco perfeito. O filme, por mais que seja da Marvel, se vende sozinho, e você realmente se importa com todos os personagens (talvez um pouco menos com Gamorra, mas mesmo assim). Agora, os destaques do filme são dois: Rocket, o guaxinim mal humorado e extremamente sarcástico; e o memorável Groot, que rouba todas as cenas em que está (todos os "I'm Groot", o "We're Groot" e a cena final dele vão ser lembradas pra sempre!). Chris Pratt também surpreende com o seu Star Lord anti-heroi cômico, e dá uma fluidez muito bacana pro filme. Vale a pensa ver, rever e aguardar ansioso pela sequência.
Eu pensava que este era um filme mais... "sério". Esperava mais conteúdo. Não estou dizendo que é um filme ruim. Não é. Apenas não espere um conteúdo mais interessante do que realmente é (apesar dele se propor a isto). Encare o filme como simples divertimento e você não terá perdido tempo.
Tudo que vem da DC e da Marvel deve ser analisada dentro do universo que está sendo criado por cada uma. É difícil pegar um filme dos Vingadores, por exemplo, e dizer que é o melhor ou pior filme do mundo (apesar de ser bem bacana) porque ele tem dificuldades de se "encaixar" no "mundo real" hollywoodiano. Falando isso, deixo minhas considerações por "O Filho do Batman". Como já achava bastante interessante a história de Damian Wayne, tive facilidade para gostar muito da história do filme. Curti os traços da animação também e as participações dos personagens (Batman, Deathstroke, Talia, Asa Noturna, Ras, Damian... Gosto de todos!). Achei um pouco nada a ver a história do Slade ser o sucessor de Ras, mas dá pra engolir tranquilamente. Agora é só esperar as próximas animações da DC ("Assault on Arkham" e "Throne of Atlantis"), que prometem.
Um filme presunçoso é reconhecido de longe. "Os Suspeitos" é um filme feito sob medida para ganhar Oscar's: atores super conhecidos fazendo papeis difíceis, histórias com crianças e família envolvida, drama... Queria pegar carona com o excelente "Inverno da Alma" e fazer história, mas apenas fica na vontade. Infelizmente, o filme é cheio de intenções além de contar uma boa história (tinha tudo para contar), mas acaba pecando justamente pela presunção de achar que a história se contaria por si mesma e com atores conhecidos. Há coisas boas no filme: o clima melancólico, a essência da história (se tivesse sido bem contada, teria sido um filme memorável) e Paul Dano como Alex Jones, que infelizmente aparece muito pouco na história. Como na maioria de seus filmes, ele rouba a cena.
Dona Flor e Seus Dois Maridos
3.5 171 Assista AgoraObra-prima brasileira, "Dona Flor e Seus Dois Maridos" faz jus à alcunha de CLÁSSICO, e de fato o é. Com uma atuação estupenda de José Wilker (muito a frente do seu tempo), o filme diverte, mas também lança o questionamento: como equilibrar, na vida adulta, os momentos de seriedade e diversão, leveza e seriedade. Acho que o filme (e Jorge Amado, autor do livro que inspirou a película) foi muito feliz em, mesmo que não de propósito, levantar a questão.
Special Correspondents
3.1 86 Assista AgoraEu respeito muito a Netflix. Assisto quase todos os "produtos" originais que o serviço de streaming produz, e quase nunca me arrependo. Porém, ela ainda não conseguiu fazer um filme que seja tão memorável quanto suas séries. "Special Correspondents" só serviu pra me lembrar que não gosto de Ricky Gervais e seu perpétuo papel de loser. É um filme altamente dispensável, que não conta quase nada, apesar de ter uma história promissora. O filme tenta se firmar nas atuações, e só Eric Bana e Vera Farmiga se sobressaem. Vale um pouco a pena ver o filme apenas por eles, mas também não se sinta obrigado. Se você estiver muito sem ter o que fazer ou tenta ver tudo que a Netflix faz, então veja. Se não, não perca tempo.
