Achei bem decepcionante. Dá pra notar que o orçamento é baixíssimo, mas com um pouco de criatividade o roteiro poderia facilmente vencer esses obstáculos. Falo de um filme que poderia detalhar de maneira mais pormenorizada os primeiros anos de Lamarca às frente do movimento guerrilheiro no Brasil. Do meio para o fim a coisa começa a ficar arrastada e sonolenta. Uma pena, merecia uma produção muito melhor
Não é nenhuma obra de arte excepcional e memorável, mas o roteiro, embora batido, cria situações que conseguem prender a atenção do expectador do começo ao fim. Atuação maravilhosa da Isabelle Hupert <3
Com todo respeito que eu tenho pela vida e obra do Paulo Gustavo, gosto muito da trilogia "Minha mãe é uma peça", mas esse filme é simplesmente horrível. Nada parece funcionar muito bem aqui: o roteiro é extremamente superficial e fica muito aquém de outras obras que abordam essa temática de redescoberta de si mesmo como "Comer, rezar e amar". A lição final do filme parece tirada de uma página de autoajuda do instagram. As piadas não engrenam e falham miseravelmente na intenção de nos arrancar um sorriso. Os personagens também são rasos e pouco carismáticos (Em pleno 2018 PG fazendo o papel do melhor amigo gay é de lascar!). Como falei, admiro muito o trabalho do Paulo, mas esse filme é intragável!
Nunca pensei que fosse me emocionar com a história de amor entre um ser humano e um polvo. Esse documentário é daqueles que te azem refletir sobre a importância da vida (de todas elas) num momento em que a vida humana parece estar sendo tão banalizada... Belíssimo!
No começo eu achei que fosse uma comédia satírica bem interessante, mas a partir do segundo ato a trama vai tomando um grau de profundidade e densidade surpreendentes. O diretor consegue transitar bem aliás entre a comédia e o drama e o resultado é um filme que nos prende do início ao fim com um protagonista extremamente carismático (cadê a indicação do Adarsh Gourav ao oscar de melhor ator?), você acaba tendo empatia e torcendo por ele, ainda que ele cometa atitudes no mínimo questionáveis sob o ponto de vista moral. Um ponto negativo que eu posso destacar no roteiro é a lentidão que se desenvolve do momento em que o Balram se percebe como ser explorado até o momento em que ele arquiteta a vingança. Aquele final para mim também foi muito dúbio e aberto à várias interpretações. A vingança dele havia sido real ou apenas um sonho? Falhas pequenas que não são capazes de apagar o brilho deste longa.
Se me perguntassem o que é um oscar bait, certamente eu indicaria esse filme. Não que ele seja ruim, mas é que tudo nele é milimetricamente calculado para atrair a atenção dos críticos e abocanhar algumas estatuetas na temporada de premiações. O tom excessivamente melodramático acaba cansando o expectador antes mesmo de chegar ao último ato. A Amy Adams parece estar querendo ganhar o Oscar na marra. Sabemos o quão talentosa ela é, mas algumas reações estão muito fora do tom. Só de olhar para ela em alguns momentos eu ficava mentalmente exausto. Pior ainda é o personagem do filho dela, vivenciado por Gabriel Basso na fase adulta. A discrepância entre a atuação dele e a dela é simplesmente gritante. O ator que fez o J.D mais jovem ainda conseguia entregar uma boa performance pelo menos. A única que se encaixa perfeitamente no papel, e merece um oscar de atriz coadjuvante, é a Glenn Close. Ela consegue entregar a dor e a culpa de ter criado uma filha problemática sem apelar para exageros e firulas. Raros são os momentos em que ela se exalta e ainda assim consegue brilhar. Enfim, como eu falei lá em cima, não é um filme ruim, é bem executado e esse recurso de flashbacks que foi muito criticado em alguns comentários aqui, sinceramente não me incomodou.
