Impossível deixar de exaltar a genialidade desse roteiro, pois foi preciso na sátira, críticas e na forma como explorou a divisão da sociedade moderna. O exagero está apenas no evento principal, porque as condutas dos personagens podem ser claramente vistas nas figuras reais que os inspiraram. DiCaprio brilha e muito, que ator fenomenal! O restante do elenco também esteve excelente e o Adam McKay deve abocanhar vários prêmios pela fantástica direção. Grande e pontual acerto da Netflix!
* Claro que, para quem a carapuça serviu, o filme é "fraco". É mais fácil hatear do que fazer uma análise autocrítica, afinal, a ignorância para alguns é uma dádiva.
Harry Potter teve um impacto único na vida de muitas pessoas, principalmente para quem cresceu com os livros e filmes, e este especial trouxe, esplendidamente, tudo isso à tona. Pareceu que o elenco realmente estava disposto a compartilhar suas lembranças e sentimentos de uma forma sincera, e a adição dos diretores foi fantástica, com cada um demonstrando sua visão dos respectivos filmes. Senti muita falta de três atores em particular, por tudo que representaram para a obra como um todo: Michael Gambon (Dumbledore), Maggie Smith (McGonagall) e David Thewlis (Lupin), mas a narrativa estava excelente.
* Uma pena que as recentes polêmicas envolvendo a J.K. Rowling prejudicou tanto a comemoração, pois a admiração de todos por ela é notável, mas claramente não havia clima para o reencontro com a criadora de HP.
A questão que fica é: Qual o objetivo da obra além de fazer dinheiro? Os elementos principais estão presentes, a continuação foi bem trabalhada, assim como os personagens, mas parece que a história, embora seja interessante, não se desenvolveu a ponto de justificar (por outros motivos) uma sequência. Com essa ressalva, 'Resurrections' é um excelente filme isoladamente, com roteiro inteligente e ácido, mantendo a base filosófica característica da franquia Matrix que, por ser revolucionária desde o início, apenas foi graficamente modernizada.
Curiosamente, o que me surpreendeu, de forma negativa, foi a direção da Lana Wachowski. Os enquadramentos estavam bastante estranhos, a câmera estava instável e os cortes em vários momentos foram apressados, como se ficasse no meio termo entre a transição lógico-imediata e posterior da cena. Enfim, sempre terão hates e elogios exagerados, então cabe a cada um tirar suas próprias conclusões.
'No Way Home' é perfeito por ser exatamente o filme que precisava ser: um encerramento factível para a primeira trilogia do Tom Holland, o amadurecimento do Peter Parker e do Homem-Aranha, uma introdução coerente do multiverso e o retorno muito bem aproveitado de diversos personagens (este ponto em especial é digno de fervorosos elogios, pois era uma tarefa difícil trabalhar tantos personagens por si só e, ainda, sem ofuscar o protagonista). Sim, tem bastante apelo à nostalgia e ao fan service, mas também tem momentos emocionantes, divertidos e repletos de ação dentro de uma história relativamente simples e concisa, mas que se encaixou contextualmente. Jon Watts mostrou um certo potencial na direção que se faz necessário, considerando que em breve dirigirá 'Fantastic Four', e os efeitos especiais, como sempre, estão incríveis. Reverei com toda a certeza!
* De todos os retornos, o do Andrew Garfield foi o que mais me emocionou. Ele era completamente apaixonado e dedicado em seu papel mas, mesmo tendo sido sabotado pelos roteiristas e pela Sony, entregou uma excelente performance. Em 'No Way Home' atuou de forma leve e sincera, como o espetacular aracnídeo que sempre foi.
Intensidade define bem 'Uncut Gems'. Uma sábia escolha dos Safdie's em usar e abusar do ritmo frenético e coeso, deixando a história se desenrolar por si mesma, sem a necessidade de maiores contornos além dos próprios personagens. Julia Fox e Kevin Garnett foram duas adições essenciais para a proposta do filme e se saíram muitíssimo bem em seus respectivos papéis e, claro, apesar de ter dado uma "nova faceta" ao Adam Sandler, não são raros trabalhos como este que vão mudar a perspectiva do público, mas ao menos mostra a possibilidade de o ator se reinventar. Netflix acertou em cheio nessa produção
Quando um filme não necessita explicitar cada acontecimento, porquanto são todos bem construídos em tela (em especial o contraste entre o que se passa no hotel e na floresta, e o objetivo de cada grupo), você percebe a genialidade do roteiro e da direção, que conseguem transmitir angústia, perplexidade e desconforto na mesma proporção. As metáforas são afiadíssimas e não estão tão distantes assim da realidade no que tange à busca pela compatibilidade com o(a) parceiro(a), gerando boas reflexões para quem curta uma vibe mais psicológica/existencialista/filosófica.
