E se existisse um filme que fosse capaz de retratar a própria vida, como ele deveria ser?
Ele deveria ser uma linha ascendente, uma constante, uma linha descendente? Ele deveria contar uma história que tem começo, meio e fim? Ele deveria colocar os acontecimentos numa ordem lógica?
Ou ele deveria intercalar momentos de riso com momentos de lágrimas, vitórias e fracassos, acolhimento e rejeição?
Bem, esse filme existe: chama-se "O primeiro da classe", certamente um dos filmes mais sensacionais a que eu já assisti. Eu nunca tinha assistido a um filme que tivesse a capacidade, de uma forma tão natural, de intercalar risos e lágrimas no expectador, do começo ao fim, tal como a própria vida.
Desde o boom do gênero comédia romântica, surgiram inúmeros filmes que contam histórias engraçadinhas e que terminam com um final apoteótico e emocionante, que leva o público às lagrimas, como se a vida fosse uma trajetória retilínea em direção ao sucesso. Mas a vida não é assim - e este filme também não.
Este filme pegou um tema que tinha tudo para ser abordado sob a ótica do besteirol e o apresentou de maneira incrivelmente sensível, equilibrando perfeitamente os altos e baixos da vida. No início, pode parecer algo bobo, mas viver com um distúrbio desses deve ser uma verdadeira tortura.
Imaginem não poder fazer, com normalidade, mesmo as coisas mais simples. Não poder estar num espaço coletivo, não poder ir ao cinema, a um restaurante, ao velório de um amigo... não poder nem mesmo fazer uma entrevista de emprego.
Nem por isso o transformaram num dramalhão, como se a vida fosse feita só de desgraças. É um filme inspirador, engraçado, triste e edificante, tudo ao mesmo tempo. Uma verdadeira obra-prima, que vale cada segundo.
Fraquinho. Funciona como thriller, prende a atenção e é bem movimentado, mas é apenas mais do mesmo. Pra quem espera um filme provocador e que levante grandes questões como em O Código Da Vinci, certamente vai ser uma decepção, pois Inferno está mais para cine pipoca mesmo.
Para quem curte personagens ricamente construídos, esse filme é um prato cheio. A história em si não tem nada de muito impressionante, embora tenha uma montagem interessante. Filme para quem curte grandes interpretações e personagens complexos.
- e ela existe mesmo, inclusive, com estudos de campo. Foi uma abordagem bem diferente e muito criativa. Como se não bastasse, o filme ainda provoca muitas reflexões existenciais e nos faz pensar em como agiríamos "se". É genialidade pura mesmo! Pra quem gosta de esquadrinhar as hipóteses propostas pela Sci-Fi, vão surgir lacunas, como sempre. Basicamente, o principal furo da história é:
como eu poderia me valer do resultado de uma coisa que eu não fiz para poder usar essa informação para fazer a coisa pela primeira vez? Em outras palavras: a boa e velha hipótese do avô.
Mas isso não desmerece o filme, que é filme pra ver quietinho, prestando atenção em tudo, em versão legendada, de preferência, sozinho. Piscou os olhos, já não vai entender direito... Filme TOP.
QUASE. Embora a maioria do pessoal tenha dado destaque para a relação entre as irmãs (que, de fato, é um ponto positivo do filme), o que achei mais interessante foi o fato de chamar a atenção para o quanto somos dependentes da tecnologia para sobreviver e o quão são frágeis as bases que mantêm nossa sociedade razoavelmente organizada. É uma proposta crível de apocalipse, algo que poderia realmente acontecer e sem os apelos típicos desse tipo de produção. Entretanto, o filme peca pelo ritmo arrastado demais e por ficar nesse limbo entre drama e filme de sobrevivência. Quem curte filmes catástrofe fica num estado nervoso ao ver a série de decisões estúpidas que elas tomam. Destaque para a chocante cena de violência contra a mulher, mas, poderia ter entregado muito ao expectador, porque a ideia é realmente muito boa, o desenvolvimento é que não foi lá essas coisas.
Para quem espera ver uma Emilia Clarke triunfante, é melhor baixar as expectativas... Foi uma escolha infeliz para uma atriz que tem muito potencial e recebeu uma personagem boba com a qual ela não soube direito o que fazer. Atuação pouco convincente, com uma personagem igualmente improvável. Sam Claflin rouba a cena interpretando Will, embora o personagem seja apenas mais um cara amargurado pelos reveses da vida, tema já exaustivamente explorado pelo cinema. Vale como passatempo e até tem alguns pontos altos, mas a única coisa que justifica tanto alvoroço em torno do filme é o nome de Emilia Clarke nos cartazes. Não foi dessa vez que se livrou de Daenerys. Aliás, poucos atores se libertam de personagens tão grandiosos (ao contrário do elenco da saga Crepúsculo, que se saiu tão mal a ponto de que todos os seus trabalhos posteriores foram melhores do que aquele...kkkk).
Pra quem curte efeitos especiais, esse filme é um prato cheio. É uma espécie de mistura entre A Múmia e Transformers... Em termos de conteúdo histórico e mitologia faz um sarapatel danado, que mais se aproxima de Alienígenas do Passado do que de qualquer outra coisa. Ainda assim, vale muito como entretenimento e é visualmente muito, muito caprichado mesmo. Destaque para a imponente figura de Anúbis. Vale lembrar que nem todo filme precisa ser cult para ser bom.
Continuações tendem a ser piores do que os originais. Mas não tanto. Essa é uma das piores sequências da história, realmente uma aula de tudo o que um filme não deve ser. Acho que um filme tão ruim só pode ter sido feito assim de propósito, porque ninguém é capaz de ser tão incompetente.