Me surpreendeu que esse filme tenha tido tantas indicações ao Oscar desse ano, porque de todos os indicados, talvez esse seja o que tenha mais apelo popular, por diversas situações que vão desde a escolha do elenco até figurinos exóticos e que fazem referências a outros personagens clássicos da cultura pop. Eu entendo que essa seja a proposta do filme, abordar temas sérios como o machismo, o assédio e a violência sexual sob o ponto de vista da vítima, mas o resultado final acabou me incomodando um pouco porque coloca todos os homens na mesma caixinha (a de macho escroto). E sim, sabemos que vivemos numa sociedade machista e patriarcal e ne todos os homens são machistas mas são beneficiados por esse sistema, mas é muito desalentador perceber que nesse longa apenas UM homem teve a coragem de pedir perdão pelos erros que cometeu e teve a oportunidade de se redimir. Outro ponto negativo é o roteiro deixar algumas pontas soltas como não sabermos ao certo o que ela fazia com o caras que encontrava. Fora isso, é um filme muito bom, com um ritmo envolvente do começo ao fim, bons diálogos, boas química entre os protagonistas e situações muito bem construídas a ponto de fazer você criar empatia pela protagonista e todas as coisas moralmente questionáveis que ela faz ao longo da trama. Destaque mais que positivo para a Carey Mulligan, merecidamente indicada ao Oscar de Melhor Atriz (e que nesse filme tá a cara da Britney Spears!)
Fiquei muito encantado com a crueza e realidade da narrativa desse longa. Um tom documental acertado para esta adaptação de um livro que, por sua vez, é inspirado em fatos reais, e torna a obra de Chloé Zhao, merecidamente uma das grandes favoritas a estatueta do homem dourado. Um fator que pode incomodar alguns (eu incluso, em certos momentos) é que o grau de fidelidade do roteiro à vida real é tanta que a história em si não apresenta um início, meio e fim bem demarcados, o que poderia cansar o expectador a princípio, mas é uma característica muito bem trabalhada pela direção que se preocupa apenas em narrar fatos cotidianos da protagonista, quase como uma forma de nos dizer que a vida de todo mundo merece um filme, que todos nós temos uma história que merece ser contada. Destaque para a atuação seca, contida, mas extremamente fiel à realidade da maravilhosa Frances McDormand. Ela consegue, com muita leveza, e sem excessos, nos transmitir bem o seu estado de apatia, angústia e amargura diante das situações por ela vividas, ao mesmo tempo em que nos brinda com diálogos profundos e reflexivos com outros personagens, figurantes que dividem com a veterana atriz o mesmo compromisso em narrar uma história real. O filem ainda conta com uma mensagem política muito forte e pertinente, uma crítica ao sistema capitalista, que coloca mulheres no auge dos seus 60 anos em situações completamente indignas e degradantes. Um reflexão sobre a vida para ser apreciada pacientemente. Um filme necessário nesses tempos.
Um retrato interessante sobre a situação de marginalização dos imigrantes na Europa e relações familiares que a vida vai obrigando a se construírem. Destaque para a atuação brilhante de Sophia Loren, em retorno triunfal às telonas, nos emocionando no papel de uma ex prostituta que acaba virando uma mãe para crianças que também são filhas da prostituição. As cenas em que ela se mostra cada vez mais senil são simplesmente de partir o coração. Ibrahima Gueye também é outro talento promissor para prestarmos atenção. A cena do reencontro entre o personagem dele e da Sophia no hospital é um dos pontos altos do filme. Um ponto negativo do longa é o excesso de cenas que nada acrescentam à narrativa, tornando-o monótono em alguns momentos.
Certamente um dos filmes mais sensíveis dessa temporada de premiações, impossível não se encantar pelo David e pela tocante relação de amizade que vai se construindo aos pouquinhos com a avó, em estado de convalescença. De início, David se mostra como uma criança travessa e tem dificuldades em conviver com a avó, por ela não se "parecer muito como uma avó", e aos poucos os dois vão encontrando coisas em comum e partilhando propósitos de vida. É interessante também como os temas sociais são abordados aqui de maneira muito sutil e sem "forçar a barra". É a história de uma família coreana em busca do "sonho americano" e as frustrações que eles encontram ao notar que o paraíso que tanto imaginavam na terra das oportunidades não passa de propaganda. Um ponto negativo do filme é que em alguns momentos ele erra a mão no ritmo e vai se tornando um pouco arrastado, mas nada que as cenas finais não compensem.
