Eivado de easter egss, de referências e de homenagens aos filmes de ficção científica, de aventuras e de fantasia dos anos 1980. Porém, me lembrou muito mais uma série dos anos 1990: Eerie, Indiana. Um bom entretenimento, que deve agradar as novas gerações, tanto quanto aos saudosistas.
A história se passa nos EUA e tem início no dia 6 de novembro de 1983 e num flashback, no 2º episódio, o irmão mais velho do garoto desaparecido cita The Smiths como uma das bandas que está na fita que ele dá ao irmão caçula. Só que o grupo em questão havia lançado apenas dois singles na Inglaterra até então - sem muito sucesso - e a primeira música deles a entrar nas paradas norte-americanas só aconteceu em 1985! Espero que este mistério seja resolvido até o final desta temporada... De resto, estou curtindo bastante.
Excelente! História dinâmica, narrativa bem estruturada, produção esmerada, personagens interessantes. Esta temporada se aproximou ainda mais da ambientação de Breaking Bad. E a relação de afeto e de oposição entre os irmãos McGill (e daqueles que os cercam) serve também para ilustrar o modo como que o status quo e os diversos capitais (simbólico, cultural, financeiro) garantem sua reprodução: de forma violenta, mas dentro da legalidade - uma legalidade que em última instância favorece os já estabelecidos.
Cheguei a este seriado após descobrir que são dos mesmos criadores de Black Mirror. É uma releitura de Madrugada dos Mortos / Dawn Of The Dedas de George Romero, onde o shopping center é substituído pela casa do Big Brother. Interessante, mas na metade do 4º episódio em diante se percebe que o gênero já está desgastado e esta série não apresenta nada de novo. Vale a pena pela crítica ao reality show, produzida pela própria Endemol!
Marvel - Jessica Jones eleva os filmes e as séries de super-heróis a um novo patamar. Assim como a série do Demolidor, esta também tem um clima noir, enfatizada pela fotografia e a trilha sonora incidental. Como sempre, mudanças foram feitas na adaptação das HQs para outra mídia: os poderes de Safira/Jessica Jones foram diminuídos e algumas características da vida civil de Luke Cage foram modificadas, mas a essência da personagem concebida por Brian Michael Bendis se mantém. Há pistas para um retcon no universo fílmico da Marvel - algo que já foi anunciado no filme do Homem-Formiga. E com esta série protagonizada por uma interessantíssima personagem feminina, a Disney/Marvel meio que se redime da misoginia que caracterizou os filminhos d'Os Vingadores. Vale muito a pena assistir!
Uma produção esmerada não é o bastante para se ter uma boa história. Personagens caricatos, unidimensionais, autômatos sem motivações manifestas. Erros históricos crassos (ou deliberados?). História fraca e maniqueista. O episódio dirigido pelo Padilha repete os mesmos problemas já cometidos por ele em
Tropa de Elite 1 (a passagem com o grupo revolucionário marxista M-19 no episódio #03 lembra outro momento risível da filmografia de Padilha: a passeata pela paz promovida pelos alunos da PUC na primeira aventura cinematográfica do Capitão Nascimento). A referência ao realismo fantástico como uma fator para se entender a mentalidade e a sociedade colombianas, algo extremamente interessante como recurso narrativo, é simplesmente abandonada no final do episódio #04 e desaparece da série tal como um carregamento de drogas apreendido na alfândega do aeroporto!
Salva-se, com louvor, a atuação de Wagner Moura. Esta série é, na melhor das hipóteses, um passatempo raso. Netflix virou grife, onde a embalagem e o nome valem mais que o conteúdo.
O único ponto positivo que vejo nesta série é o fato de jogar a diversidade (cultural, sexual, étnica, de gênero) na cara da sociedade! É muito significativo ter uma protagonista transgênero. De resto, diálogos fracos, frases de efeito, atores canastrões e uma trama que parece o amálgama entre as novelas globais de Manoel Carlos, Glória Perez e Gilberto Braga com a novela “Os Mutantes”, da Record. Foi um suplício assistir a este episódio piloto de 12 horas!!
A indústria de entretenimento norte-americana sempre produziu histórias que humanizam os outsiders e os marginais da sociedade – Scarface e a família Corleone que o digam. Mas Better Call Saul tem algo a mais. Por se tratar de um spin off e uma espécie de retcon (cronologia retroativa), tem por objetivo nos mostrar as origens – o "ano um'', por assim dizer – de um personagem protagonista que era um coadjuvante em outra série de sucesso (Breaking Bad). A 1ª temporada não buscou redimir Saul Goodman, nem mostrá-lo como um looser absoluto que conseguiu, cinicamente, o lugar que lhe cabia no latifúndio do sonho americano. Antes, Saul Goodman é humano porque (re)conhece suas limitações, porque aprende as regras do jogo e porque mantém, numa ou noutra medida, um senso de justiça com relação ao seu irmão (um bom truque narrativo para humanizar a personagem!). Esta série, como um todo, é um bom ensaio pop sobre a ideologia contemporânea do empreendedorismo e do american way of life.
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraEivado de easter egss, de referências e de homenagens aos filmes de ficção científica, de aventuras e de fantasia dos anos 1980. Porém, me lembrou muito mais uma série dos anos 1990: Eerie, Indiana.
