“Eu fui a faísca que acendeu Flaming Youth, e Colleen Moore foi a tocha. Que pequenas coisas nós somos para ter causado toda essa confusão.”
Para Scott Fitzgerald (autor do quote), esse filme foi o único da época que capturou a verdadeira essência da revolução sexual dos anos 1920. Colleen Moore tinha um print do filme (entre outros seus) em sua coleção particular e doou para o Museu de Arte Moderna de NY achando que seriam devidamente preservados; mas por total desleixo do staff do museu na época, seus filmes doados, incluindo Flaming Youth, estragaram por conta da decomposição do nitrato e se perderam. Hoje só existe um rolo do filme, no total 20 minutos.
Uma versão extensa (quase completa) foi encontrada na Inglaterra em 2021 e está disponível no Youtube (filmagem de uma projeção do print). Corram antes que tirem do ar.
Encontraram na Espanha 2 minutos de trechos do filme, em ótima qualidade! Haviam sido descobertos ainda nos anos 90 mas por total bagunça do museu espanhol, só em 2021 os trechos vieram a público e restaurados. Podem ser vistos online ^^ Tem quem acredite que Salomé foi ainda melhor do que Cleópatra, do ano anterior e também com Theda Bara.
Mais trágica do que Theda Bara, que ainda tem 6 filmes existentes e trechos aleatórios apesar de tudo, a filmografia inteira de Valeska Suratt se perdeu no incêndio da Fox em 1937. É quase impossível que alguma cópia de filme seu tenha sobrevivido, mas a esperança é a última que morre... E de seus filmes, esse parece o mais interessante pelo guarda-roupa icônico! ♥
Esse é uma pena ser perdido, pois é um raro drama com a Clara Bow durante seu auge e ainda foi dirigida pelo William Wellman (mesmo de Asas)! Adoro as comédias despretensiosas da Clara, mas é interessante vê-la num papel mais sério e bem dirigida com um roteiro mais denso. Tristemente os fãs (não só a indústria) queriam vê-la apenas nas comédias de It Girl e a Paramount acatou os pedidos, para a frustração de Clara, que ainda conseguiu ter papéis mais dramáticos já na era sonora. No fim sua carreira terminou, para nossa tristeza, mas estar longe da vida pública deu a ela uma chance de cuidar mais da vida pessoal e da sua saúde mental.
Um dos pre-codes mais procurados da História. Foi estranhamente perdido ao longo do tempo por conta da censura da época (infame Código Hays) que condenou o filme e obrigou a Warner Bros. a sumir com ele. Não se sabe exatamente se a Warner de fato mandou destruir as cópias como circula o boato, mas o fato é que até hoje ninguém foi capaz de encontrar uma cópia desse filme, existem apenas o roteiro e fotos publicitárias. Mas é bem provável que exista sim em alguma coleção privada mundo afora, vamos torcer para que reapareça!
Sim, realmente é lamentável o desinteresse e pensamento comercial de antigamente (que levou por exemplo a Warner a jogar muita coisa antiga no lixo por estar estragada), mas naquela época também não se tinha muita preocupação com preservação e restauração de filmes, o que é muito triste, mas o cinema era e ainda é uma arte muito recente, faltava conhecimento, e antes não tinha a facilidade de um computador, videotape, etc. Mesmo com o cuidado e interesse nos filmes, muitas obras se perderam porque o nitrato é um material extremamente delicado e pode se deteriorar ou pegar fogo com muita facilidade... E nem só problema de estúdio, mas também de particulares e até mesmo de museus: Theda Bara até tinha filmes dela consigo, mas estragaram porque ela não sabia conservar devidamente os rolos; Colleen Moore doou muitos filmes seus para o Museu de Arte Moderna de NY e eles fizeram o desserviço de deixar estragarem antes de restaurar. Enfim. O problema fatal de London After Midnight foi ter se perdido no incêndio da MGM nos anos 60 (e muita coisa foi junto). Até hoje incêndios ainda acontecem, mas felizmente se tem muito mais conhecimento e cuidado com a preservação dos filmes. É possível que ainda exista uma cópia desse filme perdida em algum lugar, filmes estão constantemente reaparecendo, então não vamos perder a esperança :)
Uma pena que esse filmaço pacifista esteja com o último rolo perdido, ainda pouco acessível e com má resolução - com certeza seria considerado uma obra-prima do cinema mudo se estivesse completo e em boa qualidade. Vamos torcer para que seja encontrado o final e/ou que seja mais exibido restaurado para ser relembrado e enaltecido como merece! ♥
Bizarro 10 pessoas terem (supostamente) visto esse filme, que é super raro e até os cinéfilos americanos reclamam de ser quase impossível de ser visto, já que tem problema de direitos autorais e nunca é exibido na TV ou lançado em DVD. No máximo passou em alguns festivais ou pode ser visto através de acervo de museu (minha meta).
