Talvez ''Homem-Formiga'' seja o filme mais despretensioso do Universo Marvel até agora. Até mesmo, o primeiro ''Homem de Ferro'' ou ''Guardiões da Galáxia'', mesmo sendo carregados de humor e novidade, trazem uma grandiosidade embutida na história, que os equipara aos outros grandes filmes que fazem parte desse gigantesco universo criado. ''Homem-Formiga'' fecha a fase 2 de forma simples, amarrada com as outras produções do estúdio e trazendo um super-herói sem cara de super-herói.
Com um humor muito mais pontual e menos escrachado, o filme funciona muito bem como filme de assalto (originalmente pensado pelo Edgar Wright), mas com uma, satisfatória, base dramática (na relação pai(s) e filha(s)) e a pitada super-heroica que, obviamente, é a cerne da produção. O roteiro caminha muito bem por esses momentos, sem se perder e sem querer ser algo maior do que é (com o perdão do trocadilho), ganhando o público, exatamente, por não se comprometer demais em apresentar uma história mirabolante, mas que garante os 117 minutos e prende a atenção, através das cenas de ação bem elaboradas e das atuações pontuais do elenco.
Um grande acerto fica a cargo das cenas onde Scott se vê em miniatura e toda a interação do mesmo com o aspecto diminuto em que se encontra em contraste com a grandiosidade em sua volta. Cenas bem elaboradas e filmadas que dão vontade de assistir mais daquele mundo que Scott para a descobrir junto ao público.
O maior erro do filme fica a cargo do seu vilão. Algo que vem sendo característico da Fase 2 da Marvel (Fora o Soldado Invernal, todos os vilões dessa Fase são extremamente descartáveis... até mesmo o Ultron). Darren Cross é um personagem com desenvolvimento nulo, onde começa o filme como um vilão por ser vilão e o termina da mesma forma. O antigo pupilo de Hank Pym não se prova e, tão pouco, é mostrado o porque de Hank ter escolhido ele como seu aprendiz. Suas motivações e pensamentos são extremamente rasos e, apenas do visual do Jaqueta Amarela ser bem bacana, sua caracterização é extremamente caricata e superficial. Ao contrário de todos os outros personagens principais que são bem explorados e com atuações bem encaixadas de Rudd, Lily e Douglas (que tem o melhor rejuvenescimento do cinema!).
Mesmo não sendo um grande filme memorável, ''Homem-Formiga'' cumpre muito bem o seu papel, entregando aquilo que promete e inserindo um personagem interessante no MCU, que, espero, possa ter mais aventuras solo e sem melhor aproveitado nos cinemas. Sua importância nos quadrinhos é bastante pontual, nunca sendo muito explorada, mas que pode ter uma história diferente na tela grande... mesmo sendo um herói tão pequeno (Há).
Em seus três primeiros livros, John Green seguiu uma fórmula mestre para suas histórias: O garoto nerd magricela que se apaixona pela ''menina da sua vida'' e vive altas aventuras com ela e seus melhores amigos. Em ''Cidades de Papel'', Quentin é o garoto magricela, Margo, o alvo da paixão e Ben e Radar, os amigos cômicos que fazem tudo por ele. Mas, mesmo tendo um interesse romântico em todos os três livros, a grande dinâmica deles gira em torno da amizade.
Em ''Cidades de Papel'' nós vemos a amizade de Quentin e Margo que se esvai durante os anos, sem qualquer explicação. Mesmo sendo uma amizade óbvia e conveniente (por se conhecerem desde criança, estudarem no mesmo colégio, morarem de frente um pro outro), eles tomaram decisões distintas na vida, amadureceram, mudaram! Assim como qualquer pessoa normal na vida real! E mesmo tendo essa paixão platônica, a importância de Margo para a vida de Quentin é praticamente mínima (vide o tempo que passaram separados) mas ainda sim, a idealização criada por ele é extrema e inverossímil, nunca tendo se apaixonado pela garota em si, mas pela ideia que tinha sobre a mesma. A personificação de Margo na mente de Quentin. Também vemos a amizade sem precedentes de Q com Ben e Radar. Numa fase da vida onde cada conversa, festa, momento juntos pode ser o último e daqui a pouco, cada um seguirá seus caminhos e faculdades. Uma amizade que, ao contrário da de Margo, se afastará com um motivo aparente e sem escapatória. O Futuro! Mesmo sendo relações extremamente diferentes, elas se mesclam de forma bastante satisfatória (que não fica tão explícita no livro) em determinado momento do filme e nos faz repensar a importância de nossos amigos na nossa vida. O ''milagre'' que eles representam e o exato momento em que eles se tornam nossa família, sem nem percebermos. Quentin percebe isso, nos remetendo ao que dito por Margo: ''É preciso se perder para se encontrar'', e em uma das cenas mais catárticas do filme, Q se entrega á sua família e dança conforme a musica.
Entregando um roteiro que melhora o livro em diversos momentos (principalmente o seu final), ''Cidades de Papel'' surpreende pela sutileza e encontro de ideias que nos garantem momentos divertidos, emocionantes, românticos, reflexivos e de extrema identificação.
PS: Austin Abrams, a grande surpresa na tela! Personificação exata do Ben. PS2: A trilha sonora é boa, mas poderia ser melhor.
O filme mais honesto de 2015. Não tenta ser mais inteligente do que realmente é, e apresenta cenas de ação extremamente bem filmadas, realistas e de pular da cadeira. Apresenta bons personagens, um roteiro simples, de poucos diálogos, mas que garante e supre as 2 horas de metragem com decência e categoria bruta que só George Miller consegue proporcionar. Puta filme de ação, puta filme pipoca e não tem vergonha de assumir!
Apresentar um novo conceito para uma ficção científica nunca foi fácil. Antigamente, por mais ideias que se tivessem, era difícil passá-las para a tela, devido a limitação tecnológica. Grandes mestres conseguiram (George Lucas e Kubrick, por exemplo), mas alguns de seus projetos pessoais tiveram que esperar pelo fator tempo, para serem devidamente concluídos e exibidos (A.I, finalizado pelo Spielberg e o prelúdio da Saga Star Wars). Atualmente, apesar da tecnologia ter avançado, as ideias foram se perdendo. Quando não são realizados remakes, muitos filmes parecem recauchutagens de formulas antigas. Como diria Chacrinha: ''Nada se cria, tudo se copia.''
Alex Garland conseguiu, em termos, com seu ''Ex Machina'' trazer algo de novo para o gênero, utilizando-se de filosofias já antes abordadas. Inteligência Artificial não é um elemento novo, mas que, aqui, ganha novas nuances ao apresentar personagens robóticos complexos e que, não só desejam ter a sua liberdade, mas entendem o porque desse desejo, além de entender o que são e o porque de serem, como Ava constantemente indaga para Caleb: ''Porque alguém tem que decidir?''. Ela sempre pudera decidir suas ações... apenas esperou o momento correto para tal.
Além de trazer efeitos especiais incríveis e muito bem feitos e naturais, a trilha sonora também casa perfeitamente e trás a atmosfera perfeita, de suspense e expectativa. A direção de Garland não foge do usual, mas bem pontuada, assim como o roteiro, que poderia trazer uma reviravolta mais impactante e bem elaborada, o que tira um pouco da força do filme. Mas, com o que tem em mãos, os atores fazem um belíssimo trabalho, em especial Alicia Vikander, que mede muito bem as nunces humanas e robóticas de Ava.
Apesar de sempre ser bom ver e rever as histórias e os personagens hiper carismáticos de Dragon Ball, seus filme nem sempre são tão bons quanto foram os clássicos episódios. Não que eu esteja comparando, mas Dragon Ball se sai melhor como uma série do que comprimida em 1:30 de um filme. Mesmo com seus fillers e usuais episódios de batalhas sem fim, DB e DBZ são tão bons e clássicos por desenvolverem seus personagens e vilões ao decorrer desses episódios. (Contanto que todos tem versões que vão evoluindo ao decorrer da temporada, assim como os heróis que apresentam novas formas). Mas querer apresentar isso em um filme (um novo vilão, uma nova forma para Goku e até uma historinha paralela do aniversário de Bulma) em apenas 1:25, fica parecendo apenas mais um episódio estendido, sem uma história muito coesa, que não trás explicações decentes e não desenvolve suas motivações (a motivação do Bills é pífia, um suposto desejo de vingança de Vegeta não é explorado, sendo camuflado por medo(!) e, apesar de interessante, o final fica muito aquém). Aquém também são as batalhas, que buscam explorar movimentos de perspectiva e ângulo, mas sem mostrar a clássica pancadaria e porrada da série. Uma pena. O didatismo e a comédia presentes no passado voltam e são bem-vindos, se tratando de um anime como DBZ que SEMPRE foi assim e nunca foi um demérito para tal. Mas no geral, ''A Batalha dos Deuses'' deixa a desejar em diversos aspectos, mas mantém o clima descontraído da série e Goku e cia sempre serão bem-vindos com suas histórias e batalhas.
