Imagem o escandalo de trazer uma mãe solteira em um filme no ano de 1921! Chaplin sempre à frente de seu tempo. Um filme lindo e poético. Quem não se emociona com a sequência do menino sendo retirado do pai adotivo é porque não tem coração.
Merna Kennedy era linda e talentosa. Possuía um olhar ao mesmo tempo sexy e melancólico. Pena ter morrido tão jovem e tão tragicamente. Por ironia do destino teve um infarto apenas quatro dias depois de se casar.
Chaplin tinha um gosto por tratar de questões sociais muito antes disso ser moda. Em "O Circo" não é diferente. Vejo o circo como uma metáfora ao mundo do trabalho, onde os empregados fazem o espetáculo mas sequer tem ideia de que são os astros principais, são o que move a empresa. Tudo isso enquanto o patrão é o único que realmente próspera. Sem contar o tema da violência contra a mulher, exposta na relação pai-filha.
Também vale prestar atenção nos efeitos, muito à frente do tempo. Aquela cena de Carlitos saindo do próprio corpo deve ter causado um furor enorme na época. Imaginem só como deve ter sido!
Posso assistir mil vezes, e mil vezes eu ficarei emocionado com esta obra-prima de Michel Gondry. O fato é que sempre temos algo que, no momento do auge da dor, do sofrimento e da tristeza, queremos esquecer. Mas é fato, também, que são as lembranças, sejam boas ou ruins, que moldam quem somos, que constroem nossa vida e moldam nosso caráter. Ao apagar os momentos ruins, Joel se deu conta que todos os momentos bons também estavam se esvaindo. E a vida é feita assim. Há momentos realmente muito ruins, mas tão ruins que nos fazem esquecer de todos os bons que também ocorreram. Mas eles existiram. Vale a pena apagar tudo?
Deixo o trecho traduzido do poema "Eloisa to Abelard", de Alexander Pope, que deu origem ao título do filme
"Como é imensa a felicidade da virgem sem culpa. Esquecendo o mundo, e pelo mundo sendo esquecida. Brilho eterno de uma mente sem lembranças! Cada prece é aceita, e cada desejo realizado;"
Segundo filme da trilogia "Era uma vez...", de Sérgio Leone. Um filme sobre cobiça, ganância, sede de poder. Sobre quem, realmente, faz as mudanças no mundo. Sobre as marionetes do jogo político, que realmente botam a vida em risco enquanto os líderes apenas "lideram" bem longe da linha de frente. Mas, sobretudo, sobre amizade e lealdade. E que atuação soberba do Rob Steiger como o ladrão chinfrim mexicano que tinha como sonho da vida roubar um banco e acabou, meio sem querer, virando um herói revolucionário.
"Revolução? Como assim revolução? Não tente me falar de revolução. Sei tudo sobre revoluções e como elas começam! Gente que ler livros vai atrás de que não ler, gente pobre, e diz que chegou a hora de haver mudanças! Droga! Calado! Sei o que estou dizendo quando falo de revolução. Gente que ler livros procura os que não sabem ler, gente pobre, e diz: "Tem que haver mudanças". E a gente pobre faz as mudanças, hein!? Aí, os que leem livros se sentam em grandes mesas lustrosas e falam, falam, comem e comem, hein? Mas o que acontece com os pobres? Eles estão mortos! Essa é a sua revolução! Por isso, por favor, não me fale de revoluções. E o que acontece depois? A mesma podridão começa tudo de novo!"
Filme com uma temática forte e que emociona em diversos momentos. A resolução talvez fique devendo um pouco e a Lisa Kudrow poderia ter sido melhor explorada. Mas é um bom filme. Vale a pena.
Clássico de Sérgio Leoni, o filme que abre a lendária trilogia "Era uma vez...". Charles Bronson e Henry Fonda estão incríveis. Cláudia Cardinale surpreendente e mostrando que era mais que um rosto bonito. A trilha sonora inesquecível do Morricone. A fotografia, sem comentários de tão maravilhosa. Cenas clássicas aos montes. Os cortes de cena usando fusões são uma aula, com destaque para aquela que sai do cano da arma para a frente do trem. Enfim, um filmaço, aço, aço...
"- Frank? - O Frank nos mandou. - Trouxe um cavalo para mim? - Bem, parece que... Parece que temos um cavalo a menos. - Você trouxe dois a mais."
