Birdman ou A Inesperada Virtude da Ignorância, é um deleite narrativo que se tornou por enquanto o meu favorito a levar a estatueta de Melhor Filme no Oscar desse ano.
O filme brilha ao massificar uma critica incisiva repleta de sarcasmo ao showbiz americano. Dando espaço para inclusive criticar o papel da crítica em si e dos moldes midiáticos de hj em dia, em que se confunde admiração com amor ( e aqui está uma analogia generalizada a tudo).
Em certo momento um personagem diz que VC só existe se tiver um twitter ou blog e abraçar o facebook. O mesmo personagem explica que o verdadeiro poder hj em dia esta em quantas visualizações VC tem no YouTube.
Tais diálogos sintetizam o que Birdman é. Ele elucida o produto do entretenimento que constantemente se confunde entre a arte e a crueldade vazia. O velho sonho americano que sai pela culatra. Mas que tampouco quem está de fora, se difere do mesmo. Ha uma cena em que uma personagem diz que uma peça só sera lembrada se ela escrever algo bom sobre ela. Mesmo sem ver a peça ela anuncia que detonara ela. Pq odeia as pessoas envolvidas que não sabem o que é arte e assassinam o pouco dela, em detrimento do dinheiro. Ela diz que eles não são atores. Mas celebridades. Ora, e o que é ela então se não o mesmo? O filme joga com isso o tempo todo, inclusive nas referencias a filmes e atores "pops" do momento. Mas ele brilha em sua narrativa que merece aplausos na montagem ao oferecer planos sequências genuínos mesclados a falsos, mas que são quase imperceptíveis. Aos olhos desatentos ou envolvidos parece que temos um filme de 2 horas apenas com um único plano sequência do início ao fim. E isso é espetacular. A câmera assume papel de coadjuvante. É como se fossemos espiões das ações. Estamos ali nos bastidores vendo tudo de perto, nos escondemos e nos revelamos. Quando perdemos alguma ação, corremos em busca dela... É mágico. E que atuações coesas. Do cômico ao trágico.
Angelina, amiga... Assim não há como te defender MESMO! É triste quando a pessoa não compreende que um diretor fílmico não é aquele que segue a cartilha corretamente, mas sim aquele que desmembra a cartilha e cria uma outra própria. UnBroken - Invencível - é um emaranhado de clichês cinematográficos tão grande que em 20 minutos de projeção - longa por sinal - comete todos os macetes próprios do gênero, não deixando abertura para um único take criativo de fato. é tudo redondo demais, previsível demais, ancorado demais, coxinha demais. SIM, a Jolie conseguiu cometer a ironia máxima da vida, dirigindo um filme coxinha (ainda que seu final seja dúbio nessa coxinhez no que diz respeito a religião somente ). Mas notem que o filme não é ruim, mas tão pouco é bom. Justamente porque a maior critica que se pode fazer dele, é que ele é correto demais. parece filme universitário/didático. Estão ali tudo que se espera de um filme de superação e de guerra. Inclusive no figurino e atuações. Você sabe o momento que haverá o aumento da trilha sonora, o momento que virá o comentário cômico, o momento que haverá algum empecilho, o momento que a câmera irá subir, o momento que haverá alivio romântico, o momento que irá ocorrer a transformação de personagens, o momento de tudo... Um pena. Um filme aguardado por mim, por conta de sua diretora, mas que não conseguiu ser invencível a si mesmo. Alias, é incrível - da pior maneira possível - crer que de fato os irmãos Coen assinam esse roteiro junto a mais dois. Outra coisa incomoda, é que como li numa critica recente de um colega critico, Angelina conseguiu transformar o filme, num tipico filme do Spilberg (em seus piores lados, claro), onde nada é gratuito, tudo é manipulável e maniqueísta. É como se houvesse uma lanterna que acende na hora exata que o espectador deve chorar, que deve prestar atenção, que deve rir e etc etc... É triste. Triste ao ponto de vc perceber que o filme indica quem é mocinho e vilão pelas cores dos uniforme. Nem mesmo a marca mais competente que me faz adorar a diretora, que é seu engajamento humanitário/politico, aqui se respaldam, uma vez que ela comete deslizes - assim como os roteiristas - quanto aos lados morais das figuras da guerra. De todo modo é assistivel... Como qualquer outro filme. ate porque o filme possuiu um bom 'acabamento'. Sem falar na tecnicalidades como a fotografia e o designer/mixagem de som, que justificam suas indicações por puro mérito realmente. (engraçado que agora me passou pela cabeça que mesmo seu antecessor e estreia ''Na Terra de Amor e Ódio'' a Jolie, ainda que inexperiente e repleta de tropeços justamente pela inexperiência; conseguiu se sair melhor no que diz respeito a ser promissora) agora, se a pessoa pretende ver o filme sem analises, sem levar em conta sua diretora, sem se ater a essas previsibilidades, ah colega, aí o filme vai arrancar aquela lagriminha de canto de olho... rs
Agora é esperar um próximo... Pq Jolie ao menos provou que pode se tornar uma grande diretora, a altura de seu nome na industria. Ela quis caminhar pelos passos mais difíceis, talvez de encontro a sua própria formula - oremos! - e isso prova, ainda que com esse gritante erro, que ela pode surpreender se entender que a cartilha não deve ser sempre seguida, mas recriada e que seu espirito rebelde que tanto nos faz adora-la alem de sua beleza inquestionável deve acompanha-la inclusive em seus filmes.
Daqueles filmes singelos que não sei se gostei ou não. Mas fato é: é ótimo. Interessante como a construção narrativa se apega ao exercício de personagens. Cada um, ali esconde sentimentos e intenções. E cada um fornece em suas próprias características físicas e comportamentais, parte da drama, externalizando-a. O Mrs. du ponte, desde a face indecifrável ao nariz que lembra um tucano, ate mesmo a sua paixão por pássaros e arma e luta livre e relação de magoa e desencontro com a mãe, forma uma teia sensacional de significados. O trio principal está soberbo em seus papeis, em cada detalhe construtivo. Talvez o terceiro ato tenha me desapontado por ser óbvio e por conter um desritmo grande em relação ao restante dos outros dois atos. Mas isso não tira o mérito do filme. Só não sei se pessoalmente gostei. Em todo o caso: é um bom filme.
Me julguem, mas demorei 5 anos para assistir e amei! Atualizem ai meus desejos de fofura:
Um Minion, um Wall E, Um Baymax, Um Olaf e Um Banguela para chama-los de meus ♥
UM PS: interessante como as animações atuais tem evidenciado as mudanças dos padrões de comportamento e físico das crianças protagonistas. Se antes, tínhamos as crianças perfeitas, obedientes, lindas e exuberantes, onde os meninos sempre deviam salvar as meninas com sua força e coragem, e as meninas deviam se deixar ser salvas com sua fragilidade e feminilidade; Hoje, o que vemos são mulheres em pé de igualdade na coragem e na força, nas habilidades, meninos que exibem seus medos e se deixam salvar, são garotas fora dos padrões, robustas, baixas, desajeitadas, são meninos magrelos, desajeitados, são crianças que desafiam seus pais em prol de suas próprias verdades, são como aqui, ate mesmo
soltei umas lagriminhas bestas no final confesso. Filme sensível e bem dirigido, para quem curte um bom drama baseado em fatos reais. Baseado na biografia de Stephen Hawking, o filme mostra como o jovem astrofísico (Eddie Redmayne) fez descobertas importantes sobre o tempo, além de retratar o seu romance com a aluna de Cambridge Jane Wide (Felicity Jones) e a descoberta de uma doença motora degenerativa, quando ele tinha apenas 21 anos. Para quem não sabe, ele descobriu nos anos 60, que tinha uma doença degenerativa que em suma destruiria toda a sua capacidade muscular, impedindo ate que conseguisse respirar voluntariamente. Os médicos haviam lhe dado apenas mais 2 anos de vida... e O cara ainda esta vivo. Me surpreenderei se o Redmayne não sair por fora e arrematar uma vaga no Oscar desse ano. Sua atuação impressiona pela semelhança com o Astrofísico e pela maneira que ele se entrega a um papel difícil de convencer e não parecer caricato. Felicity tbm entrega um papel sóbrio, onde sua beleza se esvai no seu esforço de fazer o melhor possível com o amor que demonstra ter e o desafio que escolheu enfrentar ao permanecer ao lado de alguém que definharia a cada segundo. Um ótimo filme, bem dirigido, bem conduzido.
Dois Dias, Uma Noite é o representante belga pré-indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2015. Com direção dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne (mesmo do otimo 'O Garoto da Bicicleta').
E que filme senhoras e senhores. Que filme. Tirando "Relatos Selvagens" este é ate agora meu favorito, por um único motivo(dois talvez): Marion Cotillard. Essa francesa prova a cada filme que é possível manter o nível de excelência e entrega numa versatilidade invejável e as vezes assustadora. De maneira branda, ela carrega o filme nas costas arqueadas e cansada de uma mãe/esposa que luta já quase sem forças contra a pior das doenças de nosso seculo - a depressão - e contra um desumano sistema capitalista que nos cerca dia a dia, o desemprego iminente. A situação de seu personagem Sandra, é : ela se afastou da fabrica onde trabalhava por conta da doença. Munida de remédios fortes e uma melancolia que a desestabiliza em vários momentos; ela é colocada em pauta. Os seus colegas de trabalho devem escolher entre serem a favor de sua dispensa ou receberem um bônus no salario em troca da demissão dela. com a desculpa de que isso se deve aos problemas da economia do país. Assim, Sandra precisa passar justamente dois dias e uma noite inteiras que antecedem a votação, para tentar convencer seus colegas a abrirem mão do beneficio em troca de seu direito de continuar trabalhando. O que nós, cada um, no lugar deles, faríamos? A questão ética aqui é discutida de maneira democrática e cruel. E Marion segura bem isso. Com um andamento ótimo, visto que o filme segue ela direto, quase de maneira documental; o filme promete uma vaga na premiação OSCAR desse ano. E merecidamente!
Que delicia de movie! Baseado em acontecimentos reais, é a tipica comedia britânica com seu humor peculiar. Pride - que faz jus ao nome - mostra de maneira branda e as vezes incisiva, o como o preconceito humano e as mazelas ignorantes de se deixar moldar pelas infos de massa; são nocivos não só para o bem social, mas para a humanidade em si. A sensação que fica é que de fato, só aprendemos com o tempo. E se, todas as culturas entendem e aceitam que na inocência das crianças é onde esta a mais tenra verdade, e é na sabedoria dos mais velhos que esta a mais tenra confirmação do que é correto; devíamos prestar mais atenção ao que as crianças veem e os cidadãos mais velhos de hj em dia, tbm. Pq no filme e na realidade atual nossa, é muito mais facil, um considerado idosa e um considerado criança, aceitar que é na diversidade que existe a igualdade de ser SER. um filme corretinho e gostoso que me fez derramar uma lagriminha sapeca...
recomendo :)
obs: não sei lidar ainda com a Imelda, sem relacionar ela com a Umbridge... haha que atriz fenomenal men!
J.K. Simmons... ah, os tempos aureos de Oz... mas divago...
Que filme senhoras e senhores. Que filme!
Whiplash, tal qual sua temática é um exercício rítmico - e fílmico - , musical, e visceral, que mostra a musica e a educação, a obsessão e o talento, face a face numa discussão valida e diretamente proporcional a sua rítmica: tensa. O filme possui todas as qualidades possíveis, a começar por seu roteiro firme que sabe exatamente quando observar e quando escancarar. Atuações a altura, recheadas de entendimento entre ator e personagens. Da musica nem se fala.. falamos de jazz.. ainda que o instrumento protagonista seja a bateria... Mas é na dinâmica da montagem que o filme se mostra poderoso. Frenética e contemplativa, onde aqui, mais do que qualquer outro filme atual, é notável a semelhança entre a musica e a montagem cinematográfica. Quando nos referimos a ritmo de um filme, deve-se levar para o lado da musica sim. Tudo é questão de afinação, melodia, tempo... E aqui a direção consegue entender isso bem. Musica não foi feita para ser filmado, mas sim ouvida e sentida.. logo, a unica maneira de se mostrar isso visualmente é tentando nos passara sensação que ela produz a priori... Ora claustrofóbica e enjoativa, ora confusa e embaçada, ora frenética e espaçada como em algum esporte intenso. É lindo de se perceber e acompanhar.