Chloé Zhao entregou um excelente filme e deixou suas marcas registradas, notadamente o aproveitamento do cenário e os belos enquadramentos, acrescentando uma das melhores coreografias em equipe de super-heróis. O design é muitíssimo elegante e repleto de traços delicados, os efeitos especiais foram bem trabalhos e a experiência geral foi bastante satisfatória e prazerosa.
Quanto à história, bem, o núcleo da Sersi/Ikaris é interessante, mas mesmo com a intenção de distribuir o tempo de tela entre os demais personagens, ainda assim faltou um certo desenvolvimento da equipe como um todo e especialmente do Druig (em que pese a motivação de cada um deles estar explícita, a exemplo de Kingo e Sprite). Ademais, acredito que deva-se pontuar que o humor está deslocado e não condiz com a gravidade da situação ou mesmo com a personalidade dos heróis, sem contar que os poderes destes aparentou estar "limitados", mas, no fim, vejo 'Eternos' apenas como uma ponte para a próxima fase do MCU e não acredito que uma sequência seja necessária.
* Kevin Feige errou demais ao criar hype para o filme, não há nada de revolucionário que justifique a mudança de postura cautelosa que ele sempre adota.
Acredito que o maior mérito de Shang-Chi é ser despretensioso ao mesmo tempo em que tem seus momentos de profundidade. O roteiro foi muito bem escrito, modernizando uma mitologia interessantíssima sem perder a originalidade da cultura chinesa, apenas resta saber como ela será incorporada ao MCU. Grata surpresa, principalmente pela criatividade no uso dos anéis, e inegavelmente é o filme de melhor coreografia da Marvel, inclusive ouso dizer que também é um dos melhores em termos de qualidade gráfica, mas, em que pese a direção do Cretton ter sido fantástica, senti que diversas transições de acontecimentos poderiam ser mais suaves e o elenco melhor aproveitado.
* Ben Kingsley, muito obrigado por ter aceitado retornar e concluir a jornada do Trevor, mesmo com todas as controvérsias de Iron Man 3.
Não é uma comédia exatamente brilhante, mas diverte bastante ao incorporar elementos recentes da cultura pop e aproveitar o hype de filmes voltados para jogos/realidade virtual. A equipe de produção como um todo fez um excelente trabalho, especialmente quanto ao CGI, e ao meu ver a verdadeira estrela é o Taika Waititi com sua atuação vilanesca despojada. Bom passatempo descompromissado para um domingo à tarde.
Assistir Dune no cinema é uma experiência magnífica, os efeitos visuais e sonoros são simplesmente estonteantes, vale muito a pena. Denis Villeneuve com seu perfeccionismo entregou exatamente o que se espera de um bom filme de ficção científica ao extrair o máximo da tecnologia disponível, contando com o ilustre aliado Hans Zimmer. Sem ter lido os livros, achei essa primeira parte muito bem feita e compassada, dando uma amostra do universo sem parecer superficial, mas ainda assim alimentando a curiosidade no público para as sequências.
* Chalamet tem um talento absurdo, de longe o melhor ator da sua geração, escolha acertadíssima para viver o Paul Atreides.
Todos os elementos característicos de um filme do 007 estão presentes, especialmente a qualidade cinematográfica, mas foi um desfecho decepcionante para a franquia, pois, ao invés de fecharem o ciclo da Spectre, optaram por inserir um vilão genérico e com propósitos genéricos (e não exatamente claros), não por demérito do Rami Malek, mas as entrevistas criaram expectativas em torno do Safin que não se corresponderam. Por outro lado, a Ana de Armas brilha, e muito, como Bond Girl, ao exalar um raro charme cativante.
Fukunaga apostou em um direção segura (e usou e abusou dos capangas "stormtrooper"), mas a equipe de roteiristas ficou aquém do reconhecido talento, o final é coerente e justo, porém a jornada poderia ter sido mais grandiosa. Enfim, Daniel Craig marcou seu nome na história ao criar uma versão única para esse personagem tão icônico, quem assumir o manto de James Bond certamente terá um grande desafio para superá-lo.
