Os produtores cortaram 11 minutos de filme e mudaram o título para Sympathy for the Devil sem avisar a Goddard. Ele ficou pistola durante a estreia e atacou um dos produtores. A versão lançada em DVD pela Magnus Opus é a de 97 minutos e acompanha o media metragem "Voices", um making-off desse documentário.
O roteiro do escritor Graham Greene aproveita pouco mais de metade do original de Bernard Shaw (a encenação da peça costuma ter 3h30min). O diretor Otto Preminger tenta contornar a origem teatral do texto movimentando a câmera pelo cenário e algumas poucas cenas externas. Pra mim o ponto negativo é a caracterização infantiloide de Richard Widmark, que faz um Carlos VII como um bobalhão. O repentino remorso de um outro personagem perto do final também é pouco crível. Embora não seja ruim, fica bem atrás de outras versões, como a de Carl Dreyer (1928), Victor Fleming (1948), Robert Bresson (1962) e Jacques Rivette (1994).
O filme começa como um suspense criminal medíocre, quase todo baseado em diálogos desinteressantes. Depois assume ares de realismo fantástico, lembrando um pouco "A Estrada Perdida" de David Lynch. Por fim vira uma versão de "O Iluminado" de Stanley Kubrick, substituindo as Montanhas Rochosas pelo deserto escaldante da Califórnia. Mas o diretor e roteirista John Penney está a anos-luz do talento de Kubrick e Lynch e portanto seu filme nunca consegue ser minimamente envolvente ou aterrorizante. Tudo isso justifica a pior bilheteria da historia do cinema dos EUA.
O roteiro de Michael Crichton se mantêm fiel à estrutura do romance de Robin Cook mas faz algumas alterações que acabam melhorando o resultado, como a protagonista ser mais velha (e portanto mais experiente) e suas motivações soarem mais verossímeis que no livro. A direção de arte é eficaz ao associar os cenários aos personagens que os ocupam: a sala do cirurgião-chefe (Richard Widmark) é luxuosa como uma mansão, cheia de placas de homenagens (e o fato dele telefonar para senadores e outros políticos dá uma ideia de seu poder e influência) enquanto o apartamento de Mark é bem mais modesto e jovial. A trilha sonora de Jerry Goldsmith dá um clima de crescente paranoia. Um thriller eficiente sobre um assunto, infelizmente, ainda atual.
Embora o roteiro não tenha um pingo de originalidade (é uma mistura de "Alien - o 8º Passageiro" com "Aracnofobia") pelo menos o diretor Ellory Elkayem consegue conduzir a história com fluidez. Os efeitos visuais deixam a desejar no terceiro ato quando lançam mão de insetos digitais. Thomas Calabro tem uma boa dinâmica com Kristen Dalton, enquanto o veterano Dean Stockwell pouco tem a fazer como o xerife. Já para John Savage e Tom McBeath sobram os papeis de irritantes antagonistas do herói.
O inicio do filme é bem promissor, com o habitual requinte do diretor na parte técnica. Mas a história rapidamente degringola para a histeria. Há inúmeras referências a obras literárias do romantismo (em especial Frankenstein, é claro) mas é tudo atirado de forma caótica. No quesito horror também só há alguns sustos esporádicos mas a encenação é tão exagerada que acaba atrapalhando o clima aterrorizante que a história poderia ter. Poderia ter sido uma obra impactante como "Os Demônios" mas se tornou um apenas um filme visualmente bonito mas vazio. Curiosidade macabra: Julian Sands e Natasha Richardson morreram ambos em acidentes relacionados à neve. Natasha sofreu um trauma na cabeça enquanto esquiava no Canadá em 2009, enquanto Julian foi soterrado nas montanhas da Califórnia em janeiro deste ano.
Lembro de ter visto uma cena desse filme nos anos 90, na Band e sempre quis saber o título. O patriarca Giacinto é mais avarento que Ebenezer Scrooge. Um filme onde tudo o que é ruim tende a piorar.