Simplesmente não há estrelas suficientes no Filmow para fazer a justa avaliação dessa incrível produção da NetFlix. Há muito tempo não surgia uma série capaz de fazer frente ao sucesso das consagradas Game of Thrones e Breaking Bad. A 1ª temporada já está com uma cotação maior do que a 1ª de Breaking Bad e apenas 0,1 estrelas atrás de GOT. O sucesso é tão grande, que já tem mais de 8 mil avaliações em apenas 2 semanas (GOT tem 38 mil avaliações, embora tenha sido lançada há 6 anos). E não é de admirar que Stranger Things seja um fenômeno. A ambientação e a atmosfera são tão perfeitamente anos 80, que a gente chega a esquecer que a produção é de 2016. Desnecessário citar todas as inúmeras referências à filmes, livros, músicas, que enriquecem muito a série, bem como o surpreendente talento do elenco mirim. Vale a pena você procurar pelos vídeos de Millie Bobby Brown cantando Amy, Adele e muito mais! Essa garotada é 100% talento e, apesar do sucesso mundial, é no Brasil que eles encontraram uma das mais calorosas recepções, chegando inclusive a gravar depoimentos em português, agradecendo aos fãs brasileiros. Stranger Things vale cada segundo e transporta o expectador de volta aos anos 80, mas seus méritos vão muito além da nostalgia: atuação perfeita do elenco inteiro, com destaque, é claro, para o elenco mirim; trilha sonora perfeita; e um roteiro ágil e bem amarrado. As crianças tem cara de criança, jeito de criança, voz de criança e um carisma que eu nunca tinha visto em série alguma! Atuam com tanta naturalidade, que não parecem estar atuando! Pra quem gostou de Conta Comigo, Os Goonies, Twin Peaks, E.T., Viagem ao Mundo dos Sonhos, Amazing Stories, A Tempestade do Século, dentre tantas outras produções icônicas da década de 80, Stranger Things, apesar do nome quase impronunciável para a maioria dos brasileiros, será um prato cheio, para devorar em um dia e já reassistir no dia seguinte. É diversão garantida e de altíssima qualidade.
ÓTIMO FILME! Com que tipo de pessoa você se envolveria, se restasse apenas uma pessoa no mundo para se envolver? Será que seus critérios de escolha seriam tão rígidos quanto num mundo de infinitas possibilidades? Normalmente, quando eu discordo da opinião da maioria dos usuários, eu discordo pra pior, como é o caso de "Na natureza selvagem" e "2001 - Uma odisseia no espaço", filmes que não acho tão excepcionais assim... Mas, nesse caso, vou discordar pra melhor: acho que "Os últimos dias na Terra" é um excelente filme, inteligente, sem ser pretensioso. É claro que o filme é incrivelmente parado, mas isso faz parte da construção de sua atmosfera. Muitos usuários já falaram sobre as alegorias do filme às questões religiosas, mas acho que o filme entrega muito mais do que isso: nos faz refletir, não apenas sobre quem somos, mas, sobretudo, a respeito do que nos faz ser como somos. Tire de um ser humano aquilo que o faz humano e veja o que ele fará! O que você faria num mundo sem leis, sem moralidade, sem um grupo social? O que você faria se tivesse o poder de decidir quem vive e quem morre, sem ser punido por isso? Como você reagiria se não se sentisse mais parte de nada e o que você estaria disposto a fazer, a aceitar, para poder voltar a se sentir parte de algo? E é disso que esse filme fala. Muitos filmes já mostraram pessoas em situação de isolamento e suas reações diante disso: normalmente começam a pirar, como em "O Senhor das moscas", "Náufrago" e tantos outros. Mas aqui vemos um tipo diferente de corrupção da moralidade, não no se sentido de tornar-se megalomaníaco, mas, pelo contrário: no sentido de tornar-se menos exigente consigo e com os outros, justamente para não ficar sozinho. Filme para quem curte histórias profundas, cheias de mensagens subliminares. E, pra quem curtiu, recomendo o também excelente "Procura-se um amigo para o fim do mundo", que tem essa mesma vibe.
Quando um filme faz tudo certinho, a primeira coisa que o povo vem dizer é que "é clichê"; daí vem algum maluco que faz um filme todo zuado, sem pé e sem cabeça e os pretensos intelectuais vão lá e dizem que é uma obra-prima, um "retrato cru" e todo esse tipo de asneira supostamente cult. Aqui temos um belo exemplo de filme bem executado e que foi salvo pelo direção e pelas excelentes atuações, que não deixaram o filme cair na vala comum do dramalhão, mas, nem por isso, tentaram transformá-lo em algo pretensioso. Os protagonistas são carismáticas e bem construídos, demonstrando emoção na medida certa. Sem dúvidas o filme merece um lugar de destaque junto a outras obras que abordam o mesmo tema, como Ensina-me a viver, Tudo por amor, Minha vida sem mim e Inquietos. Só não leva 5 estrelas porque faltou aquela coisa que te faz lembrar de um filme pelo resto da vida, faltou aquela parte que vai além, mas isso está longe de tirar o mérito da obra, que só pode ser chamada de clichê se clichê for sinônimo de qualidade.
