Uma história fantasiosa que passa longe do que poderia ser a hipótese de um futuro distante. ELYSIUM é apenas repetição de outras interpretações de Matt Damon. Correria, tiros, pancadaria e muita inverossimilhança tomaram o lugar do roteiro. Há circunstâncias mal explicadas, os acontecimentos ocorrem na velocidade da luz e diversos detalhes passam batidos. Um deles diz respeito ao fato de que pessoas arruinadas vivendo em instalações precárias possuem acesso a mais alta tecnologia, núcleo cujo destaque é Wagner Moura. O ator não decepciona, porém seu personagem não exige muito. Jodie Foster não passa de uma coadjuvante de luxo, aparece pouco e não tem muita importância. Tal qual Matt Damon, Alice Braga reprisa seu papel em EU SOU A LENDA (2007), atravessando mil dificuldades e escapando ilesa. Quanta falta de imaginação... A trama padece de um roteiro ruim e de personagens mal desenvolvidos. Em quase todas as cenas há a presença de brucutus sujos e mal encarados, como também o estado de penúria e escravidão dos que ficaram no planeta arruinado. A crítica social é bem clara, pois os habitantes de ELYSIUM sequer tomam conhecimento das desgraças que acontecem no que sobrou da Terra. Este filme é muito inferior a DISTRITO 9 (2009), ficção envolvente e instigante. A trilha sonora tenta causar alguma tensão, mas não funciona, a história não alcança o objetivo básico que é prender a atenção. Com final inconclusivo e mal feito, recomendo este poço de ilusão para os mais descerebrados. Bem aquém das expectativas...
Mesmo com todos os clichês dos filmes de suspense, o mais recente trabalho do jovem James Wan – que possui ótimas produções no currículo – impressiona pelos sustos e tensão que causa. A caracterização de época é bem feita e o elenco é competente, exceto o fraco e insosso Ron Livingston, interpretando um pai relutante e incrédulo. A apresentação do casal caça fantasma, participando de palestras que são quase shows, foi uma boa sacada para o entendimento de sua real função na trama, porém, não há muita sintonia entre Vera Farmiga (bem apagada) e Patrick Wilson; eles não combinam muito enquanto casal. A melhor interpretação é da atriz Lili Taylor, que raramente decepciona os fãs nos filmes de que participa. É justamente através de sua personagem que se pode concluir que nem tudo é tão óbvio quanto parece. A mãe protetora e dedicada é a mais afetada pelas intempéries sofridas por essa triste família. São muitos momentos assustadores e marcantes que nos fazem tremer na poltrona e ficar com os olhos grudados na tela. Os efeitos especiais são fantásticos e aterrorizantes, a produção é um terror digno desse nome. Na reta final, muitos sustos, agonia, desesperança e sentimento de impotência perante os fenômenos sobrenaturais. A direção também não faz feio e o hábil diretor nos oferece mais uma obra elogiável. Há tempos não me assustava com filmes de terror, tão bobos e emburrecedores, mas com este aqui até me arrepiei. Ficamos vários dias relembrando as aflições de uma família que vive em permanente estado de choque. Apesar de algumas coisas mal explicadas e outras aparentemente tão óbvias, foi uma bela surpresa. Vale o ingresso!
É improvável uma trama com a presença de crianças não possuir clichê e esta aqui não foge à regra. Explora uma das inúmeras teorias de como seria uma invasão alienígena. Não há originalidade na narrativa, mas os sustos estão presentes e os efeitos especiais são bons. É um filme para sábado à noite ou para um dia chuvoso. Grande produção não é, porém não chega a ser ruim. É apenas regular, sem maiores pretensões. O clima de suspense é envolvente, as situações de perigo prendem a atenção. Sentimos raiva com a teimosia e a babaquice do pai das crianças, que reluta em acreditar nos acontecimentos óbvios. O elenco é fraquíssimo e nem o veterano J.K. Simmons consegue atenuar as más interpretações. Como há poucas histórias que retratem esse tema atualmente, vale dar uma olhada e refletir se os fatos ocorridos na trama seriam mesmo pertinentes de acontecer na vida real, ou pelo menos alguns deles. O final medíocre não faz do filme uma bomba. Ele vale pelo menos a pipoca.
Selvagem e sanguinolento, o novo drama do dinamarquês Nicolas Refn repete-se como mais uma bobagem sem sentido, igualando-se a boa parte de sua filmografia. O personagem principal mal fala, é quase um ser inanimado, sem rumo e sem emoção. Esse misto de cinema mudo, violento e carniceiro alterna momentos de escuridão com outros de luzes fortes e rebuscadas que machucam a vista e não alteram em nada o entendimento da história, que é notadamente a busca de vingança de uma mãe pela morte de seu filho usando como objeto para isso seu estranho caçula. Kristin Scott Thomas está bizarra com um visual pesado e esquisito interpretando um personagem caricato que não convenceu. Mesmo curta, a trama é cansativa, sua trilha sonora é inexistente e dá vontade de desistir. Para completar a esquisitice, ainda temos um policial cantarolando, numa performance digna de um belo cantor de banheiro. Em resumo: esse filme é uma grande aberração! Vaiado e massacrado pela crítica de maneira extremamente justa. Jamais algo de tão péssimo gosto entraria no circuito comercial. Não passa de um banho de sangue, algo execrável! Nunca gostei do diretor Nicolas Refn e continuo abominando aquilo que ele chama de “trabalho”. Recomendo passar muito longe desta bomba. Péssimo!
Com um tema inexistente em filmes nacionais, que priorizam o besteirol e a comédia escrachada, FLORES RARAS impressiona por sua linguagem poética, sensível, delicada e que não resvala na pieguice. Apesar das dificuldades para a captação do orçamento devido à falta de patrocinadores, Bruno Barreto apresenta uma história de amor lésbico tocante e trágica ambientada no Rio de Janeiro de 60 anos atrás, mas não se prende somente a isso. A história também retrata o painel político da época, com uma muito bem feita reconstituição. A escolha do elenco foi acertada e a grande Glória Pires não poderia estar mais à vontade no papel. A atriz dá um show interpretando personagem tão polêmico. A fotografia e o figurino são destaque e as poucas ambientações não decepcionam nem entediam. Morna em determinados momentos, a trama não cansa; a vontade de saber o que ocorrerá em seguida instiga o espectador. As atrizes protagonistas não possuem muita semelhança com as personagens originais, mas isso não diminui o ótimo trabalho de caracterização. Nas cenas românticas e de intimidade entre as mulheres, não há nudez explícita, o que só reflete o bom gosto com que foram filmadas. As performances não agridem nosso olhar; há sim muita sutileza e ternura no romance homossexual. Sabiamente, optou-se pelo idioma inglês, o que nos livra dos diálogos inaudíveis tão comuns nos filmes produzidos por aqui. O cerne da trama demonstra, com fidelidade indiscutível, a complexidade, o embaraço e a incompreensão mútua existente num relacionamento entre mulheres, onde pequenos problemas transformam-se em imbróglios e mágoas infindáveis. Uma boa surpresa vinda do diretor Bruno Barreto, que nos últimos anos não realizou nenhum trabalho digno de nota. Doce, meigo e inesquecível!
Entre os filmes do diretor Judd Apatow, só gostei de O VIRGEM DE 40 ANOS (2005). BEM VINDO AOS 40 é apenas mediano; não passa de uma obra previsível, repetitiva e cheia de clichês. Apatow gosta mesmo desse número, tendo metade de sua pequena filmografia com o 40 no título. O elenco é péssimo, Leslie Mann e Paul Rudd são dois dos piores representantes do gênero comédia; o excesso de gritinhos dela mais a falta de expressão dele incomodam. Apesar disso a trama diverte e causa algumas poucas risadas, com as situações caricatas de um casal quarentão à beira da ruína financeira. Choros, gritos, gracinhas, adolescentes, mulheres sensuais, esquisitas, familiares aproveitadores e outros distantes fazem parte do leque de personagens, tipos que vemos sempre em diversas outras histórias sem originalidade de Hollywood. Esta não é das melhores comédias, mas serve como sessão da tarde. Dispensável e bobinho.
Em mais uma bobagem sem sentido, Tom Cruise interpreta um herói de ação pela milésima vez. Esse papel de bom moço que não sofre um arranhão e que sabe de tudo cansou! Bons tempos eram aqueles em que o ator protagonizava excelentes dramas como OPERAÇÃO VALQUÍRIA (2008) e A FIRMA (1993). Depois que o astro enveredou por esse gênero cinematográfico composto por tiros, perseguições e pancadaria nunca mais conseguiu sair da mesmice e praticamente interpreta o mesmo personagem em todos os seus trabalhos, os quais só vejo um motivo para existir: enriquecer cada vez mais o astro. Em JACK REACHER os fatos são totalmente inverossímeis e sem nenhuma razão de ser. Um atirador que escolhe suas vítimas a esmo, com exceção de apenas uma; depois descobre-se que não foi bem ele que atirou; é criada uma ligação sem nexo entre este atirador e um ex militar andarilho cujo passado pouco se sabe, e uma advogada que arrisca sua vida e sua carreira sem nenhuma razão convincente para isso, quando ninguém mais atreve-se a fazer o mesmo. São personagens tão mal desenvolvidos numa história mentirosa e rocambolesca e que ainda por cima terá continuação. A narrativa é lenta e muito sem graça e o final, nem é necessário dizer, pra lá de previsível. Ter Tom Cruise no elenco há tempos deixou de ser garantia de coisa boa. Só há apenas uma palavra para definir seus filmes: repetição. Fraco!
