“Violência Gratuita” é um filme que é descendente direto de obras como “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick, e “Clube da Luta”, de David Fincher. Os três filmes lançam um olhar sobre a violência urbana e sobre o lado podre do ser humano. Os longas mostram que a violência não tem rosto, nome, jeito ou razão de ser. Ela está imbuída dentro de nós, de diversas maneiras.
No caso particular de “Violência Gratuita”, o que mais impressiona é que, apesar de seu título, Michael Haneke não faz um filme sensacionalista e que abusa de cenas que seriam insuportáveis de se conferir. As ações mostradas são todas sutis (na medida do possível) e não seguem um planejamento fixo. Tudo o que vemos, em tela, é fruto de ação e reação – por isso, o elemento mais importante de “Violência Gratuita” é o seu elenco, especialmente Naomi Watts e Michael Pitt, que são a pura expressão de todos os sentimentos que nos são decorrentes durante a exibição do filme.
É importante frisar que, apesar de ser uma paródia, “Super-Herói – O Filme” tem muitos elementos que o diferem de filmes como “Espartalhões” e “Uma Comédia Nada Romântica”. A começar pelo roteiro do filme, que tem uma estrutura narrativa bem definida, sem espaços para aquelas gags que tanto irritam. No entanto, a principal delas é a presença de um elenco que é formado por atores com o mínimo de talento para a atuação. Você vê o esforço deles em apresentar tudo o que vemos na tela – “Super-Herói – O Filme”, no fundo, é uma obra muito sem-graça – sem parecer que estão fazendo algo que, na realidade, é ridículo.
Ao final de “Cha Cha Real Smooth: O Próximo Passo”, filme dirigido, escrito e estrelado por Cooper Raiff, eu fui invadida por uma sensação de melancolia. A tristeza pelo que poderia ter sido. O desânimo por, nem sempre, a vida corresponder àquilo que a gente espera dela. A certeza de que experiências como as que Andrew (Raiff), Domino (Dakota Johnson), e tantas outras personagens do filme vivem, são justamente aquelas que nos moldam como pessoas.
O filme é centrado na volta de Andrew, que tem 22 anos, à sua cidade natal, após a conclusão da faculdade. Sem conseguir se firmar, ainda, profissionalmente, ele vai se desenrolando em um emprego temporário e em outros bicos; ao mesmo tempo em que serve de referência ao irmão mais novo, David (Evan Assante).
Enquanto atua como animador dos bar mitzvah dos colegas de escola de seu irmão, o filme aprofunda o relacionamento que Andrew estabelece com Domino, que é a jovem mãe de Lola (Vanessa Burghardt), que é portadora de autismo. Embora foque na conexão existente entre todos eles, o que “Cha Cha Real Smooth” revela é que a nossa trajetória, na forma como ela se desenha para nós, exige a responsabilidade da gente tomar a decisão correta, o que nem sempre significará a nossa felicidade.
Por isso mesmo, o que faz de “Cha Cha Real Smooth” um filme especial é o seu caráter autêntico. A maneira como o filme apresenta a jornada desses personagens (que lidam com o medo, com a descoberta de sentimentos, a insegurança, a impetuosidade, o amadurecimento e o desejo de segurança) faz com que a gente se identifique imediatamente com cada um deles. Afinal, quem nunca teve que colocar a razão em prioridade, ao invés do coração?
Onde se tem (muito) dinheiro, tenha uma certeza: você irá encontrar ambição, intriga, traição, cobiça… Todos esses elementos fazem parte da história que iremos acompanhar em “Casa Gucci”, filme dirigido por Ridley Scott, e baseado no livro homônimo que conta a trajetória do clã familiar criador da casa de moda de luxo italiana.
Assistindo a “Casa Gucci”, percebemos o quanto a evolução da grife Gucci está entrelaçada com as tramas familiares. Ao passo em que se torna uma marca mundialmente conhecida, as intrigas familiares crescem proporcionalmente, sempre envolvendo uma disputa pelo poder e pelo controle dos milhões de dólares provenientes da empresa.
Interessante perceber também como o roteiro escrito por Becky Johnston e Roberto Bontivegna faz o enlace entre família e negócios, tendo como marco temporal principal o casamento entre Maurizio Gucci (Adam Driver) e Patrizia Reggiani (Lady Gaga, numa ótima performance). A ascensão de Patrizia como uma Gucci, pelo casamento, e a sua visão predatória e particular sobre a maneira como ela acreditava que o marido deveria se portar diante da família e, por consequência, do negócio, são um símbolo perfeito para ilustrar as consequências danosas da ganância, principalmente quando ela se manifesta em relações construídas tendo como base a desconfiança.
Quando da sua estreia, “Casa Gucci” dividiu a crítica especializada, que viu o filme como uma grande alegoria - principalmente por causa das interpretações e dos sotaques exagerados. Particularmente, eu vejo estes pontos como favoráveis dentro do propósito do longa. Se Ridley Scott cometeu algum erro aqui foi no desenvolvimento da sua história, principalmente no ato final, que se conclui apressadamente.
Colocando no papel, a impressão que se tem é a de que “O Diário de uma Babá” é um filme super sério. Ledo engano. O roteiro da película é irônico, mas nunca perde aquele senso de verossimilhança. Chega até a ser uma surpresa ver que este é o projeto seguinte da dupla Shari Springer Berman e Robert Pulcini após o excelente “Anti-Herói Americano”. “O Diário de uma Babá” é um filme cativante e cujo maior ponto forte é o seu excelente elenco – o qual é acima da média se comparado aos outros filmes do mesmo gênero.
Assim como fez no seu trabalho anterior, “Ritmo de um Sonho”, o diretor e roteirista Craig Brewer usa a música como voz de personagens oprimidos. Se o rap era o ritmo em que Djay (Terrence Howard, numa atuação que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator) fazia uma crônica de seu dia-a-dia como “pimp” (cafetão); em “Entre o Céu e o Inferno”, o blues entra em cena. É nesse gênero musical, que surgiu dos lamentos dos amores perdidos, que Lazarus encontra a verdadeira purificação e mostra o caminho da libertação para Rae.
Apesar dos problemas no roteiro, “O Fim da Escuridão” acaba sendo uma experiência cinematográfica assistível por causa da volta de Mel Gibson em um papel que lhe cabe muito bem e, principalmente, porque o diretor Martin Campbell (responsável pela revitalização de James Bond em “007 – Cassino Royale”) sabe conduzir uma trama como essa – preste atenção a algumas cenas surpreendentes,
Um dos cinco filmes indicados ao Oscar 2010 de Melhor Filme Estrangeiro, “A Teta Assustada” chamou a atenção da indústria ao ganhar o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2009. Dirigido com sensibilidade por Claudia Llosa, o longa encontra um eixo no rosto forte e, ao mesmo tempo, melancólico de Magaly Solier. No final, esta é uma obra sobre amor (a tia de Fausta tem uma empresa que organiza casamentos para pessoas simples e vemos muitas cerimônias assim no decorrer do filme) e, principalmente, sobre o fato de que Fausta só será capaz de encontrá-lo quando ela compreender a sua própria raiz e aquilo que a define.
