Clima sinistro, algumas cenas de gore, uma protagonista que demora a perceber o perigo que está correndo e diversas reviravoltas. Surpreende até o último segundo. P.S.: A ruivinha Isabelle Goguey parecia muito com Evan Rachel Wood.
Tal como vários outros realizadores, Cuarón evoca memórias da infância/adolescência para compor uma narrativa fortemente nostálgica. Ajudam nisso uma meticulosa recriação de época e muitas canções do período. É possível identificar claramente cenas que fazem referência a seus trabalhos anteriores como "Gravidade", "Filhos da Esperança" e "E Sua Mãe Também". Do mesmo modo há momentos que remetem à obras de outros cineastas: difícil não pensar em "Titanic" ao ver duas personagens saírem de uma festa dos patrões ricos para a dos empregados pobres; também um túnel lotado de carros me fez lembrar a cena de abertura de "Fellini 8 1/2". Mas, mesmo com a ótima atuação de Yalitza Aparicio, não dá pra negar que sua personagem não têm realmente um arco dramático. Ela é abnegada demais, não só aos patrões mas a praticamente todos os que cruzam em sua vida.
Partindo de uma premissa totalmente absurda a diretora Antonia Bird constrói uma conto sanguinolento cheio de reviravoltas. Atenção à trilha sonora inquietante de Damon Albarn e Michal Nyman, colaborador habitual de Peter Greenaway.
Produção para TV que parece uma homenagem aos filmes B de ficção científica, tano na fotografia quanto no ritmo. Barrault tem uma ótima composição: passei o filme todo achando que outro ator é que tinha feito o Sr. Opale!
O excesso de personagens acaba atrapalhando o desempenho do elenco, já que a maioria dos atores e atrizes fica com pouco tempo de tela. Mesmo assim é um bom neo-noir ancorado na presença durona de Nick Nolte e na excelente recriação de época.
Mesmo não tendo a densidade dramática e visual do filme Amadeus, de Milos Forman, esta produção tcheco-austríaca lançada na comemoração dos 200 anos da morte do grande compositor consegue ser fiel aos fatos sem sacrificar a dramaticidade. É curioso que tenha sido dirigida por Juraj Herz, mais lembrado por filmes de terror e fantasia.
Adaptação muito fiel ao romance filosófico de Albert Camus, com ótima direção de arte (como o apartamento deteriorado de Mersault) e atenção aos detalhes
Uma história policial que levanta vários questionamentos sobre lei e justiça. A trama começa com bom ritmo mas em certo momento fica lenta demais, como se os personagens andassem em círculos. Mas o desfecho é muito bom.
Uma fantasia que diverte apesar da previsibilidade e algumas facilitações (como lagartas azuis que curam ferimentos graves). O diretor Juan Carlos Fresnadillo faz o máximo para driblar as limitações do roteiro. Assim temos uma fotografia que passa da secura na terra natal de Elodie para as cores quentes no reino de Aurea que remete aos contos de fada tradicionais, em oposição ao escuro e claustrofóbico da caverna posteriormente.
Um filme que antecipa uma abordagem mais realista e complexa da polícia, antecipando obras como Os Novos Centuriões (1972), Serpico (1973) e Fogo Contra Fogo (1995). Assim, temos um policial que gosta de astronomia e outro que compõe poesia e outros que participam de um coral. Essa complexidade também é aplicada aos criminosos que, mesmo violentos não são unidimensionais.
A série conta com uma direção de arte e figurinos econômicos que acaba lembrando as cinesséries das décadas de 1930 até 1950 como Flash Gordon. Gostei particularmente dos uniformes dos soldados, que foram reaproveitados de Tropas Estelares (1997). Demorei a me acostumar com Nathan Fillion como anti-herói. Ele não é um desastre como ator mas tem muito "cara de bonzinho", fincando difícil aceitá-lo como badass. O resto do elenco se sai bem, em especial Gina Torres e Morena Baccarin. Mas eu esperava um melhor desenvolvimento dos personagens de Summer Glau e Ron Glass. Infelizmente isso ficou para uma segunda temporada que não virá...
Embora procure evitar clichês melodramáticos, e seja bem sucedido na maior parte do tempo, os personagens acabam tomando atitudes estranhas na segunda metade com relação à sexo e dinheiro. A trama acaba se tornando previsível já que tudo se encaminha para a grande cena de redenção (o voo) no final.
Helena Bonham-Carter tem uma performance memorável e acaba ofuscando Kenneth Branagh. É um filme agradável mas poderia ter voado mais alto.