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraBom, a DC ainda não emplacou um filme bom de verdade nessa nova leva, feita exclusivamente pra ir de frente contra a Marvel.
Infelizmente, Esquadrão Suicida não é um bom filme. Seu roteiro, direção, trilha sonora e edição deixam a desejar. E muito! E óbvio, isso deixa o filme uma coisa sem nexo do início ao fim, apesar de ser um filme onde se teve muito boa vontade de fazer algo que funcione, de verdade.
Então por que eu dei três estrelas pra esse filme? Porque algumas atuações funcionam muito bem no filme e salvam ele de ser uma porcaria. Estou falando de personagens como Arlequina (Margot Robbie), Pistoleiro (Will Smith), El Diablo (Jay Hernandez) e Amanda Waller (Viola Davis). Sim, estes quatro personagens dão uma boa salvada no filme, e deixa ele bem mais palatável. E olha que nem sou fã do Will Smith, mas ele tá legal nesse filme. O restante da equipe também tem seu valor, como o Capitão Boomerang (Jai Courtney), que acaba sendo um eficaz alívio cômico; Killer Croc (Adewale Akinnuoye-Agbaje), que funcionou muito bem como ameaça e um leve alívio cômico; Katanna (Karen Fukuhara), que foi memorável em seu cameo por dar tridimensionalidade a uma personagem que mesmo pequena no filme, consegue mostrar a que veio; e a própria Magia (Cara Delevingne), que eu, particularmente, gostei muito no filme. Me julguem.
Do elenco, quem me decepcionou foi o Rick Flagg (Joel Kinnaman), mas já não estava esperando grande coisa dele mesmo; e o Coringa (Jared Leto), cujas as minhas expectativas estavam altíssimas. Mas assim, ele não fez um mal Coringa. Ele fez um excelente Coringa, mas foi 100% mal aproveitado no filme de uma forma grosseira.
Na verdade, ele acabou virando uma ponte para que a história da Arlequina fosse contada, e nada mais. Até porque o foco de Esquadrão Suicida não é nele, mas sim nela. Porém, isso não justifica a má utilização do personagem no filme.
Novamente, o filme é completamente sem pé nem cabeça. Eu até tentei justificar (pra mim mesmo) que as histórias do Esquadrão nos quadrinhos também não fazem muito sentido, mas não deu certo. O filme não deixa. Mas o filme consegue amarrar o Universo DC nos cinemas, por mais que seja um nó fraco. Não compare esse filme com BVS, apesar de serem do mesmo universo. Os dois servem para propósitos diferentes.
Ah, vale citar duas coisas aqui: 1. A culpa do filme ser ruim não é do David Ayer, diretor e roteirista. É da Warner, que ainda não aprendeu (ou não tinha aprendido) a fazer filmes de super-heróis que prestassem. Novamente percebemos que o desespero em fazer dinheiro dos estúdios prejudica histórias e personagens que poderiam tornar-se memoráveis. Porém... 2. Agora com a DC Entertainment sendo presidida por Geoff Johns, um dos maiores escritores da atualidade na DC Comics. Logo, ele também tem poderes sobre os filmes que a Warner fizer, o que ajuda na melhora das histórias e dos filmes como um todo. Infelizmente ele não pode tomar partido nem em BVS e nem em Esquadrão Suicida, o que, em minha opinião, fez com que os filmes fossem feitos da maneira que foram (megalomaníacos e confusos).
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraSabe aqueles filmes que você acha excelente, mas não exatamente pra ver de novo? Pois "Réquiem para Um Sonho" meio que funciona assim pra mim. Eu simplesmente acho esse filme bem escrito, bem dirigido, bem atuado, mas a tensão e a visceralidade dele não me fazem assisti-lo novamente (acho que quanto mais velho ficamos, mas vamos perdendo o estômago pra certas coisas). Mas eu indico esse filme como um dos melhores filmes que já vi na vida. Além de ele tratar de forma real (apesar de pessimista) sobre a dependência química, ele também mostra o quanto o ser humano é, por natureza, um ser fadado ao vício, seja ele qual for. E todos os nossos vícios, eventualmente, nos levarão ao fundo do poço.
