Há tantos fios, neste filme extraordinário e tentador que é impossível dar direções precisas: talvez mais do que qualquer outro filme de 2023, Monster, prova ser um drama direto, mas profundamente pensativo, retratando os eventos hipotéticos na situação de uma mentira inofensiva que acaba se tornando a verdade mortal, com seu enredo se desenrolando naturalmente ao ser montado, com um elenco (em especial os dois garotos Kurokawa Souya e Hiiragi Hinata), e a direção dedicada. Mas fica a pergunta!! Através de uma série de mal-entendidos, um homem é levado a julgamento por boatos e fofocas até que sua vida seja destruída. Mesmo depois dele limpar seu nome, a reação irá parar? Filme poderoso. Assunto difícil de ser tratado, mas tudo é conduzido de forma soberba.
O filme lembra um pouco o estupendo ''Crepúsculo dos Deuses'', mas não é espetacular quanto, só foi feito na época devido ao sucesso de ''Psicose'', mas também não é brilhante como o filme de Hitchcock, começa meio lento, mas de cara da pra ver que as lendárias atrizes vão fazer bonito, o tom gótico é excelente devido a belíssima fotografia de Ernest Haller, ganhador do Oscar por ''...E o Vento Levou''. As duas atrizes Bette Davis e Joan Crawford, dão show, a primeira chega assustar na caracterização, só uma pessoa muito ciente de si, dona de si, muito espirituosa num mundo da fama, onde a vaidade vem em primeiro lugar acima de tudo e de praticamente de todos, poderia fazer aquilo (alguns podem achar um exagero, mas não é, quantas vezes vi no centro da cidade de São Paulo, pessoas acima dos quarenta anos vestindo roupas que não condizem com idade, mas o cérebro devido as drogas ou alguma outra coisa na vida, fizeram elas fugirem da realidade e viverem como se fossem algum personagem da série ''The Walking Dead''), Joan em contraponto vai mais para o lado contido da coisa (o que é perfeito para sua personagem), não da para entender por que na época a crítica pegou tão pesado com ela, e não indicou ela como atriz também ao Oscar de Melhor Atriz, a vencedora daquele ano foi Anne Bancroft, está para variar está excelente em ''O Milagre de Anne Sullivan'', na minha humilde opinião outra lendária atriz Katharine Hepburn, tem ali, até então sua melhor atuação em ''Longa Jornada Noite Adentro'', mas Geraldine Page (uma atriz que eu sou fã), está numa adaptação chata e over demais, tudo em ''Doce Pássaro da Juventude'', pela qual também foi indicada é um exagero, aliás apesar do elenco ser ótimo, a melhor coisa dele é mesmo a Page; Lee Remick, a quinta indicada teve seu segundo melhor papel de toda sua vida, só para notar como essa categoria estava acirrada, já faz a gente pensar que merda aconteceu nesse século, por exemplo nesse último Oscar tinham grandes atrizes, mas em filmes bem fraquinhos, tirando a Cate Blanchett, em ''Tár'', uma intepretação cheia de delicadezas, cheia de detalhes e inflexões, era do nível de 63, mas voltando ao ano de 63, ainda ficaram de fora interpretações radiantes da pungente Irene Papas por ''Electra, a Vingadora'', e Anna Magnani, por ''Mamma Roma'', só posso acreditar que está faltando bons roteiristas, mas acho que a Joan merecia ficar no lugar da Page, e a Bette deveria ter levado o prêmio.
A trama é bem interessante principalmente pela duas atriz principais, a história segue uma ex-estrela infantil já envelhecida que aterroriza a vida de sua irmã paraplégica, uma ex-estrela de cinema, em uma velha mansão de Hollywood, tenho que dizer que quando vi quando criança não esperava a revelação do final do filme, mas quando revi, logo me veio que no começo já dava para perceber, quando Blanche Hudson, que quando jovem, é feita pela garotinha ''Gina Gillespie'', já revela no seu rosto o ódio, o ciúmes, da irmã tentando disfarçar, quando a mãe fala com ela sobre o jeito mandão da irmã.
E os coadjuvantes do filme com exceção da emprega feita pela ótima ''Marjorie Bennett'', são uns verdadeiros lesados, duas vizinhas tapadas, e o personagem do Victor Buono, um gigante tonto, que vê o que está acontecendo com Blanche, e sai correndo numa tontura sem fim, minha vontade era que a Bette Davis, desse uma de Nazaré, e jogasse ele pela escada abaixo, teria ficado bem mais interessante e adequado a um filme de terror.
Só uma curiosidade vi a muito tempo no canal E!, a filha da Bette Davis, que faz a vizinha jovem, dizer que ouviu da própria mãe, que falou que queria ser atriz depois do filme, dizer - mas você não tem talento nenhum para isso, nem de livro você gosta, depois disso não queria que a filha escrevesse um livro sobre ela, rsrs.
Na década de 30, família alemã vem para o Brasil e se instala no interior do Paraná, onde compra um hotel que se torna ponto de encontro de simpatizantes do nazismo. Denso e pesado, com ótima direção, e excelentes atores em especial Míriam Pires e Carlos Vereza (estupendos), é talvez seja a única vez em que o cinema brasileiro discutiu com densidade seriamente a atuação de adeptos do nazismo no país. O tema de abertura é "A Cavalgada das Valquírias" de Wagner, utilizada como um hino nazista. A fotografia premiadíssima e algo à parte. ''Aleluia, Gretchen'' é o mais importante trabalho de Sylvio Back.