Eita roteirinho chinfrim, pagando de cult. Está cheio de filminhos assim por aí: mal-feitos, confusos, displicentes e pretensiosamente profundos. O roteiro é uma piada: não tem pé e nem cabeça:
Embora o argumento seja muito interessante, e o personagem central seja muito bem construído (Lúcifer é inspirado num personagem de quadrinhos, criado por Mike Carey) o fato é que é mais uma série policial, que segue a velha fórmula cara-charmoso-encontra-policial-durona. É simplesmente mais do mesmo que vemos em White Collar, Bones ou em outras dezenas de séries policiais: a cada semana, um novo caso para investigar, enquanto a tensão sexual entre os protagonistas vai sendo resolvida a conta-gotas. É impressionante a obsessão que os americanos têm por séries policiais e violência de um modo geral. Tom Ellis leva a série nas costas, graças à sua impecável atuação como Lúcifer, mas nem mesmo um pacto com o diabo é capaz de salvar um roteiro que anda em círculos. Ainda que a 2ª temporada já tenha sido confirmada, dificilmente vai conseguir segurar a audiência se continuar nesse chove-e-não-molha. O destaque fica mesmo com o protagonista e com a proposta de apresentar o diabo não como alguém que pratica o mal, mas, pelo contrário: como alguém que pune aqueles que o praticam, revelando-se, assim, como uma espécie de vingador e, paradoxalmente, como um promotor da justiça – e não como alguém gratuitamente maligno. A história poderia render muito, se conseguisse se libertar dessa fórmula sonolenta, que é uma colcha de retalhos de episódios avulsos e fadados a serem cada vez mais desconexos. Realmente uma pena.
Sem dúvidas, um dos argumentos mais fantásticos que eu já vi ser usado para contar uma história! Muitos filmes já retrataram o fim - ou quase fim - do mundo, mas realmente não lembro de nenhum que tenha usado isso para falar sobre o fim das coisas, o fim das pessoas, o fim dos relacionamentos, o fim de tudo aquilo que consideramos inesgotável. Embora eu sempre tenha achado Steve Carrell um ator insosso, acho que não poderiam ter escolhido alguém melhor para o papel: a fleuma que lhe é inerente criou um excelente personagem, que evita que a trama caia no dramalhão. O roteiro parece se perder nalguns momentos, mas, afinal de contas, qual seria o roteiro certo para o fim do mundo? Muito legal que tenham colocado diversos personagens, com diversas reações ao longo da história: os que resolveram passar os últimos dias letárgicos, os que resolveram passar fazendo sexo, os que se libertaram de medos, os que quiseram se reunir com a família, os que buscaram alguma espiritualidade, os que resolveram continuar trabalhando, os que decidiram lutar para sobreviver, o cão impassível diante da tragédia humana... Não tem como assistir a esse filme e não ficar se perguntando o que gente faria se soubesse que o mundo fosse mesmo acabar. Ter dia e hora marcada para morrer e saber que ninguém vai chorar por nós, porque todos irão padecer. Caramba, esse filme tem muito mais a oferecer do que um expectador desatento pode perceber com um olhar displicente. Embora muitos tenham destacado a cena final (que realmente é muito boa), eu prefiro a cena da praia, em que a humanidade faz o Paraíso, ainda que sem perceber. Uma das coisas mais legais desse filme é que não tem excesso de drama, apenas na medida exata para provocar alguma nostalgia na cabeça do expectador. Ao contrário do que muitos disseram, não acho que, no fim, as pessoas começaram a se focar nas "coisas que são realmente importantes"; pelo contrário: no fim, passaram a focar nas pequenas coisas, nas coisas desimportantes da vida, porque são essas que realmente nos fazem felizes! Acho que é um simplismo dizer que trabalhar não é importante, que as coisas que fazemos corriqueiramente são perda de tempo etc. Se não tivéssemos nos organizado como sociedade, até hoje viveríamos nas cavernas - e parece que pouca gente se dá conta disso... Muito legal tomar um sorvete vendo o por-do-sol no parque, mas o sorvete não se fez sozinho... Não acho que nosso estilo de vida seja uma completa perda de tempo e o próprio filme sequer insinua isso. Entretanto, quando o fim se torna inevitável, a humanidade, de repente, se volta para dentro e passa a se concentrar nas pequenas coisas, nas desimportâncias da vida... E, ao fazerem isso, surpreendentemente, as pessoas deixam de sentir medo, inclusive da morte. Romances improváveis, personagens que não têm química, reações inesperadas, decisões estúpidas, diálogos rasos, todas essas coisas são perfeitamente factíveis diante do fim de todas as outras coisas que sempre pareceram lógicas. E essa capacidade, de acertar quando parece que está errando, só se encontra num filme verdadeiramente excelente.
Eu nem acredito que eu consegui dar boas gargalhadas assistindo a um filme europeu! Esses caras tendem ao drama, mesmo quando tentam fazer comédias e esse filme não é exceção, mas com um detalhe importante: funcionou muito bem! Pode-se dizer que é um filme tragicômico, o que é uma excelente alternativa às insossas comédias românticas. Um filme, como toda obra de arte, só se completa no expectador. Assim, inclusive pelos inúmeros comentários que li aqui, fica evidente que as experiências que cada um de nós já viveu acabam influenciando a percepção que temos, não só deste, mas de qualquer outro filme. Há quem tenha se focado na questão do preconceito, outros, na questão da família, outros na sexualidade e ainda aqueles que se focaram no amor. Eu, entretanto, trabalhei durante 13 anos num abrigo para adolescentes, então, é claro, essa questão teve um peso diferente para mim. O que mais me chama a atenção é um aspecto que pouca gente percebe quando o assunto é adoção ou famílias não-tradicionais: ser escolhido. A família biológica não é uma escolha: a gente tem de se conformar com ela e ela tem de se conformar conosco. Já a família adotiva (assim como os amigos, que constituem a família estendida) são fruto de uma escolha - e isso pode significar mais do que as pessoas imaginam. "Ser escolhido", voluntariamente, em meio a tantos... estar num lugar, numa casa, num grupo, não porque simplesmente nasceu ali, mas porque foi escolhido para fazer parte daquilo. Saber-se desejado, querido, bem-vindo, pode valer mais do que ter um laço sanguíneo. No fim das contas, não é isso que todos queremos? Nos sentir amados, desejados e aceitos? Quando se pensa em família, a gente não pensa "Uau, aquela pessoa é importante, porque nós temos cromossomos em comum!". A gente pensa "Uau, aquela pessoa é importante, porque ela se preocupa comigo e eu me preocupo com ela...". E quando se tem isso, então se tem família! Filme com excelente argumento e bem trabalhado, embora o personagem Patrik pudesse ser mais lapidado, já que houve uma transição muito rápida. Como adolescente problemático, vi outros mais convincentes, como em Transamérica ou Skins. Mas isso não tira o mérito do filme e nem das boas atuações. Aprovadíssimo.
