Eu poderia jurar que esse filme não é de 32. É um trabalho tão bem realizado para a época, em direção, montagem e nas sequências de ação! As atuações também se destacam, especialmente Paul Muni entregando um personagem debochado e bastante complexo. Conta muito bem a história deste Tony, apesar de pecar um pouco no último ato, em ser tão rápido. Apesar disso, é um grande filme.
É de se imaginar o quanto foi impressionante assistir "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" em 1977, especialmente por seu visual e efeitos, que são realmente o grande atrativo da obra. Porém, história e desenvolvimento deixam bastante a desejar, e diria que envelheceu mal por isso. É uma história bastante simples e que poderia ser melhor resumida ao que propõe mostrar em bem menos tempo. Infelizmente rolou uma expectativa não atendida, hahaha.
"Faça a Coisa Certa" é aquele filme para indicar e propagar a mensagem. Por ter como tema central um problema histórico e constante, não faz a mínima diferença que tenha mais de 30 anos desde seu lançamento. É atemporal. A linguagem do roteiro e direção de Spike Lee são praticamente perfeitos no retrato desse Brooklyn multirracial, onde a convivência de grupos diferentes é parte da rotina, mas o preconceito e desrespeito andam lado a lado, sem encontrar força no diálogo e resultando num estopim trágico.
Por um momento achei que este seria o primeiro filme de Scorsese que eu bateria o martelo como "ruim" ou adjetivo parecido. Porém, os 40 minutos finais com Liza Minnelli salvam "New York, New York", especialmente em seu final que diz tanto sobre a evolução desta personagem. O filme se perde em cenas extremamente longas que poderiam ser super reduzidas, outras que nem havia necessidade de estar lá. Infelizmente, aqui a ousadia de Scorsese em se arriscar num drama/musical e apostar nas improvisações, fugindo do artificialismo que é de se esperar no gênero, não caiu bem. O lado positivo é o visual, a trilha sonora e as atuações. De Niro encarna um homem apaixonado, porém extremamente abusivo com competência, e a vontade de esganá-lo é constante (hahaha). Enquanto isso, Liza é pura meiguice em tela, e sua atuação acompanha o desenvolvimento da personagem de forma bastante convincente. Scorsese mostrando que também é gente e errando mais do que o normal. Porém, acho muito válida a conferida na obra.
"The Mule" é um Clint Eastwood acima da média, embora apresente uma história bem simples e objetiva em sua proposta. O que encanta mesmo é a atuação do diretor, que nos causa riso, emoção e até certa compaixão, mesmo que seu personagem demonstre que não é merecedor de tal sentimento. A relação que a obra traz com a carreira do Clint, se não foi proposital, então é um amontoado de referências - com recortes de vários papéis já interpretados por ele (aqui, o motorista Earl Stone) e pelo personagem do Bradley Cooper. O final é uma das coisas mais bonitas que vi recentemente. Certamente quero lembrar do Clint com aquele sorriso no rosto.
Tenho uma certa dificuldade com o estilo e edição nos filmes do Godard, mas aprecio demais algumas sequências e diálogos específicos. Não senti nenhuma afeição pelos personagens e achei algumas discussões bem vagas, mas a referência à época de maior liberdade das mulheres é bem representada, junto com o idealismo dos jovens militantes franceses.
Uma pena que o título em português não consiga fazer jus à magia que envolve o título original. Após assistir ao filme, entendemos o porquê de "sua própria Idaho". Dá pra sentir a direção/roteiro iniciante de Gus Van Sant, embora tenha momentos e escolhas muito inspiradas. Se em algum momento nos sentimos perdidos com o rumo da história, logo somos recompensados com a a atuação de River Phoenix, que é realmente a força do filme e entrega uma atuação comovente para um personagem tão complexo.
"O Farol" certamente me marcou pelas atuações. Dafoe e Pattinson "duelam" como ninguém; a fala de um provoca o outro, e a gente tem o prazer de assistir a progressão (ou declínio, dependendo do ponto de vista) desse estranho relacionamento que se estabelece entre dois homens isolados, tendo que lidar ao mesmo tempo com seus traumas e medos. A parte técnica também é um absurdo. Fotografia, edição e mixagem de som, a caracterização dos personagens e cenários. Um ótimo thriller psicológico.
É revigorante ver filmes como "The Farewell" recebendo atenção do público. Uma história simples, porém bastante comovente graças a sensibilidade de Lulu Wang. O desenrolar da "mentira" é angustiante, ao mesmo tempo que a trama apresenta alguns momentos engraçados e muito bonitos. Presenciamos a individualidade de sentimentos dos personagens perante a situação, mas recebemos uma lição de respeito cultural do que uma família considera um bem maior e decidido coletivamente.