Tive uma experiência magnífica ao assistir a esse filme raríssimo no museu George Eastman em Rochester, Nova York. A qualidade da cópia estava excelente (apesar de eu achar que se trata de um copião do filme não completamente editado, e não uma versão para os cinemas). Como a Fox teve um grave incêndio em seu acervo em 1937 (três anos depois do lançamento de Carolina), eu suponho que esse filme tenha perdido outras cópias e seja hoje extremamente raro (até o momento não se encontra online, nem em DVD ou em streaming), alguns estudiosos supunham anos atrás que se tratava até mesmo de um filme perdido! Creio que também por ser uma história do Velho Sul americano, o filme seria problematizado e evitado atualmente. Ou ainda pode ter problema de direitos autorais, vai saber... Quem quiser assistir, basta entrar em contato com a George Eastman por email e pode assistir online com 14 dias de acesso por $25 dólares!
Uma ótima oportunidade de ver a musa japonesa Setsuko Hara em um raro papel ousado e "decadente", bem longe daquela típica mocinha virginal dos filmes do Ozu. Ps: Lembra um pouco o filme Key Largo, com Bogart e Bacall
Filme lindo e encantador, de extrema sensibilidade... É uma fantasia, mas sua beleza está justamente nisso. São obras assim que nos fazem continuar sonhando e acreditando no amor. ♥
Misericórdia, que filme triste... Mas é um debate necessário sobre eutanásia e foi baseado num caso real. Fica meio unilateral no seu decorrer mas é preciso coragem para mostrar o lado controverso, ainda mais numa sociedade hipócrita tão devota ao "direito a vida" a qualquer custo. O filme também não empurra goela abaixo a sua mensagem e deixa meio que em aberto a questão para cada um pensar o que quiser. O fato do personagem ser humano, contido e imperfeito, sem fazer drama forçado, acho que mais o engrandece do que o torna "frio". Numa situação de desespero, fazemos coisas extremas e daí acho bem complicado entregar nas mãos da Justiça e rotular como certo ou errado. O buraco é sempre mais embaixo... É um grande alento, porém, ver o Robert Young em um de seus melhores papéis, já com mais de 80 anos de idade ♥ Tem no Youtube (sem legenda). Recomendo também Direito de Morrer com a Bette Davis e o James Stewart já idosos, também pra TV nos anos 80, que tem uma temática parecida de contemplação da morte na velhice, mas com outra abordagem.
O filme realmente deixa a desejar em muitos aspectos e parece mesmo um filme pra TV (o que não precisa ser necessariamente depreciativo porque já vi vários filmes antigos de TV ótimos e outras grandes produções caras de Hollywood horríveis). Poderia ter sido um filmaço pois o argumento é fascinante, ainda mais a juventude do Walt e seus percalços que a maior parte do público desconhece, mas aí precisava de um roteiro melhor e mais conciso. Seja produção grandiosa ou humilde, o defeito da maioria das biografias de cinema é o didatismo e falta de inspiração para contar uma história (algo que o Walt himself achava o fim da picada), achando que só os atores e a força da personalidade vão carregar o filme e whatever roteiro, direção, etc. Pior de verdade foi notar erros crassos que um Wikipedia/Google teria ajudado a evitar: eles falam por exemplo que Kansas City do Walt é no Kansas, mas na verdade a parte onde ele viveu era no Missouri (os estados fazem divisa), além de alguns anacronismos e erros históricos bizarros extremamente amadores. Mas como é uma produção que mostra mais o lado inspirador e higienizado do Walt, acho que até a própria Disney deu "ok" pro filme. (sou fã dele mas sei que ele tinha muitos defeitos, nem por isso o cancelo)
Enfim, ainda assim, acho que foi uma boa tentativa, considerando o baixo orçamento. Ouvi dizer que a própria filha do Walt, a Diane (já falecida), contribuiu na pré-produção. Mais do que aula de "pequenas empresas, grandes negócios", que tanto enfatizaram nos comentários, pra mim a biografia do Walt é uma lição de vida mesmo: para nunca deixarmos de sonhar e acreditar em nós mesmos, independente das adversidades da vida. Para sempre seguir adiante, apesar de tudo... Ele conheceu o fracasso mais de uma vez, mas soube renascer e se reinventar por toda a vida, até mesmo quando já era dono da Disney houve muitas crises, enfim.
