As feridas – que a série mostra, com brilho, e profunda tristeza – estão aí cada vez mais abertas, e não dá para saber se algum dia, mesmo daqui a décadas, ou séculos, a humanidade será capaz de curá-las, principalmente quando deixa o extinto falar primeiro que o cérebro. O elenco é soberbo, mas Andrew Lincoln, Chandler Riggs e principalmente Melissa McBride, roubam a cena.
O filme é indiscutivelmente uma das obras mais audaciosas dos anos 20. Através do mito grego de Pandora - uma mulher belíssima e sedutora (a fatal Louise Brooks, que até hoje consegue hipnotizar e seduzir qualquer mortal), que solta todos os males do mundo ao abrir uma caixa. A decadência e hipócrita sociedade com sua moral humana e dessecada nesse belo filme.
Baseado em fatos reais (acredite se puder!), o filme é o ponto alto na carreira do diretor Cronenberg. Jeremy Irons que deveria ter ganho seu Oscar por este filme, interpreta dois irmãos ricos, bem-sucedidos e ginecologistas que cultivam o estranho hábito, nada saudável de dividir suas vidas em todos os aspectos. Até que entram em conflito quando uma mulher (a subestimada Genevieve Bujold), que abala de forma definitiva os laços que os unem. É um filme inquietante em que horror aqui é biológico.
Estranho filme do exagerado Ken Russell, a trilha sonora às vezes chega atrapalhar, mas a brilhante atuação de Kathleen Turner (uma dessas atrizes injustiçadas em Hollywood), John Laughlin (em seu melhor papel), e Anthony Perkins (no seu melhor papel desde Psicose), salvam a pátria. O filme é uma mistura de A Bela e a Fera - ela é executiva de dia e prostituta à noite - com Psicose do mestre Alfred Hitchcock, com o próprio Perkins à bordo. Só isso já salva o filme. Uau!
Esse filme sobre jovens popstars em que direção, roteiro, música, e interpretação parecem ter nascido uns para os outros. Tudo muito real e simples, o único elemento de ficção está na presença do avô pentelho e namorador de Paul McCartney, numa hilária interpretação de Wilfrid Brambell. Duas cenas formidáveis : John Lennon ''aspirando'' uma garrafa de Coca-Cola, e todos brincando num campo de futebol em ''Can't Buy Me Love'', fugindo das fãs numa estação de trem. Muita diversão e alegria.
Este filme foi feito mais como um presente do diretor René Clair para a diva Marlene Dietrich, por agradecimento a nossa estrela, pois na aquela época os refugiados da França ocupada, recorriam como de hábito a estrela, para que ela os ajudasse a adaptar-se à sua nova vida em Hollywood, o papel dela na vida real consistia em falar francês, traduzir, encontrar café e pão francês, ensinar o idioma em questão, cozinhar pratos de seu país de origem, etc... Eles se sentiam em casa, pois todos os refugiados podiam vir e ir embora de sua casa quando quisessem, mais aí é outra história, vamos ao filme, assim nasceu ''The Flame of New Orleans'', o título em português ''Paixão Fatal'', é, mais que um titulo, é uma redundância: com Marlene Dietrich, não há paixão que não seja fatal, quando nossa estrela está em ação. O importante a lembrar é que essa história em que ela é, como de costume na maioria dos filmes que fez em Hollywood, uma aventureira é dirigida por Clair, cineasta que transitou com desenvoltura no eixo-Paris-Hollywood (aqui óbvio estava em Hollywood). É do sr, Clair clássicos como ''A Nós a Liberdade'', ''Sob os Tetos de Paris'' , ''O Milhão'', ambos de 1931 (sua fase francesa) e ''O Vingador Invisível'' de 1945 e ''Casei-me com uma Feiticeira'' de 1942 (sua fase hollywoodiana); só para citar algumas obras primas desse mestre. Talvez não seja um dos melhores filmes dessa dupla, mas vale é muito assistir essa película, que aliás teve problemas com a censura da época. A história é muito interessante, Marlene dando um desempenho maravilhoso. Ela é sempre fascinante para assistir. Trajes grandes, boa direção de arte. E um elenco de apoio perfeito, boa diversão.
A quintessência do suspense do mestre Hitchcock, está toda presente nesse filme, com sua perversa manipulação do tempo, do olhar e da expectativa do público. O desenvolvimento é de enigma policial cerebral à moda inglesa. O mestre mostra toda sua habilidade em dirigir poucos personagens num único recinto sem jamais entendiar o espectador. Considerado por alguns críticos um Hitchcock, menor, Disque M para Matar, tem visto seu prestígio crescer a cada revisão. Merecidamente. Sem falar na beleza de Grace Kelly, quem tem uma famosa cena com uma tesoura nesse clássico.
''Interiores'' foi o oitavo filme dirigido por Allen, e o primeiro deles em que o realizador não trabalhou como ator. Dos oito personagens, metade, quatro são infelizes, procuram a infelicidade, mas praticamente todos são intelectuais, fazem questão de demonstrar, a cada momento, que têm cultura, erudição. E são pessoas profundamente chatas. A única personagem, além de Pearl (é interpretada pela extraordinária Maureen Stapleton), que não fica a todo momento cuspindo erudição, ou pseudo-erudição, é Flyn, a atriz de novelas de TV. Pearl é o contrário dos demais sete personagens. O exato oposto, o antônimo, o antípoda. Em tudo por tudo. Fala sem qualquer tipo de afetação; o linguajar dela é simples, leve, solto. Vê a vida com simplicidade. Enquanto os outros sete personagens fazem exegeses chiques sobre a peça de teatro que todos ali haviam visto, ela é curta e grossa: diz que um personagem é dedo-duro, e outro não, e que o dedo-duro, por ser dedo-duro, é mau caráter, e o outro é bom caráter – simples assim. por Sérgio Vaz. Geraldine Page e Diane Keaton brilham como Maureen Stapleton. Aliás, o elenco restante um tanto esquecido hoje em dia, brilham também. Sonata para piano No. 8 em Dó menor do grande Beethoven, geralmente conhecida como, Sonata Patética, foi publicada em 1799, embora tenha sido escrito no ano anterior, quando o compositor tinha 28 anos de idade, será mera coincidência com o filme de Allen, talvez sim talvez não, mas o mestre Woody Allen sabe o que faz, grande filme. Um filme para refletir muito.