Saí do cinema com a sensação de me sentir abraçada, assim como em "Lady Bird" - apesar das propostas bem diferentes e do "abraço específico" que cada obra possui. Temos aqui um ótimo desenvolvimento para entendermos todas as personalidades e ações das mulheres March, e até os personagens masculinos também possuem bom tempo de cena para captarmos seus comportamentos. O filme se desenvolve bem e tem um bom ritmo, intercalando diferentes momentos da vida das personagens e nos levando para alguns acontecimentos decisivos nos momentos certos. Foi uma experiência deliciosa passar duas horas e alguns minutos com essa família (rolou até uma vontade de que fosse uma minissérie, hahaha). Meus parabéns especialmente para a Greta, que demonstra uma sensibilidade incrível com a câmera e roteiro. Já se provou uma cineasta que sabe exatamente o que quer passar com suas obras.
Eu gostei do filme, embora eu preferisse uma abordagem menos focada no romance de Frida com Diego e mais abrangente sobre seu desenvolvimento artístico como resultado dos acontecimentos de sua vida. O filme perde bastante em se limitar tanto ao romance entre os dois. Salma Hayek está absolutamente encantadora.
Um tema pesado que foi muito bem abordado e mostra a perspectiva que realmente interessa: dos envolvidos na prática do que o governo colocava como obrigação, deixando o "trabalho sujo" para o próprio povo lidar com o problema sem nenhum tipo de preparo ou situação minimamente "adequada" (se é que existe alguma forma para isso). O documentário é conduzido de forma bem fluída e traz relatos marcantes, com destaque para o da parteira e da gêmea que está na China. Senti falta de mais dados e/ou informações sobre as ações e pronunciamentos do governo, mas não afetou o intuito central da obra. Os arquivos de propaganda da época e mensagens nas vilas dão uma breve noção da influência do governo nas ações das pessoas, especialmente quando ouvimos alguns relatos que confirmam o poder do Partido na mente dos entrevistados. É trágico pesquisar sobre isso atualmente e ver que a geração futura do país também será vítima dos efeitos dessa política.
Deu pra sentir uma tentativa do Woody em trazer novos elementos de direção e no próprio roteiro, apesar da base ser sempre muito parecida com os clássicos dele (e os mais novos costumam sempre deixar a desejar, especialmente os que se passam em NY). Possui diálogos bacanas e é mais um filme mediano da filmografia dele.
É preciso enaltecer o domínio do roteiro e direção de Bong Joon-ho em transitar perfeitamente entre os gêneros comédia e suspense em questão de segundos. "Parasita" tem uma história surpreendente, que realmente traz um frescor pra quem curte cinema. A obra é inesquecível por diversos motivos, mas vale destacar o elenco (todos muito bem) e as diversas críticas - sociais, comportamentais, morais que ecoam na mente por dias.
Redescobrir a vontade de viver é uma tarefa extremamente difícil, e retratá-la também não deixa de ser um grande desafio. Temos aqui um Almodóvar na mais pura emoção, e um Antonio Banderas inspiradíssimo em entregar uma de suas melhores atuações.
"The King" lembra demais outras obras épicas e históricas do cinema, o que não é necessariamente um defeito, mas deixa tudo bem previsível. O interessante mesmo é acompanhar a trama política e o desenvolvimento de Henrique V após assumir o trono, e mais uma vez o Timothée entrega uma atuação bastante boa em um gênero bem diferente do que estamos acostumados a vê-lo. A sequência que mostra o início da batalha com os franceses após a chuva é incrível - dificilmente vemos cenas de guerra onde realmente dá pra sentir o completo caos que deve ser estar rodeado de pessoas que podem te matar, sem conseguir respirar e em completo desespero.
Assistir "Bacurau" me lembrou aquela velha premissa de que "o povo unido jamais será vencido". A cidade de Bacurau representa o pobre, o abandono de uma região, mas também o quanto a força coletiva (e somente ela) pode ser definitiva em situações específicas. É um filme político, do começo ao fim, e que se utiliza de muitas referências (de fora e do nosso cinema) para criar sua estrutura e texto narrativos. Inclusive, vi muita gente se incomodando com isso, e acho uma pena que façam essa crítica de referências quando se trata de cinema nacional, mas bajulam e adoram quando é um diretor estrangeiro utilizando características de outros conterrâneos sem nenhum escrúpulo. Tive alguns incômodos com o desenvolvimento dos personagens, porém, não tira o brilhantismo da obra. Queria muito fazer uma visita àquele Museu de Bacurau.