É um filme genérico de exploração que pouco se aprofunda na cultura local e, apesar de ter alguns bons momentos de entretenimento (miraram na comédia e aventura, não foram exatamente competente em nenhum deles), no fim pareceu mais uma tentativa da Disney de explorar o carisma, charme e talento do Dwayne Johnson do que de criar uma obra propriamente dita.
É perceptível o uso de CGI em praticamente tudo, e considerando que teve o mesmo orçamento de Viúva Negra, imagino que a equipe de programação foi bem recompensada, mas um ponto que verdadeiramente se destaca é a trilha sonora, excelente composições.
A história de Chiyo foi muito bem contada por meio de uma montagem narrativa que impressiona e encanta pela harmonia entre todos os elementos cinematográficos, poucas palavras além de sublime são capazes de descrever a fotografia e figurino. Rob Marshall dirige o filme com rara maestria e delicadeza, comandando excelentes atores e atrizes (Michelle Yeoh deslumbrante) como à uma orquestra. A temática sensível e controversa não apagam o fato de ser uma belíssima obra de arte.
Divertido e emocionante, o filme conquista facilmente por meio de uma dupla muitíssimo carismática (dublagem excepcional da Auli'i Cravalho e do Dwayne Johnson). As canções são excelentes (Lin Manuel Miranda como sempre fenomenal), o visual artístico possui belíssimas cores e um polimento suave, a história trás uma representatividade muito bacana e a obra em si demonstra que a Disney acertou em cheio ao investir na diversificação de suas heroínas.
Já estava achando sem brilho, mas a transformação repentina do protagonista em gênio criminoso do mal sepultou de vez minha percepção sobre o filme. No geral é possível extrair algumas lições sobre ações e consequências, mas, apesar da deficiência, a manipulação sofrida pelo Chris para participar do assalto foi no mínimo forçosa, não sei se em consequência do roteiro ou de sua execução, mas é fato que o elenco entregou uma boa performance, em que pese não ser um dos melhores trabalhos do Scott Frank.
* O assalto ao banco foi mal planejado pela produção. Se notarmos o posicionamento do cofre, era deveras improvável que o policial não suspeitasse de algo, sem contar a desaparição misteriosa do Chris após o conflito, mesmo com o Bone praticamente ao seu lado.
Traz ácidas críticas sociais, econômicas e raciais com o claro intuito de chocar a audiência, mas o ato final é bastante desconexo em termos narrativos, não exatamente por ser exacerbado (embora o roteiro tenha forçado previamente em algumas partes), mas porque a história vinha sendo construída de um modo mais pragmático apesar das pitadas de humor. As tentativas de superar as barreiras da originalidade e superficialidade, comuns nesse tipo de projeto, acabaram afetando a qualidade geral, mas há de se destacar o excelente elenco.
A primeira metade é deveras lenta, mas a partir do momento em que se percebe tal necessidade para desenvolver e amarrar a história, o filme se torna muito melhor, principalmente pela forma como trabalha os dilemas morais e motivações dos personagens. Além disso, a narração mais "poética" da Eleanor harmonizou bem com o estilo sombrio da fotografia e da direção do Neil Jordan, resultando em uma adaptação bastante digna, mas que infelizmente não obteve sucesso comercial apesar das críticas relativamente positivas.
* Me surpreende a falta de repercussão quanto à atuação da Gemma Arterton. Se fosse uma obra mais difundida, ela certamente abocanharia vários prêmios, pois sua performance está simplesmente incrível.
Grata surpresa alemã! A narrativa me conquistou desde o início devido ao modo como fora se encaixando através dos detalhes e da excelente direção do Michael Herbig, além de ser muito gratificante assistir uma biografia em que todo o elenco entrega uma performance sólida e crível com os reais acontecimentos. O nível de suspense e drama se mostrou equilibrado e condizente com cada parte da jornada, valendo destacar também a breve, mas ótima trilha sonora.
* Assistam aos créditos para conhecer os protagonistas verdadeiros e as condições em que tentaram fazer a travessia.
James Gunn, a partir de uma certa liberdade criativa e do aprendizado com os diversos erros do David Ayer, transformou este 'Suicide Squad' em exatamente o que se espera dessa categoria de filme: cenas repletas de ação, humor e aleatoriedade em uma história direta e descomplicada. A trilha sonora e os efeitos especiais complementam muitíssimo bem as atuações desse ótimo elenco, não sendo exagero dizer que é uma das melhores obras da DC (se bem que a concorrência é reconhecidamente fraca, rs). Estou curioso para saber como a franquia vai se reinventar nos próximos títulos.
