Gosto de Matrix e do conceito geral do filme, mas esse Matrix II é muito chato! Haja paciência!
Faltou conteúdo nesse filme. Confesso que não sou a maior fã de filme de ação do mundo, mas mesmo assim as cenas de lutas e perseguições são muito longas. São todas muito bonitas e bem executadas, mas arrastam-se por longos minutos durante o filme inteiro.
Esse filme mostra 3 personagens em jornada pessoal/coletiva, essas jornadas também são a jornada de seus povos.
Eu chorava em todas as cenas em que Karamakate era ensinado por livros brancos sobre sua própria cultura. O fato de o velho Karamakate ter problemas de esquecimento é uma excelente metáfora para o apagamento da cultura indígena.
Não é atoa que o Messias doidão é Brasileiro/Português! Quando Karamakate e o explorador chegam naquela aldeia que é uma missão jesuíta pela segunda vez, foi impossível não fazer um paralelo com as igrejas evangélicas hoje no Brasil. É como se os católicos tivessem vindo primeiro com a dominação física e o apagamento da língua e agora, a igreja evangélica atualiza isso tudo com uma mistura teatral de lunatismo e dominação psicológica! Aquele "Jesus" louco poderia ser Silas Malafaia ou Bolsonaro. Para mim é um dos pontos altos do filme.
Esse filme é engraçado demais!!! Ele faz uma mistura muito conveniente e inesperada de o Poderoso Chefão, Friends e Um divã em Nova York.
O roteiro é divertidíssimo, as situações absurdamente cômicas e retrata bem o universo da psicologia. Do ponto de vista estético, ele consegue reproduzir muito bem os elementos de O Poderoso Chefão e recriar o mundo da máfia italiana hollywoodiana com um aspecto humorístico. Tirando alguns diálogos misóginos (por exemplo as cenas em que mulheres são retratadas como pessoas com problemas frívolos no consultório), eu não mudaria nada.
Esse filme me levou a refletir sobre como o Estado-nação é fundado mergulhado na masculinidade. E como isso pode ser ainda mais perigoso para mulheres comuns em tempos de Guerra, tempos que nossos direitos são ainda mais suspensos, remexidos e postergados.
Excelente roteiro! Belos enquadramentos e uma protagonista levada a sério, tanto pela direção quanto pela atriz. É o filme que consagra Isabelle Huppert como atriz. Os temas centrais desse filme são: 2ª GM, direito das mulheres, aborto e Estado.
O roteiro é brilhante porque escolhe nos mostrar não uma mulher heroína que faz abortos movidas por forças éticas e morais, mas por pura necessidade! É uma mulher ordinária! Tanto no sentido de mulher-comum, quanto no sentido de "mulher-nefasta". Ele brinca com a perspectiva moral do espectador durante todo o filme! Quando a mostra "maltratando" o filho, negando um marido com cara de "bobo", explorando outras mulheres por meio do aluguel ou do trabalho doméstico, explorando até mesmo as "clientes" que precisam de aborto.
É como se ele fosse um alerta de que é fácil demais julgar um mulher baseado na moral, a vendo antes como esposa e mãe a serviço da família e da nação do que como uma pessoa. Uma pessoa tentando viver em um contexto de guerra.
Declaro desde já minha felicidade por ver Charlize Theron e Adele Exarchopoulos em uma mesma produção.
A história mostra um relacionamento abusivo diante de um dilema ético. Dois personagens que se torturam (um mais que o outro) por ter a convicção de que as causas que lutam são maiores que sua relação. Tem um bom pano de fundo da realidade dos conflitos em uma parte da África, das missões de paz e dos médicos sem fronteiras... mas isso é retratado de forma espetacularizada e infiel, quase caricata, convenhamos.
Sean Penn fez uma péssima direção! É a única explicação para um filme tão feio com atuações tão mediocres de grandes atrizes e atores.