Como em todo outro filme de animação, “O Bicho Vai Pegar” se apóia no carisma de seus personagens principais para ganhar a simpatia da platéia. Por outro lado, é muito fácil para nós nos identificarmos com a jornada de Boog. No entanto, o filme não adiciona nenhum elemento novo a uma história que já foi contada de diversas maneiras no cinema – a mais clássica delas seria a viagem de Dorothy por um mundo mágico até voltar para a casa de seus tios no Kansas em “O Mágico de Oz”, filme do diretor Victor Fleming.
Em uma determinada cena de “Spencer”, filme dirigido por Pablo Larraín, um dos poucos momentos, aliás, em que Diana (Kristen Stewart) encara Charles (Jack Farthing), ele olha para ela e diz que sempre irão existir duas pessoas dentro de nós mesmos. No caso deles, “há a pessoa real, e há a pessoa que eles tiram fotos”.
No que diz respeito à Diana, a sua persona pública (a que eles tiram fotos) era magnética, sedutora, amada pelo seu povo. Já a sua persona privada era um mistério que, nem mesmo as suas entrevistas mais reveladoras ou as suas biografias (autorizadas ou não), puderam evidenciar.
O roteiro de “Spencer”, que foi escrito por Steven Knight, se passa nos feriados de final de ano de 1991, período que antecede o ano de 1992, que foi o divisor de águas na história e no casamento entre Diana e Charles - na medida que a separação deles se tornou pública e em que foi lançada uma das biografias sobre a Princesa (a escrita por Andrew Morton), que foi considerada uma verdadeira bomba pela Família Real.
A Diana que o filme de Pablo Larraín nos revela é uma mulher extremamente vulnerável emocionalmente, infeliz com a vida que leva, e que se sente sufocada em relação aos seus papéis sociais e à função que ela desempenha na realeza. Para fazer uma analogia, a sensação que eu tive ao assistir Diana aqui foi a de que ela era uma panela de pressão prestes a explodir - como assim aconteceu em 1992.
Existem alguns elementos interessantes em “Spencer”. O paralelo entre a trajetória de Diana e de Ana Bolena (a segunda esposa do rei Henrique VIII) - as duas, figuras controversas na história da Monarquia inglesa - é um deles. O outro é o que ilustra a relação entre Diana e a comida (é público e notório que ela tinha bulimia), que reflete também o seu desejo de autodestruição e o seu esfarelamento emocional.
Porém, o principal deles é a atuação de Kristen Stewart, merecidamente indicada ao Oscar 2022 de Melhor Atriz. Com seu trabalho em “Spencer”, Stewart marca seu nome entre as grandes atrizes do cinema atual. Por sua vez, Pablo Larraín, assim como fez com “Jackie”, nos consegue deixar mais próximo de uma grande dama da política moderna, com mais um ótimo estudo de personagem.
O multiverso tem sido um recurso narrativo cada vez mais utilizado no universo da Marvel. A ideia de um conjunto de universos possíveis é bem condizente, aliás, com os caminhos escolhidos pelas obras (sejam elas televisivas ou cinematográficas) do estúdio. “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, filme dirigido por Sam Raimi, coloca este conceito em primeiro plano, na medida em que insere a sua personagem principal numa trama em que a dominação sobre as portas que abrem o Multiverso está em disputa.
Neste sentido, o Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) é uma personagem adequada para enfrentar esta batalha. O Mestre das Artes Místicas e Mago Supremo tem as qualidades necessárias (inteligência e magia) para poder, não só manipular o tempo e o espaço, como também escapar das armadilhas do Darkhold - um livro que contém diversos poderes e conhecimentos, quase sempre utilizados para o lado do mal.
O papel do Doutor Estranho em “Multiverso da Loucura” nada mais é do que impedir que o controle sobre o Multiverso e a capacidade de viajar pelos diversos universos - representados aqui pelo poder concentrado por America Chavez (Xochitl Gomez) - caia nas mãos erradas e nos propósitos errados, e se transforme numa ameaça para a humanidade.
Assim como visto também em outras obras recentes da Marvel, “Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura” faz pontes com outras produções do estúdio, notadamente a série “Wandavision” (tendo em vista o papel importante que Wanda e a Feiticeira Escarlate, interpretadas por Elizabeth Olsen, possuem para esta trama). Neste ponto, reside a minha única crítica ao filme: ao supor que os espectadores já assistiram à série e a outros produtos em que os temas tocados aqui são abordados, “Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura” fica com um ruído de comunicação. Confesso que precisei pesquisar para poder entender as intertextualidades presentes no filme.
Como “Se Beber, Não Case!” foi um estrondoso sucesso, muito se era esperado deste “Um Parto de Viagem”. O filme começou bem a sua trajetória nos cinemas norte-americanos, ainda mais depois de ter conquistado um Hollywood Awards de Melhor Ator Cômico para Zach Galifianakis. Após assistirmos o filme, ficam duas sensações: a primeira é de que esta é uma obra inferior ao maior sucesso de Todd Phillips; a segunda é a de que Galifianakis é merecedor de qualquer elogio que receba. Ele ofusca totalmente a figura de Robert Downey Jr. O filme é todo dele!
“Motoqueiros Selvagens” tem alguns bons momentos e todos eles acontecem no segundo ato do filme, quando Doug, Woody, Bobby e Dudley estão na cidade de Madrid (não confundir com a capital espanhola), participando de uma festa temática e tentando fugir das encrencas que arrumaram com o grupo de Jack. No mais, o filme repete uma série de clichês dos filmes que abordam a situação de homens que estão em uma crise de meia-idade e que querem reencontrar a imprevisibilidade da juventude. “Motoqueiros Selvagens” pode não ser uma obra permanente como “Sem Destino”, mas, definitivamente, não vai passar vergonha dentre os lançamentos do ano de 2007.
Quando completa 21 anos, Tim (Domhnall Gleeson) recebe uma revelação do seu pai (Bill Nighy): a de que ele, assim como seus antecessores do sexo masculino, possui o dom de viajar no tempo.
A descoberta do dom de viajar no tempo, para Tim, vem acompanhada de mudanças em sua vida pessoal: a transferência para Londres, onde ele vai exercer a profissão de advogado e espera encontrar um amor para acalmar os dias solitários.
A partir do momento em que sua trajetória se cruza com a de Mary (Rachel McAdams), o verdadeiro propósito de “Questão de Tempo”, filme dirigido e escrito por Richard Curtis, se revela, não só para Tim, como para nós, da plateia.
“Questão de Tempo” não é um filme que utiliza o recurso do “loop temporal” como uma ilustração para aprenderemos sobre como não devemos mexer com o nosso futuro, pois não sabemos as consequências que isso terá.
No caso da comédia romântica de Richard Curtis, o “loop temporal” é uma justificativa para que Tim aprenda a se relacionar, ele mesmo, com o tempo, de uma forma que ele compreenda como pode utilizar o seu dom de uma forma ética e que não comprometa tudo aquilo pelo qual ele lutou para construir, pelo qual ele se sente tão grato e feliz por ter conquistado.