Um ótimo filme, que com tapas, humilhação, sangue- suor e mais sangue e suor, e amor, eleva a musica sem esquecer que em si, é cinema.
recomendadíssimo!
Ps: A sequencia final, naquele fade out... e a sequencia inteira do carro, é simplesmente <3
assisti ontem e que coisa mais fofa. Filme daqueles que vc diz: sensível. Só por ser cinema oriental - é dirigido por um, apesar de ter sido filmado no Reino Unido - já se espera uma carga dramática e poética latente e aqui não é exceção. O cuidado com os planos, principalmente os fechados que demonstram através de toques entre mãos a relação daqueles personagens, a maneira que a narrativa usa a temporalidade, onde num único espaço o passado e o presente se alinham, representando as memorias que não querem ser esquecidas é lindo. Um filme que não tem nada demais em sua trama, mas carrega emoção em sua base e mensagem. É na delicadeza e sutileza que ele se faz, é não é pequeno... fofo
como estragar uma boa ideia? Pegue a ótima ideia e transforme-a em um longa metragem. Adicione elementos de humor tosco e voilá!
Quando assisti ao curta metragem ''Curfew'' exaltei-o aqui pela simplicidade e delicadeza que tratava dos personagens, somado a uma trilha sonora gostosa e uma cena de dança marcante. Porem, sei la de quem foi a ideia de transformar a bagaça num longa metragem e ainda adicionar um astro 'vampiresco' de serie de tv, e tornou o filme um experimento que pretende ser indie sem ser e ainda por cima abusa de uma linguagem que não domina, justamente por que ainda pensa na trama como um curta e não no longa que se pretendeu. O que vemos é uma enxurrada de encheção de linguiça entre as lacunas de tempo. Que cria conflitos desnecessários para a narrativa principal e transforma totalmente a jornada dos protagonistas, tirando o sentido de redenção e reflexão que o curta original fazia e bem. O saldo mais negativo é tirar da mãe da menina o foco de ser a ponte entre a vida e a morte na vida do protagonista. Neste longa, no final das contas eles restringem essa ponte a uma carta de amor sem razão de existir. (quando o correto, como o curta fez, era focar na menina e na relação dela com ele) ate mesmo a cor vermelha perde o sentido nessa versão. O filme não chega a ser ruim, tem seus bons momentos, mas ta longe de estar no nível do seu curta metragem original.
Definitivamente, quanto mais vivo, mais tenho a certeza: As pessoas que mais amamos, são justamente aquelas que mais são capazes de nos machucar e ferir. ''O Passado'', reflete isso. É a dor, a cicatriz e a as dificuldades de amores carregados de temporalidade que não cessa, e que justamente não cessam, pq insistem em voltar ao passado. De certo modo o tema se torna o mesmo de ''A Separação''. E não falo do divorcio. Falo de como a estrutura familiar e interpessoal, pode ser tão emaranhada a ponto de nos enrolarmos numa teia de segredos e lagrimas infindáveis e impossíveis de dissipar. O papel feminino aqui, novamente se torna dúbio. E a inocência e a depravação assumem um paradoxo cruel as vezes quando vemos os reflexos que eles causam em crianças por exemplo. Os símbolos são exemplares aqui, desde as citações, ate mesmo a Lavanderia que lava e limpa mas não consegue fazer o mesmo com aquelas vidas. Sempre restam manchas. Janelas e Portas recorrentes no cenário, e reflexos, tais como ruídos com pouco trilha sonora. São aquelas vidas, entre frestas e paredes de tinta fresca, novamente com iminência de serem sujas. Uma casa repleta de cuidados e necessitando de reparos... Ou mesmo a chuva que vem para lavar e anunciar novo temporal, presente no inicio e no desenrolar do 2° ato. Um filme soberbo em atuações e mensagens de reflexão que dói. Que doi e fascina por mostrar como nós em busca de felicidade e paz, trazemos o caos e o sofrimento a nós mesmos por não sabermos lidar com o fim. com o passado de todos nós. ps: Asghar Farhadi, me beija seu lindo!
Proposta bem interessante, apesar da execução pecar em levara critica e reflexão pretendida para a ação pura ao invés do drama que é o que ele se propõe no roteiro. Mas promete uma grandeza se continuar. Espero realmente que haja uma continuação com mais coerência na narrativa. Me lembrou em seus melhores momentos "A Caixa" em sua forma de tratar a natureza humana e seu desenvolvimento - ou declínio - . um bom filme. que podia ser mais. mas bom.
2° filme de 2015: "O Abutre" ('Nightcrawler') Dirigido por Dan Gilroy, Com Jake Gyllenhaal e Rene Russo . "Mas o que é a amizade afinal, do que um presente que damos a nos mesmos?" (admito que essa doeu!) Interessante como em menos de uma semana, eu assisti dois filme que traçam um panorama critico sobre as massas midiáticas, com base no jornalismo sensacionalista e de capital; onde o que interessa, e onde a verdade esta contida na audiência e aparência. é cruel constatar esse panorama tão real e atual. Se em "Garota Exemplar" do Fincher o que prevalecia era o sensacionalismo, aqui, o que prevalece em "O Abutre" é justamente a falta de ética e moral em prol de níveis de audiência. Onde uma morte só interessa se for sangrenta o suficiente para deixar a população sedenta por informações e medo, e julgamentos tal qual um "Cidade Alerta" em chamas. Jake esta assustador, vivendo um paranoico quase sociopata comportamental freelancer, ex- ladrão e homicida em potencial, cadavérico, repleto de tiques e irreconhecível numa atuação de se aplaudir. O filme em si é alucinante e me lembrou um pouco "Drive" em seu ritmo e edição frenética que prioriza a narrativa ''inter-midiatica'' (propicio rs). Metalinguagem classe media alta! Interessante também é a jornada do Protagonista, um anti-heroi do melhor tipo, que vai de ladrão de cercas e fios e se revela um ladrão de privacidade. Não ha diferença em suas atividades, so uma intensidade. Como também é interessante e mais assustador ainda, o fato dele ser um autodidata virtual. que aprende tudo que sabe através de foruns on line. Um ótimo filme e intenso que não só reflete uma sociedade pessimista, como mostra o quanto a novela da vida alheia deixou de ser algo a se apenas olhar, e passou a ser algo a se consumir. Por que sim, tal qual o titulo em português, ali nos seres humanos somos abutres, em cima da carniça alheia por um psicótico prazer vazio de distanciamento e invasão. Recomendadíssimo! ps: a fotografia é soberba no retrato de terror que assume, mesmo quando poucas vezes estamos vendo os personagens durante o dia, esse dia, assume paletas de cores apáticas, mornas ou excessivamente vibrantes. Não são agradáveis. Incomodam, nauseiam, tal qual a moral daqueles indivíduos.
Pelo passo da misericórdia, socorro! meu cérebro, NINGUÉM SAI!!! Desde "Memento" e "Donnie Darko" que acho que um filme não me buga tanto quanto esse. Que filme saboroso e intrigante. É raro um filme de conseguir prender sua atenção a cadanova informação, mesmo quando tecnicamente você ja consumido pelo suspense e conspiração de teorias, já adivinha o final, e ainda assim se surpreende com o desenrolar ate lá. Confesso: precisei parar o filme 3 vezes para fazer anotações num caderninho para desbugar o raciocínio.
Quem nasceu primeiro? O ovo ou a galinha? resposta: O galo. alguns diriam... Ouroboros, Ciclo sem fim. A Serpente que devora seu próprio rabo para continuar sem parar em seu próprio ciclo, para sempre.
"O Predestinado", é baseado num conto de 1959 chamado “All you zombies”. Com direção dos aqui seguros irmãos Spierig, o filme conta no elenco com o multifacetado Ethan Hawke, que sempre me deixa na duvida se eu o amo, ou se amo os filmes que faz. Impressionante! Mas é na ate então anonima Sarah Snook que ele carrega sua maior perola. Um achado digno de beleza e talento a se prestar atenção futuramente. O filme é um complexo paradoxo de linhas temporais, onde num futuro - ou passado - não muito distante, as viagens no tempo são uma realidade secreta e governamental. Australiano, o filme possui baixo orçamento e semostra independente, mas em nenhum momento se destaca assim, uma vez que a produção é ousada, principalmente no cuidado com sua arte. O filme durante sua narrativa, salta décadas, entre os anos 60,40,50,70,80 e aparente anos 90 com ares futurescos. E por mais que eles usem o artificio da legenda para nos contextualizar entre as épocas, o trabalho de fotografia é exemplar em trabalhar cada paleta de cores e tratamento de imagem, condizentes com cada época de maneira fluida. Como disse, a atuação de Sarah é soberba, mas o mérito deve ser creditado ao roteiro que consegue emaranhar a estrutura complexa do tema de forma coesa, e por mais que crie propositalmente um nó na mente alheia, consegue se explicar. talvez haja a questão de que ele poderia ser mais sutil nas revelações, deixar menos mastigado os fatos; contudo creio que a força do roteiro nem esta no nó na cabeça, mas sim na reflexão de causa e consequência que ele trata.
O predestinado atravessa os limites quânticos e da física temporal e abre um lapso de questionamentos sobrea moral ética entre a vida, a morte, o nascimento e a existência, entre o tempo, o espaço e a consciência. Uma viagem que em seus melhores momentos nos remete a "Efeito Borboleta" com o diferencial, que ali em "Borboleta" o ciclo na realidade era um triangulo com ponta e fim. Aqui o simbolo é um oito deitado.
RECOMENDADO, com espelho, aspirina, caderno, caneta e coragem. Por que é de enlouquecer!! Ficção cientifica das boas ^^
Como imaginava: chorei um cadinho. Still Alice - Que virá para cá como "Para sempre Alice" - é um filme redondo e muito bonito de se contemplar. Usa da narrativa poética para tratar fielmente contudo o alzhemeir . O que impressiona e conecta o espectador com a trama é justamente o fato dele questionar a perda das memorias, na juventude. Alice beirando seus 50 vê-se decaindo em sua própria mente. Sua mente vai se deteriorando ao passo que tudo que faz sentido se perde, incluindo ela. E o mérito dessa ligação tem nome e não é necessariamente roteiro ou direção ( apesar de serem bem corretos e didáticos,). O nome é Julianne Moore, que entrega-se ao papel a ponto de crermos e sentirmos aquela dor e perda sem parecer ou notarmos que estamos sendo condicionados a tal. É impressionante na verdade. O filme se forma agridoce por tanto, uma vez que esteticamente é belo mas retrata em seu âmago algo tao horrendo e triste que é essa doença. Para a pessoa vitima dela e para os que as amam que precisam ver uma memoria viva se extinguir em fumaça e brisa silenciosa ainda que respirando e tendo o coração pulsando. Kristen S. Não tem jeito. Inexpressiva que só. Porém ela tem um raro momento plausível quando sintetiza num texto o que o filme se propõe a trazer. Choravel, sentivel, crível, correto demais mas recomendável!
E no final, a lição que fica é que não somos carne, osso e sangue. Somos memórias.
"É a pior tortura do mundo. Esperar enquanto se sabe que não ha nada que se possa fazer..."
"Aquilo que nós mais amamos, é o que acaba por nos destruir"
"Se nós queimarmos, você queimará conosco!"
"Are you, are you Coming to the tree? Where they strung up a man they say murdered three."
