Uma premissa interessante e um elenco talentoso desperdiçados em uma produção mal conduzida e personagens unidimensionais. Como em outros filmes, aqui Shyamalan pretende homenagear clássicos como O "Anjo Exterminador" (1962) e "Piquenique na Montanha Misteriosa" (1975) mas seu trabalho fica muito aquém das referências.
Excelente drama de guerra encabeçado por Curt Jürgens, um simpático militar alemão que rejeita os ideais nazistas e é suspeito de sabotagem, sendo perseguido pela Gestapo. Sua visão cosmopolita é ilustrada por seu apartamento decorado com artefatos de várias partes do mundo. O diretor Käutner é eficiente ao evitar o tom teatral utilizando movimentos de câmera fluidos e ângulos elegantes. Entre os coadjuvante destaque para Eva Ingeborg Scholz, como uma jovem hitlerista obcecada pelo general Harras e Marianne Koch (que anos depois participaria do clássico Por Um Punhado de Dólares) como uma jovem atriz com ideias semelhantes às de Harras.
Curioso ver Martin LaSalle (o feiticeiro Krona) nesse filme. Ele estreou como ator em um dos melhores filmes da história do cinema: O Batedor de Carteiras (1959) de Robert Bresson. E no mesmo ano de Sorceress também tinha participado de Missing - O Desaparecido, de Costa-Gavras. Uma queda e tanto na carreira.
Assisti pela primeira vez no inicio dos anos 2000 no canal Rede Vida (que, aliás, exibiu os dois finais) e me apaixonei já que adoro filmes de pessoas ilhadas. Anos depois comprei o DVD da Continental, que também tem o final original do diretor nos extras. Recentemente foi lançado pela Versátil na caixa Segunda Guerra Mundial no Cinema Vol. 2. Há momentos de tensão, ação, humor, reflexão e momentos angustiantes (como na cena da jangada). Vale a pena cada minuto.
Um dos mais extraordinários faroestes dos anos 50, este é o ápice da parceria entre Anthony Mann e James Stewart. O diretor orquestra uma verdadeira tragédia shakespereana no deserto do Novo México. Como era de se esperar os personagens são cheios de ambiguidades. Obra-prima do gênero.
Desde Showgirls (1995) nenhum filme de um grande estúdio teve tanta mulher pelada quanto esse 8MM 2. Mesmo assim trata-se de um thriller sexual morno, com um casal fraco mas que evolui de forma satisfatória até desfecho, quando o roteiro apela para uma revelação final completamente estúpida, que destrói toda a lógica construída até então:
Se era tudo uma armação de David com os húngaros, por que não pedir logo os U$ 5 milhões? Por que colocar em risco sua carreira politica, que seria detonada se Tish contasse algo aos irmãos ou ao pai?
Serve como exemplo de como um plot twist mal planejado pode arruinar um filme.
Basicamente o mesmo roteiro dos dois filmes anteriores: John Wick vestido com seu terno escuro e (agora) à prova de balas (além de nunca se sujar ou ficar amarrotado) indo de um lugar a outro pedindo ajuda a personagens bizarros, que inevitavelmente morrerão e enfrentando outros matadores que sempre sabem onde encontrá-lo. As lutas como de praxe são excelentes, chegando ao sublime no longo plano plongé que percorre vários quartos enquanto John elimina seus perseguidores (a única cena realmente memorável em toda a quadrilogia). Por outro lado, o tom cartunesco adotado pelos realizadores a partir do segundo filme está mais acentuado, o que deixa as cenas sem qualquer tensão: ver John Wick caindo de uma grande altura causa tanta tensão quanto ver o Pica-Pau caindo de um precipício. Pra piorar o roteiro é extremamente desleixado com os coadjuvantes: Ian MacShane está no piloto automático, Laurence Fishburn só aparece para fornecer equipamentos ao protagonista e Bill Skarsgard é uma caricatura do francês culto. Mesmo com tantas falhas o filme é um entretenimento agradável para descansar o cérebro graças à ação incessante. Muito estiloso mas vazio de substância.