Como mostra este melodrama extravagante e ironicamente irônico de 1928, Erich von Stroheim, não era apenas um ator supremo (se tipográfico), mas um dos maiores diretores da era do silêncio. Sem falar que foi um dos projetos de vaidade mais excêntricos e fascinantes da história do cinema. Diretores como Erich von Stroheim, Josef von Sternberg, Buster Keaton, Victor Sjöström, são iconoclastas, por excelência. Gênios incompreendidos em sua época, muito além do seu tempo.
The Batman não é apenas incrível, é um dos melhores filmes de heróis e vilões de quadrinhos de todos os tempos. Na minha opinião, só perde para a trilogia de Christopher Nolan, ''Batman Begins''; ''Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge'' e principalmente o melhor de todos ''Batman: O Cavaleiro das Trevas'', e ''Vingadores: Ultimato''. Matt Reeves fez algo brilhante com este filme, ele conseguiu fazer algo mais sombrio do que o Zack Snyder fez, só que ele lidou com a história muito melhor. The Batman é um filme de ação, sim, mas parece mais um filme de suspense noir com enorme inspiração em alguns filmes de David Fincher, como Zodiac e SE7EN. Ele realmente é sombrio como os melhores quadrinhos do Batman. O tom está absolutamente no ponto. Vamos falar sobre Robert Pattinson. Ele está tão bom como Batman/Bruce Wayne, ele parece incrível no traje e nas nuances de quem está sofrendo muito. O Batman, é intimidador e alguém de quem você deveria ter medo. Ele dá a você aquela mistura de começar uma vida de força brutal de justiça, mas ao mesmo tempo como alguém que está perturbado e luta com vários problemas ao mesmo tempo. Zoë Kravitz, também está ótima no filme, ela tem muita química com Pattinson e também parece fenomenal nas sequências de ação, ela é claro não supera a primeira mulher gato da história das telas a grande Julie Newmar (que roubava todas as cenas na antiga série dos anos 60), mas está a altura das belíssimas e fatais Michelle Pfeiffer, Anne Hathaway e Eartha Kitt, pois Lee Meriwether e Halle Berry, foram mulheres lindas e talentosas, mais em filmes péssimos. Paul Dano, por outro lado, é perturbador pra caralho, é uma visão mais realista de Charada, que é mais parecida com Assassino do Zodíaco, um serial killer inteligente e psicopata que sempre tem um plano, ele é de longe o melhor Charada de todos os tempos. Mas Colin Farrell, está irresistível pra caralho como o Pinguim, ele desaparece completamente, nas próteses e em sua performance é claro Robert Pattinson, soberbo no papel de Batman, tão bom quanto meu ídolo Christian Bale. Os técnicos são perfeitos com uma fotografia estupenda, uma trilha feita por Michael Giacchino, que é assombrosa, épica e brilhante, realmente dá ao filme sua própria identidade, e ainda tem Nirvana na parada. Também é possivelmente a melhor representação de Gotham City que eu já vi em um filme da DC. Mostra-nos uma cidade cheia de ataques, corrupção, falsos moralistas e crimes. É claro que faltou mais de Alfred no filme, Serkis é tão bom, mas não o vemos tanto quanto Michael Caine na Trilogia de Nolan. Eu queria mais dele interagindo com Bruce, mas ele é relegado em um papel muito coadjuvante que espero que Reeves conserte nas sequências. Eu realmente quero uma trilogia cada vez melhor que essa. Robert Pattinson, é um Batman/Bruce Wayne absolutamente incrível, todo o elenco é brilhante também. É tecnicamente tudo é como uma aula de cinema. Um dos melhores filmes de 2022, até agora e um dos meus filmes favoritos do Batman. Não é melhor que O Cavaleiro das Trevas, mas realmente é o segundo melhor filme do Batman.
Ran, é daqueles filmes que não enganam o espectador nem por um momento. Desde as primeiras tomadas, os primeiros minutos, demonstra claramente que estamos diante de uma obra-prima, tudo aqui é estupendo, as atuações, a direção de arte, a trilha sonora de Tōru Takemitsu, os figurinos merecidamente premiado com o Oscar pela veterana Emi Wada, a montagem feita pelo próprio diretor Akira Kurosawa, a belíssima fotografia, e a direção impecável do mestre dos mestres Kurosawa, aliás tudo aqui é impecável. O filme foi indicado na categoria de melhor direção (uma das maiores injustiças do Oscar, ele perdeu pela direção insonsa de Sydney Pollack, pelo meloso ''Entre Dois Amores''), direção de arte, fotografia e figurinos, ganhando só a última, infelizmente.
Certamente não se pode imaginar um elenco tão perfeito assim, e a direção de Jonathan Demme, é inspirada. O filme é um clássico por duas razões - é feito com uma precisão perfeita, e tudo no filme é assustadoramente memorável.
Beatty, que produziu, dirigiu, ajudou a escrever e estrelou este impressionante trabalho, pode ser perdoado por não ter coragem de cortá-lo, talvez seu único defeito, longo demasiadamente. Vittorio Storaro, que ganhou um Oscar por sua cinematografia, mantém o longa-metragem se movendo em um ritmo saudável, misturando cenas estáticas com movimentos sutis da câmera, nunca se exibindo ou prejudicando a história. A obra-prima de Beatty é longa, mas nunca parece que se ressente. Este é um filme fora de sintonia com a retórica anticomunista da época e é amoroso ao tratar um americano com um ponto de vista verdadeiramente alternativo no auge da revolução. Dito isto, é dirigido com o máximo de coesão e detalhes que um diretor com esse material de origem possa fazer e todos os atores fazendo o seu melhor, com Diane Keaton (linda por demais, é por um pouquinho não rouba o filme, seu personagem e uma mulher atual) e Jack Nicholson tendo ótimas performances. Duvido que muitos se sintam extremamente interessados no que "Reds" tem a oferecer, mas achei perspicaz e bem-feito, e aplaudo a coragem de Warren Beatty de enfrentar um projeto tão em grande escala.