Numa das última cenas, vemos todos os personagens em posição fetal, destruídos pelos seus vícios, um em cada local. A mãe louca no hospício, o amigo negro na cadeia, o Leto no hospital sem seu braço e a namorada dele em casa, depois de mais uma seção pesada de prostituição.
(nunca, na vida, vou esquecer a cena do braço sendo cortado e a cena da orgia da Jennifer Connely - e não de uma forma boa)
Gente Grande 2
3.0 690 Assista AgoraBobo, sexista, quase sem graça e cheio de amigos do Adam Sandler. Ou seja, um verdadeiro filme do... Adam Sandler. Serve pura e unicamente pra diversão sem cérebro (o que acontece, porque o filme é tão cheio de absurdos, mas tão cheio de absurdos, que o melhor é rir mesmo). Mas nada além disso, e com certeza vai para aquele hall de filme do Sandler que te fazem ter a certeza que ele é o ator/produtor mais idiota, babaca e rico de Hollywood (Michael Bay é diretor, então não entra nessa minha designação aí em cima).
[REC]⁴ Apocalipse
2.5 593 Assista AgoraMuitas franquias cinematográficas se vendem apenas pelo seu nome. "Velozes e Furiosos", "Jogos Mortais", etc., são filmes que começaram com um bom filme original, mas foram se perdendo através do tempo, fazendo mais do mesmo apenas para ganhar um bocado de grana a mais. Triste fim para algumas boas ideias originais de filmes. Infelizmente, "[REC]" foi pelo mesmo caminho. Se você parar para perceber, apenas um filme da franquia prestou de fato: o primeiro. Os outros, este incluso, foram variações da mesma coisa.
Exatamente a mesma coisa: grupo de pessoas em um local fechado, o vírus demoníaco se espalha, ninguém consegue contê-lo até o último minuto do filme, quando ele é miraculosamente contido e acaba tendo um gancho para o próximo filme da franquia. Pronto!
Livrai-nos do Mal
2.8 1,0K Assista AgoraO filme tentou se vender sendo "BASEADO EM FATOS REAIS". Não conseguiu, porque o filme é ruim. Eric Bana até tenta, mas realmente o filme não decola. Até dá susto, mas não dá certo. E ainda aprendemos que The Doors é do capeta. Não veja, apenas se você quiser perder um tempinho da sua vida.
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraExcelente retrato do que é o jornalismo atual. Não é apenas sensacionalista, ele cria as desgraças para que a notícia seja feita. Pode até não ser como retratada no filme,
com Lou Bloom (Jake Gyllenhall excelente!!!) arrastando corpos para perto de um acidente de carro,
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraConfesso que só assisti este filme pela curiosidade de saber como uma produção cinematográfica pode demorar 12 anos para ser feita. Me surpreendi e meio que quebrei a cara, porque o filme é muito mais do que "12 anos pra ser feito". Ele levanta questões importantes das nossas vidas, como o que ser no futuro, quais caminhos trilhar, ou o porquê de tomarmos determinadas atitudes e fazer as escolhas que fazemos. Por isso, o filme é sensacional. Richard Linklater já era um dos meus diretores preferidos pela trilogia "Before", e com este filme, que é um marco do cinema, sem dúvida, ele consegue ser um dos poucos da indústria que pensa a longo prazo em suas produções (afinal, a trilogia "Before" também demorou bastante para ser feita). O filme é contínuo e a edição é muito boa (para um filme com uma produção de 12 anos, isto é uma grande vitória), e ele é muito segurado por Ethan Hawke e Patricia Arquette, os atores mais experientes de "Boyhood". Os dois, diga-se de passagem, fazem um bom trabalho como os pais de Mason (não, o protagonista não chama tanto a atenção pela sua atuação). Um filme reflexivo, e que merece ser digerido aos poucos. Provavelmente durante vários anos por vir.
