Para os fãs de Virginia Woolf é uma verdadeira obra de arte! O filme consegue ser surpreendentemente fiel ao livro. A direção da Sally Potter é exímia! Perfeita! Tanto no sentido da montagem das cenas e condução dos atores, como na condução de Tilda Swindon que apesar de ser uma atriz brilhante vive o protagonismo pela primeira vez.
Seus temas centrais certamente são: desigualdade de gênero, história da Inglaterra, poesia, amor e política externa.
Figuro deslumbrante e iluminação impecável que valoriza o rosto de Tilda em diversas cenas. Com certeza com um orçamento robusto que facilitou a execução da proposta.
Esse filme é para ser visto COM VONTADE! Nada de usar para passar o tempo, se não ele cairá em desgraça. Ele termina de uma forma essencialmente política.
Filmaço! Ritmo lento, mas com uma pegada teológica e política de forma muito sutil e muito radical ao mesmo tempo. Belo demais, um filmão sobre hipocrisia. É praticamente um retrato da igreja dos nossos (e de todos) os tempos.
Ruim, ruim, ruim, ruim! Tedioso, chato, esmaga a qualidade dos atores. Péssimos enquadramentos frios e sem poesia. A cara do cinema norte-americano padrão. O roteiro, nem se fala... no minimo misógino! Rola uma supervalorização do personagem Chris e uma banalização dos dilemas enfrentados pela personagem de Scarlett Johansson, Nola. Ela é praticamente culpabilizada por ser "atraente demais" e hipersexualizada nos enquadramentos e escolhas de composição de cena.
Pensa em um filme bem rodado! É impressionante o que é feito com a imagem nesse filme. Os enquadramentos são muito belos e muito simples! O roteiro é indescritível, digno de prêmio. Um clássico drama familiar, com reviravoltas, vingança, pobreza e a dura complexidade da adolescência e juventude.
Muito engraçado as pessoas comentarem que o documentário é "meticuloso" ou que tenta "vender uma imagem da Taylor". A verdade é que o documentário mostra uma mulher madura, autoconsciente, influente e ultra-criativa lidando com suas próprias questões e os obstáculos da carreira, de uma forma bem sincera e exposta. Achar que o documentário é "meio fake" ou "calculado" é justamente uma atitude esperada daqueles que não acreditam que Taylor pode ser essa pessoa incrível que surge na tela.
O documentário começa um pouco parado, mas encerra muito bem nos últimos 30m com a mudança da Taylor, ocasionada por um processo de assédio sexual. É muito bonito ver que Taylor encontra os caminhos para se engajar politicamente. Sinceramente, a forma que é conduzida essa questão no filme serve até de inspiração para outras artistas que ainda estão em duvida em se posicionar contra o fascismo.
Não sou fã de Taylor Swift e temia que o documentário fosse parecido com o da Anitta, em que se focou muito na carreira da cantora e pouco em contextos sociais e psicológicos. Mas, no fim ele me surpreendeu e arrasou! Bem montadinho, só poderia ter sido melhor filmado, a fotografia deixou a desejar.
Essencialmente lésbico! Me fez chorar sem derrubar lágrimas. Céline Sciamma, a diretora, merece toda a glória!
A canção tema do filme, é fenomenal! É uma ode aos livro Guerrilheiras de Monique Wittig, O Calibã e a Bruxa de Silvia Federici e especialmente Freiras Lésbicas de Rosemary Curb e Nancy Manahan.
A filmagem é precisa e te joga dentro da perspectiva das personagens.
O roteiro é divino, simbólico, representativo, expressivo, poético e iluminado!
Quando a mãe sai de cena, o filme finalmente engata em um processo revolucionário. A mãe, enquanto representante da família aparece como tudo aquilo que sustenta as relações de classe e gênero. É lindo como após sua partida, tudo acontece! O amor entre as duas personagens principais. Uma relação livre com a criada, Sophie.