Sophia Loren, liberta um humor rabugento e delicioso, com altivez e trauma com uma naturalidade arrepiante, e talvez por isso a partilha na tela com o pequeno Momo seja de uma forma de suavizar a sua presença. O seu rosto leonino, com os traços de feminilidade que a tornaram um ícone, é de um magnetismo tremendo, uma força terra-a-terra com os vestígios claros da sensualidade de outrora. Há magia na franqueza deste corpo no filme que, inclusive, se presta a dançar diante da câmara (entre cortes pudicos, mais lindo de se vê), para depois deixar-se levar por uma subtil melancolia. Loren, está com uma naturalidade arrepiante. É daí que vem o pequeno Momo (o excelente debutante Ibrahima Gueye), um senegalês órfão que ganha uns trocos a traficar droga. Um dia rouba a sacola de compras de Madame Rosa num mercado de rua e, obrigado a devolver e pedir desculpa, acaba à sua porta em estilo de encomenda: o médico do bairro quer deixá-lo aos cuidados dela, em vez de o confiar à Segurança Social. A viver num humilde apartamento com outros dois meninos sob a sua alçada,
Rosa, octogenária, uma quase nonagenária, mas de coração bondoso mas pulso firme, não se mostra minimamente aberta à ideia de acolher um "arruaceiro", como lhe chama. Porém, já se sabe que o tempo tratará de amolecer o feitio de ambos. Enfim, não apenas o tempo. A velha guardiã começa a ter episódios estranhos em que fica catatônica, seja num terraço à chuva seja na cave do prédio (onde se esconde, quando ainda não se sabe do quê), e as crianças, apesar de cultivarem teorias absurdas, percebem que o seu declínio físico não é bom prenúncio. Momo fica curioso com o número que vê tatuado no braço dela, e vai desenvolvendo um sentimento de proteção para com a dura benfeitora, como se no fundo houvesse uma sinfonia só deles, um secreto paralelo histórico.
Um filme simplesmente delicioso, com uma atriz lendária e magnífica, imperdível.
Vi apenas duas vezes, e faz muito tempo, adoraria rever esse belo filme. Os quatro jovens atores, têm um desempenho impressionante, em particular Andrew Robertson e Gainsbourg. O filme nos leva a um mundo onde alguns segredos são escondidos e outros explorados, e não há restrição em seus impulsos sombrios. Algumas vezes assustador e outras vezes emocionante, mas tudo na medida certa. O diretor faz uma abordagem realista sobre a estranha relação entre os irmãos, sem nunca cair no ridículo ou no vulgar.
Soberbo em todos os aspectos, e possivelmente o melhor do cineasta. Recontando lindamente uma história espiritual, sem recorrer à piedade dominadora que torna a maioria dos filmes bíblicos americanos tais slogans bem-intencionados. Pier Paolo, que depois desse filme resolveu se preocupar em chocar os cinéfilos do que contar uma boa história como essa. Pasolini usa um estilo visual complexo, mas aparentemente rígido e simples, e evoca performances maravilhosas dos não profissionais Enrique Irazoqui, Margherita Caruso e Marcello Morante. Essa interpretação altamente política da paixão é tão escandalosa quanto a de Mel Gibson, mas mais poética, mais contemporânea em seu impacto e mais séria em sua moralidade geral. Ainda parece irônico que o melhor filme sobre Jesus Cristo, segundo o próprio Vaticano, seja uma obra da década de 60, realizada por um cineasta ateu, gay e comunista. Em 1964, ao ler na íntegra o evangelho de Mateus, Pier Paolo Pasolini abandonou todos os outros projetos para recontar a história do homem que fundaria uma das mais importantes doutrinas de todos os tempos. O Jesus de Pasolini é um homem de palavras retas, mas também de silêncios expressivos. Seus discursos tão magnéticos, que impressionam tanto a seus discípulos como a seus detratores, se alternam com momentos em que Jesus permanece mudo, com o olhar fixo e habitualmente registrado em longos planos de nuca. Pasolini não esconde sua admiração pela figura de um dos homens mais importantes que pisaram neste planeta. Sua santidade é declarada, de forma generosa (vinda de um ateu), por diversos enquadramentos que mostram Jesus em contra-plongèe, com o sol resplandecendo na parte superior do quadro. O clássico de Pier Paolo Pasolini vê nos ensinamentos de Cristo a sua grande obra no mundo terreno. Quem dera tivéssemos lideres assim com Jesus, mas eles não querem liderança, eles querem é poder, e meus amigos poder só Deus.
