Da futilidade e riqueza exibicionista ao completo caos. O poder da circunstância. O ser humano que se adapta e se sujeita a humilhações e atos terríveis, revelando seus piores lados, com a maior facilidade do mundo para benefício próprio. Não se trata de socialismo x capitalismo(como dois personagens brincam no auge do desespero) e sim como podemos ser igualmente suscetíveis a deixarmos o nosso pior lado tomar conta quando temos oportunidade.
Faz todo sentido que o filme divida muito opiniões. "Triângulo da Tristeza" abraça o absurdo, o exagerado e o escatológico. Entendo quem enxerga como uma grande bobagem de mau gosto e/ou pretensiosa. O longa me divertiu. No fundo, todos estão cercados de merda(literalmente). Quem pode estar por cima, aproveita isso como pode. Quem agora está por baixo que se vire.
Um olhar crítico e não inovador, mas divertido sobre esses personagens e mundo vazios.
"Nada de Novo no Front" cumpre com o que se espera de um filme do gênero: impressiona com sua parte técnica e nos envolve naturalmente com a força natural de suas imagens.
Infelizmente, o longa tem dificuldade em nos emocionar. As cenas com interações entre os soldados são bem pouco marcantes. A opção de jogar os personagens de cara no conflito acabou tornando o filme mais frio do que deveria ou poderia. A parte "externa" da guerra, daqueles que determinam os rumos, mas não sujam as mãos, são excessivamente burocráticas e apáticas. Quase todos os personagens são caricaturas, o filme cai muito nesses momentos - entende-se a importância, mas não funciona.
O saldo final é que vemos mais várias sequências pesadas e aspectos técnicos de qualidade do que um longa com uma história que realmente nos marque, emocione ou apresente algo novo com algum vigor.
A guerra é péssima e nunca deveria ter ocorrido ou ocorrer. Já sabíamos disso e já vimos tudo feito aqui, porém não custa nada reforçar.
A quem não viu: indico com força a obra-prima "Sem Novidade no Front", de 1930.
O amor pela arte e a certeza da vocação que nascem das maneiras mais improváveis.
O amor irresistível pelo cinema e pela arte de filmar que simplesmente te levam em frente, que não te fazem olhar para trás e para outras opções. A família que se une e se machuca diante de seus olhos. Diante de suas lentes e de sua paixão.
O trauma, a dificuldade de perdoar e o que se perde. Filme de olhar deveras sensível sobre relações familiares e o quanto a mesma nos molda e afeta - positivamente e/ou negativamente. E, também, um longa que fala de maneira muito bonita acerca do quanto não se consegue enjaular uma paixão maior do que nós mesmos. O final com a linda homenagem de um dos mais importantes cineastas a um dos maiores diretores usando outro dos maiores é inesquecível.
Os ótimos Paul Dano e Michelle Williams estão muito muito muito bem.
Buscar de forma incansável e desesperada a companhia de quem te faz bem. Mudar algo e não ser esquecido antes do fim, deixando assim sua marca no mundo. Se agarrar como puder em algo que faça sentido, algo oposto a sua existência trágica. Cuidar dos seus, mas também cuidar de si. Não há mais tempo a perder.
Martin McDonagh filma com enorme beleza um lugar que encanta com sua imensidão impressionante. A obra nos cativa com seus personagens peculiares, sentimentos muito intensos e ações/últimos atos que representam tentativas angustiadas de se sentir vivo dentro de um lugar e cenário que não apresenta perspectivas de felicidade.
Um filme carregado de enorme melancolia e repleto de almas inquietas. O silêncio e o ambiente aconchegante não trazem paz. Na verdade, ambos escondem dor, depressão e tragédia. A paz está na fuga e no fim. A paz está na companhia daqueles que não falam.
Um humor que mais nos desconcerta do que nos faz rir. E um drama interessante e inusitado. Longa de desejos muito humanos, enorme solidão e profundas belezas e tristezas.
Colin Farrell está ótimo, lidera bem o belo elenco.
Meu favorito do diretor ainda é "In Bruges", mas "Os Banshees de Inisherin" merece ser um dos bons destaques de seu ano.
Uma grande história sobre amizade e o poder imenso dentro de nós. Uma obra que fala com muita força acerca da dor do luto que deixa marcas eternas.
Os ancestrais/família e o passado dialogam o tempo todo com o presente nessa belíssima série. O amor aqui cura de maneira espiritual e inexplicável. Trata-se de um sentimento que rompe as barreira do nosso olhar, que desafia o entendimento das coisas que estamos acostumadas a compreender como lógicas e reais.
Que quarteto principal maravilhoso. Que amizade poderosa. Outra bela temporada. "Reservation Dogs" está se consolidando fortemente como uma das grandes séries da atualidade.
Crescer tanto e de tal maneira a ponto de perder a noção dos males que suas palavras e poder podem causar. Elevar sua arte, a forma de enxergar a mesma e ensiná-la até se sentir quase intocável. Encarar as consequências de seus erros irreversíveis. Enjaular seu maravilhoso talento. Perder-se em seus demônios. Os pesadelos viram realidade. A realidade vira um pesadelo. "Tár" discute temas atuais como 'cancelamento', 'assédio' e separação entre 'obra e artista' de forma inteligente, não julga. O que temos aqui é um belo, convincente e trágico estudo de personagem.
