Revi hoje (19/05/2023), pela terceira vez, e é impressionante como o filme continua tocante, sensível e mágico. Não, não é um esplendor narrativo e a história é até boba. Contudo, sabe aquela sensação de ser transportado, transportada, para a realidade defendida pela trama? A sensação de se imaginar nessa loja e brincar? No fundo, no fundo, tenhamos sensatez, somos crianças ainda. A diferença é que a sociedade e suas imposições que nos fazem correr e chorar com a cabeça no travesseiro impõe que a "vida adulta" seja sinônimo de ansiedade, correria e angústia. Não é. E filmes como "A Loja Mágica de Brinquedos" são uma lembrança disso: por favor, volte a sonhar.
As soluções visuais são impressionantes e até mesmo a trilha orquestrada. A paleta de cores é um destaque a parte. Mas, por favor, né? Há uma incongruência em zumbis usando preservativo. Tudo bem, pode ser uma metáfora de como um morto-vivo não está imune à "verdadeira morte" que foi o HIV na comunidade gay. Eu entendo isso. Porém, por uma questão prática, esse detalhe me tirou da imersão no filme. Já imaginou um zumbi daquele parando para colocar camisinha? Sério. Sem contar que, como dizia Elke Maravilha, acho que sou um esteta. Eu gosto da beleza, gosto de ver o que eu acho ser belo. Há uma beleza técnica aqui, mas não de roteiro, na minha opinião fecal. Choca, enoja, impacta, mas, no final das contas, não passa disso.
Falta mais substância, porém, não achei ruim. É interessante porque mostra quão ridícula pode ser a falta de noção ao se criar os filhos desse jeito, como se o dinheiro nunca fosse acabar. Ficou a lição.
Por um lado, gosto de filmes que desconstroem esportes sabidamente focados em ideais de brutalidade e de masculinidade. Isso é um ganho e faz refletir sobre esses papéis - e o quanto são frágeis e sem sentido. Somado a isso, a fotografia e a trilha sonora são um show.
Por outro lado... Que filme longo. 😐 Chega a ser enfadonho em certos momentos. Não há exatamente "barrigas", cenas inteiras sem nexo, mas sim pequenos trechos alongados que me deixaram cansado.
Pelo menos, a construção dos personagens é interessante e percebi a linha de amadurecimento de todos, com as consequências de suas escolhas aparecendo só final do filme.
Eu sei que pedir esmero de um filme pornô é demais, beira a hipocrisia. Porém, quando esse mesmo filme se vende quase como "cult", o mínimo que se espera é algo diferenciado. François Sagat não consegue atuar nem andando feito alguém perdido... 🤦🏻
Importante na mensagem, maçante na prática. Creio que serve mais como introdução do que exatamente como um direcionamento mais profundo sobre o assunto. Confesso que em certas partes minha mente vagou longe. Acaba que os depoimentos são repetitivos e, sinceramente, apesar de mostrarem as consequências, deu a sensação de que "há lá suas vantagens, sabe?".
O massa de trabalhar com escrita é poder enxergar os filmes para além da capa, mergulhando no roteiro. É interessante como houve um encaixe de peças do começo ao final, o que deu unidade à trama. A metáfora sobre a torneira, por exemplo, é sutil, silenciosa e direta, sendo um daqueles momentos que "dizem tudo".
Acredito que muitas pessoas se debruçam sobre produções hollywoodianas, sempre à espera de um arrebatamento cinematográfico, com plot twists à lá M. Night Shayamalan a cada filme ou o esplendor de um Martin Scorcese, e nesse esperar não veem a beleza de filmes que simplesmente retratam um adolescente mexicano de Guadalajara enfrentando essa coisa que chamamos de vida.
"Háblame de Ti" me ganhou por conseguir ir além da obviedade do "drama teen gay" que tanto vemos. O que tive aqui foi algo (um pouco) mais profundo sobre relações familiares. E perceba: a questão da sexualidade é pano de fundo, não trama principal. É um recado de que nós somos muito, muito, mais do que apenas pessoas LGBTQIA+
Talvez o filme peque por não ter a regionalidade de um "Hombres de Piel Dura", longa também mexicano que mergulha muito mais em questões culturais e sociais do país. Nesse sentido, "Háblame de Ti" beira a generalidade, pois, se trocarmos a nacionalidade e pudermos atores falando inglês, será um filme hollywoodiano qualquer, sem nada de seu país de origem.
Mesmo assim, não é. A mensagem que fica é bonita e, sabendo que é um filme independente feito com essa qualidade, esse esmero, aplaudo. O cinema tende, ainda hoje, a retratar a realidade gay sempre com tons mais sombrios, mesmo em um filme teen. Saber que adolescentes terão a oportunidade de ter um filme que traga uma visão mais serena e otimista (algo que não tive), me deixa feliz.