Desde que vi esse filme, me apaixone e pensei "o que falar de um filme que tá sempre entre os maiores de todos os tempos", mas tenho que falar mesmo assim. Então resolvi fazer uma pequena pesquisa sobre essa pérola máxima do cinema. Allen serve uma nostalgia que era totalmente do seu tempo; ele encarna uma ideia da cidade que, ainda hoje, permanece tão forte quanto sua realidade, e retrata seus ideais decepcionados a altas crises existenciais. Manhattan (1979) foi uma obra-prima aclamada, madura, em preto e branco, aprimorada por uma partitura de George Gershwin (realizada pela Filarmônica de Nova York, conduzida por Zubin Mehta), que conta sobre infidelidade, romances e situações complicadas ... Gordon Willis e George Gershwin, juntos. Um dos maiores fotógrafos do cinema americano, um monumento, e um dos mais erudito compositores da Grande Música Americana, outro monumento. O uso sábio, safo, brilhante, da música de George Gershwin; a declaração de amor à cidade do autor, uma das mais belas que o cinema já fez; a trama gostosa, simples, que sabe fazer uma balanceada mistura de humor e melancolia; e, claro, ao elenco competente, afiado, maravilhoso. A beleza de Mariel Hemingway, no auge ao 18 aninhos, e a beleza faiscante e o talento de Diane Keaton, sua melhor parceira. O filme é certamente uma carta de amor a Nova York, mas é ao mesmo tempo uma carta irônica aos seus habitantes e visitantes — ou a todos aqueles que vivem em uma grande cidade à procura de alguma coisa, talvez apenas viver bem, amar e ser feliz, nem que seja por um momento ou dois. Diferentemente de outros filmes, as piadas aqui surgem em momentos oportunos como o “eu tenho dinheiro para viver por um ano… se eu viver como Gandhi.” mas não o vejo como uma comédia, pelo contrário, uma profundidade sem tamanho que, unido a fotografia e ótimo roteiro, tudo se torna sim um pouco mais leve. Cenas como o passeio de Isaak e Tracy na carruagem em que, após um beijo, ele fala que ela é a resposta de Deus a jó, ou quando Isaak vai contar para ela que está se envolvendo com alguém mais velho, ela vira para ele e ele fala “não me encare com esses olhos grandes, está parecendo crianças carente precisando dos pais” entraram para a história como uma das melhores, sendo a segunda uma ousadia sem tamanho, pois, realmente, se trata de uma criança que precisa sim dos pais. Mexendo em uma ferida grande, principalmente aos olhos dos mais conservadores.
As duas performances principais em questão Denzel Washington e a premiada com o Oscar por esse filme Viola Davis, são incrivelmente complexas e profundas realizações humanas de dois dos grandes atores dessa nova geração.
Sam Peckinpah, fez deste faroeste com um certo rigor formal e ritmo contido,um western especial, além de usar elementos originais que mais tarde seriam expandidos no excepcional ''Meu Ódio Será Sua Herança''. Excelente fotografia de seu parceiro Lucien Ballard, também um dos preferidos do mestre Josef von Sternberg, e excelentes desempenhos principalmente dos veteranos Randolph Scott (em sua última grande interpretação) e Joel McCrea, mestres dos faroestes.
O mais marcante nesta obra-prima é a caracterização realista dos espaços e, sobretudo, dos personagens e o Terry de Marlon Brando (em uma atuação inesquecível, e uma das raras em que o Oscar realmente acertou), está longe de ser um herói virtuoso, mas sua consciência é sua única virtude. Tudo aqui é impecável, mas Brando, Boris Kaufman (fotografia) e Leonard Bernstein (trilha sonora), saem com um milésimo de segundo de vantagem do resto excepcional desse filme.
O filme é muito impressionante, fortíssimo, marcante, mas não resisto à tentação de brincar que o maior susto que ele me deu foi quando, bem depois do trem final, a menina cantando tristemente no fundo do túnel (...) me surpreendeu.
A história é tão incrível, inacreditável, surpreendente, que parece ter sido criada por um roteirista especialmente imaginativo em uma viagem com alucinógeno poderoso, mas é claro, que isso só poderia vir da cabeça do genial Woody Allen.
O diretor Gene Saks, não teve a leveza de seus três primeiros filmes, e ainda deixou sua mulher na vida real, a sempre talentosa Bea Arthur, roubar todas as cenas em que aparece, vale pelo elenco e as músicas. Muito melhor foi a versão com Rosalind Russell de 1958, intitulado ''A Mulher do Século/Auntie Mame''.
Um filme que permanece forte, vigoroso, perturbador, inquietante. Sem falar na arrebatadora atuação do grande ''Edward Norton''. Deveria ter levado o Oscar por essa atuação.
O longa propõe uma trama forte, humanista como nos livros Fiódor Dostoiévski, bem humano, mas que não te poupa de nada que faça parte daquele universo, que não possui nenhum tipo de filtro, mas que também recompensa aqueles que estiverem dispostos a acompanhar a sua trajetória, bela, sem preconceitos; é um filme complexo, mas extremamente profundo. E o trio central Clemens Schick, Jesuíta Barbosa e um soberbo Wagner Moura dão show.
Que beleza, que maravilha, que filmaço é ''Sem Novidade no Front''. É um grande filme de guerra, com extraordinárias sequências de batalhas. É violento, forte, poderoso, na exibição de tanta violência, dor e miséria, física e espiritual, que acompanham a insensatez de uma guerra.
É fantástico como o roteiro do filme consegue apresentar os fatos sobre os quais o filme vai tratar de uma forma rápida, concisa, ágil, inteligente e clara, límpida.
Tiro meu humilde chapeuzinho para Quentin Tarantino. Ele é louco, obcecado por violência, e, se não fosse diretor de cinema, seria muito provavelmente um serial killer, como Dexter, kkkk. Maravilha que quis ser diretor de cinema. Pelo menos, só mata – com requintes de crueldade – na ficção. Sem falar na trilha sonora do veterano Ennio Morricone, brilhante.
Monstro
4.3 259 Assista AgoraHá tantos fios, neste filme extraordinário e tentador que é impossível dar direções precisas: talvez mais do que qualquer outro filme de 2023, Monster, prova ser um drama direto, mas profundamente pensativo, retratando os eventos hipotéticos na situação de uma mentira inofensiva que acaba se tornando a verdade mortal, com seu enredo se desenrolando naturalmente ao ser montado, com um elenco (em especial os dois garotos Kurokawa Souya e Hiiragi Hinata), e a direção dedicada.
Mas fica a pergunta!!