Convido os interessados em conhecer mais sobre a vida de Walt Disney a lerem duas ótimas biografias disponíveis em português: Walt Disney - O Triunfo da Imaginação Americana, por Neal Gabler (a mais completa); e Walt Disney - O Mago da Tela, de Bob Thomas. Também escrevi um artigo sobre a biografia e obra do Walt no meu blog (A Noviça Cinéfila ponto blogspot ponto com), a quem se interessar.
Gostei mais do que esperava! Com certeza é o melhor papel da querida June Allyson, que aqui pôde enfim mostrar mais do seu talento fora das típicas comédias musicais que protagonizava. A história pode ser vista ainda hoje como um conto feminista e de empoderamento muito pertinente, já que apesar das evoluções na sociedade, as mulheres permanecem sendo vítimas de preconceito e desigualdade no mercado de trabalho. Concordo plenamente com o comentário anterior, de que o filme funciona exatamente por não ser panfletário, ativista ou óbvio na sua mensagem - nesse sentido, seguindo o didático do politicamente correto e da falta de imaginação, acho que o cinema até regrediu. Pode ser uma biografia redondinha com os toques típicos da Hollywood clássica (focada demais no lado romântico dos protagonistas), mas aí está justamente o seu charme, eu acho. Melhor um roteiro quadradinho que entretém e emociona do que um monte de reviravoltas mirabolantes vazias ou cenas pseudo-artísticas que não dizem nada. Será que as cinebiografias evoluíram muito de lá pra cá? Até hoje 90% segue sempre a mesma linha lugar-comum de roteiro e abordagem, priorizando mais o trabalho do ator para um Oscar do que o resto da produção... Enfim, acho que a essência do cinema está boa parte em simplesmente contar uma história promovendo entretenimento, identificação, empatia e reflexão. Afinal, como era jargão na indústria antigamente, "se você quer passar uma mensagem, mande um telegrama pela Western Union" hahaha
Depois de muito tempo como raridade na masmorra da MGM, o filme foi recentemente restaurado e digitalizado pelo George Eastman Museum! Se encontra online na internet no site Ok.ru em ótima qualidade de imagem, recomendo :-)
Adoro esse filme, um dos meus favoritos do cinema nacional. Mesmo com as partes datadas e/ou forçadas (vamos lembrar que o mundo era outro em 2001), pra mim continua divertido e emocionante! As atrizes estão maravilhosas. Sei as falas quase todas de cor e nunca canso de rever ♥ Época que a gente ainda podia esperar algo decente da Globo Filmes e cia.
Acho que se fosse um filme europeu dirigido pelo Almodóvar ou tivesse elenco tipo Catherine Deneuve, Isabelle Huppert e cia (tipo Oito Mulheres) com release da Criterion, seria com certeza um filme de comédia mais conceituado e valorizado, mas como é uma produção singela da Globo Filmes e com artistas globais, o viralatismo fala mais alto e termina subestimado e sem o devido valor.
PS: Está completo no Youtube, a quem interessar. Vejam antes que tombem de lá
Gente, não tem sentido comparar essas antologias musicais da Disney, feitas em período de dificuldade durante e depois da Segunda Guerra, com Fantasia... Com a exceção do fato de serem filmes Disney musicais de segmentos sem relação entre si. Fantasia foi feito em 1940 quando a Disney tava na crista da onda e foi um projeto muito mais classudo (com música erudita), experimental e ambicioso artisticamente - tão caro e com pouco retorno que o estúdio amargou financeiramente. Não acho que o estúdio pensasse em reproduzir ou seguir a mesma linha nestes pequenos filmes como Make Mine Music, afinal durante a Guerra e nos primeiros anos do Pós-Guerra o orçamento era muito menor e era mais barato fazer filme de segmentos ou misturas com live action do que um longa-metragem todo animado. O estúdio só se reergueu mesmo com o sucesso de Cinderela, em 1950.