Esse filme/livro são ótimos estudos sobre o comportamento humano diante de situações que fogem de seu controle e despertam o medo do desconhecido, além de também trazer diversas reflexões sociais, políticas e psicológicas. A imersão dos barulhos e das cores também é importante e funciona bem no filme, embora a edição tenha me incomodado um pouco. No geral, bem proveitoso.
Eu não esperava me divertir tanto com "Booksmart", sinceramente. O filme surpreende com a ótima dinâmica das protagonistas, que estão engraçadíssimas e transbordando sintonia. O filme usa muito bem os recursos de outros filmes high school/coming of age e consegue se sobressair mesmo utilizando elementos parecidos. Há uma originalidade que dá para atribuir à direção da Olivia e também à montagem, ambos bem criativos. Tô apaixonada pela amizade dessas meninas, pelos diálogos, pelas referências e pela trilha sonora. Fora a fotografia, um show à parte e que consegue captar toda a vivacidade das protagonistas.
Além de possuir um visual belíssimo, "Le Bonheur" também nos brinda com um roteiro aparentemente simples, que se abre com finas camadas quando começamos a analisar mais de perto o que o François está fazendo. A história não toma partido ou julgamento declarados, mas é eficaz em mostrar um ciclo que tende a se repetir com a substituição de papéis que apresenta. É muito fácil acumular felicidade quando só o outro precisa abrir mão.
Um Senhor Estagiário
3.9 1,2K Assista AgoraAquela farofinha que nois gosta.
Scarface, a Vergonha de uma Nação
4.0 117 Assista AgoraEu poderia jurar que esse filme não é de 32. É um trabalho tão bem realizado para a época, em direção, montagem e nas sequências de ação! As atuações também se destacam, especialmente Paul Muni entregando um personagem debochado e bastante complexo.
Conta muito bem a história deste Tony, apesar de pecar um pouco no último ato, em ser tão rápido. Apesar disso, é um grande filme.
Contatos Imediatos do Terceiro Grau
3.7 577 Assista AgoraÉ de se imaginar o quanto foi impressionante assistir "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" em 1977, especialmente por seu visual e efeitos, que são realmente o grande atrativo da obra. Porém, história e desenvolvimento deixam bastante a desejar, e diria que envelheceu mal por isso.
É uma história bastante simples e que poderia ser melhor resumida ao que propõe mostrar em bem menos tempo. Infelizmente rolou uma expectativa não atendida, hahaha.
Faça a Coisa Certa
4.2 398"Faça a Coisa Certa" é aquele filme para indicar e propagar a mensagem.
Por ter como tema central um problema histórico e constante, não faz a mínima diferença que tenha mais de 30 anos desde seu lançamento. É atemporal. A linguagem do roteiro e direção de Spike Lee são praticamente perfeitos no retrato desse Brooklyn multirracial, onde a convivência de grupos diferentes é parte da rotina, mas o preconceito e desrespeito andam lado a lado, sem encontrar força no diálogo e resultando num estopim trágico.
Koyaanisqatsi - Uma Vida Fora de Equilíbrio
4.4 236 Assista AgoraUm deleite visual.
Já vou deixar guardado no HD aqui, pois é o tipo de obra para se assistir de tempos em tempos.
New York, New York
3.6 109 Assista AgoraPor um momento achei que este seria o primeiro filme de Scorsese que eu bateria o martelo como "ruim" ou adjetivo parecido. Porém, os 40 minutos finais com Liza Minnelli salvam "New York, New York", especialmente em seu final que diz tanto sobre a evolução desta personagem.
O filme se perde em cenas extremamente longas que poderiam ser super reduzidas, outras que nem havia necessidade de estar lá. Infelizmente, aqui a ousadia de Scorsese em se arriscar num drama/musical e apostar nas improvisações, fugindo do artificialismo que é de se esperar no gênero, não caiu bem.
O lado positivo é o visual, a trilha sonora e as atuações. De Niro encarna um homem apaixonado, porém extremamente abusivo com competência, e a vontade de esganá-lo é constante (hahaha). Enquanto isso, Liza é pura meiguice em tela, e sua atuação acompanha o desenvolvimento da personagem de forma bastante convincente.
Scorsese mostrando que também é gente e errando mais do que o normal. Porém, acho muito válida a conferida na obra.
A Mula
3.6 354 Assista Agora"The Mule" é um Clint Eastwood acima da média, embora apresente uma história bem simples e objetiva em sua proposta.