Através de uma série de mal-entendidos, um homem é levado a julgamento por boatos e fofocas até que sua vida seja destruída. Mesmo depois dele limpar seu nome, a reação irá parar? Filme poderoso. Assunto difícil de ser tratado, mas tudo é conduzido de forma soberba.
O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
4.4 829 Assista AgoraO filme lembra um pouco o estupendo ''Crepúsculo dos Deuses'', mas não é espetacular quanto, só foi feito na época devido ao sucesso de ''Psicose'', mas também não é brilhante como o filme de Hitchcock, começa meio lento, mas de cara da pra ver que as lendárias atrizes vão fazer bonito, o tom gótico é excelente devido a belíssima fotografia de Ernest Haller, ganhador do Oscar por ''...E o Vento Levou''.
As duas atrizes Bette Davis e Joan Crawford, dão show, a primeira chega assustar na caracterização, só uma pessoa muito ciente de si, dona de si, muito espirituosa num mundo da fama, onde a vaidade vem em primeiro lugar acima de tudo e de praticamente de todos, poderia fazer aquilo (alguns podem achar um exagero, mas não é, quantas vezes vi no centro da cidade de São Paulo, pessoas acima dos quarenta anos vestindo roupas que não condizem com idade, mas o cérebro devido as drogas ou alguma outra coisa na vida, fizeram elas fugirem da realidade e viverem como se fossem algum personagem da série ''The Walking Dead''), Joan em contraponto vai mais para o lado contido da coisa (o que é perfeito para sua personagem), não da para entender por que na época a crítica pegou tão pesado com ela, e não indicou ela como atriz também ao Oscar de Melhor Atriz, a vencedora daquele ano foi Anne Bancroft, está para variar está excelente em ''O Milagre de Anne Sullivan'', na minha humilde opinião outra lendária atriz Katharine Hepburn, tem ali, até então sua melhor atuação em ''Longa Jornada Noite Adentro'', mas Geraldine Page (uma atriz que eu sou fã), está numa adaptação chata e over demais, tudo em ''Doce Pássaro da Juventude'', pela qual também foi indicada é um exagero, aliás apesar do elenco ser ótimo, a melhor coisa dele é mesmo a Page; Lee Remick, a quinta indicada teve seu segundo melhor papel de toda sua vida, só para notar como essa categoria estava acirrada, já faz a gente pensar que merda aconteceu nesse século, por exemplo nesse último Oscar tinham grandes atrizes, mas em filmes bem fraquinhos, tirando a Cate Blanchett, em ''Tár'', uma intepretação cheia de delicadezas, cheia de detalhes e inflexões, era do nível de 63, mas voltando ao ano de 63, ainda ficaram de fora interpretações radiantes da pungente Irene Papas por ''Electra, a Vingadora'', e Anna Magnani, por ''Mamma Roma'', só posso acreditar que está faltando bons roteiristas, mas acho que a Joan merecia ficar no lugar da Page, e a Bette deveria ter levado o prêmio.
A trama é bem interessante principalmente pela duas atriz principais, a história segue uma ex-estrela infantil já envelhecida que aterroriza a vida de sua irmã paraplégica, uma ex-estrela de cinema, em uma velha mansão de Hollywood, tenho que dizer que quando vi quando criança não esperava a revelação do final do filme, mas quando revi, logo me veio que no começo já dava para perceber, quando Blanche Hudson, que quando jovem, é feita pela garotinha ''Gina Gillespie'', já revela no seu rosto o ódio, o ciúmes, da irmã tentando disfarçar, quando a mãe fala com ela sobre o jeito mandão da irmã.
E os coadjuvantes do filme com exceção da emprega feita pela ótima ''Marjorie Bennett'', são uns verdadeiros lesados, duas vizinhas tapadas, e o personagem do Victor Buono, um gigante tonto, que vê o que está acontecendo com Blanche, e sai correndo numa tontura sem fim, minha vontade era que a Bette Davis, desse uma de Nazaré, e jogasse ele pela escada abaixo, teria ficado bem mais interessante e adequado a um filme de terror.
Só uma curiosidade vi a muito tempo no canal E!, a filha da Bette Davis, que faz a vizinha jovem, dizer que ouviu da própria mãe, que falou que queria ser atriz depois do filme, dizer - mas você não tem talento nenhum para isso, nem de livro você gosta, depois disso não queria que a filha escrevesse um livro sobre ela, rsrs.
Aleluia, Gretchen
3.4 28 Assista AgoraNa década de 30, família alemã vem para o Brasil e se instala no interior do Paraná, onde compra um hotel que se torna ponto de encontro de simpatizantes do nazismo. Denso e pesado, com ótima direção, e excelentes atores em especial Míriam Pires e Carlos Vereza (estupendos), é talvez seja a única vez em que o cinema brasileiro discutiu com densidade seriamente a atuação de adeptos do nazismo no país. O tema de abertura é "A Cavalgada das Valquírias" de Wagner, utilizada como um hino nazista. A fotografia premiadíssima e algo à parte. ''Aleluia, Gretchen'' é o mais importante trabalho de Sylvio Back.
Marcha Nupcial
4.2 6Como mostra este melodrama extravagante e ironicamente irônico de 1928, Erich von Stroheim, não era apenas um ator supremo (se tipográfico), mas um dos maiores diretores da era do silêncio. Sem falar que foi um dos projetos de vaidade mais excêntricos e fascinantes da história do cinema. Diretores como Erich von Stroheim, Josef von Sternberg, Buster Keaton, Victor Sjöström, são iconoclastas, por excelência. Gênios incompreendidos em sua época, muito além do seu tempo.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraThe Batman não é apenas incrível, é um dos melhores filmes de heróis e vilões de quadrinhos de todos os tempos. Na minha opinião, só perde para a trilogia de Christopher Nolan, ''Batman Begins''; ''Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge'' e principalmente o melhor de todos ''Batman: O Cavaleiro das Trevas'', e ''Vingadores: Ultimato''.