Utilizando-se dessa universo compartilhado (MCU) em que seus personagens vivem, a Marvel tem o seu bônus e o seu ônus. Bônus, porque, não só, os nerds e fãs de longa data daqueles personagens compraram a ideia, mas como o público em geral foi conquistado e pode conhecer super-heróis, até então, desconhecidos. E todos esses públicos compram os ingressos, lotam as salas de cinema e esperam ansiosamente pela próxima produção que constroem o caminho das ''Fases Marvel''. O seu ônus, no entanto, é que a cada novo filme, a expectativa aumenta, devido ao filme anterior do estúdio, não se atendo, apenas, a expectativa criada pelo material promocional ou de seu precedente. Ou seja... ''Vingadores: A Era de Ultron'' carrega a expectativa de ''Vingadores'', ''Capitão América 2'' e todos os outros filmes da Fase 2 da Marvel em suas costas. E como aprendemos na vida e nas redes sociais: ''Crie tudo. Até mesmo um hamster perneta, mas não crie expectativas''. E, ainda em tempo, adiciono algo nesse pequeno provérbio: ''Não acompanhe o material promocional''. Um pouco do encanto do filme é apagado pelo conhecimento prévio de certas cenas e momentos mostrados em trailers e featurettes. Claro que eles existem pra criar expectativa e ansiedade ao público, mas assistir aos 3 trailers já entrega bastante da trama e de momentos que remetem a um deja vu incomodo. Mas focando no filme e sua história, ''Vingadores 2'' trás uma história mais coesa e elaborada que a do primeiro filme. Utilizando muito bem todos os personagens (menos Pietro, coitado) e desenvolvendo suas motivações de forma satisfatória, cada um tem seus 15 minutos de fama em tela e as atuações seguem corretas e sem muitos exageros. Os atores já se sentem em casa e bem colocados em seus respectivos personagens e trabalham suas nuances de forma exemplar. A trama carrega consigo alguns aspectos interessantes, como o conceito de criador e criatura de Stark e Ultron e, até mesmo, a solidão de Banner, já inserido no grupo, mas sempre se vendo como uma ameaça eminente e sem futuro. Talvez o ponto negativo mais evidente seja o próprio Ultron, que não tem suas motivações muito bem apresentadas, sendo um vilão por ser vilão, mal por ser mal. Não existe muita coerência em suas atitudes e pensamentos (destruir os Vingadores pra salvar a humanidade, depois destruir a humanidade para salvar a mesma e as ''criaturas de metal'' dominarem a terra (???)) e sua abordagem é falha e apressada, carecendo de certo cuidado ao trazer o personagem ao público. (Mas ficam os aplausos para James Spader e sua caracterização e voz). O roteiro ainda apresenta dois plots paralelos que, apesar de importantes, aparecem deslocados do todo e parecem ser, apenas, uma gordura no roteiro, podendo ter sido mais bem intricado a trama e com outra abordagem.
Visualmente, é impressionante o salto de 3 anos que é dado, mostrando a evolução dos efeitos (que sempre são ótimos nos filmes Marvel Studios) e apresentando um Hulk cada vez mais realista e um Visão de encher os olhos! Ponto em que a Marvel nunca deixa a desejar! Além da visível evolução de Whedon como diretor, ao filmar cenas de ação elaboradíssimas e muito bem coreografadas, trabalhando o mise-en-scène de forma espetacular e, até mesmo, caricata (emulando páginas de Hq's) em momentos certos e específicos. Em resumo, ''Vingadores 2'' mostra-se imensamente satisfatório dentro do MCU, como um gigantesco blockbuster de verão e, por que não, um filme interessante e transbordando de carisma. Mais um ponto positivo para a Marvel. O bônus foi maior dessa vez...
É interessante ver como uma história simples, de dois irmão se conhecendo e vivenciando uma viagem pelos EUA, cativa tanto. Muitos filmes esquecem que não existe maior importância entre seus personagens e sua trama. É um jogo balanceado de carisma e identificação com o público. Como não se ver em Charlie? Um sujeito que, para os mais sensíveis, pode parecer a escória sem coração da sociedade, mas para os mais realista, é apenas o retrato do típico workaholic dos anos 90, traumatizado por uma família disfuncional e por um pai nada amoroso. E sua contraparte, Ray, é a ingenuidade encarnada (motivada pelo seu autismo, claro), mas que não torna-se chato ou caricato na brilhante atuação de Hoffman. Munido disso, o roteiro apenas caminha entre situações que mesclam road movie com superação, onde cada irmão precisa entender o outro e viver, ao menos, pacificamente e e aprender algo no percurso. Nunca sentimental ou forçada, a saga dos irmão Babbitt abre diversas discussões e, querendo ou não, abriu caminho (junto a outros filmes da época) para tantos outros filmes que exploram outras doenças e condições específicas. Com uma fotografia belíssima e trilha sonora típica do início dos anos 90, ''Rain Man'' ganha pelo carisma e força de seus protagonistas, sem precisar cair no sensacionalismo ou cartilhas baratas.
Todo filme apresenta uma proposta e a minuto de metragem que se passa, o objetivo da trama é cumprir e honrar essa proposta sem ser piegas ou tentar ser algo que não é. Velozes e Furiosos 7 cumpre e honra a proposta apresentada (não só nesse, mas em todos os filmes da franquia). Querer que o filme tenha o peso filosófico de um Lars von Trier ou a qualidade estética de um Truffaut é burrice. Repito... BURRICE! Essa não é a proposta da franquia, mas sim, cenas de ação mirabolantes, carros incríveis, mulheres, diálogos de impacto, comédia e The Rock! Isso é Velozes e Furiosos. Com uma trama de vingança redondinha que passeia pela tecnologia infindável do cinema atual, essa sétima parte da franquia continua se firmando como uma ótima opção para o cinema de assalto, mantendo os ótimos (e carismáticos) personagens, além de desenvolvê-los. Toda a "Família'' já está bem clara na cabeça do público e quando o foco é no desenvolvimento dos mesmos, o roteiro descansa de forma pontual, para logo ser elevado a enésima potência, com cenas que vão de carros voadores a briga com chave inglesa! Muito bem coreografadas, dirigidas e fotografadas (James Wan, grande diretor de gênero), a ação desenfreada não deixa a desejar a outros filmes do gênero, mantendo a marca e o amor por carros tunados da franquia e misturando muito bem os dois aspectos. Sem contar nos efeitos visuais em CGI e práticos que conversam muito bem com o 3-D (mesmo não sendo essencial). Eu, particularmente, nunca fui muito fã da franquia, mas com a transformação na abordagem (desde o quarto filme), VeF vem se consagrando no cinema, tanto na crítica quanto na gigantesca bilheteria a cada novo filme e, apesar de algumas derrapadas, garante boa colocação no gênero proposto.
Muito linda, a homenagem à Paul Walker. Simples, coeso com a história e MUITO tocante, percebe-se ali todo o sentimento de irmandade que Vin Diesel e todos os atores tinham por ele. A última corrida, as cenas dos filmes antigos e o caminho ao paraíso... Uma das mais belas homenagens do cinema! #ForPaul
Demorei muito para ler o livro. Papo de meses! E não porque seja chato ou maçante. Na realidade, é até uma leitura fácil, ágil e que, devido ao conteúdo anarquista, conquista facilmente qualquer jovem adulto que queira ter as mesmas realizações de Sal e Dean Moriarty. Mas todo o meu processo de leitura foi demorado devido a uma pura preguiça que eu tinha de parar alguns minutos (ou horas) do meu dia corrido para ler. Péssima desculpa, mas é a realidade. Mas esses meses (sim, meses!) em que demorei para terminar a novela de Jack Kerouac me fizeram bem. Pude acompanhar o desenrolar da trama quase que em tempo real, ironicamente e me fez sentir falta dos personagens, suas personalidade e nuances. O que demorou tanto para se concluir em palavras, na minha mente, foi feito em 2 horas e pouco, na tela do meu notebook. No dia seguinte a que terminei de ler a última página, assisti o filme de Walter Salles e não me decepcionei, mas, definitivamente, não tive a mesma experiência. Quando eu assisto um filme baseado em algum livro, série ou seja lá em que fonte ele beba, eu o analiso de duas formas: como adaptação daquela obra prévia (quando eu já tenha tido o contado com a mesma) e como filme por si só. E no caso de ''On The Road'', como adaptação o roteirista Jose Rivera abrange muito bem a personalidade de seus heróis. Assim como imaginei Sal, Dean, Carlos, Marylou e outros, ali eles estavam na tela, física e emocionalmente. O espírito de cada um é abordado e explorado a cada segundo. A sandice de Dean, a perdição de Marylou e o deslumbramento de Sal. Cada qual cumpre sua função e representam a geração beat assim como Kerouac os delineou. Mas as situações em que os mesmos se encontram se perdem entre escolhas não muito bem sucedidas para inserir na trama (como o romance de Sal com Terry) e outras que poderiam ser mais exploradas (como a viagem ao México). O poder de uma adaptação não é ser 100% fiel a sua obra original, mas captar o espírito e saber desenvolver o que funciona e não funciona na tela grande. Alguns personagens mostram-se aleatórios no fluir da trama e, se descartados, não fariam tanta diferença (Algo que, se acontecesse no livro, seria impensável). Já como filme único (com uma visão como se eu não tivesse lido o livro), Walter Salles conduz muito bem o elenco, e apresenta (junto com seu diretor a tira colo) uma bela fotografia que nos apresenta a uma América jovem e transloucada. A montagem poderia ter sido melhor pensada, mas caminha conjunto com o que se espera de uma montagem de um ''road movie''. Enquanto eu lia a obra, a imaginava não como um livro, mas como uma série, curta, de alguns episódios e que apresentaria a história por completo e, ainda sim, respeitaria seu espírito. 2 horas de metragem não foram o suficiente para suprir a carga do livro, mas não foram vergonhosas. Personagens bem delineados em situações pouco exploradas... Meus meses preguiçosos de leitura se valeram muito mais do que o frenesi cronometrado do filme.