Brilhante atuação da espetacular Cate Blanchett. Talvez seja a melhor performance da incrível carreira da atriz, briga fortemente por esse posto(tenho que pensar melhor sobre esse assunto). Que atriz é Blanchett. Uma das mais talentosas que a sétima arte já viu(e a minha favorita de sua geração). Que sorte temos de vivermos na mesma que essa maravilhosa artista.
O mal que não se dá por vencido facilmente. A ditadura que cai, porém continua ameaçando. "Argentina, 1985" mostra o quanto é preciso combater, encarar e buscar punir com coragem, por mais que a burocracia política constantemente tente atrapalhar e as ameaças existam. Pequenas vitórias geram grande vitórias. Grandes vitórias geram justiça. Justiça proporciona um país melhor. Ver os depoimentos daqueles que sofreram arduamente durante o regime militar e o esforço dos que lutam por uma justa punição nos toca.
O longa não impressiona com suas opções narrativas bem tradicionais e pouco inventivas, mas funciona bem como um filme de um tema super relevante, atual e universal. Aqueles que tanto feriram e afetaram pessoas, países e gerações devem ser punidos e as consequências mostradas. Os acontecimentos devastadores de outrora devem sempre ser lembrados para que os mesmos erros não se repitam.
E que maravilhoso é ver o grande Ricardo Darín em ação.
Sra. Harris vai a Paris
3.6 92 Assista AgoraRegular.
Império da Luz
3.3 66 Assista AgoraBom.
Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades
3.3 83Ruim.
Babilônia
3.6 334 Assista AgoraSimpático.
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
3.5 799 Assista AgoraRegular.
Passagem
3.3 114 Assista AgoraSimpático.
A Sorte Grande
3.4 89 Assista AgoraSimpático.
Viver
3.3 76Bom.
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraFraco.
A Fera do Mar
3.7 237 Assista AgoraSimpático.
A Menina Silenciosa
4.0 130Muito Bom.
Close
4.2 532 Assista AgoraMuito Bom.
Glass Onion: Um Mistério Knives Out
3.5 653 Assista AgoraRegular.
Gato de Botas 2: O Último Pedido
4.1 451 Assista AgoraBom.
Entre Mulheres
3.7 262Bom.
Eo
3.3 97 Assista AgoraExcelente.
Marcel a Concha de Sapatos
3.8 104 Assista AgoraMuito Bom.
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista AgoraO fútil e o irônico.
Da futilidade e riqueza exibicionista ao completo caos.
O poder da circunstância. O ser humano que se adapta e se sujeita a humilhações e atos terríveis, revelando seus piores lados, com a maior facilidade do mundo para benefício próprio.
Não se trata de socialismo x capitalismo(como dois personagens brincam no auge do desespero) e sim como podemos ser igualmente suscetíveis a deixarmos o nosso pior lado tomar conta quando temos oportunidade.
Faz todo sentido que o filme divida muito opiniões. "Triângulo da Tristeza" abraça o absurdo, o exagerado e o escatológico. Entendo quem enxerga como uma grande bobagem de mau gosto e/ou pretensiosa.
O longa me divertiu. No fundo, todos estão cercados de merda(literalmente). Quem pode estar por cima, aproveita isso como pode. Quem agora está por baixo que se vire.
Um olhar crítico e não inovador, mas divertido sobre esses personagens e mundo vazios.
.
Bom.
Nada de Novo no Front
4.0 613 Assista AgoraO horror da guerra.
E nada de novo...
"Nada de Novo no Front" cumpre com o que se espera de um filme do gênero: impressiona com sua parte técnica e nos envolve naturalmente com a força natural de suas imagens.
Infelizmente, o longa tem dificuldade em nos emocionar. As cenas com interações entre os soldados são bem pouco marcantes. A opção de jogar os personagens de cara no conflito acabou tornando o filme mais frio do que deveria ou poderia.
A parte "externa" da guerra, daqueles que determinam os rumos, mas não sujam as mãos, são excessivamente burocráticas e apáticas. Quase todos os personagens são caricaturas, o filme cai muito nesses momentos - entende-se a importância, mas não funciona.
O saldo final é que vemos mais várias sequências pesadas e aspectos técnicos de qualidade do que um longa com uma história que realmente nos marque, emocione ou apresente algo novo com algum vigor.
A guerra é péssima e nunca deveria ter ocorrido ou ocorrer. Já sabíamos disso e já vimos tudo feito aqui, porém não custa nada reforçar.
A quem não viu: indico com força a obra-prima "Sem Novidade no Front", de 1930.
.
Simpático.
Os Fabelmans
4.0 389A vida é um filme. A vida em um filme.
O amor pela arte e a certeza da vocação que nascem das maneiras mais improváveis.