É besta, mas é engraçado. Daquelas comédias para assistir quando você não tem nada melhor e quer apenas se divertir. A cena do cara cantando Dust in the Wind no cemitério é hilária.
Jake La Motta é um dos personagens mais odiosos do cinema. Beberrão, falastrão, violento, machista, misógino, paranoico. Nem sei se podemos chama-lo de anti-herói, já que é difícil achar seu lado positivo. E quando lembramos que se trata de uma história real, baseado na biografia escrita pelo próprio La Motta, fica difícil não pensar se ele não era ainda pior, se determinadas passagens não foram romantizadas para não torná-lo mais fdp ainda.
Penso este filme como uma grande metáfora. Assim como os Replicantes, os humanos vivem em busca da eternidade, de si, de suas ideias e de suas vivências. Assim como Roy, vemos muitas coisas incríveis e únicas durante nossa existência, que um dia se perderão para sempre. Destaque para Rutger Hauer na sua melhor atuação, a fotografia escura e esfumaçada que remete ao cinema noir e para a trilha sonora sexy e elegante criada pelo Vangelis (o mesmo que fez a épica trilha de "Carruagens de Fogo").
"Pena que ela não vai viver. Mas, na verdade, quem vai?"
Quando você para prá pensar em como esse filme é visionário, entende porque Kubrick é um gênio. Este filme foi feito um ano antes do homem ir à lua. A primeira estação espacial só surgiu quase 20 anos depois. Ligações por vídeo e sistema de identificação por voz, então, nem se fala. Pessoas viajando ao espaço como turistas é algo que ainda estamos vendo surgir. Todas essas coisas devem ter soado imensamente loucas naquele longínquo 1968, e hoje são tão comuns que se tornaram até banais. E, além de tudo, é a única ficção científica que já assisti a respeitar aquele princípio básico da física que diz que o som não se propaga no vácuo.
Os chefões mais antigos da máfia, como o Paulie do filme, tinham grandes restrições sobre a questão do envolvimento com o tráfico de drogas, pois sabiam que seria algo que poderia derrubar várias famílias criminosas. Dito e feito.
É inacreditável a força e a precisão desse roteiro, capaz de segurar um filme de uma hora e meia que se passa totalmente em uma única sala fechada. Genial!
Mais um grande filme brasileiro que vem de Pernambuco. Impressionante o que eles vem fazendo lá em termos de cinema. Um filme cheio de cenas maravilhosas.
O personagem do Irandhir Santos performando Ney Matogrosso em plena caatinga foi lindo. Na cidade grande ele já não seria compreendido por muitos, então imagine num lugar como aquele. Depois ele levando Afonsina para "conhecer o mar" sem sair do sertão foi algo tão poético e sutil. Assim como a cena da avó que amamentou o neto adulto para aliviar o medo que o rapaz tinha da morte. Para completar, aquele final com uma sequencia de tragédias e a esperança representada pelo retorno de Querência com o que eu imagino ser sua filha com o sanfoneiro cego.
Um belo exemplo de utilização da metalinguagem, com atuações precisas de William Hurt e Raul Julia. Não a toa Hurt levou o Oscar. Serve para mostrar a qualidade de nosso cinema, mesmo com parcos recursos. Apesar dos atores hollywoodianos, é um filme brasileiro. É preciso respeitar mais o cinema nacional. Só o que me incomodou foram as vozes de alguns atores brasileiros terem sido dubladas, como o Nuno Leal Maia, por exemplo.
O Garoto
4.5 584 Assista AgoraImagem o escandalo de trazer uma mãe solteira em um filme no ano de 1921! Chaplin sempre à frente de seu tempo. Um filme lindo e poético. Quem não se emociona com a sequência do menino sendo retirado do pai adotivo é porque não tem coração.
O Circo
4.4 227 Assista AgoraMerna Kennedy era linda e talentosa. Possuía um olhar ao mesmo tempo sexy e melancólico. Pena ter morrido tão jovem e tão tragicamente. Por ironia do destino teve um infarto apenas quatro dias depois de se casar.
O Circo
4.4 227 Assista AgoraChaplin tinha um gosto por tratar de questões sociais muito antes disso ser moda. Em "O Circo" não é diferente. Vejo o circo como uma metáfora ao mundo do trabalho, onde os empregados fazem o espetáculo mas sequer tem ideia de que são os astros principais, são o que move a empresa. Tudo isso enquanto o patrão é o único que realmente próspera. Sem contar o tema da violência contra a mulher, exposta na relação pai-filha.