Um bom entretenimento, que deve agradar as novas gerações, tanto quanto aos saudosistas.
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraA história se passa nos EUA e tem início no dia 6 de novembro de 1983 e num flashback, no 2º episódio, o irmão mais velho do garoto desaparecido cita The Smiths como uma das bandas que está na fita que ele dá ao irmão caçula. Só que o grupo em questão havia lançado apenas dois singles na Inglaterra até então - sem muito sucesso - e a primeira música deles a entrar nas paradas norte-americanas só aconteceu em 1985! Espero que este mistério seja resolvido até o final desta temporada... De resto, estou curtindo bastante.
Better Call Saul (2ª Temporada)
4.3 358Excelente!
História dinâmica, narrativa bem estruturada, produção esmerada, personagens interessantes. Esta temporada se aproximou ainda mais da ambientação de Breaking Bad.
E a relação de afeto e de oposição entre os irmãos McGill (e daqueles que os cercam) serve também para ilustrar o modo como que o status quo e os diversos capitais (simbólico, cultural, financeiro) garantem sua reprodução: de forma violenta, mas dentro da legalidade - uma legalidade que em última instância favorece os já estabelecidos.
Dead Set
3.8 178Cheguei a este seriado após descobrir que são dos mesmos criadores de Black Mirror. É uma releitura de Madrugada dos Mortos / Dawn Of The Dedas de George Romero, onde o shopping center é substituído pela casa do Big Brother. Interessante, mas na metade do 4º episódio em diante se percebe que o gênero já está desgastado e esta série não apresenta nada de novo. Vale a pena pela crítica ao reality show, produzida pela própria Endemol!
Jessica Jones (1ª Temporada)
4.1 1,1K Assista AgoraMarvel - Jessica Jones eleva os filmes e as séries de super-heróis a um novo patamar.
Assim como a série do Demolidor, esta também tem um clima noir, enfatizada pela fotografia e a trilha sonora incidental.
Como sempre, mudanças foram feitas na adaptação das HQs para outra mídia: os poderes de Safira/Jessica Jones foram diminuídos e algumas características da vida civil de Luke Cage foram modificadas, mas a essência da personagem concebida por Brian Michael Bendis se mantém.
Há pistas para um retcon no universo fílmico da Marvel - algo que já foi anunciado no filme do Homem-Formiga.
E com esta série protagonizada por uma interessantíssima personagem feminina, a Disney/Marvel meio que se redime da misoginia que caracterizou os filminhos d'Os Vingadores.
Vale muito a pena assistir!
Narcos (1ª Temporada)
4.4 897 Assista AgoraUma produção esmerada não é o bastante para se ter uma boa história. Personagens caricatos, unidimensionais, autômatos sem motivações manifestas. Erros históricos crassos (ou deliberados?). História fraca e maniqueista.
O episódio dirigido pelo Padilha repete os mesmos problemas já cometidos por ele em
Tropa de Elite 1 (a passagem com o grupo revolucionário marxista M-19 no episódio #03 lembra outro momento risível da filmografia de Padilha: a passeata pela paz promovida pelos alunos da PUC na primeira aventura cinematográfica do Capitão Nascimento). A referência ao realismo fantástico como uma fator para se entender a mentalidade e a sociedade colombianas, algo extremamente interessante como recurso narrativo, é simplesmente abandonada no final do episódio #04 e desaparece da série tal como um carregamento de drogas apreendido na alfândega do aeroporto!
Esta série é, na melhor das hipóteses, um passatempo raso.
Netflix virou grife, onde a embalagem e o nome valem mais que o conteúdo.
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Sense8 (1ª Temporada)
4.4 2,1K Assista AgoraO único ponto positivo que vejo nesta série é o fato de jogar a diversidade (cultural, sexual, étnica, de gênero) na cara da sociedade! É muito significativo ter uma protagonista transgênero.
De resto, diálogos fracos, frases de efeito, atores canastrões e uma trama que parece o amálgama entre as novelas globais de Manoel Carlos, Glória Perez e Gilberto Braga com a novela “Os Mutantes”, da Record.
Foi um suplício assistir a este episódio piloto de 12 horas!!
Better Call Saul (1ª Temporada)
4.3 820A indústria de entretenimento norte-americana sempre produziu histórias que humanizam os outsiders e os marginais da sociedade – Scarface e a família Corleone que o digam. Mas Better Call Saul tem algo a mais. Por se tratar de um spin off e uma espécie de retcon (cronologia retroativa), tem por objetivo nos mostrar as origens – o "ano um'', por assim dizer – de um personagem protagonista que era um coadjuvante em outra série de sucesso (Breaking Bad).
A 1ª temporada não buscou redimir Saul Goodman, nem mostrá-lo como um looser absoluto que conseguiu, cinicamente, o lugar que lhe cabia no latifúndio do sonho americano. Antes, Saul Goodman é humano porque (re)conhece suas limitações, porque aprende as regras do jogo e porque mantém, numa ou noutra medida, um senso de justiça com relação ao seu irmão (um bom truque narrativo para humanizar a personagem!).
Esta série, como um todo, é um bom ensaio pop sobre a ideologia contemporânea do empreendedorismo e do american way of life.