Pelos comentários, eu achei que fosse um filme bem mais denso e de difícil interpretação, mas na verdade eu consegui compreender várias metáforas utilizadas aqui e outras me colocaram para pensar. Diferentemente de Get Out (que eu gosto bem mais, diga-se de passagem), a crítica ao racismo nesse filme acontece de forma mais velada. Na minha interpretação, os clones representam o lado sombra que as pessoas "normais" tentam esconder a todo custo, mas muitas vezes não conseguem. Em diversos momentos, temos essa visão das pessoas "normais" atacando violentamente os clones e nos perguntamos se somos tão bons assim quanto achamos que somos. Ainda tem umas sacadas bem legais, como a cena na qual aparecem os clones de mãos dadas e o pai das crianças diz que aquilo parece uma "arte performática", o que na minha concepção é uma clara crítica a certos ativistas que se preocupam muito mais com a própria imagem do que em realmente provocar uma mudança social drástica. Enfim, é um roteiro amplo à interpretações e ao mesmo tempo relativamente fácil de ser digerido sem parecer petulante. Destaque ainda pras atuações de todo o elenco, mas principalmente para a Lupita Nyong'O simplesmente fenomenal!
Tem uma premissa interessante e bons marketings sociais, mas desenvolve de maneira muito rasa e superficial os temas abordados, muito por conta da pouca duração do longa, mas também por conta da pobreza do roteiro que algumas vezes toma um tom folhetinesco com situações dignas de uma temporada bem ruim de Malhação. Alguns clichês poderiam ser melhor trabalhados se o filme tivesse tempo suficiente para desenvolvê-los (a trama de romance entre o menino negro da favela e a patricinha branca da zona sul que já foi retratada zilhões de vezes em novelas da Globo e não acrescenta em nada à história do filme). Fora isso, aplaudo e iniciativa de trazer ao público um filme tão carregado de questões sociais importantes, uma pena que não foram desenvolvidas da forma como mereciam. :(
Bom elenco e boa premissa, mas algumas situações colocadas (a perseguição em plena rua movimentada) são muito clichês e pouco verossímeis. Algumas cenas também são muito arrastadas e desnecessárias, mas no geral é um filme mediano.
De um modo geral é um dos trabalhos mais belos do Malick esteticamente, contando ainda com atuações superlativas de Brad Pitt e Jessica Chastain, que estão excelentes e vendendo bem seus personagens, mesmo que eu creia que nem mesmo eles tenham entendido a proposta do longa. Eu acho (e é bem achismo mesmo) que o Malick se inspirou nos trabalhos do Win Wenders, especialmente a trilogia das viagens, que tem bem essa narrativa de trazer à tona questões existenciais através de diálogos densos e profundos. Mas o que vemos aqui é um resultado extremamente pretensioso, como se tudo no filme, desde o roteiro sem ordem cronológica até a aparição aleatória de dinossauros e águas-vivas, passando pelas cenas no deserto e na praia com trilha sonora clássica, estivessem ali para ganhar esse rótulo de "filme cult". O resultado final é bonito, é impactante, mas é vazio e soa petulante demais.
Um dos melhores filmes do Nolan e com certeza o meu preferido. Tudo nesse filme é grandioso, apoteótico, imagético. Desde as atuações soberbas de Christian Bale e Heath Ledger até o conjunto de efeitos visuais na medida certa, sem muitas piruetas e CGI que os filmes de super herói (em especial os longas da Marvel) tomaram aos longos dos últimos anos. O roteiro também é muito bem trabalhado, um tapa na cara de quem diz que Nolan não sabe contar histórias complexas e incrivelmente fáceis de serem digeridas. Aqui o foco é a maldade humana e as questões morais atreladas ao conceito de herói e vilão. A mensagem que fica é que ninguém é 100% herói ou vilão, todos temos nossas falhas e virtudes, todos temos um pouco de Batman e Coringa dentro de nós. Enfim, um filmaço de 2 horas e meia pra ser apreciado sem moderação!
