Uma das melhores séries que vi esse ano, Rota 66 surpreende pela qualidade das interpretações, pela reconstituição de época (o filme vai dos anos 70 aos 90), pela direção precisa e, principalmente, por lidar com um tema tão urgente e delicado como a violência policial. Baseado no livro do repórter Cacco Barcelos, a série dramatiza o processo de investigação de Cacco ao descobrir os abusos cometidos pelas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA). Ele compara as certidões de óbito com as provas recolhidas e vê que os fatos não batem com os relatórios policiais. A maioria das vítimas, ao contrário do que diz a polícia, não portava armas e não tinha antecedentes criminais. A série vai mais longe ao dramatizar a vida das vítimas e seus familiares, ao mostrar a ação de policiais da ROTA e ao denunciar o espírito de corpo de uma instituição que não investigava possíveis abusos e condecorava quem matasse mais. O tema é atualíssimo, abusos continuam a ser cometidos, mortes e chacinas também. Como na série, pobres e negros são as principais vítimas e, apesar da imprensa denunciar hoje muito mais do que na época, a população continua a apoiar atos violentos, celebrar e votar em políticos que defendem o "bandido bom é bandido morto" e a justificar os abusos.
A minissérie do momento conta a história de Jefrey Dahmer, uma das mais complexas e vis personalidades destrinchadas pela mídia, cuja vida, agora, virou ficção pelos criadores Ryan Murphy e Ian Brennan. Quase tudo mostrado na série é real e, por isso mesmo, difícil de assistir. Para uma pessoa viciada em histórias sobre serial killer como eu, um misto de fascínio e horror predomina. Para além das motivações do assassino e sua psiquê doentia, a série expõe os erros de uma polícia predominantemente preconceituosa e racista. Estamos nos anos 90, ainda não havia a cobrança que a sociedade organizada imprime aos órgãos públicos, e gays e negros pobres eram tratados como subcidadãos. Jefrey, um homem branco, de classe média e boa aparência, usava de seus privilégios para cometer crimes - foram 17 assassinatos. Uma compulsão sexual o levava a matar e comer suas vítimas até que, felizmente, uma dessas vítimas acaba levando a polícia ao apartamento onde descobrem um espojo macabro. Sabia pouco sobre Jefrey e agora sei mais do que gostaria. Gostar de assistir a este tipo de história não deixa de ser um prazer mórbido e produzi-lo é sucesso na certa. É muita gente ganhando dinheiro e prestígio à custa da tristeza dos familiares das vítimas. De qualquer maneira, destrinchar e entender a alma humana não tem preço.
Sabe aquela sobremesa deliciosa que acaba enjoando e dá vontade de deixar os últimos pedaços de lado? A minissérie da Netflix sobre a golpista Anna Delvey deixa essa sensação. Com tom de comédia, farsa e toques de drama, a produção, tem belas locações e reproduz o mundo glamouroso dos milionários de Nova York. A história, por si só, é fascinante, não seria difícil transformá-la em uma ficção de sucesso. Misturando realidade e fantasia, uma miscelânia com pessoas reais e fatos relatados na reportagem da New York Magazine, cuja autora Jessica Pressler, que nome alterado para Vivian Kent e virou co-protagonista da minissérie, talvez seja condescendente demais com Anna Delvey, tratada muitas vezes como vítima do sistema capitalista onde as aparências contam mais do que qualquer outra qualidade.
Gostei de tudo na série menos fo capítulo final: o desfecho apocalíptico não convence, não dá liga com o resto da trama. Roteiro, direção, interpretações e efeitos especiais excelentes, bem acima da média, mas o capítulo final me decepcionou.
O documentário sobre o caso Matsunaga estreou na Netflix dividindo opiniões. Alguns o acusam de ser simpático a Elize. Não acho que seja o caso. A meu ver, o que o filme faz é humanizá-la. Após 5 episódios, vemos um ser humano com defeitos e qualidades, o que não a exime de continuar sendo uma assassina cruel.