Eu não consigo enxergar o menor propósito nessa história toda. Assisti o primeiro filme, sem saber nada sobre o livro ou qualquer coisa sobre a história, e deixa muito a desejar em termos de narrativa e personagens (nunca vi um corja tão sem carisma). Já nessa segunda parte, creio que tenha gostado mais, pois, não foi necessário apresentar a mitologia da série ou os personagens, o que facilita, mas tudo o que acontece na tela não me cativa. Reitero que é uma opinião minha e, sinceramente, de todas as sagas adolescentes que eu vi, depois de Crepúsculo, essa foi a que menos me interessou e apresentou a história mais fraca e sem sentido de todas. Divergentes, sociedade distópica, vilões burros e protagonistas sem carisma... Nada aqui se salva! Pelo menos os efeitos especiais são muito bem feitos e a música que toca nos créditos é muito boa!
Jon Favreau apresenta uma história simples, leve, divertida e gostosa (Rá) sobre paternidade, amizade e amadurecimento. Tendo dois ritmos distintos (a calmaria emocional do primeiro ato contra o frenesi do segundo mesclado ao road movie do terceiro), a trama se desenrola levemente, passeando por diálogos interessantes e ótimas interações entre o elenco, que está afiado e entrosado. A trilha sonora também marca ponto positivo, alternando clássicos para cada região apresentada e até um cover de ''Sexual Healing''. Favreau não economiza em alguns clichês, mas todos bem utilizados e completamente de acordo com a atmosfera e o propósito do filme. Sem tentar ser maior do que é, o roteiro entrelaça bem a emoção com a comédia, mas derrapa no romance e no final:
O final poderia ser diferente, sem precisar de ter tantas resoluções. Apesar de prático, o final é corrido e sem muita realidade. Parecendo final de novela, em menos 10 minutos vemos uma sociedade ser feita, um restaurante sendo aberto e um casamento. Todos os "problemas'' à serem resolvidos já haviam se solucionado. A insatisfação de Carl, o amadurecimento da sua relação com o filho, a viagem até LA. Não precisava de um final ''tão feliz'' como foi. Além de que, a relação entre Carl e a ex-esposa nem é muito explorada e, mesmo assim, se casam no final, sem muita explicação.
Mas, no geral, um ótimo filme, para rever, quando passar na TV, sem muito compromisso, mas com um sorriso no rosto.
Apesar de construir uma mitologia interessante e chamativa aos adolescentes, tratando de assuntos como escolhas, divisão de castas, rebeldia e independência, a história não se sustenta sozinha, carecendo de maturidade e ousadia. Como em 90% das sagas adolescentes do século 21, o romance está lá, a ação e o sentimento de desconforto e medo do futuro, que todo adolescente passa, passado de uma forma didática e quase infantil, vide as narrações da protagonista no início do filme, que poderiam ser resolvidos com meia página de diálogos, sem parecer chato e clichê. Com a atmosfera distópica e o pano de fundo apresentados, parece que o ritmo vai acelerar e a história irá mostrar a que veio, mas não! De início, não fica claro o sentido de tudo aquilo. A escolha das facções, os treinamentos etc... Muito vago, jogado na nossa cara. E mesmo, já para o final, quando o roteiro se encontra, o clímax não tem força o suficiente e pouco impressiona. O romance do casal principal também sofre pela falta de desenvolvimento e carisma dos atores. A Shailene Woodley se esforça, mas não tem a determinação de uma Katniss, por exemplo e o Theo James e seu Four, são um desastre de emoções e falta de identificação com o publico. Tecnicamente, a trilha sonora e os milhões de closes desnecessários (talvez querendo esconder um cenário que promete grandeza, mas não cumpre) me incomodaram bastante. Mas no geral, não tiro o mérito do filme de, ao menos, levantar uma discussão moral da sociedade e a forma como nos encaixamos na mesma, nossas escolhas e a distinção social velada que e constante, ainda hoje em dia. Pena que a pratica não foi tao bem desenvolvida, quanto na teoria.
Um ótimo filme, com história redondinha envolta de comédia, ação, humor politicamente incorreto, diversas referências e um elenco bacana e bem entrosado. A trilha sonora, apesar de parecer repetida e não original, dá um tom especial as cenas e a direção de fotografia e todo o processo de direção e imagem do Vaugh é muito próprio, bebendo em algumas fontes já conhecidas (Edgar Wright, Zack Snyder etc...), mas que é adaptada de forma interessante pelo diretor. Vontade de rever e rever não faltam! Mas, um pequeno furo no roteiro me deixou intrigado... Não que atrapalhe o andamento da história, mas, simplesmente, não faz o menor sentido:
Como é que o SERVIÇO SECRETO KINGSMAN não apaga a memória dos jovens que estão sendo treinados? O próprio cara que não seguiu em frente ao treinamento, exatamente por não aguentar e ''dedurar'' o serviço, sobre pressão, não tem a memória apagada e é usado como muleta no roteiro, mais tarde, no clímax. É beeem estranho um furo desse passar despercebido (ou não!), sendo um filme sobre agentes secretos!
Como adaptação, é bem fiel com os personagens e suas personalidades. Mas na estrutura do roteiro, deixa de lado momentos hilários do livro, que fazem falta. Como filme, por si só, peca no desenvolvimento de personagens, na estrutura clichê da jornada do herói, seguida a risca, e na direção sem qualquer peso do Shaw Levy, mas o elenco leva o filme nas costas, muito bem entrosado e com química familiar o suficiente. Bateman, Drive, Fey e Stoll estão incríveis como os irmãos! Valem o filme, por completo... (e a cena do templo também... tão hilária quanto no livro!)
Não é de se espantar o grande interesse no livro e no filme de '50 Tons de Cinza''. Uma história erotizada, com doses de romantismo brega e barato, uma protagonista frágil e um homem sedutor, rico e bonitão. É claro que iria fazer sucesso, ser best-seller, vender milhões de ingressos. Se colocar no lugar da Anastacia e querer um Christian Grey louco de amores (e apetrechos) é fácil. Mas o que me espanta, como homem (e ser humano!), é que, a imagem de mulher fraca, sem direitos e dependente, que vem sendo desconstruída de anos em anos, dentro da sociedade machista em que vivemos, é completamente desmistificada em 125 minutos de metragem. Anastacia não conecta, tão facilmente, sua felicidade ao Christian Grey (contanto que, em diversos momentos, se questiona do que está fazendo ao lado daquele cara). Mas ainda sim, ela se invalida pelos prazeres dele, onde (e isso é uma frase dita por ele mesmo), o maior presente que ela ganhará, dentro daquele relacionamento, é ele! De certa distância, tudo o que ele faz ''para ela'' pode ser muito bonito. Livros, carro, viagens, momentos de aventura... Tudo muito romântico e especial para a pobre menina que tem um fusquinha, mas nada do que ele faz é sem o, único, propósito de transar com ela e levá-la para o tal ''Quarto dos Jogos''. O machismo mascarado aqui fica mais evidente na cena do acerto de contas do contrato. Apesar de demonstrar um certo ''poder'', Anastacia nada mais é do que um fantoche na mão de um lunático, que deseja enfiar a mão em sua vagina e em seu ânus, mas também conceder uma saída com ele, durante uma noite na semana, para um ''encontro normal''. E do que adianta, negar sexo em cima da mesa, sabendo que mais cedo ou tarde iria ser alvo de chicotadas? Poder feminino? Será? Mesmo que pareçam ''para ela'', todas as atitudes de Grey são pensadas em seu benefício próprio, em curto ou longo prazo. Seja tirar sua virgindade ou lhe comprar um carro novo. Nada ali é feito para satisfaze-la plenamente, ou o que deveria ser o principal, satisfazer ao casal, mutuamente. Tecnicamente, o filme é bem redondinho, com paleta de cores frias e densas para Grey em contraste do colorido de Anastacia, além de uma trilha sonora (original e as músicas já conhecidas) pontual e impactante. O casal até demonstra química em alguns momentos, mas as cenas de sexo são bem mal encenadas (principalmente as sádicas). O roteiro peca nos diálogos (''Eu não faço amor, eu fodo com força'' já é um clássico da breguisse do cinema mundial), e claro, na estrutura lenta e arrastada que, parece nunca acontecer muita coisa na vidinha deles. Extremamente machista, mas muito bem sucedido como case de Marketing fundamentado no erotismo, ''50 Tons de Cinza'' mostra o quão a Pitty tava certa ao afirmar que ''quase não é lá'', e olha que não é uma brincadeira com orgasmo, mas sim no retrocesso á imagem feminina que esse tipo de produto trás para nossa sociedade.