Tem uma mensagem ali? Sem dúvida. Eu seria hipócrita se não admitisse. A mistura entre o lado político e a arte, o erotismo e a vida banal, a tentativa de deixar o outro, seguir em frente, mas ainda se ver impregnado de memórias e cheiros e gostos de uma vida que parece estar a uma esticada das mãos, porém, desvanece dia após dia. A mensagem está ali. A mensagem, apenas. Para mim, o pacote foi tedioso, maçante e pedante.
Eu afundei de um jeito que foi bonito. Kkkkk Gostei do argumento do filme. Apesar de, cientificamente, eu não fazer ideia se o que foi mostrado faz algum sentido. Mas só de ter Nicole Kidman correndo de um lado para o outro, relevo questões científicas e a obviedade do roteiro. Valeu a pena. Foi um bom passatempo.
Engraçado que as pessoas pensam que toda história gay precisa ter caras com o estereótipo à lá Instagram cujo final, se não for triste, precisa ser brilhante. Vai entender... "Hombres de piel dura" me surpreendeu por criticar exatamente esses estereótipos, mergulhando para além do óbvio e mostrando que os "homens de pele dura", brutos, machos, têm muito a esconder por baixo dessa casaca de brutalidade. O filme mostra uma obviedade que não parece tão óbvia para muitos: há gays em todos os lugares e há os mais diversos tipos de sexualidade. Isso sem contar a questão religiosa trazida pelo filme. Eu vi e vejo isso acontecer. Conheço um padre que teve um relacionamento durante 6 anos com um diácono enquanto esteve em uma igreja aqui no interior do Maranhão. Veja para além, abra a mente, mergulhe nas camadas, saia da bolha, e verá como o filme cospe uma realidade que não está tão longe assim. Por fim, o filme mostra que os "homens de pele dura" não são apenas os machões que pegam no saco e coçam, mas também o "viad*nho" que precisa enfrentar o mundo para ser que é. E, meus amigos e minhas amigas, ISSO sim é ter pele dura: peitar o mundo para ser quem se é.
Tentei gostar, ainda mais por causa da paleta de cores e da luz que são estonteantes. Porém, não deu. Roteiro confuso, trama atropelada, motivações dos personagens sem base. Decepcionante.
Meio entediante, apesar de trazer diálogos muito bem construídos. O tédio foi motivado, creio, pela incapacidade de imergir na mente dessa autora revolucionária que foi Anaïs Nin. No filme, talvez em uma tentativa de dazê-la mais pueril, fiquei com a impressão de terem jogado tudo para a June, como se ela, no seu esplendor libertário, fosse a "gota que faltava" para o caldeirão de Anaïs transbordar. E não é bem assim. Anaïs já vinha de uma vivência anterior, com experiências. Creio que faltou ousadia.
Imagine que você pode contar uma piada em 5 versos e decide "dar uma engrossada" e contar em 50. Foi o que senti aqui. O filme é engraçado, porém, senti que algumas partes foram esticadas demais, valorizadas demais, o que criou as chamadas "barrigas" no roteiro. Os atores são muito bons, a trama funciona, mas, na minha opinião fecal, a montagem/edição foi falha. É uma pena. Adoro filmes, séries, novelas, que me abracem com o regionalismo aqui do Nordeste, mas isso não significa que devemos aceitar qualquer coisa em prol da representatividade, né?
Foi, foi, foi... me prendeu. Eu não esperava nada, pensei que seria "mais um drama gay teen" e, ainda bem!, quebrei a cara. "Clube de Geografia" quebra com a premissa de que "todo filme LGBTQIA+ pende para o trágico". Aqui, o que vi foi uma história que traz reflexões importantes, trabalha os clichês, envolve e, principalmente, tem camadas. Coroando tudo, o final que me deixou com um sorriso no rosto. Valeu a pena.
Animação simples (dentro dos padrões das grandes animações japonesas), mas que mostra como, mesmo na "simplicidade", a escola de animação japonesa consegue uma trama serena, profunda e que abraça o público. "Okko e os espíritos" mergulha em reflexões que vão além do mero entretenimento e ensinam sobre superação, empatia e a capacidade de seguir em frente apesar dos fardos. Bonito anime
Ao longo de todo o filme apenas uma ideia me ocorreu: sério que esse filme foi indicado a MELHOR filme? Sério mesmo? Só porque pegou referências já usadas em outras dezenas de filmes e livros e fez uma crítica social? Sinceramente, me pareceu muito, muito, pedante. Sem contar que a tal "cena polêmica" que "enojou as pessoas" não tem nada demais. Deve ter enojado quem vive na bolha e só assiste a filmes "tranquilos" e que tragam tudo mastigado. Pois, sim, "Triângulo da Tristeza" é mastigado.