Certamente é o pior (e menos lembrado) filme da fase de ouro de Schwarzenegger. Roteiro raso, personagens desinteressantes e cenas de ação burocráticas.
Ken Russell usa a história de Rodolfo Valentino para tecer uma crítica sarcástica ao "star system" de Hollywood e à espetacularização das tragédias, em especial as de celebridades, como fica demonstrado na cena em que Alla Nazimova (Leslie Caron) chega ao funeral do protagonista. A direção de arte é competente na recriação do período 1916-1926.
Um plágio deslavado de Predador (1987) só que com Esqueleto (de He-Man) no lugar do alienígena. Até algumas frases são praticamente iguais. Mas o nível de incompetência dessa produção é simplesmente abismal. Basicamente é o vilão aparecendo aleatoriamente para matar alguém enquanto os "heróis" atiram para todos os lados. Há também, é claro, inúmeros erros de continuidade como uma cicatriz que muda de lado no rosto de um personagem. Nem a floresta onde se passa a ação (foi filmada na Bulgária) consegue passar um clima opressivo. Para ser ruim esse filme teria que melhorar muito.
Um insulto à memória de Bruce Lee ver seu nome no título (e apenas no título) dessa produção vagabunda. Atuações risíveis (Deborah Chaplin foi selecionada e no dia seguinte já começou a trabalhar nas filmagens!), lutas toscas e uma montagem absurda (em certa cena os protagonistas veem um suspeito em um hipódromo e no corte seguinte já estão chegando na casa do dito cujo). Por incrível que pareça essa tralha foi lançada em DVD no Brasil, em versão dublada em inglês.
Teatro filmado da mais alta qualidade graças aos ótimos diálogos que mantêm o interesse e à direção de Hitch, que sabia aproveitar ao máximo o espaço cênico e os ângulos de câmera.
Neste filme, Fassbinder homenageia o cinema noir na fotografia, nos figurinos, nos ângulos de câmera e na amoralidade dos personagens. Também há referências a dois filmes de Jean-Luc Goddard, "Acossado" (nas cenas em que o protagonista dirige pelo campo) e "Alphaville" (que, por sua vez, também era uma homenagem ao noir). O diretor também alfineta os EUA, já que o protagonista é um ex-soldado que lutou no Vietnã e se revela um assassino frio e implacável.
Este filme tem importância por ter sido o primeiro que Fritz Lang fez no exílio, fugindo do nazismo. Mas assim como no posterior Carrossel (1956) não consegui me conectar com a história. Pra mim é impossível se importar com um sujeito tão bruto e egoísta quanto Liliom. O pior é que não há nenhum arco dramático, nada que realmente redima o protagonista. A direção de Lang é eficiente mas nada que se compare a seus trabalhos anteriores na Alemanha. A direção de arte que cria um "céu" dominado pela burocracia é a parte mais divertida. P.S.: Se eu fosse espírita diria que Oscar Isaac é a reencarnação de Charles Boyer. A semelhança é muito grande.
Neste terceiro filme da série as cenas de ação estão mais caprichadas mas em compensação, o universo em que elas ocorrem está cada vez mais absurdo. Basta dizer que em certo momento várias pessoas são violentamente assassinadas em uma estação de metrô lotada e ninguém presta atenção! Keanu Reeves se apoia apenas em seu carisma para sustentar o protagonista que parece cada vez mais um personagem de videogame (algumas cenas emulam claramente um jogo de tiro). Parece que o diretor e os roteiristas tentam fazer de John Wick um "Velozes e Furiosos" dos filmes de artes marciais. Filmes cada vez mais longos e um herói mais inquebrável como fica claro na cena em que John "sai" do Hotel Continental pela última vez.
A soberba direção de arte e figurinos não ofuscam a forma terrivelmente depreciativa com que os chineses são retratados no filme, bárbaros, traiçoeiros e pouco confiáveis. Ou seja, não muito diferentes dos afro-americanos vistos em "O Nascimento de Uma Nação" (1915). Nils Asther se esforça para criar um personagem com complexidade e é até bem sucedido, enquanto Barbara Stanwyck faz a típica americana perfeitinha demais.