Eu li uma vez e nunca mais esqueci - Humanidade e loucura cruzando as alegorias hiperbólicas de Fellini, a secura e inconformismo formal de Bergman, com muita acidez nonsense dos seus primeiros filmes e o desespero hilário das suas melhores comédias, sem nunca afastar o espectador – apesar da total inversão e abandono de qualquer cartilha, o filme ainda é fácil de se assistir, se envolver e dar risada, afinal de contas – Woody fez mais uma obra-prima.
É quase insondável como The Walking Dead (6ª Temporada), conseguiu aproveitar a energia caótica num dos exames mais potentes do apocalipse final, a série é um intenso pesadelo que se propõe a retratar com algumas das imagens mais espetaculares de terror insondável e da loucura que o ser humano é capaz quando se vê em perigo.
É um filme lindamente fotografado, talvez o único filme de Allen a ser filmado usando uma proporção anamórfica além de Manhattan. Jason Biggs é encantador (no seu melhor papel), no placar e ele que compartilha a fantástica química na tela com Woody Allen. Christina Ricci é de alto nível como uma personagem confusa, neurótica (talvez não tão perfeita como Diane Keaton em Annie Hall de 1977, mas não faz feio), e todos os papéis coadjuvantes são preenchidos muito bem. Tudo que eu quero de uma comédia romântica, e muito mais. Qualquer outra coisa é grande. Mas o melhor mesmo e a piada que Woody Allen fala sobre os dois maiores mitos sexuais de talento da história de Hollywood; Sophia Loren e Marilyn Monroe: ''Outro dia imaginei um ménage à trois com Marilyn Monroe e Sophia Loren. Se não me engano, foi a primeira vez que as duas grandes atrizes trabalharam juntas” - Gênio.
O documentário definitivo sobre a indústria do cinema mudo americano. Contou com a presença da lendária Eleanor Boardman da clássica performance em ''A Turba/The Crowd (1928), depois de 45 anos de abandono do cinema; seu desempenho nesse filme é amplamente reconhecido como uma das performances mais notáveis em filmes mudos americanos. A série é composta de treze episódios de cinqüenta minutos, com cada episódio de lidar com um aspecto específico da história de Hollywood. O ator James Mason , um entusiasta do período, forneceu a narração ; uma contagem cadenciada foi contribuído por Carl Davis. A qualidade técnica foi um aspecto importante da produção. Filmes mudos, muitas vezes tinham sidos exibidos na televisão a partir de cópias de má qualidade que funcionam a uma velocidade imprecisa, geralmente acompanhada de honky tonk música piano. Hollywood usado clipes de filmes silenciosos provenientes de o melhor material disponível, como mostrado à sua velocidade de corrida original e com uma partitura orquestral , dando aos espectadores a chance de ver o que eles originalmente parecia e soava. Os produtores filmaram as recordações de muitos dos participantes sobreviventes do período, e ilustrou suas entrevistas com cenas de seus vários filmes, bem como fotografias de produção, e ainda fotografias históricas dos arredores de Los Angeles. Algumas destas entrevistas são notáveis por estar entre as entrevistas filmadas única dadas por seus súditos. Entre as pessoas notáveis que contribuíram para entrevistas foram: Lillian Gish; Gloria Swanson; Bessie Love; Janet Gaynor (primeira vencedora do Oscar de Melhor Atriz); Louise Brooks (que não aparecia desde 1938); só para citar algumas deusas...
Os efeitos especiais, principalmente para época e até hoje são especialmente notáveis, principalmente na praga dos gafanhotos, a cargo do ótimo James Basevi. A fotografia e do genial Karl Freund , dos clássicos filmes mudos de F.W. Murnau. Luise Rainer mereceu seu Oscar, ela está quase irreconhecível no papel da devotada esposa do sempre ótimo Paul Muni. O produtor Irving Thalberg morreu bem no meio do projeto do qual tinha se dedicado por três anos e tudo ficou a cargo de Albert Lewin. O filme levou três Oscar, mas merecia muito mais.
Depois de muito sofrimento, por seu heroísmo na infância ao salvar um senhor de um acidente com um caminhão que carregava lixo tóxico, o nosso herói fica cego; em compensação, descobriu que seus outros sentidos haviam sido ampliados várias vezes, ficando tão aguçados que ele é capaz de ler um livro passando os dedos sobre as letras, sem ser em braile (tato), identificar pessoas pelo odor (olfato), consegue dizer exatamente quantos grãos de açúcar existem em uma rosquinha (paladar) e a sua audição, que foi o sentido mais aprimorado no acidente, lhe permite ouvir o zumbido de um mosquito a quilômetros de distância, além de ter se tornado uma espécie de radar, entre outros fatos... O script da série, expõe com austeridade o drama do jovem que se torna herói e dá grande dignidade ao personagem. O clima da série retira o máximo de expressividade das luzes e das sombras da cidade. A primeira temporada pelo menos é um chute no estômago!