Causa estranheza ouvir a própria Elize contar a história do assassinato, mas, à medida que outras vozes interferem no relato, novos pontos de vista aparecem, enriquecendo a narrativa, trazendo elementos que nos fazem duvidar do que ela diz.
Elize está, a maior parte do tempo, em um apartamento claro e bem decorado, não numa prisão sórdida. Nos perguntamos, revoltados: como assim? Pela lei, réus primários e de bom comportamento, após o cumprir 1/6 da pena, progridem para o regime semiaberto e adquirem o direito à saída temporária. Justo ou injusto, ela simplesmente usufruiu de um direito. Durante essa saída, ela abre-se para a documentarista Eliza Capai.
Planejado ou um crime passional? Motivado por interesses, ciúmes ou autodefesa? Havia uma terceira pessoa no local do crime? São perguntas sem resposta.
Prostituição, armas, mulheres bonitas, sexo e muito dinheiro, o caso Matsunaga tem material de sobrra para uma série da Netflix e daria um ótimo filme de ficção. Com certeza não deve ter agradado à família Kitano
Achei estranha a arquitetura escura da cidade, nada a ver com a estética brasileira, as roupas pesadas, o céu nebuloso e descobri que a série, por causa da covid, foi filmada em Montevidéu. Por isso a estranheza.
Mulheres transexuais retratadas com realismo e dignidade deveria ser a norma no audiovisual, mas infelizmente não é. Novelas da Globo caem no estereótipo e os filmes de comédia também. Por isso uma série como Manhãs de Setembro é tão bem vinda. Para completar, entrega um trabalho com muitos méritos. Primeiro a grande revelação Liniker, excelente como uma moto-trans cheia de personalidade, marrenta e orgulhosa (confesso que prefiro ela como atriz do que como cantora). Outros atores como Karine Telles e Thomas Aquino também arrebentam. O enredo da minissérie é leve, simples, mas os personagens são complexos e bem construídos. Há momentos para rir e se emocionar e a participação onipresente da voz de Vanusa cantando seus grandes sucessos e conversando com Cassandra, a protagonista. Estranhei a fotografia escura, os prédios antigos e a falta de vivacidade dos cenário e, pesquisando, descobri que a série foi filmada em Montevidéu no início da pandemia, por precaução. Curtinha, com 5 episódios de 30 minutos cada, mais parece um filme.
Achei a direção maravilhosa, boa construção de personagens, excelente ambientação, mas confesso que o desfecho da trama não me convenceu: achei meio forçado, com muitas reviravoltas...
Não fácil fugir dos clichês ao falar sobre criminalidade e tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Vemos a sensualidade e a crueza dos bailes funks, armas, palavrões, carreiras de cocaína, sexo, mas Dom oferece muito mais do que isso. A história gira em torno da relação entre Dom e seu pai, que faz de tudo para salvar o garoto predestinado a uma vida trágica. Os dois estão em lados opostos: o pai do lado da lei e da responsabilidade e o filho com dois pés fincados na marginalidade e no vício.
Seriado de fôlego, com 8 capítulos eletrizantes de muito drama, humor, ação e reconstituição de época primorosa, o destaque, ao final, fica por conta da direção de atores. Gabriel Leone e Pedro Lima à frente. O diretor Breno Silveira é um craque, sabe extrair emoção dos atores como ninguém.
Outra qualidade da série é a contextualização do ambiente carioca nos anos 60 e 70, mostrando o início da venda de drogas nas favelas e a corrupção policial, inclusive na esfera militar, durante a ditadura, com um general traficando armas para os bandidos, protegido pela cúpula.
Superprodução como pouco se se vê no Brasil, com ampla divulgação, Dom estreou no mundo todo.
Um homem usa seu charme e inteligência para manipular pessoas próximas, roubar turistas desavisados e matá-los quando põem em risco seus planos. Estamos na década de 70, em Bangcock, Tailândia, época em que turistas ocidentais hippies percorriam países asiáticos por motivos religiosos e espirituais. Charles Sobhraj, de origem indiano-tailandesa e nacionalidade francesa, aproveita o ambiente libertário, com sexo e drogas, e aproveita da boa índole dos turistas para arquitetar golpes e assassinatos. Ele faz isso por décadas, fugindo de autoridades e até mesmo de prisões.