Belo documentário sobre o carnaval da Bahia, um dos maiores do Brasil e do mundo. Mas senti falta de alguns elementos negativos dessa festa que não foram abordados ou foram mencionados de uma forma muito superficial, como a elitização dos blocos de rua e a apropriação cultural de ritmos de matriz africana por parte da indústria musical baiana. Nada que apague a beleza e a saudade que sentimos estando em caso e vendo as imagens dos foliões se divertindo.
Filmaço super necessário sobre racismo e violência urbana. Não contive as lágrimas quando o ***** morreu, mas confesso que desde o início, o longa nos dava pistas de que seria super indigesto e tocaria em feridas não cicatrizadas. Se eu fosse apontar um ponto negativo do filme seriam os discursos do pai do Tre, que apesar de pertinentes e super importantes, tomaram um tom professoral e careciam de naturalidade. Mas é algo insignificante diante da crueza da vida na periferia mostrada da forma como ela é.
P.S: um destaque super positivo que faço nesse filme são os figurinos. todos os personagens aqui esbanjam atitude e estilo próprio.
Faltou consistência na história contada. Acho que foi um acontecimento histórico importante que poderia ser melhor contado através de um documentário, mas não sinto que uma peça ficcional dê conta de fazê-lo. Gosto do elenco, que está trabalhando de um maneira muito entrosada, gosto das cenas documentais introduzidas junto ás cenas mais importantes e também gosto das cenas de manifestação. E só. Fora isso, achei tudo muito chato e hiper arrastado.
Eu assisti a Soul (2020), uma animação da Disney antes de ver essa obra prima do Wenders e agora, vendo este filme, posso notar que ele teve uma influência bem grande na obra da Pixar. O roteiro enfatiza sempre situações aparentemente banais, os personagens inclusive estão sempre pensando sore coisas comuns do cotidiano ou fazendo grandes reflexões sobre a vida em meio ao vazio trazido pela guerra, a pobreza e a marginalização. Se eu fosse resumir esse filme em poucas palavras, eu diria que ele fala sobre a vida. O espetáculo que é nascer, respirar, sentir dor, fome, angústia, poder pegar um ônibus lotado, se apaixonar, parir, crescer, pular em um piscina, comer uma torta, adoecer, morrer. Muitas vezes não refletimos sobre a nossa própria vida porque estamos absortos em pensamentos vazios, nem sabemos se estamos de fato vivendo ou só fazendo parte de uma grande máquina, como operários encaixando as peças de automóvel. E Wenders traz a beleza da vida com uma poesia visual de encher os olhos: pássaros voando em revoada, crianças brincando de pegar moedas em um esgoto, um vagão de metrô lotado, onde se pode apenas ouvir os pensamentos das pessoas, pessoas estas que se encontram com olhares vazios, vivendo e pensando mecanicamente. No segundo ato, a narrativa vai ganhando mais consistência, e o anjo vivido por Bruno Ganz, depois de observar atentamente a humanidade e ver e dor e a delícia de ser humano, resolve ser um e vivencia de maneira linda todas as experiências que nós vivenciamos e nem nos damos conta. Uma obra muito sensível, recheadas de algumas cenas documentais (e trágicas) que narra sobre a odisseia da vida humana.