Aqui e ali há sugestões e metáforas, mas no geral é um filme enfadonho que quer ser cult. Para tanto, joga referências sociológicas, critica o capitalismo, as redes sociais, os padrões de beleza, a indústria da guerra, o sistema de proletariado... Em outras palavras, joga na tela o pacote de assuntos que a "galera" do Twitter ama discutir deitada em seus sofás dentro de suas bolhas de proteção. Tempere com um punhado de escatologia e, BINGO!, adorarão o filme como a quintessência da década. Ora, por favor!
Se você quer uma crítica social contundente e dilacerante, fique com "O Senhor das Moscas", "A Fortaleza", "Ensaio sobre a Cegueira", "Pixote", "O Poço". Isso é uma crítica social estapeante. "Triângulo da Tristeza" é perfumaria embalada em seda cara.
Que bomba... E naoyme venha com a desculpinha de "ah, baixo orçamento". É só abrir o YouTube e ver que é sim possível fazer algo de qualidade com pouco dinheiro. Começa tendo um roteiro decente e com diálogos que vão além da doutrinação. Horrível, horrível. Cenografia, efeitos, atuações, proposta, plot,.trama, curva dramática, tudo,.tudo, horrível. Se fizeram esse filme com o intuito de atrair mais pessoas para a doutrina espírita, erraram feio. Sem contar que confundiram serenidade com melancolia. Isso deixou a experiência aínda mais enfadonha. Um saco!
Eu fiquei encantado e isso me ganhou. Meses atrás, quando li uma crítica sobre o filme, o jornalista mencionou que é "um conto de fadas para adultos" e foi o que encontrei aqui. Eu fiquei embasbacado pela trama, pensando no que eu faria e deixei minha mente fluir. sem contar, claro, Idris Elba e a (hipnotizante, como sempre) Tilda Swinton. CONTUDO, o terço final do filme foi me deixando meio "nhé", sabe? A força narrativa do começo, que me pegou e flagrei-me até de boca aberta, sorrindo feito idiota, isso se perdeu a medida que o final se aproximava. Apesar de que, dentro do contexto da história, esse sentimento pode ser uma brincadeira dos roteiristas com o fato de que nossa vida humana é tão medíocre, tão banal, que se torna enfadonha diante da grandiosidade milenar de um gênio. Fiquei com essa questão latejando na alma.
Camadas, camadas e mais camadas. Achei interessante mostrar como, mesmo em um país onde uma pessoa transgênero tem maior acolhimento, não é um debate simples. "Girl" é um filme que machuca. Machuca a personagem, machuca quem assiste, machuca a noção de uma sociedade como a nossa que quer "curar" as pessoas. Quantas Laras, agora, não estão por aí, sem perspectiva? Quantas Laras nós, aqui no Brasil, não jogamos na sarjeta?
P.S: a entrega de Victor Polster ao papel é louvável.
Às vezes, as pessoas se esquecem de que a vida comum, fora de um roteiro de cinema, não é cheia de reviravoltas e de grandes dramas. É apenas vida, comum, banal, medíocre; passável. E aqui, neste filme, é um retrato de uma sequela de vida dessas pessoas sem muitas firulas. Sim, isso torna o longa meio paradão, parece até sem foco em determinados momentos, mas é a vida em sua banalidade exposta na tela, né? No geral, valeu pela trilha e pelas atuações.
Sabe por que "A Baleia" gerou polêmica, com pessoas se dizendo horrorizadas e chocadas e indignadas? Porque é um filme que exige um mergulho em nossos preconceitos. Podemos esconder, podemos querer lacrar nas redes sociais e berrar "NÃO, EU NÃO FARIA ISSO!", mas TODOS nós (todos!) temos esse olhar quando vemos uma pessoa obesa. Não faça essa cara, você sabe que é verdade.
Nós somos a filha; nós somos a mãe, o garoto missionário, a enfermeira, o entregador de pizza... Nós somos. NÓS. Não eles, os "errados". Nós. E é nesse "nós" que o filme ganhou minha atenção, pois ele me puxou para fora da bolha de "sou um cara sem preconceitos". Mentira! Eu vi o Charlie com preconceitos sim. Admito.