Genial, o filme solta faíscas de talento a cada minuto. Annie Hall é uma declaração de amor a Diane Keaton e está brilha como nunca, até ganhou o seu Oscar de Melhor Atriz pelo filme. E é uma das mais belas declarações de amor a uma mulher que o cinema já fez. Na boa Diane foi, é, e sempre será sua mais divertida e melhor musa.
Joseph Von Sterbeng realiza sua obra-prima, recriando, a seu modo, a subida ao trono de Catarina II, da Rússia. O filme é um delírio barroco com cenários entupidos de estátuas retorcidas, ícones bizantinos, colunas espiraladas, móveis rebuscados e majestosas portas de ferro, todo este espaço dramático apanhado, juntamente com os personagens, por uma câmara fluente. O audacioso e sensual exercício de estilo atinge o auge no ritual no casamento de Catarina e Pedro, na Catedral de Kazan, soberbamente iluminado por Bert Glennon – um trecho de Cinema puro. Os figurinos são de Travis Benton e, na direção de arte, além de Hans Dreier, a colaboração dos artistas plásticos Peter Ballbusch e Richard Kolloesz e o próprio Von Sterberg Os tronos parecem coisa de outro planeta, como se fosse um filme de ficção científica. Na montagem, Sternberg abusa das fusões de imagens; a seqüência, bem no início do filme, em que vemos um desenrolar da história de alguns séculos da Rússia, passando por Ivan, o Terrível, e Pedro, o Grande (a futura czarina está ouvindo o pai contar a ela um pouco da história daquele país estranho e distante), é acachapante, brilhante, genial. Na seqüência do casamento da princesa prussiana com o grão-duque – aliás, uma seqüência toda ela impressionante –, Sternberg faz dois ou três big-close-ups do rosto da atriz que ele transformou em estrela, o rosto coberto por um véu branco, de babar, históricos, antológicos. E que beleza, que poder tem aquele rosto, que de fato foi feito para deixar apaixonadas as câmaras de cinema que passassem à sua frente. A interpretação de Marlene Dietrich, principalmente quando faz a tímida e espantada Princesa, é estupenda (prova que nunca foi uma atriz absorvida pelo seu mito, mas consciente das possibilidades de expressão que lhe oferecia seus diretores em especial Sternberg), assim como é excelente atuação de Sam Jaffe, como o Grão-Duque louco. Lodge está perfeito no tipo másculo e durão. A história: Sophia Frederica (Dietrich, excelente no papel), é a filha de um menor alemão príncipe e uma mãe ambiciosa. Ela é trazida para a Rússia pelo Conde Alexei (Lodge) a mando da Imperatriz Elizabeth (Dresser) para se casar com o sobrinho, o Grão-Duque Pedro (interpretado como um imbecil por Jaffe em sua estréia no cinema). Elizabeth arrogante renomeia ela Catherine e reforça a demanda para uma nova edição para uma noiva de um herdeiro ao trono. Infeliz em seu casamento, Catherine encontra consolo com o mulherengo Alexei, que em primeiro lugar, tem como amante Elizabeth. Assim Catherine com descobre isso, ela resolve ter vários amantes e leva todos entre o exército russo para cortejar em seu favor. Quando a velha Imperatriz morre 17 anos após o casamento, Peter sobe ao trono russo e toma medidas contra a sua esposa. Logo Catherine com suas parcelas e exercícios se envolve com um golpe de Estado, iniciando um reinado como Imperatriz que vai deixá-la conhecida na história como Catarina, a Grande O filme é notável por sua iluminação atenciosa e o expressionista projeto de arte do mestre Von Sternberg que cria com maestria o palácio russo. O crítico de cinema Robin Wood disse: ''um ambiente hiper-realista de pesadelo com suas gárgulas, suas figuras grotescas e imagens torcidas em cortações agonizantes, suas enormes portas que necessitam de uma meia dúzia de mulheres para fechar ou abrir. E seus espaços escuros e sombras sinistras criados pelos lampejos de inúmeras velas; seu esqueleto presidindo a mesa do banquete de casamento real são notórios. Intensamente erótico e dirigido com maestria por Josef Von Stenberg, esse filme tornou-se um marco na carreira de Marlene Dietrich, e é até hoje um dos retratos mais grotescos, luxuriosos e controversos do Império Russo. Para Martin Scorsese o diretor ''Joseph Von Sternberg'' foi um dos grandes iconoclastas do cinema mundial. Para Orson Welles o diretor ''Joseph Von Sternberg'' foi um dos mais injustiçados da história do cinema.
Jovens mulheres aguardam sua grande chance de brilhar nos palcos da Broadway, numa pensão para artistas , em Nova Iorque. Hepburn ótima recebe a notícia do suicídio de uma delas por desespero. Após a representação, ela faz um discurso em homenagem à amiga morta, arrancando lágrimas da platéia. O elenco além de Hepburn é delicioso, com destaque para a jovem Lucille Ball (antes da fama), Andrea Leeds (indicada ao Oscar por este papel) e principalmente Ginger Rogers.
Este filme é uma das obras-primas do hoje esquecido Frank Borzage (grande mestre). Surpreendemente adulto e avançando para época, mostra, a realidade social da crise, sem deixar de ter o habitual toque romântico, que são características do diretor, Loretta Young está excelente, esplendidamente fotografada por Joseph August, mas que rouba a cena é mesmo o grande Spencer Tracy num desempenho sensível e poderoso, desse que é com certeza um dos maiores atores que Hollywood teve.
The Blackout fornece uma aparência elegante e extrema nos cantos mais escuros da experiência humana. Modine é incrível como a liderança babaca que vai do céu ao inferno em pouco tempo, ainda bem que Claudia Schiffer não insistiu como atriz, mas a estonteante Béatrice Dalle está devastadora, linda, sexy, apesar do pequeno papel. Vale rever esse bom filme.