Uma produção exploitation como as feitas nos anos 70, este suspense de estrada foi escrito por Tedi Sarafian e dirigida por seu irmão Deran Sarafian (e o pai de ambos, Richard, faz uma ponta). Chama a atenção sobretudo o elenco de nomes em ascensão na época como Lambert, Michelle Forbes, Craig Sheffer e Adrienne Shelly (musa do diretor Hal Hartley, assassinada em 2006), assim como futuros astros: Josh Brolin, Joseph Gordon-Levitt e David Arquette. A trama tem algumas reviravoltas mas em geral é previsível. Lembro de ter assistido pela primeira vez no Supercine e agora em DVD. Curiosidade: Craig Sheffer e Joseph Gordon-Levitt interpretaram o mesmo personagem no filme Nada É Para Sempre (1992).
A primeira metade do filme é bastante violenta, bem mais que a média dos filmes noir americanos, tanto que houve forte censura no Reino Unido. Mas a partir da metade o roteiro muda drasticamente,
concentrando-se em um romance implausível baseado na Síndrome de Estocolmo. Além disso algumas reviravoltas da trama se baseiam em coincidências difíceis de engolir, como o chefe dos gangsters já ser apaixonado pela jovem sequestrada antes mesmo da história ter inicio.
Tudo isso acaba atrapalhando o clima de tensão que vinha sendo construído. Mesmo contando com um elenco eficiente, "Não Enviem Orquídeas para Miss Blandish" perde a chance de se tornar uma obra-prima do cinema.
Divertidíssimo exemplar do "brucexploitation", com muita pancadaria e ótima presença do gigante Paul L. Smith. O roteiro é quase uma refilmagem de Yojimbo (1961) e Por Um Punhado de Dólares (1964), com duas quadrilhas rivais e um infiltrado jogando uma contra a outra. Mas a cópia em DVD da London Films é precária, com muitas cenas cortadas que tornam grande parte da história incompreensível.
Uma versão bastarda de Romeu e Julieta com grande parte dos diálogos de Shakespeare substituídos por outros criados pelo roteirista Julian Fellowes. Não que haja obras absolutamente intocáveis mas o problema é que os diálogos e cenas novas não acrescentam em nada ao desenvolvimento da história nem tornam os personagens mais complexos do que já eram. Do elenco se sobressaem Damian Lewis como Lord Capuleto e Paul Giamatti com frei Laurence (e o par de lentes que ele usa são uma referência à O Nome da Rosa). Depois disso é melhor reassitir a criticada versão de Baz Luhrmann de 1996.
Embora conte com uma narrativa convencional, dividida em períodos, este documentário é bem detalhado e conta com depoimentos do próprio Welles em diferentes fases de sua carreira e muitas outras pessoas que o conheceram. Um gênio que Hollywood sempre fez questão de sabotar.
Não funcionou comigo, além de alguns risos amarelos. Nem as referências a filmes famosos como "Apocalypse Now" e "Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado" ajudam a dar graça. Curiosidade: a maior parte do elenco principal faz parte do grupo teatral de comédia Les Robins des Bois.
Um ensaio sobre os limites da fé com crescente clima de tensão. Ótima performance de David Lampson e pequena participação do astro Tetsuro Tanba (sob pesada maquiagem para parecer europeu).
John Cusack, Ione Skye e Lili Taylor são muito carismáticos e expressivos mas quem acaba se destacando é John Mahoney como um pai atencioso e dedicado mas que pode não ser tão correto quanto aparenta. A direção de Cameron Crowe é modesta mas a história é narrada com sensibilidade.
A Noite da Morte
3.4 13Clima sinistro, algumas cenas de gore, uma protagonista que demora a perceber o perigo que está correndo e diversas reviravoltas. Surpreende até o último segundo.
P.S.: A ruivinha Isabelle Goguey parecia muito com Evan Rachel Wood.
Silêncio
3.8 576Tão bom quanto a versão japonesa de 1971.
Menina de Ouro
4.2 1,8K Assista AgoraUm filme sem um cena ou diálogo além do necessário. Seguramente um dos melhores do século XXI.
Mas não Livrai-nos do Mal
3.8 66Filme começa com boa atmosfera mas as traquinagens das garotas ficam repetitivas. Felizmente o desfecho é satisfatório.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraTal como vários outros realizadores, Cuarón evoca memórias da infância/adolescência para compor uma narrativa fortemente nostálgica. Ajudam nisso uma meticulosa recriação de época e muitas canções do período. É possível identificar claramente cenas que fazem referência a seus trabalhos anteriores como "Gravidade", "Filhos da Esperança" e "E Sua Mãe Também". Do mesmo modo há momentos que remetem à obras de outros cineastas: difícil não pensar em "Titanic" ao ver duas personagens saírem de uma festa dos patrões ricos para a dos empregados pobres; também um túnel lotado de carros me fez lembrar a cena de abertura de "Fellini 8 1/2".