Enfim, acho interessante um pouco de contexto antes de fazerem comparações desproporcionais. Esse filme aqui é menor e não tão memorável, mas simpático e singelo. Sim, a animação tem seus momentos inspirados e experimentais, pois Walt Disney nunca se acomodou em fórmulas de sucesso, sempre buscando novas ideias e possibilidades. Vemos no filme até mesmo traços de melancolia e humor cortante, mas no fim esse conjunto de desenhos passou sem muito sucesso e repercussão. A trilha da época é show e o curta mais marcante pra mim certamente é o da Baleia Cantora (eu tinha o VHS :3)... que foi dublada no original pelo ator e cantor Nelson Eddy (famoso pela sua parceria com Jeanette MacDonald)
É talvez a melhor interpretação dramática da Hedy Lamarr, e Robert Young (ator subestimadíssimo e lindo) também entrega um de seus melhores trabalhos! Clássico esquecido de muita sensibilidade, altamente recomendado.
Flaming Youth
4.2 1“Eu fui a faísca que acendeu Flaming Youth, e Colleen Moore foi a tocha. Que pequenas coisas nós somos para ter causado toda essa confusão.”
Para Scott Fitzgerald (autor do quote), esse filme foi o único da época que capturou a verdadeira essência da revolução sexual dos anos 1920. Colleen Moore tinha um print do filme (entre outros seus) em sua coleção particular e doou para o Museu de Arte Moderna de NY achando que seriam devidamente preservados; mas por total desleixo do staff do museu na época, seus filmes doados, incluindo Flaming Youth, estragaram por conta da decomposição do nitrato e se perderam. Hoje só existe um rolo do filme, no total 20 minutos.
The Gold Diggers
2.5 1Uma versão extensa (quase completa) foi encontrada na Inglaterra em 2021 e está disponível no Youtube (filmagem de uma projeção do print). Corram antes que tirem do ar.
Oliver Twist
5.0 1For your information, apesar dos que marcaram Já Vi, essa versão de Oliver Twist é perdida.
Salomé
3.5 2Encontraram na Espanha 2 minutos de trechos do filme, em ótima qualidade! Haviam sido descobertos ainda nos anos 90 mas por total bagunça do museu espanhol, só em 2021 os trechos vieram a público e restaurados. Podem ser vistos online ^^
Tem quem acredite que Salomé foi ainda melhor do que Cleópatra, do ano anterior e também com Theda Bara.
O Romance de Lena
1Tristemente é um filme perdido, mas um trecho de 4 minutos foi encontrado na China em 2003. Está no Youtube e em boa qualidade!
O Regimento Sinistro
1Infelizmente esse filme do John Wayne é considerado perdido (pelo menos até o momento).
The New York Peacock
1Mais trágica do que Theda Bara, que ainda tem 6 filmes existentes e trechos aleatórios apesar de tudo, a filmografia inteira de Valeska Suratt se perdeu no incêndio da Fox em 1937. É quase impossível que alguma cópia de filme seu tenha sobrevivido, mas a esperança é a última que morre... E de seus filmes, esse parece o mais interessante pelo guarda-roupa icônico! ♥
As Fidalgas da Plebe
1Esse é uma pena ser perdido, pois é um raro drama com a Clara Bow durante seu auge e ainda foi dirigida pelo William Wellman (mesmo de Asas)! Adoro as comédias despretensiosas da Clara, mas é interessante vê-la num papel mais sério e bem dirigida com um roteiro mais denso. Tristemente os fãs (não só a indústria) queriam vê-la apenas nas comédias de It Girl e a Paramount acatou os pedidos, para a frustração de Clara, que ainda conseguiu ter papéis mais dramáticos já na era sonora. No fim sua carreira terminou, para nossa tristeza, mas estar longe da vida pública deu a ela uma chance de cuidar mais da vida pessoal e da sua saúde mental.