Por fim, “Questão de Tempo” é uma daquelas comédias românticas deliciosas de se assistir, com momentos fofos, emocionantes e de dificuldades - assim como é a vida que Tim (ou qualquer um de nós) tanto se esforça em viver.
O roteiro de Fernley Phillips tem uma premissa muito interessante (a de que são as nossas escolhas que nos definem, e não os números ou os adjetivos que recebemos ao longo de nossas vidas) e vai sendo bem desenvolvida até, mais ou menos, o quarto final de “Número 23”. O diretor Joel Schumacher, um dos mais instáveis na indústria cinematográfica, executa bem a sua história, mas peca por ter deixado passar os elementos mais fracos do roteiro de Phillips, e que se encontram justamente na última reviravolta que a trama oferece. Um final hipócrita demais, do tipo “faça a coisa certa”. Uma interpretação caricata de Jim Carrey. São elementos suficientes para fazer com que os cinéfilos fiquem longe de “Número 23”.
O filme marca a estréia na direção de Lajos Koltai, diretor de fotografia de obras como “Adorável Julia”, “Maléna” e “Sunshine – O Despertar de uma Nação”. “Ao Entardecer” tem uma boa técnica e um elenco competente. Porém, o longa encontra problemas em seu roteiro. A história que nos é apresentada possui uma complexa estrutura, com várias linhas de tempo simultâneas e o passado se confundindo com o presente. A edição de Allyson C. Johnson faz transições muito bruscas entre um segmento e outro. A boa notícia é que isto não afeta a bela mensagem que a obra quer passar.
“Deserto Particular”, filme dirigido e co-escrito por Aly Muritiba, se divide em duas linhas narrativas, cada qual com o ponto de vista particular de suas personagens, para nos relatar a história de um encontro entre dois homens que estão em busca dos seus lugares no mundo.
Daniel (Antonio Saboia) é um policial militar que vive em Curitiba, que trabalha na parte de instrução de novos recrutas, e que é cuidador do pai portador de uma doença degenerativa. Robson (Pedro Fasanaro) é um jovem que vive em uma cidade do interior da Bahia e que vive às voltas com os desafios de ser um homossexual num local como esse, numa família preconceituosa e religiosa.
De uma certa maneira, as vidas que Daniel e Robson vivenciam estão envoltas em camadas que estão escondidas daqueles que lhes são mais próximos. Num mundo altamente conectado, os dois se alcançam virtualmente em encontros virtuais em que Robson se apresenta como Sara, por quem Daniel se apaixona e por quem ele busca após ver tudo aquilo que ela acredita e lhe dá sustento perdendo o sentido.
“Deserto Particular”, como dissemos no início da nossa resenha crítica, é um filme sobre dois homens em busca de si mesmos, em busca dos seus futuros, em busca da liberdade daquilo que os amarram, e em busca da felicidade. É muito bonito ver a maneira como a construção, tanto de Daniel, como Robson, se desnuda diante de nossos olhos. As atuações de Antonio Saboia e de Pedro Fasanaro (dois atores em seus primeiros papeis de destaque em longas-metragens) são o ponto alto de um longa sensível e que foi o representante do Brasil na disputa por uma indicação ao último Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Imagine a seguinte situação: a ex-namorada (Margaret Qualley) de seu falecido filho (Connor Jessup) chega na sua casa, cinco anos após o falecimento dele, para dizer que está grávida dele. Estranho, né? Se isso será verdade ou não é sobre o que irá se debruçar a trama de “Estranho Mas Verdade”, filme dirigido por Rowan Athale.
A notícia trazida por Melissa serve como um propósito para a família de Ronnie (o jovem falecido) - formada pelo pai Richard (Greg Kinnear), a mãe Charlene (Amy Ryan) e o irmão Philip (Nick Robinson) - encarar os traumas e os sentimentos que eles evitaram encarar após a morte dele.
Para Melissa, a sua jornada é uma oportunidade e um instrumento para que ela também possa se libertar do sofrimento e, ao mesmo tempo, ajudar a família do ex-namorado a seguir em frente após tão dolorosa perda.
“Estranho Mas Verdade” é um filme que, apesar de sua trama estapafúrdia, tem ótimas performances e bons momentos, principalmente enquanto o roteiro escrito por Eric Garcia (tendo como base o livro escrito por John Searles) se dedica ao mistério da gravidez de Melissa. Uma pena que o longa se perca a partir do instante em que se entrega às já tradicionais reviravoltas que são esperadas de um filme do gênero de suspense.
Há quatro anos, Zazie (Alicia von Rittberg) dormiu com seu melhor amigo, Philipp (Tim Oliver Schultz). Incapaz de lidar com os sentimentos e as consequências desse ato, Zazie se afastou completamente de Philipp, não falando mais com ele. Ao receber, inesperadamente, o convite de casamento de Philipp com Franziska (Emilia Schüle), outra amiga de infância dos dois, Zazie toma uma drástica decisão: a de impedir o casamento deles.
“Um Dia Para Sempre!”, filme dirigido e escrito por Maggie Peren, não nos oferece motivos plausíveis sobre o por quê de Zazie querer impedir o casamento de Philipp e Franziska. Seria um ato impulsivo - e emocional? Seria uma vingança por Franziska tê-la tratado mal na infância? Seria um arrependimento por ela não ter enfrentado seus sentimentos quando dormiu com o amigo? Ou seria um simples capricho?
A verdade é que, na medida em que Zazie revive dia após dia o casamento de Philipp e Franziska (devido a um loop temporal), e vai tentando impedir o enlace deles, chegamos à conclusão de que os atos de Zazie são motivados, na realidade, pelo fato de ela ter medo. Medo de se entregar aos sentimentos, medo de se relacionar com o outro, medo de se decepcionar. Ao parecer descolada e ao se apegar à sua decisão de privilegiar a amizade ao amor, Zazie, na realidade, ficou só e sem laços fortes com outras pessoas.
É justamente esse o aprendizado que a personagem terá no decorrer de “Um Dia Para Sempre!”: o de se livrar do medo de amar e de se abrir ao novo e ao frio na barriga que só quem já sentiu ao ver a pessoa amada sente.
Núcleos familiares fragmentados, em que se têm pessoas buscando coisas diferentes em momentos de vida distintos, é meio que uma especialidade do diretor Greg Berlanti. Em “Everwood”, por exemplo, seriado que ele criou para a Warner Channel dos EUA em 2002 e que durou 4 temporadas, tínhamos um pai que obriga seus dois filhos a viver em circunstâncias que eles não queriam após a morte da esposa/mãe. “Everwood” falava, basicamente, sobre a tentativa de um pai de se reconectar à seus filhos e sobre todos eles tentando sobreviver e reencontrar seus lugares no mundo após uma perda que ninguém espera passar.
Em “Juntos Pelo Acaso”, similarmente, temos pessoas tentando se encontrar, temos pessoas tentando sobreviver a uma perda, temos pessoas tentando estabelecer uma conexão umas com as outras. Temos também situações clichês, temos também aquela sensação de que sabemos como tudo vai terminar. Entretanto, temos, ao mesmo tempo, a sensiblidade e o olhar um tanto real de Greg Berlanti. É por causa dele que histórias como as contadas em “Everwood” e “Juntos Pelo Acaso” ultrapassam aquele senso comum e nos comovem de uma forma que é tão verdadeira, que nem a gente chega direito a compreender o por quê de isso estar acontecendo. E é justamente isto que caracteriza uma experiência que eu chamo de especial – e, quando acontece da gente vivê-la, é tão bom.