Mais um maravilhoso western estrelado por James Stewart, sob a direção de Anthony Mann e produção de Aaron Rosenberg. Na primeira metade há vário elementos em comum com o anterior "E O Sangue Semeou a Terra": um grupo de pessoas tentando se estabelecer em uma distante região inóspita, uma longa viagem em um barco à vapor, um empresário ganancioso como vilão. Mas aqui temos um protagonista com um arco dramático mais perceptível, um homem extremamente egoísta que demora a perceber que também poderia ser alvo dos criminosos. E o filme tem um desfecho eletrizante e que ao meu ver, é uma resposta ao clássico "Matar ou Morrer", lançado dois anos antes.
Tenho quase certeza de que os produtores conseguiram o dinheiro para esse filme pedindo esmolas em um semáforo. É preciso ver para conferir a pindaíba. É nível "Os Mutantes", da Record ou pior. O elenco, encabeçado pelo ex Power Ranger Dan Southworth, é de uma mediocridade assombrosa. Um trash daqueles capaz de arrancar muitas risadas.
Abel Gance foi um gigante do cinema, da mesma estatura de Griffith, Eisenstein e Welles. Nesta refilmagem parcial do excelente filme mudo que ele mesmo dirigiu em 1919 Gance demonstra se apuro visual já nos créditos iniciais. Com muitas imagens documentais intercaladas às fictícias, o diretor ilustra todo o horror da Primeira Grande Guerra e antecipa o que viria pouco depois com a Segunda.
Certamente o filme publicitário mais caro já pago pelo governo brasileiro (nem no regime militar fizeram algo tão ufanista). Isso não seria problema se ao menos fosse feito com um mínimo de competência. Mas parece que os realizadores miraram na ação de "True Lies" com a pompa de "Independence Day" mas acertaram "Plano 9 do Espaço Sideral". O roteiro tem todos os clichês imagináveis do cinema de ação: o vilão estrangeiro, o agente secreto que esconde sua profissão da mulher que ama, o líder que demora a perceber que o herói estava certo, os discursos patrióticos. Já as cenas de ação são patéticas. Sério, os filmes de Steven Seagal teriam que piorar muito para chegar ao nível de Segurança Nacional. E fica pior com a montagem incompetente que torna tudo uma bagunça, como fica evidente na cena de perseguição numa rodovia e um grupo de pessoas aparece de repente na estrada(!). Pra piorar o roteiro tem buracos maiores que as crateras de uma explosão atômica:
basta dizer que em certo momento os vilões colombianos não conseguem levar um bomba para Manaus mas depois levam, em poucas horas, uma outra bomba para Florianópolis, milhares de quilômetros mais distante da Colômbia!
O elenco global faz o que pode com o que o roteiro oferece mas o resultado não poderia ser mais embaraçoso. Vexame Nacional.
Pra quem gostou (ou achou confuso) eu sugiro os filmes de Alain Resnais como "O Ano Passado em Marienbad", "Muriel" e "Eu Te Amo, Eu Te Amo". Vai pirar o cabeção de vez!
"A Vida e Nada Mais" é um épico sem grandes cenas de batalha. Enquanto a maioria dos filmes de guerra se concentra no conflito em si (ou nos eventos que levaram ao conflito), este magistral drama dirigido por Bertrand Tavernier foca nos terríveis resultados de uma guerra sobre a população de um país. Philippe Noiret está excelente como o veterano militar encarregado de localizar e identificar soldados desaparecidos. Seu caminho cruza com uma rica mulher (Sabine Azéma), frustrada por não encontrar o marido depois de meses de busca. A direção de Tavernier (auxiliada pela montagem de Armand Psenny) mantêm a narrativa fluída mesmo com grande número de personagens entrando e saindo da tela. À destacar também a direção de arte de Guy-Claude François que ilustra bem os danos depois de quatro anos de guerra, como um teatro transformado em escritório militar e uma fábrica que passa a ser um hotel. Uma pérola que vale a pena ser redescoberta.
Uma definição rápida desse filme seria "Alice no País das Maravilhas dirigido por Alain Resnais". Além de várias referências ao clássico de Lewis Carroll temos uma montagem não linear e com imagens piscando na tela que lembra "Eu Te Amo, Eu Te Amo", que Resnais dirigiu em 1968. Mas o essa obra-prima de Rivette não é feita só de referências como também serviu de referência a diversas obras posteriores: difícil não pensar em Cidade dos Sonhos (2001) e Império dos Sonhos (2006), ambos dirigidos por David Lynch. E as balas que as protagonistas chupam não seriam uma precursora da pílula vermelha vista em Matrix (1999)?
Eu tinha grande expectativa para ver esse ultimo filme de guerra dirigido por Samuel Fuller, de quem sou fã, mas o resultado foi em grande parte frustrante. Mesmo a versão reconstruída pelo crítico Richard Schickel em 2005 (não vi a versão de cinema) possui um roteiro muito episódico, situações que se sucedem sem muita continuidade: em certo momento um personagem é baleado em combate e no segundo seguinte já acorda em um hospital inimigo sendo assediado por um enfermeiro homossexual (!). Some-se a isso a montagem caótica das cenas de batalha na primeira metade do filme, que deixa os combates praticamente incompreensíveis. O elenco está eficiente mas nada acima da média: Lee Marvin já tinha quase três décadas de carreira como tipo durão. Já Mark Hammil pelo menos tem um arco dramático mais reconhecível. O resto do elenco não é favorecido pelo roteiro (ou pela montagem). Alguns personagens, como a assassina misteriosa de Stéphane Audran ou a condessa alemã de Christa Lang (esposa de Samuel Fuller) poderiam ser melhor desenvolvidas. Mesmo com cenas impactantes, como o desembarque no Dia D e a libertação de um campo de concentração, esse era um projeto estimado do diretor que, infelizmente, ficou só na promessa.
Mesmo seguindo o estilo convencional dos documentários, este traz grande quantidade de imagens de arquivo e depoimentos de diversas pessoas próximas a Ali, dando uma visão geral da carreira e das polêmicas de um dos maiores ícones do esporte do século XX.
O diretor Vic Sarin consegue um resultado razoável de suspense nas cenas após os desaparecimentos, criando um clima de mistério e caos que até lembra alguns filmes catástrofe. Mas logo isso dá lugar ao proselitismo sem muita sutileza. O roteiro aposta muito em coincidências: em um voo, um jornalista encontra uma amiga aeromoça, que é amante do piloto do mesmo avião; o mesmo jornalista é amigo de um cientista que será peça-chave na trama e também conhece um investigador que pode ter descoberto toda a verdade... Outra implausibilidade do roteiro é a falsa explicação das autoridades para os desaparecimentos, envolvendo radiação: qualquer físico veria logo que é uma ideia totalmente absurda. O elenco medíocre torna o resultado ainda menos convidativo. A menos que você seja um entusiasta da ideia de arrebatamento.
O filme funciona graças ao carisma dos dois protagonistas que realmente nos fazem acreditar que são amigos de infância. Christopher Mintz-Plasse também faz um ótimo trabalho como Fogell/McLovin. Já a dupla de policiais (Seth Rogen e Bill Hader) são o ponto fraco do roteiro já que são absurdos demais mesmo para uma comédia assim. Parece que pertencem a outro filme, talvez um escrito e dirigido pelo trio ZAZ. Outra boa surpresa do filme
são as garotas, que ao contrário da maioria das personagens do gênero, não estão interessadas apenas em tirar vantagem dos rapazes feios e se livrar deles depois, para ficar com os bonitões.
O resultado é bem melhor que a maioria dos similares lançados na época.
Para quem gostou de Cidade de Deus este documentário é essencial para entender como atores não profissionais fizeram um trabalho tão seminal. Graças ao excelente preparo de Guti Fraga e Fátima Toledo eles superaram as inibições e mergulharam em seus personagens.
No inicio achei bem cacete mas melhora depois que o jovem casal vai morar em Munique. Interessante que foi lançado no mesmo ano que "Taxi Driver" já que o protagonista aqui é um tipo de Travis Bickle bem menos psicótico, mas com as mesmas tendencias autodestrutivas.
Uma pequena obra-prima e um dos filmes mais radicais da Noberu Bagu, "O Funeral das Rosas" é não só um filme LGBT, mas um mosaico do Japão do final dos anos 60. Aqui temos o país asiático totalmente ocidentalizado, algo ilustrado pelos figurinos, rock n'roll, histórias em quadrinhos e até Che Guevara. O diretor também faz uma sutil crítica aos EUA ao mostrar uma foto com o soldado afro-americano com dois prisioneiros vietnamitas. O diretor Toshio Matsumoto adota praticamente todos os recursos visuais possíveis, desde referências a outros filmes (como os cartazes de "Édipo Rei", de Pasolini), depoimentos documentais, filmagens nas ruas (com os transeuntes olhando para a câmera, claro), montagem não-linear e até uma quebra total da narrativa durante uma cena de sexo. Instigante e inesquecível, este é um filme que merece ser visto por todo estudante de cinema e cinéfilos de todo o mundo. Ouro puro.
Típica produção kitsch dos anos 50 que mistura magia africana com ficção científica. Mesmo medíocre, há outras produções do gênero bem piores. O destaque fica para Marla English como uma violenta e gananciosa femme fatale que parece saída de um filme noir. Já o herói Mike Connors ficaria famoso nos anos 60 e 70 com a série de TV Mannix.
Nessa adaptação, Zeffirelli capricha nos aspectos cinematográficos mas acaba sacrificando a força do texto. É um Hamlet mais indicado para os não iniciados em Shakespeare, o que não quer dizer que seja necessariamente ruim. Os cenários e figurinos são bem desenhados, parece que fomos transportados para a Idade Média. O elenco de apoio é competente, em especial Ian Holm, que cria um divertido Polonius e Helena Bonham Carter que convence como Ofélia nas cenas de loucura. Mas não dá pra negar que o ponto fraco do filme é mesmo Mel Gibson, ator totalmente inadequado para o papel. Zeffirelli o escolheu depois de ver sua cena de tentativa de suicídio em Máquina Mortífera. Um baita equívoco.
Um grande registro histórico que demorou 22 anos para ser lançado por questões de direitos autorais. Ali tinha um imenso talento que só não era maior que seu ego, algo que o filme realça ao contrastar seus modos histriônicos com a sobriedade de George Foreman. Outro dado interessante é que apesar de todos falarem da importância de aquela lutar ser na África, o local só foi escolhido por causa da fortuna paga pelo ditador Mobuto, do Zaire. Certamente um dos melhores documentários dos anos 90, mesmo para quem não é fã do esporte.
Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraUma premissa interessante e um elenco talentoso desperdiçados em uma produção mal conduzida e personagens unidimensionais. Como em outros filmes, aqui Shyamalan pretende homenagear clássicos como O "Anjo Exterminador" (1962) e "Piquenique na Montanha Misteriosa" (1975) mas seu trabalho fica muito aquém das referências.
O General do Diabo
3.8 1Excelente drama de guerra encabeçado por Curt Jürgens, um simpático militar alemão que rejeita os ideais nazistas e é suspeito de sabotagem, sendo perseguido pela Gestapo. Sua visão cosmopolita é ilustrada por seu apartamento decorado com artefatos de várias partes do mundo. O diretor Käutner é eficiente ao evitar o tom teatral utilizando movimentos de câmera fluidos e ângulos elegantes. Entre os coadjuvante destaque para Eva Ingeborg Scholz, como uma jovem hitlerista obcecada pelo general Harras e Marianne Koch (que anos depois participaria do clássico Por Um Punhado de Dólares) como uma jovem atriz com ideias semelhantes às de Harras.
Sorceress
2.3 5Curioso ver Martin LaSalle (o feiticeiro Krona) nesse filme. Ele estreou como ator em um dos melhores filmes da história do cinema: O Batedor de Carteiras (1959) de Robert Bresson. E no mesmo ano de Sorceress também tinha participado de Missing - O Desaparecido, de Costa-Gavras. Uma queda e tanto na carreira.
Inferno no Pacífico
4.0 27 Assista AgoraAssisti pela primeira vez no inicio dos anos 2000 no canal Rede Vida (que, aliás, exibiu os dois finais) e me apaixonei já que adoro filmes de pessoas ilhadas. Anos depois comprei o DVD da Continental, que também tem o final original do diretor nos extras. Recentemente foi lançado pela Versátil na caixa Segunda Guerra Mundial no Cinema Vol. 2.
Há momentos de tensão, ação, humor, reflexão e momentos angustiantes (como na cena da jangada). Vale a pena cada minuto.
Um Certo Capitão Lockhart
3.8 32 Assista AgoraUm dos mais extraordinários faroestes dos anos 50, este é o ápice da parceria entre Anthony Mann e James Stewart. O diretor orquestra uma verdadeira tragédia shakespereana no deserto do Novo México. Como era de se esperar os personagens são cheios de ambiguidades. Obra-prima do gênero.
8MM 2
2.5 38Desde Showgirls (1995) nenhum filme de um grande estúdio teve tanta mulher pelada quanto esse 8MM 2. Mesmo assim trata-se de um thriller sexual morno, com um casal fraco mas que evolui de forma satisfatória até desfecho, quando o roteiro apela para uma revelação final completamente estúpida, que destrói toda a lógica construída até então:
Se era tudo uma armação de David com os húngaros, por que não pedir logo os U$ 5 milhões? Por que colocar em risco sua carreira politica, que seria detonada se Tish contasse algo aos irmãos ou ao pai?
Serve como exemplo de como um plot twist mal planejado pode arruinar um filme.
John Wick 4: Baba Yaga
3.9 691 Assista AgoraBasicamente o mesmo roteiro dos dois filmes anteriores: John Wick vestido com seu terno escuro e (agora) à prova de balas (além de nunca se sujar ou ficar amarrotado) indo de um lugar a outro pedindo ajuda a personagens bizarros, que inevitavelmente morrerão e enfrentando outros matadores que sempre sabem onde encontrá-lo. As lutas como de praxe são excelentes, chegando ao sublime no longo plano plongé que percorre vários quartos enquanto John elimina seus perseguidores (a única cena realmente memorável em toda a quadrilogia). Por outro lado, o tom cartunesco adotado pelos realizadores a partir do segundo filme está mais acentuado, o que deixa as cenas sem qualquer tensão: ver John Wick caindo de uma grande altura causa tanta tensão quanto ver o Pica-Pau caindo de um precipício. Pra piorar o roteiro é extremamente desleixado com os coadjuvantes: Ian MacShane está no piloto automático, Laurence Fishburn só aparece para fornecer equipamentos ao protagonista e Bill Skarsgard é uma caricatura do francês culto.
Mesmo com tantas falhas o filme é um entretenimento agradável para descansar o cérebro graças à ação incessante. Muito estiloso mas vazio de substância.
Região do Ódio
3.7 23 Assista AgoraMais um maravilhoso western estrelado por James Stewart, sob a direção de Anthony Mann e produção de Aaron Rosenberg. Na primeira metade há vário elementos em comum com o anterior "E O Sangue Semeou a Terra": um grupo de pessoas tentando se estabelecer em uma distante região inóspita, uma longa viagem em um barco à vapor, um empresário ganancioso como vilão. Mas aqui temos um protagonista com um arco dramático mais perceptível, um homem extremamente egoísta que demora a perceber que também poderia ser alvo dos criminosos. E o filme tem um desfecho eletrizante e que ao meu ver, é uma resposta ao clássico "Matar ou Morrer", lançado dois anos antes.
Invasão Alien
1.9 10Tenho quase certeza de que os produtores conseguiram o dinheiro para esse filme pedindo esmolas em um semáforo. É preciso ver para conferir a pindaíba. É nível "Os Mutantes", da Record ou pior. O elenco, encabeçado pelo ex Power Ranger Dan Southworth, é de uma mediocridade assombrosa.
Um trash daqueles capaz de arrancar muitas risadas.
Acuso! - Abaixo a Guerra!
3.9 2Abel Gance foi um gigante do cinema, da mesma estatura de Griffith, Eisenstein e Welles. Nesta refilmagem parcial do excelente filme mudo que ele mesmo dirigiu em 1919 Gance demonstra se apuro visual já nos créditos iniciais. Com muitas imagens documentais intercaladas às fictícias, o diretor ilustra todo o horror da Primeira Grande Guerra e antecipa o que viria pouco depois com a Segunda.
Segurança Nacional
1.7 218Certamente o filme publicitário mais caro já pago pelo governo brasileiro (nem no regime militar fizeram algo tão ufanista). Isso não seria problema se ao menos fosse feito com um mínimo de competência. Mas parece que os realizadores miraram na ação de "True Lies" com a pompa de "Independence Day" mas acertaram "Plano 9 do Espaço Sideral".
O roteiro tem todos os clichês imagináveis do cinema de ação: o vilão estrangeiro, o agente secreto que esconde sua profissão da mulher que ama, o líder que demora a perceber que o herói estava certo, os discursos patrióticos. Já as cenas de ação são patéticas. Sério, os filmes de Steven Seagal teriam que piorar muito para chegar ao nível de Segurança Nacional. E fica pior com a montagem incompetente que torna tudo uma bagunça, como fica evidente na cena de perseguição numa rodovia e um grupo de pessoas aparece de repente na estrada(!).
Pra piorar o roteiro tem buracos maiores que as crateras de uma explosão atômica:
basta dizer que em certo momento os vilões colombianos não conseguem levar um bomba para Manaus mas depois levam, em poucas horas, uma outra bomba para Florianópolis, milhares de quilômetros mais distante da Colômbia!
O elenco global faz o que pode com o que o roteiro oferece mas o resultado não poderia ser mais embaraçoso. Vexame Nacional.
Blind
3.7 123 Assista AgoraPra quem gostou (ou achou confuso) eu sugiro os filmes de Alain Resnais como "O Ano Passado em Marienbad", "Muriel" e "Eu Te Amo, Eu Te Amo". Vai pirar o cabeção de vez!
A Vida e nada mais
3.6 2"A Vida e Nada Mais" é um épico sem grandes cenas de batalha. Enquanto a maioria dos filmes de guerra se concentra no conflito em si (ou nos eventos que levaram ao conflito), este magistral drama dirigido por Bertrand Tavernier foca nos terríveis resultados de uma guerra sobre a população de um país. Philippe Noiret está excelente como o veterano militar encarregado de localizar e identificar soldados desaparecidos. Seu caminho cruza com uma rica mulher (Sabine Azéma), frustrada por não encontrar o marido depois de meses de busca.
A direção de Tavernier (auxiliada pela montagem de Armand Psenny) mantêm a narrativa fluída mesmo com grande número de personagens entrando e saindo da tela. À destacar também a direção de arte de Guy-Claude François que ilustra bem os danos depois de quatro anos de guerra, como um teatro transformado em escritório militar e uma fábrica que passa a ser um hotel.
Uma pérola que vale a pena ser redescoberta.
Céline e Julie Vão de Barco
3.9 28 Assista AgoraUma definição rápida desse filme seria "Alice no País das Maravilhas dirigido por Alain Resnais". Além de várias referências ao clássico de Lewis Carroll temos uma montagem não linear e com imagens piscando na tela que lembra "Eu Te Amo, Eu Te Amo", que Resnais dirigiu em 1968. Mas o essa obra-prima de Rivette não é feita só de referências como também serviu de referência a diversas obras posteriores: difícil não pensar em Cidade dos Sonhos (2001) e Império dos Sonhos (2006), ambos dirigidos por David Lynch. E as balas que as protagonistas chupam não seriam uma precursora da pílula vermelha vista em Matrix (1999)?
Agonia e Glória
3.8 57 Assista AgoraEu tinha grande expectativa para ver esse ultimo filme de guerra dirigido por Samuel Fuller, de quem sou fã, mas o resultado foi em grande parte frustrante. Mesmo a versão reconstruída pelo crítico Richard Schickel em 2005 (não vi a versão de cinema) possui um roteiro muito episódico, situações que se sucedem sem muita continuidade: em certo momento um personagem é baleado em combate e no segundo seguinte já acorda em um hospital inimigo sendo assediado por um enfermeiro homossexual (!). Some-se a isso a montagem caótica das cenas de batalha na primeira metade do filme, que deixa os combates praticamente incompreensíveis.
O elenco está eficiente mas nada acima da média: Lee Marvin já tinha quase três décadas de carreira como tipo durão. Já Mark Hammil pelo menos tem um arco dramático mais reconhecível. O resto do elenco não é favorecido pelo roteiro (ou pela montagem). Alguns personagens, como a assassina misteriosa de Stéphane Audran ou a condessa alemã de Christa Lang (esposa de Samuel Fuller) poderiam ser melhor desenvolvidas.
Mesmo com cenas impactantes, como o desembarque no Dia D e a libertação de um campo de concentração, esse era um projeto estimado do diretor que, infelizmente, ficou só na promessa.
Muhammad Ali - Aos Olhos do Mundo
4.3 1Mesmo seguindo o estilo convencional dos documentários, este traz grande quantidade de imagens de arquivo e depoimentos de diversas pessoas próximas a Ali, dando uma visão geral da carreira e das polêmicas de um dos maiores ícones do esporte do século XX.
Deixados para Trás: O Filme
3.1 97 Assista AgoraO diretor Vic Sarin consegue um resultado razoável de suspense nas cenas após os desaparecimentos, criando um clima de mistério e caos que até lembra alguns filmes catástrofe. Mas logo isso dá lugar ao proselitismo sem muita sutileza. O roteiro aposta muito em coincidências: em um voo, um jornalista encontra uma amiga aeromoça, que é amante do piloto do mesmo avião; o mesmo jornalista é amigo de um cientista que será peça-chave na trama e também conhece um investigador que pode ter descoberto toda a verdade...
Outra implausibilidade do roteiro é a falsa explicação das autoridades para os desaparecimentos, envolvendo radiação: qualquer físico veria logo que é uma ideia totalmente absurda.
O elenco medíocre torna o resultado ainda menos convidativo. A menos que você seja um entusiasta da ideia de arrebatamento.
Superbad: É Hoje
3.6 1,3K Assista AgoraO filme funciona graças ao carisma dos dois protagonistas que realmente nos fazem acreditar que são amigos de infância. Christopher Mintz-Plasse também faz um ótimo trabalho como Fogell/McLovin. Já a dupla de policiais (Seth Rogen e Bill Hader) são o ponto fraco do roteiro já que são absurdos demais mesmo para uma comédia assim. Parece que pertencem a outro filme, talvez um escrito e dirigido pelo trio ZAZ.
Outra boa surpresa do filme
são as garotas, que ao contrário da maioria das personagens do gênero, não estão interessadas apenas em tirar vantagem dos rapazes feios e se livrar deles depois, para ficar com os bonitões.
O resultado é bem melhor que a maioria dos similares lançados na época.
Cidade de Deus: Oficina de Atores
3.6 2Para quem gostou de Cidade de Deus este documentário é essencial para entender como atores não profissionais fizeram um trabalho tão seminal. Graças ao excelente preparo de Guti Fraga e Fátima Toledo eles superaram as inibições e mergulharam em seus personagens.
Eu Só Quero Que Vocês me Amem
4.0 31No inicio achei bem cacete mas melhora depois que o jovem casal vai morar em Munique. Interessante que foi lançado no mesmo ano que "Taxi Driver" já que o protagonista aqui é um tipo de Travis Bickle bem menos psicótico, mas com as mesmas tendencias autodestrutivas.
O Funeral das Rosas
4.3 69 Assista AgoraUma pequena obra-prima e um dos filmes mais radicais da Noberu Bagu, "O Funeral das Rosas" é não só um filme LGBT, mas um mosaico do Japão do final dos anos 60. Aqui temos o país asiático totalmente ocidentalizado, algo ilustrado pelos figurinos, rock n'roll, histórias em quadrinhos e até Che Guevara. O diretor também faz uma sutil crítica aos EUA ao mostrar uma foto com o soldado afro-americano com dois prisioneiros vietnamitas.
O diretor Toshio Matsumoto adota praticamente todos os recursos visuais possíveis, desde referências a outros filmes (como os cartazes de "Édipo Rei", de Pasolini), depoimentos documentais, filmagens nas ruas (com os transeuntes olhando para a câmera, claro), montagem não-linear e até uma quebra total da narrativa durante uma cena de sexo.
Instigante e inesquecível, este é um filme que merece ser visto por todo estudante de cinema e cinéfilos de todo o mundo.
Ouro puro.
Voodoo Woman
2.7 1Típica produção kitsch dos anos 50 que mistura magia africana com ficção científica. Mesmo medíocre, há outras produções do gênero bem piores. O destaque fica para Marla English como uma violenta e gananciosa femme fatale que parece saída de um filme noir. Já o herói Mike Connors ficaria famoso nos anos 60 e 70 com a série de TV Mannix.
Hamlet
3.4 85 Assista AgoraNessa adaptação, Zeffirelli capricha nos aspectos cinematográficos mas acaba sacrificando a força do texto. É um Hamlet mais indicado para os não iniciados em Shakespeare, o que não quer dizer que seja necessariamente ruim. Os cenários e figurinos são bem desenhados, parece que fomos transportados para a Idade Média. O elenco de apoio é competente, em especial Ian Holm, que cria um divertido Polonius e Helena Bonham Carter que convence como Ofélia nas cenas de loucura. Mas não dá pra negar que o ponto fraco do filme é mesmo Mel Gibson, ator totalmente inadequado para o papel. Zeffirelli o escolheu depois de ver sua cena de tentativa de suicídio em Máquina Mortífera. Um baita equívoco.
Quando Éramos Reis
4.3 30Um grande registro histórico que demorou 22 anos para ser lançado por questões de direitos autorais. Ali tinha um imenso talento que só não era maior que seu ego, algo que o filme realça ao contrastar seus modos histriônicos com a sobriedade de George Foreman.
Outro dado interessante é que apesar de todos falarem da importância de aquela lutar ser na África, o local só foi escolhido por causa da fortuna paga pelo ditador Mobuto, do Zaire.
Certamente um dos melhores documentários dos anos 90, mesmo para quem não é fã do esporte.