O principal responsável pela perseguição e captura de Charles é um diplomata da embaixada holandesa que, apesar da má vontade da polícia e de seus colegas de trabalho, consegue juntar provas suficientes para desvendar os crimes e incriminá-lo. A minisérie conta todas essa história mirabolante através de flash backs, o espectador acompanha o desenrolar com expectativa. O roteiro, no entanto, abusa de contruções clichês para manter o suspense e estender a história por 8 capítulos.
Mais uma daquelas minisséries baseadas em crimes reais, do tipo viciante, O Paraíso e a Serpente é uma superprodução classe A, com preciosa reconstituição de época, direção competente, ótima trilha sonora e atores afiados.
Esta série da Amazon é uma grata surpresa, já na minha lista das melhores. Extremamente bem dirigido e roteirizado por Mathew Weiner, o mesmo de Mad men (que não vi), tratando de temas ousados, complexos e adultos, tem em comum o fato de em cada episódio haver um descendente dos Romanov, família real russa morta durante a revolução comunista. Ainda conta a favor o fato dos episódios serem independentes, ou seja, cada enredo tem histórias diferentes, novos personagens e se passa em uma cidade do planeta. É como assistir um bom filme de cada vez.
A cultura popular brasileira é riquíssima em personagens míticos, entidades, lendas e o diretor de desenho animado Carlos Saldanha, em sua primeira incursão com atores de carne e osso, faz uso dessa mitologia para criar uma trama sombria, talvez na tentativa de fazer uma metáfora sobre a destruição da natureza, sobre a força da grana e do progresso que destrói nosso frágil ecossistema. Saci, Cuca, Bicho-papão, o Boto Cor de Rosa, Iara e Curupira abandonaram o campo e a floresta, talvez expulsos, e vivem agora na cidade.
A série é boa, inventiva, com um enredo que prende a atenção, mas poderia ser menos calcada numa estética roliudiana e inspirar-se mais em Macunaíma, em Mário de Andrade - em suma, ser brasileira não só no conteúdo como na forma. Tomara que a continuação atente para isso.
Carlos Saldanha, apesar de idealizador de Cidade Invisível, não dirige nenhum capítulo, a cargo de Júlia Pacheco, Jordão Alonquel Uchôa e Luis Carone.
Vi 2 capítulos. O primeiro achei competente, bem feito, mas nada demais. Acabei de ver o segundo e achei foda, em termos de edição e efeitos nunca vi nada comparável feito no Brasil. Os atores estão ótimos. Louco para assistir o restante.
Todo Dia a Mesma Noite
4.0 288 Assista AgoraAssisti 2 capítulos e o que posso dizer pelo que vi até agora que é um trabalho e competente, faz jus à memória das vítimas. Parabéns à produção!
Rota 66: A Polícia que Mata (1ª Temporada)
4.3 31Uma das melhores séries que vi esse ano, Rota 66 surpreende pela qualidade das interpretações, pela reconstituição de época (o filme vai dos anos 70 aos 90), pela direção precisa e, principalmente, por lidar com um tema tão urgente e delicado como a violência policial. Baseado no livro do repórter Cacco Barcelos, a série dramatiza o processo de investigação de Cacco ao descobrir os abusos cometidos pelas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA). Ele compara as certidões de óbito com as provas recolhidas e vê que os fatos não batem com os relatórios policiais. A maioria das vítimas, ao contrário do que diz a polícia, não portava armas e não tinha antecedentes criminais. A série vai mais longe ao dramatizar a vida das vítimas e seus familiares, ao mostrar a ação de policiais da ROTA e ao denunciar o espírito de corpo de uma instituição que não investigava possíveis abusos e condecorava quem matasse mais. O tema é atualíssimo, abusos continuam a ser cometidos, mortes e chacinas também. Como na série, pobres e negros são as principais vítimas e, apesar da imprensa denunciar hoje muito mais do que na época, a população continua a apoiar atos violentos, celebrar e votar em políticos que defendem o "bandido bom é bandido morto" e a justificar os abusos.
