Julia Ducournau fazendo escola (felizmente): a direção é bacana e a atriz é bastante eloqüente. Algumas situações poderiam ser estendidas e/ou melhor exploradas, havendo suficiente material aqui para engendrar um interessantíssimo longa-metragem. Gostei de como termina (incluindo o perigo anunciado pela imagem após os créditos finais). É uma boa metáfora sobre a puberdade, curti. (WPC>)
Impressionante como as perguntas vão ficando cada vez mais pesadas... Nalguns dos casos, eu pensei comigo mesmo "o que será que eu responderia, nesta situação?". Termina-se com uma pergunta em aberto, muitas outras virão... Simpáticas, ambas as atrizes: amei ver a Sandrine Kiberlain tão jovem! Divertido, poderia até ser um longa, que eu veria e apreciaria! (WPC>)
O garotinho entrevistado é muito simpático e a situação fraternal que dá origem ao curta-metragem é muito interessante (e bonita, no que tange à relação entre eles), mas a abordagem cinematográfica é rasa, dispersa, sem aprofundamento: mostra os dois garotos brincando, um deles dá entrevista para a câmera e acaba... E? (WPC>)
Mergulhando retrospectivamente no universo do animador Marão, fico mais e mais encantado por seu estilo mui particular de surrealismo, combinando, neste caso, referências múltiplas e clichês patenteados por Hollywood, com vistas a uma autocrítica interferentíssima, sobre a ampliação dos horizontes ativos e fantasiosos dos personagens. Muito, muito bom: o título é magnífico! (WPC>)
Empolgado graças a BIZARROS PEIXES DAS FOSSAS ABISSAIS, resolvi conferir este premiado curta-metragem anterior. Gosto muito de como as cores se insurgem na tela, de como as narrativas paralelas obrigam-nos a "olhar para os lados", prestar atenção aos detalhes, enxergar a importância dos pequenos atos e gestos... Percebi que esse é um ponto recorrente nos trabalhos do realizador. Já tornei-me fã! (WPC>)
É um curta-metragem asfixiante em proposta e muito necessário em denúncia. Mas, exceto pelos letreiros iniciais e pela concentração em aspectos de algumas fotografias, não sei se compreendi devidamente o que está sendo abordado. Mas é bonito em sua precificação de algo tão perturbador e doloroso! (WPC>)
Média-metragem impressionante e mui perturbador, repleto de camadas de significação e interpretação. A personificação do protagonista real e ótima e as estratégias de sobreposição sonora, via dublagem, são magistrais e até mesmo surpreendentes. O relato em si, a despeito dos eventos chocantes, é típico, mas o diretor explorou com brilhantismo as possibilidades "estéticas" da esquizofrenia, deixando o espectador em permanente confusão e identificando-se com as dubiedades do personagem-título, que é desnudado ao final. Gratíssima surpresa, que chegou-me num momento de angústia íntima e que, em certa medida, salvou-me a vida. Obrigado! (WPC>)
A idéia ousada é muito boa, mas a aplicação verborrágica titubeia do meio para o final (é perigoso enveredar pelo "humor negro" hoje em dia...). As proposições autocríticas sobre o Capitalismo que a tudo assimila são muito boas, ainda que o convencionalismo do curta-metragem estrague o seu aproveitamento efetivamente cinematográfico. Mas as imagens dos créditos finais são dolorosamente hilárias! (WPC>)
De fato, o grau de abstração que advém da manipulação das imagens é escandaloso, de tão anti-figurativo que a obra original é convertida. O que, para além de suas benesses experimentais, possui também um elã observacional-político: afinal, tratam-se, nos dois casos, de cineastas privilegiados - em âmbito classista - diante de registros imagéticos de trabalhadores. A transformação e pauta faz com que pensemos: até que ponto isso é discursivamente legítimo, e sob quais propósitos? O resultado é o branco, o preto, a montagem, a desconfiança da imagem, a crítica enquanto ato de olhar... Muito bom! (WPC>)
Assisti a este curta-metragem num instante de angústia e fiquei fascinado pela cadência imagética, numa montagem brakhageana que, pelo humanismo - e até otimismo! -proveniente daquilo que é emulado pelas imagens e sons, chega a emular a lógica epifânica encontrada em filmes de Jonas Mekas: o ponto de partida é denuncista, em sua observação das intervenções proletárias, mas o desfecho é explosiva e efusivamemente conciliador. Fui audiovisualmente consolado durante a sessão. Adorei! (WPC>)