Para quem aguardava a 7 anos por um filme do herói, desde SUPERMAN RETURNS (2006), a espera foi válida. Com muita ação e drama, a história é longa - detalhe compreensível - pois há muito o que contar. Felizmente não cansamos. A 1ª metade foca mais no drama, para que, logo em seguida, diversos momentos emocionantes assumam seu lugar. O elenco, composto em sua maioria por nomes conhecidos, é competente e Henry Cavill, belo estranho para grande parte do público, dá um show. Além de se encaixar perfeitamente no personagem, possui beleza excepcional e muito carisma. As idas e vindas no tempo não confundem, mas ainda assim prefiro que o enredo seja desenvolvido de forma linear; porém esse detalhe não atrapalha o desenrolar da trama. O efeito 3D é completamente dispensável, não faz nenhuma diferença, sendo apenas um detalhe caça níquel com o intuito de aumentar a arrecadação nas bilheterias. O feioso Michael Shannon está muito bem como o vilão Zod, poderoso e assustador assim como seus comparsas. Russel Crowe encontra-se muito à vontade como o pai do homem de aço; Jor-El é figura onipresente durante a trama e suas explicações são bastante esclarecedoras para o melhor entendimento de alguns detalhes. As cenas de infância do pequeno Kal nos faz lembrar dos tempos de criança, em que se achava que era só colocar uma capa vermelha e o mundo seria salvo. Saudosos tempos! E como apanha meu amado herói... As cenas de confronto físico são realistas e bem feitas; ao menos se consegue enxergar a intensidade dos socos - ao contrário de outros filmes em que tudo ocorre de forma mecânica. O roteiro é bem amarrado e a trilha sonora é um acontecimento à parte. Enfim, um filme de superherói que faz jus ao nome e que deixa bastante satisfeitos os fãs. No meu caso, fã desde que me entendo por gente, e desde já à espera da continuação. Excelente!
Com um trailer atrativo e a presença sempre marcante de Brad Pitt, o que se vê aqui é apenas um repeteco de inúmeras outras obras que tratam do fim do mundo e também de zumbis. Assunto mais do que saturado, neste filme está presente tudo que já cansamos de ver em produções anteriores: correria, sangue, mutilação, um herói separado de sua família, gente morrendo aos montes, epidemia. Brad Pitt atua no piloto automático (ele não deveria ter se metido nisso) e o elenco secundário é ruim de doer. A cura da epidemia me pareceu um bocado simplória e até o final não consegui descobrir com que doença o protagonista foi infectado e se posteriormente conseguiu se curar. A trama é inverossímil e possui diversas pontas soltas, perguntas sem respostas e resolução simples e rápida para um problema complexo demais. Mas não se pode ignorar o esmero com que foi realizada esta super produção, com seus efeitos fantásticos tais como a queda de um avião e diversas pessoas por cima das outras num rastro de destruição e morte. O passado do personagem principal e sua carreira na ONU foram negligenciados; não se entende muito bem o que ele fazia antes de brincar de casinha com sua família. Assemelhando-se ao recente O IMPOSSÍVEL, em GUERRA MUNDIAL Z familiares também se separam para ter um final como sempre previsível. E como um caça níqueis que se preze, haverá uma continuação, pela qual não gastarei meu suado dinheirinho, optando por assistir a tantas mentiras no sofá de casa, onde gasto bem menos. Fraco!
É necessária uma boa dose de paciência para acompanhar algo tão morno como essa pseudo arte. Devido à algumas boas atuações em filmes anteriores – parte delas realmente memoráveis – acostumamo-nos a achar que todo trabalho do superestimado Ryan Gosling é uma grande obra, e isso é um equívoco. THE PLACE... é um erro na carreira do ator, como também o foram CAÇA AOS GÂNGSTERES (2013) e DRIVE (2011), dentre outros. Em sua nova incursão na tela grande, Gosling insiste em permanecer com a mesma expressão em todas os momentos, cansando o espectador. Seu visual oxigenado ficou caricato, tal qual seu figurino de 5ª categoria. Carregaram muito nas tintas de “rapaz pobre”. A trama muda de foco diversas vezes, iniciando com a história do motoqueiro que não tem onde cair morto para depois dar lugar à trama policial, onde Bradley Cooper passa a ser o destaque, e entre as duas narrativas fica-se com a ligeira impressão de não haver ligação entre elas. E as atuações? Sofríveis, especialmente a de Bradley Cooper, que não se encontrou no personagem. Mais sem graça do que nunca, encerra a trama sem dizer a que veio. Eva Mendes, com o visual lixinho, está bem aquém da suntuosidade mostrada em HOLY MOTORS, e o papel que interpreta é quase insignificante. Esta é mais uma produção ruim de uma lista que só faz crescer na filmografia de Ryan Gosling. Fuja!
Tendo gostado bastante do filme de 2009, enchi-me de expectativas para essa nova versão. Infelizmente elas não se confirmaram. ALÉM DA ESCURIDÃO não passa de um blockbuster, é pipoca do início ao fim, com suas situações cansativas, repetitivas e inverossímeis em mais de 2h de história. A maior parte dos diálogos é extensa e o sono é inevitável. Foi dado muito enfoque ao Kirk de Chris Pine, um ator fraco, em detrimento de todo o elenco secundário e do personagem Spock, bem mais rico e interessante que o protagonista. A versão em 3D é dispensável, não recomendo gastar tanto com algo que faz pouca diferença. Não há sentido na existência desta continuação, tendo em vista que a produção anterior foi excepcional. Não houve emoção desta vez, envolvimento por parte do espectador ou imersão na história. Tudo não passa de um emaranhado de conversas chatas e repetições de fatos em demasia. Isso de determinados personagens morrerem e rapidamente ressuscitarem é fato batido que não convence mais ninguém. Ficção e fantasia são aceitáveis; mentiras deslavadas, não. Melhor opção seria ter parado na trama de 4 anos atrás, pois aqui não houve um roteiro à altura, dentre outras falhas já citadas. Havendo um 3º filme, optarei por assistir em casa. Contrariando os fãs de J. J. Abrams, permaneço no aguardo de algum trabalho deste diretor que venha a me impressionar.
Não li o livro nem assisti ao filme anterior, mas conhecia a história. De qualquer forma, este foi meu 1º contato c/ a obra de Fitzgerald e confesso que esperava mais. O que depreendi da história foi nada mais nada menos que um romantismo exacerbado e muita fantasia. Leonardo DiCaprio encarna um Gatsby dúbio, porque de início não se compreende muito bem suas intenções. Essa história do primo de um amor do passado ir morar logo do seu lado e a aproximação entre eles dar mais do que certo para que o protagonista possa aproximar-se da sua amada é irreal demais. O núcleo pobre da trama, com todas as suas aberrações, é bem mais convincente que o desfile de riqueza e ostentação apresentado pelos mais abastados. A propósito, não ficou bem explicado o surgimento da riqueza de Gatsby, como também a internação psiquiátrica de seu melhor amigo. Tudo bem que o rapaz ficou perturbado com tudo o que viu e presenciou, mas não era pra tanto. Será que ele era tão inocente que acabou sendo incapaz de supor as falcatruas que as pessoas são capazes de executar? A atuação de Tobey Maguire é sofrível, pra mim ele sempre foi um ator medíocre. Óbvio demais, bobo demais, sem graça demais. Sem graça e medíocre também foi Carey Mulligan, que tanto surpreendeu em trabalhos anteriores, mas que neste personagem praticamente secundário e quase dispensável não obteve muito sucesso. A melhor interpretação foi mesmo de Joel Edgerton; seu Tom Buchanan é arrogante, cínico e ameaçador. O filme é longo, cansativo e superficial: ao final da sessão, se esquece tudo. Não marcou por um instante sequer. E no final, uma lição: os falsos amigos bajuladores e principalmente o falso amor não passaram de uma ilusão. E o preço que se paga por acreditar em ilusões é o abandono, o esquecimento. Com sua bela fotografia e a aura de clássico, recomendo assistir em casa. Fraco!
Está claro que a febre Renato Russo dá seus primeiros sinais de cansaço com essa invencionice do cinema nacional, que tenta misturar diversos gêneros cinematográficos, tais como drama, faroeste, biografia, romance e comédia. Seria mais apropriado como um especial da televisão sobre a música em questão. A idéia de transformar em filme uma famosa canção não resultou em algo satisfatório. Previsível do início ao fim, a trama é cansativa, repetitiva e sem emoção. Não se consegue torcer por nenhum personagem, todos parecem ser maus e indignos de pena. O romance do casal protagonista é completamente inverossímil, só mesmo numa música um pobre coitado daquele se envolveria com uma filha de senador. Isis Valverde não possui cacife para protagonizar um filme; seu desempenho é apático, inexpressivo. Ela não conseguiu dar vida à sua personagem. A trilha sonora, composta em parte por canções americanas, não está muito em harmonia com as cenas executadas. Na verdade, pouco tem a ver com a história. A capital federal permanece sendo retratada como um dos piores lugares do mundo para se viver. De acordo com os filmes atuais, nesta cidade só se ouve e produz música, ao mesmo tempo em que o consumo de álcool e drogas ocorre em demasia, pois não há nada melhor que isso para fazer. A narrativa desenvolve-se em alta velocidade. Se o roteiro fosse de alguma complexidade, o espectador correria o risco de se perder no andamento da história. Enfim, essa é apenas mais uma produção oportunista, superficial e esquecível entre as dezenas existentes na filmografia nacional. Recomendo assistir em casa, se não houver nada de mais importante com o que se ocupar. Ruim!