Normalmente gosto do cinema pré-code mas este me decepcionou. O primeiro ato parece uma agradável comédia romântica mas depois a protagonista vai se revelando cada vez mais masoquista. Ela simplesmente abre mão de tudo na vida
(inclusive a filha) por um homem que ela sabe que não pode ter. Tudo isso para proteger a carreira politica dele! E mesmo quando ele resolve ficar com ela e revelar tudo ao público ela se recusa!
Da mesma forma as motivações do personagem de Ralph Bellamy nunca ficam claras. Afinal por que ele odiava tanto Bob Grover (Adolphe Menjou)? Assim este filme acaba virando uma nota de rodapé nas filmografias de Frank Capra e Barbara Stanwyck.
Um roteiro que investe em constantes reviravoltas para manter a atenção do público mas que perde força justamente quando o filme acaba e paramos para pensar um pouco sobre essas mesmas reviravoltas.
Se o cara era um agente infiltrado fica difícil acreditar que ele não pediria ajuda ao FBI mesmo com sua família em perigo.
O enredo também tem tantas coincidências que, em retrospecto, fica implausível. Por outro lado a direção de Wayne Kramer é super estilizada e cheia de energia. Paul Walker e Vera Farmiga tem ótimo desempenhos. Divertido mas não memorável.
Os diretores dessa sequencia apelam para uma montagem histérica que torna incompreensível a maior parte das lutas. O protagonista do primeiro filme aparece bem pouco aqui, só ganhando destaque no terceiro ato, quando ocorre um massacre que salva o filme do fracasso. Uma sequencia bem inferior ao primeiro filme mais ainda vela uma espiada.
Grande parte da trama lembra a de "Por Uns Dólares a Mais" (1965), de Sergio Leone. o tema do Europeu/Americano no meio dos revolucionários mexicanos tinha sido usado em Uma Bala Para o General (1967), de Damiano Damiani e apareceria novamente no excelente "Quando Explode a Vingança" (1975), também de Leone. Tomas Milian e John Steiner se saem bem em seus papéis mas Orson Welles aparece no piloto automático. Destaque para o desfecho bem incomum no gênero.
História confusa, com excesso de personagens. As lutas não são das melhores principalmente se comparadas a outros clássicos wuxia como A Tocha de Zen (1971), O Tigre e o Dragão (2000) e Herói (2002).
Um dos filmes mais apelativos do estúdio Shaw Brothers, com muitas cenas de nudez, sexo e temas mais pesados, como aborto, estupro e castração infantil (!) Há poucas cenas de lutas mas estas são bem coreografadas e violentas. O roteiro dá uma derrapada no final pois uma personagem de destaque some da história sem explicação. Mas o resultado final é bem satisfatório.
Tenso noir onde a brilhante diretora Ida Lupino desconstrói a figura do machão americano. Não há heroísmo, só tentativas de sobreviver. Nisso o roteiro é consistente até no ótimo desfecho:
o protagonista só consegue se vingar do vilão quando este já está algemado. O fato de o bandido não morrer também é consistente, já que ele temia mais a cadeia do que a morte. Aliás o criminoso verdadeiro, que inspirou o filme foi mesmo preso no México, deportado para os EUA e executado na câmara de gás em 1952.
Uma pequena obra-prima de uma diretora que merecia mais reconhecimento.
Sympathy for the Devil
3.6 30 Assista AgoraOs produtores cortaram 11 minutos de filme e mudaram o título para Sympathy for the Devil sem avisar a Goddard. Ele ficou pistola durante a estreia e atacou um dos produtores. A versão lançada em DVD pela Magnus Opus é a de 97 minutos e acompanha o media metragem "Voices", um making-off desse documentário.