Mas, mesmo com a ótima atuação de Yalitza Aparicio, não dá pra negar que sua personagem não têm realmente um arco dramático. Ela é abnegada demais, não só aos patrões mas a praticamente todos os que cruzam em sua vida.
No fim, sua "ascensão" não passa de subir escadas de uma lavanderia para lavar roupas como faz todos os dias.
Mortos de Fome
3.4 99Partindo de uma premissa totalmente absurda a diretora Antonia Bird constrói uma conto sanguinolento cheio de reviravoltas. Atenção à trilha sonora inquietante de Damon Albarn e Michal Nyman, colaborador habitual de Peter Greenaway.
O Testamento do Dr. Cordelier
3.5 4Produção para TV que parece uma homenagem aos filmes B de ficção científica, tano na fotografia quanto no ritmo. Barrault tem uma ótima composição: passei o filme todo achando que outro ator é que tinha feito o Sr. Opale!
O Preço da Traição
3.0 17 Assista AgoraO excesso de personagens acaba atrapalhando o desempenho do elenco, já que a maioria dos atores e atrizes fica com pouco tempo de tela. Mesmo assim é um bom neo-noir ancorado na presença durona de Nick Nolte e na excelente recriação de época.
A Vida de Mozart
3.7 4Mesmo não tendo a densidade dramática e visual do filme Amadeus, de Milos Forman, esta produção tcheco-austríaca lançada na comemoração dos 200 anos da morte do grande compositor consegue ser fiel aos fatos sem sacrificar a dramaticidade. É curioso que tenha sido dirigida por Juraj Herz, mais lembrado por filmes de terror e fantasia.
O Estrangeiro
3.8 49Adaptação muito fiel ao romance filosófico de Albert Camus, com ótima direção de arte (como o apartamento deteriorado de Mersault) e atenção aos detalhes
(como o bronzeado do protagonista que vai sumindo com o passar do tempo na prisão)
Marcello Mastroianni consegue passar a indiferença do protagonista, em contraponto à alegria quase constante de Marie (Anna Karina).
Os Raptores em Ação
4.0 5Uma história policial que levanta vários questionamentos sobre lei e justiça. A trama começa com bom ritmo mas em certo momento fica lenta demais, como se os personagens andassem em círculos. Mas o desfecho é muito bom.
Donzela
3.1 296 Assista AgoraUma fantasia que diverte apesar da previsibilidade e algumas facilitações (como lagartas azuis que curam ferimentos graves). O diretor Juan Carlos Fresnadillo faz o máximo para driblar as limitações do roteiro. Assim temos uma fotografia que passa da secura na terra natal de Elodie para as cores quentes no reino de Aurea que remete aos contos de fada tradicionais, em oposição ao escuro e claustrofóbico da caverna posteriormente.
Também é interessante como o diretor antecipa a chegada do dragão com uma revoada de pássaros em chamas.
Por fim é divertido ver Millie Bobbie Brown virar uma mini-Ellen Ripley no terceiro ato. Segura uma Sessão da Tarde de boa.
A Lâmpada Azul
3.1 2Um filme que antecipa uma abordagem mais realista e complexa da polícia, antecipando obras como Os Novos Centuriões (1972), Serpico (1973) e Fogo Contra Fogo (1995). Assim, temos um policial que gosta de astronomia e outro que compõe poesia e outros que participam de um coral. Essa complexidade também é aplicada aos criminosos que, mesmo violentos não são unidimensionais.
O Vagabundo da Cidade
3.6 8Vale mais como curiosidade histórica por ser o primeiro trabalho de Fassbinder.
Firefly (1ª Temporada)
4.5 85A série conta com uma direção de arte e figurinos econômicos que acaba lembrando as cinesséries das décadas de 1930 até 1950 como Flash Gordon. Gostei particularmente dos uniformes dos soldados, que foram reaproveitados de Tropas Estelares (1997).
Demorei a me acostumar com Nathan Fillion como anti-herói. Ele não é um desastre como ator mas tem muito "cara de bonzinho", fincando difícil aceitá-lo como badass. O resto do elenco se sai bem, em especial Gina Torres e Morena Baccarin. Mas eu esperava um melhor desenvolvimento dos personagens de Summer Glau e Ron Glass. Infelizmente isso ficou para uma segunda temporada que não virá...