Dizem que Aronofsky pecou porque "mostra o Charlie como se fosse num zoológico". Mas, gente, é o que nós fazemos: com pessoas obesas, com PCDs, com travestis, com pessoas transgênero, com prostitutas... NÓS, por mais conscientes que sejamos, temos esse olhar, mesmo que no subconsciente.
Eu sou um homem gay e certa vez, no shopping, apenas conversando com um amigo que tem aparência mais andrógina, apesar da barba, nós estávamos em um zoológico. Na sociedade, em certos momentos nós somos o público do zoológico, e em outros momentos, somos nós que estamos atrás das grades, sendo observados. É só entrar em qualquer escola, pública ou privada, e ver a selvageria social que muitos pais (e muitos educadores) se recusam a enxergar.
É como a Psicologia fala: "o incômodo que você sente em relação ao outro não tem a ver com o outro, mas sim com você".
E a frase do Charlie sobre ser honesto é um tapa na cara importantíssimo nestes tempos de redes sociais, de máscaras e fingimentos. Quantas pessoas não se sentiram enojadas com o Charlie, mas foram dizer o contrário? Quantas já não tiveram olhares de asco, mas quiseram lacrar nas redes sociais? Pare e pense, sinceramente, honestamente: quando você vê uma pessoa com obesidade, qual o teu primeiro pensamento? De verdade.
"A Baleia" não é um primor. É meio lento no começo e até moroso. Porém, Aronofsky mostra que a vida de uma pessoa como o Charlie vai muito, muito além do espetáculo da condição dele. É um filme cru, mas não cruel. Não se engane.
Aquele tipo de filme que é tão denso, tão imersivo, tão real, que fiquei me perguntando se é baseado em fatos reais. E no fim, diante da dita "liberdade" que temos, o filme é real. A lei foi abolida, ficaram os porões; os direitos foram implementados, permanece o preconceito; você é igual, mas, por favor, fique escondido. Alguns amores ainda estão restritos e condenados às várias prisões sociais invisíveis de nossa "civilidade". Filme incrível.
No início, ainda mais diante da classificação +16, eu pensei que teria diante de mim algo a lá "O Poço". De fato, há uma cena quase no final que lembra, porém, é só uma sombra.
Para mim, começou intrigante, tenso e cheia de críticas sociais importantes. O problema é que chegou a ponto em que eu já sabia "a moral" do filme (que, tenhamos sensatez, é bem óbvia) e não esperava para ver como eles iriam trabalhar esse clichê, o que trariam após toda a informação que jogaram. E não teve nada.
Toda a informação e linha de ações do filme é resolvida até a metade e daí para frente, na minha opinião fecal, o filme vai de excelente para um mero longa-metragem mediano, sabe?
É interessante? Sem dúvida. Faz pensar? Com certeza. Surpreende? Infelizmente, não.
Faltou aquele tempero, aquele toque final, para arrematar tudo e deixar um gosto de "quero mais".
Quando você assiste a um filme sobre uma cantora, um cantor, e mesmo que ali não esteja o artista você ainda assim fica boquiaberto com a performance, esse filme acertou em alguma essência. Para mim, isso é inegável. A potência vocal, as firulas com a voz, os meandros, o fato de Whitney fazer o que fazia parecendo brincadeira, tudo está no filme. Na parte musical, captaram A Voz
Porém, na parte pessoal, me pareceu quase um medo de mergulhar de verdade. Documentários e biografias têm um ponto em comum: a vida íntima de Whitney Houston foi um caos. E um caos de vícios pesados que culminaram, inclusive, na filha. O filme, percebo, optou por não abordar a sujeira para "preservar o legado". É uma pena.
É como se fizessem uma cinebiografia de Amy Winehouse e ignorassem o inferno que foi a vida dela nos últimos anos, sabe? O legado é a música? Sim, sem dúvida. Mas, ao meu ver, amenizar muito a realidade não contribuí.
Num mundo onde as pessoas só veem máscaras e glamour, nessa ânsia por fama e por virar influencer a qualquer custo, mostrar a realidade por trás da fama é uma forma de alertar para os perigos. Especialmente, psicológicos.
A Loja Mágica de Brinquedos
3.2 263 Assista AgoraRevi hoje (19/05/2023), pela terceira vez, e é impressionante como o filme continua tocante, sensível e mágico. Não, não é um esplendor narrativo e a história é até boba. Contudo, sabe aquela sensação de ser transportado, transportada, para a realidade defendida pela trama? A sensação de se imaginar nessa loja e brincar? No fundo, no fundo, tenhamos sensatez, somos crianças ainda. A diferença é que a sociedade e suas imposições que nos fazem correr e chorar com a cabeça no travesseiro impõe que a "vida adulta" seja sinônimo de ansiedade, correria e angústia. Não é. E filmes como "A Loja Mágica de Brinquedos" são uma lembrança disso: por favor, volte a sonhar.