Acho que esse é um dos poucos filmes surrealistas que eu de fato curto, creio que por ser uma adaptação muito bem feita de uma história da mitologia grega amplamente conhecida. Interessante a narrativa enfatizar essa questão dos sonho como prelúdio da morte e as reflexões trazidas sobre a brevidade da vida e a necessidade de aproveitar o momento presente. A frase de efeito sobre os espelhos serem o instrumento da morte, um portal que conecta esta mundo com o outro, é uma metáfora para o envelhecimento. Cada vez que notamos o avançar do tempo no nosso corpo, nos conectamos mais e mais com a morte. O conjunto de efeitos especiais eu também acho muito avançado para a época, são divinos!
É um pouco decepcionante ver um filme que começa de maneira tão promissora se arrastar em uma imensidão de cenas morosas onde nada acontece. A cena do parto é uma das melhores que já vi nesse ano infelizmente fraco para o cinema, e as atuações do Shia LaBeoulf e da Vanessa Kirby estão fora de série, mas todo o resto é simplesmente um santo sonífero. Acho que o diretor se equivocou em trazer a cena mais dramática logo para o início da trama e o filme não soube sustentar uma narrativa consistente o suficiente para nos prender a atenção. Outro ponto negativo do roteiro é o fato de ele mudar completamente o foco do parto mal sucedido da Martha e todas as complicações jurídicas, sociais, e principalmente psicológicas para o desgaste do relacionamento dos dois. Enfim, um filme que conta com cenas iniciais frenéticas e boas atuações, mas nada muito excepcional.
Lamarca
3.3 52 Assista AgoraAchei bem decepcionante. Dá pra notar que o orçamento é baixíssimo, mas com um pouco de criatividade o roteiro poderia facilmente vencer esses obstáculos. Falo de um filme que poderia detalhar de maneira mais pormenorizada os primeiros anos de Lamarca às frente do movimento guerrilheiro no Brasil. Do meio para o fim a coisa começa a ficar arrastada e sonolenta. Uma pena, merecia uma produção muito melhor
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Souvenir
3.3 49 Assista AgoraNão é nenhuma obra de arte excepcional e memorável, mas o roteiro, embora batido, cria situações que conseguem prender a atenção do expectador do começo ao fim. Atuação maravilhosa da Isabelle Hupert <3
Minha Vida em Marte
3.5 478Com todo respeito que eu tenho pela vida e obra do Paulo Gustavo, gosto muito da trilogia "Minha mãe é uma peça", mas esse filme é simplesmente horrível. Nada parece funcionar muito bem aqui: o roteiro é extremamente superficial e fica muito aquém de outras obras que abordam essa temática de redescoberta de si mesmo como "Comer, rezar e amar". A lição final do filme parece tirada de uma página de autoajuda do instagram. As piadas não engrenam e falham miseravelmente na intenção de nos arrancar um sorriso. Os personagens também são rasos e pouco carismáticos (Em pleno 2018 PG fazendo o papel do melhor amigo gay é de lascar!). Como falei, admiro muito o trabalho do Paulo, mas esse filme é intragável!
Professor Polvo
4.2 387 Assista AgoraNunca pensei que fosse me emocionar com a história de amor entre um ser humano e um polvo. Esse documentário é daqueles que te azem refletir sobre a importância da vida (de todas elas) num momento em que a vida humana parece estar sendo tão banalizada... Belíssimo!
O Tigre Branco
3.8 403 Assista AgoraNo começo eu achei que fosse uma comédia satírica bem interessante, mas a partir do segundo ato a trama vai tomando um grau de profundidade e densidade surpreendentes. O diretor consegue transitar bem aliás entre a comédia e o drama e o resultado é um filme que nos prende do início ao fim com um protagonista extremamente carismático (cadê a indicação do Adarsh Gourav ao oscar de melhor ator?), você acaba tendo empatia e torcendo por ele, ainda que ele cometa atitudes no mínimo questionáveis sob o ponto de vista moral. Um ponto negativo que eu posso destacar no roteiro é a lentidão que se desenvolve do momento em que o Balram se percebe como ser explorado até o momento em que ele arquiteta a vingança. Aquele final para mim também foi muito dúbio e aberto à várias interpretações. A vingança dele havia sido real ou apenas um sonho? Falhas pequenas que não são capazes de apagar o brilho deste longa.
Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars
3.2 278Propositalmente trash. É um bom filme pra passar o tempo em uma tarde de domingo chatinha. Ponto positivo: as peças musicais.
Era Uma Vez um Sonho
3.5 448 Assista AgoraSe me perguntassem o que é um oscar bait, certamente eu indicaria esse filme. Não que ele seja ruim, mas é que tudo nele é milimetricamente calculado para atrair a atenção dos críticos e abocanhar algumas estatuetas na temporada de premiações. O tom excessivamente melodramático acaba cansando o expectador antes mesmo de chegar ao último ato. A Amy Adams parece estar querendo ganhar o Oscar na marra. Sabemos o quão talentosa ela é, mas algumas reações estão muito fora do tom. Só de olhar para ela em alguns momentos eu ficava mentalmente exausto. Pior ainda é o personagem do filho dela, vivenciado por Gabriel Basso na fase adulta. A discrepância entre a atuação dele e a dela é simplesmente gritante. O ator que fez o J.D mais jovem ainda conseguia entregar uma boa performance pelo menos. A única que se encaixa perfeitamente no papel, e merece um oscar de atriz coadjuvante, é a Glenn Close. Ela consegue entregar a dor e a culpa de ter criado uma filha problemática sem apelar para exageros e firulas. Raros são os momentos em que ela se exalta e ainda assim consegue brilhar. Enfim, como eu falei lá em cima, não é um filme ruim, é bem executado e esse recurso de flashbacks que foi muito criticado em alguns comentários aqui, sinceramente não me incomodou.
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraMe surpreendeu que esse filme tenha tido tantas indicações ao Oscar desse ano, porque de todos os indicados, talvez esse seja o que tenha mais apelo popular, por diversas situações que vão desde a escolha do elenco até figurinos exóticos e que fazem referências a outros personagens clássicos da cultura pop. Eu entendo que essa seja a proposta do filme, abordar temas sérios como o machismo, o assédio e a violência sexual sob o ponto de vista da vítima, mas o resultado final acabou me incomodando um pouco porque coloca todos os homens na mesma caixinha (a de macho escroto). E sim, sabemos que vivemos numa sociedade machista e patriarcal e ne todos os homens são machistas mas são beneficiados por esse sistema, mas é muito desalentador perceber que nesse longa apenas UM homem teve a coragem de pedir perdão pelos erros que cometeu e teve a oportunidade de se redimir. Outro ponto negativo é o roteiro deixar algumas pontas soltas como não sabermos ao certo o que ela fazia com o caras que encontrava. Fora isso, é um filme muito bom, com um ritmo envolvente do começo ao fim, bons diálogos, boas química entre os protagonistas e situações muito bem construídas a ponto de fazer você criar empatia pela protagonista e todas as coisas moralmente questionáveis que ela faz ao longo da trama. Destaque mais que positivo para a Carey Mulligan, merecidamente indicada ao Oscar de Melhor Atriz (e que nesse filme tá a cara da Britney Spears!)
Nomadland
3.9 896 Assista AgoraFiquei muito encantado com a crueza e realidade da narrativa desse longa. Um tom documental acertado para esta adaptação de um livro que, por sua vez, é inspirado em fatos reais, e torna a obra de Chloé Zhao, merecidamente uma das grandes favoritas a estatueta do homem dourado. Um fator que pode incomodar alguns (eu incluso, em certos momentos) é que o grau de fidelidade do roteiro à vida real é tanta que a história em si não apresenta um início, meio e fim bem demarcados, o que poderia cansar o expectador a princípio, mas é uma característica muito bem trabalhada pela direção que se preocupa apenas em narrar fatos cotidianos da protagonista, quase como uma forma de nos dizer que a vida de todo mundo merece um filme, que todos nós temos uma história que merece ser contada. Destaque para a atuação seca, contida, mas extremamente fiel à realidade da maravilhosa Frances McDormand. Ela consegue, com muita leveza, e sem excessos, nos transmitir bem o seu estado de apatia, angústia e amargura diante das situações por ela vividas, ao mesmo tempo em que nos brinda com diálogos profundos e reflexivos com outros personagens, figurantes que dividem com a veterana atriz o mesmo compromisso em narrar uma história real. O filem ainda conta com uma mensagem política muito forte e pertinente, uma crítica ao sistema capitalista, que coloca mulheres no auge dos seus 60 anos em situações completamente indignas e degradantes. Um reflexão sobre a vida para ser apreciada pacientemente. Um filme necessário nesses tempos.
