Assisti 2 capítulos das temporadas anteriores de The Crown, achei extremamente competente, bem feito, mas a familia real não é um tema que me interessa particularmente e parei de ver. A temporada 4, talvez por retratar personagens recentes, contemporâneos, me instigou. Só posso dizer que não imaginava que ia gostar tanto. O roteirista Peter Morgan não se contenta em mostrar os bastidores da família real e vai fundo nas intrigas políticas, principalmente entre Tatcher e a rainha, e em seu melhor capítulo dramatiza brilhantemente um episódio verídico em que um desempregado invade o palácio, entra no quarto da rainha e dialoga com ela, de igual para igual, em um momento tocante e revelador. A série, apesar de parecer pomposa, é instigante, moderna, com diálogos brilhantes e atores perfeitamente adequados aos personagens reais. Umas das melhores séries que já assisti.
Gostei da série, achei o roteiro bem construído, o diretor José Henrique Fonseca é talentoso (quem não viu filmaço O Homem do Ano com Murilo Benicio corra pra ver), escrevi uma resenha falando bem, mas vou apontar aqui os senões: a atriz que faz a delegada é linda, parece modelo, mas é fraca, a delegacia, como escreveu um crítico, parece uma agência de publicidade (nas séries gringas também) e transformar a escrivã em uma mulher que busca vingança funciona na trama, mas não deixa de ser um péssimo exemplo...
Abrindo um novo filão na Netflix para o audiovisual brasileiro, Bom Dia, Verônica entra com o pé direito no thriller policial, o gênero por excelência do streaming, com produções dos mais diversos países, atraindo uma audiência ávida por entretenimento. Dirigido por José Henrique Fonseca, do excelente O Homem do Ano, com roteiro desenvolvido por Raphael Montes e Ilana Casoy, a trama, muito bem amarrada, prende do início ao fim dos 8 capítulos, com cenas fortes e viradas imprevisíveis, ancorada por ótimos atores. Nessa série não tem favela, tráfico de droga ou problemas sociais, os personagens são da classe média e alta, bem tratados, os cenários são bonitos, assim como as séries européias e norte-americanas, o que deve aplacar o preconceito dos mal informados que tanto reclamam do nosso cinema. Que venham mais trabalhos como esse.
Assisti o primeiro episódio e não me deu vontade de continuar assistindo, apesar de ter amado a interpretação de Judy Davis, que rouba todas as cenas em que aparece...
Mais uma série brasileira da Netflix, a salvação da nossa lavoura cinematográfica devastada pelo desgoverno do Bozo, Boca a Boca poderia ser classificada como uma ficção distópica juvenil com pitadas de drama e comentários sociais. O idealizador da série Esmir Filho (o mesmo de Os Famosos e os Duendes da Morte) usa uma cidadezinha idílica chamada Progresso para falar de preconceitos, divisão de classes, relacionamentos entre pais e filhos, repressão. O personagem principal, interpretado de maneira convicente por Michel Joelsas, é um jovem homossexual bonito, carismático e seguro de si que chega nessa cidade modelo. Depois de uma festa, os jovens desenvolvem sintomas de uma doença transmitida pelo beijo (qualquer semelhança com o vírus da covid é mera coincidência). Em seis capítulos curtos a história se desenvolve de modo satisfatório, dizendo a que veio nos últimos dois capítulos. A série é desigual, há momentos muito interessantes e outros clichês, com diálogos pomposos, mas vale a pena ser vista. A direção é inventiva, a parte técnica bem realizada e há uma "mensagem" final que não podemos desconsiderar. Confesso que preferia que a Netflix produzisse séries brasileiras sobre temas mais urgente e relevantes como violência policial, por exemplo, sobre a situação dos indígenas ou preconceito racial.
A partir do capítulo 5 a série esquentou, começou a dizer a que veio, começou a ficar interessante. Michael Joelsas me surpreendeu, quem diria que viraria um excelente ator, além de gato...
Assisti a 2 episódios e estou gostando. A série tem um ar de mistério que me deixou curioso, atores bem escalados e tenta fugir do lugar comum das tramas adolescentes. E algumas cenas sexy.