Isso não é só um filme, é uma brilhante obra de arte! Como pode um filme tão bom ficar esquecido? Ótimo filme para se ver na quarentena.
A filmagem é muito bonita, os movimentos de câmera tendem a valorizar o conjunto da cena ao invés dos atores e dos protagonistas. Isso traz um ar de teatralidade, de força de palco. Potencializa a idéia de força coletiva das mulheres que permeia o enredo. Muito bem roteirizado! A sequência dos fatos, a ordem dos acontecimentos trazem uma vivacidade para história.
Me recordou de outro filme asiático lésbico, A Criada, por conta do erotismo lirico das cenas de sexo. Além de mostrar essa relação quase doentia de controle e apropriação do trabalho e do corpo das mulheres pelos patriarcas da família.
Que fotografia linda! É mais um clássico lésbico que explora a narrativa paradoxal da beleza do amor entre mulheres e o horror de viver esse amor na sociedade. Apesar de mostrar um romance lindo, cheio de vida e profundo, ele pode ser extremamente triste por conta dos cerceamentos e violências a que as protagonistas são colocadas.
É um bom filme para pensar a repressão a lesbianidade em regimes políticos comunistas. Circunstância que ainda afeta em muito o cenário atual, especialmente na Rússia. Pena que foi tão difícil de achar, não consegui assistir em HD
Há um inegável diálogo com Bacurau nesse filme que surge nos elementos de organização popular, vivência interiorana, conflito político que tem relação com a água e uma resistência que parece natural do povo. Gostei muito! Me pareceu o tipo de filme que expressa a alma brasileira.
Deve ser muito engraçado ser terapeuta/psicanalista e ver esse filme! Para quem fala inglês e francês também é muito divertido, porque é um filme bilingue. Outra coisa curiosa é poder ver essa cidade de NY antés da gentrificação massiva da última década.... o Brooklyn nesse é um Brooklyn de Everybody Hates Cris.
A Binoche está cheia de vida e o roteiro é uma mistura de acontecimentos inesperados com acontecimentos suspeitos. É meu primeiro filme de Chantal Akerman e eu não sabia que ela era um clássico do cinema feminista francês. Mas realmente isso explica a façanha impressionante de passar 100 minutos de um romance semi-clichê sem reproduzir estereótipos ofensivos de gênero. Eu curti, gostei da estética, do apelo a cidade de NY, da arquitetura. Ri muito e fiquei mais leve. Bom filme para a quarentena.
É um filme sobre relacionamentos abusivos na adolescência e como a família e o ambiente escolar permitem esses abusos. Sem dúvida é um filme que brinca com as representações de lesbianidade o apresentando como tóxico e problemático. Ele dá margem para entender que Charlie se submetia as situações de violência por "estar apaixonada".
Acho que ele tem um ponto positivo de mostrar a crueldade do bullying e como os adolescentes começam a se relacionar sem a menor noção do que é um relacionamento saudável, por falta de exemplos muitas vezes. Como resultado, eles podem cometer erros nesse período que os marcarão para a vida toda.
Uma versão menos tediosa do filme recente da Netflix "Uma História de Casamento". É uma delicia para quem gosta de filmes ambientados em New York.
Dizem por aí que quando Meryl Streep pegou o roteiro notou que ele era uma explosão de misoginia e caracterizava Joanna como uma mãe desalmada que abandonava o filho, uma personagem rasa e sem complexidade que destoava ao lado do papel de um super pai que surgiria aos poucos na tela. Ela modificou o roteiro e com sua atuação de mulher forte e as marcas características de sua carreira trouxe uma perspectiva ampliada da personagem que pode ser vista para além do papel engessado de "mãe". Desse esforço surgiu o belíssimo discurso que ela dá na cena do tribunal. Considero esse um filmão sobre maternidade compulsória.