Rosa e Momo
3.7 302 Assista AgoraUm retrato interessante sobre a situação de marginalização dos imigrantes na Europa e relações familiares que a vida vai obrigando a se construírem. Destaque para a atuação brilhante de Sophia Loren, em retorno triunfal às telonas, nos emocionando no papel de uma ex prostituta que acaba virando uma mãe para crianças que também são filhas da prostituição. As cenas em que ela se mostra cada vez mais senil são simplesmente de partir o coração. Ibrahima Gueye também é outro talento promissor para prestarmos atenção. A cena do reencontro entre o personagem dele e da Sophia no hospital é um dos pontos altos do filme. Um ponto negativo do longa é o excesso de cenas que nada acrescentam à narrativa, tornando-o monótono em alguns momentos.
Minari - Em Busca da Felicidade
3.9 549 Assista AgoraCertamente um dos filmes mais sensíveis dessa temporada de premiações, impossível não se encantar pelo David e pela tocante relação de amizade que vai se construindo aos pouquinhos com a avó, em estado de convalescença. De início, David se mostra como uma criança travessa e tem dificuldades em conviver com a avó, por ela não se "parecer muito como uma avó", e aos poucos os dois vão encontrando coisas em comum e partilhando propósitos de vida. É interessante também como os temas sociais são abordados aqui de maneira muito sutil e sem "forçar a barra". É a história de uma família coreana em busca do "sonho americano" e as frustrações que eles encontram ao notar que o paraíso que tanto imaginavam na terra das oportunidades não passa de propaganda. Um ponto negativo do filme é que em alguns momentos ele erra a mão no ritmo e vai se tornando um pouco arrastado, mas nada que as cenas finais não compensem.
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraPelos comentários, eu achei que fosse um filme bem mais denso e de difícil interpretação, mas na verdade eu consegui compreender várias metáforas utilizadas aqui e outras me colocaram para pensar. Diferentemente de Get Out (que eu gosto bem mais, diga-se de passagem), a crítica ao racismo nesse filme acontece de forma mais velada. Na minha interpretação, os clones representam o lado sombra que as pessoas "normais" tentam esconder a todo custo, mas muitas vezes não conseguem. Em diversos momentos, temos essa visão das pessoas "normais" atacando violentamente os clones e nos perguntamos se somos tão bons assim quanto achamos que somos. Ainda tem umas sacadas bem legais, como a cena na qual aparecem os clones de mãos dadas e o pai das crianças diz que aquilo parece uma "arte performática", o que na minha concepção é uma clara crítica a certos ativistas que se preocupam muito mais com a própria imagem do que em realmente provocar uma mudança social drástica. Enfim, é um roteiro amplo à interpretações e ao mesmo tempo relativamente fácil de ser digerido sem parecer petulante. Destaque ainda pras atuações de todo o elenco, mas principalmente para a Lupita Nyong'O simplesmente fenomenal!
Quem Quer Ser um Milionário?
4.0 2,4K Assista AgoraÉ um filme que sabe trabalhar muito bem a jornada do herói. Belíssimo!
