Profundamente impactado com este filme. O roteiro, a atuação do Anthony Hopkins, os detalhes da produção... aquela sequência final é das coisas mais chocantes do cinema nos últimos tempos. É um filme sensível, profundo, e não há como assistir sem refletir muito depois. Isso é cinema, amigos!
Revendo... um filme sobre descobertas, redescobertas, conquistas e perdas. O roteiro é muito bom, muito bonito, as fases do crescimento pessoal da Adele são muito nítidas, com todos os altos e baixos, perdas e ganhos, das vidas de todos nós. Infelizmente saber de todos os problemas de abuso envolvendo o diretor com as atrizes estraga um pouco ao rever a obra mas, sem dúvida, é um filme muito bom.
O ponto de virada na metade do filme é simplesmente fantástico, e muda nossa percepção da história por completo. Isso nos mostra como nos deixamos levar pelas aparências e pelas soluções óbvias.
Uma das melhores trilhas sonoras de todos os tempos, com pelo menos dois clássicos imortais de Simon & Garfunkel: "The Sound of Silence" e "Mrs. Robinson". E Mike Nichols sempre trazendo diálogos maravilhosos nos seus filmes. Quem já tentou escrever um roteiro sabe que ser um bom dialoguista é uma arte para poucos.
Como um amigo destacou em um comentário mais abaixo, toda a relação que o diretor estabelece para nos mostrar como Ben se sente é maravilhosa. A sequência inicial mostrando o aquário, simbolizando como ele é visto: ele é o peixe no aquário, observado por uma série de pessoas que estão longe de compreendê-lo de fato. Depois, ele ganha uma roupa de mergulho do pai. Quando ele, finalmente, tem sua primeira noite com Ms. Robinson, a sequência é misturada com outra onde ele mergulha na piscina e cai em cima dele, mostrando como ele mergulhou realmente na relação, e depois ele boiando, como um peixe fora d'água.
Curiosidade que acabei de descobrir: O nome verdadeiro de Diane Keaton é Diane Hall, e seu apelido entre os amigos Annie. Ou seja, a personagem leva o nome da própria atriz. O que diz muito, de fato.
"Durante toda a nossa vida enfrentamos decisões penosas, escolhas morais. Algumas delas tem grande peso. A maioria não tem tanto valor assim. Mas definimos a nós mesmos pelas escolhas que fizemos. Na verdade, somos feitos pela soma total de nossas escolhas. Tudo se dá de maneira tão imprevisível, tão injusta, que a felicidade humana não parece ter sido incluída no projeto da Criação. Somos nós, com nossa capacidade de amar, que atribuímos sentido a um Universo indiferente. Ainda assim, a maioria dos seres humanos parece ter a habilidade de continuar lutando e até de encontrar prazer nas coisas simples, como sua família, seu trabalho, e na esperança de que as futuras gerações alcancem uma compreensão maior"
Uma bela história sobre relações familiares. Ozu consegue construir um drama atemporal sobre o eterno conflito entre o velho e o novo, a proximidade do fim, as relações pais e filhos, a implacável solidão e a dolorosa indiferença. Não é a toa que uma pesquisa do British Film Institute com centenas de diretores de vários países o escolheu como o melhor filme de todos os tempos. Talvez não seja o primeiro na minha lista, mas não se pode dizer que o título é desmerecido.
Interessante que sempre pensamos no Japão como o país que respeita e venera os idosos. Então, um filme japonês onde os filhos ficam jogando os país de um lado para o outro não deixa de surpreender um pouco. Somente Keyko e Noriko gostavam realmente deles. Nem mesmo a morte parece ter consertado as coisas.
Eu morrendo de rir das crianças criticando o filme, considerando chato, desinteressante, bla-bla-bla. Realmente talvez seja muito pedir para a "geração Michael Bay" gostar de um filme onde seja preciso raciocinar.