Aronofsky é um diretor de impacto. Todos os seus filmes, por clara sanidade, ou não, impactam o público de alguma forma. Em "Black Swan'', ele seguiu uma linha tênue entre o impacto real e o ''espetáculo gratuito''. Alguns o consideraram nada impressionável, outros (como eu) viram mais qualidade que defeitos. Opinião! Em ''Noah'', o impacto está inserido nos 137 minutos de metragem, em cada cena de ação, diálogo, efeitos especiais. Mas o que antes era um caminho fino, Aronofsky caiu na gratuidade e apresentou um filme que peca em seus excessos e uma história impactantemente chata. Sem qualquer comparação bíblica (porque, afinal, são MUITAS as diferenças), o roteiro mostra uma história de conhecimento coletivo, que tramita, por motivos narrativos, por subtramas nada interessantes, um anti-clímax inevitável e personagens dúbios, que confrontam suas próprias naturezas. Tentar misturar realidade e fé, em uma história sobre uma grade chuva que dizima toda a população é algo interessante, mas que não surte o mesmo efeito na tela, do papel. Ora, se Deus quisesse que todos morressem, para criar algo novo e salvar, apenas os animais, porque permitiu que Noé e sua família entrasse na arca? Obviamente o desejo Dele, era que houvesse a procriação, indo em confronto com a ideia de Noé em matar os filhos de Sem. A trama conspiratória de Tubalcaim e Cam nada agrega a história, servindo apenas para um final com ação, afinal, o verdadeiro (anti) clímax da história é cena da invasão a Arca. A longa duração, com diálogos ilustrativos, cheios de profecias, arrastam o filme e tornam chato e pouco atrativo. E mesmo com as belas cenas e os efeitos especiais (apesar dos estranhíssimos Gigantes de Pedra), a produção não engrena e cai em um marasmo, sanado apenas, nas poucas cenas de ação.
Caindo no denominador comum, digo que o filme é, realmente, de tirar o fôlego e apresenta sequências muito bem filmadas e editadas dos solos de bateria e apresentações da orquestra do Sr. Fletcher. O roteiro, apesar de simples, apresenta bem seus personagens, em situações claramente hiperbólicas mas que são tratadas com naturalidade. O desenvolvimento dos personagens, apesar de satisfatório, poderia ter sido mais bem explorado, considerando um dos poucos defeitos do filme, que impacta pelas suas grandes qualidades. As já citadas cenas de solos e do coral são milimetricamente editadas e, em especial, a cena final é algo estupendo, do ponto de vista técnico e um grande clímax. J.K Simmons, como sempre, ótimo em seu papel e caminha suavemente pelas sutilezas emocionais de seu personagem, ao mesmo tempo que invade a tela a cada aparição de portas escancaradas e gritos cuspidos lotados de palavões. Em certos momentos desconfiei quem era o personagem principal ali, afinal. Mas o Miles Teller consegue acompanhar seu companheiro de cena e ser competente em um papel que exige esforço físico e ele transmite isso através de suas caretas regadas a sangue e band-aid, assim como seu lado emocional, mostrando a fragilidade do mesmo perante a família incrédula de seu sucesso financeiro, como o seu ego explodindo tetos, ao ser confrontado por alguém, possivelmente, melhor que ele. No geral, um pequeno grande filme, que, entendo as exacerbações perante os prêmios independentes que ganhou, mas que, sinceramente, não o vejo como Melhor Filme no Oscar e não deveria ter sido indicado a Melhor Roteiro, talvez, roubando o lugar de ''Gone Girl''/
Instigante e excepcionalmente bem filmado, "Birdman" faz uma crítica metalinguística do cinema, da imagem e do ser humano. A própria escolha de Michael Keaton (o eterno Batman dos filmes do Burton) denota isso e o ator se joga de corpo e alma no, talvez, seu melhor papel da carreira. Explosivo, dramático, problemático e esquizofrênico, o seu Riggan Thomson é o espelho da indústria caudada na imagem, em que vivemos. À sombra de seu personagem mais famoso, sua família e seus subordinados problemáticos, Riggan vive por um fio, procurando apenas uma forma de ser livre, mesmo sendo, ironicamente, um "pássaro''. (E a cena final do filme mostra, perfeitamente, essa ideia. Em um dos diálogos do filme, e um dos seus melhores, uma crítica de teatro ouve calmamente um momento de explosão de Riggan, para apenas responder: "Você não é um ator, é uma celebridade", e essa, suposta, necessidade de ser, aparentar, mostrar, mesmo que seja aquilo que já foi, é a cerne de todo esse movimento midiático que vai nos cercando de tempos em tempos e cada vez mais. "Birdman" trabalha isso magistralmente e não só com o personagem de Keaton, mas também com o ego inflado de Mike e a vontade de chamar a atenção de Sam. A edição quase imperceptível, fazendo o filme parecer um take só, seguindo os atores e mudando perspectivas, é genial e uma grande experiência, sem falar na trilha sonora com viradas teatrais mais completamente fomentada numa bateria de Jazz. Sensacional! As atuações soberbas de todo o elenco, em especial o Edward Norton, que rouba todas as cenas para si e o momentos solitários de Keaton que, como já dito, se entrega de corpo e alma para o papel. Sem dúvida, um dos melhores filmes do ano e um grande filme, que me trouxe pensamentos não usuais e me remeteu reflexões que só vivenciei com "Fight Club", meu filme preferido. Um grande acerto de Iñárritu e uma das grandes experiências visuais e reflexivas do cinema.
Faz rir em alguns momentos, mas eu, sinceramente, não entendi o objetivo do filme e o porque do pôster mostrar o final de cada um dos personagens... Porque? Essa é a grande questão dessa pérola!
O problema de muitos filmes biográficos, é já conhecemos o seu final. Basta uma pesquisada no google, que temos a biografia de qualquer pessoa pública na palma das mãos. Quando um filme foca em determinada época da vida do ''homenageado'', o afunilamento é grande. O desafio dos roteiristas e diretores é buscar aquilo que mais chame a atenção, emocione e crie um vínculo com o telespectador, além do vínculo midiático. Conhecer, não só a obra, mas a vida daquela pessoa que olhamos de longe e vemos o que nem sempre é real. ''Theory of Everything'' poderia se chamar ''Theory of Love'', ao apresentar uma história de amor com seus altos e baixos, em diversos sentidos. A história de Stephen Hawking não é e não foi fácil. A vida não facilitou para ele, e o que lhe restava era o eterno cuidado, dependência e o amor, da mulher, dos filhos, dos amigos e de si mesmo, porque, continuar a viver em tais circunstâncias, é um verdadeiro atestado de amor à vida. E isso é potencializado nas incríveis atuações do casal principal, que se doam e calculadamente, mostram as cores e a veracidade de cada personagem. Eddie Redmayne cria e emula Hawking, alem de apresentar um trabalho físico extraordinário que me lembrou o de Daniel Day Lewis em "Meu pé esquerdo". Apesar de um começo corrido e que poderia ter sido melhor desenvolvido e editado, o filme caminha bem durante suas duas horas, com uma lindíssima trilha sonora e uma direção de arte e fotografia impecável, assim como a geral de James Marsh. Quero vê-lo nas principais categorias do Oscar e espero que Redmayne leve como melhor Ator, alem das categorias técnicas que falei acima. "Theory..." e uma historia sublime de superação, dedicação, amor e vida e seus segundos finais resumem isso de forma espetacular e extremamente significativa.
Homem-Formiga
3.7 2,0K Assista AgoraTalvez ''Homem-Formiga'' seja o filme mais despretensioso do Universo Marvel até agora. Até mesmo, o primeiro ''Homem de Ferro'' ou ''Guardiões da Galáxia'', mesmo sendo carregados de humor e novidade, trazem uma grandiosidade embutida na história, que os equipara aos outros grandes filmes que fazem parte desse gigantesco universo criado. ''Homem-Formiga'' fecha a fase 2 de forma simples, amarrada com as outras produções do estúdio e trazendo um super-herói sem cara de super-herói.