Que filme meus amigos, que filme! Nunca li os livros, contudo, como filme esta parte de Jogos Vorazes supera algo que Harry Potter e as Relíquias Da Morte, Batman o Cavaleiro das Trevas, Gravidade, as Trilogias Senhor dos Anéis conseguiram fazer: unir o cinema blockbuster/entretenimento com o cinema de arte pura! O que assisti nesse Jogos Vorazes - A Esperança ( apesar de preferir narrativamente que o titulo nacional se mantivesse como O Tordo) foi um espetáculo de coesão, metalinguagem, roteiro preciso, trilha exata, fotografia condizente ao clima proposto e principalmente uma direção segura do que queria e onde estaria. Falo como cinéfilo/analista e não como fã. E posso afirmar que cada escolha se mostrou eficaz. Ate mesmo o artifício bonito porem "forçado" da música tema cantado pela protagonista. Dentro da narrativa parece forçado o artifício premonitório de atos do roteiro, porem funciona para dar ritmo e estruturar a mise-en-scène das ações posteriores. E principalmente funciona no tom épico que o enredo pede. Fica bonito e grande. No mais, já estou entre os ansiosos pela Parte 2 ( apesar que ainda não compactuo com esse disparate de puro lucro pelo lucro, de divisão em duas partes. O filme aguentaria sua conclusão final nem que necessitasse de mais duas horas de desfecho. Já que o ritmo foi tão exato quase em métrica que o filme sobreviveria sem problemas ). PS: quase sai assoviando a canção do Tordo e quase levantei meus dedos da mão direita (esquerda?) apos beija-la em tributo ao distrito 12....
Finalmente consegui tempo na vida para assistir e gente to transbordando amor, satisfação e saudades ja. Resolvi fazer maratona com as 3 temporadas da serie antes de assistir ao filme e fiz bem. O timing perfeito de seus realizadores foi um diferencial RARO de se ver na industria. O filme segue a historia exatamente na mesma logico do fim da serie - que na realidade foi interrompida a 10 anos atras, foi cancelada sem uma resolução-. Não só toda a produção, como a criação, diretores, roteiristas retornaram nesse projeto, mas tbm todos os principais atores da serie retomaram seus papeis. So sentimos o tempo que se passou pela pele envelhecida, os quilos a amais ou a menos, a entonação da voz de quem antes eram jovens adultos em seus 20/24 anos de idade fazendo papel de adolescentes, e aqui dez anos depois com seus 30/40 anos exalando o mesmo nível e fidelidade e dedicação a papeis que os eternizaram na mente de seus fãs e admiradores. A trama continuou com sua sagacidade, fruto de um roteiro que preza pela verossimilhança e pelo respeito em não subestimar seus fãs ou jamais taxa-los como meros adolescentes (à época) interessados em mimimi's. Mas tbm por saber mesclar a linguagem cinematográfica com o melhor da televisão em sua agilidade e ritmo característico da serie como por exemplo usar a voz off dos pensamentos da protagonista para nos situar sobre a narrativa.
Assim, obvio que Verônica Mars o filme sera melhor apreciado por quem ja conhece sua trama, a teia base da serie, mas funciona tbm como Thriller policial dramático isolado,ja que toma o cuidado de estabelecer a personagem central e seu mundo antes de iniciar o filme.
Eu como om 'marshmallow' odiei a escolha romântica dela haha apesar de concordar com o 'pico' da explicação. - sou #TeamPiz sorry.. - e só acho que a historia rende uma nova temporada de serie, nem que seja minissérie. Pois, o filme provou que pique e publico para isso ainda existe. é a diferença de criar algo com identidade sabe? Ela perdura por anos, pela qualidade e lealdade de quem os segue.
No mais: Kristen Bell continua MARAVILHOSA ♥ , Percy Daggs III virou um morenão SUCESSO! ♥ E Tina Majorino (MAC MINHA PREFERIDA EVER) ta ahazando com aquelas madeixas!
Valeu a pena ♥
Come on now, honey, bring it on, bring it on, yeah. Just remember me when you're good to go Come on now, sugar, bring it on, bring it on, yeah. just remember me when.♫♪
Pela primeira ver o Lars Von Trier me fez ficar confuso - e bravo.
Antes de tudo aviso que aqui farei questionamentos em forma de comentário. não é necessariamente analise, é longo só leia se tiver paciência e terminou de ver o filme e que a Charlotte ja pode vir me beijar e ganhar prêmios ♥
Todos os filmes do lars vc gostando ou não da direção e visão de mundo do cara, propõem um emaranhado de sensações, e reflexões. tudo que ele faz dá base para dias de discussão sob diferentes pontos de vista e interpretações e é justamente por isso que adoro o cara. Pela qualidade dele de incomodar - tanto para bem quanto para o mal -. Aqui em Ninfomaníaca no entanto eu to confuso. Pq ainda que tudo seja uma questão de ponto de vista, todos os filmes anteriores - principalmente os da Tríade da depressão iniciado com melancolia - seguiam uma ordem coerente de pensamento. Aqui não. Pode ser que seja por causa dos cortes e da censura, afinal não é uma obra completa ate vir com o aval do diretor, mas o que essas duas partes mostram é uma incoerência entre uma e outra de tal modo que sim to repleto de questionamentos e reflexão, mas simplesmente não consigo chegar numa opinião se gostei ou não. Algo que sempre repito é que: gosto é uma coisa, mérito é outra. Sempre diferencio em tudo que avalio, a analise que visa dizer se aquilo é bom ou ruim - por mérito ou demérito mostrando argumentação valida para dizer isso dentro daquela minha visão sobre a coisa - e gosto pessoal, que não esta vinculado com o filme ser bom ou não, pois isso é pessoal. é o caso. Ninfomaníaca como filme, como Cinema é exemplar, tirando talvez a montagem que me irritou um pouco e sinceramente ate eu ver a versão original não vou me conformar com ela, seus cortes secos entre falas por exemplo e a excessiva ilustração em imagens paralelas para fazer paradoxos entre o que se conta e o seu significa, tudo em Ninfomaníaca é de uma qualidade invejável como o estilo próprio estético de lars em sua Linguagem é capaz de fazer.
O que to questionando aqui é o que Ninfomaníaca representa. Primeiro, que desde o meu comentário no Vol. 1 deixei claro que Ninfomaníaca não é sobre sexo,- uma pena quem o esta enxergando assim -. Pois o sexo é apenas alegoria. Alias, é importante alertar que toda a historia de Joe não é nada literal. tudo ali é uma fabula sobre ela. Tudo que vemos é o interior exposto por ela de sua vida, por isso as sucessões de 'coincidências' e principalmente aquela ato final no beco ser daquela maneira. Tudo é uma fabula. Ninfomaníaca na parte 1 parecia querer se desenvolver diante da aceitação do bizarro. Questionar a estrutura social (que o lars sempre questionou desde Dogville) quanto a hipocrisia que ele enxerga nos moldes de convenção inter-relacionável, e ai se estendendo ao o que é o AMOR quanto expressão de fato. Ele questiona a obrigação que temos de seguir modelos e moldes pre estabelecidos onde tudo que fuja disso é taxativo, ignorado, marginalizado, Como por exemplo a sexualidade alheia.
Somos seres sexuais de fato. desde o nascimento. mesmo quando crianças, quando descobrimos o mundo pela boca, experimentando pequenos objetos, o gosto dela, tentando captar o mundo, o que visamos é descoberta e com ela o prazer - quando crianças ele não tem conotação erótica mas não deixa de ser um tipo de satisfação e prazer tudo que fazemos e buscamos, ou seja.. se é prazer e satisfação é sexual - notam a diferença do termo sexual para a pratica e o ato, ou mesmo a visão erotizado que aí sim seria sexo?-. Ninfomaníaca fala sobre isso. Ele questiona como podemos condenar alguém que nasce com determinada característica sexual apenas por que ela diverge da maioria? Ja que por tese a sociedade deve aceitar e conviver em igualdade. Ele pra isso aborda ate mesmo a pedofilia e ai ele incomoda e nos deixa em cima do muro quanto nossa própria ética e moral, uma vez que ele propõe uma discussão valida e coerente sobre as pessoas que nascem pedofilas. Ja ficou claro que pedofilia é uma doença. A pessoa nasce com sua sexualidade erotizada voltada para a inocência ou seja, para crianças. mas ate que ponto podemos condenar sem antes contextualizar as coisas uma pessoa que nasce com essa falha? Alias, quem somos nós para dizermos que isso é uma falha? (nota a diferença de defender ou de dizer entender a pedofilia e discutir ela? é isso que Lars faz.. discuti ela, não a apoia ou a justifica). E mais ainda, quão monstruoso é um ser que nasce pedófilo, mas passa a vida toda sem nunca nem mesmo tentar se satisfazer por compreender a monstruosidade inaceitável que é roubar a inocência de um ser inocente? Uma vez que se ele esta negando sua própria sexualidade, ele esta se castrando, se auto mutilando, por algo que não tem culpa ja que não pode mudar quem ele é. Para a ninfomaníaca é o mesmo. Entendem o quão complexo é? E isso estou apenas versando sobre esse trecho em particular, uma vez que o filme vai muito mais fundo em outras questões muito mais delicadas em que sinceramente acho que não exista correto ou errado. uma vez que é muito frágil o limite do que é 'normal' e o que não o é. Mas o maior problema é a visão que ele tem do feminino. O que ta me pegando é que sempre vi cada filme do lars não como filmes de apologia a Misoginia. Mas sim como filmes de exposição a misoginia. vejam, quando uso exposição não falo de denuncia. Denuncia é quando vc assume uma posição sobre determinado assunto e o expõe visando defender sua visão. Aqui não. Ele não assume uma posição se ele acha q o feminino deve sim ser arraigado, sofrido, que o prazer tipicamente feminino é o grande mau da humanidade (coisa q ele sempre versou) mas ele apenas mostra como o feminino é tratado e visto pelo própria feminino e pelo restante da sociedade por anos. Expor é apenas mostrar para que o espectador formule e reflita sobre aquilo. E isso ninfomaníaca mostra, como o feminino- uso o termo feminino pq não é a Mulher em si que sempre foi massacrada, usada e abusada, inferiorizada em nossa Historia Humana, mas o feminino independente de órgão sexual. O feminino em tudo é visto como algo inferir digno apenas de uso para o prazer. sempre foi assim.- é tratado, como ele é obrigado por seculos a se castrar, deixar de existir por si mesmo para o bem prazer do restante. Joe assim vem como uma Joana Dark podreira, uma anti heroína que em si é misógina no que diz respeito ao modo como ela se v~e diante do mundo. Porem, ela não vive como uma. ja que se repararem TODAS as ações que ela comete, tudo, parte da vontade DELA e não de nenhum homem. Ela toma a decisão final sempre, inclusive no final do filme que é o maior problema para mim. Assim, ainda que seja controverso, Joe é sim um simbolo feminista de libertação do feminino- não da mulher - diante da estrutura social que temos. Ela subverteu cada um dos valores ditos corretos em prol da liberdade e direito que tem de ser ela mesma do jeito que nasceu. Sem que ngm tenha o direito de dizer se ela é doente ou não. ruim ou não. Ela não tem culpa de nascer com sua própria natureza. Ela no final das contas é a tal arvore sem frutos ou folhas no alto da montanha. é um simbolo solitário de força descomunal e inegável que sobrevive mesmo diante do impossível,das não condições. mas que vive ainda assim pois é seu direito de nascimento.
Mas o que pega é que ao mesmo tempo o Lars me fodeu - com perdão da palavra- ao terminar a obra daquela maneira. por que a fala que
o Sr. S. diz reforça isso q disse acima, mas a fala dela antes de apagar as luzes contrapõe toda a jornada dela, tudo. Por que o que ela diz e faz resume-se em ela dizer que "Ok, provei oq tinha q provar. Virei esse simbolo de libertação. Agora serei mais uma massacrada pela sociedade como qualquer outro' saca? ela aceita o q lhe impõem por um chamado cansaço. Dai se não bastasse me vem o desnecessário ato final
que simplesmente é WTF? PORRA LARS pra q? Porque com esse final ele abre a discussão de o filme passar a mensagem toda errada de sim mostrar que o feminino deve ser excluído ou a de que sim, o feminino precisa ser libertado. Qualquer uma das duas opções estaria correta e coerente diante do que ele me faz com esse final. Ele fragmentou a linha narrativa de pensamento em varias partes.
Enfim, daria uma tese se fosse versar sobre cada detalhe para chegar a uma conclusão palpável. E dígitos na internet não são capazes de suprir isso. No mais sim é um filme foda, mas que não posso dizer ainda se gostei.