Também vale prestar atenção nos efeitos, muito à frente do tempo. Aquela cena de Carlitos saindo do próprio corpo deve ter causado um furor enorme na época. Imaginem só como deve ter sido!
Ladrões de Bicicleta
4.4 534 Assista AgoraUm retrato da Itália do Pós-Guerra, miserável e agonizante.
O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraQue roteiro é esse, amiguinhos... Dispensa comentários.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraO trabalho de edição e montagem deste filme é uma obra de arte, complementada por uma trilha sonora impecável.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraPosso assistir mil vezes, e mil vezes eu ficarei emocionado com esta obra-prima de Michel Gondry. O fato é que sempre temos algo que, no momento do auge da dor, do sofrimento e da tristeza, queremos esquecer. Mas é fato, também, que são as lembranças, sejam boas ou ruins, que moldam quem somos, que constroem nossa vida e moldam nosso caráter. Ao apagar os momentos ruins, Joel se deu conta que todos os momentos bons também estavam se esvaindo. E a vida é feita assim. Há momentos realmente muito ruins, mas tão ruins que nos fazem esquecer de todos os bons que também ocorreram. Mas eles existiram. Vale a pena apagar tudo?
Deixo o trecho traduzido do poema "Eloisa to Abelard", de Alexander Pope, que deu origem ao título do filme
"Como é imensa a felicidade da virgem sem culpa.
Esquecendo o mundo, e pelo mundo sendo esquecida.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças!
Cada prece é aceita, e cada desejo realizado;"
Quando Explode a Vingança
4.1 133Segundo filme da trilogia "Era uma vez...", de Sérgio Leone. Um filme sobre cobiça, ganância, sede de poder. Sobre quem, realmente, faz as mudanças no mundo. Sobre as marionetes do jogo político, que realmente botam a vida em risco enquanto os líderes apenas "lideram" bem longe da linha de frente. Mas, sobretudo, sobre amizade e lealdade. E que atuação soberba do Rob Steiger como o ladrão chinfrim mexicano que tinha como sonho da vida roubar um banco e acabou, meio sem querer, virando um herói revolucionário.
"Revolução? Como assim revolução? Não tente me falar de revolução. Sei tudo sobre revoluções e como elas começam! Gente que ler livros vai atrás de que não ler, gente pobre, e diz que chegou a hora de haver mudanças! Droga! Calado! Sei o que estou dizendo quando falo de revolução. Gente que ler livros procura os que não sabem ler, gente pobre, e diz: "Tem que haver mudanças". E a gente pobre faz as mudanças, hein!? Aí, os que leem livros se sentam em grandes mesas lustrosas e falam, falam, comem e comem, hein? Mas o que acontece com os pobres? Eles estão mortos! Essa é a sua revolução! Por isso, por favor, não me fale de revoluções. E o que acontece depois? A mesma podridão começa tudo de novo!"
As Coisas Impossíveis do Amor
3.6 784 Assista AgoraFilme com uma temática forte e que emociona em diversos momentos. A resolução talvez fique devendo um pouco e a Lisa Kudrow poderia ter sido melhor explorada. Mas é um bom filme. Vale a pena.
Era uma Vez no Oeste
4.4 730 Assista AgoraClássico de Sérgio Leoni, o filme que abre a lendária trilogia "Era uma vez...". Charles Bronson e Henry Fonda estão incríveis. Cláudia Cardinale surpreendente e mostrando que era mais que um rosto bonito. A trilha sonora inesquecível do Morricone. A fotografia, sem comentários de tão maravilhosa. Cenas clássicas aos montes. Os cortes de cena usando fusões são uma aula, com destaque para aquela que sai do cano da arma para a frente do trem. Enfim, um filmaço, aço, aço...
"- Frank?
- O Frank nos mandou.
- Trouxe um cavalo para mim?
- Bem, parece que... Parece que temos um cavalo a menos.
- Você trouxe dois a mais."
Outono em Nova York
3.3 393 Assista AgoraMesmo já tendo visto várias vezes, esse final sempre comove.
Dias Incríveis
3.2 178 Assista AgoraÉ besta, mas é engraçado. Daquelas comédias para assistir quando você não tem nada melhor e quer apenas se divertir. A cena do cara cantando Dust in the Wind no cemitério é hilária.
Rastros de Ódio
4.1 266 Assista AgoraSempre o índio visto como vilão. Como dizem, a história é vista pela ótica do vencedor. No caso, do homem branco.