Com um humor muito mais pontual e menos escrachado, o filme funciona muito bem como filme de assalto (originalmente pensado pelo Edgar Wright), mas com uma, satisfatória, base dramática (na relação pai(s) e filha(s)) e a pitada super-heroica que, obviamente, é a cerne da produção. O roteiro caminha muito bem por esses momentos, sem se perder e sem querer ser algo maior do que é (com o perdão do trocadilho), ganhando o público, exatamente, por não se comprometer demais em apresentar uma história mirabolante, mas que garante os 117 minutos e prende a atenção, através das cenas de ação bem elaboradas e das atuações pontuais do elenco.
Um grande acerto fica a cargo das cenas onde Scott se vê em miniatura e toda a interação do mesmo com o aspecto diminuto em que se encontra em contraste com a grandiosidade em sua volta. Cenas bem elaboradas e filmadas que dão vontade de assistir mais daquele mundo que Scott para a descobrir junto ao público.
O maior erro do filme fica a cargo do seu vilão. Algo que vem sendo característico da Fase 2 da Marvel (Fora o Soldado Invernal, todos os vilões dessa Fase são extremamente descartáveis... até mesmo o Ultron).
Darren Cross é um personagem com desenvolvimento nulo, onde começa o filme como um vilão por ser vilão e o termina da mesma forma. O antigo pupilo de Hank Pym não se prova e, tão pouco, é mostrado o porque de Hank ter escolhido ele como seu aprendiz.
Suas motivações e pensamentos são extremamente rasos e, apenas do visual do Jaqueta Amarela ser bem bacana, sua caracterização é extremamente caricata e superficial.
Ao contrário de todos os outros personagens principais que são bem explorados e com atuações bem encaixadas de Rudd, Lily e Douglas (que tem o melhor rejuvenescimento do cinema!).
Mesmo não sendo um grande filme memorável, ''Homem-Formiga'' cumpre muito bem o seu papel, entregando aquilo que promete e inserindo um personagem interessante no MCU, que, espero, possa ter mais aventuras solo e sem melhor aproveitado nos cinemas. Sua importância nos quadrinhos é bastante pontual, nunca sendo muito explorada, mas que pode ter uma história diferente na tela grande... mesmo sendo um herói tão pequeno (Há).
Cidades de Papel
3.0 1,3K Assista AgoraEm seus três primeiros livros, John Green seguiu uma fórmula mestre para suas histórias: O garoto nerd magricela que se apaixona pela ''menina da sua vida'' e vive altas aventuras com ela e seus melhores amigos. Em ''Cidades de Papel'', Quentin é o garoto magricela, Margo, o alvo da paixão e Ben e Radar, os amigos cômicos que fazem tudo por ele. Mas, mesmo tendo um interesse romântico em todos os três livros, a grande dinâmica deles gira em torno da amizade.
Em ''Cidades de Papel'' nós vemos a amizade de Quentin e Margo que se esvai durante os anos, sem qualquer explicação. Mesmo sendo uma amizade óbvia e conveniente (por se conhecerem desde criança, estudarem no mesmo colégio, morarem de frente um pro outro), eles tomaram decisões distintas na vida, amadureceram, mudaram! Assim como qualquer pessoa normal na vida real!
E mesmo tendo essa paixão platônica, a importância de Margo para a vida de Quentin é praticamente mínima (vide o tempo que passaram separados) mas ainda sim, a idealização criada por ele é extrema e inverossímil, nunca tendo se apaixonado pela garota em si, mas pela ideia que tinha sobre a mesma. A personificação de Margo na mente de Quentin.
Também vemos a amizade sem precedentes de Q com Ben e Radar. Numa fase da vida onde cada conversa, festa, momento juntos pode ser o último e daqui a pouco, cada um seguirá seus caminhos e faculdades. Uma amizade que, ao contrário da de Margo, se afastará com um motivo aparente e sem escapatória. O Futuro!
Mesmo sendo relações extremamente diferentes, elas se mesclam de forma bastante satisfatória (que não fica tão explícita no livro) em determinado momento do filme e nos faz repensar a importância de nossos amigos na nossa vida. O ''milagre'' que eles representam e o exato momento em que eles se tornam nossa família, sem nem percebermos. Quentin percebe isso, nos remetendo ao que dito por Margo: ''É preciso se perder para se encontrar'', e em uma das cenas mais catárticas do filme, Q se entrega á sua família e dança conforme a musica.
Entregando um roteiro que melhora o livro em diversos momentos (principalmente o seu final), ''Cidades de Papel'' surpreende pela sutileza e encontro de ideias que nos garantem momentos divertidos, emocionantes, românticos, reflexivos e de extrema identificação.
PS: Austin Abrams, a grande surpresa na tela! Personificação exata do Ben.
PS2: A trilha sonora é boa, mas poderia ser melhor.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraGravidade meets Náufrago...
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraO filme mais honesto de 2015. Não tenta ser mais inteligente do que realmente é, e apresenta cenas de ação extremamente bem filmadas, realistas e de pular da cadeira. Apresenta bons personagens, um roteiro simples, de poucos diálogos, mas que garante e supre as 2 horas de metragem com decência e categoria bruta que só George Miller consegue proporcionar. Puta filme de ação, puta filme pipoca e não tem vergonha de assumir!
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista AgoraApresentar um novo conceito para uma ficção científica nunca foi fácil. Antigamente, por mais ideias que se tivessem, era difícil passá-las para a tela, devido a limitação tecnológica. Grandes mestres conseguiram (George Lucas e Kubrick, por exemplo), mas alguns de seus projetos pessoais tiveram que esperar pelo fator tempo, para serem devidamente concluídos e exibidos (A.I, finalizado pelo Spielberg e o prelúdio da Saga Star Wars).
Atualmente, apesar da tecnologia ter avançado, as ideias foram se perdendo. Quando não são realizados remakes, muitos filmes parecem recauchutagens de formulas antigas. Como diria Chacrinha: ''Nada se cria, tudo se copia.''
Alex Garland conseguiu, em termos, com seu ''Ex Machina'' trazer algo de novo para o gênero, utilizando-se de filosofias já antes abordadas.
Inteligência Artificial não é um elemento novo, mas que, aqui, ganha novas nuances ao apresentar personagens robóticos complexos e que, não só desejam ter a sua liberdade, mas entendem o porque desse desejo, além de entender o que são e o porque de serem, como Ava constantemente indaga para Caleb: ''Porque alguém tem que decidir?''. Ela sempre pudera decidir suas ações... apenas esperou o momento correto para tal.
Além de trazer efeitos especiais incríveis e muito bem feitos e naturais, a trilha sonora também casa perfeitamente e trás a atmosfera perfeita, de suspense e expectativa.
A direção de Garland não foge do usual, mas bem pontuada, assim como o roteiro, que poderia trazer uma reviravolta mais impactante e bem elaborada, o que tira um pouco da força do filme. Mas, com o que tem em mãos, os atores fazem um belíssimo trabalho, em especial Alicia Vikander, que mede muito bem as nunces humanas e robóticas de Ava.
Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses
3.2 661Apesar de sempre ser bom ver e rever as histórias e os personagens hiper carismáticos de Dragon Ball, seus filme nem sempre são tão bons quanto foram os clássicos episódios. Não que eu esteja comparando, mas Dragon Ball se sai melhor como uma série do que comprimida em 1:30 de um filme.
Mesmo com seus fillers e usuais episódios de batalhas sem fim, DB e DBZ são tão bons e clássicos por desenvolverem seus personagens e vilões ao decorrer desses episódios. (Contanto que todos tem versões que vão evoluindo ao decorrer da temporada, assim como os heróis que apresentam novas formas).
Mas querer apresentar isso em um filme (um novo vilão, uma nova forma para Goku e até uma historinha paralela do aniversário de Bulma) em apenas 1:25, fica parecendo apenas mais um episódio estendido, sem uma história muito coesa, que não trás explicações decentes e não desenvolve suas motivações (a motivação do Bills é pífia, um suposto desejo de vingança de Vegeta não é explorado, sendo camuflado por medo(!) e, apesar de interessante, o final fica muito aquém).
Aquém também são as batalhas, que buscam explorar movimentos de perspectiva e ângulo, mas sem mostrar a clássica pancadaria e porrada da série. Uma pena.
O didatismo e a comédia presentes no passado voltam e são bem-vindos, se tratando de um anime como DBZ que SEMPRE foi assim e nunca foi um demérito para tal.
Mas no geral, ''A Batalha dos Deuses'' deixa a desejar em diversos aspectos, mas mantém o clima descontraído da série e Goku e cia sempre serão bem-vindos com suas histórias e batalhas.
Fale com Ela
4.2 1,0K Assista AgoraGente... Sei lá! Amor né... Entre casais, amigos... Amor por si só! Alegre e triste ao mesmo tempo! Cinza... Belo.
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista AgoraUtilizando-se dessa universo compartilhado (MCU) em que seus personagens vivem, a Marvel tem o seu bônus e o seu ônus.