Livre Para Voar
3.4 15Embora procure evitar clichês melodramáticos, e seja bem sucedido na maior parte do tempo, os personagens acabam tomando atitudes estranhas na segunda metade com relação à sexo e dinheiro. A trama acaba se tornando previsível já que tudo se encaminha para a grande cena de redenção (o voo) no final.
Helena Bonham-Carter tem uma performance memorável e acaba ofuscando Kenneth Branagh. É um filme agradável mas poderia ter voado mais alto.
Assassinos da Estrada
2.9 41Uma produção exploitation como as feitas nos anos 70, este suspense de estrada foi escrito por Tedi Sarafian e dirigida por seu irmão Deran Sarafian (e o pai de ambos, Richard, faz uma ponta). Chama a atenção sobretudo o elenco de nomes em ascensão na época como Lambert, Michelle Forbes, Craig Sheffer e Adrienne Shelly (musa do diretor Hal Hartley, assassinada em 2006), assim como futuros astros: Josh Brolin, Joseph Gordon-Levitt e David Arquette. A trama tem algumas reviravoltas mas em geral é previsível. Lembro de ter assistido pela primeira vez no Supercine e agora em DVD.
Curiosidade: Craig Sheffer e Joseph Gordon-Levitt interpretaram o mesmo personagem no filme Nada É Para Sempre (1992).
No Orchids for Miss Blandish
3.3 1A primeira metade do filme é bastante violenta, bem mais que a média dos filmes noir americanos, tanto que houve forte censura no Reino Unido. Mas a partir da metade o roteiro muda drasticamente,
concentrando-se em um romance implausível baseado na Síndrome de Estocolmo. Além disso algumas reviravoltas da trama se baseiam em coincidências difíceis de engolir, como o chefe dos gangsters já ser apaixonado pela jovem sequestrada antes mesmo da história ter inicio.
Tudo isso acaba atrapalhando o clima de tensão que vinha sendo construído. Mesmo contando com um elenco eficiente, "Não Enviem Orquídeas para Miss Blandish" perde a chance de se tornar uma obra-prima do cinema.
O Retorno do Tigre
3.4 9 Assista AgoraDivertidíssimo exemplar do "brucexploitation", com muita pancadaria e ótima presença do gigante Paul L. Smith. O roteiro é quase uma refilmagem de Yojimbo (1961) e Por Um Punhado de Dólares (1964), com duas quadrilhas rivais e um infiltrado jogando uma contra a outra. Mas a cópia em DVD da London Films é precária, com muitas cenas cortadas que tornam grande parte da história incompreensível.
Romeu e Julieta
3.3 219 Assista AgoraUma versão bastarda de Romeu e Julieta com grande parte dos diálogos de Shakespeare substituídos por outros criados pelo roteirista Julian Fellowes. Não que haja obras absolutamente intocáveis mas o problema é que os diálogos e cenas novas não acrescentam em nada ao desenvolvimento da história nem tornam os personagens mais complexos do que já eram. Do elenco se sobressaem Damian Lewis como Lord Capuleto e Paul Giamatti com frei Laurence (e o par de lentes que ele usa são uma referência à O Nome da Rosa).
Depois disso é melhor reassitir a criticada versão de Baz Luhrmann de 1996.
O MAGO: VIDA E OBRA DE ORSON WELLES
4.2 2Embora conte com uma narrativa convencional, dividida em períodos, este documentário é bem detalhado e conta com depoimentos do próprio Welles em diferentes fases de sua carreira e muitas outras pessoas que o conheceram. Um gênio que Hollywood sempre fez questão de sabotar.
RRRrrrr!!! Na Idade da Pedra
3.5 316Não funcionou comigo, além de alguns risos amarelos. Nem as referências a filmes famosos como "Apocalypse Now" e "Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado" ajudam a dar graça.
Curiosidade: a maior parte do elenco principal faz parte do grupo teatral de comédia Les Robins des Bois.
Silêncio
4.0 11Um ensaio sobre os limites da fé com crescente clima de tensão. Ótima performance de David Lampson e pequena participação do astro Tetsuro Tanba (sob pesada maquiagem para parecer europeu).
Digam o Que Quiserem
3.7 352John Cusack, Ione Skye e Lili Taylor são muito carismáticos e expressivos mas quem acaba se destacando é John Mahoney como um pai atencioso e dedicado mas que pode não ser tão correto quanto aparenta. A direção de Cameron Crowe é modesta mas a história é narrada com sensibilidade.