O roteiro deste filme é genial, com diálogos brilhantes e muito humanos, como costumam ser os roteiros do mestre Woody Allen, um perito na arte de retratar o homem moderno comum, mergulhado em inseguranças e fraquezas e na dificuldade de conviver com o outro. Alvy e Annie são duas pessoas assim, comuns e inseguras, e a relação entre eles reflete tudo isso. Até o ponto em que eles já estavam juntos por pura comodidade, porque um fazia bem ao outro, mesmo do seu modo torto. Annie, em especial, cresceu muito, principalmente do ponto de vista intelectual, depois de conhecer Alvy. Vale destacar aqui também a aula no uso da quebra da quarta parede, dialogando diretamente com o espectador, e também no uso da metalinguagem, trazendo para dentro da história pessoas de fora e até personalidades reais.
"Depois disso ficou muito tarde e nós dois tivemos de ir. Mas foi ótimo ver Annie outra vez. Percebi a pessoa incrível que ela é, e como era bom poder conhecê-la. E lembrei daquela velha piada, sabe? O cara vai ao psiquiatra e diz: "Doutor, acho que o meu irmão enlouqueceu, ele pensa que é uma galinha." "Por que você não o interna?" perguntou o médico. E o cara responde "Eu internaria, mas acontece que eu preciso dos ovos." Então eu acho que é mais ou menos assim que vejo os relacionamentos amorosos hoje: eles são totalmente irracionais, loucos, absurdos, mas a gente continua tentando porque... a maioria de nós precisa dos ovos.”
Depois de assistir este clássico, com a interpretação brilhante do Jerry Lewis, dá até uma certa vergonha alheia da versão do Eddie Murphy, mais calcada nos efeitos especiais e na maquiagem. Aquela sequência final, com Buddy se transformando aos poucos no professor é sensacional. A interpretação de Lewis segue esta mudança e vai se transformando, também, de forma gradativa. Só um gênio conseguiria isso de uma forma como ele conseguiu, fazendo você perceber as mudanças não apenas pelo aspecto físico mas também pela forma de interpretar.
Também fiquei pensando que nos tempos atuais a turma do mimimi iria encher muito a paciência com o professor namorando a aluna. Sinal de nossos tempos, onde estamos muito mais conservadores que nossos avós em vários pontos.
É preciso ser realmente muito bom para sustentar uma atuação por mais de uma hora sem emitir palavras e ela se tornar tão icônica que influenciou gerações e gerações de comediantes. Jerry Lewis, no geral, foi um grande influenciador. É impressionante notar como muito do seu estilo pode ser visto em vários artistas, de Jim Carrey a Leandro Hassum, passando por Rowan Atkinson.
Este filme tem momentos maravilhosos, como a maçã invisível e a orquestra mas, para mim, o momento mais genial é quando se descobre porque Stanley não falava. Cena muito cheia de significado.
E a homenagem ao Stan Laurel também foi ótima. Encontraram um ator, de fato, idêntico a ele.
Para analisar um filme, ou qualquer obra artística, é preciso entender o contexto da época em que foi feito. "The Birth of a Nation" traz teses indefensáveis para os tempos atuais. Aquela sequência que mostra os deputados negros bebendo no plenário, com os pés em cima da mesa, de fato é um escárnio. Para nós hoje, mas não para aquele tempo. "The Birth of a Nation", desta forma, é um retrato de sua época, e é deste modo que precisa ser analisada. Como um registro histórico de um tempo triste, mas que não pode jamais ser varrido para baixo do tapete.
Veja que os negros americanos só conseguiram seus direitos completos quase 50 anos depois do filme de Griffith. Negros não podiam sequer usar o mesmo banheiro, andar no mesmo ônibus, etc, que uma pessoa branca. Dá para imaginar o que ocorreria se Griffith tivesse a "ousadia" de colocar negros de verdade no seu filme. Talvez ele nem sequer tivesse saído do papel e, se tivesse, não alcançaria o mínimo sucesso. Mesmo aqui no nosso Brasil, negros eram proibidos de participar de campeonatos de futebol até a década de 20/30, tendo que se pintar de branco para conseguir jogar. Em 1939, 25 anos depois deste filme, Hattie McDaniel foi proibida de entrar no teatro onde receberia o Oscar de melhor atriz por "E o Vento Levou...", só conseguindo acessar o local depois que o diretor do filme rodou a baiana. É a realidade da época, por mais indefensável que soe.