Visualmente belo e deprimente, ao mesmo tempo. As atrizes, todas, sem exceção, dão um show! As cenas coletivas são simplesmente inacreditáveis, de tão reais parecem saídas de um documentário. Esse filme aponta Deus (na verdade a religião ortodoxa) como um inimigo do amor lésbico, mas ao mesmo tempo revela as dificuldades para além dos muros da igreja nessa sociedade romena... mulheres lidando com pobreza extrema, violência institucional e misoginia. O destino de Alina é inacreditável, mas ao mesmo tempo tão previsível!
Achei um filme razoável, em linhas gerais. Bom para passar o tempo e para dar uma espiada no cinema da Suécia. Com cenas de sexo bem montadas (o que não é nada fácil). Seus temas centrais são: descoberta da sexualidade, lesbofobia, relações familiares na fase adulta e romance.
Filme super vegano! Bong Joon-ho militou todo com essa produção!
Tem um personagem biólogo vendido de araque que trabalha com entretenimento, é uma caricatura forçada interpretada por Jake Gyllenhaal. O mais impressionante é sua similaridade com o biólogo brasileiro Richard Rasmussen, garoto propaganda do atual governo e multado pelo Ibama mais de uma vez.
Doc sobre reforma agrária, direito a terra e ocupações. As cenas em que os assentados cozinham, promovem atividades com as crianças e trabalham na terra me deram saudade de acampar com o MST. É um doc muito completo, mostra a rotina, o exodo rural, as histórias individuais, a história coletiva do grupo, desenvolve os entraves administrativos e da nome a personagens políticos. O final é triste, mas mais triste ainda é ver que 40 anos depois, nada mudou e os assentados continuam tendo que lutar pelo direito a terra.
Os personagens também me lembraram meus avós, que também foram vitimados pela urbanização da vida.
Achei uma graça esse filme! Super leve, tranquilo, romântico e ao mesmo tempo capaz de traduzir o peso social que recai sobre os amores lésbicos. Uma filmagem fácil de digerir que traz suavidade a espectadora.
Esse filme pode ser bem mais complexo do que parece à primeira vista. Sua execução é fruto de uma rede de militância e resistência lésbica da cidade de Nova York. A participação de poetas famosas como Cheryl Clarke e próprio enredo que encaixa o projeto "Herstory Lesbians Archives" no desenrolar das circunstancias são sinais disso.
Ademais, creio que há uma relação profunda entre as escolhas estéticas e diálogos desse filme e algumas obras de bell hooks, dispostas no livro "Olhares Negros". Nesse filme, aparecem elementos como relações interraciais, discussão do cinema hollywoodiano e a produção da estética e da história negra e lésbica. Todos temas centrais na obra de hooks.
Outra curiosidade, Guinevere Turner (a companheira branca a atriz principal) interpreta outro papel lésbico em The L Word.
Como que pode uma pessoa criar tudo isso? Esse filme é um prato cheio para análises de símbolos e arquétipos. Um roteiro inacreditável cheio de personagens curiosíssimos!
Muito bonito! A jornada de Chihiro emociona e encanta, cada um se identificará a sua própria maneira.
Barbara Hammer é uma das principais cineastas do cinema lésbico (ou queer). Nesse curta ela mistura imagens da sexualidade lésbica com vislumbres da natureza, frutas, vegetação. É ao mesmo tempo muito experimental e muito erótico!
Aproveitando-se da presença de lésbicas militantes ilustres que circulavam em sua volta, Barbara Hammer registra a força delas nas tarefas cotidianas, na cama e no contato com outros seres vivos.
O som é um pouco distópico, há sempre um barulho ao fundo... se me recordo bem não há nem diálogos... também segue o desejo da cineasta de mostrar a natureza com cantos de pássaros e fricções.
Esse filme é à frente de seu tempo! Desmistifica o maior mito da masculinidade americana, o cowboy. Um filme sobre um amor impossível em 1960, mas ao mesmo tempo tão atual. Ainda são muitos os amores impossíveis, infelizmente.