O elemento mais importante de “Nome Próprio” é a atuação de Leandra Leal. A atriz se entrega a tal ponto ao papel que, chega num momento, nós não conseguimos mais enxergá-la no filme. Tudo o que vemos é pura Camila, a paixão que ela coloca naquilo que faz e como ela banca todas as suas escolhas – por mais difíceis que elas sejam. Há que se destacar também a estética do longa. O diretor Murilo Salles foi quem fez todo o trabalho de câmera e os momentos flagrados por ele são invasivos, reais e incômodos. No entanto, nada disfarça a sensação de que “Nome Próprio” necessitava de uma liga maior, algo que conectasse de forma mais fácil tudo aquilo que vemos em tela.
Sabe aquele filme que te dá uma sensação de nostalgia gostosa, como se você estivesse assistindo a uma daquelas comédias adolescentes dos anos 80/90? “De Volta ao Baile”, dirigido por Alex Hardcastle, é uma dessas obras. Neste filme, Rebel Wilson interpreta Stephanie, uma líder de torcida extremamente popular no colégio, que acorda após um coma de 20 anos.
Ou seja, enquanto as pessoas que estavam ao seu redor cresceram e a realidade que ela conhecia modificou-se por completo, Stephanie acorda com a sensação de que o seu mundo ainda é o mesmo. Por isso, ela retorna ao colégio onde estudava para, não só concluir o ensino médio, como alcançar o seu grande sonho: o de ser a rainha do baile de formatura.
Boa parte da graça de “De Volta ao Baile” está no confronto entre a realidade que Stephanie acredita viver - afinal, na mente dela, ela ainda está em 2002 -; e o mundo que ela encontra quando ela acorda, completamente dominado pelas redes sociais, pelo politicamente correto, pelos estereótipos, pelo combate ao bullying, dentre outros.
Em outras palavras, a adaptação de Stephanie terá que ser dupla: enquanto ela tenta se reencontrar na sua própria vida, ela tem também que aprender a conviver com uma realidade para a qual ela não se preparou.
Como disse no início desta resenha crítica, “De Volta ao Baile”, principalmente para quem, como eu, cresceu assistindo a filmes como “Quero Ser Grande”, “De Repente 30” e “17 Outra Vez”, traz uma sensação gostosa de déjà vu. A obra é extremamente divertida e conta com outro ponto importante a seu favor: Rebel Wilson e sua Stephanie sabem rir de si mesmas e têm algo que é fundamental em longas como este: elas se viram no 30. “De Volta ao Baile” é um filme que nos entrega tudo aquilo que ele promete.
Baseado no livro homônimo escrito por Jandy Nelson (responsável também pela adaptação da história ao cinema), o filme “O Céu Está em Todo Lugar”, dirigido por Josephine Decker, é uma obra que nos fala sobre o luto, tendo como ponto de vista o de Lennie (Grace Kaufman), que tem 17 anos, e perdeu a sua única irmã - e melhor amiga - Bailey (Havana Rose Liu).
Portanto, o filme segue o turbilhão emocional de uma adolescente prestes a vivenciar uma fase de transição importante na sua vida pessoal (o último ano do colégio e a consequente ida à faculdade), ao mesmo tempo em que ela lida com a descoberta do primeiro amor e com a perda de alguém que ela tanto amava e as consequências que isso também terá nos seus planos pessoais.
Como se não bastasse tanto peso em cima de uma jovem de 17 anos, “O Céu Está em Todo Lugar” ainda coloca mais responsabilidades em cima de Lennie, que parece ser o ponto mais lúcido de um peculiar núcleo familiar (formado pela avó interpretada por Cherry Jones e pelo tio interpretado por Jason Segel); e o ponto de apoio de Toby (Pico Alexander), o namorado de Bailey, que encontra nela alguém que compreende o que ele está sentindo.
O curioso em “O Céu Está em Todo Lugar” é que o filme retrata essa montanha russa emocional por meio de uma linguagem imaginativa, em certos pontos poética, que lembra muito algo saído da série “Pushing Daisies” (alguém lembra?). Uma pena que as intenções aqui parecem ser melhores do que os resultados obtidos pela diretora Josephine Decker. “O Céu Está em Todo Lugar” quer encantar, mas acaba entediando.
Considerado o primeiro milionário da indústria de entretenimento nos Estados Unidos, o empresário Phineas Taylor Barnum, ou P.T. Barnum, como foi mais conhecido, alcançou o sucesso quando fundou, em Nova York, no início do século XIX, uma companhia de circo que deu origem a um show bastante popular e que tinha a sua essência na apresentação de curiosidades humanas - ou seja, figuras que eram consideradas bizarras pelos seus semelhantes.
A história de P.T. Barnum (interpretado por Hugh Jackman) nos é contada no filme “O Rei do Show”, que marca a estreia de Michael Gracey (conhecido pela direção de videoclipes) como diretor de um longa-metragem. A escolha pelo gênero musical foi muito feliz pelo fato de que P.T. Barnum era uma personalidade que exaltava o espetáculo, então, contar a sua trajetória como um grande show foi um acerto.
O roteiro escrito por Jenny Bicks e Bill Condon exalta as características pessoais de P.T. Barnum. De origem humilde, filho de um alfaiate, a sua jornada, principalmente, foi em busca de aceitação. E, nesse ponto, está a grande contradição que podemos enxergar em Barnum. Em busca de ser aceito, de chamar a atenção para si mesmo e para os seus negócios, ele fez uso das pessoas: primeiro, daqueles que formavam as curiosidades humanas; segundo, do sócio Phillip Carlyle (Zac Efron); e, por fim, da cantora de ópera Jenny Lind (Rebecca Ferguson).
Isto permite com que “O Rei do Show” faça uma pequena reflexão sobre os (altos) preços que pagamos para conseguir aquilo que mais desejamos - e se isto vale a pena ser vivido. Porém, o objetivo de “O Rei do Show” não é esse. E sim, fazer uma grande celebração sobre a arte e sobre aqueles que se dedicam a fazê-la. Por isso, reforçando, o grande acerto de “O Rei do Show” é nos contar esta história como um musical - ainda que sem aquele brilho de outros longas do gênero.
Violência Gratuita
3.4 1,3K“Violência Gratuita” é um filme que é descendente direto de obras como “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick, e “Clube da Luta”, de David Fincher. Os três filmes lançam um olhar sobre a violência urbana e sobre o lado podre do ser humano. Os longas mostram que a violência não tem rosto, nome, jeito ou razão de ser. Ela está imbuída dentro de nós, de diversas maneiras.