Está temporada na minha opinião e tão boa quanto a primeira. Tem grandes revelações e momentos impactantes. Após fugir de Atlanta, o grupo de sobreviventes parte em busca de algum lugar onde possam permanecer seguros e sobreviver à orda de zumbis que anda pelo mundo. O grupo segue para Fort Benning, mas estão bloqueados por um engavetamento de veículos na interestadual, e ficam mais atrasados quando a mangueira do radiador quebra, depois de muita confusão, o primeiro episódio da segunda temporada é um primor. Quando encontram uma fazenda que permanece isolada e livre da ameaça zumbi, o grupo tenta conquistar o seu lugar ali, dividindo o espaço com os donos da fazenda. Em meio ao caos, alguns dos sobreviventes vão revelando faces até então ocultas, e o grupo percebe que os zumbis não são o único perigo que existe. Não bastasse tudo isso, no final da temporada Andrea se desgarra acidentalmente do grupo e fica correndo pela floresta, fugindo de uma horda de zumbis, até ser resgatada por uma figura de capuz e que brandia uma espada (Michonne). Sem falar a sequência em que eles finalmente encontram a menina Sophia Peletier ainda permanece na cabeça de todos. Um detalhe que também tem um elemento de boa sorte do qual se suspeita que nem mesmo os produtores se deram conta do que tinham em Chandler Riggs, um ator mirim que tem literalmente crescido de forma especialmente ressonante.
A direção de arte é soberba, e as tomadas de Nápoles, espetaculares. E, a rigor, bastaria a beleza majestosa de Sophia para justificar o filme. Ela está demais, e De Sica, é claro, usa e abusa daquele rosto absurdo, pleonástico, e do corpo sensacional, aquela coisa que excede. É uma bênção para os olhos. Matrimônio à Italiana teve duas indicações ao Oscar – como candidato a melhor filme estrangeiro e melhor atriz para Sophia Loren, que já havia ganho o prêmio da Academia dois anos antes, por Duas Mulheres. O filme ganhou o Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro; havia sido indicado também para os prêmios de melhor atriz e melhor ator. Ao todo, o filme ganhou oito prêmios e teve cinco outras indicações. Sophia ganhou Moscow International Film Festival de Melhor Atriz; David di Donatello Awards de Melhor Atriz. Sophia Loren ou Marcello Mastroiann separados são ótimos, imagine juntos! Eu gosto do tom farsesco. Pra mim, ele convida à empatia crítica. Além disso, aprecio muito a trilha sonora. PS. Todo close-up na Sophia Loren é pouco. Vittorio De Sica é o homem certo para fotografar a Nápoles do período da pós guerra imediato e Sophia Loren é a mulher certa para trazer uma carga de fisicalidade e raro aquele desespero confirmar capaz de vibrar as cordas mais íntimas. Vittorio De Sica. ganhou quatro Oscars de melhor filme de língua estrangeira; Matrimonio all'italiana foi sua quinta nomeação e a primeira vez que ele perdeu. A estrela Sophia Loren, também foi indicada para melhor atriz, mas perdeu para a Julie Andrews (Loren. já tinha ganho em 1960). Nos últimos anos De Sica tem sido bastante criticado e Roberto Rossellini louvado, ambos são talentos, infelizmente os filmes de Rossellini não foram bem de bilheteria, os de De Sica sim, isso talvez tenha incomodado um pouco, afinal nos anos 60, De Sica fez também suas obras-primas como ''Duas Mulheres'' (1961); ''Ontem, Hoje e Amanhã'' (1963); ''O Jardim dos Finzi-Contini'' (1970); reverencie o mestre ele merece. É Sophia mamma mia vai ser linda e talentosa lá em casa, ou melhor na tela para todos.
O filme 1900 (Novecento) é uma obra-prima do Bernardo Bertolucci. Não é um filme para qualquer um assistir, mas sim para quem realmente é entendido de filme, pois é um filme muito extenso e vigoroso com um elenco estelar e primoroso. Gigantesco e ambicioso sem ser presunçoso painel sobre a história da Itália no século XX, na visão de dois jovens italianos, um camponês e um herdeiro de latifundiários que seguem rumos diferentes durante a primeira Guerra Mundial. A beleza plástica do filme é incrível com a trilha sonora inesquecível do mestre Ennio Morricone e fotografia impecável de outro mestre Vittorio Storaro. O elenco é gigante sobretudo as interpretações soberbas de Gérard Depardieu e principalmente Robert de Niro. Um filme às vezes cruel, mas válido. Mas uma obra-prima de Bernardo Bertolucci, junto com ''Último Tango em Paris'' (1972) e ''O Conformista'' (1970).
Com narrativa densa e estupendas atuações de Christopher Reeve (que não era só beleza), que transmite ao espectador toda sua vulnerabilidade e pavor do seu personagem e principalmente Morgan Freeman (fazendo um violento proxeneta, ele foi indicado ao Oscar pelo papel e deveria ter levado, mas ganhou do New York Film Critics Circle Awards; National Society of Film Critics Awards, USA e Independent Spirit Awards; pelo papel.
The Walking Dead (4ª Temporada)
4.1 1,6K Assista AgoraAs feridas – que a série mostra, com brilho, e profunda tristeza – estão aí cada vez mais abertas, e não dá para saber se algum dia, mesmo daqui a décadas, ou séculos, a humanidade será capaz de curá-las, principalmente quando deixa o extinto falar primeiro que o cérebro. O elenco é soberbo, mas Andrew Lincoln, Chandler Riggs e principalmente Melissa McBride, roubam a cena.
A Caixa de Pandora
4.2 88 Assista AgoraO filme é indiscutivelmente uma das obras mais audaciosas dos anos 20. Através do mito grego de Pandora - uma mulher belíssima e sedutora (a fatal Louise Brooks, que até hoje consegue hipnotizar e seduzir qualquer mortal), que solta todos os males do mundo ao abrir uma caixa. A decadência e hipócrita sociedade com sua moral humana e dessecada nesse belo filme.