O assunto é interessantíssimo, mas a montagem não cooperou e acabou deixando o roteiro confuso. Os caras tentaram fazer firula com a montagem e acabaram deixando o filme lento demais. Um roteiro mais linear e uma montagem mais convencional teriam rendido um resultado final bem melhor. Espero que um dia façam um remake sem toda essa purpurina de ficar colocando depoimentos, citações e explicações no meio da história. Não chega aos pés do clássico Wall Street, que ainda é o melhor filme que já fizeram sobre o mercado financeiro. Destaque para a excelente atuação de Christian Bale.
Começou bem, inclusive com uns efeitos especiais interessantes, mas, aos poucos, foi ruindo. Esse tipo de filme catástrofe (um dos meus estilos preferidos, aliás), pode funcionar de 2 formas: focando nos acontecimentos e impressionando visualmente (como em O dia depois de amanhã) ou focando nos personagens e desenvolvendo-os, (como em O abrigo). Não é o caso deste, que acaba não fazendo nem uma coisa, nem outra; fica num limbo que não consegue prender a atenção.
Um dos filmes mais mal-feitos que eu já vi sobre o tema, consegue ser ruim do começo ao fim. Os personagens não são convincentes, as atuações são horríveis, nem dá pra dizer se tem mesmo um roteiro e as situações são totalmente desconectadas da realidade. Realmente péssimo. O problema não é o filme ser raso; há excelentes filmes que não se propõem a ser profundos e eu não vejo problema nisso. O problema é que o filme não consegue capturar absolutamente nada do mundo real e nem consegue arrancar uma boa risada do expectador. Pura perda de tempo.
Embora a atuação do Leonardo DiCaprio seja mesmo digna de Oscar, o filme, em si, passa longe de ser uma obra-prima: é arrastado, lento e repetitivo. Sei que sou voto vencido, tudo bem, mas é filme pra ver durante o dia, porque, senão, a gente dorme mesmo. Vai na linha de O náufrago e A paixão de Cristo e é tão chato quanto esses.
Quase dormi assistindo, mas tudo bem: para quem curte cine pipoca é um prato cheio; para quem prefere filmes mais realistas, será pouco crível; e, para quem curte filmes mais densos, será uma decepção. Fotografia legalzinha, trilha sonora legalzinha, atuações ok. Vale como entretenimento; como arte cinematográfica não é relevante.
Não há como não pensar que é uma versão marciana de Robinson Crusoé. E é tão bom quanto! Poderiam ter cedido à tentação de construir um personagem introspectivo, profundo e melodramático; em vez disso, preferiram construir um personagem resiliente, resoluto e, sobretudo, edificante. Pra quem curte ficção científica e filmes de sobrevivência, é um prato cheio, sem falar na trilha sonora de primeira. Matt Damon impecável em sua atuação, num filme que prende a atenção, sem precisar de excessos de pirotecnia. Assista sem medo, porque é entretenimento garantido.
Acabo de reassisti-lo, 8 anos depois de tê-lo visto pela primeira vez, na esperança de entender, dessa vez, porque a maioria dos espectadores acha esse filme tão sensacional. Humildemente cogitei que eu pudesse ter perdido algo, que talvez o tivesse visto no dia errado ou coisa assim. Entretanto, minha impressão continuou a mesma. Não que seja um filme ruim, mas realmente não vejo essa coisa fabulosa que a maioria do pessoal diz a respeito dessa produção. Não gosto da montagem com todas aquelas idas e vindas e acho o personagem um tanto quanto prepotente, pretensioso, muito metido a diferentão - e acho que é por isso que acabo não gostando tanto do filme. Assim como acontece com Laranja Mecânica, esse é outro filme do qual eu tenho que, respeitosamente, discordar da maioria.
Pra quem curte o personagem Sheldon Cooper, de The Big Bang Theory, esse filme será um bálsamo: o Adam é um Sheldon menos caricato. Embora não possa ser considerado como um grande romance, a sacada do filme é justamente mostrar a diferença entre o real e o idealizado, mostrar como é doce amar a mentira e como é difícil lidar com a verdade. A cena que cita a história da roupa invisível do imperador e a toda a situação com o pai de Beth dão a tônica da coisa toda. Rende uma tremenda discussão sobre as reais vantagens de ser sincero e de saber a verdade. E a cena final rende uma discussão à parte, a respeito da transitoriedade das coisas. Destaque para a canção de Joshua Radin - Someone Else's Life. https://www.youtube.com/watch?v=X_VAVvQeFyE
Primeiro da Classe
4.3 390E se existisse um filme que fosse capaz de retratar a própria vida, como ele deveria ser?
Ele deveria ser uma linha ascendente, uma constante, uma linha descendente? Ele deveria contar uma história que tem começo, meio e fim? Ele deveria colocar os acontecimentos numa ordem lógica?
Ou ele deveria intercalar momentos de riso com momentos de lágrimas, vitórias e fracassos, acolhimento e rejeição?