Esse filme aborda MUITO a masculinidade tóxica e seus problemas na economia, no trabalho e nas relações familiares. Eu diria que é o segundo maior tema do filme, depois da questão da precarização do trabalho. É muito interessante como >apesar< de Abbie Turner (a esposa) possuir também um emprego HORRÍVEL, ela ainda consegue desenvolver relações saudáveis e cultivar afetos. Enquanto o marido, parece encontrar apenas becos sem saída para seus sentimentos, respondendo com violência.
Achei no geral um filme superestimado! A única coisa que o sustenta é sua intenção política de crítica a uberização do trabalho. Fora isso... a produção segue sem grandes elementos e saltos. Falta poética na execução do filme. Ele é muito frio e o roteiro carrega muita tristeza, muito pesar.
Infelizmente, não há mudanças significativas e a desgraça se abate sobre a vida dos personagens até o fim! O final poderia ter alguma reviravolta, não a respeito da realidade socioeconomica dos personagens, mas pelo menos em relação as compreensões que esses personagens tem sobre a familia... teria sido interessante e um pouco mais simpático
Matrix Reloaded
3.7 849 Assista AgoraGosto de Matrix e do conceito geral do filme, mas esse Matrix II é muito chato! Haja paciência!
Faltou conteúdo nesse filme. Confesso que não sou a maior fã de filme de ação do mundo, mas mesmo assim as cenas de lutas e perseguições são muito longas. São todas muito bonitas e bem executadas, mas arrastam-se por longos minutos durante o filme inteiro.
As cenas da Trinity são um colírio para o olhos!
O Abraço da Serpente
4.4 237 Assista AgoraEsse filme mostra 3 personagens em jornada pessoal/coletiva, essas jornadas também são a jornada de seus povos.
Eu chorava em todas as cenas em que Karamakate era ensinado por livros brancos sobre sua própria cultura. O fato de o velho Karamakate ter problemas de esquecimento é uma excelente metáfora para o apagamento da cultura indígena.
Não é atoa que o Messias doidão é Brasileiro/Português! Quando Karamakate e o explorador chegam naquela aldeia que é uma missão jesuíta pela segunda vez, foi impossível não fazer um paralelo com as igrejas evangélicas hoje no Brasil. É como se os católicos tivessem vindo primeiro com a dominação física e o apagamento da língua e agora, a igreja evangélica atualiza isso tudo com uma mistura teatral de lunatismo e dominação psicológica! Aquele "Jesus" louco poderia ser Silas Malafaia ou Bolsonaro. Para mim é um dos pontos altos do filme.
Fotografia belíssima, o p&b ficou perfeito.
Máfia no Divã
3.5 207 Assista AgoraEsse filme é engraçado demais!!! Ele faz uma mistura muito conveniente e inesperada de o Poderoso Chefão, Friends e Um divã em Nova York.
O roteiro é divertidíssimo, as situações absurdamente cômicas e retrata bem o universo da psicologia. Do ponto de vista estético, ele consegue reproduzir muito bem os elementos de O Poderoso Chefão e recriar o mundo da máfia italiana hollywoodiana com um aspecto humorístico. Tirando alguns diálogos misóginos (por exemplo as cenas em que mulheres são retratadas como pessoas com problemas frívolos no consultório), eu não mudaria nada.
Casa de Antiguidades
3.1 30Seleção de Cannes em 2020
Um Assunto de Mulheres
4.2 77Esse filme me levou a refletir sobre como o Estado-nação é fundado mergulhado na masculinidade. E como isso pode ser ainda mais perigoso para mulheres comuns em tempos de Guerra, tempos que nossos direitos são ainda mais suspensos, remexidos e postergados.
Excelente roteiro! Belos enquadramentos e uma protagonista levada a sério, tanto pela direção quanto pela atriz. É o filme que consagra Isabelle Huppert como atriz. Os temas centrais desse filme são: 2ª GM, direito das mulheres, aborto e Estado.