Gêmeos: Mórbida Semelhança
3.7 193Baseado em fatos reais (acredite se puder!), o filme é o ponto alto na carreira do diretor Cronenberg. Jeremy Irons que deveria ter ganho seu Oscar por este filme, interpreta dois irmãos ricos, bem-sucedidos e ginecologistas que cultivam o estranho hábito, nada saudável de dividir suas vidas em todos os aspectos. Até que entram em conflito quando uma mulher (a subestimada Genevieve Bujold), que abala de forma definitiva os laços que os unem. É um filme inquietante em que horror aqui é biológico.
Crimes de Paixão
3.7 41 Assista AgoraEstranho filme do exagerado Ken Russell, a trilha sonora às vezes chega atrapalhar, mas a brilhante atuação de Kathleen Turner (uma dessas atrizes injustiçadas em Hollywood), John Laughlin (em seu melhor papel), e Anthony Perkins (no seu melhor papel desde Psicose), salvam a pátria. O filme é uma mistura de A Bela e a Fera - ela é executiva de dia e prostituta à noite - com Psicose do mestre Alfred Hitchcock, com o próprio Perkins à bordo. Só isso já salva o filme. Uau!
Os Reis do Iê Iê Iê
4.1 270Esse filme sobre jovens popstars em que direção, roteiro, música, e interpretação parecem ter nascido uns para os outros. Tudo muito real e simples, o único elemento de ficção está na presença do avô pentelho e namorador de Paul McCartney, numa hilária interpretação de Wilfrid Brambell. Duas cenas formidáveis : John Lennon ''aspirando'' uma garrafa de Coca-Cola, e todos brincando num campo de futebol em ''Can't Buy Me Love'', fugindo das fãs numa estação de trem. Muita diversão e alegria.
Paixão Fatal
3.7 2Este filme foi feito mais como um presente do diretor René Clair para a diva Marlene Dietrich, por agradecimento a nossa estrela, pois na aquela época os refugiados da França ocupada, recorriam como de hábito a estrela, para que ela os ajudasse a adaptar-se à sua nova vida em Hollywood, o papel dela na vida real consistia em falar francês, traduzir, encontrar café e pão francês, ensinar o idioma em questão, cozinhar pratos de seu país de origem, etc... Eles se sentiam em casa, pois todos os refugiados podiam vir e ir embora de sua casa quando quisessem, mais aí é outra história, vamos ao filme, assim nasceu ''The Flame of New Orleans'', o título em português ''Paixão Fatal'', é, mais que um titulo, é uma redundância: com Marlene Dietrich, não há paixão que não seja fatal, quando nossa estrela está em ação. O importante a lembrar é que essa história em que ela é, como de costume na maioria dos filmes que fez em Hollywood, uma aventureira é dirigida por Clair, cineasta que transitou com desenvoltura no eixo-Paris-Hollywood (aqui óbvio estava em Hollywood). É do sr, Clair clássicos como ''A Nós a Liberdade'', ''Sob os Tetos de Paris'' , ''O Milhão'', ambos de 1931 (sua fase francesa) e ''O Vingador Invisível'' de 1945 e ''Casei-me com uma Feiticeira'' de 1942 (sua fase hollywoodiana); só para citar algumas obras primas desse mestre. Talvez não seja um dos melhores filmes dessa dupla, mas vale é muito assistir essa película, que aliás teve problemas com a censura da época. A história é muito interessante, Marlene dando um desempenho maravilhoso. Ela é sempre fascinante para assistir. Trajes grandes, boa direção de arte. E um elenco de apoio perfeito, boa diversão.
Disque M Para Matar
4.4 681 Assista AgoraA quintessência do suspense do mestre Hitchcock, está toda presente nesse filme, com sua perversa manipulação do tempo, do olhar e da expectativa do público. O desenvolvimento é de enigma policial cerebral à moda inglesa. O mestre mostra toda sua habilidade em dirigir poucos personagens num único recinto sem jamais entendiar o espectador. Considerado por alguns críticos um Hitchcock, menor, Disque M para Matar, tem visto seu prestígio crescer a cada revisão. Merecidamente. Sem falar na beleza de Grace Kelly, quem tem uma famosa cena com uma tesoura nesse clássico.
Shameless UK (1ª Temporada)
4.2 32 Assista AgoraAs três temporadas dessa excelente série está disponível na Netflix.
Interiores
4.0 230''Interiores'' foi o oitavo filme dirigido por Allen, e o primeiro deles em que o realizador não trabalhou como ator.
Dos oito personagens, metade, quatro são infelizes, procuram a infelicidade, mas praticamente todos são intelectuais, fazem questão de demonstrar, a cada momento, que têm cultura, erudição. E são pessoas profundamente chatas.
A única personagem, além de Pearl (é interpretada pela extraordinária Maureen Stapleton), que não fica a todo momento cuspindo erudição, ou pseudo-erudição, é Flyn, a atriz de novelas de TV.
Pearl é o contrário dos demais sete personagens. O exato oposto, o antônimo, o antípoda. Em tudo por tudo. Fala sem qualquer tipo de afetação; o linguajar dela é simples, leve, solto. Vê a vida com simplicidade. Enquanto os outros sete personagens fazem exegeses chiques sobre a peça de teatro que todos ali haviam visto, ela é curta e grossa: diz que um personagem é dedo-duro, e outro não, e que o dedo-duro, por ser dedo-duro, é mau caráter, e o outro é bom caráter – simples assim.
por Sérgio Vaz.