Bem, esse filme existe: chama-se "O primeiro da classe", certamente um dos filmes mais sensacionais a que eu já assisti. Eu nunca tinha assistido a um filme que tivesse a capacidade, de uma forma tão natural, de intercalar risos e lágrimas no expectador, do começo ao fim, tal como a própria vida.
Desde o boom do gênero comédia romântica, surgiram inúmeros filmes que contam histórias engraçadinhas e que terminam com um final apoteótico e emocionante, que leva o público às lagrimas, como se a vida fosse uma trajetória retilínea em direção ao sucesso. Mas a vida não é assim - e este filme também não.
Este filme pegou um tema que tinha tudo para ser abordado sob a ótica do besteirol e o apresentou de maneira incrivelmente sensível, equilibrando perfeitamente os altos e baixos da vida. No início, pode parecer algo bobo, mas viver com um distúrbio desses deve ser uma verdadeira tortura.
Imaginem não poder fazer, com normalidade, mesmo as coisas mais simples. Não poder estar num espaço coletivo, não poder ir ao cinema, a um restaurante, ao velório de um amigo... não poder nem mesmo fazer uma entrevista de emprego.
Nem por isso o transformaram num dramalhão, como se a vida fosse feita só de desgraças. É um filme inspirador, engraçado, triste e edificante, tudo ao mesmo tempo. Uma verdadeira obra-prima, que vale cada segundo.
Inferno
3.2 832 Assista AgoraFraquinho. Funciona como thriller, prende a atenção e é bem movimentado, mas é apenas mais do mesmo. Pra quem espera um filme provocador e que levante grandes questões como em O Código Da Vinci, certamente vai ser uma decepção, pois Inferno está mais para cine pipoca mesmo.
Filth: O Nome da Ambição
3.7 487 Assista AgoraPara quem curte personagens ricamente construídos, esse filme é um prato cheio. A história em si não tem nada de muito impressionante, embora tenha uma montagem interessante. Filme para quem curte grandes interpretações e personagens complexos.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraPra mim, o melhor filme de 2016. Nunca tinha visto ficção científica com essa abordagem. A proposta de que
o que não pode ser dito não pode ser pensado
se eu pudesse dizer coisas que não sei dizer, conseguiria pensar em coisas que não consigo pensar
"Hipótese de Sapir-Whorf"
como eu poderia me valer do resultado de uma coisa que eu não fiz para poder usar essa informação para fazer a coisa pela primeira vez? Em outras palavras: a boa e velha hipótese do avô.
No Escuro da Floresta
3.1 191 Assista AgoraQUASE. Embora a maioria do pessoal tenha dado destaque para a relação entre as irmãs (que, de fato, é um ponto positivo do filme), o que achei mais interessante foi o fato de chamar a atenção para o quanto somos dependentes da tecnologia para sobreviver e o quão são frágeis as bases que mantêm nossa sociedade razoavelmente organizada. É uma proposta crível de apocalipse, algo que poderia realmente acontecer e sem os apelos típicos desse tipo de produção. Entretanto, o filme peca pelo ritmo arrastado demais e por ficar nesse limbo entre drama e filme de sobrevivência. Quem curte filmes catástrofe fica num estado nervoso ao ver a série de decisões estúpidas que elas tomam. Destaque para a chocante cena de violência contra a mulher, mas, poderia ter entregado muito ao expectador, porque a ideia é realmente muito boa, o desenvolvimento é que não foi lá essas coisas.
Como Eu Era Antes de Você
3.7 2,3K Assista AgoraPara quem espera ver uma Emilia Clarke triunfante, é melhor baixar as expectativas... Foi uma escolha infeliz para uma atriz que tem muito potencial e recebeu uma personagem boba com a qual ela não soube direito o que fazer. Atuação pouco convincente, com uma personagem igualmente improvável. Sam Claflin rouba a cena interpretando Will, embora o personagem seja apenas mais um cara amargurado pelos reveses da vida, tema já exaustivamente explorado pelo cinema. Vale como passatempo e até tem alguns pontos altos, mas a única coisa que justifica tanto alvoroço em torno do filme é o nome de Emilia Clarke nos cartazes. Não foi dessa vez que se livrou de Daenerys. Aliás, poucos atores se libertam de personagens tão grandiosos (ao contrário do elenco da saga Crepúsculo, que se saiu tão mal a ponto de que todos os seus trabalhos posteriores foram melhores do que aquele...kkkk).
Deuses do Egito
2.6 719 Assista AgoraPra quem curte efeitos especiais, esse filme é um prato cheio. É uma espécie de mistura entre A Múmia e Transformers... Em termos de conteúdo histórico e mitologia faz um sarapatel danado, que mais se aproxima de Alienígenas do Passado do que de qualquer outra coisa. Ainda assim, vale muito como entretenimento e é visualmente muito, muito caprichado mesmo. Destaque para a imponente figura de Anúbis. Vale lembrar que nem todo filme precisa ser cult para ser bom.
Independence Day: O Ressurgimento
2.7 868 Assista AgoraContinuações tendem a ser piores do que os originais. Mas não tanto. Essa é uma das piores sequências da história, realmente uma aula de tudo o que um filme não deve ser. Acho que um filme tão ruim só pode ter sido feito assim de propósito, porque ninguém é capaz de ser tão incompetente.