O relato possui aquele exagero tragicômico (ou agridoce) que caracteriza alguns filmes da safra Sundance, um apelo 'indie' que gestou toda uma geração de cinéfilos (vários amigos são fãs de NAPOLEON DYMAMITE, do mesmo co-diretor, por exemplo). Há alguns evidentes exageros na narração saudosista e simultaneamente arrependida, mas isso é, mais uma vez, justificado pelos rasgos estilísticos supracitados. Graciosinho! (WPC>)
Inicialmente, fiquei incomodado com o propósito da exposição do pombo a tamanho perigo. Mas cedi rapidamente à mensagem apaziguante, por detrás dos traços que não escamoteavam uma extrema violência. Achei meio despropositada a canção natalina, ao final, mas, conhecendo-se as famosas tréguas natalinas durante a I Guerra Mundial e sabendo-se da origem do argumento do curta-metragem, evidente desde o seu título, relevei. E emocionei-me, comprei a importância da mensagem. Rápido demais, mas marcante em sua brevidade! (WPC>)
Ao final, minha mãe - que estava ao meu lado na sessão - exclamou: "que filme besta, né?". Tivesse sido realizado na década de 1980, talvez funcionasse melhor. Hoje, pareceu batido, anacrônico, deslumbrado, triunfalista. Mas é simpático, ainda que fora de tom e excessivamente patriótico. Parecia que eu estava num simulador de vôo, às vezes!(WPC>)
Cabrunco, que entrega pungente de David Oyelowo à sua interpretação! Fiquei muito impactado frente à maneira súbita com que ocorre o clímax emocional do filme. Aliás, os dois: o tal "crime violento" da sinopse (muitíssimo violento, de fato) e as suas conseqüências vindouras, a fim de validar o título. Gostei muitíssimo, achei muito denso e pesado, em âmbito dramático. E necessário, terapeuticamente, para quem tem coragem de encará-lo! (WPC>)
Demorei para entender o que acontecia e, ao mesmo tempo, ficava fascinado pelos elementos que surgiam na tela, pelos signos paralelos à situação, pela beleza dos traços (à la Marjane Sartrapi), pela melancolia inequívoca... É bonito, em realização, mas também vago e "desperdiçado" em potência, infelizmente. (WPC>)
Um amigo (ou rival, não sei discernir) fez uma interessante observação sobre a tendência mui recorrente dos estudantes de Cinema, em determinado momento, realizarem curtas-metragens sobre os seus avós. Ainda que dotados de sentimento legítimo e de uma saudade sincera, estes filmes tendem a expor a subestimação da atenção dos referidos parentes, quando vivos. É o que ocorre aqui: além de explicitar passatempos mui violentos (caça, pescaria, etc.), o modo como o alter-ego narrativo refere-se aos seus avós parece muito mais culpado que efetivamente encantado. Visualmente, é bonito, claro, mas achei o conteúdo tão repulsivo, em âmbito classista, que não consegui me envolver positivamente... Urgh! (WPC>)
Para uma homenagem centenária, admitamos que o esforço foi preguiçoso (em concepção de enredo): se o interesse era amontoar uma série de personagens famosos, bastava ter publicizado a fotografia afinal captada. Da maneira como foi realizado - em que vários desenhos animados soltam uma piadinha e desaparecem -, achei tedioso e acrítico. Ou melhor: um sintoma da crise criativa que paira sobre o estúdio célebre. Segundo exegetas, a grande emoção advém da análise das fotografias expostas no estúdio, de profissionais célebres. Mas, para quem não os conhece, e dada a celeridade com que tudo é mostrado, não há envolvimento. Infelizmente, comigo não funcionou! (WPC>)
Não conhecia o vídeo original, mas amo a pieguice do agradecimento, do qual, volta e meia, faço uso. Só por ele, eu já teria aderido a este curta-metragem deveras inventivo e gracioso. Mas a montagem epiléptica e super alucinante que se segue, enquanto experimento, transpassa a genialidade: revejo e indico sempre para os meus amigos. Amo de paixão! <3 (WPC>)