Dahmer: Um Canibal Americano
4.0 671 Assista AgoraA minissérie do momento conta a história de Jefrey Dahmer, uma das mais complexas e vis personalidades destrinchadas pela mídia, cuja vida, agora, virou ficção pelos criadores Ryan Murphy e Ian Brennan. Quase tudo mostrado na série é real e, por isso mesmo, difícil de assistir. Para uma pessoa viciada em histórias sobre serial killer como eu, um misto de fascínio e horror predomina. Para além das motivações do assassino e sua psiquê doentia, a série expõe os erros de uma polícia predominantemente preconceituosa e racista. Estamos nos anos 90, ainda não havia a cobrança que a sociedade organizada imprime aos órgãos públicos, e gays e negros pobres eram tratados como subcidadãos. Jefrey, um homem branco, de classe média e boa aparência, usava de seus privilégios para cometer crimes - foram 17 assassinatos. Uma compulsão sexual o levava a matar e comer suas vítimas até que, felizmente, uma dessas vítimas acaba levando a polícia ao apartamento onde descobrem um espojo macabro. Sabia pouco sobre Jefrey e agora sei mais do que gostaria. Gostar de assistir a este tipo de história não deixa de ser um prazer mórbido e produzi-lo é sucesso na certa. É muita gente ganhando dinheiro e prestígio à custa da tristeza dos familiares das vítimas. De qualquer maneira, destrinchar e entender a alma humana não tem preço.
Dahmer: Um Canibal Americano
4.0 671 Assista AgoraIrregular, mas muito interessante. O capítulo do bailarino surdo é fantástico, outros são bem menos interessantes.
Inventando Anna
3.4 173 Assista AgoraSabe aquela sobremesa deliciosa que acaba enjoando e dá vontade de deixar os últimos pedaços de lado? A minissérie da Netflix sobre a golpista Anna Delvey deixa essa sensação. Com tom de comédia, farsa e toques de drama, a produção, tem belas locações e reproduz o mundo glamouroso dos milionários de Nova York. A história, por si só, é fascinante, não seria difícil transformá-la em uma ficção de sucesso.
Misturando realidade e fantasia, uma miscelânia com pessoas reais e fatos relatados na reportagem da New York Magazine, cuja autora Jessica Pressler, que nome alterado para Vivian Kent e virou co-protagonista da minissérie, talvez seja condescendente demais com Anna Delvey, tratada muitas vezes como vítima do sistema capitalista onde as aparências contam mais do que qualquer outra qualidade.
Arquivo 81 (1ª Temporada)
3.6 219 Assista AgoraEstou tentando assistir, mas sempre durmo no meio do capítulo.... rssss (Será a série um sonífero?)
Missa da Meia-Noite
3.9 730Tem gente falando de gospel e evangélico, mas é uma igreja católica, tem padre e coroinha...
Missa da Meia-Noite
3.9 730Gostei de tudo na série menos fo capítulo final: o desfecho apocalíptico não convence, não dá liga com o resto da trama. Roteiro, direção, interpretações e efeitos especiais excelentes, bem acima da média, mas o capítulo final me decepcionou.
O Gambito da Rainha
4.4 931 Assista AgoraPor mais que tenha me esforçado, desisti no quarto capítulo. A série não me pegou e achei a atriz meio chata, com a mesma expressão em todas as cenas.
Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime
3.4 387O documentário sobre o caso Matsunaga estreou na Netflix dividindo opiniões. Alguns o acusam de ser simpático a Elize. Não acho que seja o caso. A meu ver, o que o filme faz é humanizá-la. Após 5 episódios, vemos um ser humano com defeitos e qualidades, o que não a exime de continuar sendo uma assassina cruel.