MEUS DEUS!!! PUTAQUEPARIU NO PASSO DA MISERICÓRDIA! Que serie desgraçadamente boa men! gente, to em crise hahaha
Fui assistir a serie de maneira despretensiosa. Inclusive, postei que foi por indicação e que peguei-a para passar o tempo, pura diversão. NO ENTANTO; me surpreendi. E da melhor e mais brusca maneira possível, ao constatar como ela evoluiu ironicamente naturalmente para uma complexa e eficaz trama narrativa que não só propõe um estudo de personagens e reflexão acerca da criação genética - e nessa, criar alegorias de analogias com nossas próprias vidas individuais, fragmentadas em prol de um padrão social que buscamos para criar aceitação aos olhos do Outro, - mas tbm consegue manter um ritmo coerente e sempre 'pra frente', sem se perder em clichês esperados alias, ou em soluções fáceis de gênero. Com isso temos um roteiro bem estruturado e com uma atuação INACREDITÁVEL de uma atriz desconhecida - por mim ao menos - mas que brilha, marca, impressiona, chega a assustar devido ao controle total que tem das varias personas que precisa assumir. dotando não só características emocionais e detalhistas particulares para cada uma, mas oferecendo uma atuação consistente e 'real' diante daquela ficção exposta.
Alias, creio que o maior mérito da serie tirando esses aparatos analíticos é justamente doar uma verossimilhança tão plausível aquela ficção, capaz de tornar real cada ação, cada situação, sem nunca questionarmos o fator 'isso é possível'? diante da trama. Tudo ali é palpavel. Aceitamos de imediato aquela realidade exposta, e isso é mérito das atuações e na elaboração sensacional de um roteiro e direção segura que compreende um conceito humano que a maioria das produções do gênero esquecem.
Mano, é de ficar na ponta do sofá a cada episodio, de rir de se acabar com as loucuras neuróticas da Allison, morrer de amores pela inteligencia descolada da Cosima, Torcer pela coragem de Sarah, vibrar pela anti heroína (daquelas FDP tipo Bellatrix Lestrange sabe?) que são uó mas a gente ama justamente por serem loucas e psicóticas, de rir de se acabar e se divertir pela bixa loca do Felix e seus comentários, ou mesmo se admirar pela Integridade do detetive Art, - ou ter orgasmos a cada aparição do 'tudibom' do Paul (em toda sua dualidade).
Uma serie que já me marcou, ja me conquistou e que to aguardando ansioso a 2° temporada. Sou um 'ORPHAN' TBM A PARTIR DE AGORA ^^
ps: Repararam que escolhi não analisar/fazer critica como geralmente faço, por tanto indico essa critica analitica com a qual concordei bastante >> http://omelete.uol.com.br/series-e-tv/orphan-black-1-temporada-critica/#.Uyc6E6hdUrI
Repostando pois meu Blog mudou de endereço apenas >>
'Transexualidade, Transexualismo, Síndrome de Harry Benjamin, Transtorno de Identidade de Gênero, Disforia de Gênero ou ainda Disforia Neurodiscordante de Gênero são expressões referentes à mesma coisa: a condição na qual a pessoa se identifica psicologicamente como sendo do gênero oposto ao seu sexo genético e sente impropriedade em relação ao próprio corpo. (...) O filme nos mergulha nos dramas e incertezas e no sofrimento incubado de uma transsexual que luta há anos para se tornar o que já é em pensamento – uma mulher. Sem condições financeiras, ela se prende aos hormônios tomados religiosamente todas as manhãs e a noite; visita regularmente clinicas de psiquiatria e psicologia a fim de obter a permissão e o aval de seu seguro de saúde para fazer a tão almejada cirurgia de mudança de sexo.
Critica filme "Transamérica" by Eu hahaha >> http://criticofilia.blogspot.com.br/2012/10/critica-transamerica.html
Primeiro quero deixar claro que isso não é uma analise, e menos ainda uma critica, é apenas um comentário critico/analítico (há diferença) sobre o filme, uma vez que eu me recuso eticamente a analisar uma obra incompleta. E falo de incompletude não pelo fato da divisão – já que esta e comentarei sobre, para mim é coerente com a proposta- mas pelo fato de não ser uma versão do diretor e sim uma versão da produtora, com censura e cortes NÃO AUTORIZADOS pelo diretor. Ao contrario do que a produtora do Filme declarou em nota a imprensa mundial de que antigamente como foi o caso de Anticristo, Lars havia permitido e concordado com cortes e varias versões do filme (anticristo) mediante as leis de censura de cada país que o exibiriam, aqui neste caso ele não concordou com as mudanças (cortes) feitos em sua obra. Assim, isso se torna um desrespeito a ele e a obra em si. Por isso repito: me recuso a analisar uma obra incompleta. Não é justo, não é ético da minha parte como cineasta em formação.
Considerações feitas, vamos lá.
''The Compleat Angler - Escrito pelo inglês Izaak Walton,- publicado originalmente em 1653, pode ser considerado o maior clássico na esfera da pesca esportiva mundial, sendo o segundo livro depois a Bíblia a ter o maior número de reedições e reimpressões. A obra, ainda não traduzida para o português, pode ser tomada como um verdadeiro tratado sobre a arte de pescar, apresentando informações relevantes sobre técnicas, receitas culinárias, dicas para a produção e o uso de iscas artificiais (moscas). As suas obras mais conhecidas são: Lives (Vidas) e The Compleat Angler (O Pescador Completo), nas quais o autor mostra a sua preocupação com a esfera contemplativa - mais do que a esfera ativa - da vida. Os seus personagens sempre lutam no sentido de viver a vida dentro de padrões Para os clérigos, a pesca era "(...) uma recreação os convida à contemplação e quietude" - algo que, nos tumultuados anos da segunda metade do século XVII, Walton considerou como difícil de conquistar, ainda que totalmente desejável. Izaak Walton tinha muita erudição, com uma característica que ele não tinha vergonha de declarar, ou seja, seu apego pelos valores tradicionais. A obra como um todo não deve ser categorizada como um simples manual sobre regras de pescar, cozinhar, atar moscas, etc, mas sim como uma peça de cunho literário, dentro da tradição pastoril inglesa. Desta forma, o que realmente está em jogo, em termos de "tema" é a questão de saber se a felicidade do homem nesta terra volta-se mais para a contemplação ou para a ação.''
Por que citei e passei essa informação? Porque a menção desde livro logo no Inicio do filme não é ocasional. O filme na realidade alude a ele em tudo, inclusive na estrutura de divisão em dois Volumes(o livro também foi compilado em ‘partes’ 4, porem que narrativamente falando se resumem em duas partes). Dito isto...
Assisti a Ninfomaníaca Volume 1 e fiquei impressionado em como que me deparei com um Lars sarcástico a nível extremo. Pois, ao contrario do que se possa pensar e que confesso pensava ao ler vários comentários e ao me deparar com a premissa dele, de que ninfomaníaca versaria como uma versão feminina de Shame; aqui o sexo é o que menos importa. De fato, Ninfomaníaca fala de absolutamente TUDO menos sobre sexo. Para começar, a estrutura já conhecida episódica da narrativa se assemelha aqueles vídeos institucionais no geral de introdução a dado assunto. Explico: o filme vai passeando pela historia de forma a pontuar quase que didaticamente cada assunto que aborda, ate mesmo os planos assumem um caráter quase que ‘teatro filmado’ na maneira de se movimentar e acompanhar a trama. Esteticamente, o filme ainda auto-referencia seu diretor, ao aludir ao Dogma 95, como na sequencia em preto e branco – alias que possui uma saturação incrível e propicia com uma pigmentação esverdeada totalmente condizente com a situação ali trabalhada do pai – em que
a personagem Joe sem querer encara a câmera enquanto limpam seu pai. Ainda que o olhar dela cruzar com a câmera não tenha sido proposital, a decisão de deixar isso em tela foi, em meio a câmera na mão, entre closes dispersos.
Muitas cenas me chamaram atenção. Interessante a cena em que ela (Joe) fica molhada... E ela diz: “deixei de sentir”. Interessante como justamente quando ela deixou de sentir, é que ela obteve prazer ou excitação – obvio descontextualizando a situação em si, apenas focando na problemática da personagem. Ou seja, a Ninfomania dela não é exatamente o vazio que ela externiza através do sexo, mas justamente as multi facetas de sensações e conflitos que tem. O sexo ali supre as sensações. É meio que como: quando ela transa, ela sabe o que esta sentindo e da onde vem aquele sentimento. É simples.
Outra cena interessante é a cena deles – Joe e Jerome - estacionando o carro. Apesar de forçada - a dinâmica ali não é a mesma de um take pro outro – a cena é muito boa para sintetizar a relação homem versus mulher naquele meandro quase que matemático inter-relacional que o filme propõe.. Principalmente quando ela entrega o casaco a ele...
Ela determina a ação e ela se poe superior a ele naquela situação, no carro dele. É muito interessante essa analogia. Uma vez que o filme flerta com o feminismo – apesar de nunca se assumir assim e nisso -; ao denotar um questionamento: E se as aventuras dela fossem protagonizadas por um homem? Ela se classificaria como um ‘ser humano ruim’? Nós a veríamos como um ser decadente? O filme flerta com essas reflexões. Inclusive ao colocar a sequencia sensacional do ‘mea vulva, máxima meã vulva’. Aquela sequencia e toda a historia entorno dela próprio uma discussão profunda de como a mulher como símbolo de prazer é marginalizada em objeto. A analogia com o cantus firmus (a musica e estrutura co-relacionada a Bach) no qual a metáfora com o 3 + 5 novamente surge. Inclusive essa rima simbólica entre os números 3 e 5 que permeiam o longa inteiro é algo genial (um pouco presunçoso, mas genial rs). Isso porque o filme assume um ar matemático – que imagino que se estende e seria coerente se assim fosse, a montagem. Digo imagino, pois não sei se assim o é, uma vez que essa não é a versão original/aprovada.
Mas iniciei dizendo que esse é o filme mais sarcástico do Lars Von Trier, pela questão de que ele usa o humor e o paralelo com a pescaria de uma forma quase sádica ao brincar com o espectador a todo momento, inclusive com piadinhas dentro da própria narrativa com seus personagens. Ele parece zombar da própria historia. Notem como em dado momento ele mesmo – o filme – se questiona sobre a veracidade de si mesmo. Coincidências, ‘cenas para o próximo capitulo’ ela diz. O filme, apesar de tratar de questões seria, de estudar seus personagens, de questionar a posição feminina e mais uma vez como sempre na historia de Lars, a relação do ser humano quanto sociedade com o poder, e da mulher como o prazer- o prazer como algo ruim, o prazer como algo depressivo, a liberdade versus prisões de convenções políticas e comportamentais, e nisso vai critica e ‘cutuque’ a religião e as suas próprias polemicas – como ele fez questão de ser FDP e adicionar referencias a ele mesmo sobre a polemica nazista de um tempo atrás -, o faz sempre desviando esse enfoque para o humor e para a alegoria do sexo. Isso é um sarcasmo quase sádico dele. É como se estivéssemos em frente ao Eden sem saber pq há uma moita de neon na frente. Saca?
Enfim, somente após ver o Volume 2, devidamente junto da versão sem cortes(original) é que dá para formar opinião, mas gostei – não sei ate que ponto- mas gostei. É no mínimo intrigante.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraBirdman ou A Inesperada Virtude da Ignorância, é um deleite narrativo que se tornou por enquanto o meu favorito a levar a estatueta de Melhor Filme no Oscar desse ano.
O filme brilha ao massificar uma critica incisiva repleta de sarcasmo ao showbiz americano. Dando espaço para inclusive criticar o papel da crítica em si e dos moldes midiáticos de hj em dia, em que se confunde admiração com amor ( e aqui está uma analogia generalizada a tudo).
Em certo momento um personagem diz que VC só existe se tiver um twitter ou blog e abraçar o facebook. O mesmo personagem explica que o verdadeiro poder hj em dia esta em quantas visualizações VC tem no YouTube.