A animação é fascinante e a tensão cômica envolvendo a situação é interessante, não obstante desembocar para um desconfortável estudo de papéis sexuais - desconfortável no sentido de que confirma o egoísmo atrelado às personalidades masculinas. Por mais que haja uma preparação para o desfecho, achei o clímax pós-explosivo simplista e interrompido. Mas é um curta-metragem que diverte e impressiona... (Cinco diretores? Caramba!) - WPC>
Muito emocionante a narração do personagem real. E é cativante a simplicidade com que a narrativa avança. Mas é um filme que talvez carecesse de mais tempo para nos tocar efetivamente: é bonito, mas também evasivo, apesar da contundência na proposta temática.. (WPC>)
A produção é tecnicamente fascinante, o garoto protagonista é ótimo, o elenco de coadjuvantes é igualmente elogiável e a cena da leitura de poemas é muito boa. Mas não se consegue nutrir uma simpatia legítima pelo personagem real, nem justificar os seus atos mui equivocados (e suicidas) na busca pela alegada liberdade. Achei o filme emocionalmente forçado - e insosso! (WPC>)
Quando soube do anúncio deste "filme", fiquei muito preocupado que se tratasse de um projeto meramente oportunista, a fim de aproveitar a genialidade do autor recém-falecido. Diante da sessão, o lastro produtivo da marca Saint-Laurent confirmou a minha preocupação. Porém, quando a voz do próprio Godard entra em cena, percebi que ele já deixara esse esboço pronto: suas marcas registradas estão lá, suas comparações e obsessões (até o Brian De Palma é emulado!), seus fundamentos discursivos, seus jogos com a banda sonora e suas frases de efeito, além de sua caligrafia inconfundível e mui graciosa. Impressionante como as sínteses antibelicistas do "enredo" são oportunas para a conjuntura atual: os mesmos conflitos de sempre, que seguem retornando, a ponto de Carlotta, a protagonista adaptada de um romance, se perguntar: "será que algum dia conseguirei viver num local com a possibilidade de reconciliação?". Vi ao lado de minha mãe, que achou estranha a montagem fotográfica e quase paralisada do início, mas eu adorei: senti o finado brilhar através de suas anotações. Um filme póstumo e eternizador. Ótimo! (WPC>)
Apesar do impacto da narrativa e da simpatia extrema das atrizes, a falta de sutileza na direção prejudica os resultados: sim, a denúncia é completamente válida e o roteiro possui importantes questões reivindicativas acerca da saúde feminina, mas algumas decisões (o modo como ocorre a reviravolta, a cena do cofrinho, o 'close-up' nas contas penduradas na geladeira) fazem com que este retrato do 'white trash' estadunidense seja demarcado pelo choque, pela inautenticidade, pela celeridade na provocação, ao invés do incentivo em direção às resoluções. Por esse motivo, ao desfecho, ainda que torçamos pelo bem-estar das personagens, o que fica é a sensação de decepção! (WPC>)
Fiquei muito impressionado com o que é provocado por este filme: a importância de narrar e lembrar, a luta para que as novas gerações não esqueçam os horrores perpetrados pelas anteriores, e não a repitam... Fiquei muito angustiado com o modo zombeteiro como aquelas crianças reagem ao relato emocionado do velhinho sobrevivente. Como bem disseram, não entendi direito o que acontece e/ou é pretendido na segunda metade do curta-metragem, quando há uma imersão surrealista que desperdiça o mote horrorífico, mas os traços da animação são esplêndidos. Um trabalho impressionante, em suma! (WPC>)
Jeanne Perua
3.3 1Julia Ducournau fazendo escola (felizmente): a direção é bacana e a atriz é bastante eloqüente. Algumas situações poderiam ser estendidas e/ou melhor exploradas, havendo suficiente material aqui para engendrar um interessantíssimo longa-metragem. Gostei de como termina (incluindo o perigo anunciado pela imagem após os créditos finais). É uma boa metáfora sobre a puberdade, curti. (WPC>)
Meninas e cães
2.5 2Impressionante como as perguntas vão ficando cada vez mais pesadas... Nalguns dos casos, eu pensei comigo mesmo "o que será que eu responderia, nesta situação?". Termina-se com uma pergunta em aberto, muitas outras virão... Simpáticas, ambas as atrizes: amei ver a Sandrine Kiberlain tão jovem! Divertido, poderia até ser um longa, que eu veria e apreciaria! (WPC>)
Oasis