* Warner Bros continua com seu hábito de proteger sua mina de ouro chamada Harley Quinn (que a esse ponto parece ser invencível), mas ao menos as mortes nessa sequência foram bem "plausíveis" e pontuais.
Esse é um filme que eu sinceramente gostaria de ter presenciado o processo de criação porque, aparentemente, os roteiristas e produtores deduziram que todos os espectadores leram os livros da saga. O início é aleatório, sequer se dignando a apresentar o universo e os personagens, deixando diversas dúvidas que não foram sanadas dentro dos 95m de duração, especialmente em relação ao 'Man In Black' (De onde ele surgiu? Qual a extensão de seus poderes?) e à 'Dark Tower'.
A única coisa que se salva são as cenas de luta com o Idris Elba, talvez os efeitos especiais, mas estes são inconstantes nas tomadas abertas. Mesmo o excelente McConaughey teve seu potencial vilanesco desperdiçado nas mãos do Nikolaj Arcel que, de quebra, ainda conduziu muito mal a interação entre o Roland e o Jake (determinados momentos quase te fazem desistir de continuar assistindo de tão insuportáveis).
A lição que fica é que não se pode simplesmente adaptar uma grande obra literária pensando a longo prazo sem antes fundar a base da franquia nos cinemas através do 1º. filme (vide Percy Jackson), sob pena de condenar totalmente o projeto. Ademais, o Stephen King tem sua parcela de culpa por ter participado ativamente da produção e contribuído para esse resultado pífio.
Confesso que não assisti uma quantidade razoável de filmes dos anos 90 para fazer uma comparação qualitativa, e talvez por isso não tenha entendido o apelo de Trainspotting sem o sentimento nostálgico de parte do público. A temática em si não me interessou muito e a história pareceu apenas "normal", mas, sendo uma questão ou não de timing, é preciso reconhecer a direção magistral do Danny Boyle e a excelente performance do McGregor, assim como dos demais atores, que se prepararam bem para seus respectivos papéis.
Uma animação belíssima que mexe com os sentimentos durante toda sua duração ao mostrar a face perversa e compassiva do ser humano. Os minutos iniciais são particularmente difíceis de serem assistidos pelo fato de bullying, especialmente na infância, ser algo tão absurdamente cruel e desprezível, mas a jornada de redenção do Shoya foi bem construída, assim como a percepção e relação (nada simples de ser compreendida) dos demais personagens acerca da deficiência auditiva da Shouko.
Um dos poucos erros do roteiro foi esboçar um relacionamento amoroso totalmente impróprio entre os protagonistas, considerando que indiretamente fora retratada a Síndrome de Oslo. Ademais, apenas me senti cativado pela Shouko, Sahara e Yuzuru, mesmo com as 2h de que o filme dispunha para desenvolver os coadjuvantes, embora a obra em si valha muito a pena pelos ensinamentos apresentados.
Elenco encaixadinho, história agradabilíssima e competente direção formaram a receita desse filme maravilhoso. É muito bacana assistir obras que acompanham o amadurecimento dos personagens e nos permite criar uma certa identidade com eles, especialmente por meio de dupla perspectiva. A infância/adolescência são períodos de muitas descobertas e é difícil não se deixar levar pelos sentimentos como a Juli ou ser influenciado por terceiros como o Bryce, mas no fim o que mais importa é o aprendizado.
Apesar de ser cliclê, é um filme de humor leve e descontraído com diversas pitadas de excelentes cenas de ação. Gostei da direção e também do roteiro (dentro do que se propõem, claro), mas alguns cortes aqui e acolá poderiam ter sido feitos sem que os comprometessem. Mila Kunis e Kate McKinnon combinaram incrivelmente bem!
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista AgoraImpossível deixar de exaltar a genialidade desse roteiro, pois foi preciso na sátira, críticas e na forma como explorou a divisão da sociedade moderna. O exagero está apenas no evento principal, porque as condutas dos personagens podem ser claramente vistas nas figuras reais que os inspiraram. DiCaprio brilha e muito, que ator fenomenal! O restante do elenco também esteve excelente e o Adam McKay deve abocanhar vários prêmios pela fantástica direção. Grande e pontual acerto da Netflix!
* Claro que, para quem a carapuça serviu, o filme é "fraco". É mais fácil hatear do que fazer uma análise autocrítica, afinal, a ignorância para alguns é uma dádiva.