Se não for criada muita expectativa (devido ao elenco famoso) e se não se esperar ver uma obra prima, essa sucessão de esquetes cômicos diverte. Repleto de baixarias e escatologia, em pelo menos 4 deles consegui dar algumas risadas: A sequência com Anna Faris, escatológica mas terrivelmente engraçada; O “banho de sangue” sofrido por Chloe Moretz e a reação dos meninos com algo tão estranho foi hilário; Os desafios impostos por Hale Berry ao seu pretendente resulta num show de bizarrices divertidíssimo; considero este o melhor dos esquetes; Fechando com chave de ouro, o capítulo final, que mostra um gato apaixonado pelo dono e que vive em pé de guerra com a noiva do rapaz, é impagável de tão cômico, apesar de conter muita baixaria. Com grandes nomes do cinema participando dessa brincadeira e protagonizando momentos constrangedores, o espectador deve entrar no clima e considerar a trama como apenas mais um besteirol americano, dessa vez dividido em vários e curtos capítulos. O divertimento é garantido. Não é filme para a tela grande, mas, se visto em casa numa tarde descompromissada acompanhado de uma pipoca, é uma boa pedida.
Retratando os EUA ainda sob a fase da segregação racial, o que vemos aqui é um verdadeiro desfile de baixarias e sexo explícito. Uma Nicole Kidman deslocada interpreta uma mulher promíscua que até sexo à distância pratica. Suas cenas constrangedoras com um presidiário psicopata chocam. Nessa altura de sua carreira, a atriz não precisava passar por um ridículo tão grande. Como pano de fundo para esta história pornográfica há uma trama mal desenvolvida de dois jornalistas querendo livrar o psicopata da cadeia. Descobrimos na metade do filme que um deles é gay, mais uma vez retornando ao tema sexual. Zac Efron só serve para mostrar o corpo e desejar a mulher que fica com todos, menos com ele. O que poderíamos chamar de atuação nele simplesmente não existe. Na reta final só há tragédia, uma atrás da outra. Em seus politicamente incorretos papéis, a interpretação de Matthew McConaughey e John Cusack são boas, para não dizer que o filme inteiro é um desastre; na realidade é sem pé nem cabeça e não deveria jamais existir. Se a intenção for apenas ver Nicole Kidman em cenas bizarras, posso garantir que não há nada bonito de se admirar. Dessa vez o diretor de PRECIOSA errou feio. Deprimente!
Um filme ágil, divertido e cativante. Caracteriza de forma convincente o Renato Russo jovem e o surgimento das bandas de rock de Brasília, com destaque para o CAPITAL INICIAL, que ficou bem semelhante. A cidade é descrita como um dos piores lugares para se viver, será verdade mesmo? A juventude a considera um lugar atrasado, sem opção, sem futuro, sem perspectiva, assim como também era considerado o Brasil. Todos sonhavam em sair do país, ou no mínimo mudar de estado. Sobre o protagonista, me impressionou saber que suas letras surgiram de experiências de vida, dos seus dramas pessoais, e não ao acaso. Numa homenagem a uma grande amiga, a música AINDA É CEDO foi tema de uma cena lindíssima de reconciliação entre os dois, carregada de muita emoção. A vida afetiva do compositor foi tratada de forma superficial; as cenas mais quentes foram justamente com sua melhor amiga e a homossexualidade apenas insinuada. Boa parte do elenco parece ter vindo da novela MALHAÇÃO; os atores – muito jovens e desconhecidos – leem o texto. Os intérpretes dos companheiros de banda Dado e Bonfá atuam no piloto automático, parecendo robôs lendo um livro. Não se sabe nada a respeito da formação musical deles, que simplesmente surgem tocando seus instrumentos sem maiores explicações. A impressão que fica é de que tocar guitarra e bateria é a coisa mais fácil do mundo, basta querer. E o que dizer de Edu Moraes como Herbert Vianna? Nada mais do que patético... O baixista Renato Rocha foi solenemente ignorado, seu nome sequer foi citado entre os componentes da banda. Há apenas uma pequena menção à criação da música FAROESTE CABOCLO, tema do próximo filme sobre a Legião. Para compor esta longa canção, Renato chega a sair de Brasília e conhece uma outra realidade, portanto acredito que esse deveria ter sido um tema mais bem trabalhado. Falhas do roteiro à parte, o filme é bom. É uma bonita homenagem a um dos grandes ídolos musicais brasileiros que se foi precocemente e que deixou muita saudade. Renato Russo era antes de tudo um inconformado e tentava, através das suas músicas, protestar de alguma forma. A trilha sonora, obviamente, nos leva a um passado em termos musicais tão bom, tão criativo e revolucionário, que hoje não se vê nada nem parecido com esse período de total efervescência do rock nacional. E apesar do reconhecimento, do sucesso, dos inúmeros fãs e da aclamação como grande ídolo, a vida do protagonista parece ter sido um bocado triste e solitária, como se comprovou até o momento de sua morte, sozinho, em casa. Muita falta faz no cenário musical brasileiro alguém com a inventividade desse grande cantor e compositor Renato Russo!
Não assisti o original e nem pretendo! Já essa nova versão é detestável, uma bomba! O elenco é fajuto, o roteiro é péssimo, as atuações são horríveis, a direção é ruim e a fotografia é decepcionante. Sinceramente, nada presta! Só há alguns pequenos sustos, nada demais. As cenas sanguinolentas são onipresentes, como convêm a filmes sem história. A duração da trama é curta, felizmente, mas mesmo assim não vale nem 10 minutos de atenção por ser uma total perda de tempo. Que filme mais assustador que nada, pura jogada de marketing. Uma bela porcaria, isso sim. Ainda bem que não gastei meu dinheiro com isso. Lixo!
Ao término do filme, me perguntei o porquê de tantos elogios, tantas críticas e comentários positivos, qual o motivo do sucesso. Não há nada de especial aqui, a trama é igual ou parecida a tantas outras que tratam de jovens traumatizados, discriminados ou estereotipados que alcançam a maturidade e posteriormente a redenção. No início, veem-se todas as características de histórias bobas para adolescentes com seus diálogos fúteis e sem sentido. O protagonista é um ator muito ruim cuja interpretação apática já foi mostrada em obras anteriores. Logan Lerman continua sem competência alguma para protagonizar nada. Em todas as cenas e nos diversos tipos de emoção que seu personagem deveria passar, sua expressão é a mesma, travado a todo instante. Felizmente está presente a bela Emma Watson, atriz talentosa e um dos rostos mais bonitos entre os artistas jovens atuais. Ela sim consegue nos passar alguma emoção. O roteiro trata basicamente dos encantos e das agruras do primeiro amor, da descoberta dos talentos e da chegada inevitável do amadurecimento, permeados pelo trauma do protagonista, cuja perda trágica da tia, sua grande heroína, o marcou profundamente. Na trilha sonora há ótimas, interessantes e nostálgicas referências pop, parecendo até um personagem à parte, de tão sensacional que é. Mas a produção é composta mesmo por uma sucessão de clichês, onde encontramos o tímido, a princesa, o gay, uma triste ocorrência na infância, um colapso seguido de internação e a superação de todos esses obstáculos até a chegada da maturidade. Nada de novo... Um filme apenas mediano! E esse título? Quais são mesmo as vantagens de ser invisível? Que coisa mais nada a ver...
Reunião de clichês de filmes de terror, com a atriz do momento protagonizando e servindo de chamariz para algo tão abominável. Assim se resume essa desastrosa tentativa de assustar um público já cansado de produções ruins do gênero. Numa atuação fraca, Chastain não agrada; sua protagonista com cara de madrasta não exige muito esforço de interpretação. O desempenho do restante do elenco é sofrível, forçado e superficial. O bloqueio psicológico das crianças, existente devido ao abandono que sofreram, é explorado de forma primária, tornando cansativo ao espectador a observação de detalhe por detalhe do cotidiano das irmãs e de seus hábitos tão banais. O que se vê no decorrer da história são mentiras e improbabilidades, senão, porque os personagens só resolvem desvendar os mistérios da trama à noite, visitando uma cabana abandonada no meio da floresta onde as meninas permaneceram durante anos perdidas? Um ultraje à inteligência do espectador! O filme é tosco, tudo é muito feio e mal feito. Destaco apenas um ponto positivo: consegue-se prender a atenção do início ao fim, onde um público ávido por algum susto aguarda por um momento verdadeiramente intrigante. Infelizmente, passados os 100 minutos de duração, esse instante não chegou. No mais, é uma banalização total do gênero, que há tempos já não está sendo capaz de assustar mais ninguém. Recomendo passar longe!