Geraldine Page e Diane Keaton brilham como Maureen Stapleton. Aliás, o elenco restante um tanto esquecido hoje em dia, brilham também.
Sonata para piano No. 8 em Dó menor do grande Beethoven, geralmente conhecida como, Sonata Patética, foi publicada em 1799, embora tenha sido escrito no ano anterior, quando o compositor tinha 28 anos de idade, será mera coincidência com o filme de Allen, talvez sim talvez não, mas o mestre Woody Allen sabe o que faz, grande filme.
Um filme para refletir muito.
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Memórias
4.0 168 Assista AgoraEu li uma vez e nunca mais esqueci - Humanidade e loucura cruzando as alegorias hiperbólicas de Fellini, a secura e inconformismo formal de Bergman, com muita acidez nonsense dos seus primeiros filmes e o desespero hilário das suas melhores comédias, sem nunca afastar o espectador – apesar da total inversão e abandono de qualquer cartilha, o filme ainda é fácil de se assistir, se envolver e dar risada, afinal de contas – Woody fez mais uma obra-prima.
The Walking Dead (6ª Temporada)
4.1 1,3K Assista AgoraÉ quase insondável como The Walking Dead (6ª Temporada), conseguiu aproveitar a energia caótica num dos exames mais potentes do apocalipse final, a série é um intenso pesadelo que se propõe a retratar com algumas das imagens mais espetaculares de terror insondável e da loucura que o ser humano é capaz quando se vê em perigo.
Igual a Tudo na Vida
3.3 213 Assista AgoraÉ um filme lindamente fotografado, talvez o único filme de Allen a ser filmado usando uma proporção anamórfica além de Manhattan. Jason Biggs é encantador (no seu melhor papel), no placar e ele que compartilha a fantástica química na tela com Woody Allen. Christina Ricci é de alto nível como uma personagem confusa, neurótica (talvez não tão perfeita como Diane Keaton em Annie Hall de 1977, mas não faz feio), e todos os papéis coadjuvantes são preenchidos muito bem. Tudo que eu quero de uma comédia romântica, e muito mais. Qualquer outra coisa é grande. Mas o melhor mesmo e a piada que Woody Allen fala sobre os dois maiores mitos sexuais de talento da história de Hollywood; Sophia Loren e Marilyn Monroe: ''Outro dia imaginei um ménage à trois com Marilyn Monroe e Sophia Loren. Se não me engano, foi a primeira vez que as duas grandes atrizes trabalharam juntas” - Gênio.
Hollywood: A Celebration of the American Silent Film
4.7 5O documentário definitivo sobre a indústria do cinema mudo americano. Contou com a presença da lendária Eleanor Boardman da clássica performance em ''A Turba/The Crowd (1928), depois de 45 anos de abandono do cinema; seu desempenho nesse filme é amplamente reconhecido como uma das performances mais notáveis em filmes mudos americanos.
A série é composta de treze episódios de cinqüenta minutos, com cada episódio de lidar com um aspecto específico da história de Hollywood. O ator James Mason , um entusiasta do período, forneceu a narração ; uma contagem cadenciada foi contribuído por Carl Davis.
A qualidade técnica foi um aspecto importante da produção. Filmes mudos, muitas vezes tinham sidos exibidos na televisão a partir de cópias de má qualidade que funcionam a uma velocidade imprecisa, geralmente acompanhada de honky tonk música piano. Hollywood usado clipes de filmes silenciosos provenientes de o melhor material disponível, como mostrado à sua velocidade de corrida original e com uma partitura orquestral , dando aos espectadores a chance de ver o que eles originalmente parecia e soava.
Os produtores filmaram as recordações de muitos dos participantes sobreviventes do período, e ilustrou suas entrevistas com cenas de seus vários filmes, bem como fotografias de produção, e ainda fotografias históricas dos arredores de Los Angeles. Algumas destas entrevistas são notáveis por estar entre as entrevistas filmadas única dadas por seus súditos.
Entre as pessoas notáveis que contribuíram para entrevistas foram: Lillian Gish; Gloria Swanson; Bessie Love; Janet Gaynor (primeira vencedora do Oscar de Melhor Atriz); Louise Brooks (que não aparecia desde 1938); só para citar algumas deusas...
Terra dos Deuses
3.9 18Os efeitos especiais, principalmente para época e até hoje são especialmente notáveis, principalmente na praga dos gafanhotos, a cargo do ótimo James Basevi. A fotografia e do genial Karl Freund , dos clássicos filmes mudos de F.W. Murnau. Luise Rainer mereceu seu Oscar, ela está quase irreconhecível no papel da devotada esposa do sempre ótimo Paul Muni. O produtor Irving Thalberg morreu bem no meio do projeto do qual tinha se dedicado por três anos e tudo ficou a cargo de Albert Lewin. O filme levou três Oscar, mas merecia muito mais.
Demolidor (1ª Temporada)
4.4 1,5K Assista AgoraDepois de muito sofrimento, por seu heroísmo na infância ao salvar um senhor de um acidente com um caminhão que carregava lixo tóxico, o nosso herói fica cego; em compensação, descobriu que seus outros sentidos haviam sido ampliados várias vezes, ficando tão aguçados que ele é capaz de ler um livro passando os dedos sobre as letras, sem ser em braile (tato), identificar pessoas pelo odor (olfato), consegue dizer exatamente quantos grãos de açúcar existem em uma rosquinha (paladar) e a sua audição, que foi o sentido mais aprimorado no acidente, lhe permite ouvir o zumbido de um mosquito a quilômetros de distância, além de ter se tornado uma espécie de radar, entre outros fatos...
O script da série, expõe com austeridade o drama do jovem que se torna herói e dá grande dignidade ao personagem.