O roteiro é brilhante porque escolhe nos mostrar não uma mulher heroína que faz abortos movidas por forças éticas e morais, mas por pura necessidade! É uma mulher ordinária! Tanto no sentido de mulher-comum, quanto no sentido de "mulher-nefasta". Ele brinca com a perspectiva moral do espectador durante todo o filme! Quando a mostra "maltratando" o filho, negando um marido com cara de "bobo", explorando outras mulheres por meio do aluguel ou do trabalho doméstico, explorando até mesmo as "clientes" que precisam de aborto.
É como se ele fosse um alerta de que é fácil demais julgar um mulher baseado na moral, a vendo antes como esposa e mãe a serviço da família e da nação do que como uma pessoa. Uma pessoa tentando viver em um contexto de guerra.
A Última Fronteira
3.1 53 Assista AgoraDeclaro desde já minha felicidade por ver Charlize Theron e Adele Exarchopoulos em uma mesma produção.
A história mostra um relacionamento abusivo diante de um dilema ético. Dois personagens que se torturam (um mais que o outro) por ter a convicção de que as causas que lutam são maiores que sua relação. Tem um bom pano de fundo da realidade dos conflitos em uma parte da África, das missões de paz e dos médicos sem fronteiras... mas isso é retratado de forma espetacularizada e infiel, quase caricata, convenhamos.
Sean Penn fez uma péssima direção! É a única explicação para um filme tão feio com atuações tão mediocres de grandes atrizes e atores.
A Fonte das Mulheres
4.2 128Isso não é só um filme, é uma brilhante obra de arte! Como pode um filme tão bom ficar esquecido? Ótimo filme para se ver na quarentena.
A filmagem é muito bonita, os movimentos de câmera tendem a valorizar o conjunto da cena ao invés dos atores e dos protagonistas. Isso traz um ar de teatralidade, de força de palco. Potencializa a idéia de força coletiva das mulheres que permeia o enredo.
Muito bem roteirizado! A sequência dos fatos, a ordem dos acontecimentos trazem uma vivacidade para história.
As Filhas do Botânico
3.8 73Me recordou de outro filme asiático lésbico, A Criada, por conta do erotismo lirico das cenas de sexo. Além de mostrar essa relação quase doentia de controle e apropriação do trabalho e do corpo das mulheres pelos patriarcas da família.
Que fotografia linda! É mais um clássico lésbico que explora a narrativa paradoxal da beleza do amor entre mulheres e o horror de viver esse amor na sociedade. Apesar de mostrar um romance lindo, cheio de vida e profundo, ele pode ser extremamente triste por conta dos cerceamentos e violências a que as protagonistas são colocadas.
É um bom filme para pensar a repressão a lesbianidade em regimes políticos comunistas. Circunstância que ainda afeta em muito o cenário atual, especialmente na Rússia. Pena que foi tão difícil de achar, não consegui assistir em HD
Narradores de Javé
3.9 274Quem veio pelo comentário do Babu? haha
Há um inegável diálogo com Bacurau nesse filme que surge nos elementos de organização popular, vivência interiorana, conflito político que tem relação com a água e uma resistência que parece natural do povo. Gostei muito! Me pareceu o tipo de filme que expressa a alma brasileira.
Um Divã em Nova York
3.2 8Deve ser muito engraçado ser terapeuta/psicanalista e ver esse filme! Para quem fala inglês e francês também é muito divertido, porque é um filme bilingue. Outra coisa curiosa é poder ver essa cidade de NY antés da gentrificação massiva da última década.... o Brooklyn nesse é um Brooklyn de Everybody Hates Cris.