L.A. Zombie
2.0 48As soluções visuais são impressionantes e até mesmo a trilha orquestrada. A paleta de cores é um destaque a parte. Mas, por favor, né? Há uma incongruência em zumbis usando preservativo. Tudo bem, pode ser uma metáfora de como um morto-vivo não está imune à "verdadeira morte" que foi o HIV na comunidade gay. Eu entendo isso. Porém, por uma questão prática, esse detalhe me tirou da imersão no filme. Já imaginou um zumbi daquele parando para colocar camisinha? Sério. Sem contar que, como dizia Elke Maravilha, acho que sou um esteta. Eu gosto da beleza, gosto de ver o que eu acho ser belo. Há uma beleza técnica aqui, mas não de roteiro, na minha opinião fecal. Choca, enoja, impacta, mas, no final das contas, não passa disso.
Jorginho Guinle - $ó Se Vive uma Vez
2.3 21Falta mais substância, porém, não achei ruim. É interessante porque mostra quão ridícula pode ser a falta de noção ao se criar os filhos desse jeito, como se o dinheiro nunca fosse acabar. Ficou a lição.
Ao Seu Lado
3.0 73 Assista AgoraPor um lado, gosto de filmes que desconstroem esportes sabidamente focados em ideais de brutalidade e de masculinidade. Isso é um ganho e faz refletir sobre esses papéis - e o quanto são frágeis e sem sentido. Somado a isso, a fotografia e a trilha sonora são um show.
Por outro lado... Que filme longo. 😐 Chega a ser enfadonho em certos momentos. Não há exatamente "barrigas", cenas inteiras sem nexo, mas sim pequenos trechos alongados que me deixaram cansado.
Pelo menos, a construção dos personagens é interessante e percebi a linha de amadurecimento de todos, com as consequências de suas escolhas aparecendo só final do filme.
Incubus
2.8 1Eu sei que pedir esmero de um filme pornô é demais, beira a hipocrisia. Porém, quando esse mesmo filme se vende quase como "cult", o mínimo que se espera é algo diferenciado. François Sagat não consegue atuar nem andando feito alguém perdido... 🤦🏻
Tome Suas Pílulas
3.5 66 Assista AgoraImportante na mensagem, maçante na prática. Creio que serve mais como introdução do que exatamente como um direcionamento mais profundo sobre o assunto. Confesso que em certas partes minha mente vagou longe. Acaba que os depoimentos são repetitivos e, sinceramente, apesar de mostrarem as consequências, deu a sensação de que "há lá suas vantagens, sabe?".
Conte-me Sobre Você
3.0 9 Assista AgoraO massa de trabalhar com escrita é poder enxergar os filmes para além da capa, mergulhando no roteiro. É interessante como houve um encaixe de peças do começo ao final, o que deu unidade à trama. A metáfora sobre a torneira, por exemplo, é sutil, silenciosa e direta, sendo um daqueles momentos que "dizem tudo".
Acredito que muitas pessoas se debruçam sobre produções hollywoodianas, sempre à espera de um arrebatamento cinematográfico, com plot twists à lá M. Night Shayamalan a cada filme ou o esplendor de um Martin Scorcese, e nesse esperar não veem a beleza de filmes que simplesmente retratam um adolescente mexicano de Guadalajara enfrentando essa coisa que chamamos de vida.
"Háblame de Ti" me ganhou por conseguir ir além da obviedade do "drama teen gay" que tanto vemos. O que tive aqui foi algo (um pouco) mais profundo sobre relações familiares. E perceba: a questão da sexualidade é pano de fundo, não trama principal. É um recado de que nós somos muito, muito, mais do que apenas pessoas LGBTQIA+
Talvez o filme peque por não ter a regionalidade de um "Hombres de Piel Dura", longa também mexicano que mergulha muito mais em questões culturais e sociais do país. Nesse sentido, "Háblame de Ti" beira a generalidade, pois, se trocarmos a nacionalidade e pudermos atores falando inglês, será um filme hollywoodiano qualquer, sem nada de seu país de origem.
Mesmo assim, não é. A mensagem que fica é bonita e, sabendo que é um filme independente feito com essa qualidade, esse esmero, aplaudo. O cinema tende, ainda hoje, a retratar a realidade gay sempre com tons mais sombrios, mesmo em um filme teen. Saber que adolescentes terão a oportunidade de ter um filme que traga uma visão mais serena e otimista (algo que não tive), me deixa feliz.