Como Treinar o seu Dragão 2
4.1 1,4K Assista AgoraSou fã da saga "Como Treinar o Seu Dragão", seja nos cinemas quanto nos livros. A história dos livros é bem inocente, e vai gradativamente (e bem lentamente) tornando-se mais madura. Nos filmes, isto já acontece desde o primeiro, o que eu achei sensacional, porque o público-alvo do filme não é tão ingênuo.
Prova disto é que o personagem principal, Soluço, perde sua perna.
Algo que também me chamou a atenção foi a forma como eles retratam a paixonite de Cabeçaquente (Kristen Wiig) por Eret (Kit Harrington), não apenas pela comicidade, mas principalmente porque a personagem, em determinado momento do filme, deixa de gostar dele pela sua beleza e começa a prestar mais atenção nos dois rapazes que disputam pelo seu amor, provando mais uma vez a maturidade dos personagens.
(me incomodou demais Soluço gostar de cara da mãe dele, apesar de no final do filme entender que precisava ser assim para que ele pudesse ter em quem se apoiar quando seu pai morresse, decisão bastante ousada para uma animação, principalmente porque quem matou Stoico foi Banguela, um dos personagens principais).
Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
3.3 809 Assista AgoraBom, eu esperava bem mais de Foxcatcher como filme. Não quer dizer que não tenha gostado, mas eu esperava que fosse um filme excelente, e não apenas muito bom. Na verdade, Foxcatcher só é bom por dois motivos interessantes: Channing Tatum e Steve Carell. Sou fã dos dois atores, e gosto da maioria dos filmes que ambos fazem, sejam de ação ou comédia. Mas nunca tinha visto uma atuação dramática de nenhum, e me surpreendeu BIG TIME. Carell tão calmo e lento, extremamente diferente da maioria das coisas que já fez (inclusive "Pequena Miss Sunshine", onde a atuação dele também é contida. Não tanto quanto aqui). Tatum está muito bem, e realmente não conseguimos enxergar o ator tão "limitado" que aprendemos a conviver em todos os seus filmes. Definitivamente, os dois podem ser considerados como atores de primeira grandeza do cinema mundial. Em relação à história, entendo que ela aconteceu deste jeito, mas em nenhum momento conseguimos entender a motivação dos personagens em tomar certas atitudes.
Por que Du Pont começa a financiar uma equipe de luta greco-romana? Ele queria ser uma inspiração ou apenas mostrar para sua mãe que conseguia fazer alguma coisa, mesmo sendo tantas outras em outros segmentos (descobri que o verdadeiro John Du Pont descobriu, sozinho, doze espécimes de pássaros)? Por que Dave fica na fazenda? Apenas pela vida confortável que levava? E principalmente, por que Du pont mata Dave? Apenas por ser louco? Enfim, coisas que apesar da longa duração do filme, sequer são mencionadas.
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraA maneira como Wes Anderson conta histórias é única. Neste filme ele fala sobre a perda da inocência (desde muito cedo), e o casal principal de crianças realmente carrega o filme nas costas. Porém, mesmo com a paleta viva de cores que todo filme de Anderson é e com um bom filme, ele deixa muito a desejar. Eu vi "O Grande Hotel Budapeste" antes de ver "Moonrise Kingdom" e vi a evolução do diretor, e por isso este filme não consegue alcançar o patamar de um excelente filme. As inúmeras histórias do filme não conseguem se entrelaçar e tornam-se confusas demais. E este é um cuidado que roteiristas devem tomar quando forem fazer histórias sobre vários personagens no mesmo filme: fazer com que elas se entrelacem de forma orgânica. Por Anderson já ser um contador de histórias da sétima arte experiente, é mais sério ele não conseguir interligar bem suas histórias em Moonrise. É um bom filme para quem gosta do estilo "Wes Anderson" de filme, mas não para o público em geral.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraNão existe qualquer outra forma de definir "Whiplash" senão intenso. Do início ao fim, o filme não nos deixa respirar
(na verdade até deixa, quando insere a história da namorada de Andrew, mas o filme perde o fôlego nessas horas e por isso ele não é perfeito)
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KWes Anderson é um criador de obras únicas. Inclusive seus filmes merecem um gênero próprio. São comédias dramáticas bastante estilizadas, bem ao estilo... Wes Anderson de ser. "O Grande Hotel Budapeste" é como se fosse a "glória" de todos os filmes Wesnianos. Roteiro bem escrito e bem bolado, atuações afinadas, cenários e figurinos perfeitos, comédia sacana (talvez a mais de todos os seus filmes), e um filme pra ficar na história. Talvez não exatamente na do cinema mundial, mas com certeza na do gênero "Wes Anderson" de filmes.