Comemoração de 20 Anos de Harry Potter: De Volta a …
4.3 363 Assista AgoraHarry Potter teve um impacto único na vida de muitas pessoas, principalmente para quem cresceu com os livros e filmes, e este especial trouxe, esplendidamente, tudo isso à tona. Pareceu que o elenco realmente estava disposto a compartilhar suas lembranças e sentimentos de uma forma sincera, e a adição dos diretores foi fantástica, com cada um demonstrando sua visão dos respectivos filmes. Senti muita falta de três atores em particular, por tudo que representaram para a obra como um todo: Michael Gambon (Dumbledore), Maggie Smith (McGonagall) e David Thewlis (Lupin), mas a narrativa estava excelente.
* Uma pena que as recentes polêmicas envolvendo a J.K. Rowling prejudicou tanto a comemoração, pois a admiração de todos por ela é notável, mas claramente não havia clima para o reencontro com a criadora de HP.
Matrix Resurrections
2.8 1,3K Assista AgoraA questão que fica é: Qual o objetivo da obra além de fazer dinheiro? Os elementos principais estão presentes, a continuação foi bem trabalhada, assim como os personagens, mas parece que a história, embora seja interessante, não se desenvolveu a ponto de justificar (por outros motivos) uma sequência. Com essa ressalva, 'Resurrections' é um excelente filme isoladamente, com roteiro inteligente e ácido, mantendo a base filosófica característica da franquia Matrix que, por ser revolucionária desde o início, apenas foi graficamente modernizada.
Curiosamente, o que me surpreendeu, de forma negativa, foi a direção da Lana Wachowski. Os enquadramentos estavam bastante estranhos, a câmera estava instável e os cortes em vários momentos foram apressados, como se ficasse no meio termo entre a transição lógico-imediata e posterior da cena. Enfim, sempre terão hates e elogios exagerados, então cabe a cada um tirar suas próprias conclusões.
* Hugo Wearing fez muita falta.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista Agora'No Way Home' é perfeito por ser exatamente o filme que precisava ser: um encerramento factível para a primeira trilogia do Tom Holland, o amadurecimento do Peter Parker e do Homem-Aranha, uma introdução coerente do multiverso e o retorno muito bem aproveitado de diversos personagens (este ponto em especial é digno de fervorosos elogios, pois era uma tarefa difícil trabalhar tantos personagens por si só e, ainda, sem ofuscar o protagonista). Sim, tem bastante apelo à nostalgia e ao fan service, mas também tem momentos emocionantes, divertidos e repletos de ação dentro de uma história relativamente simples e concisa, mas que se encaixou contextualmente. Jon Watts mostrou um certo potencial na direção que se faz necessário, considerando que em breve dirigirá 'Fantastic Four', e os efeitos especiais, como sempre, estão incríveis. Reverei com toda a certeza!
* De todos os retornos, o do Andrew Garfield foi o que mais me emocionou. Ele era completamente apaixonado e dedicado em seu papel mas, mesmo tendo sido sabotado pelos roteiristas e pela Sony, entregou uma excelente performance. Em 'No Way Home' atuou de forma leve e sincera, como o espetacular aracnídeo que sempre foi.
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraIntensidade define bem 'Uncut Gems'. Uma sábia escolha dos Safdie's em usar e abusar do ritmo frenético e coeso, deixando a história se desenrolar por si mesma, sem a necessidade de maiores contornos além dos próprios personagens. Julia Fox e Kevin Garnett foram duas adições essenciais para a proposta do filme e se saíram muitíssimo bem em seus respectivos papéis e, claro, apesar de ter dado uma "nova faceta" ao Adam Sandler, não são raros trabalhos como este que vão mudar a perspectiva do público, mas ao menos mostra a possibilidade de o ator se reinventar. Netflix acertou em cheio nessa produção
O Lagosta
3.8 1,5K Assista AgoraQuando um filme não necessita explicitar cada acontecimento, porquanto são todos bem construídos em tela (em especial o contraste entre o que se passa no hotel e na floresta, e o objetivo de cada grupo), você percebe a genialidade do roteiro e da direção, que conseguem transmitir angústia, perplexidade e desconforto na mesma proporção. As metáforas são afiadíssimas e não estão tão distantes assim da realidade no que tange à busca pela compatibilidade com o(a) parceiro(a), gerando boas reflexões para quem curta uma vibe mais psicológica/existencialista/filosófica.
O final em aberto é brilhante e perfeitamente condizente com a "personalidade" confusa do David.