Do mesmo modo que é inquestionável o teor racista do filme, é inegável sua importância histórica. Griffith provou definitivamente que era possível usar o cinema de forma dramatúrgica. Não existiria o cinema de hoje sem D.W. Griffith. Isso é um fato.
É interessante notar como boa parte dos ideais de Napoleão permanecem fortemente presentes nos dias atuais, principalmente no que diz respeito à abolição das fronteiras e em uma Europa unificada. O que me leva a pensar que ele acertou no conteúdo, mas errou na forma.
Com relação a esta produção, trata-se de um filme realmente grandioso, e não apenas na duração. Uma obra à frente do seu tempo, com técnicas de edição e montagem incríveis e uma fotografia fabulosa. Não sei se repararam, mas as cores usadas na fotografia do filme remetem ao vermelho, branco e azul da bandeira francesa. As cenas de batalha são incrivelmente bem feitas. A sequência final, com as 3 telas para demonstrar a grandeza do exército napoleônico, é tão moderna que deixa a gente boquiaberto. Enfim, uma obra-prima.
No entanto, dois erros me chamaram a atenção: o primeiro na escalação do ator que interpreta Napoleão. O personagem tem 20 e poucos anos e o interprete tem uma aparência muito mais velha. Ficou discrepante. O outro ponto que me chamou muito a atenção foi Napoleão ter uma fotografia de Josephine, sendo que ela só foi inventada no século XIX, ou seja, bem depois do período abarcado pela história.
Um clássico maravilhoso, cujas técnicas revolucionárias de edição e montagem mudaram tudo o que se entendia por cinema e influenciaram de forma definitiva tudo o que veio depois. A sequência do massacre na escadaria é algo único, extremamente cruel mas ao mesmo tempo belo.
A cena do casal namorando no sofá com medo de se darem às mãos é pura fofura. Nos tempos atuais eles estariam transando. Outros tempos, onde o romance perdeu a vez. A ideia de metade do filme se passar dentro de um sonho foi realmente uma grande sacada, permitindo sequencias do mais puro e completo nonsense. Destaco também a parte técnica, sempre perfeita nos filmes do Keaton. O que ele consegue com a tecnologia dos anos 20 é maravilhoso. Além do bom emprego da metalinguagem nas sequencias do cinema, com um filme dentro do filme e o personagem principal se inserindo nele. Não a toa Keaton era o grande rival de Chaplin na época, embora o segundo me cative bem mais, principalmente pelo forte tom social da sua obra, cheia de sensibilidade. Sem contar, também, com toda sua preocupação com a trilha sonora, sempre casando muito bem com o contexto das cenas. E isso é algo que, muitas vezes, sinto falta em Keaton.
Um dos últimos grandes clássicos do cinema mudo. A trama é simples, mas eficiente. O que, a principio, parecia cair para o lado de uma trama de traição e assassinato, nos surpreende ao se desenvolver como uma deliciosa comédia romântica. A trama central é simples, mas eficiente. O casal principal é muito bom, ambos divertidos e carismáticos. São eles que carregam o filme praticamente sozinhos por uma hora e meia. Não é a toa que este filme fez Janet Gaynor ser a primeira atriz a ganhar um Oscar. Mas é o lado técnico que me parece mais revolucionário. O uso de técnicas de câmera modernas para a época, o uso praticamente perfeito da sobreposição de imagens (a cena onde o homem se imagina abraçado e beijado pela amante, em especial, foi muito bem feita), o uso abundante de travelings ao invés de ter apenas câmeras estáticas, como era comum à época (tanto pela tecnologia quanto pelo lado financeiro), efeitos especiais maravilhosos como o do barco na tempestade... O final é feliz e um tanto moralista, mas condizente tanto com a trama quanto com a época em que o filme foi feito. Seria estranho se fosse diferente. Este é daqueles filmes que somente funcionam no cinema mudo. Falado ele não teria o mesmo efeito, o mesmo apelo emotivo.