Anjos da Lei 2
3.5 748 Assista AgoraSeria incoerente levar a sério uma história em que policiais de 30 anos voltassem para a escola (ou sequer faculdade) se passando por adolescentes de 18 a 20 anos. E é aí que entra a grande sacada da franquia "Anjos da Lei": eles não se levam a sério em nenhum momento. Se no primeiro filme isso estava em cada segundo, neste segundo as coisas estão mais escrachadas ainda. E isto é excelente!
A história do filme é praticamente a mesma que do primeiro (uma droga terrível invade o campus da faculdade e torna-se letal) e os parceiros e amigos Jenko (Tatum) e Schmidt (Hill) são recrutados para desvendar mais este mistério. E mais uma vez eles começam a questionar suas vidas e onde eles poderiam ter tomado atitudes diferentes. Ou seja, mais do mesmo. Porém, a química entre Tatum e Hill é sensacional, e qualquer fiapo de história fica muito bom com os dois. E sem contar que o elenco de apoio ficou muito bom (destaque para Ice Cube e Jillian Bell, especialmente
na cena em que ela luta contra Hill e fica investindo sexualmente contra ele, ao mesmo tempo!!!
Também vale destacar a cena perfeita com Hill, Tatum, Dave Franco e Rob Riggle na prisão. Sr. Walters, agora com uma vagina(!!!!!!!!!!) virou a "vadia" de Eric, e Jenko e Schmidt tem que ser cúmplices de tudo.
Ah, e por favor, não deixe de assistir às cenas finais, do pós-crédito. Vai ter história até o centésimo filme da franquia.
Annabelle
2.7 2,7K Assista AgoraCaça-níqueis são reconhecíveis em qualquer lugar. A sorte de Annabelle é que sua história, por si só, já causa uma curiosidade em nós, o que nos leva a assistir o filme.
Não espere um "Invocação do Mal". Este filme não chega nem aos pés do filme de James Wan. Pra mim, nada justifica a existência dele a não ser para ganhar um dinheiro em cima do nome Annabelle. Porém, espere, sim, alguns bons sustos.
Annabelle começa contando a história de um casal que presencia um crime terrível na casa vizinha e também acaba sendo vítima dos assassinos. Acontece que o casal era de uma seita que adorava ao diabo, e antes da mulher morrer, ela possui a boneca do título (que, vamos combinar, não precisa estar possuída pra meter qualquer medo). Daí então a casa de Mia (Annabelle Wallis) e John (Ward Horton) começa a ser atormentada pelo espírito da assassina e pelo próprio capeta. Diga-se de passagem, as cenas em que o próprio demônio aparece são bem assustadoras, e provavelmente os melhores momentos do filme.
Você vai se assustar com Annabelle, mas nada além disso. Com Invocação do Mal você fica com aquele sentimento de terror pelo simples fato de lembrar do filme e de algumas cenas, mas com Annabelle você só pula da cadeira e depois esquece (acredite, há uma grande diferença). Com personagens descartáveis e história irrisória, vale pelos sustos.
P.S: Eu achei muito interessante o nome da intérprete de Mia ser Annabelle Wallis (tenho quase certeza que foi por este motivo que ela foi escolhida para atuar no filme).