O clima da série retira o máximo de expressividade das luzes e das sombras da cidade. A primeira temporada pelo menos é um chute no estômago!
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
4.1 1,1K Assista AgoraGenial, o filme solta faíscas de talento a cada minuto.
Annie Hall é uma declaração de amor a Diane Keaton e está brilha como nunca, até ganhou o seu Oscar de Melhor Atriz pelo filme.
E é uma das mais belas declarações de amor a uma mulher que o cinema já fez.
Na boa Diane foi, é, e sempre será sua mais divertida e melhor musa.
A Imperatriz Vermelha
4.1 22Joseph Von Sterbeng realiza sua obra-prima, recriando, a seu modo, a subida ao trono de Catarina II, da Rússia. O filme é um delírio barroco com cenários entupidos de estátuas retorcidas, ícones bizantinos, colunas espiraladas, móveis rebuscados e majestosas portas de ferro, todo este espaço dramático apanhado, juntamente com os personagens, por uma câmara fluente. O audacioso e sensual exercício de estilo atinge o auge no ritual no casamento de Catarina e Pedro, na Catedral de Kazan, soberbamente iluminado por Bert Glennon – um trecho de Cinema puro. Os figurinos são de Travis Benton e, na direção de arte, além de Hans Dreier, a colaboração dos artistas plásticos Peter Ballbusch e Richard Kolloesz e o próprio Von Sterberg
Os tronos parecem coisa de outro planeta, como se fosse um filme de ficção científica. Na montagem, Sternberg abusa das fusões de imagens; a seqüência, bem no início do filme, em que vemos um desenrolar da história de alguns séculos da Rússia, passando por Ivan, o Terrível, e Pedro, o Grande (a futura czarina está ouvindo o pai contar a ela um pouco da história daquele país estranho e distante), é acachapante, brilhante, genial.
Na seqüência do casamento da princesa prussiana com o grão-duque – aliás, uma seqüência toda ela impressionante –, Sternberg faz dois ou três big-close-ups do rosto da atriz que ele transformou em estrela, o rosto coberto por um véu branco, de babar, históricos, antológicos. E que beleza, que poder tem aquele rosto, que de fato foi feito para deixar apaixonadas as câmaras de cinema que passassem à sua frente.
A interpretação de Marlene Dietrich, principalmente quando faz a tímida e espantada Princesa, é estupenda (prova que nunca foi uma atriz absorvida pelo seu mito, mas consciente das possibilidades de expressão que lhe oferecia seus diretores em especial Sternberg), assim como é excelente atuação de Sam Jaffe, como o Grão-Duque louco. Lodge está perfeito no tipo másculo e durão.
A história: Sophia Frederica (Dietrich, excelente no papel), é a filha de um menor alemão príncipe e uma mãe ambiciosa. Ela é trazida para a Rússia pelo Conde Alexei (Lodge) a mando da Imperatriz Elizabeth (Dresser) para se casar com o sobrinho, o Grão-Duque Pedro (interpretado como um imbecil por Jaffe em sua estréia no cinema). Elizabeth arrogante renomeia ela Catherine e reforça a demanda para uma nova edição para uma noiva de um herdeiro ao trono.
Infeliz em seu casamento, Catherine encontra consolo com o mulherengo Alexei, que em primeiro lugar, tem como amante Elizabeth. Assim Catherine com descobre isso, ela resolve ter vários amantes e leva todos entre o exército russo para cortejar em seu favor. Quando a velha Imperatriz morre 17 anos após o casamento, Peter sobe ao trono russo e toma medidas contra a sua esposa. Logo Catherine com suas parcelas e exercícios se envolve com um golpe de Estado, iniciando um reinado como Imperatriz que vai deixá-la conhecida na história como Catarina, a Grande
O filme é notável por sua iluminação atenciosa e o expressionista projeto de arte do mestre Von Sternberg que cria com maestria o palácio russo. O crítico de cinema Robin Wood disse: ''um ambiente hiper-realista de pesadelo com suas gárgulas, suas figuras grotescas e imagens torcidas em cortações agonizantes, suas enormes portas que necessitam de uma meia dúzia de mulheres para fechar ou abrir. E seus espaços escuros e sombras sinistras criados pelos lampejos de inúmeras velas; seu esqueleto presidindo a mesa do banquete de casamento real são notórios.
Intensamente erótico e dirigido com maestria por Josef Von Stenberg, esse filme tornou-se um marco na carreira de Marlene Dietrich, e é até hoje um dos retratos mais grotescos, luxuriosos e controversos do Império Russo.
Para Martin Scorsese o diretor ''Joseph Von Sternberg'' foi um dos grandes iconoclastas do cinema mundial.
Para Orson Welles o diretor ''Joseph Von Sternberg'' foi um dos mais injustiçados da história do cinema.
No Teatro da Vida
3.8 13Jovens mulheres aguardam sua grande chance de brilhar nos palcos da Broadway, numa pensão para artistas , em Nova Iorque. Hepburn ótima recebe a notícia do suicídio de uma delas por desespero. Após a representação, ela faz um discurso em homenagem à amiga morta, arrancando lágrimas da platéia. O elenco além de Hepburn é delicioso, com destaque para a jovem Lucille Ball (antes da fama), Andrea Leeds (indicada ao Oscar por este papel) e principalmente Ginger Rogers.
O Paraíso de um Homem
4.3 4Este filme é uma das obras-primas do hoje esquecido Frank Borzage (grande mestre).
Surpreendemente adulto e avançando para época, mostra, a realidade social da crise, sem deixar de ter o habitual toque romântico, que são características do diretor, Loretta Young está excelente, esplendidamente fotografada por Joseph August, mas que rouba a cena é mesmo o grande Spencer Tracy num desempenho sensível e poderoso, desse que é com certeza um dos maiores atores que Hollywood teve.