Touro Indomável
4.2 708 Assista AgoraJake La Motta é um dos personagens mais odiosos do cinema. Beberrão, falastrão, violento, machista, misógino, paranoico. Nem sei se podemos chama-lo de anti-herói, já que é difícil achar seu lado positivo. E quando lembramos que se trata de uma história real, baseado na biografia escrita pelo próprio La Motta, fica difícil não pensar se ele não era ainda pior, se determinadas passagens não foram romantizadas para não torná-lo mais fdp ainda.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraPenso este filme como uma grande metáfora. Assim como os Replicantes, os humanos vivem em busca da eternidade, de si, de suas ideias e de suas vivências. Assim como Roy, vemos muitas coisas incríveis e únicas durante nossa existência, que um dia se perderão para sempre. Destaque para Rutger Hauer na sua melhor atuação, a fotografia escura e esfumaçada que remete ao cinema noir e para a trilha sonora sexy e elegante criada pelo Vangelis (o mesmo que fez a épica trilha de "Carruagens de Fogo").
"Pena que ela não vai viver. Mas, na verdade, quem vai?"
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraQuando você para prá pensar em como esse filme é visionário, entende porque Kubrick é um gênio. Este filme foi feito um ano antes do homem ir à lua. A primeira estação espacial só surgiu quase 20 anos depois. Ligações por vídeo e sistema de identificação por voz, então, nem se fala. Pessoas viajando ao espaço como turistas é algo que ainda estamos vendo surgir. Todas essas coisas devem ter soado imensamente loucas naquele longínquo 1968, e hoje são tão comuns que se tornaram até banais. E, além de tudo, é a única ficção científica que já assisti a respeitar aquele princípio básico da física que diz que o som não se propaga no vácuo.
Os Bons Companheiros
4.4 1,2K Assista AgoraOs chefões mais antigos da máfia, como o Paulie do filme, tinham grandes restrições sobre a questão do envolvimento com o tráfico de drogas, pois sabiam que seria algo que poderia derrubar várias famílias criminosas. Dito e feito.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraÉ inacreditável a força e a precisão desse roteiro, capaz de segurar um filme de uma hora e meia que se passa totalmente em uma única sala fechada. Genial!
E aquela cena onde o jurado começa a proferir insultos aos pobres e todos se levantam e viram as costas é sublime.
O Maravilhoso Agora
3.2 808 Assista AgoraEsse final em aberto me deixou querendo uma sequência para saber se Sutter realmente vai encontrar a redenção.
...E o Vento Levou
4.3 1,4K Assista AgoraImpressiona a grandiosidade deste filme feito em uma época em que o cinema falado e colorido ainda engatinhava e os recursos técnicos eram mínimos.
A Felicidade Não Se Compra
4.5 1,2K Assista AgoraUm belo conto de natal. A verdadeira riqueza está no amor, não no dinheiro.
A História da Eternidade
4.3 448Poema do Torquato Neto, um dos grandes poetas do tropicalismo, declamado pelo Irandhir no filme:
Cogito
eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível
eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim.
A História da Eternidade
4.3 448Mais um grande filme brasileiro que vem de Pernambuco. Impressionante o que eles vem fazendo lá em termos de cinema. Um filme cheio de cenas maravilhosas.
O personagem do Irandhir Santos performando Ney Matogrosso em plena caatinga foi lindo. Na cidade grande ele já não seria compreendido por muitos, então imagine num lugar como aquele. Depois ele levando Afonsina para "conhecer o mar" sem sair do sertão foi algo tão poético e sutil. Assim como a cena da avó que amamentou o neto adulto para aliviar o medo que o rapaz tinha da morte. Para completar, aquele final com uma sequencia de tragédias e a esperança representada pelo retorno de Querência com o que eu imagino ser sua filha com o sanfoneiro cego.
O Beijo da Mulher-Aranha
3.9 256 Assista AgoraUm belo exemplo de utilização da metalinguagem, com atuações precisas de William Hurt e Raul Julia. Não a toa Hurt levou o Oscar. Serve para mostrar a qualidade de nosso cinema, mesmo com parcos recursos. Apesar dos atores hollywoodianos, é um filme brasileiro. É preciso respeitar mais o cinema nacional. Só o que me incomodou foram as vozes de alguns atores brasileiros terem sido dubladas, como o Nuno Leal Maia, por exemplo.