Que Semana!
3.0 1Um dos pre-codes mais procurados da História. Foi estranhamente perdido ao longo do tempo por conta da censura da época (infame Código Hays) que condenou o filme e obrigou a Warner Bros. a sumir com ele. Não se sabe exatamente se a Warner de fato mandou destruir as cópias como circula o boato, mas o fato é que até hoje ninguém foi capaz de encontrar uma cópia desse filme, existem apenas o roteiro e fotos publicitárias. Mas é bem provável que exista sim em alguma coleção privada mundo afora, vamos torcer para que reapareça!
Vampiros da Meia Noite
3.8 19Sim, realmente é lamentável o desinteresse e pensamento comercial de antigamente (que levou por exemplo a Warner a jogar muita coisa antiga no lixo por estar estragada), mas naquela época também não se tinha muita preocupação com preservação e restauração de filmes, o que é muito triste, mas o cinema era e ainda é uma arte muito recente, faltava conhecimento, e antes não tinha a facilidade de um computador, videotape, etc. Mesmo com o cuidado e interesse nos filmes, muitas obras se perderam porque o nitrato é um material extremamente delicado e pode se deteriorar ou pegar fogo com muita facilidade... E nem só problema de estúdio, mas também de particulares e até mesmo de museus: Theda Bara até tinha filmes dela consigo, mas estragaram porque ela não sabia conservar devidamente os rolos; Colleen Moore doou muitos filmes seus para o Museu de Arte Moderna de NY e eles fizeram o desserviço de deixar estragarem antes de restaurar. Enfim. O problema fatal de London After Midnight foi ter se perdido no incêndio da MGM nos anos 60 (e muita coisa foi junto). Até hoje incêndios ainda acontecem, mas felizmente se tem muito mais conhecimento e cuidado com a preservação dos filmes. É possível que ainda exista uma cópia desse filme perdida em algum lugar, filmes estão constantemente reaparecendo, então não vamos perder a esperança :)
Ódio!
3.5 1Uma pena que esse filmaço pacifista esteja com o último rolo perdido, ainda pouco acessível e com má resolução - com certeza seria considerado uma obra-prima do cinema mudo se estivesse completo e em boa qualidade. Vamos torcer para que seja encontrado o final e/ou que seja mais exibido restaurado para ser relembrado e enaltecido como merece! ♥
Relíquia de Amor
4.1 1Bizarro 10 pessoas terem (supostamente) visto esse filme, que é super raro e até os cinéfilos americanos reclamam de ser quase impossível de ser visto, já que tem problema de direitos autorais e nunca é exibido na TV ou lançado em DVD. No máximo passou em alguns festivais ou pode ser visto através de acervo de museu (minha meta).
Carolina
3.5 1Tive uma experiência magnífica ao assistir a esse filme raríssimo no museu George Eastman em Rochester, Nova York. A qualidade da cópia estava excelente (apesar de eu achar que se trata de um copião do filme não completamente editado, e não uma versão para os cinemas). Como a Fox teve um grave incêndio em seu acervo em 1937 (três anos depois do lançamento de Carolina), eu suponho que esse filme tenha perdido outras cópias e seja hoje extremamente raro (até o momento não se encontra online, nem em DVD ou em streaming), alguns estudiosos supunham anos atrás que se tratava até mesmo de um filme perdido! Creio que também por ser uma história do Velho Sul americano, o filme seria problematizado e evitado atualmente. Ou ainda pode ter problema de direitos autorais, vai saber...
Quem quiser assistir, basta entrar em contato com a George Eastman por email e pode assistir online com 14 dias de acesso por $25 dólares!
Taifuken no onna
2Uma ótima oportunidade de ver a musa japonesa Setsuko Hara em um raro papel ousado e "decadente", bem longe daquela típica mocinha virginal dos filmes do Ozu.
Ps: Lembra um pouco o filme Key Largo, com Bogart e Bacall
Seu Milagre de Amor
4.1 2Filme lindo e encantador, de extrema sensibilidade... É uma fantasia, mas sua beleza está justamente nisso. São obras assim que nos fazem continuar sonhando e acreditando no amor. ♥
Misericórdia ou crime?