No caso particular de “Violência Gratuita”, o que mais impressiona é que, apesar de seu título, Michael Haneke não faz um filme sensacionalista e que abusa de cenas que seriam insuportáveis de se conferir. As ações mostradas são todas sutis (na medida do possível) e não seguem um planejamento fixo. Tudo o que vemos, em tela, é fruto de ação e reação – por isso, o elemento mais importante de “Violência Gratuita” é o seu elenco, especialmente Naomi Watts e Michael Pitt, que são a pura expressão de todos os sentimentos que nos são decorrentes durante a exibição do filme.
Super-Herói: O Filme
2.5 838É importante frisar que, apesar de ser uma paródia, “Super-Herói – O Filme” tem muitos elementos que o diferem de filmes como “Espartalhões” e “Uma Comédia Nada Romântica”. A começar pelo roteiro do filme, que tem uma estrutura narrativa bem definida, sem espaços para aquelas gags que tanto irritam. No entanto, a principal delas é a presença de um elenco que é formado por atores com o mínimo de talento para a atuação. Você vê o esforço deles em apresentar tudo o que vemos na tela – “Super-Herói – O Filme”, no fundo, é uma obra muito sem-graça – sem parecer que estão fazendo algo que, na realidade, é ridículo.
Cha Cha Real Smooth - O Próximo Passo
3.8 75 Assista AgoraAo final de “Cha Cha Real Smooth: O Próximo Passo”, filme dirigido, escrito e estrelado por Cooper Raiff, eu fui invadida por uma sensação de melancolia. A tristeza pelo que poderia ter sido. O desânimo por, nem sempre, a vida corresponder àquilo que a gente espera dela. A certeza de que experiências como as que Andrew (Raiff), Domino (Dakota Johnson), e tantas outras personagens do filme vivem, são justamente aquelas que nos moldam como pessoas.
O filme é centrado na volta de Andrew, que tem 22 anos, à sua cidade natal, após a conclusão da faculdade. Sem conseguir se firmar, ainda, profissionalmente, ele vai se desenrolando em um emprego temporário e em outros bicos; ao mesmo tempo em que serve de referência ao irmão mais novo, David (Evan Assante).
Enquanto atua como animador dos bar mitzvah dos colegas de escola de seu irmão, o filme aprofunda o relacionamento que Andrew estabelece com Domino, que é a jovem mãe de Lola (Vanessa Burghardt), que é portadora de autismo. Embora foque na conexão existente entre todos eles, o que “Cha Cha Real Smooth” revela é que a nossa trajetória, na forma como ela se desenha para nós, exige a responsabilidade da gente tomar a decisão correta, o que nem sempre significará a nossa felicidade.
Por isso mesmo, o que faz de “Cha Cha Real Smooth” um filme especial é o seu caráter autêntico. A maneira como o filme apresenta a jornada desses personagens (que lidam com o medo, com a descoberta de sentimentos, a insegurança, a impetuosidade, o amadurecimento e o desejo de segurança) faz com que a gente se identifique imediatamente com cada um deles. Afinal, quem nunca teve que colocar a razão em prioridade, ao invés do coração?
Casa Gucci
3.2 707 Assista AgoraOnde se tem (muito) dinheiro, tenha uma certeza: você irá encontrar ambição, intriga, traição, cobiça… Todos esses elementos fazem parte da história que iremos acompanhar em “Casa Gucci”, filme dirigido por Ridley Scott, e baseado no livro homônimo que conta a trajetória do clã familiar criador da casa de moda de luxo italiana.
Assistindo a “Casa Gucci”, percebemos o quanto a evolução da grife Gucci está entrelaçada com as tramas familiares. Ao passo em que se torna uma marca mundialmente conhecida, as intrigas familiares crescem proporcionalmente, sempre envolvendo uma disputa pelo poder e pelo controle dos milhões de dólares provenientes da empresa.
Interessante perceber também como o roteiro escrito por Becky Johnston e Roberto Bontivegna faz o enlace entre família e negócios, tendo como marco temporal principal o casamento entre Maurizio Gucci (Adam Driver) e Patrizia Reggiani (Lady Gaga, numa ótima performance). A ascensão de Patrizia como uma Gucci, pelo casamento, e a sua visão predatória e particular sobre a maneira como ela acreditava que o marido deveria se portar diante da família e, por consequência, do negócio, são um símbolo perfeito para ilustrar as consequências danosas da ganância, principalmente quando ela se manifesta em relações construídas tendo como base a desconfiança.
Quando da sua estreia, “Casa Gucci” dividiu a crítica especializada, que viu o filme como uma grande alegoria - principalmente por causa das interpretações e dos sotaques exagerados. Particularmente, eu vejo estes pontos como favoráveis dentro do propósito do longa. Se Ridley Scott cometeu algum erro aqui foi no desenvolvimento da sua história, principalmente no ato final, que se conclui apressadamente.
O Diário de uma Babá
3.3 536Colocando no papel, a impressão que se tem é a de que “O Diário de uma Babá” é um filme super sério. Ledo engano. O roteiro da película é irônico, mas nunca perde aquele senso de verossimilhança. Chega até a ser uma surpresa ver que este é o projeto seguinte da dupla Shari Springer Berman e Robert Pulcini após o excelente “Anti-Herói Americano”. “O Diário de uma Babá” é um filme cativante e cujo maior ponto forte é o seu excelente elenco – o qual é acima da média se comparado aos outros filmes do mesmo gênero.
Entre o Céu e o Inferno
3.7 345 Assista AgoraAssim como fez no seu trabalho anterior, “Ritmo de um Sonho”, o diretor e roteirista Craig Brewer usa a música como voz de personagens oprimidos. Se o rap era o ritmo em que Djay (Terrence Howard, numa atuação que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator) fazia uma crônica de seu dia-a-dia como “pimp” (cafetão); em “Entre o Céu e o Inferno”, o blues entra em cena. É nesse gênero musical, que surgiu dos lamentos dos amores perdidos, que Lazarus encontra a verdadeira purificação e mostra o caminho da libertação para Rae.
O Fim da Escuridão
3.4 435Apesar dos problemas no roteiro, “O Fim da Escuridão” acaba sendo uma experiência cinematográfica assistível por causa da volta de Mel Gibson em um papel que lhe cabe muito bem e, principalmente, porque o diretor Martin Campbell (responsável pela revitalização de James Bond em “007 – Cassino Royale”) sabe conduzir uma trama como essa – preste atenção a algumas cenas surpreendentes,
como o atropelamento da amiga de Emma, que é um daqueles momentos em que você, literalmente, pula da cadeira
A Teta Assustada
3.7 171Um dos cinco filmes indicados ao Oscar 2010 de Melhor Filme Estrangeiro, “A Teta Assustada” chamou a atenção da indústria ao ganhar o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2009. Dirigido com sensibilidade por Claudia Llosa, o longa encontra um eixo no rosto forte e, ao mesmo tempo, melancólico de Magaly Solier. No final, esta é uma obra sobre amor (a tia de Fausta tem uma empresa que organiza casamentos para pessoas simples e vemos muitas cerimônias assim no decorrer do filme) e, principalmente, sobre o fato de que Fausta só será capaz de encontrá-lo quando ela compreender a sua própria raiz e aquilo que a define.