O amor irresistível pelo cinema e pela arte de filmar que simplesmente te levam em frente, que não te fazem olhar para trás e para outras opções.
A família que se une e se machuca diante de seus olhos. Diante de suas lentes e de sua paixão.
O trauma, a dificuldade de perdoar e o que se perde. Filme de olhar deveras sensível sobre relações familiares e o quanto a mesma nos molda e afeta - positivamente e/ou negativamente.
E, também, um longa que fala de maneira muito bonita acerca do quanto não se consegue enjaular uma paixão maior do que nós mesmos.
O final com a linda homenagem de um dos mais importantes cineastas a um dos maiores diretores usando outro dos maiores é inesquecível.
Os ótimos Paul Dano e Michelle Williams estão muito muito muito bem.
Bela e super pessoal obra de Steven Spielberg.
.
Muito Bom.
Os Banshees de Inisherin
3.9 572 Assista AgoraO desespero silencioso no paraíso.
Buscar de forma incansável e desesperada a companhia de quem te faz bem.
Mudar algo e não ser esquecido antes do fim, deixando assim sua marca no mundo.
Se agarrar como puder em algo que faça sentido, algo oposto a sua existência trágica.
Cuidar dos seus, mas também cuidar de si. Não há mais tempo a perder.
Martin McDonagh filma com enorme beleza um lugar que encanta com sua imensidão impressionante. A obra nos cativa com seus personagens peculiares, sentimentos muito intensos e ações/últimos atos que representam tentativas angustiadas de se sentir vivo dentro de um lugar e cenário que não apresenta perspectivas de felicidade.
Um filme carregado de enorme melancolia e repleto de almas inquietas. O silêncio e o ambiente aconchegante não trazem paz. Na verdade, ambos escondem dor, depressão e tragédia.
A paz está na fuga e no fim. A paz está na companhia daqueles que não falam.
Um humor que mais nos desconcerta do que nos faz rir. E um drama interessante e inusitado.
Longa de desejos muito humanos, enorme solidão e profundas belezas e tristezas.
Colin Farrell está ótimo, lidera bem o belo elenco.
Meu favorito do diretor ainda é "In Bruges", mas "Os Banshees de Inisherin" merece ser um dos bons destaques de seu ano.
.
Muito Bom.
Reservation Dogs (2ª Temporada)
4.2 13 Assista AgoraFuga, reencontro e paz.
Uma grande história sobre amizade e o poder imenso dentro de nós. Uma obra que fala com muita força acerca da dor do luto que deixa marcas eternas.
Os ancestrais/família e o passado dialogam o tempo todo com o presente nessa belíssima série.
O amor aqui cura de maneira espiritual e inexplicável. Trata-se de um sentimento que rompe as barreira do nosso olhar, que desafia o entendimento das coisas que estamos acostumadas a compreender como lógicas e reais.
Que quarteto principal maravilhoso. Que amizade poderosa.
Outra bela temporada. "Reservation Dogs" está se consolidando fortemente como uma das grandes séries da atualidade.
Imperdível.
Tár
3.7 395 Assista AgoraA artista e a autoperdição.
Crescer tanto e de tal maneira a ponto de perder a noção dos males que suas palavras e poder podem causar.
Elevar sua arte, a forma de enxergar a mesma e ensiná-la até se sentir quase intocável.
Encarar as consequências de seus erros irreversíveis. Enjaular seu maravilhoso talento.
Perder-se em seus demônios. Os pesadelos viram realidade. A realidade vira um pesadelo.
"Tár" discute temas atuais como 'cancelamento', 'assédio' e separação entre 'obra e artista' de forma inteligente, não julga. O que temos aqui é um belo, convincente e trágico estudo de personagem.
Brilhante atuação da espetacular Cate Blanchett. Talvez seja a melhor performance da incrível carreira da atriz, briga fortemente por esse posto(tenho que pensar melhor sobre esse assunto). Que atriz é Blanchett. Uma das mais talentosas que a sétima arte já viu(e a minha favorita de sua geração). Que sorte temos de vivermos na mesma que essa maravilhosa artista.
.
Muito Bom.
Argentina, 1985
4.3 335O bem que não pode descansar.
O mal que não se dá por vencido facilmente. A ditadura que cai, porém continua ameaçando.
"Argentina, 1985" mostra o quanto é preciso combater, encarar e buscar punir com coragem, por mais que a burocracia política constantemente tente atrapalhar e as ameaças existam. Pequenas vitórias geram grande vitórias. Grandes vitórias geram justiça. Justiça proporciona um país melhor.
Ver os depoimentos daqueles que sofreram arduamente durante o regime militar e o esforço dos que lutam por uma justa punição nos toca.
O longa não impressiona com suas opções narrativas bem tradicionais e pouco inventivas, mas funciona bem como um filme de um tema super relevante, atual e universal.
Aqueles que tanto feriram e afetaram pessoas, países e gerações devem ser punidos e as consequências mostradas. Os acontecimentos devastadores de outrora devem sempre ser lembrados para que os mesmos erros não se repitam.
E que maravilhoso é ver o grande Ricardo Darín em ação.
.
Bom.