Homem ao Banho
2.6 71Tem uma mensagem ali? Sem dúvida. Eu seria hipócrita se não admitisse. A mistura entre o lado político e a arte, o erotismo e a vida banal, a tentativa de deixar o outro, seguir em frente, mas ainda se ver impregnado de memórias e cheiros e gostos de uma vida que parece estar a uma esticada das mãos, porém, desvanece dia após dia. A mensagem está ali. A mensagem, apenas. Para mim, o pacote foi tedioso, maçante e pedante.
Invasores
3.1 392 Assista AgoraEu afundei de um jeito que foi bonito. Kkkkk Gostei do argumento do filme. Apesar de, cientificamente, eu não fazer ideia se o que foi mostrado faz algum sentido. Mas só de ter Nicole Kidman correndo de um lado para o outro, relevo questões científicas e a obviedade do roteiro. Valeu a pena. Foi um bom passatempo.
Hombres de piel dura
2.5 11Engraçado que as pessoas pensam que toda história gay precisa ter caras com o estereótipo à lá Instagram cujo final, se não for triste, precisa ser brilhante. Vai entender... "Hombres de piel dura" me surpreendeu por criticar exatamente esses estereótipos, mergulhando para além do óbvio e mostrando que os "homens de pele dura", brutos, machos, têm muito a esconder por baixo dessa casaca de brutalidade. O filme mostra uma obviedade que não parece tão óbvia para muitos: há gays em todos os lugares e há os mais diversos tipos de sexualidade. Isso sem contar a questão religiosa trazida pelo filme. Eu vi e vejo isso acontecer. Conheço um padre que teve um relacionamento durante 6 anos com um diácono enquanto esteve em uma igreja aqui no interior do Maranhão. Veja para além, abra a mente, mergulhe nas camadas, saia da bolha, e verá como o filme cospe uma realidade que não está tão longe assim. Por fim, o filme mostra que os "homens de pele dura" não são apenas os machões que pegam no saco e coçam, mas também o "viad*nho" que precisa enfrentar o mundo para ser que é. E, meus amigos e minhas amigas, ISSO sim é ter pele dura: peitar o mundo para ser quem se é.
Mundos Paralelos
2.8 6Tentei gostar, ainda mais por causa da paleta de cores e da luz que são estonteantes. Porém, não deu. Roteiro confuso, trama atropelada, motivações dos personagens sem base. Decepcionante.
Henry & June: Delírios Eróticos
3.6 94Meio entediante, apesar de trazer diálogos muito bem construídos. O tédio foi motivado, creio, pela incapacidade de imergir na mente dessa autora revolucionária que foi Anaïs Nin. No filme, talvez em uma tentativa de dazê-la mais pueril, fiquei com a impressão de terem jogado tudo para a June, como se ela, no seu esplendor libertário, fosse a "gota que faltava" para o caldeirão de Anaïs transbordar. E não é bem assim. Anaïs já vinha de uma vivência anterior, com experiências. Creio que faltou ousadia.
Bem-Vinda a Quixeramobim
3.2 99 Assista AgoraImagine que você pode contar uma piada em 5 versos e decide "dar uma engrossada" e contar em 50. Foi o que senti aqui. O filme é engraçado, porém, senti que algumas partes foram esticadas demais, valorizadas demais, o que criou as chamadas "barrigas" no roteiro. Os atores são muito bons, a trama funciona, mas, na minha opinião fecal, a montagem/edição foi falha. É uma pena. Adoro filmes, séries, novelas, que me abracem com o regionalismo aqui do Nordeste, mas isso não significa que devemos aceitar qualquer coisa em prol da representatividade, né?
Clube de Geografia
3.3 123Foi, foi, foi... me prendeu. Eu não esperava nada, pensei que seria "mais um drama gay teen" e, ainda bem!, quebrei a cara. "Clube de Geografia" quebra com a premissa de que "todo filme LGBTQIA+ pende para o trágico". Aqui, o que vi foi uma história que traz reflexões importantes, trabalha os clichês, envolve e, principalmente, tem camadas. Coroando tudo, o final que me deixou com um sorriso no rosto. Valeu a pena.
Okko e os Espíritos
3.6 7Animação simples (dentro dos padrões das grandes animações japonesas), mas que mostra como, mesmo na "simplicidade", a escola de animação japonesa consegue uma trama serena, profunda e que abraça o público. "Okko e os espíritos" mergulha em reflexões que vão além do mero entretenimento e ensinam sobre superação, empatia e a capacidade de seguir em frente apesar dos fardos. Bonito anime
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista AgoraAo longo de todo o filme apenas uma ideia me ocorreu: sério que esse filme foi indicado a MELHOR filme? Sério mesmo? Só porque pegou referências já usadas em outras dezenas de filmes e livros e fez uma crítica social? Sinceramente, me pareceu muito, muito, pedante. Sem contar que a tal "cena polêmica" que "enojou as pessoas" não tem nada demais. Deve ter enojado quem vive na bolha e só assiste a filmes "tranquilos" e que tragam tudo mastigado. Pois, sim, "Triângulo da Tristeza" é mastigado.