O Bicho Vai Pegar
3.1 204Como em todo outro filme de animação, “O Bicho Vai Pegar” se apóia no carisma de seus personagens principais para ganhar a simpatia da platéia. Por outro lado, é muito fácil para nós nos identificarmos com a jornada de Boog. No entanto, o filme não adiciona nenhum elemento novo a uma história que já foi contada de diversas maneiras no cinema – a mais clássica delas seria a viagem de Dorothy por um mundo mágico até voltar para a casa de seus tios no Kansas em “O Mágico de Oz”, filme do diretor Victor Fleming.
Spencer
3.7 569 Assista AgoraEm uma determinada cena de “Spencer”, filme dirigido por Pablo Larraín, um dos poucos momentos, aliás, em que Diana (Kristen Stewart) encara Charles (Jack Farthing), ele olha para ela e diz que sempre irão existir duas pessoas dentro de nós mesmos. No caso deles, “há a pessoa real, e há a pessoa que eles tiram fotos”.
No que diz respeito à Diana, a sua persona pública (a que eles tiram fotos) era magnética, sedutora, amada pelo seu povo. Já a sua persona privada era um mistério que, nem mesmo as suas entrevistas mais reveladoras ou as suas biografias (autorizadas ou não), puderam evidenciar.
O roteiro de “Spencer”, que foi escrito por Steven Knight, se passa nos feriados de final de ano de 1991, período que antecede o ano de 1992, que foi o divisor de águas na história e no casamento entre Diana e Charles - na medida que a separação deles se tornou pública e em que foi lançada uma das biografias sobre a Princesa (a escrita por Andrew Morton), que foi considerada uma verdadeira bomba pela Família Real.
A Diana que o filme de Pablo Larraín nos revela é uma mulher extremamente vulnerável emocionalmente, infeliz com a vida que leva, e que se sente sufocada em relação aos seus papéis sociais e à função que ela desempenha na realeza. Para fazer uma analogia, a sensação que eu tive ao assistir Diana aqui foi a de que ela era uma panela de pressão prestes a explodir - como assim aconteceu em 1992.
Existem alguns elementos interessantes em “Spencer”. O paralelo entre a trajetória de Diana e de Ana Bolena (a segunda esposa do rei Henrique VIII) - as duas, figuras controversas na história da Monarquia inglesa - é um deles. O outro é o que ilustra a relação entre Diana e a comida (é público e notório que ela tinha bulimia), que reflete também o seu desejo de autodestruição e o seu esfarelamento emocional.
Porém, o principal deles é a atuação de Kristen Stewart, merecidamente indicada ao Oscar 2022 de Melhor Atriz. Com seu trabalho em “Spencer”, Stewart marca seu nome entre as grandes atrizes do cinema atual. Por sua vez, Pablo Larraín, assim como fez com “Jackie”, nos consegue deixar mais próximo de uma grande dama da política moderna, com mais um ótimo estudo de personagem.
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura
3.5 1,2K Assista AgoraO multiverso tem sido um recurso narrativo cada vez mais utilizado no universo da Marvel. A ideia de um conjunto de universos possíveis é bem condizente, aliás, com os caminhos escolhidos pelas obras (sejam elas televisivas ou cinematográficas) do estúdio. “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, filme dirigido por Sam Raimi, coloca este conceito em primeiro plano, na medida em que insere a sua personagem principal numa trama em que a dominação sobre as portas que abrem o Multiverso está em disputa.
Neste sentido, o Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) é uma personagem adequada para enfrentar esta batalha. O Mestre das Artes Místicas e Mago Supremo tem as qualidades necessárias (inteligência e magia) para poder, não só manipular o tempo e o espaço, como também escapar das armadilhas do Darkhold - um livro que contém diversos poderes e conhecimentos, quase sempre utilizados para o lado do mal.
O papel do Doutor Estranho em “Multiverso da Loucura” nada mais é do que impedir que o controle sobre o Multiverso e a capacidade de viajar pelos diversos universos - representados aqui pelo poder concentrado por America Chavez (Xochitl Gomez) - caia nas mãos erradas e nos propósitos errados, e se transforme numa ameaça para a humanidade.
Assim como visto também em outras obras recentes da Marvel, “Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura” faz pontes com outras produções do estúdio, notadamente a série “Wandavision” (tendo em vista o papel importante que Wanda e a Feiticeira Escarlate, interpretadas por Elizabeth Olsen, possuem para esta trama). Neste ponto, reside a minha única crítica ao filme: ao supor que os espectadores já assistiram à série e a outros produtos em que os temas tocados aqui são abordados, “Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura” fica com um ruído de comunicação. Confesso que precisei pesquisar para poder entender as intertextualidades presentes no filme.
Um Parto de Viagem
3.3 1,4K Assista AgoraComo “Se Beber, Não Case!” foi um estrondoso sucesso, muito se era esperado deste “Um Parto de Viagem”. O filme começou bem a sua trajetória nos cinemas norte-americanos, ainda mais depois de ter conquistado um Hollywood Awards de Melhor Ator Cômico para Zach Galifianakis. Após assistirmos o filme, ficam duas sensações: a primeira é de que esta é uma obra inferior ao maior sucesso de Todd Phillips; a segunda é a de que Galifianakis é merecedor de qualquer elogio que receba. Ele ofusca totalmente a figura de Robert Downey Jr. O filme é todo dele!
Motoqueiros Selvagens
3.2 456 Assista Agora“Motoqueiros Selvagens” tem alguns bons momentos e todos eles acontecem no segundo ato do filme, quando Doug, Woody, Bobby e Dudley estão na cidade de Madrid (não confundir com a capital espanhola), participando de uma festa temática e tentando fugir das encrencas que arrumaram com o grupo de Jack. No mais, o filme repete uma série de clichês dos filmes que abordam a situação de homens que estão em uma crise de meia-idade e que querem reencontrar a imprevisibilidade da juventude. “Motoqueiros Selvagens” pode não ser uma obra permanente como “Sem Destino”, mas, definitivamente, não vai passar vergonha dentre os lançamentos do ano de 2007.
Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraQuando completa 21 anos, Tim (Domhnall Gleeson) recebe uma revelação do seu pai (Bill Nighy): a de que ele, assim como seus antecessores do sexo masculino, possui o dom de viajar no tempo.
A descoberta do dom de viajar no tempo, para Tim, vem acompanhada de mudanças em sua vida pessoal: a transferência para Londres, onde ele vai exercer a profissão de advogado e espera encontrar um amor para acalmar os dias solitários.
A partir do momento em que sua trajetória se cruza com a de Mary (Rachel McAdams), o verdadeiro propósito de “Questão de Tempo”, filme dirigido e escrito por Richard Curtis, se revela, não só para Tim, como para nós, da plateia.
“Questão de Tempo” não é um filme que utiliza o recurso do “loop temporal” como uma ilustração para aprenderemos sobre como não devemos mexer com o nosso futuro, pois não sabemos as consequências que isso terá.
No caso da comédia romântica de Richard Curtis, o “loop temporal” é uma justificativa para que Tim aprenda a se relacionar, ele mesmo, com o tempo, de uma forma que ele compreenda como pode utilizar o seu dom de uma forma ética e que não comprometa tudo aquilo pelo qual ele lutou para construir, pelo qual ele se sente tão grato e feliz por ter conquistado.