Tais diálogos sintetizam o que Birdman é. Ele elucida o produto do entretenimento que constantemente se confunde entre a arte e a crueldade vazia. O velho sonho americano que sai pela culatra. Mas que tampouco quem está de fora, se difere do mesmo.
Ha uma cena em que uma personagem diz que uma peça só sera lembrada se ela escrever algo bom sobre ela. Mesmo sem ver a peça ela anuncia que detonara ela. Pq odeia as pessoas envolvidas que não sabem o que é arte e assassinam o pouco dela, em detrimento do dinheiro. Ela diz que eles não são atores. Mas celebridades.
Ora, e o que é ela então se não o mesmo?
O filme joga com isso o tempo todo, inclusive nas referencias a filmes e atores "pops" do momento.
Mas ele brilha em sua narrativa que merece aplausos na montagem ao oferecer planos sequências genuínos mesclados a falsos, mas que são quase imperceptíveis. Aos olhos desatentos ou envolvidos parece que temos um filme de 2 horas apenas com um único plano sequência do início ao fim. E isso é espetacular.
A câmera assume papel de coadjuvante. É como se fossemos espiões das ações. Estamos ali nos bastidores vendo tudo de perto, nos escondemos e nos revelamos. Quando perdemos alguma ação, corremos em busca dela... É mágico.
E que atuações coesas. Do cômico ao trágico.
Um filme enorme que voa a vôo solto.
Palmas!!
Invencível
3.9 924 Assista AgoraAngelina, amiga... Assim não há como te defender MESMO!
É triste quando a pessoa não compreende que um diretor fílmico não é aquele que segue a cartilha corretamente, mas sim aquele que desmembra a cartilha e cria uma outra própria.
UnBroken - Invencível - é um emaranhado de clichês cinematográficos tão grande que em 20 minutos de projeção - longa por sinal - comete todos os macetes próprios do gênero, não deixando abertura para um único take criativo de fato.
é tudo redondo demais, previsível demais, ancorado demais, coxinha demais. SIM, a Jolie conseguiu cometer a ironia máxima da vida, dirigindo um filme coxinha (ainda que seu final seja dúbio nessa coxinhez no que diz respeito a religião somente ).
Mas notem que o filme não é ruim, mas tão pouco é bom. Justamente porque a maior critica que se pode fazer dele, é que ele é correto demais. parece filme universitário/didático. Estão ali tudo que se espera de um filme de superação e de guerra. Inclusive no figurino e atuações.
Você sabe o momento que haverá o aumento da trilha sonora, o momento que virá o comentário cômico, o momento que haverá algum empecilho, o momento que a câmera irá subir, o momento que haverá alivio romântico, o momento que irá ocorrer a transformação de personagens, o momento de tudo...
Um pena.
Um filme aguardado por mim, por conta de sua diretora, mas que não conseguiu ser invencível a si mesmo.
Alias, é incrível - da pior maneira possível - crer que de fato os irmãos Coen assinam esse roteiro junto a mais dois.
Outra coisa incomoda, é que como li numa critica recente de um colega critico, Angelina conseguiu transformar o filme, num tipico filme do Spilberg (em seus piores lados, claro), onde nada é gratuito, tudo é manipulável e maniqueísta. É como se houvesse uma lanterna que acende na hora exata que o espectador deve chorar, que deve prestar atenção, que deve rir e etc etc... É triste.
Triste ao ponto de vc perceber que o filme indica quem é mocinho e vilão pelas cores dos uniforme. Nem mesmo a marca mais competente que me faz adorar a diretora, que é seu engajamento humanitário/politico, aqui se respaldam, uma vez que ela comete deslizes - assim como os roteiristas - quanto aos lados morais das figuras da guerra.
De todo modo é assistivel... Como qualquer outro filme.
ate porque o filme possuiu um bom 'acabamento'.
Sem falar na tecnicalidades como a fotografia e o designer/mixagem de som, que justificam suas indicações por puro mérito realmente.
(engraçado que agora me passou pela cabeça que mesmo seu antecessor e estreia ''Na Terra de Amor e Ódio'' a Jolie, ainda que inexperiente e repleta de tropeços justamente pela inexperiência; conseguiu se sair melhor no que diz respeito a ser promissora)
agora, se a pessoa pretende ver o filme sem analises, sem levar em conta sua diretora, sem se ater a essas previsibilidades, ah colega, aí o filme vai arrancar aquela lagriminha de canto de olho... rs
Agora é esperar um próximo... Pq Jolie ao menos provou que pode se tornar uma grande diretora, a altura de seu nome na industria. Ela quis caminhar pelos passos mais difíceis, talvez de encontro a sua própria formula - oremos! - e isso prova, ainda que com esse gritante erro, que ela pode surpreender se entender que a cartilha não deve ser sempre seguida, mas recriada e que seu espirito rebelde que tanto nos faz adora-la alem de sua beleza inquestionável deve acompanha-la inclusive em seus filmes.
Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
3.3 809 Assista AgoraDaqueles filmes singelos que não sei se gostei ou não. Mas fato é: é ótimo.
Interessante como a construção narrativa se apega ao exercício de personagens. Cada um, ali esconde sentimentos e intenções. E cada um fornece em suas próprias características físicas e comportamentais, parte da drama, externalizando-a. O Mrs. du ponte, desde a face indecifrável ao nariz que lembra um tucano, ate mesmo a sua paixão por pássaros e arma e luta livre e relação de magoa e desencontro com a mãe, forma uma teia sensacional de significados.
O trio principal está soberbo em seus papeis, em cada detalhe construtivo.
Talvez o terceiro ato tenha me desapontado por ser óbvio e por conter um desritmo grande em relação ao restante dos outros dois atos.
Mas isso não tira o mérito do filme.
Só não sei se pessoalmente gostei.
Em todo o caso: é um bom filme.
Como Treinar o seu Dragão
4.2 2,4K Assista AgoraMe julguem, mas demorei 5 anos para assistir e amei!
Atualizem ai meus desejos de fofura:
Um Minion, um Wall E, Um Baymax, Um Olaf e Um Banguela para chama-los de meus ♥
UM PS: interessante como as animações atuais tem evidenciado as mudanças dos padrões de comportamento e físico das crianças protagonistas. Se antes, tínhamos as crianças perfeitas, obedientes, lindas e exuberantes, onde os meninos sempre deviam salvar as meninas com sua força e coragem, e as meninas deviam se deixar ser salvas com sua fragilidade e feminilidade; Hoje, o que vemos são mulheres em pé de igualdade na coragem e na força, nas habilidades, meninos que exibem seus medos e se deixam salvar, são garotas fora dos padrões, robustas, baixas, desajeitadas, são meninos magrelos, desajeitados, são crianças que desafiam seus pais em prol de suas próprias verdades, são como aqui, ate mesmo
deficientes físicos...
Bora ver o segundo!
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista Agorasoltei umas lagriminhas bestas no final confesso.
Filme sensível e bem dirigido, para quem curte um bom drama baseado em fatos reais.
Baseado na biografia de Stephen Hawking, o filme mostra como o jovem astrofísico (Eddie Redmayne) fez descobertas importantes sobre o tempo, além de retratar o seu romance com a aluna de Cambridge Jane Wide (Felicity Jones) e a descoberta de uma doença motora degenerativa, quando ele tinha apenas 21 anos.
Para quem não sabe, ele descobriu nos anos 60, que tinha uma doença degenerativa que em suma destruiria toda a sua capacidade muscular, impedindo ate que conseguisse respirar voluntariamente.
Os médicos haviam lhe dado apenas mais 2 anos de vida... e O cara ainda esta vivo.
Me surpreenderei se o Redmayne não sair por fora e arrematar uma vaga no Oscar desse ano. Sua atuação impressiona pela semelhança com o Astrofísico e pela maneira que ele se entrega a um papel difícil de convencer e não parecer caricato.
Felicity tbm entrega um papel sóbrio, onde sua beleza se esvai no seu esforço de fazer o melhor possível com o amor que demonstra ter e o desafio que escolheu enfrentar ao permanecer ao lado de alguém que definharia a cada segundo.
Um ótimo filme, bem dirigido, bem conduzido.
Dois Dias, Uma Noite
3.9 542Dois Dias, Uma Noite é o representante belga pré-indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2015. Com direção dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne (mesmo do otimo 'O Garoto da Bicicleta').
E que filme senhoras e senhores. Que filme. Tirando "Relatos Selvagens" este é ate agora meu favorito, por um único motivo(dois talvez): Marion Cotillard.
Essa francesa prova a cada filme que é possível manter o nível de excelência e entrega numa versatilidade invejável e as vezes assustadora.
De maneira branda, ela carrega o filme nas costas arqueadas e cansada de uma mãe/esposa que luta já quase sem forças contra a pior das doenças de nosso seculo - a depressão - e contra um desumano sistema capitalista que nos cerca dia a dia, o desemprego iminente.
A situação de seu personagem Sandra, é : ela se afastou da fabrica onde trabalhava por conta da doença. Munida de remédios fortes e uma melancolia que a desestabiliza em vários momentos; ela é colocada em pauta. Os seus colegas de trabalho devem escolher entre serem a favor de sua dispensa ou receberem um bônus no salario em troca da demissão dela. com a desculpa de que isso se deve aos problemas da economia do país.
Assim, Sandra precisa passar justamente dois dias e uma noite inteiras que antecedem a votação, para tentar convencer seus colegas a abrirem mão do beneficio em troca de seu direito de continuar trabalhando.
O que nós, cada um, no lugar deles, faríamos?
A questão ética aqui é discutida de maneira democrática e cruel.
E Marion segura bem isso.
Com um andamento ótimo, visto que o filme segue ela direto, quase de maneira documental; o filme promete uma vaga na premiação OSCAR desse ano. E merecidamente!
recomendadíssimo!
Orgulho e Esperança
4.3 292 Assista AgoraQue delicia de movie!
Baseado em acontecimentos reais, é a tipica comedia britânica com seu humor peculiar.
Pride - que faz jus ao nome - mostra de maneira branda e as vezes incisiva, o como o preconceito humano e as mazelas ignorantes de se deixar moldar pelas infos de massa; são nocivos não só para o bem social, mas para a humanidade em si.
A sensação que fica é que de fato, só aprendemos com o tempo.
E se, todas as culturas entendem e aceitam que na inocência das crianças é onde esta a mais tenra verdade, e é na sabedoria dos mais velhos que esta a mais tenra confirmação do que é correto; devíamos prestar mais atenção ao que as crianças veem e os cidadãos mais velhos de hj em dia, tbm.
Pq no filme e na realidade atual nossa, é muito mais facil, um considerado idosa e um considerado criança, aceitar que é na diversidade que existe a igualdade de ser SER.
um filme corretinho e gostoso que me fez derramar uma lagriminha sapeca...
recomendo :)
obs: não sei lidar ainda com a Imelda, sem relacionar ela com a Umbridge... haha que atriz fenomenal men!
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraJ.K. Simmons... ah, os tempos aureos de Oz... mas divago...
Que filme senhoras e senhores. Que filme!
Whiplash, tal qual sua temática é um exercício rítmico - e fílmico - , musical, e visceral, que mostra a musica e a educação, a obsessão e o talento, face a face numa discussão valida e diretamente proporcional a sua rítmica: tensa.
O filme possui todas as qualidades possíveis, a começar por seu roteiro firme que sabe exatamente quando observar e quando escancarar.
Atuações a altura, recheadas de entendimento entre ator e personagens.
Da musica nem se fala.. falamos de jazz.. ainda que o instrumento protagonista seja a bateria...
Mas é na dinâmica da montagem que o filme se mostra poderoso. Frenética e contemplativa, onde aqui, mais do que qualquer outro filme atual, é notável a semelhança entre a musica e a montagem cinematográfica. Quando nos referimos a ritmo de um filme, deve-se levar para o lado da musica sim. Tudo é questão de afinação, melodia, tempo... E aqui a direção consegue entender isso bem.
Musica não foi feita para ser filmado, mas sim ouvida e sentida.. logo, a unica maneira de se mostrar isso visualmente é tentando nos passara sensação que ela produz a priori... Ora claustrofóbica e enjoativa, ora confusa e embaçada, ora frenética e espaçada como em algum esporte intenso. É lindo de se perceber e acompanhar.