Causa estranheza ouvir a própria Elize contar a história do assassinato, mas, à medida que outras vozes interferem no relato, novos pontos de vista aparecem, enriquecendo a narrativa, trazendo elementos que nos fazem duvidar do que ela diz.
Elize está, a maior parte do tempo, em um apartamento claro e bem decorado, não numa prisão sórdida. Nos perguntamos, revoltados: como assim? Pela lei, réus primários e de bom comportamento, após o cumprir 1/6 da pena, progridem para o regime semiaberto e adquirem o direito à saída temporária. Justo ou injusto, ela simplesmente usufruiu de um direito. Durante essa saída, ela abre-se para a documentarista Eliza Capai.
Planejado ou um crime passional? Motivado por interesses, ciúmes ou autodefesa? Havia uma terceira pessoa no local do crime? São perguntas sem resposta.
Prostituição, armas, mulheres bonitas, sexo e muito dinheiro, o caso Matsunaga tem material de sobrra para uma série da Netflix e daria um ótimo filme de ficção. Com certeza não deve ter agradado à família Kitano
Manhãs de Setembro (1ª Temporada)
4.3 163Achei estranha a arquitetura escura da cidade, nada a ver com a estética brasileira, as roupas pesadas, o céu nebuloso e descobri que a série, por causa da covid, foi filmada em Montevidéu. Por isso a estranheza.
Manhãs de Setembro (1ª Temporada)
4.3 163Mulheres transexuais retratadas com realismo e dignidade deveria ser a norma no audiovisual, mas infelizmente não é. Novelas da Globo caem no estereótipo e os filmes de comédia também. Por isso uma série como Manhãs de Setembro é tão bem vinda. Para completar, entrega um trabalho com muitos méritos. Primeiro a grande revelação Liniker, excelente como uma moto-trans cheia de personalidade, marrenta e orgulhosa (confesso que prefiro ela como atriz do que como cantora). Outros atores como Karine Telles e Thomas Aquino também arrebentam. O enredo da minissérie é leve, simples, mas os personagens são complexos e bem construídos. Há momentos para rir e se emocionar e a participação onipresente da voz de Vanusa cantando seus grandes sucessos e conversando com Cassandra, a protagonista. Estranhei a fotografia escura, os prédios antigos e a falta de vivacidade dos cenário e, pesquisando, descobri que a série foi filmada em Montevidéu no início da pandemia, por precaução. Curtinha, com 5 episódios de 30 minutos cada, mais parece um filme.
Manhãs de Setembro (1ª Temporada)
4.3 163Assisti o primeiro episódio e gostei. Produção delicada, atores entregues e diálogos inspirados.
Mare of Easttown
4.4 655 Assista AgoraAchei a direção maravilhosa, boa construção de personagens, excelente ambientação, mas confesso que o desfecho da trama não me convenceu: achei meio forçado, com muitas reviravoltas...
Dom (1ª Temporada)
4.1 180Não fácil fugir dos clichês ao falar sobre criminalidade e tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Vemos a sensualidade e a crueza dos bailes funks, armas, palavrões, carreiras de cocaína, sexo, mas Dom oferece muito mais do que isso. A história gira em torno da relação entre Dom e seu pai, que faz de tudo para salvar o garoto predestinado a uma vida trágica. Os dois estão em lados opostos: o pai do lado da lei e da responsabilidade e o filho com dois pés fincados na marginalidade e no vício.
Seriado de fôlego, com 8 capítulos eletrizantes de muito drama, humor, ação e reconstituição de época primorosa, o destaque, ao final, fica por conta da direção de atores. Gabriel Leone e Pedro Lima à frente. O diretor Breno Silveira é um craque, sabe extrair emoção dos atores como ninguém.
Outra qualidade da série é a contextualização do ambiente carioca nos anos 60 e 70, mostrando o início da venda de drogas nas favelas e a corrupção policial, inclusive na esfera militar, durante a ditadura, com um general traficando armas para os bandidos, protegido pela cúpula.
Superprodução como pouco se se vê no Brasil, com ampla divulgação, Dom estreou no mundo todo.