Santa Joana
3.6 10O roteiro do escritor Graham Greene aproveita pouco mais de metade do original de Bernard Shaw (a encenação da peça costuma ter 3h30min). O diretor Otto Preminger tenta contornar a origem teatral do texto movimentando a câmera pelo cenário e algumas poucas cenas externas. Pra mim o ponto negativo é a caracterização infantiloide de Richard Widmark, que faz um Carlos VII como um bobalhão. O repentino remorso de um outro personagem perto do final também é pouco crível.
Embora não seja ruim, fica bem atrás de outras versões, como a de Carl Dreyer (1928), Victor Fleming (1948), Robert Bresson (1962) e Jacques Rivette (1994).
Estrada Da Morte
1.9 30O filme começa como um suspense criminal medíocre, quase todo baseado em diálogos desinteressantes. Depois assume ares de realismo fantástico, lembrando um pouco "A Estrada Perdida" de David Lynch. Por fim vira uma versão de "O Iluminado" de Stanley Kubrick, substituindo as Montanhas Rochosas pelo deserto escaldante da Califórnia. Mas o diretor e roteirista John Penney está a anos-luz do talento de Kubrick e Lynch e portanto seu filme nunca consegue ser minimamente envolvente ou aterrorizante.
Tudo isso justifica a pior bilheteria da historia do cinema dos EUA.
Coma
3.6 55 Assista AgoraO roteiro de Michael Crichton se mantêm fiel à estrutura do romance de Robin Cook mas faz algumas alterações que acabam melhorando o resultado, como a protagonista ser mais velha (e portanto mais experiente) e suas motivações soarem mais verossímeis que no livro. A direção de arte é eficaz ao associar os cenários aos personagens que os ocupam: a sala do cirurgião-chefe (Richard Widmark) é luxuosa como uma mansão, cheia de placas de homenagens (e o fato dele telefonar para senadores e outros políticos dá uma ideia de seu poder e influência) enquanto o apartamento de Mark é bem mais modesto e jovial. A trilha sonora de Jerry Goldsmith dá um clima de crescente paranoia.
Um thriller eficiente sobre um assunto, infelizmente, ainda atual.
Invasão Mortal
2.6 28 Assista AgoraEmbora o roteiro não tenha um pingo de originalidade (é uma mistura de "Alien - o 8º Passageiro" com "Aracnofobia") pelo menos o diretor Ellory Elkayem consegue conduzir a história com fluidez. Os efeitos visuais deixam a desejar no terceiro ato quando lançam mão de insetos digitais. Thomas Calabro tem uma boa dinâmica com Kristen Dalton, enquanto o veterano Dean Stockwell pouco tem a fazer como o xerife. Já para John Savage e Tom McBeath sobram os papeis de irritantes antagonistas do herói.
Gótico
3.4 56O inicio do filme é bem promissor, com o habitual requinte do diretor na parte técnica. Mas a história rapidamente degringola para a histeria. Há inúmeras referências a obras literárias do romantismo (em especial Frankenstein, é claro) mas é tudo atirado de forma caótica. No quesito horror também só há alguns sustos esporádicos mas a encenação é tão exagerada que acaba atrapalhando o clima aterrorizante que a história poderia ter. Poderia ter sido uma obra impactante como "Os Demônios" mas se tornou um apenas um filme visualmente bonito mas vazio.
Curiosidade macabra: Julian Sands e Natasha Richardson morreram ambos em acidentes relacionados à neve. Natasha sofreu um trauma na cabeça enquanto esquiava no Canadá em 2009, enquanto Julian foi soterrado nas montanhas da Califórnia em janeiro deste ano.
Feios, Sujos e Malvados
4.2 107 Assista AgoraLembro de ter visto uma cena desse filme nos anos 90, na Band e sempre quis saber o título. O patriarca Giacinto é mais avarento que Ebenezer Scrooge. Um filme onde tudo o que é ruim tende a piorar.
Jogo Bruto
2.9 89 Assista AgoraCertamente é o pior (e menos lembrado) filme da fase de ouro de Schwarzenegger. Roteiro raso, personagens desinteressantes e cenas de ação burocráticas.