Bônus, porque, não só, os nerds e fãs de longa data daqueles personagens compraram a ideia, mas como o público em geral foi conquistado e pode conhecer super-heróis, até então, desconhecidos. E todos esses públicos compram os ingressos, lotam as salas de cinema e esperam ansiosamente pela próxima produção que constroem o caminho das ''Fases Marvel''.
O seu ônus, no entanto, é que a cada novo filme, a expectativa aumenta, devido ao filme anterior do estúdio, não se atendo, apenas, a expectativa criada pelo material promocional ou de seu precedente. Ou seja... ''Vingadores: A Era de Ultron'' carrega a expectativa de ''Vingadores'', ''Capitão América 2'' e todos os outros filmes da Fase 2 da Marvel em suas costas. E como aprendemos na vida e nas redes sociais: ''Crie tudo. Até mesmo um hamster perneta, mas não crie expectativas''. E, ainda em tempo, adiciono algo nesse pequeno provérbio: ''Não acompanhe o material promocional''.
Um pouco do encanto do filme é apagado pelo conhecimento prévio de certas cenas e momentos mostrados em trailers e featurettes. Claro que eles existem pra criar expectativa e ansiedade ao público, mas assistir aos 3 trailers já entrega bastante da trama e de momentos que remetem a um deja vu incomodo.
Mas focando no filme e sua história, ''Vingadores 2'' trás uma história mais coesa e elaborada que a do primeiro filme. Utilizando muito bem todos os personagens (menos Pietro, coitado) e desenvolvendo suas motivações de forma satisfatória, cada um tem seus 15 minutos de fama em tela e as atuações seguem corretas e sem muitos exageros. Os atores já se sentem em casa e bem colocados em seus respectivos personagens e trabalham suas nuances de forma exemplar. A trama carrega consigo alguns aspectos interessantes, como o conceito de criador e criatura de Stark e Ultron e, até mesmo, a solidão de Banner, já inserido no grupo, mas sempre se vendo como uma ameaça eminente e sem futuro.
Talvez o ponto negativo mais evidente seja o próprio Ultron, que não tem suas motivações muito bem apresentadas, sendo um vilão por ser vilão, mal por ser mal. Não existe muita coerência em suas atitudes e pensamentos (destruir os Vingadores pra salvar a humanidade, depois destruir a humanidade para salvar a mesma e as ''criaturas de metal'' dominarem a terra (???)) e sua abordagem é falha e apressada, carecendo de certo cuidado ao trazer o personagem ao público. (Mas ficam os aplausos para James Spader e sua caracterização e voz).
O roteiro ainda apresenta dois plots paralelos que, apesar de importantes, aparecem deslocados do todo e parecem ser, apenas, uma gordura no roteiro, podendo ter sido mais bem intricado a trama e com outra abordagem.
(Thor e o lago dos sonhos e Stark na Nexus).
Visualmente, é impressionante o salto de 3 anos que é dado, mostrando a evolução dos efeitos (que sempre são ótimos nos filmes Marvel Studios) e apresentando um Hulk cada vez mais realista e um Visão de encher os olhos! Ponto em que a Marvel nunca deixa a desejar! Além da visível evolução de Whedon como diretor, ao filmar cenas de ação elaboradíssimas e muito bem coreografadas, trabalhando o mise-en-scène de forma espetacular e, até mesmo, caricata (emulando páginas de Hq's) em momentos certos e específicos.
Em resumo, ''Vingadores 2'' mostra-se imensamente satisfatório dentro do MCU, como um gigantesco blockbuster de verão e, por que não, um filme interessante e transbordando de carisma. Mais um ponto positivo para a Marvel. O bônus foi maior dessa vez...
Rain Man
4.1 766 Assista AgoraÉ interessante ver como uma história simples, de dois irmão se conhecendo e vivenciando uma viagem pelos EUA, cativa tanto. Muitos filmes esquecem que não existe maior importância entre seus personagens e sua trama. É um jogo balanceado de carisma e identificação com o público.
Como não se ver em Charlie? Um sujeito que, para os mais sensíveis, pode parecer a escória sem coração da sociedade, mas para os mais realista, é apenas o retrato do típico workaholic dos anos 90, traumatizado por uma família disfuncional e por um pai nada amoroso.
E sua contraparte, Ray, é a ingenuidade encarnada (motivada pelo seu autismo, claro), mas que não torna-se chato ou caricato na brilhante atuação de Hoffman.
Munido disso, o roteiro apenas caminha entre situações que mesclam road movie com superação, onde cada irmão precisa entender o outro e viver, ao menos, pacificamente e e aprender algo no percurso. Nunca sentimental ou forçada, a saga dos irmão Babbitt abre diversas discussões e, querendo ou não, abriu caminho (junto a outros filmes da época) para tantos outros filmes que exploram outras doenças e condições específicas.
Com uma fotografia belíssima e trilha sonora típica do início dos anos 90, ''Rain Man'' ganha pelo carisma e força de seus protagonistas, sem precisar cair no sensacionalismo ou cartilhas baratas.
Velozes e Furiosos 7
3.8 1,7K Assista AgoraTodo filme apresenta uma proposta e a minuto de metragem que se passa, o objetivo da trama é cumprir e honrar essa proposta sem ser piegas ou tentar ser algo que não é.
Velozes e Furiosos 7 cumpre e honra a proposta apresentada (não só nesse, mas em todos os filmes da franquia). Querer que o filme tenha o peso filosófico de um Lars von Trier ou a qualidade estética de um Truffaut é burrice. Repito... BURRICE! Essa não é a proposta da franquia, mas sim, cenas de ação mirabolantes, carros incríveis, mulheres, diálogos de impacto, comédia e The Rock! Isso é Velozes e Furiosos.
Com uma trama de vingança redondinha que passeia pela tecnologia infindável do cinema atual, essa sétima parte da franquia continua se firmando como uma ótima opção para o cinema de assalto, mantendo os ótimos (e carismáticos) personagens, além de desenvolvê-los.
Toda a "Família'' já está bem clara na cabeça do público e quando o foco é no desenvolvimento dos mesmos, o roteiro descansa de forma pontual, para logo ser elevado a enésima potência, com cenas que vão de carros voadores a briga com chave inglesa!
Muito bem coreografadas, dirigidas e fotografadas (James Wan, grande diretor de gênero), a ação desenfreada não deixa a desejar a outros filmes do gênero, mantendo a marca e o amor por carros tunados da franquia e misturando muito bem os dois aspectos. Sem contar nos efeitos visuais em CGI e práticos que conversam muito bem com o 3-D (mesmo não sendo essencial).
Eu, particularmente, nunca fui muito fã da franquia, mas com a transformação na abordagem (desde o quarto filme), VeF vem se consagrando no cinema, tanto na crítica quanto na gigantesca bilheteria a cada novo filme e, apesar de algumas derrapadas, garante boa colocação no gênero proposto.
Apenas um adendo:
Muito linda, a homenagem à Paul Walker. Simples, coeso com a história e MUITO tocante, percebe-se ali todo o sentimento de irmandade que Vin Diesel e todos os atores tinham por ele. A última corrida, as cenas dos filmes antigos e o caminho ao paraíso... Uma das mais belas homenagens do cinema!
#ForPaul
Na Estrada
3.3 1,9KDemorei muito para ler o livro. Papo de meses! E não porque seja chato ou maçante. Na realidade, é até uma leitura fácil, ágil e que, devido ao conteúdo anarquista, conquista facilmente qualquer jovem adulto que queira ter as mesmas realizações de Sal e Dean Moriarty. Mas todo o meu processo de leitura foi demorado devido a uma pura preguiça que eu tinha de parar alguns minutos (ou horas) do meu dia corrido para ler. Péssima desculpa, mas é a realidade. Mas esses meses (sim, meses!) em que demorei para terminar a novela de Jack Kerouac me fizeram bem. Pude acompanhar o desenrolar da trama quase que em tempo real, ironicamente e me fez sentir falta dos personagens, suas personalidade e nuances.
O que demorou tanto para se concluir em palavras, na minha mente, foi feito em 2 horas e pouco, na tela do meu notebook. No dia seguinte a que terminei de ler a última página, assisti o filme de Walter Salles e não me decepcionei, mas, definitivamente, não tive a mesma experiência.
Quando eu assisto um filme baseado em algum livro, série ou seja lá em que fonte ele beba, eu o analiso de duas formas: como adaptação daquela obra prévia (quando eu já tenha tido o contado com a mesma) e como filme por si só.
E no caso de ''On The Road'', como adaptação o roteirista Jose Rivera abrange muito bem a personalidade de seus heróis. Assim como imaginei Sal, Dean, Carlos, Marylou e outros, ali eles estavam na tela, física e emocionalmente. O espírito de cada um é abordado e explorado a cada segundo. A sandice de Dean, a perdição de Marylou e o deslumbramento de Sal. Cada qual cumpre sua função e representam a geração beat assim como Kerouac os delineou. Mas as situações em que os mesmos se encontram se perdem entre escolhas não muito bem sucedidas para inserir na trama (como o romance de Sal com Terry) e outras que poderiam ser mais exploradas (como a viagem ao México). O poder de uma adaptação não é ser 100% fiel a sua obra original, mas captar o espírito e saber desenvolver o que funciona e não funciona na tela grande. Alguns personagens mostram-se aleatórios no fluir da trama e, se descartados, não fariam tanta diferença (Algo que, se acontecesse no livro, seria impensável).
