Slasher nunca foi um subgênero para se levar a sério mas esse Intruder abusa da suspensão da descrença por parte do espectador. E mesmo assim consegue ser moderadamente divertido. O diretor investe na estilização para compensar o roteiro pífio, chegando até a posicionar a câmera do ponto de vista de um disco de telefone! Já as mortes são bastante gráficas e não deixam a dever a séries como Sexta-Feira 13 e Halloween. O desfecho é um dos mais tolos e absurdos dos slashers transformando o filme praticamente em um paródia do gênero.
À principio, o roteiro desse filme desenvolveria três histórias separadas, unidas por um elemento em comum (a ossada desenterrada), mas os produtores resolveram juntar tudo em uma só história. Isso explica porque alguns personagens parecem descartados da trama, como a jovem noiva levada para um sanatório e a governanta ferida no rosto. De qualquer forma o ritmo do filme vai melhorando com o passar do tempo mas o diretor exagera em um desfecho estilizado que acaba soando anticlimático. A direção de arte é eficiente ao nos transportar ao século XVII, desde a sujeira das residencias aos figurinos que delineiam as classes sociais. Além disso a direção aproveita bem as belas locações rurais inglesas para dar um clima de isolamento ao povoado onde se passa a história.
Um terror entediante e que apela para clichês que já eram empoeirados em 2005: Uma casa enorme, decadente e escura, um protagonista com passado traumático e os infames jump-scares, imagens e sons altos para provocar sustos. Além disso a fotografia investe constantemente em um baixa profundidade de campo, não nos permitindo ver direito o que está no fundo da tela. Mas mesmo esse recurso quase nunca dá certo nesse filme. O elenco, oriundo de séries de TV pouco pode fazer com o que o roteiro oferece, já que o desenvolvimento dos personagens não era prioridade. No fim "O Pesadelo" é só mais um filme de sustos vazios.
O roteiro adota uma abordagem semelhante a de Rashomon (e que também seria utilizada em "Coragem Sob Fogo", de 1995), com personagens narrando versões diferentes de um mesmo fato para tecer um impiedoso libelo antimilitarista e antiufanista. Contém imagens horripilantes de vítimas de inanição e da bomba atômica.
Tinha ouvido "The Trolley Song" em um episódio de Halloween dos Simpsons e só agora descobri que era desse musical. Um filme que conquista o espectador pelo carisma dos personagens: até o pai rabugento acaba soando simpático no fima das contas.
Por um tempo pensei que era Lima Duarte no cartaz do filme! Só bem depois descobri que era Jorge Loredo. Imagino a Mia Goth vendo a avó nesse filme tão disparatado.
Um filme de guerra que foca não em batalhas mas sim na convivência humana, forçada pelas circunstâncias. O jovem Jóska (András Kozák) vaga pela Hungria até ser capturado pelos soviéticos e obrigado a permanecer em uma pequena fazenda leiteira em companhia de um jovem soldado russo (Sergey Nikonenko). Nesse ponto o filme assume uma dinâmica semelhante a que Ang Lee usaria em "O Segredo de Brokeback Mountain", mas sem o viés homoafetivo. A direção de Jancsó já fazia uso de planos fluidos e longos (imagino o que ele teria feito se contasse com uma steadcam na época) numa abordagem que ajuda a imergir o espectador na história.
Uma premissa interessante e um elenco talentoso desperdiçados em uma produção mal conduzida e personagens unidimensionais. Como em outros filmes, aqui Shyamalan pretende homenagear clássicos como O "Anjo Exterminador" (1962) e "Piquenique na Montanha Misteriosa" (1975) mas seu trabalho fica muito aquém das referências.
Excelente drama de guerra encabeçado por Curt Jürgens, um simpático militar alemão que rejeita os ideais nazistas e é suspeito de sabotagem, sendo perseguido pela Gestapo. Sua visão cosmopolita é ilustrada por seu apartamento decorado com artefatos de várias partes do mundo. O diretor Käutner é eficiente ao evitar o tom teatral utilizando movimentos de câmera fluidos e ângulos elegantes. Entre os coadjuvante destaque para Eva Ingeborg Scholz, como uma jovem hitlerista obcecada pelo general Harras e Marianne Koch (que anos depois participaria do clássico Por Um Punhado de Dólares) como uma jovem atriz com ideias semelhantes às de Harras.