A Binoche está cheia de vida e o roteiro é uma mistura de acontecimentos inesperados com acontecimentos suspeitos. É meu primeiro filme de Chantal Akerman e eu não sabia que ela era um clássico do cinema feminista francês. Mas realmente isso explica a façanha impressionante de passar 100 minutos de um romance semi-clichê sem reproduzir estereótipos ofensivos de gênero. Eu curti, gostei da estética, do apelo a cidade de NY, da arquitetura. Ri muito e fiquei mais leve. Bom filme para a quarentena.
Respire
3.8 290 Assista AgoraPÉSSIMO FILME PARA QUARENTENA.
É um filme sobre relacionamentos abusivos na adolescência e como a família e o ambiente escolar permitem esses abusos. Sem dúvida é um filme que brinca com as representações de lesbianidade o apresentando como tóxico e problemático. Ele dá margem para entender que Charlie se submetia as situações de violência por "estar apaixonada".
Acho que ele tem um ponto positivo de mostrar a crueldade do bullying e como os adolescentes começam a se relacionar sem a menor noção do que é um relacionamento saudável, por falta de exemplos muitas vezes. Como resultado, eles podem cometer erros nesse período que os marcarão para a vida toda.
Kramer vs. Kramer
4.1 546 Assista AgoraUma versão menos tediosa do filme recente da Netflix "Uma História de Casamento". É uma delicia para quem gosta de filmes ambientados em New York.
Dizem por aí que quando Meryl Streep pegou o roteiro notou que ele era uma explosão de misoginia e caracterizava Joanna como uma mãe desalmada que abandonava o filho, uma personagem rasa e sem complexidade que destoava ao lado do papel de um super pai que surgiria aos poucos na tela. Ela modificou o roteiro e com sua atuação de mulher forte e as marcas características de sua carreira trouxe uma perspectiva ampliada da personagem que pode ser vista para além do papel engessado de "mãe". Desse esforço surgiu o belíssimo discurso que ela dá na cena do tribunal. Considero esse um filmão sobre maternidade compulsória.
Além das Montanhas
3.9 117Visualmente belo e deprimente, ao mesmo tempo. As atrizes, todas, sem exceção, dão um show! As cenas coletivas são simplesmente inacreditáveis, de tão reais parecem saídas de um documentário. Esse filme aponta Deus (na verdade a religião ortodoxa) como um inimigo do amor lésbico, mas ao mesmo tempo revela as dificuldades para além dos muros da igreja nessa sociedade romena... mulheres lidando com pobreza extrema, violência institucional e misoginia. O destino de Alina é inacreditável, mas ao mesmo tempo tão previsível!
Kyss Mig
3.8 271Achei um filme razoável, em linhas gerais. Bom para passar o tempo e para dar uma espiada no cinema da Suécia. Com cenas de sexo bem montadas (o que não é nada fácil). Seus temas centrais são: descoberta da sexualidade, lesbofobia, relações familiares na fase adulta e romance.
Mulheres do Século XX
4.0 415 Assista AgoraMaravilhoso! Perfeito! Mas me afundou em um mar de tristeza.
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraFilme super vegano! Bong Joon-ho militou todo com essa produção!
Tem um personagem biólogo vendido de araque que trabalha com entretenimento, é uma caricatura forçada interpretada por Jake Gyllenhaal. O mais impressionante é sua similaridade com o biólogo brasileiro Richard Rasmussen, garoto propaganda do atual governo e multado pelo Ibama mais de uma vez.
Terra Para Rose
4.3 15Doc sobre reforma agrária, direito a terra e ocupações. As cenas em que os assentados cozinham, promovem atividades com as crianças e trabalham na terra me deram saudade de acampar com o MST. É um doc muito completo, mostra a rotina, o exodo rural, as histórias individuais, a história coletiva do grupo, desenvolve os entraves administrativos e da nome a personagens políticos. O final é triste, mas mais triste ainda é ver que 40 anos depois, nada mudou e os assentados continuam tendo que lutar pelo direito a terra.
Os personagens também me lembraram meus avós, que também foram vitimados pela urbanização da vida.