3.0 2O garotinho entrevistado é muito simpático e a situação fraternal que dá origem ao curta-metragem é muito interessante (e bonita, no que tange à relação entre eles), mas a abordagem cinematográfica é rasa, dispersa, sem aprofundamento: mostra os dois garotos brincando, um deles dá entrevista para a câmera e acaba... E? (WPC>)
Cebolas São Azuis
2.9 1Mergulhando retrospectivamente no universo do animador Marão, fico mais e mais encantado por seu estilo mui particular de surrealismo, combinando, neste caso, referências múltiplas e clichês patenteados por Hollywood, com vistas a uma autocrítica interferentíssima, sobre a ampliação dos horizontes ativos e fantasiosos dos personagens. Muito, muito bom: o título é magnífico! (WPC>)
Chifre de Camaleão
3.6 2Empolgado graças a BIZARROS PEIXES DAS FOSSAS ABISSAIS, resolvi conferir este premiado curta-metragem anterior. Gosto muito de como as cores se insurgem na tela, de como as narrativas paralelas obrigam-nos a "olhar para os lados", prestar atenção aos detalhes, enxergar a importância dos pequenos atos e gestos... Percebi que esse é um ponto recorrente nos trabalhos do realizador. Já tornei-me fã! (WPC>)
La Huella
2.9 1É um curta-metragem asfixiante em proposta e muito necessário em denúncia. Mas, exceto pelos letreiros iniciais e pela concentração em aspectos de algumas fotografias, não sei se compreendi devidamente o que está sendo abordado. Mas é bonito em sua precificação de algo tão perturbador e doloroso! (WPC>)
JAIME
3.6 1Média-metragem impressionante e mui perturbador, repleto de camadas de significação e interpretação. A personificação do protagonista real e ótima e as estratégias de sobreposição sonora, via dublagem, são magistrais e até mesmo surpreendentes. O relato em si, a despeito dos eventos chocantes, é típico, mas o diretor explorou com brilhantismo as possibilidades "estéticas" da esquizofrenia, deixando o espectador em permanente confusão e identificando-se com as dubiedades do personagem-título, que é desnudado ao final. Gratíssima surpresa, que chegou-me num momento de angústia íntima e que, em certa medida, salvou-me a vida. Obrigado! (WPC>)
The Anne Frank Gift Shop
3.3 2A idéia ousada é muito boa, mas a aplicação verborrágica titubeia do meio para o final (é perigoso enveredar pelo "humor negro" hoje em dia...). As proposições autocríticas sobre o Capitalismo que a tudo assimila são muito boas, ainda que o convencionalismo do curta-metragem estrague o seu aproveitamento efetivamente cinematográfico. Mas as imagens dos créditos finais são dolorosamente hilárias! (WPC>)
Motion Picture (La sortie des ouvriers de l'usine Lumière à …
2.3 1 Assista AgoraDe fato, o grau de abstração que advém da manipulação das imagens é escandaloso, de tão anti-figurativo que a obra original é convertida. O que, para além de suas benesses experimentais, possui também um elã observacional-político: afinal, tratam-se, nos dois casos, de cineastas privilegiados - em âmbito classista - diante de registros imagéticos de trabalhadores. A transformação e pauta faz com que pensemos: até que ponto isso é discursivamente legítimo, e sob quais propósitos? O resultado é o branco, o preto, a montagem, a desconfiança da imagem, a crítica enquanto ato de olhar... Muito bom! (WPC>)
Signal 8
3.6 1Assisti a este curta-metragem num instante de angústia e fiquei fascinado pela cadência imagética, numa montagem brakhageana que, pelo humanismo - e até otimismo! -proveniente daquilo que é emulado pelas imagens e sons, chega a emular a lógica epifânica encontrada em filmes de Jonas Mekas: o ponto de partida é denuncista, em sua observação das intervenções proletárias, mas o desfecho é explosiva e efusivamemente conciliador. Fui audiovisualmente consolado durante a sessão. Adorei! (WPC>)
Ninety-Five Senses
3.8 27O relato possui aquele exagero tragicômico (ou agridoce) que caracteriza alguns filmes da safra Sundance, um apelo 'indie' que gestou toda uma geração de cinéfilos (vários amigos são fãs de NAPOLEON DYMAMITE, do mesmo co-diretor, por exemplo). Há alguns evidentes exageros na narração saudosista e simultaneamente arrependida, mas isso é, mais uma vez, justificado pelos rasgos estilísticos supracitados. Graciosinho! (WPC>)
WAR IS OVER!