Um ótimo filme, que com tapas, humilhação, sangue- suor e mais sangue e suor, e amor, eleva a musica sem esquecer que em si, é cinema.
recomendadíssimo!
Ps: A sequencia final, naquele fade out... e a sequencia inteira do carro, é simplesmente <3
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraLegenda sua linda, cadê vc? :(
Na Cadência do Amor
4.0 92assisti ontem e que coisa mais fofa.
Filme daqueles que vc diz: sensível.
Só por ser cinema oriental - é dirigido por um, apesar de ter sido filmado no Reino Unido - já se espera uma carga dramática e poética latente e aqui não é exceção.
O cuidado com os planos, principalmente os fechados que demonstram através de toques entre mãos a relação daqueles personagens, a maneira que a narrativa usa a temporalidade, onde num único espaço o passado e o presente se alinham, representando as memorias que não querem ser esquecidas é lindo.
Um filme que não tem nada demais em sua trama, mas carrega emoção em sua base e mensagem. É na delicadeza e sutileza que ele se faz, é não é pequeno...
fofo
Before I Disappear
3.8 96O que que fizeram com o Curfew?? :(
como estragar uma boa ideia?
Pegue a ótima ideia e transforme-a em um longa metragem. Adicione elementos de humor tosco e voilá!
Quando assisti ao curta metragem ''Curfew'' exaltei-o aqui pela simplicidade e delicadeza que tratava dos personagens, somado a uma trilha sonora gostosa e uma cena de dança marcante.
Porem, sei la de quem foi a ideia de transformar a bagaça num longa metragem e ainda adicionar um astro 'vampiresco' de serie de tv, e tornou o filme um experimento que pretende ser indie sem ser e ainda por cima abusa de uma linguagem que não domina, justamente por que ainda pensa na trama como um curta e não no longa que se pretendeu. O que vemos é uma enxurrada de encheção de linguiça entre as lacunas de tempo. Que cria conflitos desnecessários para a narrativa principal e transforma totalmente a jornada dos protagonistas, tirando o sentido de redenção e reflexão que o curta original fazia e bem.
O saldo mais negativo é tirar da mãe da menina o foco de ser a ponte entre a vida e a morte na vida do protagonista. Neste longa, no final das contas eles restringem essa ponte a uma carta de amor sem razão de existir. (quando o correto, como o curta fez, era focar na menina e na relação dela com ele)
ate mesmo a cor vermelha perde o sentido nessa versão.
O filme não chega a ser ruim, tem seus bons momentos, mas ta longe de estar no nível do seu curta metragem original.
ps: a menina cresceu e continua uma graça *_*
O Passado
4.0 294 Assista AgoraDefinitivamente, quanto mais vivo, mais tenho a certeza: As pessoas que mais amamos, são justamente aquelas que mais são capazes de nos machucar e ferir.
''O Passado'', reflete isso.
É a dor, a cicatriz e a as dificuldades de amores carregados de temporalidade que não cessa, e que justamente não cessam, pq insistem em voltar ao passado.
De certo modo o tema se torna o mesmo de ''A Separação''. E não falo do divorcio.
Falo de como a estrutura familiar e interpessoal, pode ser tão emaranhada a ponto de nos enrolarmos numa teia de segredos e lagrimas infindáveis e impossíveis de dissipar.
O papel feminino aqui, novamente se torna dúbio. E a inocência e a depravação assumem um paradoxo cruel as vezes quando vemos os reflexos que eles causam em crianças por exemplo.
Os símbolos são exemplares aqui, desde as citações, ate mesmo a Lavanderia que lava e limpa mas não consegue fazer o mesmo com aquelas vidas. Sempre restam manchas.
Janelas e Portas recorrentes no cenário, e reflexos, tais como ruídos com pouco trilha sonora.
São aquelas vidas, entre frestas e paredes de tinta fresca, novamente com iminência de serem sujas.
Uma casa repleta de cuidados e necessitando de reparos... Ou mesmo a chuva que vem para lavar e anunciar novo temporal, presente no inicio e no desenrolar do 2° ato.
Um filme soberbo em atuações e mensagens de reflexão que dói. Que doi e fascina por mostrar como nós em busca de felicidade e paz, trazemos o caos e o sofrimento a nós mesmos por não sabermos lidar com o fim. com o passado de todos nós.
ps: Asghar Farhadi, me beija seu lindo!
Maze Runner: Correr ou Morrer
3.6 2,1K Assista AgoraProposta bem interessante, apesar da execução pecar em levara critica e reflexão pretendida para a ação pura ao invés do drama que é o que ele se propõe no roteiro.
Mas promete uma grandeza se continuar.
Espero realmente que haja uma continuação com mais coerência na narrativa.
Me lembrou em seus melhores momentos "A Caixa" em sua forma de tratar a natureza humana e seu desenvolvimento - ou declínio - .
um bom filme. que podia ser mais. mas bom.
O Abutre
4.0 2,5K Assista Agora2° filme de 2015: "O Abutre" ('Nightcrawler')
Dirigido por Dan Gilroy, Com Jake Gyllenhaal e Rene Russo .
"Mas o que é a amizade afinal, do que um presente que damos a nos mesmos?" (admito que essa doeu!)
Interessante como em menos de uma semana, eu assisti dois filme que traçam um panorama critico sobre as massas midiáticas, com base no jornalismo sensacionalista e de capital; onde o que interessa, e onde a verdade esta contida na audiência e aparência.
é cruel constatar esse panorama tão real e atual.
Se em "Garota Exemplar" do Fincher o que prevalecia era o sensacionalismo, aqui, o que prevalece em "O Abutre" é justamente a falta de ética e moral em prol de níveis de audiência. Onde uma morte só interessa se for sangrenta o suficiente para deixar a população sedenta por informações e medo, e julgamentos tal qual um "Cidade Alerta" em chamas.
Jake esta assustador, vivendo um paranoico quase sociopata comportamental freelancer, ex- ladrão e homicida em potencial, cadavérico, repleto de tiques e irreconhecível numa atuação de se aplaudir.
O filme em si é alucinante e me lembrou um pouco "Drive" em seu ritmo e edição frenética que prioriza a narrativa ''inter-midiatica'' (propicio rs). Metalinguagem classe media alta!
Interessante também é a jornada do Protagonista, um anti-heroi do melhor tipo, que vai de ladrão de cercas e fios e se revela um ladrão de privacidade. Não ha diferença em suas atividades, so uma intensidade. Como também é interessante e mais assustador ainda, o fato dele ser um autodidata virtual. que aprende tudo que sabe através de foruns on line.
Um ótimo filme e intenso que não só reflete uma sociedade pessimista, como mostra o quanto a novela da vida alheia deixou de ser algo a se apenas olhar, e passou a ser algo a se consumir. Por que sim, tal qual o titulo em português, ali nos seres humanos somos abutres, em cima da carniça alheia por um psicótico prazer vazio de distanciamento e invasão.
Recomendadíssimo!
ps: a fotografia é soberba no retrato de terror que assume, mesmo quando poucas vezes estamos vendo os personagens durante o dia, esse dia, assume paletas de cores apáticas, mornas ou excessivamente vibrantes. Não são agradáveis. Incomodam, nauseiam, tal qual a moral daqueles indivíduos.
O Predestinado
4.0 1,6K Assista AgoraPelo passo da misericórdia, socorro!
meu cérebro, NINGUÉM SAI!!!
Desde "Memento" e "Donnie Darko" que acho que um filme não me buga tanto quanto esse.
Que filme saboroso e intrigante.
É raro um filme de conseguir prender sua atenção a cadanova informação, mesmo quando tecnicamente você ja consumido pelo suspense e conspiração de teorias, já adivinha o final, e ainda assim se surpreende com o desenrolar ate lá.
Confesso: precisei parar o filme 3 vezes para fazer anotações num caderninho para desbugar o raciocínio.
Quem nasceu primeiro? O ovo ou a galinha?
resposta: O galo. alguns diriam...
Ouroboros, Ciclo sem fim.
A Serpente que devora seu próprio rabo para continuar sem parar em seu próprio ciclo, para sempre.
"O Predestinado", é baseado num conto de 1959 chamado “All you zombies”.
Com direção dos aqui seguros irmãos Spierig, o filme conta no elenco com o multifacetado Ethan Hawke, que sempre me deixa na duvida se eu o amo, ou se amo os filmes que faz. Impressionante!
Mas é na ate então anonima Sarah Snook que ele carrega sua maior perola. Um achado digno de beleza e talento a se prestar atenção futuramente.
O filme é um complexo paradoxo de linhas temporais, onde num futuro - ou passado - não muito distante, as viagens no tempo são uma realidade secreta e governamental.
Australiano, o filme possui baixo orçamento e semostra independente, mas em nenhum momento se destaca assim, uma vez que a produção é ousada, principalmente no cuidado com sua arte. O filme durante sua narrativa, salta décadas, entre os anos 60,40,50,70,80 e aparente anos 90 com ares futurescos. E por mais que eles usem o artificio da legenda para nos contextualizar entre as épocas, o trabalho de fotografia é exemplar em trabalhar cada paleta de cores e tratamento de imagem, condizentes com cada época de maneira fluida.
Como disse, a atuação de Sarah é soberba, mas o mérito deve ser creditado ao roteiro que consegue emaranhar a estrutura complexa do tema de forma coesa, e por mais que crie propositalmente um nó na mente alheia, consegue se explicar. talvez haja a questão de que ele poderia ser mais sutil nas revelações, deixar menos mastigado os fatos; contudo creio que a força do roteiro nem esta no nó na cabeça, mas sim na reflexão de causa e consequência que ele trata.
O predestinado atravessa os limites quânticos e da física temporal e abre um lapso de questionamentos sobrea moral ética entre a vida, a morte, o nascimento e a existência, entre o tempo, o espaço e a consciência.
Uma viagem que em seus melhores momentos nos remete a "Efeito Borboleta" com o diferencial, que ali em "Borboleta" o ciclo na realidade era um triangulo com ponta e fim.
Aqui o simbolo é um oito deitado.
RECOMENDADO, com espelho, aspirina, caderno, caneta e coragem.
Por que é de enlouquecer!! Ficção cientifica das boas ^^
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraComo imaginava: chorei um cadinho.
Still Alice - Que virá para cá como "Para sempre Alice" - é um filme redondo e muito bonito de se contemplar. Usa da narrativa poética para tratar fielmente contudo o alzhemeir .
O que impressiona e conecta o espectador com a trama é justamente o fato dele questionar a perda das memorias, na juventude. Alice beirando seus 50 vê-se decaindo em sua própria mente. Sua mente vai se deteriorando ao passo que tudo que faz sentido se perde, incluindo ela.
E o mérito dessa ligação tem nome e não é necessariamente roteiro ou direção ( apesar de serem bem corretos e didáticos,). O nome é Julianne Moore, que entrega-se ao papel a ponto de crermos e sentirmos aquela dor e perda sem parecer ou notarmos que estamos sendo condicionados a tal. É impressionante na verdade.
O filme se forma agridoce por tanto, uma vez que esteticamente é belo mas retrata em seu âmago algo tao horrendo e triste que é essa doença. Para a pessoa vitima dela e para os que as amam que precisam ver uma memoria viva se extinguir em fumaça e brisa silenciosa ainda que respirando e tendo o coração pulsando.
Kristen S. Não tem jeito. Inexpressiva que só. Porém ela tem um raro momento plausível quando sintetiza num texto o que o filme se propõe a trazer.
Choravel, sentivel, crível, correto demais mas recomendável!
E no final, a lição que fica é que não somos carne, osso e sangue. Somos memórias.
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1
3.8 2,4K Assista Agora"É a pior tortura do mundo.
Esperar enquanto se sabe que não ha nada que se possa fazer..."
"Aquilo que nós mais amamos, é o que acaba por nos destruir"
"Se nós queimarmos, você queimará conosco!"