Que filmaço!!!! Que fotografia é essa? Excelentes movimentos de câmera, iluminação impecável, com um uso incrível de luz natural em algumas cenas. É inacreditável o que é feito com a filmagem desse filme, troca de câmeras e repetição de quadros e sentimentos com cenários completamente diferentes. Tudo isso torna o filme muito profundo, nostálgico e gentil.
É um filme que exige um mergulho e uma entrega da espectadora, não veja em dias preguiçosos! Não adianta ficar preocupada em saber o destino dos personagens, o protagonista nesse filme é o TEMPO e o que ele faz na vida das pessoas.
Não é um filme fácil! Mas, é um bom filme. Todo o enredo se desenvolve em torno de um único evento, o que pode tornar a experiência mórbida se o espectador não for perseverante. Porém, o desenrolar da trama é recheada de sutilezas, sacadas socio-politicas e ironias institucionais. O ponto alto da trama é retratar a personagem sem transforma-la em heroína ou mártir. Apesar de duramente atingida pelo machismo e pelas estruturas econômicas, Petunia é uma mulher tentando entender a si mesma e encontrar a própria felicidade.
A relação familia de Petunia certamente é a relação mais abusiva e controversa da trama. Foi difícil de acompanhar algumas cenas, apesar de bem executadas me suscitaram sentimentos diversos.
Excelentes enquadramentos, entrega um filme muito bom com um baixíssimo orçamento. Surpreendente! Uma especie de "120 Batimentos por Minuto" menos melancólico e mais focado nas trajetórias pessoais dos personagens principais. Linda história de amor e de luta contra o genocidio da população gay no auge da "epidemia de HIV".
Eu adoro o gênero Scorcese, máfias, italianos e corrupção no sistema político norte-americano. Mas, eu sempre fico me perguntando o que aconteceria se alguém retratasse as "gangues" negras e latinas de Nova York com a mesma condescendência que o "crime branco" é abordado nesses filmes. É impressionante como o cinema norte-americano têm a capacidade de romantizar, humanizar e ironizar assassinatos em massa, corrupção e misoginia quando se trata do crime italiano/judaico/irlandês. Em passo que a vida população negra e latina que vive à margem da legalidade, permanece ultra estereotipada, estigmatizada e mal resumida em grandes produções. Nessa perspectiva, a lógica parece ser a seguinte: o Italiano mata por orgulho, por defesa da familia, para proteger os filhos. Os negros e latinos: matam por maldade, desvio de caráter, falta de conformação social, delinqüência, falta de capacidade de se adequar as normas.
Obviamente, nada disso tira o mérito da direção de Scorcese e as atuação brilhantes! Além de uma produção magnifica no tocante a iluminação e direção de fotografia como um todo. Mas, cabe a reflexão do papel social desses filmes no imaginário american dream.
AVISO: esse filme tem cenas explicitas de estupro. Não recomendo. Me desculpem, mas esse filme é superestimado! A edição é tenebrosa! Mal dá para acreditar que essa é a escolha brasileira para o Oscar. As cenas são muito escuras e em diversos momentos o áudio é mal colocado com os sons do ambiente se sobrepondo às falas. Os diálogos em português são difíceis de compreender e as narrativas das cartas das personagens principais são morbidas! A produção é de baixo nível. E a fotografia falha.
Não bastasse tudo isso, o filme é extremamente pesado!!!! Um daqueles filmes indigestos, no qual violência contra as mulheres é retratada sem o menor bom senso. Parece até que é retratada por e para olhos masculinos. Não me impressiona que muito dos comentários positivos aqui no filmow sejam de homens. Cenas grosseiras, mal trabalhadas e mal dirigidas.
Eu entendo que muitos filmes podem retratar a violência em sua forma crua para levar a reflexão ou ao choque, mas esse filme passa longe disso.
Similar aos filmes "Mal exemplo de Cameron Post" e "Tremores", o filme retrata a jornada de um jovem cristão dentro de um centro de "conversão de homossexuais" religioso. O filme tem muito mais um tom de relato de experiência do que manifesto político, afinal a história é verdadeira e um tanto quanto biográfica. O ponto alto é a relação com os pais do garoto e a forma que a religião se coloca no meio do caminho dos afetos familiares. É impressionante como Nicole Kidman tem presença em cena, o diretor poderia ter aproveitado mais isso, com enquadramentos mais favoráveis e longos.