Eternos
3.4 1,1K Assista AgoraChloé Zhao entregou um excelente filme e deixou suas marcas registradas, notadamente o aproveitamento do cenário e os belos enquadramentos, acrescentando uma das melhores coreografias em equipe de super-heróis. O design é muitíssimo elegante e repleto de traços delicados, os efeitos especiais foram bem trabalhos e a experiência geral foi bastante satisfatória e prazerosa.
Quanto à história, bem, o núcleo da Sersi/Ikaris é interessante, mas mesmo com a intenção de distribuir o tempo de tela entre os demais personagens, ainda assim faltou um certo desenvolvimento da equipe como um todo e especialmente do Druig (em que pese a motivação de cada um deles estar explícita, a exemplo de Kingo e Sprite). Ademais, acredito que deva-se pontuar que o humor está deslocado e não condiz com a gravidade da situação ou mesmo com a personalidade dos heróis, sem contar que os poderes destes aparentou estar "limitados", mas, no fim, vejo 'Eternos' apenas como uma ponte para a próxima fase do MCU e não acredito que uma sequência seja necessária.
* Kevin Feige errou demais ao criar hype para o filme, não há nada de revolucionário que justifique a mudança de postura cautelosa que ele sempre adota.
Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
3.8 895 Assista AgoraAcredito que o maior mérito de Shang-Chi é ser despretensioso ao mesmo tempo em que tem seus momentos de profundidade. O roteiro foi muito bem escrito, modernizando uma mitologia interessantíssima sem perder a originalidade da cultura chinesa, apenas resta saber como ela será incorporada ao MCU. Grata surpresa, principalmente pela criatividade no uso dos anéis, e inegavelmente é o filme de melhor coreografia da Marvel, inclusive ouso dizer que também é um dos melhores em termos de qualidade gráfica, mas, em que pese a direção do Cretton ter sido fantástica, senti que diversas transições de acontecimentos poderiam ser mais suaves e o elenco melhor aproveitado.
* Ben Kingsley, muito obrigado por ter aceitado retornar e concluir a jornada do Trevor, mesmo com todas as controvérsias de Iron Man 3.
Free Guy - Assumindo o Controle
3.5 579 Assista AgoraNão é uma comédia exatamente brilhante, mas diverte bastante ao incorporar elementos recentes da cultura pop e aproveitar o hype de filmes voltados para jogos/realidade virtual. A equipe de produção como um todo fez um excelente trabalho, especialmente quanto ao CGI, e ao meu ver a verdadeira estrela é o Taika Waititi com sua atuação vilanesca despojada. Bom passatempo descompromissado para um domingo à tarde.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraAssistir Dune no cinema é uma experiência magnífica, os efeitos visuais e sonoros são simplesmente estonteantes, vale muito a pena. Denis Villeneuve com seu perfeccionismo entregou exatamente o que se espera de um bom filme de ficção científica ao extrair o máximo da tecnologia disponível, contando com o ilustre aliado Hans Zimmer. Sem ter lido os livros, achei essa primeira parte muito bem feita e compassada, dando uma amostra do universo sem parecer superficial, mas ainda assim alimentando a curiosidade no público para as sequências.
* Chalamet tem um talento absurdo, de longe o melhor ator da sua geração, escolha acertadíssima para viver o Paul Atreides.
007: Sem Tempo para Morrer
3.6 566 Assista AgoraTodos os elementos característicos de um filme do 007 estão presentes, especialmente a qualidade cinematográfica, mas foi um desfecho decepcionante para a franquia, pois, ao invés de fecharem o ciclo da Spectre, optaram por inserir um vilão genérico e com propósitos genéricos (e não exatamente claros), não por demérito do Rami Malek, mas as entrevistas criaram expectativas em torno do Safin que não se corresponderam. Por outro lado, a Ana de Armas brilha, e muito, como Bond Girl, ao exalar um raro charme cativante.
Fukunaga apostou em um direção segura (e usou e abusou dos capangas "stormtrooper"), mas a equipe de roteiristas ficou aquém do reconhecido talento, o final é coerente e justo, porém a jornada poderia ter sido mais grandiosa. Enfim, Daniel Craig marcou seu nome na história ao criar uma versão única para esse personagem tão icônico, quem assumir o manto de James Bond certamente terá um grande desafio para superá-lo.