Resenha sobre "Jogos Vorazes - A esperança: parte 1 >>
http://criticofilia.blogspot.com.br/2014/11/resenha-jogos-vorazes-esperanca-parte-1.html
#Criticofilia
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1
3.8 2,4K Assista Agora"É a pior tortura do mundo.
Esperar enquanto se sabe que não ha nada que se possa fazer..."
"Aquilo que nós mais amamos, é o que acaba por nos destruir"
"Se nós queimarmos, você queimará conosco!"
"Are you, are you
Coming to the tree?
Where they strung up a man they say murdered three."
Que filme meus amigos, que filme!
Nunca li os livros, contudo, como filme esta parte de Jogos Vorazes supera algo que Harry Potter e as Relíquias Da Morte, Batman o Cavaleiro das Trevas, Gravidade, as Trilogias Senhor dos Anéis conseguiram fazer: unir o cinema blockbuster/entretenimento com o cinema de arte pura!
O que assisti nesse Jogos Vorazes - A Esperança ( apesar de preferir narrativamente que o titulo nacional se mantivesse como O Tordo) foi um espetáculo de coesão, metalinguagem, roteiro preciso, trilha exata, fotografia condizente ao clima proposto e principalmente uma direção segura do que queria e onde estaria.
Falo como cinéfilo/analista e não como fã. E posso afirmar que cada escolha se mostrou eficaz. Ate mesmo o artifício bonito porem "forçado" da música tema cantado pela protagonista. Dentro da narrativa parece forçado o artifício premonitório de atos do roteiro, porem funciona para dar ritmo e estruturar a mise-en-scène das ações posteriores. E principalmente funciona no tom épico que o enredo pede. Fica bonito e grande.
No mais, já estou entre os ansiosos pela Parte 2 ( apesar que ainda não compactuo com esse disparate de puro lucro pelo lucro, de divisão em duas partes. O filme aguentaria sua conclusão final nem que necessitasse de mais duas horas de desfecho. Já que o ritmo foi tão exato quase em métrica que o filme sobreviveria sem problemas ).
PS: quase sai assoviando a canção do Tordo e quase levantei meus dedos da mão direita (esquerda?) apos beija-la em tributo ao distrito 12....
Entre Nós
3.9 53alguem sabe onde posso baixa-lo? to procurando e não to achando :(
Veronica Mars: O Filme
3.9 353 Assista Agora""Hello Verônica!""
Finalmente consegui tempo na vida para assistir e gente to transbordando amor, satisfação e saudades ja.
Resolvi fazer maratona com as 3 temporadas da serie antes de assistir ao filme e fiz bem.
O timing perfeito de seus realizadores foi um diferencial RARO de se ver na industria.
O filme segue a historia exatamente na mesma logico do fim da serie - que na realidade foi interrompida a 10 anos atras, foi cancelada sem uma resolução-.
Não só toda a produção, como a criação, diretores, roteiristas retornaram nesse projeto, mas tbm todos os principais atores da serie retomaram seus papeis. So sentimos o tempo que se passou pela pele envelhecida, os quilos a amais ou a menos, a entonação da voz de quem antes eram jovens adultos em seus 20/24 anos de idade fazendo papel de adolescentes, e aqui dez anos depois com seus 30/40 anos exalando o mesmo nível e fidelidade e dedicação a papeis que os eternizaram na mente de seus fãs e admiradores.
A trama continuou com sua sagacidade, fruto de um roteiro que preza pela verossimilhança e pelo respeito em não subestimar seus fãs ou jamais taxa-los como meros adolescentes (à época) interessados em mimimi's. Mas tbm por saber mesclar a linguagem cinematográfica com o melhor da televisão em sua agilidade e ritmo característico da serie como por exemplo usar a voz off dos pensamentos da protagonista para nos situar sobre a narrativa.
Assim, obvio que Verônica Mars o filme sera melhor apreciado por quem ja conhece sua trama, a teia base da serie, mas funciona tbm como Thriller policial dramático isolado,ja que toma o cuidado de estabelecer a personagem central e seu mundo antes de iniciar o filme.
Eu como om 'marshmallow' odiei a escolha romântica dela haha apesar de concordar com o 'pico' da explicação. - sou #TeamPiz sorry.. - e só acho que a historia rende uma nova temporada de serie, nem que seja minissérie. Pois, o filme provou que pique e publico para isso ainda existe.
é a diferença de criar algo com identidade sabe? Ela perdura por anos, pela qualidade e lealdade de quem os segue.
No mais: Kristen Bell continua MARAVILHOSA ♥ , Percy Daggs III virou um morenão SUCESSO! ♥ E Tina Majorino (MAC MINHA PREFERIDA EVER) ta ahazando com aquelas madeixas!
Valeu a pena ♥
Come on now, honey,
bring it on, bring it on, yeah.
Just remember me when you're good to go
Come on now, sugar,
bring it on, bring it on, yeah.
just remember me when.♫♪
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraPela primeira ver o Lars Von Trier me fez ficar confuso - e bravo.
Antes de tudo aviso que aqui farei questionamentos em forma de comentário. não é necessariamente analise, é longo só leia se tiver paciência e terminou de ver o filme e que a Charlotte ja pode vir me beijar e ganhar prêmios ♥
Todos os filmes do lars vc gostando ou não da direção e visão de mundo do cara, propõem um emaranhado de sensações, e reflexões. tudo que ele faz dá base para dias de discussão sob diferentes pontos de vista e interpretações e é justamente por isso que adoro o cara. Pela qualidade dele de incomodar - tanto para bem quanto para o mal -.
Aqui em Ninfomaníaca no entanto eu to confuso. Pq ainda que tudo seja uma questão de ponto de vista, todos os filmes anteriores - principalmente os da Tríade da depressão iniciado com melancolia - seguiam uma ordem coerente de pensamento. Aqui não.
Pode ser que seja por causa dos cortes e da censura, afinal não é uma obra completa ate vir com o aval do diretor, mas o que essas duas partes mostram é uma incoerência entre uma e outra de tal modo que sim to repleto de questionamentos e reflexão, mas simplesmente não consigo chegar numa opinião se gostei ou não.
Algo que sempre repito é que: gosto é uma coisa, mérito é outra. Sempre diferencio em tudo que avalio, a analise que visa dizer se aquilo é bom ou ruim - por mérito ou demérito mostrando argumentação valida para dizer isso dentro daquela minha visão sobre a coisa - e gosto pessoal, que não esta vinculado com o filme ser bom ou não, pois isso é pessoal.
é o caso. Ninfomaníaca como filme, como Cinema é exemplar, tirando talvez a montagem que me irritou um pouco e sinceramente ate eu ver a versão original não vou me conformar com ela, seus cortes secos entre falas por exemplo e a excessiva ilustração em imagens paralelas para fazer paradoxos entre o que se conta e o seu significa, tudo em Ninfomaníaca é de uma qualidade invejável como o estilo próprio estético de lars em sua Linguagem é capaz de fazer.
O que to questionando aqui é o que Ninfomaníaca representa.
Primeiro, que desde o meu comentário no Vol. 1 deixei claro que Ninfomaníaca não é sobre sexo,- uma pena quem o esta enxergando assim -. Pois o sexo é apenas alegoria.
Alias, é importante alertar que toda a historia de Joe não é nada literal. tudo ali é uma fabula sobre ela. Tudo que vemos é o interior exposto por ela de sua vida, por isso as sucessões de 'coincidências' e principalmente aquela ato final no beco ser daquela maneira. Tudo é uma fabula.
Ninfomaníaca na parte 1 parecia querer se desenvolver diante da aceitação do bizarro. Questionar a estrutura social (que o lars sempre questionou desde Dogville) quanto a hipocrisia que ele enxerga nos moldes de convenção inter-relacionável, e ai se estendendo ao o que é o AMOR quanto expressão de fato. Ele questiona a obrigação que temos de seguir modelos e moldes pre estabelecidos onde tudo que fuja disso é taxativo, ignorado, marginalizado, Como por exemplo a sexualidade alheia.
Somos seres sexuais de fato. desde o nascimento. mesmo quando crianças, quando descobrimos o mundo pela boca, experimentando pequenos objetos, o gosto dela, tentando captar o mundo, o que visamos é descoberta e com ela o prazer - quando crianças ele não tem conotação erótica mas não deixa de ser um tipo de satisfação e prazer tudo que fazemos e buscamos, ou seja.. se é prazer e satisfação é sexual - notam a diferença do termo sexual para a pratica e o ato, ou mesmo a visão erotizado que aí sim seria sexo?-. Ninfomaníaca fala sobre isso. Ele questiona como podemos condenar alguém que nasce com determinada característica sexual apenas por que ela diverge da maioria? Ja que por tese a sociedade deve aceitar e conviver em igualdade.
Ele pra isso aborda ate mesmo a pedofilia e ai ele incomoda e nos deixa em cima do muro quanto nossa própria ética e moral, uma vez que ele propõe uma discussão valida e coerente sobre as pessoas que nascem pedofilas. Ja ficou claro que pedofilia é uma doença. A pessoa nasce com sua sexualidade erotizada voltada para a inocência ou seja, para crianças. mas ate que ponto podemos condenar sem antes contextualizar as coisas uma pessoa que nasce com essa falha? Alias, quem somos nós para dizermos que isso é uma falha? (nota a diferença de defender ou de dizer entender a pedofilia e discutir ela? é isso que Lars faz.. discuti ela, não a apoia ou a justifica). E mais ainda, quão monstruoso é um ser que nasce pedófilo, mas passa a vida toda sem nunca nem mesmo tentar se satisfazer por compreender a monstruosidade inaceitável que é roubar a inocência de um ser inocente? Uma vez que se ele esta negando sua própria sexualidade, ele esta se castrando, se auto mutilando, por algo que não tem culpa ja que não pode mudar quem ele é.
Para a ninfomaníaca é o mesmo. Entendem o quão complexo é? E isso estou apenas versando sobre esse trecho em particular, uma vez que o filme vai muito mais fundo em outras questões muito mais delicadas em que sinceramente acho que não exista correto ou errado. uma vez que é muito frágil o limite do que é 'normal' e o que não o é.
Mas o maior problema é a visão que ele tem do feminino.
O que ta me pegando é que sempre vi cada filme do lars não como filmes de apologia a Misoginia. Mas sim como filmes de exposição a misoginia. vejam, quando uso exposição não falo de denuncia. Denuncia é quando vc assume uma posição sobre determinado assunto e o expõe visando defender sua visão. Aqui não. Ele não assume uma posição se ele acha q o feminino deve sim ser arraigado, sofrido, que o prazer tipicamente feminino é o grande mau da humanidade (coisa q ele sempre versou) mas ele apenas mostra como o feminino é tratado e visto pelo própria feminino e pelo restante da sociedade por anos. Expor é apenas mostrar para que o espectador formule e reflita sobre aquilo.
E isso ninfomaníaca mostra, como o feminino- uso o termo feminino pq não é a Mulher em si que sempre foi massacrada, usada e abusada, inferiorizada em nossa Historia Humana, mas o feminino independente de órgão sexual. O feminino em tudo é visto como algo inferir digno apenas de uso para o prazer. sempre foi assim.- é tratado, como ele é obrigado por seculos a se castrar, deixar de existir por si mesmo para o bem prazer do restante. Joe assim vem como uma Joana Dark podreira, uma anti heroína que em si é misógina no que diz respeito ao modo como ela se v~e diante do mundo. Porem, ela não vive como uma. ja que se repararem TODAS as ações que ela comete, tudo, parte da vontade DELA e não de nenhum homem. Ela toma a decisão final sempre, inclusive no final do filme que é o maior problema para mim. Assim, ainda que seja controverso, Joe é sim um simbolo feminista de libertação do feminino- não da mulher - diante da estrutura social que temos. Ela subverteu cada um dos valores ditos corretos em prol da liberdade e direito que tem de ser ela mesma do jeito que nasceu. Sem que ngm tenha o direito de dizer se ela é doente ou não. ruim ou não. Ela não tem culpa de nascer com sua própria natureza. Ela no final das contas é a tal arvore sem frutos ou folhas no alto da montanha. é um simbolo solitário de força descomunal e inegável que sobrevive mesmo diante do impossível,das não condições. mas que vive ainda assim pois é seu direito de nascimento.