Quanta sensibilidade em um filme só! Um filme para quem realmente admira o cinema sul coreano. Ele possui pouquíssimos diálogos, mas o roteiro cuida bem de entreter o espectador. É uma história de amor, de violência contra a mulher, de luta de classes e arquitetura!
Que documentário bem feito! Fiquei impressionada com a habilidade de narrativa, mesmo sendo uma estudiosa das temáticas. O impacto da luta contra a "ideologia de gênero" no acordo de Paz da Colombia é surpreendente. Todos os eventos fundamentais são postos, desde a conferência da ONU de Beijing de 1995 com a participação icônica de Hillary Clinton, até o chocante contexto brasileiro que leva a acensão de Jair Bolsonaro. Extremamente atual, amarra as grandes narrativas políticas com as micro narrativas. Duas participações são cativantes, de Sônia Correa, coordenadora do Observatório de Políticas e Sexualidade e a cantora lésbica Maria Beraldo que cede algumas músicas para a produção. Genial!
Têm online, legendado no youtube! Disponibilizado pela própria realizadora do filme https://www.youtube.com/watch?v=Aj3St_zUM7M
GENIALE!! Que filmão. Eu simplesmente adoro a estética do cinema sul-coreano. Um esquema de cortes e de construção de narrativa muito similar a A Criada de Park Chan-wook. O filme impressionou! Certamente tem um elemento a la Bacurau, com um sentimento de revanchismo de classe, mas mais com uma pegada dos sentimentos humanos e menos da pirotecnia da violência e dos tiros high tech. Se em Bacurau os melhores momentos são os assassinatos, nesse filme o clímax se instaura no momento que os personagens revelam o conflito interior na face. Um filme necessário que gira várias chaves, do soft power norte-americano, relações de trabalho doméstico e precaridade do sistema economico de garantir seguridade social. Um dos melhores do ano!
Não é um filme para dias preguiçosos e cansados. Exige atenção e um mergulho na trama. O filme corre muito bem e finaliza como ninguém! Meryl Streep arrasa, como sempre. Antonio Banderas parece um peixe fora d'agua. Mas, o roteiro é divertidíssimo!
Acabo de ver esse filme na 43ª Mostra Internacional de SP! Achei surpreendente! Adorei a narrativa que traz uma característica pesada a cada cena. É um suspense sem nenhum elemento de terror, exceto o terror social da vida do personagem principal. A espera do espectador pela derrocada de Pablo supera qualquer coisa.
Uma sensibilidade rara e UNICA no retrato da igreja evangélica. Os diálogos que ocorrem nessa esfera são todos muito bem amarrados e reais. O que só revela ainda mais a brutalidade da organização cristã atual.
No filme, optaram por usar lentes e câmeras também de ótica pesada, o que casa lindamente com a narrativa e traz um desenho sombrio. As cenas de conflitos familiares são desempenhadas com maestria e a sexualidade fica como um fio de seda que rege alguns planos.
Pessoalmente, eu pouco conheço sobre a Guatemala e me impressionei pelas relações sociais que permeiam as interações de fé, trabalho e familia. Neste filme a Guatemala transparece como uma sociedade marcada pelo trabalho doméstico servil e mal remunerado, tensas relações sociais marcadas pelas desigualdades, atraso economico e uma misoginia profunda.
Maravilhoso! O filme é rodado de um jeito muito louco! Eu fiquei incrédula com o roteiro. A ponte entre cinema e teatro é fenomenal! Vi no cinema São Luis em Recife, depois da reforma e em boa companhia, foi perfeito. Débora Falabella sempre me surpreende com seus trabalhos.
As atuações, divinas!! O roteiro, apesar de conter excelentes diálogos, não é lá essas coisas e acaba entediando um pouco a espectadora. É um filme difícil de se assistir em casa, mas vale a pena se conseguir pegá-lo em alguma sessão/exibição especial em cinematecas ou cinemas fora do eixo. Se você verá o filme esperando alguma participação de Virginia Woolf, desista. O titulo é mais licença poética do que qualquer outra coisa.