Amor Proibido
3.9 38Achei uma graça esse filme! Super leve, tranquilo, romântico e ao mesmo tempo capaz de traduzir o peso social que recai sobre os amores lésbicos. Uma filmagem fácil de digerir que traz suavidade a espectadora.
The Watermelon Woman
4.4 28Esse filme pode ser bem mais complexo do que parece à primeira vista. Sua execução é fruto de uma rede de militância e resistência lésbica da cidade de Nova York. A participação de poetas famosas como Cheryl Clarke e próprio enredo que encaixa o projeto "Herstory Lesbians Archives" no desenrolar das circunstancias são sinais disso.
Ademais, creio que há uma relação profunda entre as escolhas estéticas e diálogos desse filme e algumas obras de bell hooks, dispostas no livro "Olhares Negros". Nesse filme, aparecem elementos como relações interraciais, discussão do cinema hollywoodiano e a produção da estética e da história negra e lésbica. Todos temas centrais na obra de hooks.
Outra curiosidade, Guinevere Turner (a companheira branca a atriz principal) interpreta outro papel lésbico em The L Word.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraComo que pode uma pessoa criar tudo isso? Esse filme é um prato cheio para análises de símbolos e arquétipos. Um roteiro inacreditável cheio de personagens curiosíssimos!
Muito bonito! A jornada de Chihiro emociona e encanta, cada um se identificará a sua própria maneira.
Women I Love
4.5 1Barbara Hammer é uma das principais cineastas do cinema lésbico (ou queer). Nesse curta ela mistura imagens da sexualidade lésbica com vislumbres da natureza, frutas, vegetação. É ao mesmo tempo muito experimental e muito erótico!
Aproveitando-se da presença de lésbicas militantes ilustres que circulavam em sua volta, Barbara Hammer registra a força delas nas tarefas cotidianas, na cama e no contato com outros seres vivos.
O som é um pouco distópico, há sempre um barulho ao fundo... se me recordo bem não há nem diálogos... também segue o desejo da cineasta de mostrar a natureza com cantos de pássaros e fricções.
O Segredo de Brokeback Mountain
3.9 2,2K Assista AgoraEsse filme é à frente de seu tempo! Desmistifica o maior mito da masculinidade americana, o cowboy. Um filme sobre um amor impossível em 1960, mas ao mesmo tempo tão atual. Ainda são muitos os amores impossíveis, infelizmente.
Papicha
4.2 40 Assista AgoraProfundo, revolucionário, bem montado e sensível.
Excelente filme! Os diálogos são muito bons, muito naturais! E as atrizes têm uma sintonia fenomenal! Gostei muito!
Temas são: história da Argélia, igualdade de gênero, amizade, extremismo religioso e moda
Você Não Estava Aqui
4.1 242 Assista AgoraEsse filme aborda MUITO a masculinidade tóxica e seus problemas na economia, no trabalho e nas relações familiares. Eu diria que é o segundo maior tema do filme, depois da questão da precarização do trabalho. É muito interessante como >apesar< de Abbie Turner (a esposa) possuir também um emprego HORRÍVEL, ela ainda consegue desenvolver relações saudáveis e cultivar afetos. Enquanto o marido, parece encontrar apenas becos sem saída para seus sentimentos, respondendo com violência.
Achei no geral um filme superestimado! A única coisa que o sustenta é sua intenção política de crítica a uberização do trabalho. Fora isso... a produção segue sem grandes elementos e saltos. Falta poética na execução do filme. Ele é muito frio e o roteiro carrega muita tristeza, muito pesar.
Infelizmente, não há mudanças significativas e a desgraça se abate sobre a vida dos personagens até o fim! O final poderia ter alguma reviravolta, não a respeito da realidade socioeconomica dos personagens, mas pelo menos em relação as compreensões que esses personagens tem sobre a familia... teria sido interessante e um pouco mais simpático