3.3 30Inicialmente, fiquei incomodado com o propósito da exposição do pombo a tamanho perigo. Mas cedi rapidamente à mensagem apaziguante, por detrás dos traços que não escamoteavam uma extrema violência. Achei meio despropositada a canção natalina, ao final, mas, conhecendo-se as famosas tréguas natalinas durante a I Guerra Mundial e sabendo-se da origem do argumento do curta-metragem, evidente desde o seu título, relevei. E emocionei-me, comprei a importância da mensagem. Rápido demais, mas marcante em sua brevidade! (WPC>)
O Pastor
3.2 11 Assista AgoraAo final, minha mãe - que estava ao meu lado na sessão - exclamou: "que filme besta, né?". Tivesse sido realizado na década de 1980, talvez funcionasse melhor. Hoje, pareceu batido, anacrônico, deslumbrado, triunfalista. Mas é simpático, ainda que fora de tom e excessivamente patriótico. Parecia que eu estava num simulador de vôo, às vezes!(WPC>)
E Depois?
3.2 64 Assista AgoraCabrunco, que entrega pungente de David Oyelowo à sua interpretação! Fiquei muito impactado frente à maneira súbita com que ocorre o clímax emocional do filme. Aliás, os dois: o tal "crime violento" da sinopse (muitíssimo violento, de fato) e as suas conseqüências vindouras, a fim de validar o título. Gostei muitíssimo, achei muito denso e pesado, em âmbito dramático. E necessário, terapeuticamente, para quem tem coragem de encará-lo! (WPC>)
Eeva
3.0 2Demorei para entender o que acontecia e, ao mesmo tempo, ficava fascinado pelos elementos que surgiam na tela, pelos signos paralelos à situação, pela beleza dos traços (à la Marjane Sartrapi), pela melancolia inequívoca... É bonito, em realização, mas também vago e "desperdiçado" em potência, infelizmente. (WPC>)
Paquiderme
3.7 32 Assista AgoraUm amigo (ou rival, não sei discernir) fez uma interessante observação sobre a tendência mui recorrente dos estudantes de Cinema, em determinado momento, realizarem curtas-metragens sobre os seus avós. Ainda que dotados de sentimento legítimo e de uma saudade sincera, estes filmes tendem a expor a subestimação da atenção dos referidos parentes, quando vivos. É o que ocorre aqui: além de explicitar passatempos mui violentos (caça, pescaria, etc.), o modo como o alter-ego narrativo refere-se aos seus avós parece muito mais culpado que efetivamente encantado. Visualmente, é bonito, claro, mas achei o conteúdo tão repulsivo, em âmbito classista, que não consegui me envolver positivamente... Urgh! (WPC>)
Era Uma Vez Um Estúdio
4.4 46Para uma homenagem centenária, admitamos que o esforço foi preguiçoso (em concepção de enredo): se o interesse era amontoar uma série de personagens famosos, bastava ter publicizado a fotografia afinal captada. Da maneira como foi realizado - em que vários desenhos animados soltam uma piadinha e desaparecem -, achei tedioso e acrítico. Ou melhor: um sintoma da crise criativa que paira sobre o estúdio célebre. Segundo exegetas, a grande emoção advém da análise das fotografias expostas no estúdio, de profissionais célebres. Mas, para quem não os conhece, e dada a celeridade com que tudo é mostrado, não há envolvimento. Infelizmente, comigo não funcionou! (WPC>)
Amigo Especial
4.8 1Não conhecia o vídeo original, mas amo a pieguice do agradecimento, do qual, volta e meia, faço uso. Só por ele, eu já teria aderido a este curta-metragem deveras inventivo e gracioso. Mas a montagem epiléptica e super alucinante que se segue, enquanto experimento, transpassa a genialidade: revejo e indico sempre para os meus amigos. Amo de paixão! <3 (WPC>)
Boom