Por fim, “Questão de Tempo” é uma daquelas comédias românticas deliciosas de se assistir, com momentos fofos, emocionantes e de dificuldades - assim como é a vida que Tim (ou qualquer um de nós) tanto se esforça em viver.
Número 23
3.4 1,7K Assista AgoraO roteiro de Fernley Phillips tem uma premissa muito interessante (a de que são as nossas escolhas que nos definem, e não os números ou os adjetivos que recebemos ao longo de nossas vidas) e vai sendo bem desenvolvida até, mais ou menos, o quarto final de “Número 23”. O diretor Joel Schumacher, um dos mais instáveis na indústria cinematográfica, executa bem a sua história, mas peca por ter deixado passar os elementos mais fracos do roteiro de Phillips, e que se encontram justamente na última reviravolta que a trama oferece. Um final hipócrita demais, do tipo “faça a coisa certa”. Uma interpretação caricata de Jim Carrey. São elementos suficientes para fazer com que os cinéfilos fiquem longe de “Número 23”.
Ao Entardecer
3.5 244O filme marca a estréia na direção de Lajos Koltai, diretor de fotografia de obras como “Adorável Julia”, “Maléna” e “Sunshine – O Despertar de uma Nação”. “Ao Entardecer” tem uma boa técnica e um elenco competente. Porém, o longa encontra problemas em seu roteiro. A história que nos é apresentada possui uma complexa estrutura, com várias linhas de tempo simultâneas e o passado se confundindo com o presente. A edição de Allyson C. Johnson faz transições muito bruscas entre um segmento e outro. A boa notícia é que isto não afeta a bela mensagem que a obra quer passar.
Deserto Particular
3.8 183 Assista Agora“Deserto Particular”, filme dirigido e co-escrito por Aly Muritiba, se divide em duas linhas narrativas, cada qual com o ponto de vista particular de suas personagens, para nos relatar a história de um encontro entre dois homens que estão em busca dos seus lugares no mundo.
Daniel (Antonio Saboia) é um policial militar que vive em Curitiba, que trabalha na parte de instrução de novos recrutas, e que é cuidador do pai portador de uma doença degenerativa. Robson (Pedro Fasanaro) é um jovem que vive em uma cidade do interior da Bahia e que vive às voltas com os desafios de ser um homossexual num local como esse, numa família preconceituosa e religiosa.
De uma certa maneira, as vidas que Daniel e Robson vivenciam estão envoltas em camadas que estão escondidas daqueles que lhes são mais próximos. Num mundo altamente conectado, os dois se alcançam virtualmente em encontros virtuais em que Robson se apresenta como Sara, por quem Daniel se apaixona e por quem ele busca após ver tudo aquilo que ela acredita e lhe dá sustento perdendo o sentido.
“Deserto Particular”, como dissemos no início da nossa resenha crítica, é um filme sobre dois homens em busca de si mesmos, em busca dos seus futuros, em busca da liberdade daquilo que os amarram, e em busca da felicidade. É muito bonito ver a maneira como a construção, tanto de Daniel, como Robson, se desnuda diante de nossos olhos. As atuações de Antonio Saboia e de Pedro Fasanaro (dois atores em seus primeiros papeis de destaque em longas-metragens) são o ponto alto de um longa sensível e que foi o representante do Brasil na disputa por uma indicação ao último Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Estranho Mas Verdade
3.0 80 Assista AgoraImagine a seguinte situação: a ex-namorada (Margaret Qualley) de seu falecido filho (Connor Jessup) chega na sua casa, cinco anos após o falecimento dele, para dizer que está grávida dele. Estranho, né? Se isso será verdade ou não é sobre o que irá se debruçar a trama de “Estranho Mas Verdade”, filme dirigido por Rowan Athale.
A notícia trazida por Melissa serve como um propósito para a família de Ronnie (o jovem falecido) - formada pelo pai Richard (Greg Kinnear), a mãe Charlene (Amy Ryan) e o irmão Philip (Nick Robinson) - encarar os traumas e os sentimentos que eles evitaram encarar após a morte dele.
Para Melissa, a sua jornada é uma oportunidade e um instrumento para que ela também possa se libertar do sofrimento e, ao mesmo tempo, ajudar a família do ex-namorado a seguir em frente após tão dolorosa perda.
“Estranho Mas Verdade” é um filme que, apesar de sua trama estapafúrdia, tem ótimas performances e bons momentos, principalmente enquanto o roteiro escrito por Eric Garcia (tendo como base o livro escrito por John Searles) se dedica ao mistério da gravidez de Melissa. Uma pena que o longa se perca a partir do instante em que se entrega às já tradicionais reviravoltas que são esperadas de um filme do gênero de suspense.
Um Dia Para Sempre
2.7 8 Assista AgoraHá quatro anos, Zazie (Alicia von Rittberg) dormiu com seu melhor amigo, Philipp (Tim Oliver Schultz). Incapaz de lidar com os sentimentos e as consequências desse ato, Zazie se afastou completamente de Philipp, não falando mais com ele. Ao receber, inesperadamente, o convite de casamento de Philipp com Franziska (Emilia Schüle), outra amiga de infância dos dois, Zazie toma uma drástica decisão: a de impedir o casamento deles.
“Um Dia Para Sempre!”, filme dirigido e escrito por Maggie Peren, não nos oferece motivos plausíveis sobre o por quê de Zazie querer impedir o casamento de Philipp e Franziska. Seria um ato impulsivo - e emocional? Seria uma vingança por Franziska tê-la tratado mal na infância? Seria um arrependimento por ela não ter enfrentado seus sentimentos quando dormiu com o amigo? Ou seria um simples capricho?
A verdade é que, na medida em que Zazie revive dia após dia o casamento de Philipp e Franziska (devido a um loop temporal), e vai tentando impedir o enlace deles, chegamos à conclusão de que os atos de Zazie são motivados, na realidade, pelo fato de ela ter medo. Medo de se entregar aos sentimentos, medo de se relacionar com o outro, medo de se decepcionar. Ao parecer descolada e ao se apegar à sua decisão de privilegiar a amizade ao amor, Zazie, na realidade, ficou só e sem laços fortes com outras pessoas.
É justamente esse o aprendizado que a personagem terá no decorrer de “Um Dia Para Sempre!”: o de se livrar do medo de amar e de se abrir ao novo e ao frio na barriga que só quem já sentiu ao ver a pessoa amada sente.
Juntos Pelo Acaso
3.6 1,7K Assista AgoraNúcleos familiares fragmentados, em que se têm pessoas buscando coisas diferentes em momentos de vida distintos, é meio que uma especialidade do diretor Greg Berlanti. Em “Everwood”, por exemplo, seriado que ele criou para a Warner Channel dos EUA em 2002 e que durou 4 temporadas, tínhamos um pai que obriga seus dois filhos a viver em circunstâncias que eles não queriam após a morte da esposa/mãe. “Everwood” falava, basicamente, sobre a tentativa de um pai de se reconectar à seus filhos e sobre todos eles tentando sobreviver e reencontrar seus lugares no mundo após uma perda que ninguém espera passar.