4.0 2Misericórdia, que filme triste... Mas é um debate necessário sobre eutanásia e foi baseado num caso real. Fica meio unilateral no seu decorrer mas é preciso coragem para mostrar o lado controverso, ainda mais numa sociedade hipócrita tão devota ao "direito a vida" a qualquer custo. O filme também não empurra goela abaixo a sua mensagem e deixa meio que em aberto a questão para cada um pensar o que quiser. O fato do personagem ser humano, contido e imperfeito, sem fazer drama forçado, acho que mais o engrandece do que o torna "frio". Numa situação de desespero, fazemos coisas extremas e daí acho bem complicado entregar nas mãos da Justiça e rotular como certo ou errado. O buraco é sempre mais embaixo...
É um grande alento, porém, ver o Robert Young em um de seus melhores papéis, já com mais de 80 anos de idade ♥
Tem no Youtube (sem legenda). Recomendo também Direito de Morrer com a Bette Davis e o James Stewart já idosos, também pra TV nos anos 80, que tem uma temática parecida de contemplação da morte na velhice, mas com outra abordagem.
Walt Antes do Mickey
3.2 167 Assista AgoraO filme realmente deixa a desejar em muitos aspectos e parece mesmo um filme pra TV (o que não precisa ser necessariamente depreciativo porque já vi vários filmes antigos de TV ótimos e outras grandes produções caras de Hollywood horríveis). Poderia ter sido um filmaço pois o argumento é fascinante, ainda mais a juventude do Walt e seus percalços que a maior parte do público desconhece, mas aí precisava de um roteiro melhor e mais conciso. Seja produção grandiosa ou humilde, o defeito da maioria das biografias de cinema é o didatismo e falta de inspiração para contar uma história (algo que o Walt himself achava o fim da picada), achando que só os atores e a força da personalidade vão carregar o filme e whatever roteiro, direção, etc. Pior de verdade foi notar erros crassos que um Wikipedia/Google teria ajudado a evitar: eles falam por exemplo que Kansas City do Walt é no Kansas, mas na verdade a parte onde ele viveu era no Missouri (os estados fazem divisa), além de alguns anacronismos e erros históricos bizarros extremamente amadores. Mas como é uma produção que mostra mais o lado inspirador e higienizado do Walt, acho que até a própria Disney deu "ok" pro filme. (sou fã dele mas sei que ele tinha muitos defeitos, nem por isso o cancelo)
Enfim, ainda assim, acho que foi uma boa tentativa, considerando o baixo orçamento. Ouvi dizer que a própria filha do Walt, a Diane (já falecida), contribuiu na pré-produção. Mais do que aula de "pequenas empresas, grandes negócios", que tanto enfatizaram nos comentários, pra mim a biografia do Walt é uma lição de vida mesmo: para nunca deixarmos de sonhar e acreditar em nós mesmos, independente das adversidades da vida. Para sempre seguir adiante, apesar de tudo... Ele conheceu o fracasso mais de uma vez, mas soube renascer e se reinventar por toda a vida, até mesmo quando já era dono da Disney houve muitas crises, enfim.
Convido os interessados em conhecer mais sobre a vida de Walt Disney a lerem duas ótimas biografias disponíveis em português: Walt Disney - O Triunfo da Imaginação Americana, por Neal Gabler (a mais completa); e Walt Disney - O Mago da Tela, de Bob Thomas. Também escrevi um artigo sobre a biografia e obra do Walt no meu blog (A Noviça Cinéfila ponto blogspot ponto com), a quem se interessar.
A Jovem de Branco
3.5 2Gostei mais do que esperava! Com certeza é o melhor papel da querida June Allyson, que aqui pôde enfim mostrar mais do seu talento fora das típicas comédias musicais que protagonizava. A história pode ser vista ainda hoje como um conto feminista e de empoderamento muito pertinente, já que apesar das evoluções na sociedade, as mulheres permanecem sendo vítimas de preconceito e desigualdade no mercado de trabalho. Concordo plenamente com o comentário anterior, de que o filme funciona exatamente por não ser panfletário, ativista ou óbvio na sua mensagem - nesse sentido, seguindo o didático do politicamente correto e da falta de imaginação, acho que o cinema até regrediu.