Dom (1ª Temporada)
4.1 180Nunca ouvi tanto "Porra" e "Caralho"!!
Dom (1ª Temporada)
4.1 180Assisti o primeiro episódio e amei. Faz tempo que não me emociono com uma série e duas cenas me tocaram. Produção de primeira.
Halston
3.9 67 Assista AgoraVi alguns capítulos e estou gostando muito.
Eles (1ª Temporada)
4.1 551 Assista AgoraBem feita, mas pouco sutil. Achei que a mistura de terror e comentário social não funciona tão bem e os efeitos e trilha sonora passam do tom.
O Paraíso e a Serpente
4.0 124Um homem usa seu charme e inteligência para manipular pessoas próximas, roubar turistas desavisados e matá-los quando põem em risco seus planos. Estamos na década de 70, em Bangcock, Tailândia, época em que turistas ocidentais hippies percorriam países asiáticos por motivos religiosos e espirituais. Charles Sobhraj, de origem indiano-tailandesa e nacionalidade francesa, aproveita o ambiente libertário, com sexo e drogas, e aproveita da boa índole dos turistas para arquitetar golpes e assassinatos. Ele faz isso por décadas, fugindo de autoridades e até mesmo de prisões.
O principal responsável pela perseguição e captura de Charles é um diplomata da embaixada holandesa que, apesar da má vontade da polícia e de seus colegas de trabalho, consegue juntar provas suficientes para desvendar os crimes e incriminá-lo. A minisérie conta todas essa história mirabolante através de flash backs, o espectador acompanha o desenrolar com expectativa. O roteiro, no entanto, abusa de contruções clichês para manter o suspense e estender a história por 8 capítulos.
Mais uma daquelas minisséries baseadas em crimes reais, do tipo viciante, O Paraíso e a Serpente é uma superprodução classe A, com preciosa reconstituição de época, direção competente, ótima trilha sonora e atores afiados.
The Romanoffs (1ª Temporada)
3.8 24Esta série da Amazon é uma grata surpresa, já na minha lista das melhores. Extremamente bem dirigido e roteirizado por Mathew Weiner, o mesmo de Mad men (que não vi), tratando de temas ousados, complexos e adultos, tem em comum o fato de em cada episódio haver um descendente dos Romanov, família real russa morta durante a revolução comunista. Ainda conta a favor o fato dos episódios serem independentes, ou seja, cada enredo tem histórias diferentes, novos personagens e se passa em uma cidade do planeta. É como assistir um bom filme de cada vez.
Cidade Invisível (1ª Temporada)
4.0 751A cultura popular brasileira é riquíssima em personagens míticos, entidades, lendas e o diretor de desenho animado Carlos Saldanha, em sua primeira incursão com atores de carne e osso, faz uso dessa mitologia para criar uma trama sombria, talvez na tentativa de fazer uma metáfora sobre a destruição da natureza, sobre a força da grana e do progresso que destrói nosso frágil ecossistema. Saci, Cuca, Bicho-papão, o Boto Cor de Rosa, Iara e Curupira abandonaram o campo e a floresta, talvez expulsos, e vivem agora na cidade.
A série é boa, inventiva, com um enredo que prende a atenção, mas poderia ser menos calcada numa estética roliudiana e inspirar-se mais em Macunaíma, em Mário de Andrade - em suma, ser brasileira não só no conteúdo como na forma. Tomara que a continuação atente para isso.
Carlos Saldanha, apesar de idealizador de Cidade Invisível, não dirige nenhum capítulo, a cargo de Júlia Pacheco, Jordão Alonquel Uchôa e Luis Carone.
Cidade Invisível (1ª Temporada)
4.0 751Vi 2 capítulos. O primeiro achei competente, bem feito, mas nada demais. Acabei de ver o segundo e achei foda, em termos de edição e efeitos nunca vi nada comparável feito no Brasil. Os atores estão ótimos. Louco para assistir o restante.
Cidade Invisível (1ª Temporada)
4.0 751Louco para assistir!!