Em “Juntos Pelo Acaso”, similarmente, temos pessoas tentando se encontrar, temos pessoas tentando sobreviver a uma perda, temos pessoas tentando estabelecer uma conexão umas com as outras. Temos também situações clichês, temos também aquela sensação de que sabemos como tudo vai terminar. Entretanto, temos, ao mesmo tempo, a sensiblidade e o olhar um tanto real de Greg Berlanti. É por causa dele que histórias como as contadas em “Everwood” e “Juntos Pelo Acaso” ultrapassam aquele senso comum e nos comovem de uma forma que é tão verdadeira, que nem a gente chega direito a compreender o por quê de isso estar acontecendo. E é justamente isto que caracteriza uma experiência que eu chamo de especial – e, quando acontece da gente vivê-la, é tão bom.
Nome Próprio
3.3 294 Assista AgoraO elemento mais importante de “Nome Próprio” é a atuação de Leandra Leal. A atriz se entrega a tal ponto ao papel que, chega num momento, nós não conseguimos mais enxergá-la no filme. Tudo o que vemos é pura Camila, a paixão que ela coloca naquilo que faz e como ela banca todas as suas escolhas – por mais difíceis que elas sejam. Há que se destacar também a estética do longa. O diretor Murilo Salles foi quem fez todo o trabalho de câmera e os momentos flagrados por ele são invasivos, reais e incômodos. No entanto, nada disfarça a sensação de que “Nome Próprio” necessitava de uma liga maior, algo que conectasse de forma mais fácil tudo aquilo que vemos em tela.
De Volta ao Baile
2.8 258Sabe aquele filme que te dá uma sensação de nostalgia gostosa, como se você estivesse assistindo a uma daquelas comédias adolescentes dos anos 80/90? “De Volta ao Baile”, dirigido por Alex Hardcastle, é uma dessas obras. Neste filme, Rebel Wilson interpreta Stephanie, uma líder de torcida extremamente popular no colégio, que acorda após um coma de 20 anos.
Ou seja, enquanto as pessoas que estavam ao seu redor cresceram e a realidade que ela conhecia modificou-se por completo, Stephanie acorda com a sensação de que o seu mundo ainda é o mesmo. Por isso, ela retorna ao colégio onde estudava para, não só concluir o ensino médio, como alcançar o seu grande sonho: o de ser a rainha do baile de formatura.
Boa parte da graça de “De Volta ao Baile” está no confronto entre a realidade que Stephanie acredita viver - afinal, na mente dela, ela ainda está em 2002 -; e o mundo que ela encontra quando ela acorda, completamente dominado pelas redes sociais, pelo politicamente correto, pelos estereótipos, pelo combate ao bullying, dentre outros.
Em outras palavras, a adaptação de Stephanie terá que ser dupla: enquanto ela tenta se reencontrar na sua própria vida, ela tem também que aprender a conviver com uma realidade para a qual ela não se preparou.
Como disse no início desta resenha crítica, “De Volta ao Baile”, principalmente para quem, como eu, cresceu assistindo a filmes como “Quero Ser Grande”, “De Repente 30” e “17 Outra Vez”, traz uma sensação gostosa de déjà vu. A obra é extremamente divertida e conta com outro ponto importante a seu favor: Rebel Wilson e sua Stephanie sabem rir de si mesmas e têm algo que é fundamental em longas como este: elas se viram no 30. “De Volta ao Baile” é um filme que nos entrega tudo aquilo que ele promete.
O Céu Está em Todo Lugar
3.0 15 Assista AgoraBaseado no livro homônimo escrito por Jandy Nelson (responsável também pela adaptação da história ao cinema), o filme “O Céu Está em Todo Lugar”, dirigido por Josephine Decker, é uma obra que nos fala sobre o luto, tendo como ponto de vista o de Lennie (Grace Kaufman), que tem 17 anos, e perdeu a sua única irmã - e melhor amiga - Bailey (Havana Rose Liu).
Portanto, o filme segue o turbilhão emocional de uma adolescente prestes a vivenciar uma fase de transição importante na sua vida pessoal (o último ano do colégio e a consequente ida à faculdade), ao mesmo tempo em que ela lida com a descoberta do primeiro amor e com a perda de alguém que ela tanto amava e as consequências que isso também terá nos seus planos pessoais.
Como se não bastasse tanto peso em cima de uma jovem de 17 anos, “O Céu Está em Todo Lugar” ainda coloca mais responsabilidades em cima de Lennie, que parece ser o ponto mais lúcido de um peculiar núcleo familiar (formado pela avó interpretada por Cherry Jones e pelo tio interpretado por Jason Segel); e o ponto de apoio de Toby (Pico Alexander), o namorado de Bailey, que encontra nela alguém que compreende o que ele está sentindo.
O curioso em “O Céu Está em Todo Lugar” é que o filme retrata essa montanha russa emocional por meio de uma linguagem imaginativa, em certos pontos poética, que lembra muito algo saído da série “Pushing Daisies” (alguém lembra?). Uma pena que as intenções aqui parecem ser melhores do que os resultados obtidos pela diretora Josephine Decker. “O Céu Está em Todo Lugar” quer encantar, mas acaba entediando.
O Rei do Show
3.9 898 Assista AgoraConsiderado o primeiro milionário da indústria de entretenimento nos Estados Unidos, o empresário Phineas Taylor Barnum, ou P.T. Barnum, como foi mais conhecido, alcançou o sucesso quando fundou, em Nova York, no início do século XIX, uma companhia de circo que deu origem a um show bastante popular e que tinha a sua essência na apresentação de curiosidades humanas - ou seja, figuras que eram consideradas bizarras pelos seus semelhantes.
A história de P.T. Barnum (interpretado por Hugh Jackman) nos é contada no filme “O Rei do Show”, que marca a estreia de Michael Gracey (conhecido pela direção de videoclipes) como diretor de um longa-metragem. A escolha pelo gênero musical foi muito feliz pelo fato de que P.T. Barnum era uma personalidade que exaltava o espetáculo, então, contar a sua trajetória como um grande show foi um acerto.
O roteiro escrito por Jenny Bicks e Bill Condon exalta as características pessoais de P.T. Barnum. De origem humilde, filho de um alfaiate, a sua jornada, principalmente, foi em busca de aceitação. E, nesse ponto, está a grande contradição que podemos enxergar em Barnum. Em busca de ser aceito, de chamar a atenção para si mesmo e para os seus negócios, ele fez uso das pessoas: primeiro, daqueles que formavam as curiosidades humanas; segundo, do sócio Phillip Carlyle (Zac Efron); e, por fim, da cantora de ópera Jenny Lind (Rebecca Ferguson).
Isto permite com que “O Rei do Show” faça uma pequena reflexão sobre os (altos) preços que pagamos para conseguir aquilo que mais desejamos - e se isto vale a pena ser vivido. Porém, o objetivo de “O Rei do Show” não é esse. E sim, fazer uma grande celebração sobre a arte e sobre aqueles que se dedicam a fazê-la. Por isso, reforçando, o grande acerto de “O Rei do Show” é nos contar esta história como um musical - ainda que sem aquele brilho de outros longas do gênero.