Blackout
3.7 16The Blackout fornece uma aparência elegante e extrema nos cantos mais escuros da experiência humana. Modine é incrível como a liderança babaca que vai do céu ao inferno em pouco tempo, ainda bem que Claudia Schiffer não insistiu como atriz, mas a estonteante Béatrice Dalle está devastadora, linda, sexy, apesar do pequeno papel. Vale rever esse bom filme.
The Walking Dead (2ª Temporada)
4.2 2,3K Assista AgoraEstá temporada na minha opinião e tão boa quanto a primeira.
Tem grandes revelações e momentos impactantes.
Após fugir de Atlanta, o grupo de sobreviventes parte em busca de algum lugar onde possam permanecer seguros e sobreviver à orda de zumbis que anda pelo mundo. O grupo segue para Fort Benning, mas estão bloqueados por um engavetamento de veículos na interestadual, e ficam mais atrasados quando a mangueira do radiador quebra, depois de muita confusão, o primeiro episódio da segunda temporada é um primor. Quando encontram uma fazenda que permanece isolada e livre da ameaça zumbi, o grupo tenta conquistar o seu lugar ali, dividindo o espaço com os donos da fazenda. Em meio ao caos, alguns dos sobreviventes vão revelando faces até então ocultas, e o grupo percebe que os zumbis não são o único perigo que existe. Não bastasse tudo isso, no final da temporada Andrea se desgarra acidentalmente do grupo e fica correndo pela floresta, fugindo de uma horda de zumbis, até ser resgatada por uma figura de capuz e que brandia uma espada (Michonne). Sem falar a sequência em que eles finalmente encontram a menina Sophia Peletier ainda permanece na cabeça de todos.
Um detalhe que também tem um elemento de boa sorte do qual se suspeita que nem mesmo os produtores se deram conta do que tinham em Chandler Riggs, um ator mirim que tem literalmente crescido de forma especialmente ressonante.
Matrimônio à italiana
4.1 37 Assista AgoraA direção de arte é soberba, e as tomadas de Nápoles, espetaculares.
E, a rigor, bastaria a beleza majestosa de Sophia para justificar o filme. Ela está demais, e De Sica, é claro, usa e abusa daquele rosto absurdo, pleonástico, e do corpo sensacional, aquela coisa que excede. É uma bênção para os olhos.
Matrimônio à Italiana teve duas indicações ao Oscar – como candidato a melhor filme estrangeiro e melhor atriz para Sophia Loren, que já havia ganho o prêmio da Academia dois anos antes, por Duas Mulheres. O filme ganhou o Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro; havia sido indicado também para os prêmios de melhor atriz e melhor ator. Ao todo, o filme ganhou oito prêmios e teve cinco outras indicações.
Sophia ganhou Moscow International Film Festival de Melhor Atriz; David di Donatello Awards de Melhor Atriz.
Sophia Loren ou Marcello Mastroiann separados são ótimos, imagine juntos! Eu gosto do tom farsesco. Pra mim, ele convida à empatia crítica. Além disso, aprecio muito a trilha sonora.
PS. Todo close-up na Sophia Loren é pouco.
Vittorio De Sica é o homem certo para fotografar a Nápoles do período da pós guerra imediato e Sophia Loren é a mulher certa para trazer uma carga de fisicalidade e raro aquele desespero confirmar capaz de vibrar as cordas mais íntimas.
Vittorio De Sica. ganhou quatro Oscars de melhor filme de língua estrangeira; Matrimonio all'italiana foi sua quinta nomeação e a primeira vez que ele perdeu. A estrela Sophia Loren, também foi indicada para melhor atriz, mas perdeu para a Julie Andrews (Loren. já tinha ganho em 1960).
Nos últimos anos De Sica tem sido bastante criticado e Roberto Rossellini louvado, ambos são talentos, infelizmente os filmes de Rossellini não foram bem de bilheteria, os de De Sica sim, isso talvez tenha incomodado um pouco, afinal nos anos 60, De Sica fez também suas obras-primas como ''Duas Mulheres'' (1961); ''Ontem, Hoje e Amanhã'' (1963); ''O Jardim dos Finzi-Contini'' (1970); reverencie o mestre ele merece. É Sophia mamma mia vai ser linda e talentosa lá em casa, ou melhor na tela para todos.
1900
4.3 104 Assista AgoraO filme 1900 (Novecento) é uma obra-prima do Bernardo Bertolucci. Não é um filme para qualquer um assistir, mas sim para quem realmente é entendido de filme, pois é um filme muito extenso e vigoroso com um elenco estelar e primoroso. Gigantesco e ambicioso sem ser presunçoso painel sobre a história da Itália no século XX, na visão de dois jovens italianos, um camponês e um herdeiro de latifundiários que seguem rumos diferentes durante a primeira Guerra Mundial. A beleza plástica do filme é incrível com a trilha sonora inesquecível do mestre Ennio Morricone e fotografia impecável de outro mestre Vittorio Storaro. O elenco é gigante sobretudo as interpretações soberbas de Gérard Depardieu e principalmente Robert de Niro. Um filme às vezes cruel, mas válido.
Mas uma obra-prima de Bernardo Bertolucci, junto com ''Último Tango em Paris'' (1972) e ''O Conformista'' (1970).
Malandros de Rua
3.2 20Com narrativa densa e estupendas atuações de Christopher Reeve (que não era só beleza), que transmite ao espectador toda sua vulnerabilidade e pavor do seu personagem e principalmente Morgan Freeman (fazendo um violento proxeneta, ele foi indicado ao Oscar pelo papel e deveria ter levado, mas ganhou do New York Film Critics Circle Awards; National Society of Film Critics Awards, USA e Independent Spirit Awards; pelo papel.