Rudolph Valentino - O Ídolo, o Homem
3.5 4Ken Russell usa a história de Rodolfo Valentino para tecer uma crítica sarcástica ao "star system" de Hollywood e à espetacularização das tragédias, em especial as de celebridades, como fica demonstrado na cena em que Alla Nazimova (Leslie Caron) chega ao funeral do protagonista. A direção de arte é competente na recriação do período 1916-1926.
SkeletonMan
1.5 69Um plágio deslavado de Predador (1987) só que com Esqueleto (de He-Man) no lugar do alienígena. Até algumas frases são praticamente iguais. Mas o nível de incompetência dessa produção é simplesmente abismal. Basicamente é o vilão aparecendo aleatoriamente para matar alguém enquanto os "heróis" atiram para todos os lados.
Há também, é claro, inúmeros erros de continuidade como uma cicatriz que muda de lado no rosto de um personagem.
Nem a floresta onde se passa a ação (foi filmada na Bulgária) consegue passar um clima opressivo. Para ser ruim esse filme teria que melhorar muito.
Bruce Lee - A Marca do Dragão
3.4 4 Assista AgoraUm insulto à memória de Bruce Lee ver seu nome no título (e apenas no título) dessa produção vagabunda. Atuações risíveis (Deborah Chaplin foi selecionada e no dia seguinte já começou a trabalhar nas filmagens!), lutas toscas e uma montagem absurda (em certa cena os protagonistas veem um suspeito em um hipódromo e no corte seguinte já estão chegando na casa do dito cujo). Por incrível que pareça essa tralha foi lançada em DVD no Brasil, em versão dublada em inglês.
Disque M Para Matar
4.4 680 Assista AgoraTeatro filmado da mais alta qualidade graças aos ótimos diálogos que mantêm o interesse e à direção de Hitch, que sabia aproveitar ao máximo o espaço cênico e os ângulos de câmera.
O Soldado Americano
3.2 4Neste filme, Fassbinder homenageia o cinema noir na fotografia, nos figurinos, nos ângulos de câmera e na amoralidade dos personagens. Também há referências a dois filmes de Jean-Luc Goddard, "Acossado" (nas cenas em que o protagonista dirige pelo campo) e "Alphaville" (que, por sua vez, também era uma homenagem ao noir).
O diretor também alfineta os EUA, já que o protagonista é um ex-soldado que lutou no Vietnã e se revela um assassino frio e implacável.
Coração Vadio
4.0 8Este filme tem importância por ter sido o primeiro que Fritz Lang fez no exílio, fugindo do nazismo. Mas assim como no posterior Carrossel (1956) não consegui me conectar com a história. Pra mim é impossível se importar com um sujeito tão bruto e egoísta quanto Liliom. O pior é que não há nenhum arco dramático, nada que realmente redima o protagonista. A direção de Lang é eficiente mas nada que se compare a seus trabalhos anteriores na Alemanha. A direção de arte que cria um "céu" dominado pela burocracia é a parte mais divertida.
P.S.: Se eu fosse espírita diria que Oscar Isaac é a reencarnação de Charles Boyer. A semelhança é muito grande.
John Wick 3: Parabellum
3.9 1,0K Assista AgoraNeste terceiro filme da série as cenas de ação estão mais caprichadas mas em compensação, o universo em que elas ocorrem está cada vez mais absurdo. Basta dizer que em certo momento várias pessoas são violentamente assassinadas em uma estação de metrô lotada e ninguém presta atenção!
Keanu Reeves se apoia apenas em seu carisma para sustentar o protagonista que parece cada vez mais um personagem de videogame (algumas cenas emulam claramente um jogo de tiro). Parece que o diretor e os roteiristas tentam fazer de John Wick um "Velozes e Furiosos" dos filmes de artes marciais. Filmes cada vez mais longos e um herói mais inquebrável como fica claro na cena em que John "sai" do Hotel Continental pela última vez.
O Último Chá do General Yen
3.5 17A soberba direção de arte e figurinos não ofuscam a forma terrivelmente depreciativa com que os chineses são retratados no filme, bárbaros, traiçoeiros e pouco confiáveis. Ou seja, não muito diferentes dos afro-americanos vistos em "O Nascimento de Uma Nação" (1915).