Jungle Cruise
3.1 352 Assista AgoraÉ um filme genérico de exploração que pouco se aprofunda na cultura local e, apesar de ter alguns bons momentos de entretenimento (miraram na comédia e aventura, não foram exatamente competente em nenhum deles), no fim pareceu mais uma tentativa da Disney de explorar o carisma, charme e talento do Dwayne Johnson do que de criar uma obra propriamente dita.
É perceptível o uso de CGI em praticamente tudo, e considerando que teve o mesmo orçamento de Viúva Negra, imagino que a equipe de programação foi bem recompensada, mas um ponto que verdadeiramente se destaca é a trilha sonora, excelente composições.
Memórias de uma Gueixa
4.1 1,4K Assista AgoraA história de Chiyo foi muito bem contada por meio de uma montagem narrativa que impressiona e encanta pela harmonia entre todos os elementos cinematográficos, poucas palavras além de sublime são capazes de descrever a fotografia e figurino. Rob Marshall dirige o filme com rara maestria e delicadeza, comandando excelentes atores e atrizes (Michelle Yeoh deslumbrante) como à uma orquestra. A temática sensível e controversa não apagam o fato de ser uma belíssima obra de arte.
Moana: Um Mar de Aventuras
4.1 1,5KDivertido e emocionante, o filme conquista facilmente por meio de uma dupla muitíssimo carismática (dublagem excepcional da Auli'i Cravalho e do Dwayne Johnson). As canções são excelentes (Lin Manuel Miranda como sempre fenomenal), o visual artístico possui belíssimas cores e um polimento suave, a história trás uma representatividade muito bacana e a obra em si demonstra que a Disney acertou em cheio ao investir na diversificação de suas heroínas.
O Vigia
3.3 106 Assista AgoraJá estava achando sem brilho, mas a transformação repentina do protagonista em gênio criminoso do mal sepultou de vez minha percepção sobre o filme. No geral é possível extrair algumas lições sobre ações e consequências, mas, apesar da deficiência, a manipulação sofrida pelo Chris para participar do assalto foi no mínimo forçosa, não sei se em consequência do roteiro ou de sua execução, mas é fato que o elenco entregou uma boa performance, em que pese não ser um dos melhores trabalhos do Scott Frank.
* O assalto ao banco foi mal planejado pela produção. Se notarmos o posicionamento do cofre, era deveras improvável que o policial não suspeitasse de algo, sem contar a desaparição misteriosa do Chris após o conflito, mesmo com o Bone praticamente ao seu lado.
Desculpe Te Incomodar
3.8 275Traz ácidas críticas sociais, econômicas e raciais com o claro intuito de chocar a audiência, mas o ato final é bastante desconexo em termos narrativos, não exatamente por ser exacerbado (embora o roteiro tenha forçado previamente em algumas partes), mas porque a história vinha sendo construída de um modo mais pragmático apesar das pitadas de humor. As tentativas de superar as barreiras da originalidade e superficialidade, comuns nesse tipo de projeto, acabaram afetando a qualidade geral, mas há de se destacar o excelente elenco.
Byzantium: Uma Vida Eterna
3.4 352A primeira metade é deveras lenta, mas a partir do momento em que se percebe tal necessidade para desenvolver e amarrar a história, o filme se torna muito melhor, principalmente pela forma como trabalha os dilemas morais e motivações dos personagens. Além disso, a narração mais "poética" da Eleanor harmonizou bem com o estilo sombrio da fotografia e da direção do Neil Jordan, resultando em uma adaptação bastante digna, mas que infelizmente não obteve sucesso comercial apesar das críticas relativamente positivas.
* Me surpreende a falta de repercussão quanto à atuação da Gemma Arterton. Se fosse uma obra mais difundida, ela certamente abocanharia vários prêmios, pois sua performance está simplesmente incrível.
Ventos da Liberdade
3.9 42 Assista AgoraGrata surpresa alemã! A narrativa me conquistou desde o início devido ao modo como fora se encaixando através dos detalhes e da excelente direção do Michael Herbig, além de ser muito gratificante assistir uma biografia em que todo o elenco entrega uma performance sólida e crível com os reais acontecimentos. O nível de suspense e drama se mostrou equilibrado e condizente com cada parte da jornada, valendo destacar também a breve, mas ótima trilha sonora.
* Assistam aos créditos para conhecer os protagonistas verdadeiros e as condições em que tentaram fazer a travessia.