O que encanta mesmo é a atuação do diretor, que nos causa riso, emoção e até certa compaixão, mesmo que seu personagem demonstre que não é merecedor de tal sentimento.
A relação que a obra traz com a carreira do Clint, se não foi proposital, então é um amontoado de referências - com recortes de vários papéis já interpretados por ele (aqui, o motorista Earl Stone) e pelo personagem do Bradley Cooper.
O final é uma das coisas mais bonitas que vi recentemente. Certamente quero lembrar do Clint com aquele sorriso no rosto.
Masculino-Feminino
3.9 159 Assista AgoraTenho uma certa dificuldade com o estilo e edição nos filmes do Godard, mas aprecio demais algumas sequências e diálogos específicos.
Não senti nenhuma afeição pelos personagens e achei algumas discussões bem vagas, mas a referência à época de maior liberdade das mulheres é bem representada, junto com o idealismo dos jovens militantes franceses.
Meu Amigo Totoro
4.3 1,3K Assista AgoraEu seria uma pessoa diferente (pra melhor!) se tivesse assistido "Meu Amigo Totoro" na infância.
A obra é um abraço na alma de tão singelo e delicado.
Garotos de Programa
3.6 385 Assista AgoraUma pena que o título em português não consiga fazer jus à magia que envolve o título original. Após assistir ao filme, entendemos o porquê de "sua própria Idaho".
Dá pra sentir a direção/roteiro iniciante de Gus Van Sant, embora tenha momentos e escolhas muito inspiradas. Se em algum momento nos sentimos perdidos com o rumo da história, logo somos recompensados com a a atuação de River Phoenix, que é realmente a força do filme e entrega uma atuação comovente para um personagem tão complexo.
O Farol
3.8 1,6K Assista Agora"O Farol" certamente me marcou pelas atuações. Dafoe e Pattinson "duelam" como ninguém; a fala de um provoca o outro, e a gente tem o prazer de assistir a progressão (ou declínio, dependendo do ponto de vista) desse estranho relacionamento que se estabelece entre dois homens isolados, tendo que lidar ao mesmo tempo com seus traumas e medos.
A parte técnica também é um absurdo. Fotografia, edição e mixagem de som, a caracterização dos personagens e cenários. Um ótimo thriller psicológico.
A Despedida
4.0 298É revigorante ver filmes como "The Farewell" recebendo atenção do público. Uma história simples, porém bastante comovente graças a sensibilidade de Lulu Wang.
O desenrolar da "mentira" é angustiante, ao mesmo tempo que a trama apresenta alguns momentos engraçados e muito bonitos. Presenciamos a individualidade de sentimentos dos personagens perante a situação, mas recebemos uma lição de respeito cultural do que uma família considera um bem maior e decidido coletivamente.
Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraSaí do cinema com a sensação de me sentir abraçada, assim como em "Lady Bird" - apesar das propostas bem diferentes e do "abraço específico" que cada obra possui.
Temos aqui um ótimo desenvolvimento para entendermos todas as personalidades e ações das mulheres March, e até os personagens masculinos também possuem bom tempo de cena para captarmos seus comportamentos.
O filme se desenvolve bem e tem um bom ritmo, intercalando diferentes momentos da vida das personagens e nos levando para alguns acontecimentos decisivos nos momentos certos. Foi uma experiência deliciosa passar duas horas e alguns minutos com essa família (rolou até uma vontade de que fosse uma minissérie, hahaha).
Meus parabéns especialmente para a Greta, que demonstra uma sensibilidade incrível com a câmera e roteiro. Já se provou uma cineasta que sabe exatamente o que quer passar com suas obras.
Frida
4.1 1,2K Assista AgoraEu gostei do filme, embora eu preferisse uma abordagem menos focada no romance de Frida com Diego e mais abrangente sobre seu desenvolvimento artístico como resultado dos acontecimentos de sua vida. O filme perde bastante em se limitar tanto ao romance entre os dois.
Salma Hayek está absolutamente encantadora.
One Child Nation
4.1 74Um tema pesado que foi muito bem abordado e mostra a perspectiva que realmente interessa: dos envolvidos na prática do que o governo colocava como obrigação, deixando o "trabalho sujo" para o próprio povo lidar com o problema sem nenhum tipo de preparo ou situação minimamente "adequada" (se é que existe alguma forma para isso).
O documentário é conduzido de forma bem fluída e traz relatos marcantes, com destaque para o da parteira e da gêmea que está na China.
Senti falta de mais dados e/ou informações sobre as ações e pronunciamentos do governo, mas não afetou o intuito central da obra. Os arquivos de propaganda da época e mensagens nas vilas dão uma breve noção da influência do governo nas ações das pessoas, especialmente quando ouvimos alguns relatos que confirmam o poder do Partido na mente dos entrevistados.