Obs: Depois que abandonou o cinema nos anos 40, Janet Gaynor viveu a maior parte da vida no Brasil.
Este talvez seja o filme com mais inserções comerciais da história do cinema. É tanta propaganda que chega a incomodar: Texaco, Pepsi, USA Today, Nike, Pizza Hut, AT&T, Black&Decker...
Sem contar os furos do roteiro: Quando a Lorraine nova e velha se encontram e gritam, ninguém da casa vem acudir (ok, aqui até podemos pensar que ninguém na casa se importa). Quando Marty está no banco de trás do carro de Biff, falando com Doc pelo rádio, como Biff não percebe? Nem vou dizer sobre o retrovisor. Bastava uma olhada para ver o Marty, já que ele sempre se levantava. Depois, quando Marty abre a porta da sala do diretor, ele também não percebe mesmo com a porta rangendo. Tem um carro voando pela cidade e ninguem nota. E porque Doc simplesmente não voltou até aquela data para buscar o rapaz?
Meu Pai
4.4 1,2K Assista AgoraO Filmow está bugado (só prá variar) e não dá parar curtir positivamente nenhum comentário aqui. Só negativamente. Me ajuda ai, produção.
Meu Pai
4.4 1,2K Assista AgoraProfundamente impactado com este filme. O roteiro, a atuação do Anthony Hopkins, os detalhes da produção... aquela sequência final é das coisas mais chocantes do cinema nos últimos tempos. É um filme sensível, profundo, e não há como assistir sem refletir muito depois. Isso é cinema, amigos!
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraRevendo... um filme sobre descobertas, redescobertas, conquistas e perdas. O roteiro é muito bom, muito bonito, as fases do crescimento pessoal da Adele são muito nítidas, com todos os altos e baixos, perdas e ganhos, das vidas de todos nós. Infelizmente saber de todos os problemas de abuso envolvendo o diretor com as atrizes estraga um pouco ao rever a obra mas, sem dúvida, é um filme muito bom.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraO ponto de virada na metade do filme é simplesmente fantástico, e muda nossa percepção da história por completo. Isso nos mostra como nos deixamos levar pelas aparências e pelas soluções óbvias.
Corra!
4.2 3,6K Assista AgoraTrago uma análise sobre Corra! que fiz em meu Canal. Vale a pena conferir.
https ://youtu.be/JfpDT0M3rIs
Obs: tive que separar o http do restante do título para que a publicação passasse
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraBom dia, galera. Aqui a análise que fiz em meu Canal sobre Dunkirk.
https: //youtu.be/DiCCcvsmNrc
Obs: tive que separar o http do restante do título para que a publicação passasse.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraAqui a análise sobre Lady Bird
https:// youtu.be/ePD3KHeLfpg
Obs: tive que separar o http do restante do título para que a publicação passasse.
A Primeira Noite de Um Homem
4.1 810 Assista AgoraUma das melhores trilhas sonoras de todos os tempos, com pelo menos dois clássicos imortais de Simon & Garfunkel: "The Sound of Silence" e "Mrs. Robinson". E Mike Nichols sempre trazendo diálogos maravilhosos nos seus filmes. Quem já tentou escrever um roteiro sabe que ser um bom dialoguista é uma arte para poucos.
Como um amigo destacou em um comentário mais abaixo, toda a relação que o diretor estabelece para nos mostrar como Ben se sente é maravilhosa. A sequência inicial mostrando o aquário, simbolizando como ele é visto: ele é o peixe no aquário, observado por uma série de pessoas que estão longe de compreendê-lo de fato. Depois, ele ganha uma roupa de mergulho do pai. Quando ele, finalmente, tem sua primeira noite com Ms. Robinson, a sequência é misturada com outra onde ele mergulha na piscina e cai em cima dele, mostrando como ele mergulhou realmente na relação, e depois ele boiando, como um peixe fora d'água.
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
4.1 1,1K Assista AgoraCuriosidade que acabei de descobrir: O nome verdadeiro de Diane Keaton é Diane Hall, e seu apelido entre os amigos Annie. Ou seja, a personagem leva o nome da própria atriz. O que diz muito, de fato.