O Esquadrão Suicida
3.6 1,3K Assista AgoraJames Gunn, a partir de uma certa liberdade criativa e do aprendizado com os diversos erros do David Ayer, transformou este 'Suicide Squad' em exatamente o que se espera dessa categoria de filme: cenas repletas de ação, humor e aleatoriedade em uma história direta e descomplicada. A trilha sonora e os efeitos especiais complementam muitíssimo bem as atuações desse ótimo elenco, não sendo exagero dizer que é uma das melhores obras da DC (se bem que a concorrência é reconhecidamente fraca, rs). Estou curioso para saber como a franquia vai se reinventar nos próximos títulos.
* Warner Bros continua com seu hábito de proteger sua mina de ouro chamada Harley Quinn (que a esse ponto parece ser invencível), mas ao menos as mortes nessa sequência foram bem "plausíveis" e pontuais.
A Torre Negra
2.6 839 Assista AgoraEsse é um filme que eu sinceramente gostaria de ter presenciado o processo de criação porque, aparentemente, os roteiristas e produtores deduziram que todos os espectadores leram os livros da saga. O início é aleatório, sequer se dignando a apresentar o universo e os personagens, deixando diversas dúvidas que não foram sanadas dentro dos 95m de duração, especialmente em relação ao 'Man In Black' (De onde ele surgiu? Qual a extensão de seus poderes?) e à 'Dark Tower'.
A única coisa que se salva são as cenas de luta com o Idris Elba, talvez os efeitos especiais, mas estes são inconstantes nas tomadas abertas. Mesmo o excelente McConaughey teve seu potencial vilanesco desperdiçado nas mãos do Nikolaj Arcel que, de quebra, ainda conduziu muito mal a interação entre o Roland e o Jake (determinados momentos quase te fazem desistir de continuar assistindo de tão insuportáveis).
A lição que fica é que não se pode simplesmente adaptar uma grande obra literária pensando a longo prazo sem antes fundar a base da franquia nos cinemas através do 1º. filme (vide Percy Jackson), sob pena de condenar totalmente o projeto. Ademais, o Stephen King tem sua parcela de culpa por ter participado ativamente da produção e contribuído para esse resultado pífio.
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista AgoraConfesso que não assisti uma quantidade razoável de filmes dos anos 90 para fazer uma comparação qualitativa, e talvez por isso não tenha entendido o apelo de Trainspotting sem o sentimento nostálgico de parte do público. A temática em si não me interessou muito e a história pareceu apenas "normal", mas, sendo uma questão ou não de timing, é preciso reconhecer a direção magistral do Danny Boyle e a excelente performance do McGregor, assim como dos demais atores, que se prepararam bem para seus respectivos papéis.
A Voz do Silêncio
4.3 355Uma animação belíssima que mexe com os sentimentos durante toda sua duração ao mostrar a face perversa e compassiva do ser humano. Os minutos iniciais são particularmente difíceis de serem assistidos pelo fato de bullying, especialmente na infância, ser algo tão absurdamente cruel e desprezível, mas a jornada de redenção do Shoya foi bem construída, assim como a percepção e relação (nada simples de ser compreendida) dos demais personagens acerca da deficiência auditiva da Shouko.
Um dos poucos erros do roteiro foi esboçar um relacionamento amoroso totalmente impróprio entre os protagonistas, considerando que indiretamente fora retratada a Síndrome de Oslo. Ademais, apenas me senti cativado pela Shouko, Sahara e Yuzuru, mesmo com as 2h de que o filme dispunha para desenvolver os coadjuvantes, embora a obra em si valha muito a pena pelos ensinamentos apresentados.
O Primeiro Amor
4.1 1,3K Assista AgoraElenco encaixadinho, história agradabilíssima e competente direção formaram a receita desse filme maravilhoso. É muito bacana assistir obras que acompanham o amadurecimento dos personagens e nos permite criar uma certa identidade com eles, especialmente por meio de dupla perspectiva. A infância/adolescência são períodos de muitas descobertas e é difícil não se deixar levar pelos sentimentos como a Juli ou ser influenciado por terceiros como o Bryce, mas no fim o que mais importa é o aprendizado.
* A Carroll está idêntica à Liana Liberato!
Meu Ex é um Espião
3.1 190 Assista AgoraApesar de ser cliclê, é um filme de humor leve e descontraído com diversas pitadas de excelentes cenas de ação. Gostei da direção e também do roteiro (dentro do que se propõem, claro), mas alguns cortes aqui e acolá poderiam ter sido feitos sem que os comprometessem. Mila Kunis e Kate McKinnon combinaram incrivelmente bem!