Matt Reeves fez algo brilhante com este filme, ele conseguiu fazer algo mais sombrio do que o Zack Snyder fez, só que ele lidou com a história muito melhor. The Batman é um filme de ação, sim, mas parece mais um filme de suspense noir com enorme inspiração em alguns filmes de David Fincher, como Zodiac e SE7EN. Ele realmente é sombrio como os melhores quadrinhos do Batman. O tom está absolutamente no ponto.
Vamos falar sobre Robert Pattinson. Ele está tão bom como Batman/Bruce Wayne, ele parece incrível no traje e nas nuances de quem está sofrendo muito. O Batman, é intimidador e alguém de quem você deveria ter medo. Ele dá a você aquela mistura de começar uma vida de força brutal de justiça, mas ao mesmo tempo como alguém que está perturbado e luta com vários problemas ao mesmo tempo. Zoë Kravitz, também está ótima no filme, ela tem muita química com Pattinson e também parece fenomenal nas sequências de ação, ela é claro não supera a primeira mulher gato da história das telas a grande Julie Newmar (que roubava todas as cenas na antiga série dos anos 60), mas está a altura das belíssimas e fatais Michelle Pfeiffer, Anne Hathaway e Eartha Kitt, pois Lee Meriwether e Halle Berry, foram mulheres lindas e talentosas, mais em filmes péssimos. Paul Dano, por outro lado, é perturbador pra caralho, é uma visão mais realista de Charada, que é mais parecida com Assassino do Zodíaco, um serial killer inteligente e psicopata que sempre tem um plano, ele é de longe o melhor Charada de todos os tempos. Mas Colin Farrell, está irresistível pra caralho como o Pinguim, ele desaparece completamente, nas próteses e em sua performance é claro Robert Pattinson, soberbo no papel de Batman, tão bom quanto meu ídolo Christian Bale.
Os técnicos são perfeitos com uma fotografia estupenda, uma trilha feita por Michael Giacchino, que é assombrosa, épica e brilhante, realmente dá ao filme sua própria identidade, e ainda tem Nirvana na parada. Também é possivelmente a melhor representação de Gotham City que eu já vi em um filme da DC. Mostra-nos uma cidade cheia de ataques, corrupção, falsos moralistas e crimes. É claro que faltou mais de Alfred no filme, Serkis é tão bom, mas não o vemos tanto quanto Michael Caine na Trilogia de Nolan. Eu queria mais dele interagindo com Bruce, mas ele é relegado em um papel muito coadjuvante que espero que Reeves conserte nas sequências. Eu realmente quero uma trilogia cada vez melhor que essa. Robert Pattinson, é um Batman/Bruce Wayne absolutamente incrível, todo o elenco é brilhante também. É tecnicamente tudo é como uma aula de cinema. Um dos melhores filmes de 2022, até agora e um dos meus filmes favoritos do Batman. Não é melhor que O Cavaleiro das Trevas, mas realmente é o segundo melhor filme do Batman.
Ran
4.5 262 Assista AgoraRan, é daqueles filmes que não enganam o espectador nem por um momento. Desde as primeiras tomadas, os primeiros minutos, demonstra claramente que estamos diante de uma obra-prima, tudo aqui é estupendo, as atuações, a direção de arte, a trilha sonora de Tōru Takemitsu, os figurinos merecidamente premiado com o Oscar pela veterana Emi Wada, a montagem feita pelo próprio diretor Akira Kurosawa, a belíssima fotografia, e a direção impecável do mestre dos mestres Kurosawa, aliás tudo aqui é impecável. O filme foi indicado na categoria de melhor direção (uma das maiores injustiças do Oscar, ele perdeu pela direção insonsa de Sydney Pollack, pelo meloso ''Entre Dois Amores''), direção de arte, fotografia e figurinos, ganhando só a última, infelizmente.
O Silêncio dos Inocentes
4.4 2,8K Assista AgoraCertamente não se pode imaginar um elenco tão perfeito assim, e a direção de Jonathan Demme, é inspirada. O filme é um clássico por duas razões - é feito com uma precisão perfeita, e tudo no filme é assustadoramente memorável.
Reds
3.9 77Beatty, que produziu, dirigiu, ajudou a escrever e estrelou este impressionante trabalho, pode ser perdoado por não ter coragem de cortá-lo, talvez seu único defeito, longo demasiadamente. Vittorio Storaro, que ganhou um Oscar por sua cinematografia, mantém o longa-metragem se movendo em um ritmo saudável, misturando cenas estáticas com movimentos sutis da câmera, nunca se exibindo ou prejudicando a história. A obra-prima de Beatty é longa, mas nunca parece que se ressente. Este é um filme fora de sintonia com a retórica anticomunista da época e é amoroso ao tratar um americano com um ponto de vista verdadeiramente alternativo no auge da revolução. Dito isto, é dirigido com o máximo de coesão e detalhes que um diretor com esse material de origem possa fazer e todos os atores fazendo o seu melhor, com Diane Keaton (linda por demais, é por um pouquinho não rouba o filme, seu personagem e uma mulher atual) e Jack Nicholson tendo ótimas performances. Duvido que muitos se sintam extremamente interessados no que "Reds" tem a oferecer, mas achei perspicaz e bem-feito, e aplaudo a coragem de Warren Beatty de enfrentar um projeto tão em grande escala.