Cinema Paradiso
4.5 1,4K Assista AgoraAntológico! Sem mais palavras!
Crimes e Pecados
4.0 184"Durante toda a nossa vida enfrentamos decisões penosas, escolhas morais. Algumas delas tem grande peso. A maioria não tem tanto valor assim. Mas definimos a nós mesmos pelas escolhas que fizemos. Na verdade, somos feitos pela soma total de nossas escolhas. Tudo se dá de maneira tão imprevisível, tão injusta, que a felicidade humana não parece ter sido incluída no projeto da Criação. Somos nós, com nossa capacidade de amar, que atribuímos sentido a um Universo indiferente. Ainda assim, a maioria dos seres humanos parece ter a habilidade de continuar lutando e até de encontrar prazer nas coisas simples, como sua família, seu trabalho, e na esperança de que as futuras gerações alcancem uma compreensão maior"
Era uma Vez em Tóquio
4.4 187 Assista AgoraUma bela história sobre relações familiares. Ozu consegue construir um drama atemporal sobre o eterno conflito entre o velho e o novo, a proximidade do fim, as relações pais e filhos, a implacável solidão e a dolorosa indiferença. Não é a toa que uma pesquisa do British Film Institute com centenas de diretores de vários países o escolheu como o melhor filme de todos os tempos. Talvez não seja o primeiro na minha lista, mas não se pode dizer que o título é desmerecido.
Interessante que sempre pensamos no Japão como o país que respeita e venera os idosos. Então, um filme japonês onde os filhos ficam jogando os país de um lado para o outro não deixa de surpreender um pouco. Somente Keyko e Noriko gostavam realmente deles. Nem mesmo a morte parece ter consertado as coisas.
O Intendente Sansho
4.5 65Trágico e profundo. Uma linda obra de arte.
"Um homem não é um ser humano, se não tiver piedade em seu coração."
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
4.1 1,1K Assista AgoraEu morrendo de rir das crianças criticando o filme, considerando chato, desinteressante, bla-bla-bla. Realmente talvez seja muito pedir para a "geração Michael Bay" gostar de um filme onde seja preciso raciocinar.
O roteiro deste filme é genial, com diálogos brilhantes e muito humanos, como costumam ser os roteiros do mestre Woody Allen, um perito na arte de retratar o homem moderno comum, mergulhado em inseguranças e fraquezas e na dificuldade de conviver com o outro. Alvy e Annie são duas pessoas assim, comuns e inseguras, e a relação entre eles reflete tudo isso. Até o ponto em que eles já estavam juntos por pura comodidade, porque um fazia bem ao outro, mesmo do seu modo torto. Annie, em especial, cresceu muito, principalmente do ponto de vista intelectual, depois de conhecer Alvy. Vale destacar aqui também a aula no uso da quebra da quarta parede, dialogando diretamente com o espectador, e também no uso da metalinguagem, trazendo para dentro da história pessoas de fora e até personalidades reais.
"Depois disso ficou muito tarde e nós dois tivemos de ir. Mas foi ótimo ver Annie outra vez. Percebi a pessoa incrível que ela é, e como era bom poder conhecê-la. E lembrei daquela velha piada, sabe? O cara vai ao psiquiatra e diz: "Doutor, acho que o meu irmão enlouqueceu, ele pensa que é uma galinha." "Por que você não o interna?" perguntou o médico. E o cara responde "Eu internaria, mas acontece que eu preciso dos ovos." Então eu acho que é mais ou menos assim que vejo os relacionamentos amorosos hoje: eles são totalmente irracionais, loucos, absurdos, mas a gente continua tentando porque... a maioria de nós precisa dos ovos.”
O Professor Aloprado
3.6 126Depois de assistir este clássico, com a interpretação brilhante do Jerry Lewis, dá até uma certa vergonha alheia da versão do Eddie Murphy, mais calcada nos efeitos especiais e na maquiagem. Aquela sequência final, com Buddy se transformando aos poucos no professor é sensacional. A interpretação de Lewis segue esta mudança e vai se transformando, também, de forma gradativa. Só um gênio conseguiria isso de uma forma como ele conseguiu, fazendo você perceber as mudanças não apenas pelo aspecto físico mas também pela forma de interpretar.