3.1 5A animação é fascinante e a tensão cômica envolvendo a situação é interessante, não obstante desembocar para um desconfortável estudo de papéis sexuais - desconfortável no sentido de que confirma o egoísmo atrelado às personalidades masculinas. Por mais que haja uma preparação para o desfecho, achei o clímax pós-explosivo simplista e interrompido. Mas é um curta-metragem que diverte e impressiona... (Cinco diretores? Caramba!) - WPC>
Pete
3.4 3Muito emocionante a narração do personagem real. E é cativante a simplicidade com que a narrativa avança. Mas é um filme que talvez carecesse de mais tempo para nos tocar efetivamente: é bonito, mas também evasivo, apesar da contundência na proposta temática.. (WPC>)
Invincible
3.3 23A produção é tecnicamente fascinante, o garoto protagonista é ótimo, o elenco de coadjuvantes é igualmente elogiável e a cena da leitura de poemas é muito boa. Mas não se consegue nutrir uma simpatia legítima pelo personagem real, nem justificar os seus atos mui equivocados (e suicidas) na busca pela alegada liberdade. Achei o filme emocionalmente forçado - e insosso! (WPC>)
Trailer do Filme que Nunca Existirá: 'Guerras de Mentira'
4.2 1Quando soube do anúncio deste "filme", fiquei muito preocupado que se tratasse de um projeto meramente oportunista, a fim de aproveitar a genialidade do autor recém-falecido. Diante da sessão, o lastro produtivo da marca Saint-Laurent confirmou a minha preocupação. Porém, quando a voz do próprio Godard entra em cena, percebi que ele já deixara esse esboço pronto: suas marcas registradas estão lá, suas comparações e obsessões (até o Brian De Palma é emulado!), seus fundamentos discursivos, seus jogos com a banda sonora e suas frases de efeito, além de sua caligrafia inconfundível e mui graciosa. Impressionante como as sínteses antibelicistas do "enredo" são oportunas para a conjuntura atual: os mesmos conflitos de sempre, que seguem retornando, a ponto de Carlotta, a protagonista adaptada de um romance, se perguntar: "será que algum dia conseguirei viver num local com a possibilidade de reconciliação?". Vi ao lado de minha mãe, que achou estranha a montagem fotográfica e quase paralisada do início, mas eu adorei: senti o finado brilhar através de suas anotações. Um filme póstumo e eternizador. Ótimo! (WPC>)
Red, White and Blue
3.8 33Apesar do impacto da narrativa e da simpatia extrema das atrizes, a falta de sutileza na direção prejudica os resultados: sim, a denúncia é completamente válida e o roteiro possui importantes questões reivindicativas acerca da saúde feminina, mas algumas decisões (o modo como ocorre a reviravolta, a cena do cofrinho, o 'close-up' nas contas penduradas na geladeira) fazem com que este retrato do 'white trash' estadunidense seja demarcado pelo choque, pela inautenticidade, pela celeridade na provocação, ao invés do incentivo em direção às resoluções. Por esse motivo, ao desfecho, ainda que torçamos pelo bem-estar das personagens, o que fica é a sensação de decepção! (WPC>)
Carta para um Porco
3.1 32 Assista AgoraFiquei muito impressionado com o que é provocado por este filme: a importância de narrar e lembrar, a luta para que as novas gerações não esqueçam os horrores perpetrados pelas anteriores, e não a repitam... Fiquei muito angustiado com o modo zombeteiro como aquelas crianças reagem ao relato emocionado do velhinho sobrevivente. Como bem disseram, não entendi direito o que acontece e/ou é pretendido na segunda metade do curta-metragem, quando há uma imersão surrealista que desperdiça o mote horrorífico, mas os traços da animação são esplêndidos. Um trabalho impressionante, em suma! (WPC>)