É trágico pesquisar sobre isso atualmente e ver que a geração futura do país também será vítima dos efeitos dessa política.
Um Dia de Chuva em Nova York
3.2 292 Assista AgoraDeu pra sentir uma tentativa do Woody em trazer novos elementos de direção e no próprio roteiro, apesar da base ser sempre muito parecida com os clássicos dele (e os mais novos costumam sempre deixar a desejar, especialmente os que se passam em NY).
Possui diálogos bacanas e é mais um filme mediano da filmografia dele.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraÉ preciso enaltecer o domínio do roteiro e direção de Bong Joon-ho em transitar perfeitamente entre os gêneros comédia e suspense em questão de segundos. "Parasita" tem uma história surpreendente, que realmente traz um frescor pra quem curte cinema.
A obra é inesquecível por diversos motivos, mas vale destacar o elenco (todos muito bem) e as diversas críticas - sociais, comportamentais, morais que ecoam na mente por dias.
Dor e Glória
4.2 619 Assista AgoraRedescobrir a vontade de viver é uma tarefa extremamente difícil, e retratá-la também não deixa de ser um grande desafio. Temos aqui um Almodóvar na mais pura emoção, e um Antonio Banderas inspiradíssimo em entregar uma de suas melhores atuações.
O Rei
3.6 404"The King" lembra demais outras obras épicas e históricas do cinema, o que não é necessariamente um defeito, mas deixa tudo bem previsível. O interessante mesmo é acompanhar a trama política e o desenvolvimento de Henrique V após assumir o trono, e mais uma vez o Timothée entrega uma atuação bastante boa em um gênero bem diferente do que estamos acostumados a vê-lo.
A sequência que mostra o início da batalha com os franceses após a chuva é incrível - dificilmente vemos cenas de guerra onde realmente dá pra sentir o completo caos que deve ser estar rodeado de pessoas que podem te matar, sem conseguir respirar e em completo desespero.
Springsteen on Broadway
4.7 7O único problema desse show é que ele acaba.
Bacurau
4.3 2,7K Assista AgoraAssistir "Bacurau" me lembrou aquela velha premissa de que "o povo unido jamais será vencido". A cidade de Bacurau representa o pobre, o abandono de uma região, mas também o quanto a força coletiva (e somente ela) pode ser definitiva em situações específicas.
É um filme político, do começo ao fim, e que se utiliza de muitas referências (de fora e do nosso cinema) para criar sua estrutura e texto narrativos. Inclusive, vi muita gente se incomodando com isso, e acho uma pena que façam essa crítica de referências quando se trata de cinema nacional, mas bajulam e adoram quando é um diretor estrangeiro utilizando características de outros conterrâneos sem nenhum escrúpulo.
Tive alguns incômodos com o desenvolvimento dos personagens, porém, não tira o brilhantismo da obra.
Queria muito fazer uma visita àquele Museu de Bacurau.
Ensaio Sobre a Cegueira
4.0 2,5KEsse filme/livro são ótimos estudos sobre o comportamento humano diante de situações que fogem de seu controle e despertam o medo do desconhecido, além de também trazer diversas reflexões sociais, políticas e psicológicas.
A imersão dos barulhos e das cores também é importante e funciona bem no filme, embora a edição tenha me incomodado um pouco.
No geral, bem proveitoso.
Fora de Série
3.9 491 Assista AgoraEu não esperava me divertir tanto com "Booksmart", sinceramente. O filme surpreende com a ótima dinâmica das protagonistas, que estão engraçadíssimas e transbordando sintonia.
O filme usa muito bem os recursos de outros filmes high school/coming of age e consegue se sobressair mesmo utilizando elementos parecidos. Há uma originalidade que dá para atribuir à direção da Olivia e também à montagem, ambos bem criativos.
Tô apaixonada pela amizade dessas meninas, pelos diálogos, pelas referências e pela trilha sonora. Fora a fotografia, um show à parte e que consegue captar toda a vivacidade das protagonistas.
As Duas Faces Da Felicidade
4.0 120 Assista AgoraAlém de possuir um visual belíssimo, "Le Bonheur" também nos brinda com um roteiro aparentemente simples, que se abre com finas camadas quando começamos a analisar mais de perto o que o François está fazendo.
A história não toma partido ou julgamento declarados, mas é eficaz em mostrar um ciclo que tende a se repetir com a substituição de papéis que apresenta. É muito fácil acumular felicidade quando só o outro precisa abrir mão.