Já como filme único (com uma visão como se eu não tivesse lido o livro), Walter Salles conduz muito bem o elenco, e apresenta (junto com seu diretor a tira colo) uma bela fotografia que nos apresenta a uma América jovem e transloucada. A montagem poderia ter sido melhor pensada, mas caminha conjunto com o que se espera de uma montagem de um ''road movie''.
Enquanto eu lia a obra, a imaginava não como um livro, mas como uma série, curta, de alguns episódios e que apresentaria a história por completo e, ainda sim, respeitaria seu espírito. 2 horas de metragem não foram o suficiente para suprir a carga do livro, mas não foram vergonhosas. Personagens bem delineados em situações pouco exploradas... Meus meses preguiçosos de leitura se valeram muito mais do que o frenesi cronometrado do filme.
A Série Divergente: Insurgente
3.3 1,1K Assista AgoraEu não consigo enxergar o menor propósito nessa história toda. Assisti o primeiro filme, sem saber nada sobre o livro ou qualquer coisa sobre a história, e deixa muito a desejar em termos de narrativa e personagens (nunca vi um corja tão sem carisma).
Já nessa segunda parte, creio que tenha gostado mais, pois, não foi necessário apresentar a mitologia da série ou os personagens, o que facilita, mas tudo o que acontece na tela não me cativa. Reitero que é uma opinião minha e, sinceramente, de todas as sagas adolescentes que eu vi, depois de Crepúsculo, essa foi a que menos me interessou e apresentou a história mais fraca e sem sentido de todas. Divergentes, sociedade distópica, vilões burros e protagonistas sem carisma... Nada aqui se salva!
Pelo menos os efeitos especiais são muito bem feitos e a música que toca nos créditos é muito boa!
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
3.9 2,0K Assista AgoraO Hobbit não é O Senhor dos Anéis!
Chef
3.7 784 Assista AgoraJon Favreau apresenta uma história simples, leve, divertida e gostosa (Rá) sobre paternidade, amizade e amadurecimento. Tendo dois ritmos distintos (a calmaria emocional do primeiro ato contra o frenesi do segundo mesclado ao road movie do terceiro), a trama se desenrola levemente, passeando por diálogos interessantes e ótimas interações entre o elenco, que está afiado e entrosado. A trilha sonora também marca ponto positivo, alternando clássicos para cada região apresentada e até um cover de ''Sexual Healing''.
Favreau não economiza em alguns clichês, mas todos bem utilizados e completamente de acordo com a atmosfera e o propósito do filme. Sem tentar ser maior do que é, o roteiro entrelaça bem a emoção com a comédia, mas derrapa no romance e no final:
O final poderia ser diferente, sem precisar de ter tantas resoluções. Apesar de prático, o final é corrido e sem muita realidade. Parecendo final de novela, em menos 10 minutos vemos uma sociedade ser feita, um restaurante sendo aberto e um casamento.
Todos os "problemas'' à serem resolvidos já haviam se solucionado. A insatisfação de Carl, o amadurecimento da sua relação com o filho, a viagem até LA. Não precisava de um final ''tão feliz'' como foi. Além de que, a relação entre Carl e a ex-esposa nem é muito explorada e, mesmo assim, se casam no final, sem muita explicação.
Mas, no geral, um ótimo filme, para rever, quando passar na TV, sem muito compromisso, mas com um sorriso no rosto.
Divergente
3.5 2,1K Assista AgoraApesar de construir uma mitologia interessante e chamativa aos adolescentes, tratando de assuntos como escolhas, divisão de castas, rebeldia e independência, a história não se sustenta sozinha, carecendo de maturidade e ousadia. Como em 90% das sagas adolescentes do século 21, o romance está lá, a ação e o sentimento de desconforto e medo do futuro, que todo adolescente passa, passado de uma forma didática e quase infantil, vide as narrações da protagonista no início do filme, que poderiam ser resolvidos com meia página de diálogos, sem parecer chato e clichê.
Com a atmosfera distópica e o pano de fundo apresentados, parece que o ritmo vai acelerar e a história irá mostrar a que veio, mas não! De início, não fica claro o sentido de tudo aquilo. A escolha das facções, os treinamentos etc... Muito vago, jogado na nossa cara. E mesmo, já para o final, quando o roteiro se encontra, o clímax não tem força o suficiente e pouco impressiona.
O romance do casal principal também sofre pela falta de desenvolvimento e carisma dos atores. A Shailene Woodley se esforça, mas não tem a determinação de uma Katniss, por exemplo e o Theo James e seu Four, são um desastre de emoções e falta de identificação com o publico.
Tecnicamente, a trilha sonora e os milhões de closes desnecessários (talvez querendo esconder um cenário que promete grandeza, mas não cumpre) me incomodaram bastante.
Mas no geral, não tiro o mérito do filme de, ao menos, levantar uma discussão moral da sociedade e a forma como nos encaixamos na mesma, nossas escolhas e a distinção social velada que e constante, ainda hoje em dia. Pena que a pratica não foi tao bem desenvolvida, quanto na teoria.
Kingsman: Serviço Secreto
4.0 2,2K Assista AgoraUm ótimo filme, com história redondinha envolta de comédia, ação, humor politicamente incorreto, diversas referências e um elenco bacana e bem entrosado. A trilha sonora, apesar de parecer repetida e não original, dá um tom especial as cenas e a direção de fotografia e todo o processo de direção e imagem do Vaugh é muito próprio, bebendo em algumas fontes já conhecidas (Edgar Wright, Zack Snyder etc...), mas que é adaptada de forma interessante pelo diretor. Vontade de rever e rever não faltam!
Mas, um pequeno furo no roteiro me deixou intrigado... Não que atrapalhe o andamento da história, mas, simplesmente, não faz o menor sentido:
Como é que o SERVIÇO SECRETO KINGSMAN não apaga a memória dos jovens que estão sendo treinados? O próprio cara que não seguiu em frente ao treinamento, exatamente por não aguentar e ''dedurar'' o serviço, sobre pressão, não tem a memória apagada e é usado como muleta no roteiro, mais tarde, no clímax. É beeem estranho um furo desse passar despercebido (ou não!), sendo um filme sobre agentes secretos!
Sete Dias Sem Fim
3.4 265 Assista AgoraComo adaptação, é bem fiel com os personagens e suas personalidades. Mas na estrutura do roteiro, deixa de lado momentos hilários do livro, que fazem falta.
Como filme, por si só, peca no desenvolvimento de personagens, na estrutura clichê da jornada do herói, seguida a risca, e na direção sem qualquer peso do Shaw Levy, mas o elenco leva o filme nas costas, muito bem entrosado e com química familiar o suficiente.
Bateman, Drive, Fey e Stoll estão incríveis como os irmãos! Valem o filme, por completo... (e a cena do templo também... tão hilária quanto no livro!)
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraNão é de se espantar o grande interesse no livro e no filme de '50 Tons de Cinza''. Uma história erotizada, com doses de romantismo brega e barato, uma protagonista frágil e um homem sedutor, rico e bonitão. É claro que iria fazer sucesso, ser best-seller, vender milhões de ingressos. Se colocar no lugar da Anastacia e querer um Christian Grey louco de amores (e apetrechos) é fácil.
Mas o que me espanta, como homem (e ser humano!), é que, a imagem de mulher fraca, sem direitos e dependente, que vem sendo desconstruída de anos em anos, dentro da sociedade machista em que vivemos, é completamente desmistificada em 125 minutos de metragem. Anastacia não conecta, tão facilmente, sua felicidade ao Christian Grey (contanto que, em diversos momentos, se questiona do que está fazendo ao lado daquele cara). Mas ainda sim, ela se invalida pelos prazeres dele, onde (e isso é uma frase dita por ele mesmo), o maior presente que ela ganhará, dentro daquele relacionamento, é ele!
De certa distância, tudo o que ele faz ''para ela'' pode ser muito bonito. Livros, carro, viagens, momentos de aventura... Tudo muito romântico e especial para a pobre menina que tem um fusquinha, mas nada do que ele faz é sem o, único, propósito de transar com ela e levá-la para o tal ''Quarto dos Jogos''. O machismo mascarado aqui fica mais evidente na cena do acerto de contas do contrato. Apesar de demonstrar um certo ''poder'', Anastacia nada mais é do que um fantoche na mão de um lunático, que deseja enfiar a mão em sua vagina e em seu ânus, mas também conceder uma saída com ele, durante uma noite na semana, para um ''encontro normal''. E do que adianta, negar sexo em cima da mesa, sabendo que mais cedo ou tarde iria ser alvo de chicotadas? Poder feminino? Será?