Noé
3.0 2,6K Assista AgoraDepois de "Noé", mudei um pouco minha opinião sobre Darren Aronofsky. Pra mim, a única derrapada (que não tinha sido tão feia) foi em "Fonte da Vida", mas tive que repensar nisto depois desse filme. Não me entenda mal. Aronofsky ainda é o tipo de diretor que eu falo "Estou aguardando ansiosamente o próximo filme de Aronofsky", mas este "Noé" é um equívoco infindável. Ele não é apenas longo demais; ele não é apenas mal escrito; ele não é apenas mal atuado. Ele é um equívoco. E não falo por crença religiosa porque deixei de lado credos quando vi este filme. Estou falando de cinematografia mesmo. E culpo um pouco o próprio Aronofsky porque ele dirigiu, escreveu e produziu este filme. E por mais que soe um paradoxo, a única coisa boa do filme é a direção dele em todas as cenas que não envolvem pessoas (praticamente ninguém se salva no elenco. Você cria uma leve simpatia pelas personagens de Watson e Connelly, e só. Russell Crowe deve ter feito um dos piores papeis da filmografia dele nesse filme. Noé chato pra caramba!!!!!). As cenas do início do mundo, passando por Adão e Eva, e as cenas de paisagem são belíssimas e muito bem produzidas, em contraste com o resto. Algo que também me incomodou profundamente doram os "Transformers de Pedra". Simplesmente dispensáveis. Não recomendo, apenas para aquelas pessoas que, como eu, fazem questão de acompanhar todas as obras de diretores preferidos. Mas se você gosta muito de "Réquiem para Um Sonho", "Pi", "O Lutador" e "Cisne Negro", não espere nada parecido deste "Noé".
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraFilmes com viagem no tempo são uma confusão por si sós. Talvez isto tenha prejudicado um pouco o entendimento de muitas coisas em "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido". Porém, o filme é muito bom, mesmo com explicações tão rasas sobre tudo (o porquê de ser o Wolverine a voltar no tempo e não Kitty Pride, como nos quadrinhos; onde os personagens secundários de "X-Men: Primeira Classe" estão neste filme; como o Professor X volta, etc.) e também com a incessante insegurança dos estúdios em continuar focando os filmes dos mutantes em personagens específicos (Wolverine, Xavier e Magneto, pra ser mais exato). Mas, como falei, isso não prejudica a proposta do filme e sua história como um todo. Muito pelo contrário. Acabam sendo bons trampolins para que o filme se desenvolva sem que hajam tantas explicações desnecessárias e que eventualmente atrapalhariam o ritmo da narrativa. Apesar de já estar cansando, Hugh Jackman ainda é o Wolverine. Mas dou muitos aplausos ao elenco novo, puxado (neste filme) por Jennifer Lawrence como Mística (por favor, deem um filme só pra ela. Tenho certeza que vai fazer sucesso!). McAvoy e Fassbender ficaram secundários aqui, mas desenvolvem uma excelente ponte para o futuro dos filmes dos mutantes no cinema.
P.S: a última cena dos mutantes no futuro,
com Wolverine encontrando todos eles na Mansão, inclusive Jean, Ciclope, Vampira,
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista Agora"Azul é a Cor Mais Quente" não é um filme fácil de assistir. Não digo isso pelas cenas de sexo praticamente explícito, mas pelo clima que permeia a história do início ao fim. E não me entenda mal. Esta não é uma crítica desfavorável ao filme. Muito pelo contrário. É um dos melhores filmes de 2013, e por isso Abdellatif Kechiche, Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux estão de parabéns. O filme é bem dirigido e fica nas costas das protagonistas com uma leveza tensa do início ao fim. Enfim, voltando ao clima do filme... Kechiche em nenhum momento se desvia da crueza em que o relacionamento das personagens principais se desenvolve.
Essa forma crua é comprovada na cena em que Emma descobre a traição de Adèle. Nada é escondido, nada é subentendido. Toda a conversa e todos os xingamentos estão lá, do início ao fim.