O diretor Wes Anderson, do qual nunca fui fã, embarca em mais uma de suas aventuras infantis e fantasiosas, a começar pelo título, pelo cenário colorido e pelas situações cômicas que pouco causam graça (característica mais marcante na 1ª metade da história). Como na quase totalidade de seus trabalhos, aqui há uma profusão de nomes famosos, que não conseguem contribuir muito para que a trama funcione. Há também a repetição da parceria com os atores Bill Murray (definitivamente um nome que não me agrada) e Jason Schwartzman – péssimo! Bruce Willis e Frances McDormand nunca estiveram tão descaracterizados e os excelentes Edward Norton e Tilda Swinton, com suas pequenas participações, fazem o que podem para demonstrar alguma representatividade interpretando personagens modestos, quando não medíocres, em especial Swinton. O destaque vai mesmo para o elenco adolescente, principalmente o menino Jared Gilman, uma grata surpresa. Caracterizando de forma competente os anos 1960, em alguns momentos o filme mostra-se divertido e nostálgico, nos relembrando as tentações e emoções do 1º amor e as aventuras adolescentes dos filmes da década de 80. Numa estratégia acertada, o lado cômico surge de forma sutil, porém, só a 1ª metade da história é realmente interessante, descambando em sua reta final para a perda total da graça. No desfecho, chegamos à conclusão de que não passa de uma fábula infantil cheia de bobagens, com um final igualzinho ao início. Fraquíssimo e total perda de tempo!
Ótima fotografia, trilha sonora, montagem e uma história bem amarrada são os sinais mais claros de que estamos diante de mais uma produção bem sucedida do agente secreto mais famoso do mundo. O filme é idêntico aos demais da série e não poderia ser mais previsível, porém diverte e enche os olhos por ser um trabalho impecável. Com seus tiroteios, correrias, fugas e perseguições, situações que quando se repetem cansam, Daniel Craig impõe seu charme e ar blasé como um atrativo a mais para um ator que personifica perfeitamente o personagem. Sobre a história, as mentiras e impossibilidades dominam, e não poderia ser diferente. Javier Bardem surge de forma esplendorosa para, logo depois, tornar-se apenas mais um vilão clichê. E ainda houve quem reclamasse por ele não ter sido indicado ao Oscar, um verdadeiro absurdo, tendo em vista que não há nada em sua pequena interpretação que justificasse um equívoco desses, tanto que sua participação encerrou-se de forma patética e banal, um personagem totalmente esquecível... O clímax da história, o ataque à antiga casa do 007, bem dirigido e convincente, conseguiu causar tensão. A morte de M foi estúpida e mal explicada, mas necessária para que pudesse haver uma renovação. A veterana Judi Dench já estava dando indícios de saturação e precisava mesmo mudar de rumo após participar de sete filmes do agente. Como nos episódios anteriores, o término da trama aponta para mais um recomeço, e os não tão fãs do agente secreto, como eu, já não aguentam mais ver a mesma coisa por tantos anos. Exagero dizer que é o melhor filme da franquia, quando não passa de pura e simples repetição.
Uma monarquia que tem como mandatário um rei fanfarrão, bobo, infantilizado, devasso e insensível aos problemas do povo consegue facilmente ser dominada pelos pensamentos de um forasteiro que prega os ideais iluministas, bastando para isso conquistar a amizade do abobalhado rei. Daí parte a premissa para essa história de amor, traição e conflitos na corte dinamarquesa do século XVIII. Apesar de ser mais uma cansativa história de reino, há boas atuações e uma bela fotografia. O trabalho de direção também é digno de elogios. Com exceção da intérprete da rainha, uma atriz fraca, apagada, sem carisma, apática e sem expressão, que não merecia protagonizar a trama, os demais personagens não decepcionam, em especial o estreante dinamarquês Mikkel Folsgaard, melhor ator no Festival de Berlim 2012, por sua hilariante interpretação do rei Christian, sem dúvida a melhor do filme. A cada aparição sua, as risadas eram inevitáveis, mesmo a trama não sendo cômica. Com um início parado, em sua metade o filme torna-se mais ágil e interessante, pois a questão política se sobressai e o roteiro ganha relevância. Algo que chama a atenção é que o amante da rainha é tão ou mais feio que o próprio rei, que já não é o mais belo dos homens! O que a infelicidade conjugal não é capaz de fazer... Deixa os infelizes em seus casamentos arranjados igualmente cegos. Carregado de alguns clichês que não chegam a prejudicar e com final previsível, essa triste história de um amor impossível, injustiça social, início de uma nova era e a luta por uma vida mais igualitária para todos envolve e agrada o espectador, sendo bem emblemático para o contexto da época. Um bom filme!
Imerso em problemas pessoais, como um divórcio inevitável, um filho aborrescente e revoltado e uma relação inexistente e conflituosa com o pai, o protagonista de Wagner Moura é uma das poucas coisas aproveitáveis nesta mais nova incursão do cinema nacional no gênero road movie, categoria em que permanecemos sem um exemplar que valha. De início mostrando a desordem em que se transformou a vida do médico, que não consegue se entender com sua mulher acabada e masculinizada e com seu filho esquisito pela força da idade - característica potencializada pela separação dos pais - o abalo psicológico do chefe de família é evidente. Nos primeiros minutos, nos deparamos com uma trama morna. O áudio, na maior parte do tempo, principalmente nas cenas de estúdio, é falho, fazendo com que, num momento ou outro, tenhamos que nos esforçar para entender o que está sendo dito. A história só ganha ritmo quando se inicia a tão esperada busca, fazendo jus ao título da trama, com quase a totalidade de seus 90 minutos tomada pela situação. Um pai desesperado começa a seguir pistas, a frequentar lugares horrendos permeados por pessoas estranhas que, à primeira vista, parecem ser também perigosas. Nesta incansável procura por seu filho, não se veem traços de modernidade logo na região mais rica do Brasil, num percurso que compreende o Rio de Janeiro ao Espírito Santo. Tudo é pobreza, favela, desolação. Gente que mora num barco, casas decrépitas, ambientes degradantes. É uma região sudeste a qual não estamos muito acostumados a ver nas novelas. Ponto para o diretor de fotografia argentino Adrian Teijido, que parece ter se baseado em alguns cenários interessantes de road movies hollywoodianos. A atmosfera soturna do filme amedronta e nos envolve no clima de mistério, mas, em uma história onde um garoto menor de idade que foge num cavalo, sem destino conhecido em plena região urbana do Brasil, e que não é impelido por ninguém em sua jornada, assim como a chave para descobrir seu paradeiro se dê através de cartas e desenhos, reina muita fantasia e inverossimilhança. Difícil de engolir... Quanto às atuações secundárias, Mariana Lima está péssima, inexpressiva e incapaz de causar alguma emoção. Lima Duarte só serve de chamariz, atuando por ínfimos 4 minutos. O filme é mesmo de Wagner Moura, nosso melhor nome do cinema atualmente. A trama como um todo ficou mal explicada. Não entendi muito bem a origem do mau relacionamento entre Moura e seu velho pai. Mas compreendi perfeitamente que o que o moleque de 15 anos merecia era mesmo uma bela surra, pois não havia motivo justificável para fazer o que fez. Seu pai teve que humilhar-se em busca de informações e ajuda, acabou atropelado e parecia mais um mendigo à procura de um rebelde sem causa. O final é uma bomba, mas o filme não é de todo ruim, devido a alguns aspectos técnicos e ao competente protagonista. Apenas regular!
Mais uma produção polonesa pobre e meia boca, esta trama tosca mostra um homem fascinado por sua irmã, a qual não evita e até instiga esse desprezível sentimento. Vê-se, neste filme ordinário, um sujeito depravado que enxerga a irmã, feia e esquelética, com olhar lascivo, e que, enquanto não for consumado o ato sexual entre eles, não sossegará; após esta aberração ocorrer, a situação só irá piorar. A ambientação é ínfima, grosseira; os irmãos vivem em estado de pobreza extrema; nenhum familiar surge na história. Os diálogos não possuem criatividade; inventaram um núcleo cigano em conflito com skinheads apenas para, momentaneamente, tirar a atenção do sugerido incesto, para não se pensar que o filme é só sobre isso. Prova dessa afirmação é que o núcleo citado não possui importância alguma no desenrolar da trama. Não sabemos do que vive a irmã, que usa seu tempo saindo com homens de má índole e servindo apenas como brinquedo sexual, numa construção sofrível da identidade dos personagens. O rapaz, doente de amor, não se permite envolver com outras garotas, que até surgem, mas pelas quais ele não dedica muita atenção. Um filme podre, um lixo, cujo final é tão ou mais nojento do que a própria história. Execrável!