Genial! O filme mais engraçado de Almodovar. Eu adoro o jeito que ele é profundamente apegado aos dilemas das mulheres nos anos 1980. É algo que vai perdendo um pouco a força com o passar dos anos, mas certamente uma marca do diretor. Carmem Maura está incrível! Um filmão de roteiro inacreditável daqueles, para se ver com a diafragma solto e na companhia de gente desenrolada.
Esse filme é lésbico!! Não sei como essa informação não têm ênfase na sinopse do filme! Se a espectadora permitir se desapegar de alguns pré-conceitos e ressignificar algumas piadas, com certeza embarcará nesse filme. Eu me acabei de rir com a contradição do "policial" fascista que assedia mulheres na rua e trata a esposa como "mãe", segundo as palavras dela. Outra contradição ótima é a esposa do policial que é uma "boa dona de casa" sadomasoquista, acho inclusive que esse personagem pode fazer o público lésbico rir por motivos próprios! Um hilário retrato da classe média tradicional e da heterossexualidade com aquilo que Almodovar nunca abriu mão: putas, bichas, transviados e artistas! Óbvio, que não é um retrato fiel e coerente da lesbianidade, mas têm várias sacadas interessantes e cômicas.
Stromboli
4.0 40Se tem uma cena que é indescritível é da pesca de atum!
Orlando, A Mulher Imortal
3.8 113 Assista AgoraPara os fãs de Virginia Woolf é uma verdadeira obra de arte! O filme consegue ser surpreendentemente fiel ao livro. A direção da Sally Potter é exímia! Perfeita! Tanto no sentido da montagem das cenas e condução dos atores, como na condução de Tilda Swindon que apesar de ser uma atriz brilhante vive o protagonismo pela primeira vez.
Seus temas centrais certamente são: desigualdade de gênero, história da Inglaterra, poesia, amor e política externa.
Figuro deslumbrante e iluminação impecável que valoriza o rosto de Tilda em diversas cenas. Com certeza com um orçamento robusto que facilitou a execução da proposta.
Esse filme é para ser visto COM VONTADE! Nada de usar para passar o tempo, se não ele cairá em desgraça. Ele termina de uma forma essencialmente política.
A Festa de Babette
4.0 243Filmaço! Ritmo lento, mas com uma pegada teológica e política de forma muito sutil e muito radical ao mesmo tempo. Belo demais, um filmão sobre hipocrisia. É praticamente um retrato da igreja dos nossos (e de todos) os tempos.
Ponto Final: Match Point
3.9 1,4K Assista AgoraRuim, ruim, ruim, ruim! Tedioso, chato, esmaga a qualidade dos atores. Péssimos enquadramentos frios e sem poesia. A cara do cinema norte-americano padrão. O roteiro, nem se fala... no minimo misógino!
Rola uma supervalorização do personagem Chris e uma banalização dos dilemas enfrentados pela personagem de Scarlett Johansson, Nola. Ela é praticamente culpabilizada por ser "atraente demais" e hipersexualizada nos enquadramentos e escolhas de composição de cena.
A Sun
4.0 65Pensa em um filme bem rodado! É impressionante o que é feito com a imagem nesse filme. Os enquadramentos são muito belos e muito simples! O roteiro é indescritível, digno de prêmio. Um clássico drama familiar, com reviravoltas, vingança, pobreza e a dura complexidade da adolescência e juventude.
Taylor Swift: Miss Americana
4.0 215 Assista AgoraMuito engraçado as pessoas comentarem que o documentário é "meticuloso" ou que tenta "vender uma imagem da Taylor". A verdade é que o documentário mostra uma mulher madura, autoconsciente, influente e ultra-criativa lidando com suas próprias questões e os obstáculos da carreira, de uma forma bem sincera e exposta. Achar que o documentário é "meio fake" ou "calculado" é justamente uma atitude esperada daqueles que não acreditam que Taylor pode ser essa pessoa incrível que surge na tela.