Também fiquei pensando que nos tempos atuais a turma do mimimi iria encher muito a paciência com o professor namorando a aluna. Sinal de nossos tempos, onde estamos muito mais conservadores que nossos avós em vários pontos.
O Mensageiro Trapalhão
3.7 37É preciso ser realmente muito bom para sustentar uma atuação por mais de uma hora sem emitir palavras e ela se tornar tão icônica que influenciou gerações e gerações de comediantes. Jerry Lewis, no geral, foi um grande influenciador. É impressionante notar como muito do seu estilo pode ser visto em vários artistas, de Jim Carrey a Leandro Hassum, passando por Rowan Atkinson.
Este filme tem momentos maravilhosos, como a maçã invisível e a orquestra mas, para mim, o momento mais genial é quando se descobre porque Stanley não falava. Cena muito cheia de significado.
E a homenagem ao Stan Laurel também foi ótima. Encontraram um ator, de fato, idêntico a ele.
O Nascimento de uma Nação
3.0 230Para analisar um filme, ou qualquer obra artística, é preciso entender o contexto da época em que foi feito. "The Birth of a Nation" traz teses indefensáveis para os tempos atuais. Aquela sequência que mostra os deputados negros bebendo no plenário, com os pés em cima da mesa, de fato é um escárnio. Para nós hoje, mas não para aquele tempo. "The Birth of a Nation", desta forma, é um retrato de sua época, e é deste modo que precisa ser analisada. Como um registro histórico de um tempo triste, mas que não pode jamais ser varrido para baixo do tapete.
Veja que os negros americanos só conseguiram seus direitos completos quase 50 anos depois do filme de Griffith. Negros não podiam sequer usar o mesmo banheiro, andar no mesmo ônibus, etc, que uma pessoa branca. Dá para imaginar o que ocorreria se Griffith tivesse a "ousadia" de colocar negros de verdade no seu filme. Talvez ele nem sequer tivesse saído do papel e, se tivesse, não alcançaria o mínimo sucesso. Mesmo aqui no nosso Brasil, negros eram proibidos de participar de campeonatos de futebol até a década de 20/30, tendo que se pintar de branco para conseguir jogar. Em 1939, 25 anos depois deste filme, Hattie McDaniel foi proibida de entrar no teatro onde receberia o Oscar de melhor atriz por "E o Vento Levou...", só conseguindo acessar o local depois que o diretor do filme rodou a baiana. É a realidade da época, por mais indefensável que soe.
Do mesmo modo que é inquestionável o teor racista do filme, é inegável sua importância histórica. Griffith provou definitivamente que era possível usar o cinema de forma dramatúrgica. Não existiria o cinema de hoje sem D.W. Griffith. Isso é um fato.
Napoleão
4.2 33É interessante notar como boa parte dos ideais de Napoleão permanecem fortemente presentes nos dias atuais, principalmente no que diz respeito à abolição das fronteiras e em uma Europa unificada. O que me leva a pensar que ele acertou no conteúdo, mas errou na forma.
Com relação a esta produção, trata-se de um filme realmente grandioso, e não apenas na duração. Uma obra à frente do seu tempo, com técnicas de edição e montagem incríveis e uma fotografia fabulosa. Não sei se repararam, mas as cores usadas na fotografia do filme remetem ao vermelho, branco e azul da bandeira francesa. As cenas de batalha são incrivelmente bem feitas. A sequência final, com as 3 telas para demonstrar a grandeza do exército napoleônico, é tão moderna que deixa a gente boquiaberto. Enfim, uma obra-prima.
No entanto, dois erros me chamaram a atenção: o primeiro na escalação do ator que interpreta Napoleão. O personagem tem 20 e poucos anos e o interprete tem uma aparência muito mais velha. Ficou discrepante. O outro ponto que me chamou muito a atenção foi Napoleão ter uma fotografia de Josephine, sendo que ela só foi inventada no século XIX, ou seja, bem depois do período abarcado pela história.