Stranger Things (1ª Temporada)
4.5 2,7K Assista AgoraSimplesmente não há estrelas suficientes no Filmow para fazer a justa avaliação dessa incrível produção da NetFlix. Há muito tempo não surgia uma série capaz de fazer frente ao sucesso das consagradas Game of Thrones e Breaking Bad. A 1ª temporada já está com uma cotação maior do que a 1ª de Breaking Bad e apenas 0,1 estrelas atrás de GOT. O sucesso é tão grande, que já tem mais de 8 mil avaliações em apenas 2 semanas (GOT tem 38 mil avaliações, embora tenha sido lançada há 6 anos). E não é de admirar que Stranger Things seja um fenômeno. A ambientação e a atmosfera são tão perfeitamente anos 80, que a gente chega a esquecer que a produção é de 2016. Desnecessário citar todas as inúmeras referências à filmes, livros, músicas, que enriquecem muito a série, bem como o surpreendente talento do elenco mirim. Vale a pena você procurar pelos vídeos de Millie Bobby Brown cantando Amy, Adele e muito mais! Essa garotada é 100% talento e, apesar do sucesso mundial, é no Brasil que eles encontraram uma das mais calorosas recepções, chegando inclusive a gravar depoimentos em português, agradecendo aos fãs brasileiros. Stranger Things vale cada segundo e transporta o expectador de volta aos anos 80, mas seus méritos vão muito além da nostalgia: atuação perfeita do elenco inteiro, com destaque, é claro, para o elenco mirim; trilha sonora perfeita; e um roteiro ágil e bem amarrado. As crianças tem cara de criança, jeito de criança, voz de criança e um carisma que eu nunca tinha visto em série alguma! Atuam com tanta naturalidade, que não parecem estar atuando! Pra quem gostou de Conta Comigo, Os Goonies, Twin Peaks, E.T., Viagem ao Mundo dos Sonhos, Amazing Stories, A Tempestade do Século, dentre tantas outras produções icônicas da década de 80, Stranger Things, apesar do nome quase impronunciável para a maioria dos brasileiros, será um prato cheio, para devorar em um dia e já reassistir no dia seguinte. É diversão garantida e de altíssima qualidade.
Os Últimos na Terra
2.7 192ÓTIMO FILME! Com que tipo de pessoa você se envolveria, se restasse apenas uma pessoa no mundo para se envolver? Será que seus critérios de escolha seriam tão rígidos quanto num mundo de infinitas possibilidades? Normalmente, quando eu discordo da opinião da maioria dos usuários, eu discordo pra pior, como é o caso de "Na natureza selvagem" e "2001 - Uma odisseia no espaço", filmes que não acho tão excepcionais assim... Mas, nesse caso, vou discordar pra melhor: acho que "Os últimos dias na Terra" é um excelente filme, inteligente, sem ser pretensioso. É claro que o filme é incrivelmente parado, mas isso faz parte da construção de sua atmosfera. Muitos usuários já falaram sobre as alegorias do filme às questões religiosas, mas acho que o filme entrega muito mais do que isso: nos faz refletir, não apenas sobre quem somos, mas, sobretudo, a respeito do que nos faz ser como somos. Tire de um ser humano aquilo que o faz humano e veja o que ele fará! O que você faria num mundo sem leis, sem moralidade, sem um grupo social? O que você faria se tivesse o poder de decidir quem vive e quem morre, sem ser punido por isso? Como você reagiria se não se sentisse mais parte de nada e o que você estaria disposto a fazer, a aceitar, para poder voltar a se sentir parte de algo? E é disso que esse filme fala. Muitos filmes já mostraram pessoas em situação de isolamento e suas reações diante disso: normalmente começam a pirar, como em "O Senhor das moscas", "Náufrago" e tantos outros. Mas aqui vemos um tipo diferente de corrupção da moralidade, não no se sentido de tornar-se megalomaníaco, mas, pelo contrário: no sentido de tornar-se menos exigente consigo e com os outros, justamente para não ficar sozinho. Filme para quem curte histórias profundas, cheias de mensagens subliminares. E, pra quem curtiu, recomendo o também excelente "Procura-se um amigo para o fim do mundo", que tem essa mesma vibe.
A Culpa é das Estrelas
3.7 4,0K Assista AgoraQuando um filme faz tudo certinho, a primeira coisa que o povo vem dizer é que "é clichê"; daí vem algum maluco que faz um filme todo zuado, sem pé e sem cabeça e os pretensos intelectuais vão lá e dizem que é uma obra-prima, um "retrato cru" e todo esse tipo de asneira supostamente cult. Aqui temos um belo exemplo de filme bem executado e que foi salvo pelo direção e pelas excelentes atuações, que não deixaram o filme cair na vala comum do dramalhão, mas, nem por isso, tentaram transformá-lo em algo pretensioso. Os protagonistas são carismáticas e bem construídos, demonstrando emoção na medida certa. Sem dúvidas o filme merece um lugar de destaque junto a outras obras que abordam o mesmo tema, como Ensina-me a viver, Tudo por amor, Minha vida sem mim e Inquietos. Só não leva 5 estrelas porque faltou aquela coisa que te faz lembrar de um filme pelo resto da vida, faltou aquela parte que vai além, mas isso está longe de tirar o mérito da obra, que só pode ser chamada de clichê se clichê for sinônimo de qualidade.