O documentário começa um pouco parado, mas encerra muito bem nos últimos 30m com a mudança da Taylor, ocasionada por um processo de assédio sexual. É muito bonito ver que Taylor encontra os caminhos para se engajar politicamente. Sinceramente, a forma que é conduzida essa questão no filme serve até de inspiração para outras artistas que ainda estão em duvida em se posicionar contra o fascismo.
Não sou fã de Taylor Swift e temia que o documentário fosse parecido com o da Anitta, em que se focou muito na carreira da cantora e pouco em contextos sociais e psicológicos. Mas, no fim ele me surpreendeu e arrasou! Bem montadinho, só poderia ter sido melhor filmado, a fotografia deixou a desejar.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 901 Assista AgoraEssencialmente lésbico! Me fez chorar sem derrubar lágrimas. Céline Sciamma, a diretora, merece toda a glória!
A canção tema do filme, é fenomenal! É uma ode aos livro Guerrilheiras de Monique Wittig, O Calibã e a Bruxa de Silvia Federici e especialmente Freiras Lésbicas de Rosemary Curb e Nancy Manahan.
A filmagem é precisa e te joga dentro da perspectiva das personagens.
O roteiro é divino, simbólico, representativo, expressivo, poético e iluminado!
Quando a mãe sai de cena, o filme finalmente engata em um processo revolucionário. A mãe, enquanto representante da família aparece como tudo aquilo que sustenta as relações de classe e gênero. É lindo como após sua partida, tudo acontece! O amor entre as duas personagens principais. Uma relação livre com a criada, Sophie.
As Montanhas Se Separam
3.7 47 Assista AgoraQue filmaço!!!! Que fotografia é essa? Excelentes movimentos de câmera, iluminação impecável, com um uso incrível de luz natural em algumas cenas. É inacreditável o que é feito com a filmagem desse filme, troca de câmeras e repetição de quadros e sentimentos com cenários completamente diferentes. Tudo isso torna o filme muito profundo, nostálgico e gentil.
É um filme que exige um mergulho e uma entrega da espectadora, não veja em dias preguiçosos! Não adianta ficar preocupada em saber o destino dos personagens, o protagonista nesse filme é o TEMPO e o que ele faz na vida das pessoas.
Deus é Mulher, E Seu Nome é Petúnia
3.7 29Não é um filme fácil! Mas, é um bom filme. Todo o enredo se desenvolve em torno de um único evento, o que pode tornar a experiência mórbida se o espectador não for perseverante. Porém, o desenrolar da trama é recheada de sutilezas, sacadas socio-politicas e ironias institucionais. O ponto alto da trama é retratar a personagem sem transforma-la em heroína ou mártir. Apesar de duramente atingida pelo machismo e pelas estruturas econômicas, Petunia é uma mulher tentando entender a si mesma e encontrar a própria felicidade.
A relação familia de Petunia certamente é a relação mais abusiva e controversa da trama. Foi difícil de acompanhar algumas cenas, apesar de bem executadas me suscitaram sentimentos diversos.
Companheiros
4.3 10Excelentes enquadramentos, entrega um filme muito bom com um baixíssimo orçamento. Surpreendente! Uma especie de "120 Batimentos por Minuto" menos melancólico e mais focado nas trajetórias pessoais dos personagens principais. Linda história de amor e de luta contra o genocidio da população gay no auge da "epidemia de HIV".
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraEu adoro o gênero Scorcese, máfias, italianos e corrupção no sistema político norte-americano. Mas, eu sempre fico me perguntando o que aconteceria se alguém retratasse as "gangues" negras e latinas de Nova York com a mesma condescendência que o "crime branco" é abordado nesses filmes. É impressionante como o cinema norte-americano têm a capacidade de romantizar, humanizar e ironizar assassinatos em massa, corrupção e misoginia quando se trata do crime italiano/judaico/irlandês. Em passo que a vida população negra e latina que vive à margem da legalidade, permanece ultra estereotipada, estigmatizada e mal resumida em grandes produções. Nessa perspectiva, a lógica parece ser a seguinte: o Italiano mata por orgulho, por defesa da familia, para proteger os filhos. Os negros e latinos: matam por maldade, desvio de caráter, falta de conformação social, delinqüência, falta de capacidade de se adequar as normas.