Elysium
3.3 2,0K Assista AgoraUma história fantasiosa que passa longe do que poderia ser a hipótese de um futuro distante. ELYSIUM é apenas repetição de outras interpretações de Matt Damon. Correria, tiros, pancadaria e muita inverossimilhança tomaram o lugar do roteiro. Há circunstâncias mal explicadas, os acontecimentos ocorrem na velocidade da luz e diversos detalhes passam batidos. Um deles diz respeito ao fato de que pessoas arruinadas vivendo em instalações precárias possuem acesso a mais alta tecnologia, núcleo cujo destaque é Wagner Moura. O ator não decepciona, porém seu personagem não exige muito. Jodie Foster não passa de uma coadjuvante de luxo, aparece pouco e não tem muita importância. Tal qual Matt Damon, Alice Braga reprisa seu papel em EU SOU A LENDA (2007), atravessando mil dificuldades e escapando ilesa. Quanta falta de imaginação... A trama padece de um roteiro ruim e de personagens mal desenvolvidos. Em quase todas as cenas há a presença de brucutus sujos e mal encarados, como também o estado de penúria e escravidão dos que ficaram no planeta arruinado. A crítica social é bem clara, pois os habitantes de ELYSIUM sequer tomam conhecimento das desgraças que acontecem no que sobrou da Terra. Este filme é muito inferior a DISTRITO 9 (2009), ficção envolvente e instigante. A trilha sonora tenta causar alguma tensão, mas não funciona, a história não alcança o objetivo básico que é prender a atenção. Com final inconclusivo e mal feito, recomendo este poço de ilusão para os mais descerebrados. Bem aquém das expectativas...
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraMesmo com todos os clichês dos filmes de suspense, o mais recente trabalho do jovem James Wan – que possui ótimas produções no currículo – impressiona pelos sustos e tensão que causa. A caracterização de época é bem feita e o elenco é competente, exceto o fraco e insosso Ron Livingston, interpretando um pai relutante e incrédulo. A apresentação do casal caça fantasma, participando de palestras que são quase shows, foi uma boa sacada para o entendimento de sua real função na trama, porém, não há muita sintonia entre Vera Farmiga (bem apagada) e Patrick Wilson; eles não combinam muito enquanto casal. A melhor interpretação é da atriz Lili Taylor, que raramente decepciona os fãs nos filmes de que participa. É justamente através de sua personagem que se pode concluir que nem tudo é tão óbvio quanto parece. A mãe protetora e dedicada é a mais afetada pelas intempéries sofridas por essa triste família. São muitos momentos assustadores e marcantes que nos fazem tremer na poltrona e ficar com os olhos grudados na tela. Os efeitos especiais são fantásticos e aterrorizantes, a produção é um terror digno desse nome. Na reta final, muitos sustos, agonia, desesperança e sentimento de impotência perante os fenômenos sobrenaturais. A direção também não faz feio e o hábil diretor nos oferece mais uma obra elogiável. Há tempos não me assustava com filmes de terror, tão bobos e emburrecedores, mas com este aqui até me arrepiei. Ficamos vários dias relembrando as aflições de uma família que vive em permanente estado de choque. Apesar de algumas coisas mal explicadas e outras aparentemente tão óbvias, foi uma bela surpresa. Vale o ingresso!
Os Escolhidos
3.3 952 Assista AgoraÉ improvável uma trama com a presença de crianças não possuir clichê e esta aqui não foge à regra. Explora uma das inúmeras teorias de como seria uma invasão alienígena. Não há originalidade na narrativa, mas os sustos estão presentes e os efeitos especiais são bons. É um filme para sábado à noite ou para um dia chuvoso. Grande produção não é, porém não chega a ser ruim. É apenas regular, sem maiores pretensões. O clima de suspense é envolvente, as situações de perigo prendem a atenção. Sentimos raiva com a teimosia e a babaquice do pai das crianças, que reluta em acreditar nos acontecimentos óbvios. O elenco é fraquíssimo e nem o veterano J.K. Simmons consegue atenuar as más interpretações. Como há poucas histórias que retratem esse tema atualmente, vale dar uma olhada e refletir se os fatos ocorridos na trama seriam mesmo pertinentes de acontecer na vida real, ou pelo menos alguns deles. O final medíocre não faz do filme uma bomba. Ele vale pelo menos a pipoca.
Apenas Deus Perdoa
3.0 632 Assista AgoraSelvagem e sanguinolento, o novo drama do dinamarquês Nicolas Refn repete-se como mais uma bobagem sem sentido, igualando-se a boa parte de sua filmografia. O personagem principal mal fala, é quase um ser inanimado, sem rumo e sem emoção. Esse misto de cinema mudo, violento e carniceiro alterna momentos de escuridão com outros de luzes fortes e rebuscadas que machucam a vista e não alteram em nada o entendimento da história, que é notadamente a busca de vingança de uma mãe pela morte de seu filho usando como objeto para isso seu estranho caçula. Kristin Scott Thomas está bizarra com um visual pesado e esquisito interpretando um personagem caricato que não convenceu. Mesmo curta, a trama é cansativa, sua trilha sonora é inexistente e dá vontade de desistir. Para completar a esquisitice, ainda temos um policial cantarolando, numa performance digna de um belo cantor de banheiro. Em resumo: esse filme é uma grande aberração! Vaiado e massacrado pela crítica de maneira extremamente justa. Jamais algo de tão péssimo gosto entraria no circuito comercial. Não passa de um banho de sangue, algo execrável! Nunca gostei do diretor Nicolas Refn e continuo abominando aquilo que ele chama de “trabalho”. Recomendo passar muito longe desta bomba. Péssimo!
Flores Raras
3.8 567 Assista AgoraCom um tema inexistente em filmes nacionais, que priorizam o besteirol e a comédia escrachada, FLORES RARAS impressiona por sua linguagem poética, sensível, delicada e que não resvala na pieguice. Apesar das dificuldades para a captação do orçamento devido à falta de patrocinadores, Bruno Barreto apresenta uma história de amor lésbico tocante e trágica ambientada no Rio de Janeiro de 60 anos atrás, mas não se prende somente a isso. A história também retrata o painel político da época, com uma muito bem feita reconstituição. A escolha do elenco foi acertada e a grande Glória Pires não poderia estar mais à vontade no papel. A atriz dá um show interpretando personagem tão polêmico. A fotografia e o figurino são destaque e as poucas ambientações não decepcionam nem entediam. Morna em determinados momentos, a trama não cansa; a vontade de saber o que ocorrerá em seguida instiga o espectador. As atrizes protagonistas não possuem muita semelhança com as personagens originais, mas isso não diminui o ótimo trabalho de caracterização. Nas cenas românticas e de intimidade entre as mulheres, não há nudez explícita, o que só reflete o bom gosto com que foram filmadas. As performances não agridem nosso olhar; há sim muita sutileza e ternura no romance homossexual. Sabiamente, optou-se pelo idioma inglês, o que nos livra dos diálogos inaudíveis tão comuns nos filmes produzidos por aqui. O cerne da trama demonstra, com fidelidade indiscutível, a complexidade, o embaraço e a incompreensão mútua existente num relacionamento entre mulheres, onde pequenos problemas transformam-se em imbróglios e mágoas infindáveis. Uma boa surpresa vinda do diretor Bruno Barreto, que nos últimos anos não realizou nenhum trabalho digno de nota. Doce, meigo e inesquecível!
Bem-vindo aos 40
3.0 447 Assista AgoraEntre os filmes do diretor Judd Apatow, só gostei de O VIRGEM DE 40 ANOS (2005). BEM VINDO AOS 40 é apenas mediano; não passa de uma obra previsível, repetitiva e cheia de clichês. Apatow gosta mesmo desse número, tendo metade de sua pequena filmografia com o 40 no título. O elenco é péssimo, Leslie Mann e Paul Rudd são dois dos piores representantes do gênero comédia; o excesso de gritinhos dela mais a falta de expressão dele incomodam. Apesar disso a trama diverte e causa algumas poucas risadas, com as situações caricatas de um casal quarentão à beira da ruína financeira. Choros, gritos, gracinhas, adolescentes, mulheres sensuais, esquisitas, familiares aproveitadores e outros distantes fazem parte do leque de personagens, tipos que vemos sempre em diversas outras histórias sem originalidade de Hollywood. Esta não é das melhores comédias, mas serve como sessão da tarde. Dispensável e bobinho.
Jack Reacher: O Último Tiro
3.4 893 Assista AgoraEm mais uma bobagem sem sentido, Tom Cruise interpreta um herói de ação pela milésima vez. Esse papel de bom moço que não sofre um arranhão e que sabe de tudo cansou! Bons tempos eram aqueles em que o ator protagonizava excelentes dramas como OPERAÇÃO VALQUÍRIA (2008) e A FIRMA (1993). Depois que o astro enveredou por esse gênero cinematográfico composto por tiros, perseguições e pancadaria nunca mais conseguiu sair da mesmice e praticamente interpreta o mesmo personagem em todos os seus trabalhos, os quais só vejo um motivo para existir: enriquecer cada vez mais o astro. Em JACK REACHER os fatos são totalmente inverossímeis e sem nenhuma razão de ser. Um atirador que escolhe suas vítimas a esmo, com exceção de apenas uma; depois descobre-se que não foi bem ele que atirou; é criada uma ligação sem nexo entre este atirador e um ex militar andarilho cujo passado pouco se sabe, e uma advogada que arrisca sua vida e sua carreira sem nenhuma razão convincente para isso, quando ninguém mais atreve-se a fazer o mesmo. São personagens tão mal desenvolvidos numa história mentirosa e rocambolesca e que ainda por cima terá continuação. A narrativa é lenta e muito sem graça e o final, nem é necessário dizer, pra lá de previsível. Ter Tom Cruise no elenco há tempos deixou de ser garantia de coisa boa. Só há apenas uma palavra para definir seus filmes: repetição. Fraco!