Tempos de Tormenta
3.2 55Eita roteirinho chinfrim, pagando de cult. Está cheio de filminhos assim por aí: mal-feitos, confusos, displicentes e pretensiosamente profundos. O roteiro é uma piada: não tem pé e nem cabeça:
numa hora tá roubando a moto, no instante seguinte já tá trabalhando pro cara, dali a pouco tá dando piti de ciúme....kkkk
threesome gay
Lucifer (1ª Temporada)
4.0 427 Assista AgoraEmbora o argumento seja muito interessante, e o personagem central seja muito bem construído (Lúcifer é inspirado num personagem de quadrinhos, criado por Mike Carey) o fato é que é mais uma série policial, que segue a velha fórmula cara-charmoso-encontra-policial-durona. É simplesmente mais do mesmo que vemos em White Collar, Bones ou em outras dezenas de séries policiais: a cada semana, um novo caso para investigar, enquanto a tensão sexual entre os protagonistas vai sendo resolvida a conta-gotas. É impressionante a obsessão que os americanos têm por séries policiais e violência de um modo geral. Tom Ellis leva a série nas costas, graças à sua impecável atuação como Lúcifer, mas nem mesmo um pacto com o diabo é capaz de salvar um roteiro que anda em círculos. Ainda que a 2ª temporada já tenha sido confirmada, dificilmente vai conseguir segurar a audiência se continuar nesse chove-e-não-molha. O destaque fica mesmo com o protagonista e com a proposta de apresentar o diabo não como alguém que pratica o mal, mas, pelo contrário: como alguém que pune aqueles que o praticam, revelando-se, assim, como uma espécie de vingador e, paradoxalmente, como um promotor da justiça – e não como alguém gratuitamente maligno. A história poderia render muito, se conseguisse se libertar dessa fórmula sonolenta, que é uma colcha de retalhos de episódios avulsos e fadados a serem cada vez mais desconexos. Realmente uma pena.
Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo
3.5 1,8K Assista AgoraSem dúvidas, um dos argumentos mais fantásticos que eu já vi ser usado para contar uma história! Muitos filmes já retrataram o fim - ou quase fim - do mundo, mas realmente não lembro de nenhum que tenha usado isso para falar sobre o fim das coisas, o fim das pessoas, o fim dos relacionamentos, o fim de tudo aquilo que consideramos inesgotável. Embora eu sempre tenha achado Steve Carrell um ator insosso, acho que não poderiam ter escolhido alguém melhor para o papel: a fleuma que lhe é inerente criou um excelente personagem, que evita que a trama caia no dramalhão. O roteiro parece se perder nalguns momentos, mas, afinal de contas, qual seria o roteiro certo para o fim do mundo? Muito legal que tenham colocado diversos personagens, com diversas reações ao longo da história: os que resolveram passar os últimos dias letárgicos, os que resolveram passar fazendo sexo, os que se libertaram de medos, os que quiseram se reunir com a família, os que buscaram alguma espiritualidade, os que resolveram continuar trabalhando, os que decidiram lutar para sobreviver, o cão impassível diante da tragédia humana... Não tem como assistir a esse filme e não ficar se perguntando o que gente faria se soubesse que o mundo fosse mesmo acabar. Ter dia e hora marcada para morrer e saber que ninguém vai chorar por nós, porque todos irão padecer. Caramba, esse filme tem muito mais a oferecer do que um expectador desatento pode perceber com um olhar displicente. Embora muitos tenham destacado a cena final (que realmente é muito boa), eu prefiro a cena da praia, em que a humanidade faz o Paraíso, ainda que sem perceber. Uma das coisas mais legais desse filme é que não tem excesso de drama, apenas na medida exata para provocar alguma nostalgia na cabeça do expectador. Ao contrário do que muitos disseram, não acho que, no fim, as pessoas começaram a se focar nas "coisas que são realmente importantes"; pelo contrário: no fim, passaram a focar nas pequenas coisas, nas coisas desimportantes da vida, porque são essas que realmente nos fazem felizes! Acho que é um simplismo dizer que trabalhar não é importante, que as coisas que fazemos corriqueiramente são perda de tempo etc. Se não tivéssemos nos organizado como sociedade, até hoje viveríamos nas cavernas - e parece que pouca gente se dá conta disso... Muito legal tomar um sorvete vendo o por-do-sol no parque, mas o sorvete não se fez sozinho... Não acho que nosso estilo de vida seja uma completa perda de tempo e o próprio filme sequer insinua isso. Entretanto, quando o fim se torna inevitável, a humanidade, de repente, se volta para dentro e passa a se concentrar nas pequenas coisas, nas desimportâncias da vida... E, ao fazerem isso, surpreendentemente, as pessoas deixam de sentir medo, inclusive da morte. Romances improváveis, personagens que não têm química, reações inesperadas, decisões estúpidas, diálogos rasos, todas essas coisas são perfeitamente factíveis diante do fim de todas as outras coisas que sempre pareceram lógicas. E essa capacidade, de acertar quando parece que está errando, só se encontra num filme verdadeiramente excelente.
Patrick, Idade 1,5
4.0 493Eu nem acredito que eu consegui dar boas gargalhadas assistindo a um filme europeu! Esses caras tendem ao drama, mesmo quando tentam fazer comédias e esse filme não é exceção, mas com um detalhe importante: funcionou muito bem! Pode-se dizer que é um filme tragicômico, o que é uma excelente alternativa às insossas comédias românticas. Um filme, como toda obra de arte, só se completa no expectador. Assim, inclusive pelos inúmeros comentários que li aqui, fica evidente que as experiências que cada um de nós já viveu acabam influenciando a percepção que temos, não só deste, mas de qualquer outro filme. Há quem tenha se focado na questão do preconceito, outros, na questão da família, outros na sexualidade e ainda aqueles que se focaram no amor. Eu, entretanto, trabalhei durante 13 anos num abrigo para adolescentes, então, é claro, essa questão teve um peso diferente para mim. O que mais me chama a atenção é um aspecto que pouca gente percebe quando o assunto é adoção ou famílias não-tradicionais: ser escolhido. A família biológica não é uma escolha: a gente tem de se conformar com ela e ela tem de se conformar conosco. Já a família adotiva (assim como os amigos, que constituem a família estendida) são fruto de uma escolha - e isso pode significar mais do que as pessoas imaginam. "Ser escolhido", voluntariamente, em meio a tantos... estar num lugar, numa casa, num grupo, não porque simplesmente nasceu ali, mas porque foi escolhido para fazer parte daquilo. Saber-se desejado, querido, bem-vindo, pode valer mais do que ter um laço sanguíneo. No fim das contas, não é isso que todos queremos? Nos sentir amados, desejados e aceitos? Quando se pensa em família, a gente não pensa "Uau, aquela pessoa é importante, porque nós temos cromossomos em comum!". A gente pensa "Uau, aquela pessoa é importante, porque ela se preocupa comigo e eu me preocupo com ela...". E quando se tem isso, então se tem família! Filme com excelente argumento e bem trabalhado, embora o personagem Patrik pudesse ser mais lapidado, já que houve uma transição muito rápida. Como adolescente problemático, vi outros mais convincentes, como em Transamérica ou Skins. Mas isso não tira o mérito do filme e nem das boas atuações. Aprovadíssimo.