Obviamente, nada disso tira o mérito da direção de Scorcese e as atuação brilhantes! Além de uma produção magnifica no tocante a iluminação e direção de fotografia como um todo. Mas, cabe a reflexão do papel social desses filmes no imaginário american dream.
A Vida Invisível
4.3 645AVISO: esse filme tem cenas explicitas de estupro.
Não recomendo. Me desculpem, mas esse filme é superestimado! A edição é tenebrosa! Mal dá para acreditar que essa é a escolha brasileira para o Oscar. As cenas são muito escuras e em diversos momentos o áudio é mal colocado com os sons do ambiente se sobrepondo às falas. Os diálogos em português são difíceis de compreender e as narrativas das cartas das personagens principais são morbidas! A produção é de baixo nível. E a fotografia falha.
Não bastasse tudo isso, o filme é extremamente pesado!!!! Um daqueles filmes indigestos, no qual violência contra as mulheres é retratada sem o menor bom senso. Parece até que é retratada por e para olhos masculinos. Não me impressiona que muito dos comentários positivos aqui no filmow sejam de homens. Cenas grosseiras, mal trabalhadas e mal dirigidas.
Eu entendo que muitos filmes podem retratar a violência em sua forma crua para levar a reflexão ou ao choque, mas esse filme passa longe disso.
Boy Erased: Uma Verdade Anulada
3.6 402 Assista AgoraSimilar aos filmes "Mal exemplo de Cameron Post" e "Tremores", o filme retrata a jornada de um jovem cristão dentro de um centro de "conversão de homossexuais" religioso. O filme tem muito mais um tom de relato de experiência do que manifesto político, afinal a história é verdadeira e um tanto quanto biográfica. O ponto alto é a relação com os pais do garoto e a forma que a religião se coloca no meio do caminho dos afetos familiares.
É impressionante como Nicole Kidman tem presença em cena, o diretor poderia ter aproveitado mais isso, com enquadramentos mais favoráveis e longos.
Casa Vazia
4.2 409Quanta sensibilidade em um filme só! Um filme para quem realmente admira o cinema sul coreano. Ele possui pouquíssimos diálogos, mas o roteiro cuida bem de entreter o espectador. É uma história de amor, de violência contra a mulher, de luta de classes e arquitetura!
Gênero Sob Ataque
4.5 2Que documentário bem feito! Fiquei impressionada com a habilidade de narrativa, mesmo sendo uma estudiosa das temáticas. O impacto da luta contra a "ideologia de gênero" no acordo de Paz da Colombia é surpreendente. Todos os eventos fundamentais são postos, desde a conferência da ONU de Beijing de 1995 com a participação icônica de Hillary Clinton, até o chocante contexto brasileiro que leva a acensão de Jair Bolsonaro. Extremamente atual, amarra as grandes narrativas políticas com as micro narrativas. Duas participações são cativantes, de Sônia Correa, coordenadora do Observatório de Políticas e Sexualidade e a cantora lésbica Maria Beraldo que cede algumas músicas para a produção. Genial!
Têm online, legendado no youtube! Disponibilizado pela própria realizadora do filme
https://www.youtube.com/watch?v=Aj3St_zUM7M
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraGENIALE!! Que filmão. Eu simplesmente adoro a estética do cinema sul-coreano. Um esquema de cortes e de construção de narrativa muito similar a A Criada de Park Chan-wook. O filme impressionou! Certamente tem um elemento a la Bacurau, com um sentimento de revanchismo de classe, mas mais com uma pegada dos sentimentos humanos e menos da pirotecnia da violência e dos tiros high tech. Se em Bacurau os melhores momentos são os assassinatos, nesse filme o clímax se instaura no momento que os personagens revelam o conflito interior na face.
Um filme necessário que gira várias chaves, do soft power norte-americano, relações de trabalho doméstico e precaridade do sistema economico de garantir seguridade social.