Pode ser uma biografia redondinha com os toques típicos da Hollywood clássica (focada demais no lado romântico dos protagonistas), mas aí está justamente o seu charme, eu acho. Melhor um roteiro quadradinho que entretém e emociona do que um monte de reviravoltas mirabolantes vazias ou cenas pseudo-artísticas que não dizem nada. Será que as cinebiografias evoluíram muito de lá pra cá? Até hoje 90% segue sempre a mesma linha lugar-comum de roteiro e abordagem, priorizando mais o trabalho do ator para um Oscar do que o resto da produção... Enfim, acho que a essência do cinema está boa parte em simplesmente contar uma história promovendo entretenimento, identificação, empatia e reflexão. Afinal, como era jargão na indústria antigamente, "se você quer passar uma mensagem, mande um telegrama pela Western Union" hahaha
Sally, Irene e Mary
3.5 1Depois de muito tempo como raridade na masmorra da MGM, o filme foi recentemente restaurado e digitalizado pelo George Eastman Museum! Se encontra online na internet no site Ok.ru em ótima qualidade de imagem, recomendo :-)
A Partilha
3.2 239 Assista AgoraAdoro esse filme, um dos meus favoritos do cinema nacional. Mesmo com as partes datadas e/ou forçadas (vamos lembrar que o mundo era outro em 2001), pra mim continua divertido e emocionante! As atrizes estão maravilhosas. Sei as falas quase todas de cor e nunca canso de rever ♥ Época que a gente ainda podia esperar algo decente da Globo Filmes e cia.
Acho que se fosse um filme europeu dirigido pelo Almodóvar ou tivesse elenco tipo Catherine Deneuve, Isabelle Huppert e cia (tipo Oito Mulheres) com release da Criterion, seria com certeza um filme de comédia mais conceituado e valorizado, mas como é uma produção singela da Globo Filmes e com artistas globais, o viralatismo fala mais alto e termina subestimado e sem o devido valor.
PS: Está completo no Youtube, a quem interessar. Vejam antes que tombem de lá
Música, Maestro!
3.6 25Gente, não tem sentido comparar essas antologias musicais da Disney, feitas em período de dificuldade durante e depois da Segunda Guerra, com Fantasia... Com a exceção do fato de serem filmes Disney musicais de segmentos sem relação entre si. Fantasia foi feito em 1940 quando a Disney tava na crista da onda e foi um projeto muito mais classudo (com música erudita), experimental e ambicioso artisticamente - tão caro e com pouco retorno que o estúdio amargou financeiramente. Não acho que o estúdio pensasse em reproduzir ou seguir a mesma linha nestes pequenos filmes como Make Mine Music, afinal durante a Guerra e nos primeiros anos do Pós-Guerra o orçamento era muito menor e era mais barato fazer filme de segmentos ou misturas com live action do que um longa-metragem todo animado. O estúdio só se reergueu mesmo com o sucesso de Cinderela, em 1950.
Enfim, acho interessante um pouco de contexto antes de fazerem comparações desproporcionais. Esse filme aqui é menor e não tão memorável, mas simpático e singelo. Sim, a animação tem seus momentos inspirados e experimentais, pois Walt Disney nunca se acomodou em fórmulas de sucesso, sempre buscando novas ideias e possibilidades. Vemos no filme até mesmo traços de melancolia e humor cortante, mas no fim esse conjunto de desenhos passou sem muito sucesso e repercussão. A trilha da época é show e o curta mais marcante pra mim certamente é o da Baleia Cantora (eu tinha o VHS :3)... que foi dublada no original pelo ator e cantor Nelson Eddy (famoso pela sua parceria com Jeanette MacDonald)
Walt: O Homem por trás do mito
3.9 7O documentário está no Youtube completo (mas sem legendas em português, infelizmente)
Sex and the City: O Filme
3.4 680 Assista AgoraMas gente, por que ela tinha que desligar a TV na cara da Judy Garland? hahaha heresia define
Sol de Outono
4.0 2É talvez a melhor interpretação dramática da Hedy Lamarr, e Robert Young (ator subestimadíssimo e lindo) também entrega um de seus melhores trabalhos! Clássico esquecido de muita sensibilidade, altamente recomendado.