Rosa e Momo
3.7 302 Assista AgoraSophia Loren, liberta um humor rabugento e delicioso, com altivez e trauma com uma naturalidade arrepiante, e talvez por isso a partilha na tela com o pequeno Momo seja de uma forma de suavizar a sua presença.
O seu rosto leonino, com os traços de feminilidade que a tornaram um ícone, é de um magnetismo tremendo, uma força terra-a-terra com os vestígios claros da sensualidade de outrora.
Há magia na franqueza deste corpo no filme que, inclusive, se presta a dançar diante da câmara (entre cortes pudicos, mais lindo de se vê), para depois deixar-se levar por uma subtil melancolia. Loren, está com uma naturalidade arrepiante.
É daí que vem o pequeno Momo (o excelente debutante Ibrahima Gueye), um senegalês órfão que ganha uns trocos a traficar droga. Um dia rouba a sacola de compras de Madame Rosa num mercado de rua e, obrigado a devolver e pedir desculpa, acaba à sua porta em estilo de encomenda: o médico do bairro quer deixá-lo aos cuidados dela, em vez de o confiar à Segurança Social. A viver num humilde apartamento com outros dois meninos sob a sua alçada,
Rosa, octogenária, uma quase nonagenária, mas de coração bondoso mas pulso firme, não se mostra minimamente aberta à ideia de acolher um "arruaceiro", como lhe chama. Porém, já se sabe que o tempo tratará de amolecer o feitio de ambos. Enfim, não apenas o tempo.
A velha guardiã começa a ter episódios estranhos em que fica catatônica, seja num terraço à chuva seja na cave do prédio (onde se esconde, quando ainda não se sabe do quê), e as crianças, apesar de cultivarem teorias absurdas, percebem que o seu declínio físico não é bom prenúncio. Momo fica curioso com o número que vê tatuado no braço dela, e vai desenvolvendo um sentimento de proteção para com a dura benfeitora, como se no fundo houvesse uma sinfonia só deles, um secreto paralelo histórico.
O Jardim de Cimento
3.8 65Vi apenas duas vezes, e faz muito tempo, adoraria rever esse belo filme.
Os quatro jovens atores, têm um desempenho impressionante, em particular Andrew Robertson e Gainsbourg. O filme nos leva a um mundo onde alguns segredos são escondidos e outros explorados, e não há restrição em seus impulsos sombrios. Algumas vezes assustador e outras vezes emocionante, mas tudo na medida certa. O diretor faz uma abordagem realista sobre a estranha relação entre os irmãos, sem nunca cair no ridículo ou no vulgar.
O Evangelho Segundo São Mateus
4.0 89Soberbo em todos os aspectos, e possivelmente o melhor do cineasta. Recontando lindamente uma história espiritual, sem recorrer à piedade dominadora que torna a maioria dos filmes bíblicos americanos tais slogans bem-intencionados. Pier Paolo, que depois desse filme resolveu se preocupar em chocar os cinéfilos do que contar uma boa história como essa. Pasolini usa um estilo visual complexo, mas aparentemente rígido e simples, e evoca performances maravilhosas dos não profissionais Enrique Irazoqui, Margherita Caruso e Marcello Morante. Essa interpretação altamente política da paixão é tão escandalosa quanto a de Mel Gibson, mas mais poética, mais contemporânea em seu impacto e mais séria em sua moralidade geral. Ainda parece irônico que o melhor filme sobre Jesus Cristo, segundo o próprio Vaticano, seja uma obra da década de 60, realizada por um cineasta ateu, gay e comunista. Em 1964, ao ler na íntegra o evangelho de Mateus, Pier Paolo Pasolini abandonou todos os outros projetos para recontar a história do homem que fundaria uma das mais importantes doutrinas de todos os tempos. O Jesus de Pasolini é um homem de palavras retas, mas também de silêncios expressivos. Seus discursos tão magnéticos, que impressionam tanto a seus discípulos como a seus detratores, se alternam com momentos em que Jesus permanece mudo, com o olhar fixo e habitualmente registrado em longos planos de nuca. Pasolini não esconde sua admiração pela figura de um dos homens mais importantes que pisaram neste planeta. Sua santidade é declarada, de forma generosa (vinda de um ateu), por diversos enquadramentos que mostram Jesus em contra-plongèe, com o sol resplandecendo na parte superior do quadro. O clássico de Pier Paolo Pasolini vê nos ensinamentos de Cristo a sua grande obra no mundo terreno. Quem dera tivéssemos lideres assim com Jesus, mas eles não querem liderança, eles querem é poder, e meus amigos poder só Deus.
Manhattan
4.1 595 Assista AgoraDesde que vi esse filme, me apaixone e pensei "o que falar de um filme que tá sempre entre os maiores de todos os tempos", mas tenho que falar mesmo assim. Então resolvi fazer uma pequena pesquisa sobre essa pérola máxima do cinema.
Allen serve uma nostalgia que era totalmente do seu tempo; ele encarna uma ideia da cidade que, ainda hoje, permanece tão forte quanto sua realidade, e retrata seus ideais decepcionados a altas crises existenciais.
Manhattan (1979) foi uma obra-prima aclamada, madura, em preto e branco, aprimorada por uma partitura de George Gershwin (realizada pela Filarmônica de Nova York, conduzida por Zubin Mehta), que conta sobre infidelidade, romances e situações complicadas ...