Aqui e ali há sugestões e metáforas, mas no geral é um filme enfadonho que quer ser cult. Para tanto, joga referências sociológicas, critica o capitalismo, as redes sociais, os padrões de beleza, a indústria da guerra, o sistema de proletariado... Em outras palavras, joga na tela o pacote de assuntos que a "galera" do Twitter ama discutir deitada em seus sofás dentro de suas bolhas de proteção. Tempere com um punhado de escatologia e, BINGO!, adorarão o filme como a quintessência da década. Ora, por favor!
Se você quer uma crítica social contundente e dilacerante, fique com "O Senhor das Moscas", "A Fortaleza", "Ensaio sobre a Cegueira", "Pixote", "O Poço". Isso é uma crítica social estapeante. "Triângulo da Tristeza" é perfumaria embalada em seda cara.
Deixe-me Viver
3.1 17Que bomba... E naoyme venha com a desculpinha de "ah, baixo orçamento". É só abrir o YouTube e ver que é sim possível fazer algo de qualidade com pouco dinheiro. Começa tendo um roteiro decente e com diálogos que vão além da doutrinação. Horrível, horrível. Cenografia, efeitos, atuações, proposta, plot,.trama, curva dramática, tudo,.tudo, horrível. Se fizeram esse filme com o intuito de atrair mais pessoas para a doutrina espírita, erraram feio. Sem contar que confundiram serenidade com melancolia. Isso deixou a experiência aínda mais enfadonha. Um saco!
Era Uma Vez um Gênio
3.5 159 Assista AgoraEu fiquei encantado e isso me ganhou. Meses atrás, quando li uma crítica sobre o filme, o jornalista mencionou que é "um conto de fadas para adultos" e foi o que encontrei aqui. Eu fiquei embasbacado pela trama, pensando no que eu faria e deixei minha mente fluir. sem contar, claro, Idris Elba e a (hipnotizante, como sempre) Tilda Swinton. CONTUDO, o terço final do filme foi me deixando meio "nhé", sabe? A força narrativa do começo, que me pegou e flagrei-me até de boca aberta, sorrindo feito idiota, isso se perdeu a medida que o final se aproximava. Apesar de que, dentro do contexto da história, esse sentimento pode ser uma brincadeira dos roteiristas com o fato de que nossa vida humana é tão medíocre, tão banal, que se torna enfadonha diante da grandiosidade milenar de um gênio. Fiquei com essa questão latejando na alma.
Girl
3.8 161 Assista AgoraCamadas, camadas e mais camadas. Achei interessante mostrar como, mesmo em um país onde uma pessoa transgênero tem maior acolhimento, não é um debate simples. "Girl" é um filme que machuca. Machuca a personagem, machuca quem assiste, machuca a noção de uma sociedade como a nossa que quer "curar" as pessoas. Quantas Laras, agora, não estão por aí, sem perspectiva? Quantas Laras nós, aqui no Brasil, não jogamos na sarjeta?
P.S: a entrega de Victor Polster ao papel é louvável.
Duetto
2.7 13 Assista AgoraÀs vezes, as pessoas se esquecem de que a vida comum, fora de um roteiro de cinema, não é cheia de reviravoltas e de grandes dramas. É apenas vida, comum, banal, medíocre; passável. E aqui, neste filme, é um retrato de uma sequela de vida dessas pessoas sem muitas firulas. Sim, isso torna o longa meio paradão, parece até sem foco em determinados momentos, mas é a vida em sua banalidade exposta na tela, né? No geral, valeu pela trilha e pelas atuações.
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraSabe por que "A Baleia" gerou polêmica, com pessoas se dizendo horrorizadas e chocadas e indignadas? Porque é um filme que exige um mergulho em nossos preconceitos. Podemos esconder, podemos querer lacrar nas redes sociais e berrar "NÃO, EU NÃO FARIA ISSO!", mas TODOS nós (todos!) temos esse olhar quando vemos uma pessoa obesa. Não faça essa cara, você sabe que é verdade.