O Homem de Aço
3.6 3,9K Assista AgoraPara quem aguardava a 7 anos por um filme do herói, desde SUPERMAN RETURNS (2006), a espera foi válida. Com muita ação e drama, a história é longa - detalhe compreensível - pois há muito o que contar. Felizmente não cansamos. A 1ª metade foca mais no drama, para que, logo em seguida, diversos momentos emocionantes assumam seu lugar. O elenco, composto em sua maioria por nomes conhecidos, é competente e Henry Cavill, belo estranho para grande parte do público, dá um show. Além de se encaixar perfeitamente no personagem, possui beleza excepcional e muito carisma. As idas e vindas no tempo não confundem, mas ainda assim prefiro que o enredo seja desenvolvido de forma linear; porém esse detalhe não atrapalha o desenrolar da trama. O efeito 3D é completamente dispensável, não faz nenhuma diferença, sendo apenas um detalhe caça níquel com o intuito de aumentar a arrecadação nas bilheterias. O feioso Michael Shannon está muito bem como o vilão Zod, poderoso e assustador assim como seus comparsas. Russel Crowe encontra-se muito à vontade como o pai do homem de aço; Jor-El é figura onipresente durante a trama e suas explicações são bastante esclarecedoras para o melhor entendimento de alguns detalhes. As cenas de infância do pequeno Kal nos faz lembrar dos tempos de criança, em que se achava que era só colocar uma capa vermelha e o mundo seria salvo. Saudosos tempos! E como apanha meu amado herói... As cenas de confronto físico são realistas e bem feitas; ao menos se consegue enxergar a intensidade dos socos - ao contrário de outros filmes em que tudo ocorre de forma mecânica. O roteiro é bem amarrado e a trilha sonora é um acontecimento à parte. Enfim, um filme de superherói que faz jus ao nome e que deixa bastante satisfeitos os fãs. No meu caso, fã desde que me entendo por gente, e desde já à espera da continuação. Excelente!
Guerra Mundial Z
3.5 3,2K Assista AgoraCom um trailer atrativo e a presença sempre marcante de Brad Pitt, o que se vê aqui é apenas um repeteco de inúmeras outras obras que tratam do fim do mundo e também de zumbis. Assunto mais do que saturado, neste filme está presente tudo que já cansamos de ver em produções anteriores: correria, sangue, mutilação, um herói separado de sua família, gente morrendo aos montes, epidemia. Brad Pitt atua no piloto automático (ele não deveria ter se metido nisso) e o elenco secundário é ruim de doer. A cura da epidemia me pareceu um bocado simplória e até o final não consegui descobrir com que doença o protagonista foi infectado e se posteriormente conseguiu se curar. A trama é inverossímil e possui diversas pontas soltas, perguntas sem respostas e resolução simples e rápida para um problema complexo demais. Mas não se pode ignorar o esmero com que foi realizada esta super produção, com seus efeitos fantásticos tais como a queda de um avião e diversas pessoas por cima das outras num rastro de destruição e morte. O passado do personagem principal e sua carreira na ONU foram negligenciados; não se entende muito bem o que ele fazia antes de brincar de casinha com sua família. Assemelhando-se ao recente O IMPOSSÍVEL, em GUERRA MUNDIAL Z familiares também se separam para ter um final como sempre previsível. E como um caça níqueis que se preze, haverá uma continuação, pela qual não gastarei meu suado dinheirinho, optando por assistir a tantas mentiras no sofá de casa, onde gasto bem menos. Fraco!
O Lugar Onde Tudo Termina
3.7 857 Assista AgoraÉ necessária uma boa dose de paciência para acompanhar algo tão morno como essa pseudo arte. Devido à algumas boas atuações em filmes anteriores – parte delas realmente memoráveis – acostumamo-nos a achar que todo trabalho do superestimado Ryan Gosling é uma grande obra, e isso é um equívoco. THE PLACE... é um erro na carreira do ator, como também o foram CAÇA AOS GÂNGSTERES (2013) e DRIVE (2011), dentre outros. Em sua nova incursão na tela grande, Gosling insiste em permanecer com a mesma expressão em todas os momentos, cansando o espectador. Seu visual oxigenado ficou caricato, tal qual seu figurino de 5ª categoria. Carregaram muito nas tintas de “rapaz pobre”. A trama muda de foco diversas vezes, iniciando com a história do motoqueiro que não tem onde cair morto para depois dar lugar à trama policial, onde Bradley Cooper passa a ser o destaque, e entre as duas narrativas fica-se com a ligeira impressão de não haver ligação entre elas. E as atuações? Sofríveis, especialmente a de Bradley Cooper, que não se encontrou no personagem. Mais sem graça do que nunca, encerra a trama sem dizer a que veio. Eva Mendes, com o visual lixinho, está bem aquém da suntuosidade mostrada em HOLY MOTORS, e o papel que interpreta é quase insignificante. Esta é mais uma produção ruim de uma lista que só faz crescer na filmografia de Ryan Gosling. Fuja!
Além da Escuridão: Star Trek
4.0 1,4K Assista AgoraTendo gostado bastante do filme de 2009, enchi-me de expectativas para essa nova versão. Infelizmente elas não se confirmaram. ALÉM DA ESCURIDÃO não passa de um blockbuster, é pipoca do início ao fim, com suas situações cansativas, repetitivas e inverossímeis em mais de 2h de história. A maior parte dos diálogos é extensa e o sono é inevitável. Foi dado muito enfoque ao Kirk de Chris Pine, um ator fraco, em detrimento de todo o elenco secundário e do personagem Spock, bem mais rico e interessante que o protagonista. A versão em 3D é dispensável, não recomendo gastar tanto com algo que faz pouca diferença. Não há sentido na existência desta continuação, tendo em vista que a produção anterior foi excepcional. Não houve emoção desta vez, envolvimento por parte do espectador ou imersão na história. Tudo não passa de um emaranhado de conversas chatas e repetições de fatos em demasia. Isso de determinados personagens morrerem e rapidamente ressuscitarem é fato batido que não convence mais ninguém. Ficção e fantasia são aceitáveis; mentiras deslavadas, não. Melhor opção seria ter parado na trama de 4 anos atrás, pois aqui não houve um roteiro à altura, dentre outras falhas já citadas. Havendo um 3º filme, optarei por assistir em casa. Contrariando os fãs de J. J. Abrams, permaneço no aguardo de algum trabalho deste diretor que venha a me impressionar.
O Grande Gatsby
3.9 2,7K Assista AgoraNão li o livro nem assisti ao filme anterior, mas conhecia a história. De qualquer forma, este foi meu 1º contato c/ a obra de Fitzgerald e confesso que esperava mais. O que depreendi da história foi nada mais nada menos que um romantismo exacerbado e muita fantasia. Leonardo DiCaprio encarna um Gatsby dúbio, porque de início não se compreende muito bem suas intenções. Essa história do primo de um amor do passado ir morar logo do seu lado e a aproximação entre eles dar mais do que certo para que o protagonista possa aproximar-se da sua amada é irreal demais. O núcleo pobre da trama, com todas as suas aberrações, é bem mais convincente que o desfile de riqueza e ostentação apresentado pelos mais abastados. A propósito, não ficou bem explicado o surgimento da riqueza de Gatsby, como também a internação psiquiátrica de seu melhor amigo. Tudo bem que o rapaz ficou perturbado com tudo o que viu e presenciou, mas não era pra tanto. Será que ele era tão inocente que acabou sendo incapaz de supor as falcatruas que as pessoas são capazes de executar? A atuação de Tobey Maguire é sofrível, pra mim ele sempre foi um ator medíocre. Óbvio demais, bobo demais, sem graça demais. Sem graça e medíocre também foi Carey Mulligan, que tanto surpreendeu em trabalhos anteriores, mas que neste personagem praticamente secundário e quase dispensável não obteve muito sucesso. A melhor interpretação foi mesmo de Joel Edgerton; seu Tom Buchanan é arrogante, cínico e ameaçador. O filme é longo, cansativo e superficial: ao final da sessão, se esquece tudo. Não marcou por um instante sequer. E no final, uma lição: os falsos amigos bajuladores e principalmente o falso amor não passaram de uma ilusão. E o preço que se paga por acreditar em ilusões é o abandono, o esquecimento. Com sua bela fotografia e a aura de clássico, recomendo assistir em casa. Fraco!
Faroeste Caboclo
3.2 2,4KEstá claro que a febre Renato Russo dá seus primeiros sinais de cansaço com essa invencionice do cinema nacional, que tenta misturar diversos gêneros cinematográficos, tais como drama, faroeste, biografia, romance e comédia. Seria mais apropriado como um especial da televisão sobre a música em questão. A idéia de transformar em filme uma famosa canção não resultou em algo satisfatório. Previsível do início ao fim, a trama é cansativa, repetitiva e sem emoção. Não se consegue torcer por nenhum personagem, todos parecem ser maus e indignos de pena. O romance do casal protagonista é completamente inverossímil, só mesmo numa música um pobre coitado daquele se envolveria com uma filha de senador. Isis Valverde não possui cacife para protagonizar um filme; seu desempenho é apático, inexpressivo. Ela não conseguiu dar vida à sua personagem. A trilha sonora, composta em parte por canções americanas, não está muito em harmonia com as cenas executadas. Na verdade, pouco tem a ver com a história. A capital federal permanece sendo retratada como um dos piores lugares do mundo para se viver. De acordo com os filmes atuais, nesta cidade só se ouve e produz música, ao mesmo tempo em que o consumo de álcool e drogas ocorre em demasia, pois não há nada melhor que isso para fazer. A narrativa desenvolve-se em alta velocidade. Se o roteiro fosse de alguma complexidade, o espectador correria o risco de se perder no andamento da história. Enfim, essa é apenas mais uma produção oportunista, superficial e esquecível entre as dezenas existentes na filmografia nacional. Recomendo assistir em casa, se não houver nada de mais importante com o que se ocupar. Ruim!