Um dos melhores do ano!
A Lavanderia
3.3 246Não é um filme para dias preguiçosos e cansados. Exige atenção e um mergulho na trama. O filme corre muito bem e finaliza como ninguém! Meryl Streep arrasa, como sempre. Antonio Banderas parece um peixe fora d'agua. Mas, o roteiro é divertidíssimo!
Tremores
3.1 19 Assista AgoraAcabo de ver esse filme na 43ª Mostra Internacional de SP! Achei surpreendente! Adorei a narrativa que traz uma característica pesada a cada cena. É um suspense sem nenhum elemento de terror, exceto o terror social da vida do personagem principal. A espera do espectador pela derrocada de Pablo supera qualquer coisa.
Uma sensibilidade rara e UNICA no retrato da igreja evangélica. Os diálogos que ocorrem nessa esfera são todos muito bem amarrados e reais. O que só revela ainda mais a brutalidade da organização cristã atual.
No filme, optaram por usar lentes e câmeras também de ótica pesada, o que casa lindamente com a narrativa e traz um desenho sombrio. As cenas de conflitos familiares são desempenhadas com maestria e a sexualidade fica como um fio de seda que rege alguns planos.
Pessoalmente, eu pouco conheço sobre a Guatemala e me impressionei pelas relações sociais que permeiam as interações de fé, trabalho e familia. Neste filme a Guatemala transparece como uma sociedade marcada pelo trabalho doméstico servil e mal remunerado, tensas relações sociais marcadas pelas desigualdades, atraso economico e uma misoginia profunda.
O Beijo no Asfalto
4.1 94Maravilhoso! O filme é rodado de um jeito muito louco! Eu fiquei incrédula com o roteiro. A ponte entre cinema e teatro é fenomenal! Vi no cinema São Luis em Recife, depois da reforma e em boa companhia, foi perfeito. Débora Falabella sempre me surpreende com seus trabalhos.
Quem Tem Medo de Virginia Woolf?
4.3 497 Assista AgoraAs atuações, divinas!! O roteiro, apesar de conter excelentes diálogos, não é lá essas coisas e acaba entediando um pouco a espectadora. É um filme difícil de se assistir em casa, mas vale a pena se conseguir pegá-lo em alguma sessão/exibição especial em cinematecas ou cinemas fora do eixo. Se você verá o filme esperando alguma participação de Virginia Woolf, desista. O titulo é mais licença poética do que qualquer outra coisa.
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
4.0 550 Assista AgoraGenial! O filme mais engraçado de Almodovar. Eu adoro o jeito que ele é profundamente apegado aos dilemas das mulheres nos anos 1980. É algo que vai perdendo um pouco a força com o passar dos anos, mas certamente uma marca do diretor. Carmem Maura está incrível! Um filmão de roteiro inacreditável daqueles, para se ver com a diafragma solto e na companhia de gente desenrolada.
A Lei do Desejo
3.8 317 Assista AgoraUma graça de iluminação, com "Ne Me Quitte Pas" na voz da cantora brasileira Maysa Matarazzo! Roteiro intrigante com cenas eróticas belíssimas!
Frozen II
3.6 785O cão está articulado!
Pepi, Luci, Bom
3.5 118 Assista AgoraEsse filme é lésbico!! Não sei como essa informação não têm ênfase na sinopse do filme! Se a espectadora permitir se desapegar de alguns pré-conceitos e ressignificar algumas piadas, com certeza embarcará nesse filme. Eu me acabei de rir com a contradição do "policial" fascista que assedia mulheres na rua e trata a esposa como "mãe", segundo as palavras dela. Outra contradição ótima é a esposa do policial que é uma "boa dona de casa" sadomasoquista, acho inclusive que esse personagem pode fazer o público lésbico rir por motivos próprios! Um hilário retrato da classe média tradicional e da heterossexualidade com aquilo que Almodovar nunca abriu mão: putas, bichas, transviados e artistas! Óbvio, que não é um retrato fiel e coerente da lesbianidade, mas têm várias sacadas interessantes e cômicas.