Nils Asther se esforça para criar um personagem com complexidade e é até bem sucedido, enquanto Barbara Stanwyck faz a típica americana perfeitinha demais.
A Espada Manchada de Sangue
3.1 4Muita conversa e pouca ação.
Mulher Proibida
3.8 3Normalmente gosto do cinema pré-code mas este me decepcionou. O primeiro ato parece uma agradável comédia romântica mas depois a protagonista vai se revelando cada vez mais masoquista. Ela simplesmente abre mão de tudo na vida
(inclusive a filha) por um homem que ela sabe que não pode ter. Tudo isso para proteger a carreira politica dele! E mesmo quando ele resolve ficar com ela e revelar tudo ao público ela se recusa!
Da mesma forma as motivações do personagem de Ralph Bellamy nunca ficam claras. Afinal por que ele odiava tanto Bob Grover (Adolphe Menjou)?
Assim este filme acaba virando uma nota de rodapé nas filmografias de Frank Capra e Barbara Stanwyck.
No Rastro da Bala
3.6 298Um roteiro que investe em constantes reviravoltas para manter a atenção do público mas que perde força justamente quando o filme acaba e paramos para pensar um pouco sobre essas mesmas reviravoltas.
Se o cara era um agente infiltrado fica difícil acreditar que ele não pediria ajuda ao FBI mesmo com sua família em perigo.
O enredo também tem tantas coincidências que, em retrospecto, fica implausível.
Por outro lado a direção de Wayne Kramer é super estilizada e cheia de energia. Paul Walker e Vera Farmiga tem ótimo desempenhos. Divertido mas não memorável.
A Guilhotina Voadora 2
3.4 5Os diretores dessa sequencia apelam para uma montagem histérica que torna incompreensível a maior parte das lutas. O protagonista do primeiro filme aparece bem pouco aqui, só ganhando destaque no terceiro ato, quando ocorre um massacre que salva o filme do fracasso. Uma sequencia bem inferior ao primeiro filme mais ainda vela uma espiada.
Tepepa
3.5 8 Assista AgoraGrande parte da trama lembra a de "Por Uns Dólares a Mais" (1965), de Sergio Leone. o tema do Europeu/Americano no meio dos revolucionários mexicanos tinha sido usado em Uma Bala Para o General (1967), de Damiano Damiani e apareceria novamente no excelente "Quando Explode a Vingança" (1975), também de Leone. Tomas Milian e John Steiner se saem bem em seus papéis mas Orson Welles aparece no piloto automático. Destaque para o desfecho bem incomum no gênero.
Sabre do Dragão
3.7 1História confusa, com excesso de personagens. As lutas não são das melhores principalmente se comparadas a outros clássicos wuxia como A Tocha de Zen (1971), O Tigre e o Dragão (2000) e Herói (2002).
A Vingança do Mestre
3.8 2Um dos filmes mais apelativos do estúdio Shaw Brothers, com muitas cenas de nudez, sexo e temas mais pesados, como aborto, estupro e castração infantil (!)
Há poucas cenas de lutas mas estas são bem coreografadas e violentas. O roteiro dá uma derrapada no final pois uma personagem de destaque some da história sem explicação. Mas o resultado final é bem satisfatório.
O Mundo Odeia-Me
3.6 33 Assista AgoraTenso noir onde a brilhante diretora Ida Lupino desconstrói a figura do machão americano. Não há heroísmo, só tentativas de sobreviver. Nisso o roteiro é consistente até no ótimo desfecho:
o protagonista só consegue se vingar do vilão quando este já está algemado. O fato de o bandido não morrer também é consistente, já que ele temia mais a cadeia do que a morte. Aliás o criminoso verdadeiro, que inspirou o filme foi mesmo preso no México, deportado para os EUA e executado na câmara de gás em 1952.
Uma pequena obra-prima de uma diretora que merecia mais reconhecimento.