Nós somos a filha; nós somos a mãe, o garoto missionário, a enfermeira, o entregador de pizza... Nós somos. NÓS. Não eles, os "errados". Nós. E é nesse "nós" que o filme ganhou minha atenção, pois ele me puxou para fora da bolha de "sou um cara sem preconceitos". Mentira! Eu vi o Charlie com preconceitos sim. Admito.
Dizem que Aronofsky pecou porque "mostra o Charlie como se fosse num zoológico". Mas, gente, é o que nós fazemos: com pessoas obesas, com PCDs, com travestis, com pessoas transgênero, com prostitutas... NÓS, por mais conscientes que sejamos, temos esse olhar, mesmo que no subconsciente.
Eu sou um homem gay e certa vez, no shopping, apenas conversando com um amigo que tem aparência mais andrógina, apesar da barba, nós estávamos em um zoológico. Na sociedade, em certos momentos nós somos o público do zoológico, e em outros momentos, somos nós que estamos atrás das grades, sendo observados. É só entrar em qualquer escola, pública ou privada, e ver a selvageria social que muitos pais (e muitos educadores) se recusam a enxergar.
É como a Psicologia fala: "o incômodo que você sente em relação ao outro não tem a ver com o outro, mas sim com você".
E a frase do Charlie sobre ser honesto é um tapa na cara importantíssimo nestes tempos de redes sociais, de máscaras e fingimentos. Quantas pessoas não se sentiram enojadas com o Charlie, mas foram dizer o contrário? Quantas já não tiveram olhares de asco, mas quiseram lacrar nas redes sociais? Pare e pense, sinceramente, honestamente: quando você vê uma pessoa com obesidade, qual o teu primeiro pensamento? De verdade.
"A Baleia" não é um primor. É meio lento no começo e até moroso. Porém, Aronofsky mostra que a vida de uma pessoa como o Charlie vai muito, muito além do espetáculo da condição dele. É um filme cru, mas não cruel. Não se engane.
Aronofsky é cru.
NÓS somos cruéis.
Great Freedom
4.0 57 Assista AgoraAquele tipo de filme que é tão denso, tão imersivo, tão real, que fiquei me perguntando se é baseado em fatos reais. E no fim, diante da dita "liberdade" que temos, o filme é real. A lei foi abolida, ficaram os porões; os direitos foram implementados, permanece o preconceito; você é igual, mas, por favor, fique escondido. Alguns amores ainda estão restritos e condenados às várias prisões sociais invisíveis de nossa "civilidade". Filme incrível.
Fome de Sucesso
3.3 104 Assista AgoraNo início, ainda mais diante da classificação +16, eu pensei que teria diante de mim algo a lá "O Poço". De fato, há uma cena quase no final que lembra, porém, é só uma sombra.
Para mim, começou intrigante, tenso e cheia de críticas sociais importantes. O problema é que chegou a ponto em que eu já sabia "a moral" do filme (que, tenhamos sensatez, é bem óbvia) e não esperava para ver como eles iriam trabalhar esse clichê, o que trariam após toda a informação que jogaram. E não teve nada.
Toda a informação e linha de ações do filme é resolvida até a metade e daí para frente, na minha opinião fecal, o filme vai de excelente para um mero longa-metragem mediano, sabe?
É interessante? Sem dúvida.
Faz pensar? Com certeza.
Surpreende? Infelizmente, não.
Faltou aquele tempero, aquele toque final, para arrematar tudo e deixar um gosto de "quero mais".
I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston
3.5 187 Assista AgoraQuando você assiste a um filme sobre uma cantora, um cantor, e mesmo que ali não esteja o artista você ainda assim fica boquiaberto com a performance, esse filme acertou em alguma essência. Para mim, isso é inegável. A potência vocal, as firulas com a voz, os meandros, o fato de Whitney fazer o que fazia parecendo brincadeira, tudo está no filme. Na parte musical, captaram A Voz
Porém, na parte pessoal, me pareceu quase um medo de mergulhar de verdade. Documentários e biografias têm um ponto em comum: a vida íntima de Whitney Houston foi um caos. E um caos de vícios pesados que culminaram, inclusive, na filha. O filme, percebo, optou por não abordar a sujeira para "preservar o legado". É uma pena.
É como se fizessem uma cinebiografia de Amy Winehouse e ignorassem o inferno que foi a vida dela nos últimos anos, sabe? O legado é a música? Sim, sem dúvida. Mas, ao meu ver, amenizar muito a realidade não contribuí.
Num mundo onde as pessoas só veem máscaras e glamour, nessa ânsia por fama e por virar influencer a qualquer custo, mostrar a realidade por trás da fama é uma forma de alertar para os perigos. Especialmente, psicológicos.
Whitney é um exemplo disso. Infelizmente.