Curioso ver Martin LaSalle (o feiticeiro Krona) nesse filme. Ele estreou como ator em um dos melhores filmes da história do cinema: O Batedor de Carteiras (1959) de Robert Bresson. E no mesmo ano de Sorceress também tinha participado de Missing - O Desaparecido, de Costa-Gavras. Uma queda e tanto na carreira.
Assisti pela primeira vez no inicio dos anos 2000 no canal Rede Vida (que, aliás, exibiu os dois finais) e me apaixonei já que adoro filmes de pessoas ilhadas. Anos depois comprei o DVD da Continental, que também tem o final original do diretor nos extras. Recentemente foi lançado pela Versátil na caixa Segunda Guerra Mundial no Cinema Vol. 2. Há momentos de tensão, ação, humor, reflexão e momentos angustiantes (como na cena da jangada). Vale a pena cada minuto.
Um dos mais extraordinários faroestes dos anos 50, este é o ápice da parceria entre Anthony Mann e James Stewart. O diretor orquestra uma verdadeira tragédia shakespereana no deserto do Novo México. Como era de se esperar os personagens são cheios de ambiguidades. Obra-prima do gênero.
Desde Showgirls (1995) nenhum filme de um grande estúdio teve tanta mulher pelada quanto esse 8MM 2. Mesmo assim trata-se de um thriller sexual morno, com um casal fraco mas que evolui de forma satisfatória até desfecho, quando o roteiro apela para uma revelação final completamente estúpida, que destrói toda a lógica construída até então:
Se era tudo uma armação de David com os húngaros, por que não pedir logo os U$ 5 milhões? Por que colocar em risco sua carreira politica, que seria detonada se Tish contasse algo aos irmãos ou ao pai?
Serve como exemplo de como um plot twist mal planejado pode arruinar um filme.
Basicamente o mesmo roteiro dos dois filmes anteriores: John Wick vestido com seu terno escuro e (agora) à prova de balas (além de nunca se sujar ou ficar amarrotado) indo de um lugar a outro pedindo ajuda a personagens bizarros, que inevitavelmente morrerão e enfrentando outros matadores que sempre sabem onde encontrá-lo. As lutas como de praxe são excelentes, chegando ao sublime no longo plano plongé que percorre vários quartos enquanto John elimina seus perseguidores (a única cena realmente memorável em toda a quadrilogia). Por outro lado, o tom cartunesco adotado pelos realizadores a partir do segundo filme está mais acentuado, o que deixa as cenas sem qualquer tensão: ver John Wick caindo de uma grande altura causa tanta tensão quanto ver o Pica-Pau caindo de um precipício. Pra piorar o roteiro é extremamente desleixado com os coadjuvantes: Ian MacShane está no piloto automático, Laurence Fishburn só aparece para fornecer equipamentos ao protagonista e Bill Skarsgard é uma caricatura do francês culto. Mesmo com tantas falhas o filme é um entretenimento agradável para descansar o cérebro graças à ação incessante. Muito estiloso mas vazio de substância.
Mais um maravilhoso western estrelado por James Stewart, sob a direção de Anthony Mann e produção de Aaron Rosenberg. Na primeira metade há vário elementos em comum com o anterior "E O Sangue Semeou a Terra": um grupo de pessoas tentando se estabelecer em uma distante região inóspita, uma longa viagem em um barco à vapor, um empresário ganancioso como vilão. Mas aqui temos um protagonista com um arco dramático mais perceptível, um homem extremamente egoísta que demora a perceber que também poderia ser alvo dos criminosos. E o filme tem um desfecho eletrizante e que ao meu ver, é uma resposta ao clássico "Matar ou Morrer", lançado dois anos antes.
Uma boa melhora em relação à primeira temporada. Mas não dá pra entender como Quark põe a estação em perigo diversas vezes e nunca é punido. Já Sisko está mais interessante e os demais personagens cumprem bem suas funções e tem bons momentos. Os cardassianos se estabelecem como ótimos vilões. A temporada se encerra de forma sombria e com potencial para melhorar ainda mais.
Tenho quase certeza de que os produtores conseguiram o dinheiro para esse filme pedindo esmolas em um semáforo. É preciso ver para conferir a pindaíba. É nível "Os Mutantes", da Record ou pior. O elenco, encabeçado pelo ex Power Ranger Dan Southworth, é de uma mediocridade assombrosa. Um trash daqueles capaz de arrancar muitas risadas.
Abel Gance foi um gigante do cinema, da mesma estatura de Griffith, Eisenstein e Welles. Nesta refilmagem parcial do excelente filme mudo que ele mesmo dirigiu em 1919 Gance demonstra se apuro visual já nos créditos iniciais. Com muitas imagens documentais intercaladas às fictícias, o diretor ilustra todo o horror da Primeira Grande Guerra e antecipa o que viria pouco depois com a Segunda.
Certamente o filme publicitário mais caro já pago pelo governo brasileiro (nem no regime militar fizeram algo tão ufanista). Isso não seria problema se ao menos fosse feito com um mínimo de competência. Mas parece que os realizadores miraram na ação de "True Lies" com a pompa de "Independence Day" mas acertaram "Plano 9 do Espaço Sideral". O roteiro tem todos os clichês imagináveis do cinema de ação: o vilão estrangeiro, o agente secreto que esconde sua profissão da mulher que ama, o líder que demora a perceber que o herói estava certo, os discursos patrióticos. Já as cenas de ação são patéticas. Sério, os filmes de Steven Seagal teriam que piorar muito para chegar ao nível de Segurança Nacional. E fica pior com a montagem incompetente que torna tudo uma bagunça, como fica evidente na cena de perseguição numa rodovia e um grupo de pessoas aparece de repente na estrada(!). Pra piorar o roteiro tem buracos maiores que as crateras de uma explosão atômica:
basta dizer que em certo momento os vilões colombianos não conseguem levar um bomba para Manaus mas depois levam, em poucas horas, uma outra bomba para Florianópolis, milhares de quilômetros mais distante da Colômbia!
O elenco global faz o que pode com o que o roteiro oferece mas o resultado não poderia ser mais embaraçoso. Vexame Nacional.
Pra quem gostou (ou achou confuso) eu sugiro os filmes de Alain Resnais como "O Ano Passado em Marienbad", "Muriel" e "Eu Te Amo, Eu Te Amo". Vai pirar o cabeção de vez!
"A Vida e Nada Mais" é um épico sem grandes cenas de batalha. Enquanto a maioria dos filmes de guerra se concentra no conflito em si (ou nos eventos que levaram ao conflito), este magistral drama dirigido por Bertrand Tavernier foca nos terríveis resultados de uma guerra sobre a população de um país. Philippe Noiret está excelente como o veterano militar encarregado de localizar e identificar soldados desaparecidos. Seu caminho cruza com uma rica mulher (Sabine Azéma), frustrada por não encontrar o marido depois de meses de busca. A direção de Tavernier (auxiliada pela montagem de Armand Psenny) mantêm a narrativa fluída mesmo com grande número de personagens entrando e saindo da tela. À destacar também a direção de arte de Guy-Claude François que ilustra bem os danos depois de quatro anos de guerra, como um teatro transformado em escritório militar e uma fábrica que passa a ser um hotel. Uma pérola que vale a pena ser redescoberta.
Uma definição rápida desse filme seria "Alice no País das Maravilhas dirigido por Alain Resnais". Além de várias referências ao clássico de Lewis Carroll temos uma montagem não linear e com imagens piscando na tela que lembra "Eu Te Amo, Eu Te Amo", que Resnais dirigiu em 1968. Mas o essa obra-prima de Rivette não é feita só de referências como também serviu de referência a diversas obras posteriores: difícil não pensar em Cidade dos Sonhos (2001) e Império dos Sonhos (2006), ambos dirigidos por David Lynch. E as balas que as protagonistas chupam não seriam uma precursora da pílula vermelha vista em Matrix (1999)?
A Sentinela dos Malditos
3.7 131 Assista AgoraUm dos finais mais politicamente incorretos (para os padrões de hoje) da história do cinema:
pessoas com deformidades reais fazendo papel de demônios.
Violência e Terror
3.1 90Slasher nunca foi um subgênero para se levar a sério mas esse Intruder abusa da suspensão da descrença por parte do espectador. E mesmo assim consegue ser moderadamente divertido. O diretor investe na estilização para compensar o roteiro pífio, chegando até a posicionar a câmera do ponto de vista de um disco de telefone! Já as mortes são bastante gráficas e não deixam a dever a séries como Sexta-Feira 13 e Halloween.
O desfecho é um dos mais tolos e absurdos dos slashers transformando o filme praticamente em um paródia do gênero.
O Estigma de Satanás
3.2 37À principio, o roteiro desse filme desenvolveria três histórias separadas, unidas por um elemento em comum (a ossada desenterrada), mas os produtores resolveram juntar tudo em uma só história. Isso explica porque alguns personagens parecem descartados da trama, como a jovem noiva levada para um sanatório e a governanta ferida no rosto. De qualquer forma o ritmo do filme vai melhorando com o passar do tempo mas o diretor exagera em um desfecho estilizado que acaba soando anticlimático. A direção de arte é eficiente ao nos transportar ao século XVII, desde a sujeira das residencias aos figurinos que delineiam as classes sociais. Além disso a direção aproveita bem as belas locações rurais inglesas para dar um clima de isolamento ao povoado onde se passa a história.
O Pesadelo
2.2 205 Assista AgoraUm terror entediante e que apela para clichês que já eram empoeirados em 2005: Uma casa enorme, decadente e escura, um protagonista com passado traumático e os infames jump-scares, imagens e sons altos para provocar sustos. Além disso a fotografia investe constantemente em um baixa profundidade de campo, não nos permitindo ver direito o que está no fundo da tela. Mas mesmo esse recurso quase nunca dá certo nesse filme. O elenco, oriundo de séries de TV pouco pode fazer com o que o roteiro oferece, já que o desenvolvimento dos personagens não era prioridade.
No fim "O Pesadelo" é só mais um filme de sustos vazios.
Repare como o destino dos várias vítimas do "bicho-papão" não faz a menor diferença.
OBS.: a maquiagem de Lucy Lawless nesse filme é uma das piores que já vi no cinema.
Sob a Bandeira do Sol Nascente
4.3 2O roteiro adota uma abordagem semelhante a de Rashomon (e que também seria utilizada em "Coragem Sob Fogo", de 1995), com personagens narrando versões diferentes de um mesmo fato para tecer um impiedoso libelo antimilitarista e antiufanista. Contém imagens horripilantes de vítimas de inanição e da bomba atômica.
Agora Seremos Felizes
4.0 89 Assista AgoraTinha ouvido "The Trolley Song" em um episódio de Halloween dos Simpsons e só agora descobri que era desse musical. Um filme que conquista o espectador pelo carisma dos personagens: até o pai rabugento acaba soando simpático no fima das contas.
Pena que o filme não explore melhor a tão falada Feira Mundial de St. Louis. E os jogos olímpicos de 1904 também foram na mesma cidade.
Sem Essa, Aranha!
4.0 63Por um tempo pensei que era Lima Duarte no cartaz do filme! Só bem depois descobri que era Jorge Loredo.
Imagino a Mia Goth vendo a avó nesse filme tão disparatado.
Meu Caminho
4.0 3Um filme de guerra que foca não em batalhas mas sim na convivência humana, forçada pelas circunstâncias. O jovem Jóska (András Kozák) vaga pela Hungria até ser capturado pelos soviéticos e obrigado a permanecer em uma pequena fazenda leiteira em companhia de um jovem soldado russo (Sergey Nikonenko). Nesse ponto o filme assume uma dinâmica semelhante a que Ang Lee usaria em "O Segredo de Brokeback Mountain", mas sem o viés homoafetivo. A direção de Jancsó já fazia uso de planos fluidos e longos (imagino o que ele teria feito se contasse com uma steadcam na época) numa abordagem que ajuda a imergir o espectador na história.
Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraUma premissa interessante e um elenco talentoso desperdiçados em uma produção mal conduzida e personagens unidimensionais. Como em outros filmes, aqui Shyamalan pretende homenagear clássicos como O "Anjo Exterminador" (1962) e "Piquenique na Montanha Misteriosa" (1975) mas seu trabalho fica muito aquém das referências.
O General do Diabo
3.8 2Excelente drama de guerra encabeçado por Curt Jürgens, um simpático militar alemão que rejeita os ideais nazistas e é suspeito de sabotagem, sendo perseguido pela Gestapo. Sua visão cosmopolita é ilustrada por seu apartamento decorado com artefatos de várias partes do mundo. O diretor Käutner é eficiente ao evitar o tom teatral utilizando movimentos de câmera fluidos e ângulos elegantes. Entre os coadjuvante destaque para Eva Ingeborg Scholz, como uma jovem hitlerista obcecada pelo general Harras e Marianne Koch (que anos depois participaria do clássico Por Um Punhado de Dólares) como uma jovem atriz com ideias semelhantes às de Harras.
Sorceress
2.3 5Curioso ver Martin LaSalle (o feiticeiro Krona) nesse filme. Ele estreou como ator em um dos melhores filmes da história do cinema: O Batedor de Carteiras (1959) de Robert Bresson. E no mesmo ano de Sorceress também tinha participado de Missing - O Desaparecido, de Costa-Gavras. Uma queda e tanto na carreira.
Inferno no Pacífico
4.0 27 Assista AgoraAssisti pela primeira vez no inicio dos anos 2000 no canal Rede Vida (que, aliás, exibiu os dois finais) e me apaixonei já que adoro filmes de pessoas ilhadas. Anos depois comprei o DVD da Continental, que também tem o final original do diretor nos extras. Recentemente foi lançado pela Versátil na caixa Segunda Guerra Mundial no Cinema Vol. 2.
Há momentos de tensão, ação, humor, reflexão e momentos angustiantes (como na cena da jangada). Vale a pena cada minuto.
Falas Negras apresenta Histórias (Im)possíveis
3.8 8Interessante ao mesclar realismo, metalinguagem e surrealismo. Lembra bastante o seriado Além da Imaginação (1959-1965).
Um Certo Capitão Lockhart
3.8 32 Assista AgoraUm dos mais extraordinários faroestes dos anos 50, este é o ápice da parceria entre Anthony Mann e James Stewart. O diretor orquestra uma verdadeira tragédia shakespereana no deserto do Novo México. Como era de se esperar os personagens são cheios de ambiguidades. Obra-prima do gênero.
8MM 2
2.5 38Desde Showgirls (1995) nenhum filme de um grande estúdio teve tanta mulher pelada quanto esse 8MM 2. Mesmo assim trata-se de um thriller sexual morno, com um casal fraco mas que evolui de forma satisfatória até desfecho, quando o roteiro apela para uma revelação final completamente estúpida, que destrói toda a lógica construída até então:
Se era tudo uma armação de David com os húngaros, por que não pedir logo os U$ 5 milhões? Por que colocar em risco sua carreira politica, que seria detonada se Tish contasse algo aos irmãos ou ao pai?
Serve como exemplo de como um plot twist mal planejado pode arruinar um filme.
John Wick 4: Baba Yaga
3.9 692 Assista AgoraBasicamente o mesmo roteiro dos dois filmes anteriores: John Wick vestido com seu terno escuro e (agora) à prova de balas (além de nunca se sujar ou ficar amarrotado) indo de um lugar a outro pedindo ajuda a personagens bizarros, que inevitavelmente morrerão e enfrentando outros matadores que sempre sabem onde encontrá-lo. As lutas como de praxe são excelentes, chegando ao sublime no longo plano plongé que percorre vários quartos enquanto John elimina seus perseguidores (a única cena realmente memorável em toda a quadrilogia). Por outro lado, o tom cartunesco adotado pelos realizadores a partir do segundo filme está mais acentuado, o que deixa as cenas sem qualquer tensão: ver John Wick caindo de uma grande altura causa tanta tensão quanto ver o Pica-Pau caindo de um precipício. Pra piorar o roteiro é extremamente desleixado com os coadjuvantes: Ian MacShane está no piloto automático, Laurence Fishburn só aparece para fornecer equipamentos ao protagonista e Bill Skarsgard é uma caricatura do francês culto.
Mesmo com tantas falhas o filme é um entretenimento agradável para descansar o cérebro graças à ação incessante. Muito estiloso mas vazio de substância.
Região do Ódio
3.7 23 Assista AgoraMais um maravilhoso western estrelado por James Stewart, sob a direção de Anthony Mann e produção de Aaron Rosenberg. Na primeira metade há vário elementos em comum com o anterior "E O Sangue Semeou a Terra": um grupo de pessoas tentando se estabelecer em uma distante região inóspita, uma longa viagem em um barco à vapor, um empresário ganancioso como vilão. Mas aqui temos um protagonista com um arco dramático mais perceptível, um homem extremamente egoísta que demora a perceber que também poderia ser alvo dos criminosos. E o filme tem um desfecho eletrizante e que ao meu ver, é uma resposta ao clássico "Matar ou Morrer", lançado dois anos antes.
Jornada nas Estrelas: Deep Space Nine (2ª Temporada)
3.9 9 Assista AgoraUma boa melhora em relação à primeira temporada. Mas não dá pra entender como Quark põe a estação em perigo diversas vezes e nunca é punido. Já Sisko está mais interessante e os demais personagens cumprem bem suas funções e tem bons momentos. Os cardassianos se estabelecem como ótimos vilões. A temporada se encerra de forma sombria e com potencial para melhorar ainda mais.
Invasão Alien
1.9 10Tenho quase certeza de que os produtores conseguiram o dinheiro para esse filme pedindo esmolas em um semáforo. É preciso ver para conferir a pindaíba. É nível "Os Mutantes", da Record ou pior. O elenco, encabeçado pelo ex Power Ranger Dan Southworth, é de uma mediocridade assombrosa.
Um trash daqueles capaz de arrancar muitas risadas.
Acuso! - Abaixo a Guerra!
3.9 2Abel Gance foi um gigante do cinema, da mesma estatura de Griffith, Eisenstein e Welles. Nesta refilmagem parcial do excelente filme mudo que ele mesmo dirigiu em 1919 Gance demonstra se apuro visual já nos créditos iniciais. Com muitas imagens documentais intercaladas às fictícias, o diretor ilustra todo o horror da Primeira Grande Guerra e antecipa o que viria pouco depois com a Segunda.
Segurança Nacional
1.7 218Certamente o filme publicitário mais caro já pago pelo governo brasileiro (nem no regime militar fizeram algo tão ufanista). Isso não seria problema se ao menos fosse feito com um mínimo de competência. Mas parece que os realizadores miraram na ação de "True Lies" com a pompa de "Independence Day" mas acertaram "Plano 9 do Espaço Sideral".
O roteiro tem todos os clichês imagináveis do cinema de ação: o vilão estrangeiro, o agente secreto que esconde sua profissão da mulher que ama, o líder que demora a perceber que o herói estava certo, os discursos patrióticos. Já as cenas de ação são patéticas. Sério, os filmes de Steven Seagal teriam que piorar muito para chegar ao nível de Segurança Nacional. E fica pior com a montagem incompetente que torna tudo uma bagunça, como fica evidente na cena de perseguição numa rodovia e um grupo de pessoas aparece de repente na estrada(!).
Pra piorar o roteiro tem buracos maiores que as crateras de uma explosão atômica:
basta dizer que em certo momento os vilões colombianos não conseguem levar um bomba para Manaus mas depois levam, em poucas horas, uma outra bomba para Florianópolis, milhares de quilômetros mais distante da Colômbia!
O elenco global faz o que pode com o que o roteiro oferece mas o resultado não poderia ser mais embaraçoso. Vexame Nacional.
Blind
3.7 123 Assista AgoraPra quem gostou (ou achou confuso) eu sugiro os filmes de Alain Resnais como "O Ano Passado em Marienbad", "Muriel" e "Eu Te Amo, Eu Te Amo". Vai pirar o cabeção de vez!
A Vida e nada mais
3.6 2"A Vida e Nada Mais" é um épico sem grandes cenas de batalha. Enquanto a maioria dos filmes de guerra se concentra no conflito em si (ou nos eventos que levaram ao conflito), este magistral drama dirigido por Bertrand Tavernier foca nos terríveis resultados de uma guerra sobre a população de um país. Philippe Noiret está excelente como o veterano militar encarregado de localizar e identificar soldados desaparecidos. Seu caminho cruza com uma rica mulher (Sabine Azéma), frustrada por não encontrar o marido depois de meses de busca.
A direção de Tavernier (auxiliada pela montagem de Armand Psenny) mantêm a narrativa fluída mesmo com grande número de personagens entrando e saindo da tela. À destacar também a direção de arte de Guy-Claude François que ilustra bem os danos depois de quatro anos de guerra, como um teatro transformado em escritório militar e uma fábrica que passa a ser um hotel.
Uma pérola que vale a pena ser redescoberta.
Céline e Julie Vão de Barco
3.9 28 Assista AgoraUma definição rápida desse filme seria "Alice no País das Maravilhas dirigido por Alain Resnais". Além de várias referências ao clássico de Lewis Carroll temos uma montagem não linear e com imagens piscando na tela que lembra "Eu Te Amo, Eu Te Amo", que Resnais dirigiu em 1968. Mas o essa obra-prima de Rivette não é feita só de referências como também serviu de referência a diversas obras posteriores: difícil não pensar em Cidade dos Sonhos (2001) e Império dos Sonhos (2006), ambos dirigidos por David Lynch. E as balas que as protagonistas chupam não seriam uma precursora da pílula vermelha vista em Matrix (1999)?