Mesmo que pareçam ''para ela'', todas as atitudes de Grey são pensadas em seu benefício próprio, em curto ou longo prazo. Seja tirar sua virgindade ou lhe comprar um carro novo. Nada ali é feito para satisfaze-la plenamente, ou o que deveria ser o principal, satisfazer ao casal, mutuamente.
Tecnicamente, o filme é bem redondinho, com paleta de cores frias e densas para Grey em contraste do colorido de Anastacia, além de uma trilha sonora (original e as músicas já conhecidas) pontual e impactante. O casal até demonstra química em alguns momentos, mas as cenas de sexo são bem mal encenadas (principalmente as sádicas). O roteiro peca nos diálogos (''Eu não faço amor, eu fodo com força'' já é um clássico da breguisse do cinema mundial), e claro, na estrutura lenta e arrastada que, parece nunca acontecer muita coisa na vidinha deles.
Extremamente machista, mas muito bem sucedido como case de Marketing fundamentado no erotismo, ''50 Tons de Cinza'' mostra o quão a Pitty tava certa ao afirmar que ''quase não é lá'', e olha que não é uma brincadeira com orgasmo, mas sim no retrocesso á imagem feminina que esse tipo de produto trás para nossa sociedade.
Noé
3.0 2,6K Assista AgoraAronofsky é um diretor de impacto. Todos os seus filmes, por clara sanidade, ou não, impactam o público de alguma forma. Em "Black Swan'', ele seguiu uma linha tênue entre o impacto real e o ''espetáculo gratuito''. Alguns o consideraram nada impressionável, outros (como eu) viram mais qualidade que defeitos. Opinião!
Em ''Noah'', o impacto está inserido nos 137 minutos de metragem, em cada cena de ação, diálogo, efeitos especiais. Mas o que antes era um caminho fino, Aronofsky caiu na gratuidade e apresentou um filme que peca em seus excessos e uma história impactantemente chata.
Sem qualquer comparação bíblica (porque, afinal, são MUITAS as diferenças), o roteiro mostra uma história de conhecimento coletivo, que tramita, por motivos narrativos, por subtramas nada interessantes, um anti-clímax inevitável e personagens dúbios, que confrontam suas próprias naturezas.
Tentar misturar realidade e fé, em uma história sobre uma grade chuva que dizima toda a população é algo interessante, mas que não surte o mesmo efeito na tela, do papel. Ora, se Deus quisesse que todos morressem, para criar algo novo e salvar, apenas os animais, porque permitiu que Noé e sua família entrasse na arca? Obviamente o desejo Dele, era que houvesse a procriação, indo em confronto com a ideia de Noé em matar os filhos de Sem.
A trama conspiratória de Tubalcaim e Cam nada agrega a história, servindo apenas para um final com ação, afinal, o verdadeiro (anti) clímax da história é cena da invasão a Arca.
A longa duração, com diálogos ilustrativos, cheios de profecias, arrastam o filme e tornam chato e pouco atrativo. E mesmo com as belas cenas e os efeitos especiais (apesar dos estranhíssimos Gigantes de Pedra), a produção não engrena e cai em um marasmo, sanado apenas, nas poucas cenas de ação.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraCaindo no denominador comum, digo que o filme é, realmente, de tirar o fôlego e apresenta sequências muito bem filmadas e editadas dos solos de bateria e apresentações da orquestra do Sr. Fletcher.
O roteiro, apesar de simples, apresenta bem seus personagens, em situações claramente hiperbólicas mas que são tratadas com naturalidade. O desenvolvimento dos personagens, apesar de satisfatório, poderia ter sido mais bem explorado, considerando um dos poucos defeitos do filme, que impacta pelas suas grandes qualidades.
As já citadas cenas de solos e do coral são milimetricamente editadas e, em especial, a cena final é algo estupendo, do ponto de vista técnico e um grande clímax.
J.K Simmons, como sempre, ótimo em seu papel e caminha suavemente pelas sutilezas emocionais de seu personagem, ao mesmo tempo que invade a tela a cada aparição de portas escancaradas e gritos cuspidos lotados de palavões. Em certos momentos desconfiei quem era o personagem principal ali, afinal. Mas o Miles Teller consegue acompanhar seu companheiro de cena e ser competente em um papel que exige esforço físico e ele transmite isso através de suas caretas regadas a sangue e band-aid, assim como seu lado emocional, mostrando a fragilidade do mesmo perante a família incrédula de seu sucesso financeiro, como o seu ego explodindo tetos, ao ser confrontado por alguém, possivelmente, melhor que ele.
No geral, um pequeno grande filme, que, entendo as exacerbações perante os prêmios independentes que ganhou, mas que, sinceramente, não o vejo como Melhor Filme no Oscar e não deveria ter sido indicado a Melhor Roteiro, talvez, roubando o lugar de ''Gone Girl''/
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraInstigante e excepcionalmente bem filmado, "Birdman" faz uma crítica metalinguística do cinema, da imagem e do ser humano.
A própria escolha de Michael Keaton (o eterno Batman dos filmes do Burton) denota isso e o ator se joga de corpo e alma no, talvez, seu melhor papel da carreira. Explosivo, dramático, problemático e esquizofrênico, o seu Riggan Thomson é o espelho da indústria caudada na imagem, em que vivemos. À sombra de seu personagem mais famoso, sua família e seus subordinados problemáticos, Riggan vive por um fio, procurando apenas uma forma de ser livre, mesmo sendo, ironicamente, um "pássaro''. (E a cena final do filme mostra, perfeitamente, essa ideia.
Em um dos diálogos do filme, e um dos seus melhores, uma crítica de teatro ouve calmamente um momento de explosão de Riggan, para apenas responder: "Você não é um ator, é uma celebridade", e essa, suposta, necessidade de ser, aparentar, mostrar, mesmo que seja aquilo que já foi, é a cerne de todo esse movimento midiático que vai nos cercando de tempos em tempos e cada vez mais. "Birdman" trabalha isso magistralmente e não só com o personagem de Keaton, mas também com o ego inflado de Mike e a vontade de chamar a atenção de Sam.
A edição quase imperceptível, fazendo o filme parecer um take só, seguindo os atores e mudando perspectivas, é genial e uma grande experiência, sem falar na trilha sonora com viradas teatrais mais completamente fomentada numa bateria de Jazz. Sensacional!
As atuações soberbas de todo o elenco, em especial o Edward Norton, que rouba todas as cenas para si e o momentos solitários de Keaton que, como já dito, se entrega de corpo e alma para o papel.
Sem dúvida, um dos melhores filmes do ano e um grande filme, que me trouxe pensamentos não usuais e me remeteu reflexões que só vivenciei com "Fight Club", meu filme preferido. Um grande acerto de Iñárritu e uma das grandes experiências visuais e reflexivas do cinema.
O Concurso
2.3 665Faz rir em alguns momentos, mas eu, sinceramente, não entendi o objetivo do filme e o porque do pôster mostrar o final de cada um dos personagens... Porque? Essa é a grande questão dessa pérola!
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraO problema de muitos filmes biográficos, é já conhecemos o seu final. Basta uma pesquisada no google, que temos a biografia de qualquer pessoa pública na palma das mãos. Quando um filme foca em determinada época da vida do ''homenageado'', o afunilamento é grande. O desafio dos roteiristas e diretores é buscar aquilo que mais chame a atenção, emocione e crie um vínculo com o telespectador, além do vínculo midiático. Conhecer, não só a obra, mas a vida daquela pessoa que olhamos de longe e vemos o que nem sempre é real.
''Theory of Everything'' poderia se chamar ''Theory of Love'', ao apresentar uma história de amor com seus altos e baixos, em diversos sentidos. A história de Stephen Hawking não é e não foi fácil. A vida não facilitou para ele, e o que lhe restava era o eterno cuidado, dependência e o amor, da mulher, dos filhos, dos amigos e de si mesmo, porque, continuar a viver em tais circunstâncias, é um verdadeiro atestado de amor à vida.
E isso é potencializado nas incríveis atuações do casal principal, que se doam e calculadamente, mostram as cores e a veracidade de cada personagem. Eddie Redmayne cria e emula Hawking, alem de apresentar um trabalho físico extraordinário que me lembrou o de Daniel Day Lewis em "Meu pé esquerdo".
Apesar de um começo corrido e que poderia ter sido melhor desenvolvido e editado, o filme caminha bem durante suas duas horas, com uma lindíssima trilha sonora e uma direção de arte e fotografia impecável, assim como a geral de James Marsh.
Quero vê-lo nas principais categorias do Oscar e espero que Redmayne leve como melhor Ator, alem das categorias técnicas que falei acima.
"Theory..." e uma historia sublime de superação, dedicação, amor e vida e seus segundos finais resumem isso de forma espetacular e extremamente significativa.
Muita Calma Nessa Hora
3.0 1,4K Assista Agora"Dá pra ir andando até a rua das pedras?"
"Dá... Dá pra ir até o Piauí andando, gente. Só ter disposição"
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk'