Um dos diferenciais desse filme é a grande quantidade de reviravoltas na história. O espectador nunca sabe em quem confiar, quem vai trair quem. Em vários momentos a trama lembra a de "Por Uns Dólares a Mais" (1965). Outro diferencial são os ângulos e movimentos de câmera incomuns na maioria dos filmes do gênero. O final, embora tenha uma revelação muito previsível, também consegue, paradoxalmente, se diferenciar da grande maioria dos filmes de ação.
Típica produção trash dos anos 50 com todos os clichês possíveis e grande parte das imagens enxertadas de outros filmes. Barbara Turner (mãe de Jennifer Jason Leigh) é um desastre como atriz, sem dúvida uma das piores da história. Vale algumas risadas com a tosquice.
O diretor Hsueh Li Pao tenta dar um tom épico a "Os 5 Implacáveis". O filme tem uma trama mais complicada do que maioria dos filmes do gênero, apresentando também uma grande quantidade de personagens. As lutas são bem divertidas e utilizam bem os objetos de cena.
Esqueça os índios de tanga dos filmes estrangeiros e novelas: aqui índio anda pelado mesmo. Assim como no clássico "Como Era Gostoso Meu Francês", de Nelson Pereira dos Santos (também baseado em parte do relato de Staden), o diretor Luiz Alberto Pereira não oferece uma visão idílica dos nativos, mas sim naturalista, recriando em detalhes a cultura dos tupinambás como foi narrada pelo personagem título. Curioso que o protagonista sofreu não só o risco de ser morto pelos nativos como também com vários europeus que não fizeram o menor esforço para salvá-lo.
Um bom roteiro muito bem dirigido por John Brahm, cujo maior mérito é o continuo recuo no tempo sem deixar o espectador confuso em nenhum momento. Laraine Day tem um ótimo desempenho como a mulher dissimulada, assim como Robert Mitchum como um pintor arrogante. Infelizmente o filme apresenta algumas situações inconsistentes na segunda metade:
Difícil aceitar que um homem egocêntrico como Norman (Mitchum) cometeria suicídio naquelas circunstâncias. O terceiro ato também apela muito para coincidências e o remorso final de Nancy acaba não convencendo totalmente.
Uma das premissas mais exploradas pelo cinema dos anos 80, a da dupla de policiais com personalidades diferentes é aqui usada em contexto de ficção científica, com resultados muito satisfatórios. James Caan oferece uma de suas melhores atuações. Um homem de meia idade que ostenta um figurino juvenil (que contrasta com seus valores reacionários), seu personagem é ranzinza, xenófobo e grosseiro. Difícil não antipatizar com ele no inicio mas seu arco dramático é bem explorado assim como o do personagem de Mandy Patinkin, um alienígena calmo e prestativo mas que pode se revelar violento quando sua comunidade é ameaçada. Uma ficção científica pouco lembrada mas com um enredo (infelizmente) ainda atual.
O primeiro ato mais parece uma refilmagem do filme de 1996: toda a dinâmica dos personagens é praticamente igual (e haja coincidências). Depois há uma tentativa de mudança mas o roteiro é pouco inspirado, a direção é burocrática e as atuações, irregulares. David Duchovny está fraco como sempre, Michelle Monaghan faz o possível com o que o roteiro oferece e consegue uma boa química com Cailee Spaeny, o grande destaque do longa e que se revela uma atriz de potencial, com expressividade e carisma. Ela evita o estereótipo da adolescente rebelde e acaba sendo um bom motivo para ver esse filme tão medíocre. P.S. Tenho a impressão de que David Duchovny está cada vez mais parecido com o cantor Leonardo.
Se o primeiro filme era uma superprodução, esta continuação é um autêntico filme B, mais curto, menos orçamento e com um roteiro mais esquemático. A roteirista Ruth Rose investiu mais no humor do que no primeiro filme. Os efeitos visuais são tão eficientes quanto os do original mas usados por bem menos tempo.
Com um roteiro pífio e atuações medíocres, esse "Trilha de Sangue" não chega aos pés dos melhores exploitations dos anos 70 nem dos do New French Extreme. O diretor Robert Krause parece não saber fazer outra coisa a não ser closes. Eu diria que 90% do tempo desse filme foi com closes e planos fechados além de uma fotografia em constante luz verde. Pura perda de tempo.
Fazia tempo que procurava esse filme. Me lembro dele ter passado na Globo quando eu era criança. Lembrava apenas duas cenas, a de quando Mary morde o braço de Larry e o carro sai da estrada e o inesperado final. Como não recordava o título cheguei a pensar que fosse "Louca Escapada" mas quando assisti o filme de Spielberg percebi que não era. Há pouco tempo vi o título em um comentário sobre "Corrida Contra o Destino" e fui conferir. Finalmente era o filme certo.
Filme que marca a estreia de Jackie Chan como diretor. E ele surpreende, já que conduz a história (simplória, é verdade) com habilidade. No auge da forma física ele coreografa lutas cheias de humor. O filme também tem algo de metalinguístico, já que o protagonista se dá conta de que precisa de humor nas lutas para derrotar os vilões. O humor também está presente na canastrice dos atores e no design de som, cheio de onomatopeias que remetem a desenhos animados (ou a seriados como Chaves e Chapolin). Botaram até uma rápida referência à Pantera Cor-de-Rosa. Uma pérola divertidíssima.
Makavejev entrega um filme ainda mais radical e provocador que W.R.: Mistérios do Organismo. Em Um Filme Doce ele se estabelece como uma mescla de Jean-Luc Godard com John Waters, atirando na cara do espectador politica, filosofia, escatologia, pedofilia. Difícil saber onde termina a reflexão e começa a simples apelação. Assista mas antes prepare o estômago.
O roteiro acerta no inicio ao mostrar os problemas enfrentados pelas jovens, como racismo, machismo e pais problemáticos. O diretor Andrew Fleming conduz a narrativa com segurança, com bons desempenhos do elenco e a trilha sonora pop dá um clima bem adolescente à história. Mas no terceiro ato a coisa desanda, como se os realizadores não soubessem bem que rumo dar ao filme:
Por que, por exemplo, a loja de magia e sua dona são descartadas da história de forma abrupta? Por que o passado da mãe de Sarah não é melhor explorado?
No fim das contas Jovens Bruxas é um filme legal mas sua magia se acaba rápido.
Parece que Baz Lurhmann queria dirigir dois filmes ao mesmo tempo: na primeira metade temos um western explorando as belezas naturais da Austrália e na segunda um drama ambientado na II Guerra Mundial. Infelizmente as duas partes tem mais defeitos que virtudes. A direção de Luhrmann adota uma montagem cheia de cortes rápidos (estilo Michael Bay) na primeira metade e um tom mais contido e melodramático na segunda. E o diretor dá uma aula de falta de sutileza em uma cena onde o casal dança enquanto todos os casais ao redor olham para eles com desprezo. Nesse filme já dá pra notar os estragos que a computação gráfica e o green screen começavam a fazer no cinema (coincidentemente lançado no mesmo ano que "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal"). Várias cenas grandiosas são sabotadas pelos efeitos visuais que não envelheceram bem. Da mesma forma o elenco também se mostra irregular: Hugh Jackman se sai bem fazendo um cosplay de Clint Eastwood mas Nicole Kidman oscila entre o caricato e o dramático. Para piorar o roteiro dá muito destaque ao garoto aborígene interpretado pelo terrivelmente inexpressivo Brandon Walters. No fim das contas Austrália não funciona como homenagem ao país natal do diretor nem como crítica ao tratamento dado aos nativos durante séculos.
Depois de vários anos revi este filme e percebi os vários equívocos. Um dos piores é que tiraram quase todo o mistério da Ilha da Caveira. No litoral ela é uma ilha paradisíaca (foi filmada no Havaí) e no interior os cenários são mais artificiais que os da versão de 1933 (!) Além disso quase toda a "fauna" da ilha foi extinta: nada de dinossauros ou pterodáctilos, só uma serpente gigante (e terrivelmente mal feita). Salva-se o elenco bem escalado e o embate final no World Trade Center, mais brutal até que na versão de 2005.
Nicole Kidman oferece aqui uma de suas melhores performances como uma mulher determinada e arrogante e mãe protetora. A veterana Fionnula Flanagan também se destaca assim como a pequena Alakina Mann (e é uma pena que ela tenha deixado a carreira de atriz após "Moça com Brinco de Pérola"). Embora muitos achem o ritmo lento, penso que é perfeito para construir a atmosfera claustrofóbica e o clímax apavorante.
Excelente drama de tribunal retratando um dos casos mais escandalosos do seculo XX. Incompreensível que Gian Maria Volonté não tenha ganhado o prêmio de atuação em Cannes junto com Riccardo Cucciolla, já que sua atuação é ainda mais apaixonada. Milo O'Shea também oferece uma performance visceral como o advogado Moore. Se você gostou, não deixe de ver "Em Nome do Pai" (1993) de Jim Sheridan. Também baseado em fato real, tem alguns pontos em comum com este magnífico filme.
Esta primeira adaptação sonora do romance de Louisa May Alcott tem uma excelente direção de arte e figurinos, desde a opulenta mansão dos Laurence até a modesta (mas aconchegante) residencia da família March. O roteiro força a barra para o melodrama em muitos momentos mas também há várias cenas bem humoradas. Curiosidade: das atrizes que interpretaram as irmãs, três (Hepburn, Dee e Parker) morreram com mais 90 anos. Apenas Joan Bennet morreu com menos (80 anos).
Um musical que não envelheceu muito bem. Na maior parte do tempo é um teatro filmado, com poucas (ou nenhuma) coreografia. A exceção é "June is Bustin' Out All Over", que tem uma coreografia de tirar o fôlego. Mas a maior dificuldade é acompanhar por duas horas um protagonista tão chato, grosseirão e egoísta quanto o vivido por Gordon McRae.
Adaptação que quase nada tem a ver com o romance clássico de Herman Melville. Aqui, Ahab não é capitão e sim um marinheiro beberrão, sujo e grosseiro. Fica impossível compreender como a filha bem educada de um pastor se apaixona por ele. Vale só como curiosidade do inicio do cinema sonoro.
Ingrid Bergman mais uma vez provando seu talento: sua personagem em nada lembra a psiquiatra vista um ano antes em "Quando Fala o Coração". Em alguns momentos parece ser outra atriz. O filme começa em tom de romance e o suspense vai crescendo até o desfecho. Assisti pela primeira vez no Cine Vida, da Rede Vida, no inicio dos anos 2000.
Hugh Marlowe, que tinha sido vilão em "O Dia em Que a Terra Parou" (1951) assume aqui o papel de herói com bastante carisma, além de uma boa química com Joan Taylor. Eles formam um casal bem mais expressivo do que Gene Barry e Ann Robinson em "A Guerra dos Mundos" (1953). Não só eles! Os invasores alienígenas também são mais interessantes aqui,
Anjelica Huston estreia na direção com o tema bastante pesado do abuso infantil. Ela faz um trabalho correto, sem chamar a atenção para si. A fotografia investe em tons dessaturados, dando um aspecto triste e decadente à cidade onde se passa a história. Isso é enfatizado pela impecável direção de arte, que cria locais que parecem prestes a ruir, como a lanchonete onde Anney trabalha ou a casa de sua mãe. Em um mundo justo, Jena Malone teria sido premiada por sua incrível atuação. Seus olhares de medo são mesmo angustiantes. O restante do elenco também se sai bem, em especial Ron Eldard. Um filme para mexer com os nervos do espectador.
Um diferencial entre este filme e outros apelativos dos anos 70 reside na ambiguidade do casal de protagonistas, algo já demonstrado na cena inicial. O marido não tem nada de bonzinho ou heroico: é um completo tranqueira, sempre bêbado e maltratando a esposa. Esta, por sua vez vive reclamando do comportamento dele mas continua casada com o mala-sem-alça
Já o psicótico vivido por David Hess também se revela mais interessante que outros vilões do gênero, fazendo uma inusitada proposta ao jornalista. O roteiro se diferencia de outros exemplares do exploitation ao colocar a cena clímax no final do segundo ato e não do terceiro. Então o filme se estende por mais vinte minutos surpreendentes. O problema desse terceiro ato é que
os roteiristas não conseguem pensar em nada melhor do que colocar um grupo de adolescentes marginais no caminho do casal. Ora, depois de tantos percalços fica forçado colocar mais bandidos na história. O marido poderia ter se livrado da esposa sem eles.
Outro detalhe que chama a atenção é o design de produção (postos de gasolina, automóveis, lanchonetes) que nos faz crer que o filme foi rodado nos EUA, quando na verdade foi na Itália.
O Assassino da Corrente de Ferro
3.4 3Um dos diferenciais desse filme é a grande quantidade de reviravoltas na história. O espectador nunca sabe em quem confiar, quem vai trair quem. Em vários momentos a trama lembra a de "Por Uns Dólares a Mais" (1965). Outro diferencial são os ângulos e movimentos de câmera incomuns na maioria dos filmes do gênero. O final, embora tenha uma revelação muito previsível, também consegue, paradoxalmente, se diferenciar da grande maioria dos filmes de ação.
Monster From Green Hell
2.8 3 Assista AgoraTípica produção trash dos anos 50 com todos os clichês possíveis e grande parte das imagens enxertadas de outros filmes. Barbara Turner (mãe de Jennifer Jason Leigh) é um desastre como atriz, sem dúvida uma das piores da história. Vale algumas risadas com a tosquice.
Os 5 Implacáveis
3.8 1O diretor Hsueh Li Pao tenta dar um tom épico a "Os 5 Implacáveis". O filme tem uma trama mais complicada do que maioria dos filmes do gênero, apresentando também uma grande quantidade de personagens. As lutas são bem divertidas e utilizam bem os objetos de cena.
Hans Staden
3.4 38Esqueça os índios de tanga dos filmes estrangeiros e novelas: aqui índio anda pelado mesmo. Assim como no clássico "Como Era Gostoso Meu Francês", de Nelson Pereira dos Santos (também baseado em parte do relato de Staden), o diretor Luiz Alberto Pereira não oferece uma visão idílica dos nativos, mas sim naturalista, recriando em detalhes a cultura dos tupinambás como foi narrada pelo personagem título. Curioso que o protagonista sofreu não só o risco de ser morto pelos nativos como também com vários europeus que não fizeram o menor esforço para salvá-lo.
Angústia
3.9 12Um bom roteiro muito bem dirigido por John Brahm, cujo maior mérito é o continuo recuo no tempo sem deixar o espectador confuso em nenhum momento. Laraine Day tem um ótimo desempenho como a mulher dissimulada, assim como Robert Mitchum como um pintor arrogante. Infelizmente o filme apresenta algumas situações inconsistentes na segunda metade:
Difícil aceitar que um homem egocêntrico como Norman (Mitchum) cometeria suicídio naquelas circunstâncias. O terceiro ato também apela muito para coincidências e o remorso final de Nancy acaba não convencendo totalmente.
Missão Alien
3.2 20Uma das premissas mais exploradas pelo cinema dos anos 80, a da dupla de policiais com personalidades diferentes é aqui usada em contexto de ficção científica, com resultados muito satisfatórios. James Caan oferece uma de suas melhores atuações. Um homem de meia idade que ostenta um figurino juvenil (que contrasta com seus valores reacionários), seu personagem é ranzinza, xenófobo e grosseiro. Difícil não antipatizar com ele no inicio mas seu arco dramático é bem explorado assim como o do personagem de Mandy Patinkin, um alienígena calmo e prestativo mas que pode se revelar violento quando sua comunidade é ameaçada.
Uma ficção científica pouco lembrada mas com um enredo (infelizmente) ainda atual.
Jovens Bruxas: Nova Irmandade
2.3 235 Assista AgoraO primeiro ato mais parece uma refilmagem do filme de 1996: toda a dinâmica dos personagens é praticamente igual (e haja coincidências). Depois há uma tentativa de mudança mas o roteiro é pouco inspirado, a direção é burocrática e as atuações, irregulares. David Duchovny está fraco como sempre, Michelle Monaghan faz o possível com o que o roteiro oferece e consegue uma boa química com Cailee Spaeny, o grande destaque do longa e que se revela uma atriz de potencial, com expressividade e carisma. Ela evita o estereótipo da adolescente rebelde e acaba sendo um bom motivo para ver esse filme tão medíocre.
P.S. Tenho a impressão de que David Duchovny está cada vez mais parecido com o cantor Leonardo.
O Filho de King Kong
2.7 10Se o primeiro filme era uma superprodução, esta continuação é um autêntico filme B, mais curto, menos orçamento e com um roteiro mais esquemático. A roteirista Ruth Rose investiu mais no humor do que no primeiro filme. Os efeitos visuais são tão eficientes quanto os do original mas usados por bem menos tempo.
Trilha de Sangue
2.0 30Com um roteiro pífio e atuações medíocres, esse "Trilha de Sangue" não chega aos pés dos melhores exploitations dos anos 70 nem dos do New French Extreme. O diretor Robert Krause parece não saber fazer outra coisa a não ser closes. Eu diria que 90% do tempo desse filme foi com closes e planos fechados além de uma fotografia em constante luz verde.
Pura perda de tempo.
Fuga Alucinada
3.8 47Fazia tempo que procurava esse filme. Me lembro dele ter passado na Globo quando eu era criança. Lembrava apenas duas cenas, a de quando Mary morde o braço de Larry e o carro sai da estrada e o inesperado final. Como não recordava o título cheguei a pensar que fosse "Louca Escapada" mas quando assisti o filme de Spielberg percebi que não era. Há pouco tempo vi o título em um comentário sobre "Corrida Contra o Destino" e fui conferir. Finalmente era o filme certo.
A Vingança do Dragão
3.7 24 Assista AgoraFilme que marca a estreia de Jackie Chan como diretor. E ele surpreende, já que conduz a história (simplória, é verdade) com habilidade. No auge da forma física ele coreografa lutas cheias de humor. O filme também tem algo de metalinguístico, já que o protagonista se dá conta de que precisa de humor nas lutas para derrotar os vilões. O humor também está presente na canastrice dos atores e no design de som, cheio de onomatopeias que remetem a desenhos animados (ou a seriados como Chaves e Chapolin). Botaram até uma rápida referência à Pantera Cor-de-Rosa. Uma pérola divertidíssima.
Um Filme Doce
3.5 60Makavejev entrega um filme ainda mais radical e provocador que W.R.: Mistérios do Organismo. Em Um Filme Doce ele se estabelece como uma mescla de Jean-Luc Godard com John Waters, atirando na cara do espectador politica, filosofia, escatologia, pedofilia. Difícil saber onde termina a reflexão e começa a simples apelação.
Assista mas antes prepare o estômago.
Jovens Bruxas
3.3 707 Assista AgoraO roteiro acerta no inicio ao mostrar os problemas enfrentados pelas jovens, como racismo, machismo e pais problemáticos. O diretor Andrew Fleming conduz a narrativa com segurança, com bons desempenhos do elenco e a trilha sonora pop dá um clima bem adolescente à história.
Mas no terceiro ato a coisa desanda, como se os realizadores não soubessem bem que rumo dar ao filme:
Por que, por exemplo, a loja de magia e sua dona são descartadas da história de forma abrupta? Por que o passado da mãe de Sarah não é melhor explorado?
No fim das contas Jovens Bruxas é um filme legal mas sua magia se acaba rápido.
Austrália
3.5 1,1K Assista AgoraParece que Baz Lurhmann queria dirigir dois filmes ao mesmo tempo: na primeira metade temos um western explorando as belezas naturais da Austrália e na segunda um drama ambientado na II Guerra Mundial. Infelizmente as duas partes tem mais defeitos que virtudes. A direção de Luhrmann adota uma montagem cheia de cortes rápidos (estilo Michael Bay) na primeira metade e um tom mais contido e melodramático na segunda. E o diretor dá uma aula de falta de sutileza em uma cena onde o casal dança enquanto todos os casais ao redor olham para eles com desprezo.
Nesse filme já dá pra notar os estragos que a computação gráfica e o green screen começavam a fazer no cinema (coincidentemente lançado no mesmo ano que "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal"). Várias cenas grandiosas são sabotadas pelos efeitos visuais que não envelheceram bem. Da mesma forma o elenco também se mostra irregular: Hugh Jackman se sai bem fazendo um cosplay de Clint Eastwood mas Nicole Kidman oscila entre o caricato e o dramático. Para piorar o roteiro dá muito destaque ao garoto aborígene interpretado pelo terrivelmente inexpressivo Brandon Walters.
No fim das contas Austrália não funciona como homenagem ao país natal do diretor nem como crítica ao tratamento dado aos nativos durante séculos.
King Kong
3.2 176 Assista AgoraDepois de vários anos revi este filme e percebi os vários equívocos. Um dos piores é que tiraram quase todo o mistério da Ilha da Caveira. No litoral ela é uma ilha paradisíaca (foi filmada no Havaí) e no interior os cenários são mais artificiais que os da versão de 1933 (!) Além disso quase toda a "fauna" da ilha foi extinta: nada de dinossauros ou pterodáctilos, só uma serpente gigante (e terrivelmente mal feita).
Salva-se o elenco bem escalado e o embate final no World Trade Center, mais brutal até que na versão de 2005.
Os Outros
4.1 2,5K Assista AgoraNicole Kidman oferece aqui uma de suas melhores performances como uma mulher determinada e arrogante e mãe protetora. A veterana Fionnula Flanagan também se destaca assim como a pequena Alakina Mann (e é uma pena que ela tenha deixado a carreira de atriz após "Moça com Brinco de Pérola").
Embora muitos achem o ritmo lento, penso que é perfeito para construir a atmosfera claustrofóbica e o clímax apavorante.
Sacco e Vanzetti
4.3 29Excelente drama de tribunal retratando um dos casos mais escandalosos do seculo XX. Incompreensível que Gian Maria Volonté não tenha ganhado o prêmio de atuação em Cannes junto com Riccardo Cucciolla, já que sua atuação é ainda mais apaixonada. Milo O'Shea também oferece uma performance visceral como o advogado Moore.
Se você gostou, não deixe de ver "Em Nome do Pai" (1993) de Jim Sheridan. Também baseado em fato real, tem alguns pontos em comum com este magnífico filme.
As Quatro Irmãs
3.7 22 Assista AgoraEsta primeira adaptação sonora do romance de Louisa May Alcott tem uma excelente direção de arte e figurinos, desde a opulenta mansão dos Laurence até a modesta (mas aconchegante) residencia da família March.
O roteiro força a barra para o melodrama em muitos momentos mas também há várias cenas bem humoradas.
Curiosidade: das atrizes que interpretaram as irmãs, três (Hepburn, Dee e Parker) morreram com mais 90 anos. Apenas Joan Bennet morreu com menos (80 anos).
Carrossel
3.3 20Um musical que não envelheceu muito bem. Na maior parte do tempo é um teatro filmado, com poucas (ou nenhuma) coreografia. A exceção é "June is Bustin' Out All Over", que tem uma coreografia de tirar o fôlego.
Mas a maior dificuldade é acompanhar por duas horas um protagonista tão chato, grosseirão e egoísta quanto o vivido por Gordon McRae.
E o pior é que sua redenção no final é rápida demais, praticamente sem um arco dramático.
Para quem está começando a assistir musicais, este sem dúvida não é a melhor opção.
Moby Dick
2.6 1Adaptação que quase nada tem a ver com o romance clássico de Herman Melville. Aqui, Ahab não é capitão e sim um marinheiro beberrão, sujo e grosseiro. Fica impossível compreender como a filha bem educada de um pastor se apaixona por ele. Vale só como curiosidade do inicio do cinema sonoro.
Interlúdio
4.0 269 Assista AgoraIngrid Bergman mais uma vez provando seu talento: sua personagem em nada lembra a psiquiatra vista um ano antes em "Quando Fala o Coração". Em alguns momentos parece ser outra atriz.
O filme começa em tom de romance e o suspense vai crescendo até o desfecho.
Assisti pela primeira vez no Cine Vida, da Rede Vida, no inicio dos anos 2000.
A Invasão dos Discos Voadores
3.5 42 Assista AgoraHugh Marlowe, que tinha sido vilão em "O Dia em Que a Terra Parou" (1951) assume aqui o papel de herói com bastante carisma, além de uma boa química com Joan Taylor. Eles formam um casal bem mais expressivo do que Gene Barry e Ann Robinson em "A Guerra dos Mundos" (1953). Não só eles! Os invasores alienígenas também são mais interessantes aqui,
chegando a explicar para os humanos o motivo da invasão e tentando convencer os líderes mundiais a aceitar a dominação para evitar destruição!
Os discos voadores criados por Ray Harryhausen foram homenageados por Tim Burton em "Marte Ataca!" (1996)
Marcas do Silêncio
4.0 92Anjelica Huston estreia na direção com o tema bastante pesado do abuso infantil. Ela faz um trabalho correto, sem chamar a atenção para si. A fotografia investe em tons dessaturados, dando um aspecto triste e decadente à cidade onde se passa a história. Isso é enfatizado pela impecável direção de arte, que cria locais que parecem prestes a ruir, como a lanchonete onde Anney trabalha ou a casa de sua mãe.
Em um mundo justo, Jena Malone teria sido premiada por sua incrível atuação. Seus olhares de medo são mesmo angustiantes. O restante do elenco também se sai bem, em especial Ron Eldard.
Um filme para mexer com os nervos do espectador.
O Fugitivo Sanguinário
3.5 7Um diferencial entre este filme e outros apelativos dos anos 70 reside na ambiguidade do casal de protagonistas, algo já demonstrado na cena inicial. O marido não tem nada de bonzinho ou heroico: é um completo tranqueira, sempre bêbado e maltratando a esposa. Esta, por sua vez vive reclamando do comportamento dele mas continua casada com o mala-sem-alça
(e parece querer provocá-lo quando é estuprada).
Já o psicótico vivido por David Hess também se revela mais interessante que outros vilões do gênero, fazendo uma inusitada proposta ao jornalista.
O roteiro se diferencia de outros exemplares do exploitation ao colocar a cena clímax no final do segundo ato e não do terceiro. Então o filme se estende por mais vinte minutos surpreendentes. O problema desse terceiro ato é que
os roteiristas não conseguem pensar em nada melhor do que colocar um grupo de adolescentes marginais no caminho do casal. Ora, depois de tantos percalços fica forçado colocar mais bandidos na história. O marido poderia ter se livrado da esposa sem eles.
Outro detalhe que chama a atenção é o design de produção (postos de gasolina, automóveis, lanchonetes) que nos faz crer que o filme foi rodado nos EUA, quando na verdade foi na Itália.