Assinei a GloboPlay apenas para assistir ao documentário de seis capítulos sobre Marielle Franco e o motorista Anderson com a intenção de saber tudo sobre o assassinato. O problema é que, como a maioria das investigações da Polícia Civil, os métodos e abordagens são falhos, pouco elucidativos e sujeitos à pressões externas. Demoraram mais de ano para indiciarem os dois suspeitos e, mesmo assim, eles não confessaram e dúvidas persistem. Dirigido por Caio Cavechini, sem narração, com linguagem cinematográfica, talvez inspirado pelos trabalhos da NetFlix, o filme esmiúça a vida de Marielle e Anderson, acompanha e entrevista seus familiares, fala da repercussão no Brasil e no mundo, do seu trabalho na câmara, e, no final, concentra-se no episódio da morte e nas investigações. Difícil não se emocionar e se indignar, mas é frustante saber que os mandantes estão livre e soltos, que a milícia continua atuante no Rio de Janeiro e os governos estadual e federal implementam uma política de segurança na contramão do que ela acreditava. Hoje ela é uma mártir da esquerda, um nome que suscita ódio e veneração. Sua morte, na prática, acirrou o debate e pouco contribuiu para que a sociedade repensasse suas convicções. A repressão policial e o encarceramento fracassaram e a violência persiste: quem essa sofre essa violência é o negro e favelado (e os próprios policiais).
A minissérie Narcos é fora de série. Ao mesmo tempo que cria, de maneira eficiente, um painel dos acontecimentos políticos e sociais que marcaram a história da Colômbia a partir dos anos 80, com detalhes estarrecedores, humaniza os personagens principais. Produção multinacional, com atores e técnicos do Brasil, Colômbia, México, Argentina, Venezuela, Estados Unidos, falado em espanhol e inglês, Narcos consolidou o reinado da NetFlix nos serviços de streaming, tornando-se um fenômeno mundial. A direção geral é de José Padilha (Tropa de Elite), Wagner Moura interpreta Pablo Escobar e a música tema foi composta por Rodrigo Amarante, ex Los Ermanos. O roteiro, do norte-americano Chris Brancato, entre outros três roteiristas, ficcionaliza situações, inventa personagens com propósitos dramatúrgicos, mas se atém aos fatos históricos .
O investimento pesado da NetFlix transparece na produção riquíssima. Filmaram in loco e não economizaram na reconstituição de época, cenários, figurinos, equipamentos do exército e polícia, no trabalho de pesquisa e na contratação de profissionais de primeiro time. É interessante fazer uma comparação com o Brasil, país com perfil social e econômico semelhante. A diferença é que lá o problema do tráfico de drogas chegou a outro patamar. Em certo momento, Pablo era mais poderoso que o próprio presidente da República. Seus métodos eram o terror e o assistencialismo. Ele ocupou o espaço do poder público, atraiu a simpatia dos cidadãos, e comprou polícia e instituições. Aqui no Brasil a influência das facções criminosas não chegaram nem perto da do Cartel de Cali ou Medellin na Colômbia. Os Estados Unidos entraram como fiador O principal consumidor de drogas do mundo financiaram o poder de Pablo, enquanto CIA e ao DEA (Drug Enforcement Administration), órgão norte-americano de repressão às drogas, envolveram-se até a alma com essa terrível realidade.
Funk, tráfico de drogas e religião evangélica dominam as periferias das grandes cidades – a nova série brasileira da Netflix decidiu apostar nesses temas para falar de uma realidade explorada na TV e cinema, em geral, de maneira caricata ou inverossímil. Projeto do diretor de clipes do YouTube Konzilla, produzida por Los Bragas, Sintonia consegue ser fiel ao que se passa hoje nesses lugares onde o poder público, na figura do policial, surge para reprimir a venda de drogas, ou se aproveitar do dinheiro ganho com elas, muito mais do que investir em saúde ou educação.
Os três personagens principais da série Doni (MC Jottapê), Nando (Christian Malheiros) e Rita (Bruna Mascarenhas) representam tipos comuns em bairros de classe baixa: o que entra para o crime, o que sonha ser artista e a que segue a carreira “eclesiástica” como modo de subir na vida e sustentar-se. A fidelidade com que a série lida com os dilemas dos personagens é seu diferencial, muito embora o tom do roteiro resvale para o didatismo e a direção, em alguns momentos, para o novelesco.
Konzila convive há muito tempo com cantores de funk, conhece o universo no qual esse gênero gravita, entre o sucesso comercial e a marginalidade. Muito mais do que o sertanejo, essa é a batida da juventude (a crítica especializa torce o nariz). Há muitas histórias para serem contadas nesse campo e a Netflix talvez seja o veículo ideal para exibi-las, aqui de maneira palatável, sem proibidões, cenas de sexo como se vê nos bailes funk e violência explícita. Paulo Bronks, figura da internet conhecida como “É o Bronks” foi um dos consultores para o texto da série e ex-presidiários, que passaram por oficinas de atuação em uma penitenciária em Guarulhos, interpretam personagens secundários.
Vi 2 episódios e até agora me surpreendeu pelo realismo como os dilemas da juventude da periferia são retratados, espremido entre a falta de oportunidade e o esfacelamento familiar. A edição frenética tem o ritmo do funk. É nois na fita...
Acabei de ver o primeiro capítulo e amei: com cenas íntimas e bem encenadas, os personagens são introduzidos e as ações também, naturalmente, sem esforço. Apesar dos toques cômicos do roteiro, o bagulho é sério, é Brasil!
Olhos que Condenam, minissérie da Netflix dirigida pela cineasta Ava DuVernay, ficcionaliza o caso de cinco jovens negros condenados pelo estupro de Trisha Meili, uma investidora bancária, ocorrido no Central Park em 1989. Em 2002 eles são absolvidos e, após acordo com a prefeitura de Nova York, indenizados em 41 milhões por erro judicial em 2014. Ava Duvernay é uma cineastra negra, militante, responsável por Selma, filme sobre a caminhada que mudou os rumos dos direitos civis nos Estados Unidos nos anos 60, com participação de Martin Luther King, e um dos nomes em ascensão na cinematografia norte-americana.
Dividida em quatro capítulos, a série, além de contar o ocorrido, se detém na história dos jovens e suas famílias, antes e depois de serem acusados, humanizando-os. Além disso, questiona a influência de Donald Trump, na época empresário do ramo imobiliário, da mídia e do próprio judiciário no afã de encontrar culpados e tratar os jovens como animais. A diretora DuVernay tem um olhar atento aos detalhes da encenação, às questões sentimentais, às emoções afloradas. Os atores são muito bem aproveitados. Embora talentosa, a meu ver, ela pesa um pouco a mão no drama e no uso da trilha sonora.
Muitos brasileiros criticam a polícia e o sistema judiciário brasileiro e costumam compará-lo com a polícia e o judiciário norte-americanos, apontados como mais eficientes e justos. Uma série de filmes e documentários recentes põe por terra essa visão, ao esmiuçarem investigações e julgamentos influenciados por jogos de interesses econômicos e políticos, erros crassos, perseguição a minorias e racismo. As instituições refletem a sociedade e numa sociedade capitalista e liberal, onde dinheiro significa poder e poder significa influência, coitado de quem não tem poder e influência. O fato de disporem de profissionais treinados, bem remunerados e equipamentos avançados não ajudam tanto porque tudo isso pode ser usado por quem detém os meios coercitivos.
1994. Luis Donaldo Colosio, então Secretário do Desenvolvimento Social, é escolhido candidato à presidência do México por Carlos Salinas de Gortari, presidente em exercício. O PRI (Partido Revolucionário Institucional) domina o poder há décadas – para se eleger basta ser aceito pela cúpula partidária. Disputas de poder e interesses escusos dificultam a campanha de Dolosio. Para completar, sua esposa descobre ter câncer pouco antes ser assassinado durante um comício, transmitido ao vivo e a cores. As imagens do atentado circulam pelo país.
A série dirigida por Natalia Belistáin e Hiromi Kamata, da NetFlix, reconstitui, passo a passo, o assassinato ocorrido em 1994 e dramatiza a história dos personagens envolvidos. Vemos o policial da cidade onde o crime ocorreu, Tijuana, investigando por conta própria, indo atrás de provas, a despeito da Polícia Federal mexicana ter pouco ou nenhum interesse em descobrir a verdade. A mistura de ficção e realidade faz da série um suspense eletrizante e um painel histórico de uma realidade presente na américa latina.
Os anos dourados estão de volta na série brasileira da NetFlix “Coisa Mais Linda”. Bossa nova, mulheres bonitas, sol e mar formam o cerne da história de quatro mulheres empoderadas na luta contra uma sociedade patriarcal e preconceituosa.
Maria Luiza quer independência financeira e emocional, Lígia quer ser cantora, Thereza é uma jornalista bem sucedida e Adélia, fugindo universo de classe média alta onde a história se passa, é negra, moradora da favela e empregada doméstica.
As atrizes Maria Casadevali, Fernanda Vasconcelos, Mel Lisboa e Patricia de Jesus dão almas às personagens e provocam empatia nas telespectadoras (e telespectadores sensíveis).
A ideia dos produtores é criar um melodrama sobre o universo feminino sem cair no vitimismo e sem deixar de mostrar as limitações da época. O roteiro é irregular, com alguns momentos inspirados, e a reconstituição de época lembra cartões postais. Se a história das quatro convence, as músicas cantadas por Lígia e por Chico (claramente inspirado em Tom Jobim), estão longe do melhor da bossa nova.
A Netflix oferece ao espectador a possibilidade de assistir produções do mundo todo, com atores, diretores e produtores locais: é gratificante conhecer diferentes culturas, costumes, modo de vida, ouvir línguas que não sejam só o inglês. Há muitos filmes e séries excelentes de países como Japão, México, Colômbia, Alemanha, França, Brasil, Rússia, Irã, entre tantos países. Das últimas minisséries que assisti, destaco o indiano Crime em Deli pela complexidade do tema e eficácia em ficcionalizá-la.
A produção reconstitui as consequências do crime de estupro de jovem por uma gangue de seis rapazes em um ônibus coletivo nas ruas de Nova Deli. O estupro chamou a atenção da sociedade indiana pela crueldade com que foi praticado, com pormenores inacreditáveis. O roteiro multifacetado consegue juntar de maneira brilhante as pontas da investigação e as particularidades da polícia indiana. Diferente dos policiais ocidentais, os indianos quase não portam armas nem usam algemas (os réus são levados pela mão). Não há estrutura mínima para trabalhar nas delegacias e as coisas são resolvidas na base da gambiarra. Apesar da fama de corrupta e ineficiente, o seriado tenta entender essa situação, contextualizá-la, e não apenas denunciá-la. Há um esforço das autoridades em superar limitações e solucionar o caso o mais breve possível. “Não é só uma ilustração do mau, é sobre o rescaldo do crime e como as pessoas lidaram com ele”, diz o diretor canadense-indiano Richie Mehta.
José Padilha começou bem com Tropa de Elite, mostrou a que veio. Embora maniqueísta, o filme é vigoroso, matou a sede dos que defendem justiça com as próprias mãos. O Tropa 2 é mais bem resolvido, mais complexo e adulto. Aí veio Robocop, trabalho competente, mas sem brilho. Com Narcos se projetou internacionalmente. O roteiro é brilhante, a produção rica, atores ótimos. Veio 7 Dias em Entebe, filme sobre o sequestro de um avião por palestinos. Estreou em Berlim e foi muito criticado. Meteram o pau. Com o Mecanismo ele dá mais um passo em falso na carreira. A série usa todos os truques usados em Tropa sem os mesmos efeitos. É cansativo, sem brilho. Será que seu talento se esvaiu?
Assisti o primeiro capítulo e achei cansativo o excesso de narração. Selton Mello está chato e pouco convincente em seus arroubos de violência, achei o personagem mal construído. Delegado da PF ganha bem, mais de 20 mil por mês - e o tempo todo ele reclama do salário. Padilha é um bom diretor, mas seu estilo está se tornando repetitivo e suas ideias reacionárias, moralistas. Vou contunuar assistindo só pre ver no que vai dar. Talvez seja o caso de contratar um diretor estrangeiro p fazer um filme sobre a LavaJato com isenção. Quem sabe michael Moore. Esse negócio de tornar policial herói é muito chato, são seres humanos.
Lupin (Parte 1)
4.0 332 Assista AgoraComo resistir a Omar Sy? Assim como seu ator principal, a série é irresistível, um pouco irregular, mas irresistível mesmo assim.
The Crown (4ª Temporada)
4.5 246 Assista AgoraAssisti 2 capítulos das temporadas anteriores de The Crown, achei extremamente competente, bem feito, mas a familia real não é um tema que me interessa particularmente e parei de ver. A temporada 4, talvez por retratar personagens recentes, contemporâneos, me instigou. Só posso dizer que não imaginava que ia gostar tanto. O roteirista Peter Morgan não se contenta em mostrar os bastidores da família real e vai fundo nas intrigas políticas, principalmente entre Tatcher e a rainha, e em seu melhor capítulo dramatiza brilhantemente um episódio verídico em que um desempregado invade o palácio, entra no quarto da rainha e dialoga com ela, de igual para igual, em um momento tocante e revelador. A série, apesar de parecer pomposa, é instigante, moderna, com diálogos brilhantes e atores perfeitamente adequados aos personagens reais. Umas das melhores séries que já assisti.
Ninguém Tá Olhando (1ª Temporada)
3.9 174 Assista AgoraNão tinha ouvido falar, comecei a ver hoje por causa do Grammy e estou adorando. Tem uma leveza e frescor que contagia...
A Maldição da Mansão Bly
3.9 924 Assista AgoraVi o primeiro capítulo e não gostei, vou tentar ver um pouco mais....
Bom Dia, Verônica (1ª Temporada)
4.2 760 Assista AgoraEntrou no top 10 da Netflix Brasil...
Bom Dia, Verônica (1ª Temporada)
4.2 760 Assista AgoraGostei da série, achei o roteiro bem construído, o diretor José Henrique Fonseca é talentoso (quem não viu filmaço O Homem do Ano com Murilo Benicio corra pra ver), escrevi uma resenha falando bem, mas vou apontar aqui os senões: a atriz que faz a delegada é linda, parece modelo, mas é fraca, a delegacia, como escreveu um crítico, parece uma agência de publicidade (nas séries gringas também) e transformar a escrivã em uma mulher que busca vingança funciona na trama, mas não deixa de ser um péssimo exemplo...
Bom Dia, Verônica (1ª Temporada)
4.2 760 Assista AgoraAbrindo um novo filão na Netflix para o audiovisual brasileiro, Bom Dia, Verônica entra com o pé direito no thriller policial, o gênero por excelência do streaming, com produções dos mais diversos países, atraindo uma audiência ávida por entretenimento. Dirigido por José Henrique Fonseca, do excelente O Homem do Ano, com roteiro desenvolvido por Raphael Montes e Ilana Casoy, a trama, muito bem amarrada, prende do início ao fim dos 8 capítulos, com cenas fortes e viradas imprevisíveis, ancorada por ótimos atores. Nessa série não tem favela, tráfico de droga ou problemas sociais, os personagens são da classe média e alta, bem tratados, os cenários são bonitos, assim como as séries européias e norte-americanas, o que deve aplacar o preconceito dos mal informados que tanto reclamam do nosso cinema. Que venham mais trabalhos como esse.
Ratched (1ª Temporada)
3.8 393 Assista AgoraAssisti o primeiro episódio e não me deu vontade de continuar assistindo, apesar de ter amado a interpretação de Judy Davis, que rouba todas as cenas em que aparece...
Boca a Boca (1ª Temporada)
3.8 168 Assista AgoraMais uma série brasileira da Netflix, a salvação da nossa lavoura cinematográfica devastada pelo desgoverno do Bozo, Boca a Boca poderia ser classificada como uma ficção distópica juvenil com pitadas de drama e comentários sociais. O idealizador da série Esmir Filho (o mesmo de Os Famosos e os Duendes da Morte) usa uma cidadezinha idílica chamada Progresso para falar de preconceitos, divisão de classes, relacionamentos entre pais e filhos, repressão. O personagem principal, interpretado de maneira convicente por Michel Joelsas, é um jovem homossexual bonito, carismático e seguro de si que chega nessa cidade modelo. Depois de uma festa, os jovens desenvolvem sintomas de uma doença transmitida pelo beijo (qualquer semelhança com o vírus da covid é mera coincidência). Em seis capítulos curtos a história se desenvolve de modo satisfatório, dizendo a que veio nos últimos dois capítulos. A série é desigual, há momentos muito interessantes e outros clichês, com diálogos pomposos, mas vale a pena ser vista. A direção é inventiva, a parte técnica bem realizada e há uma "mensagem" final que não podemos desconsiderar. Confesso que preferia que a Netflix produzisse séries brasileiras sobre temas mais urgente e relevantes como violência policial, por exemplo, sobre a situação dos indígenas ou preconceito racial.
Boca a Boca (1ª Temporada)
3.8 168 Assista AgoraA partir do capítulo 5 a série esquentou, começou a dizer a que veio, começou a ficar interessante. Michael Joelsas me surpreendeu, quem diria que viraria um excelente ator, além de gato...
Boca a Boca (1ª Temporada)
3.8 168 Assista AgoraAssisti a 2 episódios e estou gostando. A série tem um ar de mistério que me deixou curioso, atores bem escalados e tenta fugir do lugar comum das tramas adolescentes. E algumas cenas sexy.
Marielle, O Documentário
4.2 55Assinei a GloboPlay apenas para assistir ao documentário de seis capítulos sobre Marielle Franco e o motorista Anderson com a intenção de saber tudo sobre o assassinato. O problema é que, como a maioria das investigações da Polícia Civil, os métodos e abordagens são falhos, pouco elucidativos e sujeitos à pressões externas. Demoraram mais de ano para indiciarem os dois suspeitos e, mesmo assim, eles não confessaram e dúvidas persistem. Dirigido por Caio Cavechini, sem narração, com linguagem cinematográfica, talvez inspirado pelos trabalhos da NetFlix, o filme esmiúça a vida de Marielle e Anderson, acompanha e entrevista seus familiares, fala da repercussão no Brasil e no mundo, do seu trabalho na câmara, e, no final, concentra-se no episódio da morte e nas investigações. Difícil não se emocionar e se indignar, mas é frustante saber que os mandantes estão livre e soltos, que a milícia continua atuante no Rio de Janeiro e os governos estadual e federal implementam uma política de segurança na contramão do que ela acreditava. Hoje ela é uma mártir da esquerda, um nome que suscita ódio e veneração. Sua morte, na prática, acirrou o debate e pouco contribuiu para que a sociedade repensasse suas convicções. A repressão policial e o encarceramento fracassaram e a violência persiste: quem essa sofre essa violência é o negro e favelado (e os próprios policiais).
Narcos (2ª Temporada)
4.4 460 Assista AgoraNarcos
A minissérie Narcos é fora de série. Ao mesmo tempo que cria, de maneira eficiente, um painel dos acontecimentos políticos e sociais que marcaram a história da Colômbia a partir dos anos 80, com detalhes estarrecedores, humaniza os personagens principais. Produção multinacional, com atores e técnicos do Brasil, Colômbia, México, Argentina, Venezuela, Estados Unidos, falado em espanhol e inglês, Narcos consolidou o reinado da NetFlix nos serviços de streaming, tornando-se um fenômeno mundial. A direção geral é de José Padilha (Tropa de Elite), Wagner Moura interpreta Pablo Escobar e a música tema foi composta por Rodrigo Amarante, ex Los Ermanos. O roteiro, do norte-americano Chris Brancato, entre outros três roteiristas, ficcionaliza situações, inventa personagens com propósitos dramatúrgicos, mas se atém aos fatos históricos .
O investimento pesado da NetFlix transparece na produção riquíssima. Filmaram in loco e não economizaram na reconstituição de época, cenários, figurinos, equipamentos do exército e polícia, no trabalho de pesquisa e na contratação de profissionais de primeiro time. É interessante fazer uma comparação com o Brasil, país com perfil social e econômico semelhante. A diferença é que lá o problema do tráfico de drogas chegou a outro patamar. Em certo momento, Pablo era mais poderoso que o próprio presidente da República. Seus métodos eram o terror e o assistencialismo. Ele ocupou o espaço do poder público, atraiu a simpatia dos cidadãos, e comprou polícia e instituições. Aqui no Brasil a influência das facções criminosas não chegaram nem perto da do Cartel de Cali ou Medellin na Colômbia. Os Estados Unidos entraram como fiador O principal consumidor de drogas do mundo financiaram o poder de Pablo, enquanto CIA e ao DEA (Drug Enforcement Administration), órgão norte-americano de repressão às drogas, envolveram-se até a alma com essa terrível realidade.
Sintonia (1ª Temporada)
3.6 174 Assista AgoraFunk, tráfico de drogas e religião evangélica dominam as periferias das grandes cidades – a nova série brasileira da Netflix decidiu apostar nesses temas para falar de uma realidade explorada na TV e cinema, em geral, de maneira caricata ou inverossímil. Projeto do diretor de clipes do YouTube Konzilla, produzida por Los Bragas, Sintonia consegue ser fiel ao que se passa hoje nesses lugares onde o poder público, na figura do policial, surge para reprimir a venda de drogas, ou se aproveitar do dinheiro ganho com elas, muito mais do que investir em saúde ou educação.
Os três personagens principais da série Doni (MC Jottapê), Nando (Christian Malheiros) e Rita (Bruna Mascarenhas) representam tipos comuns em bairros de classe baixa: o que entra para o crime, o que sonha ser artista e a que segue a carreira “eclesiástica” como modo de subir na vida e sustentar-se. A fidelidade com que a série lida com os dilemas dos personagens é seu diferencial, muito embora o tom do roteiro resvale para o didatismo e a direção, em alguns momentos, para o novelesco.
Konzila convive há muito tempo com cantores de funk, conhece o universo no qual esse gênero gravita, entre o sucesso comercial e a marginalidade. Muito mais do que o sertanejo, essa é a batida da juventude (a crítica especializa torce o nariz). Há muitas histórias para serem contadas nesse campo e a Netflix talvez seja o veículo ideal para exibi-las, aqui de maneira palatável, sem proibidões, cenas de sexo como se vê nos bailes funk e violência explícita. Paulo Bronks, figura da internet conhecida como “É o Bronks” foi um dos consultores para o texto da série e ex-presidiários, que passaram por oficinas de atuação em uma penitenciária em Guarulhos, interpretam personagens secundários.
Sintonia (1ª Temporada)
3.6 174 Assista AgoraVi 2 episódios e até agora me surpreendeu pelo realismo como os dilemas da juventude da periferia são retratados, espremido entre a falta de oportunidade e o esfacelamento familiar. A edição frenética tem o ritmo do funk. É nois na fita...
Pico da Neblina (1ª Temporada)
4.4 62Acabei de ver o primeiro capítulo e amei: com cenas íntimas e bem encenadas, os personagens são introduzidos e as ações também, naturalmente, sem esforço. Apesar dos toques cômicos do roteiro, o bagulho é sério, é Brasil!
Olhos que Condenam
4.7 680 Assista AgoraOlhos que Condenam, minissérie da Netflix dirigida pela cineasta Ava DuVernay, ficcionaliza o caso de cinco jovens negros condenados pelo estupro de Trisha Meili, uma investidora bancária, ocorrido no Central Park em 1989. Em 2002 eles são absolvidos e, após acordo com a prefeitura de Nova York, indenizados em 41 milhões por erro judicial em 2014. Ava Duvernay é uma cineastra negra, militante, responsável por Selma, filme sobre a caminhada que mudou os rumos dos direitos civis nos Estados Unidos nos anos 60, com participação de Martin Luther King, e um dos nomes em ascensão na cinematografia norte-americana.
Dividida em quatro capítulos, a série, além de contar o ocorrido, se detém na história dos jovens e suas famílias, antes e depois de serem acusados, humanizando-os. Além disso, questiona a influência de Donald Trump, na época empresário do ramo imobiliário, da mídia e do próprio judiciário no afã de encontrar culpados e tratar os jovens como animais. A diretora DuVernay tem um olhar atento aos detalhes da encenação, às questões sentimentais, às emoções afloradas. Os atores são muito bem aproveitados. Embora talentosa, a meu ver, ela pesa um pouco a mão no drama e no uso da trilha sonora.
Muitos brasileiros criticam a polícia e o sistema judiciário brasileiro e costumam compará-lo com a polícia e o judiciário norte-americanos, apontados como mais eficientes e justos. Uma série de filmes e documentários recentes põe por terra essa visão, ao esmiuçarem investigações e julgamentos influenciados por jogos de interesses econômicos e políticos, erros crassos, perseguição a minorias e racismo. As instituições refletem a sociedade e numa sociedade capitalista e liberal, onde dinheiro significa poder e poder significa influência, coitado de quem não tem poder e influência. O fato de disporem de profissionais treinados, bem remunerados e equipamentos avançados não ajudam tanto porque tudo isso pode ser usado por quem detém os meios coercitivos.
História de um Crime: Colosio (1ª Temporada)
4.0 5 Assista AgoraHistória de um crime: O Candidato
1994. Luis Donaldo Colosio, então Secretário do Desenvolvimento Social, é escolhido candidato à presidência do México por Carlos Salinas de Gortari, presidente em exercício. O PRI (Partido Revolucionário Institucional) domina o poder há décadas – para se eleger basta ser aceito pela cúpula partidária. Disputas de poder e interesses escusos dificultam a campanha de Dolosio. Para completar, sua esposa descobre ter câncer pouco antes ser assassinado durante um comício, transmitido ao vivo e a cores. As imagens do atentado circulam pelo país.
A série dirigida por Natalia Belistáin e Hiromi Kamata, da NetFlix, reconstitui, passo a passo, o assassinato ocorrido em 1994 e dramatiza a história dos personagens envolvidos. Vemos o policial da cidade onde o crime ocorreu, Tijuana, investigando por conta própria, indo atrás de provas, a despeito da Polícia Federal mexicana ter pouco ou nenhum interesse em descobrir a verdade. A mistura de ficção e realidade faz da série um suspense eletrizante e um painel histórico de uma realidade presente na américa latina.
Coisa Mais Linda (1ª Temporada)
4.2 401 Assista AgoraOs anos dourados estão de volta na série brasileira da NetFlix “Coisa Mais Linda”. Bossa nova, mulheres bonitas, sol e mar formam o cerne da história de quatro mulheres empoderadas na luta contra uma sociedade patriarcal e preconceituosa.
Maria Luiza quer independência financeira e emocional, Lígia quer ser cantora, Thereza é uma jornalista bem sucedida e Adélia, fugindo universo de classe média alta onde a história se passa, é negra, moradora da favela e empregada doméstica.
As atrizes Maria Casadevali, Fernanda Vasconcelos, Mel Lisboa e Patricia de Jesus dão almas às personagens e provocam empatia nas telespectadoras (e telespectadores sensíveis).
A ideia dos produtores é criar um melodrama sobre o universo feminino sem cair no vitimismo e sem deixar de mostrar as limitações da época. O roteiro é irregular, com alguns momentos inspirados, e a reconstituição de época lembra cartões postais. Se a história das quatro convence, as músicas cantadas por Lígia e por Chico (claramente inspirado em Tom Jobim), estão longe do melhor da bossa nova.
Crimes em Déli
4.3 13 Assista AgoraA Netflix oferece ao espectador a possibilidade de assistir produções do mundo todo, com atores, diretores e produtores locais: é gratificante conhecer diferentes culturas, costumes, modo de vida, ouvir línguas que não sejam só o inglês. Há muitos filmes e séries excelentes de países como Japão, México, Colômbia, Alemanha, França, Brasil, Rússia, Irã, entre tantos países. Das últimas minisséries que assisti, destaco o indiano Crime em Deli pela complexidade do tema e eficácia em ficcionalizá-la.
A produção reconstitui as consequências do crime de estupro de jovem por uma gangue de seis rapazes em um ônibus coletivo nas ruas de Nova Deli. O estupro chamou a atenção da sociedade indiana pela crueldade com que foi praticado, com pormenores inacreditáveis. O roteiro multifacetado consegue juntar de maneira brilhante as pontas da investigação e as particularidades da polícia indiana. Diferente dos policiais ocidentais, os indianos quase não portam armas nem usam algemas (os réus são levados pela mão). Não há estrutura mínima para trabalhar nas delegacias e as coisas são resolvidas na base da gambiarra. Apesar da fama de corrupta e ineficiente, o seriado tenta entender essa situação, contextualizá-la, e não apenas denunciá-la. Há um esforço das autoridades em superar limitações e solucionar o caso o mais breve possível. “Não é só uma ilustração do mau, é sobre o rescaldo do crime e como as pessoas lidaram com ele”, diz o diretor canadense-indiano Richie Mehta.
Crimes em Déli
4.3 13 Assista AgoraFantástica série...
O Mecanismo (1ª Temporada)
3.5 526José Padilha começou bem com Tropa de Elite, mostrou a que veio. Embora maniqueísta, o filme é vigoroso, matou a sede dos que defendem justiça com as próprias mãos. O Tropa 2 é mais bem resolvido, mais complexo e adulto. Aí veio Robocop, trabalho competente, mas sem brilho. Com Narcos se projetou internacionalmente. O roteiro é brilhante, a produção rica, atores ótimos. Veio 7 Dias em Entebe, filme sobre o sequestro de um avião por palestinos. Estreou em Berlim e foi muito criticado. Meteram o pau. Com o Mecanismo ele dá mais um passo em falso na carreira. A série usa todos os truques usados em Tropa sem os mesmos efeitos. É cansativo, sem brilho. Será que seu talento se esvaiu?
O Mecanismo (1ª Temporada)
3.5 526Assisti o primeiro capítulo e achei cansativo o excesso de narração. Selton Mello está chato e pouco convincente em seus arroubos de violência, achei o personagem mal construído. Delegado da PF ganha bem, mais de 20 mil por mês - e o tempo todo ele reclama do salário. Padilha é um bom diretor, mas seu estilo está se tornando repetitivo e suas ideias reacionárias, moralistas. Vou contunuar assistindo só pre ver no que vai dar. Talvez seja o caso de contratar um diretor estrangeiro p fazer um filme sobre a LavaJato com isenção. Quem sabe michael Moore. Esse negócio de tornar policial herói é muito chato, são seres humanos.
Mindhunter (1ª Temporada)
4.4 804 Assista AgoraExcelente, como tudo que David Fincher se propõe a fazer.