Gordon Willis e George Gershwin, juntos. Um dos maiores fotógrafos do cinema americano, um monumento, e um dos mais erudito compositores da Grande Música Americana, outro monumento. O uso sábio, safo, brilhante, da música de George Gershwin; a declaração de amor à cidade do autor, uma das mais belas que o cinema já fez; a trama gostosa, simples, que sabe fazer uma balanceada mistura de humor e melancolia; e, claro, ao elenco competente, afiado, maravilhoso. A beleza de Mariel Hemingway, no auge ao 18 aninhos, e a beleza faiscante e o talento de Diane Keaton, sua melhor parceira. O filme é certamente uma carta de amor a Nova York, mas é ao mesmo tempo uma carta irônica aos seus habitantes e visitantes — ou a todos aqueles que vivem em uma grande cidade à procura de alguma coisa, talvez apenas viver bem, amar e ser feliz, nem que seja por um momento ou dois. Diferentemente de outros filmes, as piadas aqui surgem em momentos oportunos como o “eu tenho dinheiro para viver por um ano… se eu viver como Gandhi.” mas não o vejo como uma comédia, pelo contrário, uma profundidade sem tamanho que, unido a fotografia e ótimo roteiro, tudo se torna sim um pouco mais leve. Cenas como o passeio de Isaak e Tracy na carruagem em que, após um beijo, ele fala que ela é a resposta de Deus a jó, ou quando Isaak vai contar para ela que está se envolvendo com alguém mais velho, ela vira para ele e ele fala “não me encare com esses olhos grandes, está parecendo crianças carente precisando dos pais” entraram para a história como uma das melhores, sendo a segunda uma ousadia sem tamanho, pois, realmente, se trata de uma criança que precisa sim dos pais. Mexendo em uma ferida grande, principalmente aos olhos dos mais conservadores.
Um Limite Entre Nós
3.8 1,1K Assista AgoraAs duas performances principais em questão Denzel Washington e a premiada com o Oscar por esse filme Viola Davis, são incrivelmente complexas e profundas realizações humanas de dois dos grandes atores dessa nova geração.
Pistoleiros do Entardecer
3.9 29 Assista AgoraSam Peckinpah, fez deste faroeste com um certo rigor formal e ritmo contido,um western especial, além de usar elementos originais que mais tarde seriam expandidos no excepcional ''Meu Ódio Será Sua Herança''. Excelente fotografia de seu parceiro Lucien Ballard, também um dos preferidos do mestre Josef von Sternberg, e excelentes desempenhos principalmente dos veteranos Randolph Scott (em sua última grande interpretação) e Joel McCrea, mestres dos faroestes.
Sindicato de Ladrões
4.2 295 Assista AgoraO mais marcante nesta obra-prima é a caracterização realista dos espaços e, sobretudo, dos personagens e o Terry de Marlon Brando (em uma atuação inesquecível, e uma das raras em que o Oscar realmente acertou), está longe de ser um herói virtuoso, mas sua consciência é sua única virtude. Tudo aqui é impecável, mas Brando, Boris Kaufman (fotografia) e Leonard Bernstein (trilha sonora), saem com um milésimo de segundo de vantagem do resto excepcional desse filme.
Rastros de Ódio
4.1 264 Assista AgoraUm dos filmes mais fascinantes, impressionantes, talvez o mais clássico de todos os westerns de todos os tempos.
Invasão Zumbi
4.0 2,0K Assista AgoraO filme é muito impressionante, fortíssimo, marcante, mas não resisto à tentação de brincar que o maior susto que ele me deu foi quando, bem depois do trem final, a menina cantando tristemente no fundo do túnel (...) me surpreendeu.
Memórias
4.0 168 Assista AgoraA história é tão incrível, inacreditável, surpreendente, que parece ter sido criada por um roteirista especialmente imaginativo em uma viagem com alucinógeno poderoso, mas é claro, que isso só poderia vir da cabeça do genial Woody Allen.
Mame
3.7 2O diretor Gene Saks, não teve a leveza de seus três primeiros filmes, e ainda deixou sua mulher na vida real, a sempre talentosa Bea Arthur, roubar todas as cenas em que aparece, vale pelo elenco e as músicas. Muito melhor foi a versão com Rosalind Russell de 1958, intitulado ''A Mulher do Século/Auntie Mame''.
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista AgoraUm filme que permanece forte, vigoroso, perturbador, inquietante. Sem falar na arrebatadora atuação do grande ''Edward Norton''. Deveria ter levado o Oscar por essa atuação.
Praia do Futuro
3.4 933 Assista AgoraO longa propõe uma trama forte, humanista como nos livros Fiódor Dostoiévski, bem humano, mas que não te poupa de nada que faça parte daquele universo, que não possui nenhum tipo de filtro, mas que também recompensa aqueles que estiverem dispostos a acompanhar a sua trajetória, bela, sem preconceitos; é um filme complexo, mas extremamente profundo. E o trio central Clemens Schick, Jesuíta Barbosa e um soberbo Wagner Moura dão show.
Sem Novidade no Front
4.3 139 Assista AgoraQue beleza, que maravilha, que filmaço é ''Sem Novidade no Front''. É um grande filme de guerra, com extraordinárias sequências de batalhas. É violento, forte, poderoso, na exibição de tanta violência, dor e miséria, física e espiritual, que acompanham a insensatez de uma guerra.
Los Angeles: Cidade Proibida
4.1 527 Assista AgoraÉ fantástico como o roteiro do filme consegue apresentar os fatos sobre os quais o filme vai tratar de uma forma rápida, concisa, ágil, inteligente e clara, límpida.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraTiro meu humilde chapeuzinho para Quentin Tarantino. Ele é louco, obcecado por violência, e, se não fosse diretor de cinema, seria muito provavelmente um serial killer, como Dexter, kkkk. Maravilha que quis ser diretor de cinema. Pelo menos, só mata – com requintes de crueldade – na ficção. Sem falar na trilha sonora do veterano Ennio Morricone, brilhante.