Para Maiores
2.1 1,4KSe não for criada muita expectativa (devido ao elenco famoso) e se não se esperar ver uma obra prima, essa sucessão de esquetes cômicos diverte. Repleto de baixarias e escatologia, em pelo menos 4 deles consegui dar algumas risadas:
A sequência com Anna Faris, escatológica mas terrivelmente engraçada;
O “banho de sangue” sofrido por Chloe Moretz e a reação dos meninos com algo tão estranho foi hilário;
Os desafios impostos por Hale Berry ao seu pretendente resulta num show de bizarrices divertidíssimo; considero este o melhor dos esquetes;
Fechando com chave de ouro, o capítulo final, que mostra um gato apaixonado pelo dono e que vive em pé de guerra com a noiva do rapaz, é impagável de tão cômico, apesar de conter muita baixaria.
Com grandes nomes do cinema participando dessa brincadeira e protagonizando momentos constrangedores, o espectador deve entrar no clima e considerar a trama como apenas mais um besteirol americano, dessa vez dividido em vários e curtos capítulos. O divertimento é garantido. Não é filme para a tela grande, mas, se visto em casa numa tarde descompromissada acompanhado de uma pipoca, é uma boa pedida.
Obsessão
3.0 466Retratando os EUA ainda sob a fase da segregação racial, o que vemos aqui é um verdadeiro desfile de baixarias e sexo explícito. Uma Nicole Kidman deslocada interpreta uma mulher promíscua que até sexo à distância pratica. Suas cenas constrangedoras com um presidiário psicopata chocam. Nessa altura de sua carreira, a atriz não precisava passar por um ridículo tão grande. Como pano de fundo para esta história pornográfica há uma trama mal desenvolvida de dois jornalistas querendo livrar o psicopata da cadeia. Descobrimos na metade do filme que um deles é gay, mais uma vez retornando ao tema sexual. Zac Efron só serve para mostrar o corpo e desejar a mulher que fica com todos, menos com ele. O que poderíamos chamar de atuação nele simplesmente não existe. Na reta final só há tragédia, uma atrás da outra. Em seus politicamente incorretos papéis, a interpretação de Matthew McConaughey e John Cusack são boas, para não dizer que o filme inteiro é um desastre; na realidade é sem pé nem cabeça e não deveria jamais existir. Se a intenção for apenas ver Nicole Kidman em cenas bizarras, posso garantir que não há nada bonito de se admirar. Dessa vez o diretor de PRECIOSA errou feio. Deprimente!
Somos Tão Jovens
3.3 2,0KUm filme ágil, divertido e cativante. Caracteriza de forma convincente o Renato Russo jovem e o surgimento das bandas de rock de Brasília, com destaque para o CAPITAL INICIAL, que ficou bem semelhante. A cidade é descrita como um dos piores lugares para se viver, será verdade mesmo? A juventude a considera um lugar atrasado, sem opção, sem futuro, sem perspectiva, assim como também era considerado o Brasil. Todos sonhavam em sair do país, ou no mínimo mudar de estado. Sobre o protagonista, me impressionou saber que suas letras surgiram de experiências de vida, dos seus dramas pessoais, e não ao acaso. Numa homenagem a uma grande amiga, a música AINDA É CEDO foi tema de uma cena lindíssima de reconciliação entre os dois, carregada de muita emoção. A vida afetiva do compositor foi tratada de forma superficial; as cenas mais quentes foram justamente com sua melhor amiga e a homossexualidade apenas insinuada. Boa parte do elenco parece ter vindo da novela MALHAÇÃO; os atores – muito jovens e desconhecidos – leem o texto. Os intérpretes dos companheiros de banda Dado e Bonfá atuam no piloto automático, parecendo robôs lendo um livro. Não se sabe nada a respeito da formação musical deles, que simplesmente surgem tocando seus instrumentos sem maiores explicações. A impressão que fica é de que tocar guitarra e bateria é a coisa mais fácil do mundo, basta querer. E o que dizer de Edu Moraes como Herbert Vianna? Nada mais do que patético... O baixista Renato Rocha foi solenemente ignorado, seu nome sequer foi citado entre os componentes da banda. Há apenas uma pequena menção à criação da música FAROESTE CABOCLO, tema do próximo filme sobre a Legião. Para compor esta longa canção, Renato chega a sair de Brasília e conhece uma outra realidade, portanto acredito que esse deveria ter sido um tema mais bem trabalhado. Falhas do roteiro à parte, o filme é bom. É uma bonita homenagem a um dos grandes ídolos musicais brasileiros que se foi precocemente e que deixou muita saudade. Renato Russo era antes de tudo um inconformado e tentava, através das suas músicas, protestar de alguma forma. A trilha sonora, obviamente, nos leva a um passado em termos musicais tão bom, tão criativo e revolucionário, que hoje não se vê nada nem parecido com esse período de total efervescência do rock nacional. E apesar do reconhecimento, do sucesso, dos inúmeros fãs e da aclamação como grande ídolo, a vida do protagonista parece ter sido um bocado triste e solitária, como se comprovou até o momento de sua morte, sozinho, em casa. Muita falta faz no cenário musical brasileiro alguém com a inventividade desse grande cantor e compositor Renato Russo!
A Morte do Demônio
3.2 3,9K Assista AgoraNão assisti o original e nem pretendo! Já essa nova versão é detestável, uma bomba! O elenco é fajuto, o roteiro é péssimo, as atuações são horríveis, a direção é ruim e a fotografia é decepcionante. Sinceramente, nada presta! Só há alguns pequenos sustos, nada demais. As cenas sanguinolentas são onipresentes, como convêm a filmes sem história. A duração da trama é curta, felizmente, mas mesmo assim não vale nem 10 minutos de atenção por ser uma total perda de tempo. Que filme mais assustador que nada, pura jogada de marketing. Uma bela porcaria, isso sim. Ainda bem que não gastei meu dinheiro com isso. Lixo!
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraAo término do filme, me perguntei o porquê de tantos elogios, tantas críticas e comentários positivos, qual o motivo do sucesso. Não há nada de especial aqui, a trama é igual ou parecida a tantas outras que tratam de jovens traumatizados, discriminados ou estereotipados que alcançam a maturidade e posteriormente a redenção. No início, veem-se todas as características de histórias bobas para adolescentes com seus diálogos fúteis e sem sentido. O protagonista é um ator muito ruim cuja interpretação apática já foi mostrada em obras anteriores. Logan Lerman continua sem competência alguma para protagonizar nada. Em todas as cenas e nos diversos tipos de emoção que seu personagem deveria passar, sua expressão é a mesma, travado a todo instante. Felizmente está presente a bela Emma Watson, atriz talentosa e um dos rostos mais bonitos entre os artistas jovens atuais. Ela sim consegue nos passar alguma emoção. O roteiro trata basicamente dos encantos e das agruras do primeiro amor, da descoberta dos talentos e da chegada inevitável do amadurecimento, permeados pelo trauma do protagonista, cuja perda trágica da tia, sua grande heroína, o marcou profundamente. Na trilha sonora há ótimas, interessantes e nostálgicas referências pop, parecendo até um personagem à parte, de tão sensacional que é. Mas a produção é composta mesmo por uma sucessão de clichês, onde encontramos o tímido, a princesa, o gay, uma triste ocorrência na infância, um colapso seguido de internação e a superação de todos esses obstáculos até a chegada da maturidade. Nada de novo... Um filme apenas mediano! E esse título? Quais são mesmo as vantagens de ser invisível? Que coisa mais nada a ver...
Mama
3.0 2,8K Assista AgoraReunião de clichês de filmes de terror, com a atriz do momento protagonizando e servindo de chamariz para algo tão abominável. Assim se resume essa desastrosa tentativa de assustar um público já cansado de produções ruins do gênero. Numa atuação fraca, Chastain não agrada; sua protagonista com cara de madrasta não exige muito esforço de interpretação. O desempenho do restante do elenco é sofrível, forçado e superficial. O bloqueio psicológico das crianças, existente devido ao abandono que sofreram, é explorado de forma primária, tornando cansativo ao espectador a observação de detalhe por detalhe do cotidiano das irmãs e de seus hábitos tão banais. O que se vê no decorrer da história são mentiras e improbabilidades, senão, porque os personagens só resolvem desvendar os mistérios da trama à noite, visitando uma cabana abandonada no meio da floresta onde as meninas permaneceram durante anos perdidas? Um ultraje à inteligência do espectador! O filme é tosco, tudo é muito feio e mal feito. Destaco apenas um ponto positivo: consegue-se prender a atenção do início ao fim, onde um público ávido por algum susto aguarda por um momento verdadeiramente intrigante. Infelizmente, passados os 100 minutos de duração, esse instante não chegou. No mais, é uma banalização total do gênero, que há tempos já não está sendo capaz de assustar mais ninguém. Recomendo passar longe!