Mas o que pega é que ao mesmo tempo o Lars me fodeu - com perdão da palavra- ao terminar a obra daquela maneira. por que a fala que
o Sr. S. diz reforça isso q disse acima, mas a fala dela antes de apagar as luzes contrapõe toda a jornada dela, tudo. Por que o que ela diz e faz resume-se em ela dizer que "Ok, provei oq tinha q provar. Virei esse simbolo de libertação. Agora serei mais uma massacrada pela sociedade como qualquer outro' saca? ela aceita o q lhe impõem por um chamado cansaço. Dai se não bastasse me vem o desnecessário ato final
Porque com esse final ele abre a discussão de o filme passar a mensagem toda errada de sim mostrar que o feminino deve ser excluído ou a de que sim, o feminino precisa ser libertado. Qualquer uma das duas opções estaria correta e coerente diante do que ele me faz com esse final. Ele fragmentou a linha narrativa de pensamento em varias partes.
Enfim, daria uma tese se fosse versar sobre cada detalhe para chegar a uma conclusão palpável. E dígitos na internet não são capazes de suprir isso.
No mais sim é um filme foda, mas que não posso dizer ainda se gostei.
Orphan Black (1ª Temporada)
4.5 923 Assista AgoraMEUS DEUS!!! PUTAQUEPARIU NO PASSO DA MISERICÓRDIA!
Que serie desgraçadamente boa men!
gente, to em crise hahaha
Fui assistir a serie de maneira despretensiosa. Inclusive, postei que foi por indicação e que peguei-a para passar o tempo, pura diversão.
NO ENTANTO; me surpreendi. E da melhor e mais brusca maneira possível, ao constatar como ela evoluiu ironicamente naturalmente para uma complexa e eficaz trama narrativa que não só propõe um estudo de personagens e reflexão acerca da criação genética - e nessa, criar alegorias de analogias com nossas próprias vidas individuais, fragmentadas em prol de um padrão social que buscamos para criar aceitação aos olhos do Outro, - mas tbm consegue manter um ritmo coerente e sempre 'pra frente', sem se perder em clichês esperados alias, ou em soluções fáceis de gênero.
Com isso temos um roteiro bem estruturado e com uma atuação INACREDITÁVEL de uma atriz desconhecida - por mim ao menos - mas que brilha, marca, impressiona, chega a assustar devido ao controle total que tem das varias personas que precisa assumir. dotando não só características emocionais e detalhistas particulares para cada uma, mas oferecendo uma atuação consistente e 'real' diante daquela ficção exposta.
Alias, creio que o maior mérito da serie tirando esses aparatos analíticos é justamente doar uma verossimilhança tão plausível aquela ficção, capaz de tornar real cada ação, cada situação, sem nunca questionarmos o fator 'isso é possível'? diante da trama. Tudo ali é palpavel. Aceitamos de imediato aquela realidade exposta, e isso é mérito das atuações e na elaboração sensacional de um roteiro e direção segura que compreende um conceito humano que a maioria das produções do gênero esquecem.
Mano, é de ficar na ponta do sofá a cada episodio, de rir de se acabar com as loucuras neuróticas da Allison, morrer de amores pela inteligencia descolada da Cosima, Torcer pela coragem de Sarah, vibrar pela anti heroína (daquelas FDP tipo Bellatrix Lestrange sabe?) que são uó mas a gente ama justamente por serem loucas e psicóticas, de rir de se acabar e se divertir pela bixa loca do Felix e seus comentários, ou mesmo se admirar pela Integridade do detetive Art, - ou ter orgasmos a cada aparição do 'tudibom' do Paul (em toda sua dualidade).
Uma serie que já me marcou, ja me conquistou e que to aguardando ansioso a 2° temporada.
Sou um 'ORPHAN' TBM A PARTIR DE AGORA ^^
ps: Repararam que escolhi não analisar/fazer critica como geralmente faço, por tanto indico essa critica analitica com a qual concordei bastante >> http://omelete.uol.com.br/series-e-tv/orphan-black-1-temporada-critica/#.Uyc6E6hdUrI
Transamerica
4.1 746 Assista AgoraRepostando pois meu Blog mudou de endereço apenas >>
'Transexualidade, Transexualismo, Síndrome de Harry Benjamin, Transtorno de Identidade de Gênero, Disforia de Gênero ou ainda Disforia Neurodiscordante de Gênero são expressões referentes à mesma coisa: a condição na qual a pessoa se identifica psicologicamente como sendo do gênero oposto ao seu sexo genético e sente impropriedade em relação ao próprio corpo.
(...)
O filme nos mergulha nos dramas e incertezas e no sofrimento incubado de uma transsexual que luta há anos para se tornar o que já é em pensamento – uma mulher.
Sem condições financeiras, ela se prende aos hormônios tomados religiosamente todas as manhãs e a noite; visita regularmente clinicas de psiquiatria e psicologia a fim de obter a permissão e o aval de seu seguro de saúde para fazer a tão almejada cirurgia de mudança de sexo.
Critica filme "Transamérica" by Eu hahaha >> http://criticofilia.blogspot.com.br/2012/10/critica-transamerica.html
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraPrimeiro quero deixar claro que isso não é uma analise, e menos ainda uma critica, é apenas um comentário critico/analítico (há diferença) sobre o filme, uma vez que eu me recuso eticamente a analisar uma obra incompleta. E falo de incompletude não pelo fato da divisão – já que esta e comentarei sobre, para mim é coerente com a proposta- mas pelo fato de não ser uma versão do diretor e sim uma versão da produtora, com censura e cortes NÃO AUTORIZADOS pelo diretor. Ao contrario do que a produtora do Filme declarou em nota a imprensa mundial de que antigamente como foi o caso de Anticristo, Lars havia permitido e concordado com cortes e varias versões do filme (anticristo) mediante as leis de censura de cada país que o exibiriam, aqui neste caso ele não concordou com as mudanças (cortes) feitos em sua obra. Assim, isso se torna um desrespeito a ele e a obra em si. Por isso repito: me recuso a analisar uma obra incompleta. Não é justo, não é ético da minha parte como cineasta em formação.
Considerações feitas, vamos lá.
''The Compleat Angler - Escrito pelo inglês Izaak Walton,- publicado originalmente em 1653, pode ser considerado o maior clássico na esfera da pesca esportiva mundial, sendo o segundo livro depois a Bíblia a ter o maior número de reedições e reimpressões.
A obra, ainda não traduzida para o português, pode ser tomada como um verdadeiro tratado sobre a arte de pescar, apresentando informações relevantes sobre técnicas, receitas culinárias, dicas para a produção e o uso de iscas artificiais (moscas).
As suas obras mais conhecidas são: Lives (Vidas) e The Compleat Angler (O Pescador Completo), nas quais o autor mostra a sua preocupação com a esfera contemplativa - mais do que a esfera ativa - da vida. Os seus personagens sempre lutam no sentido de viver a vida dentro de padrões
Para os clérigos, a pesca era "(...) uma recreação os convida à contemplação e quietude" - algo que, nos tumultuados anos da segunda metade do século XVII, Walton considerou como difícil de conquistar, ainda que totalmente desejável.
Izaak Walton tinha muita erudição, com uma característica que ele não tinha vergonha de declarar, ou seja, seu apego pelos valores tradicionais.
A obra como um todo não deve ser categorizada como um simples manual sobre regras de pescar, cozinhar, atar moscas, etc, mas sim como uma peça de cunho literário, dentro da tradição pastoril inglesa. Desta forma, o que realmente está em jogo, em termos de "tema" é a questão de saber se a felicidade do homem nesta terra volta-se mais para a contemplação ou para a ação.''
Por que citei e passei essa informação? Porque a menção desde livro logo no Inicio do filme não é ocasional. O filme na realidade alude a ele em tudo, inclusive na estrutura de divisão em dois Volumes(o livro também foi compilado em ‘partes’ 4, porem que narrativamente falando se resumem em duas partes). Dito isto...
Assisti a Ninfomaníaca Volume 1 e fiquei impressionado em como que me deparei com um Lars sarcástico a nível extremo. Pois, ao contrario do que se possa pensar e que confesso pensava ao ler vários comentários e ao me deparar com a premissa dele, de que ninfomaníaca versaria como uma versão feminina de Shame; aqui o sexo é o que menos importa. De fato, Ninfomaníaca fala de absolutamente TUDO menos sobre sexo.
Para começar, a estrutura já conhecida episódica da narrativa se assemelha aqueles vídeos institucionais no geral de introdução a dado assunto. Explico: o filme vai passeando pela historia de forma a pontuar quase que didaticamente cada assunto que aborda, ate mesmo os planos assumem um caráter quase que ‘teatro filmado’ na maneira de se movimentar e acompanhar a trama.
Esteticamente, o filme ainda auto-referencia seu diretor, ao aludir ao Dogma 95, como na sequencia em preto e branco – alias que possui uma saturação incrível e propicia com uma pigmentação esverdeada totalmente condizente com a situação ali trabalhada do pai – em que
a personagem Joe sem querer encara a câmera enquanto limpam seu pai. Ainda que o olhar dela cruzar com a câmera não tenha sido proposital, a decisão de deixar isso em tela foi, em meio a câmera na mão, entre closes dispersos.
Muitas cenas me chamaram atenção. Interessante a cena em que ela (Joe) fica molhada... E ela diz: “deixei de sentir”.
Interessante como justamente quando ela deixou de sentir, é que ela obteve prazer ou excitação – obvio descontextualizando a situação em si, apenas focando na problemática da personagem. Ou seja, a Ninfomania dela não é exatamente o vazio que ela externiza através do sexo, mas justamente as multi facetas de sensações e conflitos que tem. O sexo ali supre as sensações. É meio que como: quando ela transa, ela sabe o que esta sentindo e da onde vem aquele sentimento. É simples.
Outra cena interessante é a cena deles – Joe e Jerome - estacionando o carro. Apesar de forçada - a dinâmica ali não é a mesma de um take pro outro – a cena é muito boa para sintetizar a relação homem versus mulher naquele meandro quase que matemático inter-relacional que o filme propõe.. Principalmente quando ela entrega o casaco a ele...
A analogia com o cantus firmus (a musica e estrutura co-relacionada a Bach) no qual a metáfora com o 3 + 5 novamente surge.
Inclusive essa rima simbólica entre os números 3 e 5 que permeiam o longa inteiro é algo genial (um pouco presunçoso, mas genial rs). Isso porque o filme assume um ar matemático – que imagino que se estende e seria coerente se assim fosse, a montagem. Digo imagino, pois não sei se assim o é, uma vez que essa não é a versão original/aprovada.
Mas iniciei dizendo que esse é o filme mais sarcástico do Lars Von Trier, pela questão de que ele usa o humor e o paralelo com a pescaria de uma forma quase sádica ao brincar com o espectador a todo momento, inclusive com piadinhas dentro da própria narrativa com seus personagens. Ele parece zombar da própria historia. Notem como em dado momento ele mesmo – o filme – se questiona sobre a veracidade de si mesmo. Coincidências, ‘cenas para o próximo capitulo’ ela diz. O filme, apesar de tratar de questões seria, de estudar seus personagens, de questionar a posição feminina e mais uma vez como sempre na historia de Lars, a relação do ser humano quanto sociedade com o poder, e da mulher como o prazer- o prazer como algo ruim, o prazer como algo depressivo, a liberdade versus prisões de convenções políticas e comportamentais, e nisso vai critica e ‘cutuque’ a religião e as suas próprias polemicas – como ele fez questão de ser FDP e adicionar referencias a ele mesmo sobre a polemica nazista de um tempo atrás -, o faz sempre desviando esse enfoque para o humor e para a alegoria do sexo. Isso é um sarcasmo quase sádico dele. É como se estivéssemos em frente ao Eden sem saber pq há uma moita de neon na frente. Saca?
Enfim, somente após ver o Volume 2, devidamente junto da versão sem cortes(original) é que dá para formar opinião, mas gostei – não sei ate que ponto- mas gostei. É no mínimo intrigante.