Batman: Ataque ao Arkham
4.0 240 Assista AgoraSou muito fã de desenhos adultos e com conteúdo, o que esta animação tem de sobra. Parece que eu estava vendo uma revista em quadrinhos do Batman nas telas, com a violência exigida (e normal) que as histórias noirs do Cavaleiro das Trevas (e de seu universo como um todo) tem. Eu fico feliz com o rumo que as animações da DC estão tomando, pois elas não são para a "família", como quase nenhuma história de personagens tão darks quantos o Batman são. Está se provou a melhor até agora não apenas por ter violência e ate cena de sexo, mas sim por respeitar a mitologia criada em torno de personagens excessivamente perturbados, cujas histórias não podem ser contadas como se fossem piqueniques num domingo de manhã. Mas enfim, fiquei feliz pelo Esquadrão Suicida ter recebido um tratamento à sua altura. Excelente animação!
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista AgoraAté agora, este filme está abaixo apenas de Capitão América 2 para mim em filmes excelentes da Marvel. Personagens praticamente desconhecidos do público (mas com papel fundamental na mitologia da Marvel no cinema), história bem bolada e planejada, boa comédia (sim, comédia) e elenco perfeito. O filme, por mais que seja da Marvel, se vende sozinho, e você realmente se importa com todos os personagens (talvez um pouco menos com Gamorra, mas mesmo assim). Agora, os destaques do filme são dois: Rocket, o guaxinim mal humorado e extremamente sarcástico; e o memorável Groot, que rouba todas as cenas em que está (todos os "I'm Groot", o "We're Groot" e a cena final dele vão ser lembradas pra sempre!). Chris Pratt também surpreende com o seu Star Lord anti-heroi cômico, e dá uma fluidez muito bacana pro filme. Vale a pensa ver, rever e aguardar ansioso pela sequência.
À Beira do Abismo
3.5 915 Assista AgoraEu pensava que este era um filme mais... "sério". Esperava mais conteúdo. Não estou dizendo que é um filme ruim. Não é. Apenas não espere um conteúdo mais interessante do que realmente é (apesar dele se propor a isto). Encare o filme como simples divertimento e você não terá perdido tempo.
O Filho do Batman
3.5 144 Assista AgoraTudo que vem da DC e da Marvel deve ser analisada dentro do universo que está sendo criado por cada uma. É difícil pegar um filme dos Vingadores, por exemplo, e dizer que é o melhor ou pior filme do mundo (apesar de ser bem bacana) porque ele tem dificuldades de se "encaixar" no "mundo real" hollywoodiano. Falando isso, deixo minhas considerações por "O Filho do Batman". Como já achava bastante interessante a história de Damian Wayne, tive facilidade para gostar muito da história do filme. Curti os traços da animação também e as participações dos personagens (Batman, Deathstroke, Talia, Asa Noturna, Ras, Damian... Gosto de todos!). Achei um pouco nada a ver a história do Slade ser o sucessor de Ras, mas dá pra engolir tranquilamente. Agora é só esperar as próximas animações da DC ("Assault on Arkham" e "Throne of Atlantis"), que prometem.
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista AgoraUm filme presunçoso é reconhecido de longe. "Os Suspeitos" é um filme feito sob medida para ganhar Oscar's: atores super conhecidos fazendo papeis difíceis, histórias com crianças e família envolvida, drama... Queria pegar carona com o excelente "Inverno da Alma" e fazer história, mas apenas fica na vontade. Infelizmente, o filme é cheio de intenções além de contar uma boa história (tinha tudo para contar), mas acaba pecando justamente pela presunção de achar que a história se contaria por si mesma e com atores conhecidos. Há coisas boas no filme: o clima melancólico, a essência da história (se tivesse sido bem contada, teria sido um filme memorável) e Paul Dano como Alex Jones, que infelizmente aparece muito pouco na história. Como na maioria de seus filmes, ele rouba a cena.