Nosferatu
4.1 627 Assista AgoraA fotografia e a iluminação deste filme são obras de arte, quebrando com eficiência a questão monocromática dos filmes daquela época.
O Encouraçado Potemkin
4.2 342 Assista AgoraUm clássico maravilhoso, cujas técnicas revolucionárias de edição e montagem mudaram tudo o que se entendia por cinema e influenciaram de forma definitiva tudo o que veio depois. A sequência do massacre na escadaria é algo único, extremamente cruel mas ao mesmo tempo belo.
Bancando o Águia
4.5 135 Assista AgoraA cena do casal namorando no sofá com medo de se darem às mãos é pura fofura. Nos tempos atuais eles estariam transando. Outros tempos, onde o romance perdeu a vez. A ideia de metade do filme se passar dentro de um sonho foi realmente uma grande sacada, permitindo sequencias do mais puro e completo nonsense. Destaco também a parte técnica, sempre perfeita nos filmes do Keaton. O que ele consegue com a tecnologia dos anos 20 é maravilhoso. Além do bom emprego da metalinguagem nas sequencias do cinema, com um filme dentro do filme e o personagem principal se inserindo nele. Não a toa Keaton era o grande rival de Chaplin na época, embora o segundo me cative bem mais, principalmente pelo forte tom social da sua obra, cheia de sensibilidade. Sem contar, também, com toda sua preocupação com a trilha sonora, sempre casando muito bem com o contexto das cenas. E isso é algo que, muitas vezes, sinto falta em Keaton.
De Volta Para o Futuro 3
4.1 742 Assista AgoraO melhor dos 3 filmes, sem a quantidade de furos de roteiro e continuidade do primeiro e o excesso insano de mershan do segundo.
Aurora
4.4 204 Assista AgoraUm dos últimos grandes clássicos do cinema mudo. A trama é simples, mas eficiente. O que, a principio, parecia cair para o lado de uma trama de traição e assassinato, nos surpreende ao se desenvolver como uma deliciosa comédia romântica. A trama central é simples, mas eficiente. O casal principal é muito bom, ambos divertidos e carismáticos. São eles que carregam o filme praticamente sozinhos por uma hora e meia. Não é a toa que este filme fez Janet Gaynor ser a primeira atriz a ganhar um Oscar. Mas é o lado técnico que me parece mais revolucionário. O uso de técnicas de câmera modernas para a época, o uso praticamente perfeito da sobreposição de imagens (a cena onde o homem se imagina abraçado e beijado pela amante, em especial, foi muito bem feita), o uso abundante de travelings ao invés de ter apenas câmeras estáticas, como era comum à época (tanto pela tecnologia quanto pelo lado financeiro), efeitos especiais maravilhosos como o do barco na tempestade... O final é feliz e um tanto moralista, mas condizente tanto com a trama quanto com a época em que o filme foi feito. Seria estranho se fosse diferente. Este é daqueles filmes que somente funcionam no cinema mudo. Falado ele não teria o mesmo efeito, o mesmo apelo emotivo.
Obs: Depois que abandonou o cinema nos anos 40, Janet Gaynor viveu a maior parte da vida no Brasil.
De Volta Para o Futuro 2
4.2 884 Assista AgoraEste talvez seja o filme com mais inserções comerciais da história do cinema. É tanta propaganda que chega a incomodar: Texaco, Pepsi, USA Today, Nike, Pizza Hut, AT&T, Black&Decker...
Sem contar os furos do roteiro: Quando a Lorraine nova e velha se encontram e gritam, ninguém da casa vem acudir (ok, aqui até podemos pensar que ninguém na casa se importa). Quando Marty está no banco de trás do carro de Biff, falando com Doc pelo rádio, como Biff não percebe? Nem vou dizer sobre o retrovisor. Bastava uma olhada para ver o Marty, já que ele sempre se levantava. Depois, quando Marty abre a porta da sala do diretor, ele também não percebe mesmo com a porta rangendo. Tem um carro voando pela cidade e ninguem nota. E porque Doc simplesmente não voltou até aquela data para buscar o rapaz?