A Grande Aposta
3.7 1,3KO assunto é interessantíssimo, mas a montagem não cooperou e acabou deixando o roteiro confuso. Os caras tentaram fazer firula com a montagem e acabaram deixando o filme lento demais. Um roteiro mais linear e uma montagem mais convencional teriam rendido um resultado final bem melhor. Espero que um dia façam um remake sem toda essa purpurina de ficar colocando depoimentos, citações e explicações no meio da história. Não chega aos pés do clássico Wall Street, que ainda é o melhor filme que já fizeram sobre o mercado financeiro. Destaque para a excelente atuação de Christian Bale.
A 5ª Onda
2.6 1,4K Assista AgoraComeçou bem, inclusive com uns efeitos especiais interessantes, mas, aos poucos, foi ruindo. Esse tipo de filme catástrofe (um dos meus estilos preferidos, aliás), pode funcionar de 2 formas: focando nos acontecimentos e impressionando visualmente (como em O dia depois de amanhã) ou focando nos personagens e desenvolvendo-os, (como em O abrigo). Não é o caso deste, que acaba não fazendo nem uma coisa, nem outra; fica num limbo que não consegue prender a atenção.
Fourth Man Out
3.3 227Um dos filmes mais mal-feitos que eu já vi sobre o tema, consegue ser ruim do começo ao fim. Os personagens não são convincentes, as atuações são horríveis, nem dá pra dizer se tem mesmo um roteiro e as situações são totalmente desconectadas da realidade. Realmente péssimo. O problema não é o filme ser raso; há excelentes filmes que não se propõem a ser profundos e eu não vejo problema nisso. O problema é que o filme não consegue capturar absolutamente nada do mundo real e nem consegue arrancar uma boa risada do expectador. Pura perda de tempo.
O Regresso
4.0 3,5K Assista AgoraEmbora a atuação do Leonardo DiCaprio seja mesmo digna de Oscar, o filme, em si, passa longe de ser uma obra-prima: é arrastado, lento e repetitivo. Sei que sou voto vencido, tudo bem, mas é filme pra ver durante o dia, porque, senão, a gente dorme mesmo. Vai na linha de O náufrago e A paixão de Cristo e é tão chato quanto esses.
De Repente, Califórnia
4.0 823 Assista AgoraAcabei de reassistir; E confirmei: é meu filme favorito - e já assisti mais de 30 mil.
Garotos
3.8 604 Assista AgoraQuase dormi assistindo, mas tudo bem: para quem curte cine pipoca é um prato cheio; para quem prefere filmes mais realistas, será pouco crível; e, para quem curte filmes mais densos, será uma decepção. Fotografia legalzinha, trilha sonora legalzinha, atuações ok. Vale como entretenimento; como arte cinematográfica não é relevante.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraNão há como não pensar que é uma versão marciana de Robinson Crusoé. E é tão bom quanto! Poderiam ter cedido à tentação de construir um personagem introspectivo, profundo e melodramático; em vez disso, preferiram construir um personagem resiliente, resoluto e, sobretudo, edificante. Pra quem curte ficção científica e filmes de sobrevivência, é um prato cheio, sem falar na trilha sonora de primeira. Matt Damon impecável em sua atuação, num filme que prende a atenção, sem precisar de excessos de pirotecnia. Assista sem medo, porque é entretenimento garantido.
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraAcabo de reassisti-lo, 8 anos depois de tê-lo visto pela primeira vez, na esperança de entender, dessa vez, porque a maioria dos espectadores acha esse filme tão sensacional. Humildemente cogitei que eu pudesse ter perdido algo, que talvez o tivesse visto no dia errado ou coisa assim. Entretanto, minha impressão continuou a mesma. Não que seja um filme ruim, mas realmente não vejo essa coisa fabulosa que a maioria do pessoal diz a respeito dessa produção. Não gosto da montagem com todas aquelas idas e vindas e acho o personagem um tanto quanto prepotente, pretensioso, muito metido a diferentão - e acho que é por isso que acabo não gostando tanto do filme. Assim como acontece com Laranja Mecânica, esse é outro filme do qual eu tenho que, respeitosamente, discordar da maioria.
Adam
3.9 825Pra quem curte o personagem Sheldon Cooper, de The Big Bang Theory, esse filme será um bálsamo: o Adam é um Sheldon menos caricato. Embora não possa ser considerado como um grande romance, a sacada do filme é justamente mostrar a diferença entre o real e o idealizado, mostrar como é doce amar a mentira e como é difícil lidar com a verdade. A cena que cita a história da roupa invisível do imperador e a toda a situação com o pai de Beth dão a tônica da coisa toda. Rende uma tremenda discussão sobre as reais vantagens de ser sincero e de saber a verdade. E a cena final rende uma discussão à parte, a respeito da transitoriedade das coisas. Destaque para a canção de Joshua Radin - Someone Else's Life.
https://www.youtube.com/watch?v=X_VAVvQeFyE