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraO diretor Wes Anderson, do qual nunca fui fã, embarca em mais uma de suas aventuras infantis e fantasiosas, a começar pelo título, pelo cenário colorido e pelas situações cômicas que pouco causam graça (característica mais marcante na 1ª metade da história). Como na quase totalidade de seus trabalhos, aqui há uma profusão de nomes famosos, que não conseguem contribuir muito para que a trama funcione. Há também a repetição da parceria com os atores Bill Murray (definitivamente um nome que não me agrada) e Jason Schwartzman – péssimo! Bruce Willis e Frances McDormand nunca estiveram tão descaracterizados e os excelentes Edward Norton e Tilda Swinton, com suas pequenas participações, fazem o que podem para demonstrar alguma representatividade interpretando personagens modestos, quando não medíocres, em especial Swinton. O destaque vai mesmo para o elenco adolescente, principalmente o menino Jared Gilman, uma grata surpresa. Caracterizando de forma competente os anos 1960, em alguns momentos o filme mostra-se divertido e nostálgico, nos relembrando as tentações e emoções do 1º amor e as aventuras adolescentes dos filmes da década de 80. Numa estratégia acertada, o lado cômico surge de forma sutil, porém, só a 1ª metade da história é realmente interessante, descambando em sua reta final para a perda total da graça. No desfecho, chegamos à conclusão de que não passa de uma fábula infantil cheia de bobagens, com um final igualzinho ao início. Fraquíssimo e total perda de tempo!
007: Operação Skyfall
3.9 2,5K Assista AgoraÓtima fotografia, trilha sonora, montagem e uma história bem amarrada são os sinais mais claros de que estamos diante de mais uma produção bem sucedida do agente secreto mais famoso do mundo. O filme é idêntico aos demais da série e não poderia ser mais previsível, porém diverte e enche os olhos por ser um trabalho impecável. Com seus tiroteios, correrias, fugas e perseguições, situações que quando se repetem cansam, Daniel Craig impõe seu charme e ar blasé como um atrativo a mais para um ator que personifica perfeitamente o personagem. Sobre a história, as mentiras e impossibilidades dominam, e não poderia ser diferente. Javier Bardem surge de forma esplendorosa para, logo depois, tornar-se apenas mais um vilão clichê. E ainda houve quem reclamasse por ele não ter sido indicado ao Oscar, um verdadeiro absurdo, tendo em vista que não há nada em sua pequena interpretação que justificasse um equívoco desses, tanto que sua participação encerrou-se de forma patética e banal, um personagem totalmente esquecível... O clímax da história, o ataque à antiga casa do 007, bem dirigido e convincente, conseguiu causar tensão. A morte de M foi estúpida e mal explicada, mas necessária para que pudesse haver uma renovação. A veterana Judi Dench já estava dando indícios de saturação e precisava mesmo mudar de rumo após participar de sete filmes do agente. Como nos episódios anteriores, o término da trama aponta para mais um recomeço, e os não tão fãs do agente secreto, como eu, já não aguentam mais ver a mesma coisa por tantos anos. Exagero dizer que é o melhor filme da franquia, quando não passa de pura e simples repetição.
O Amante da Rainha
4.0 365 Assista AgoraUma monarquia que tem como mandatário um rei fanfarrão, bobo, infantilizado, devasso e insensível aos problemas do povo consegue facilmente ser dominada pelos pensamentos de um forasteiro que prega os ideais iluministas, bastando para isso conquistar a amizade do abobalhado rei. Daí parte a premissa para essa história de amor, traição e conflitos na corte dinamarquesa do século XVIII. Apesar de ser mais uma cansativa história de reino, há boas atuações e uma bela fotografia. O trabalho de direção também é digno de elogios. Com exceção da intérprete da rainha, uma atriz fraca, apagada, sem carisma, apática e sem expressão, que não merecia protagonizar a trama, os demais personagens não decepcionam, em especial o estreante dinamarquês Mikkel Folsgaard, melhor ator no Festival de Berlim 2012, por sua hilariante interpretação do rei Christian, sem dúvida a melhor do filme. A cada aparição sua, as risadas eram inevitáveis, mesmo a trama não sendo cômica. Com um início parado, em sua metade o filme torna-se mais ágil e interessante, pois a questão política se sobressai e o roteiro ganha relevância. Algo que chama a atenção é que o amante da rainha é tão ou mais feio que o próprio rei, que já não é o mais belo dos homens! O que a infelicidade conjugal não é capaz de fazer... Deixa os infelizes em seus casamentos arranjados igualmente cegos. Carregado de alguns clichês que não chegam a prejudicar e com final previsível, essa triste história de um amor impossível, injustiça social, início de uma nova era e a luta por uma vida mais igualitária para todos envolve e agrada o espectador, sendo bem emblemático para o contexto da época. Um bom filme!
A Busca
3.4 714 Assista AgoraImerso em problemas pessoais, como um divórcio inevitável, um filho aborrescente e revoltado e uma relação inexistente e conflituosa com o pai, o protagonista de Wagner Moura é uma das poucas coisas aproveitáveis nesta mais nova incursão do cinema nacional no gênero road movie, categoria em que permanecemos sem um exemplar que valha. De início mostrando a desordem em que se transformou a vida do médico, que não consegue se entender com sua mulher acabada e masculinizada e com seu filho esquisito pela força da idade - característica potencializada pela separação dos pais - o abalo psicológico do chefe de família é evidente. Nos primeiros minutos, nos deparamos com uma trama morna. O áudio, na maior parte do tempo, principalmente nas cenas de estúdio, é falho, fazendo com que, num momento ou outro, tenhamos que nos esforçar para entender o que está sendo dito. A história só ganha ritmo quando se inicia a tão esperada busca, fazendo jus ao título da trama, com quase a totalidade de seus 90 minutos tomada pela situação. Um pai desesperado começa a seguir pistas, a frequentar lugares horrendos permeados por pessoas estranhas que, à primeira vista, parecem ser também perigosas. Nesta incansável procura por seu filho, não se veem traços de modernidade logo na região mais rica do Brasil, num percurso que compreende o Rio de Janeiro ao Espírito Santo. Tudo é pobreza, favela, desolação. Gente que mora num barco, casas decrépitas, ambientes degradantes. É uma região sudeste a qual não estamos muito acostumados a ver nas novelas. Ponto para o diretor de fotografia argentino Adrian Teijido, que parece ter se baseado em alguns cenários interessantes de road movies hollywoodianos. A atmosfera soturna do filme amedronta e nos envolve no clima de mistério, mas, em uma história onde um garoto menor de idade que foge num cavalo, sem destino conhecido em plena região urbana do Brasil, e que não é impelido por ninguém em sua jornada, assim como a chave para descobrir seu paradeiro se dê através de cartas e desenhos, reina muita fantasia e inverossimilhança. Difícil de engolir... Quanto às atuações secundárias, Mariana Lima está péssima, inexpressiva e incapaz de causar alguma emoção. Lima Duarte só serve de chamariz, atuando por ínfimos 4 minutos. O filme é mesmo de Wagner Moura, nosso melhor nome do cinema atualmente. A trama como um todo ficou mal explicada. Não entendi muito bem a origem do mau relacionamento entre Moura e seu velho pai. Mas compreendi perfeitamente que o que o moleque de 15 anos merecia era mesmo uma bela surra, pois não havia motivo justificável para fazer o que fez. Seu pai teve que humilhar-se em busca de informações e ajuda, acabou atropelado e parecia mais um mendigo à procura de um rebelde sem causa. O final é uma bomba, mas o filme não é de todo ruim, devido a alguns aspectos técnicos e ao competente protagonista. Apenas regular!
Sem Pudor
2.6 38Mais uma produção polonesa pobre e meia boca, esta trama tosca mostra um homem fascinado por sua irmã, a qual não evita e até instiga esse desprezível sentimento. Vê-se, neste filme ordinário, um sujeito depravado que enxerga a irmã, feia e esquelética, com olhar lascivo, e que, enquanto não for consumado o ato sexual entre eles, não sossegará; após esta aberração ocorrer, a situação só irá piorar. A ambientação é ínfima, grosseira; os irmãos vivem em estado de pobreza extrema; nenhum familiar surge na história. Os diálogos não possuem criatividade; inventaram um núcleo cigano em conflito com skinheads apenas para, momentaneamente, tirar a atenção do sugerido incesto, para não se pensar que o filme é só sobre isso. Prova dessa afirmação é que o núcleo citado não possui importância alguma no desenrolar da trama. Não sabemos do que vive a irmã, que usa seu tempo saindo com homens de má índole e servindo apenas como brinquedo sexual, numa construção sofrível da identidade dos personagens. O rapaz, doente de amor, não se permite envolver com outras garotas, que até surgem, mas pelas quais ele não dedica muita atenção. Um filme podre, um lixo, cujo final é tão ou mais nojento do que a própria história. Execrável!