M8 – Quando a Morte Socorre a Vida
3.6 219Tem uma premissa interessante e bons marketings sociais, mas desenvolve de maneira muito rasa e superficial os temas abordados, muito por conta da pouca duração do longa, mas também por conta da pobreza do roteiro que algumas vezes toma um tom folhetinesco com situações dignas de uma temporada bem ruim de Malhação. Alguns clichês poderiam ser melhor trabalhados se o filme tivesse tempo suficiente para desenvolvê-los (a trama de romance entre o menino negro da favela e a patricinha branca da zona sul que já foi retratada zilhões de vezes em novelas da Globo e não acrescenta em nada à história do filme). Fora isso, aplaudo e iniciativa de trazer ao público um filme tão carregado de questões sociais importantes, uma pena que não foram desenvolvidas da forma como mereciam. :(
O Dossiê Pelicano
3.4 158 Assista AgoraBom elenco e boa premissa, mas algumas situações colocadas (a perseguição em plena rua movimentada) são muito clichês e pouco verossímeis. Algumas cenas também são muito arrastadas e desnecessárias, mas no geral é um filme mediano.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraDe um modo geral é um dos trabalhos mais belos do Malick esteticamente, contando ainda com atuações superlativas de Brad Pitt e Jessica Chastain, que estão excelentes e vendendo bem seus personagens, mesmo que eu creia que nem mesmo eles tenham entendido a proposta do longa. Eu acho (e é bem achismo mesmo) que o Malick se inspirou nos trabalhos do Win Wenders, especialmente a trilogia das viagens, que tem bem essa narrativa de trazer à tona questões existenciais através de diálogos densos e profundos. Mas o que vemos aqui é um resultado extremamente pretensioso, como se tudo no filme, desde o roteiro sem ordem cronológica até a aparição aleatória de dinossauros e águas-vivas, passando pelas cenas no deserto e na praia com trilha sonora clássica, estivessem ali para ganhar esse rótulo de "filme cult". O resultado final é bonito, é impactante, mas é vazio e soa petulante demais.
Batman: O Cavaleiro das Trevas
4.5 3,8K Assista AgoraUm dos melhores filmes do Nolan e com certeza o meu preferido. Tudo nesse filme é grandioso, apoteótico, imagético. Desde as atuações soberbas de Christian Bale e Heath Ledger até o conjunto de efeitos visuais na medida certa, sem muitas piruetas e CGI que os filmes de super herói (em especial os longas da Marvel) tomaram aos longos dos últimos anos. O roteiro também é muito bem trabalhado, um tapa na cara de quem diz que Nolan não sabe contar histórias complexas e incrivelmente fáceis de serem digeridas. Aqui o foco é a maldade humana e as questões morais atreladas ao conceito de herói e vilão. A mensagem que fica é que ninguém é 100% herói ou vilão, todos temos nossas falhas e virtudes, todos temos um pouco de Batman e Coringa dentro de nós. Enfim, um filmaço de 2 horas e meia pra ser apreciado sem moderação!
Axé: Canto do Povo de Um Lugar
4.3 106 Assista AgoraBelo documentário sobre o carnaval da Bahia, um dos maiores do Brasil e do mundo. Mas senti falta de alguns elementos negativos dessa festa que não foram abordados ou foram mencionados de uma forma muito superficial, como a elitização dos blocos de rua e a apropriação cultural de ritmos de matriz africana por parte da indústria musical baiana. Nada que apague a beleza e a saudade que sentimos estando em caso e vendo as imagens dos foliões se divertindo.
Boyz'n the Hood: Os Donos da Rua
4.0 247 Assista AgoraFilmaço super necessário sobre racismo e violência urbana. Não contive as lágrimas quando o ***** morreu, mas confesso que desde o início, o longa nos dava pistas de que seria super indigesto e tocaria em feridas não cicatrizadas. Se eu fosse apontar um ponto negativo do filme seriam os discursos do pai do Tre, que apesar de pertinentes e super importantes, tomaram um tom professoral e careciam de naturalidade. Mas é algo insignificante diante da crueza da vida na periferia mostrada da forma como ela é.
P.S: um destaque super positivo que faço nesse filme são os figurinos. todos os personagens aqui esbanjam atitude e estilo próprio.
Os 7 de Chicago
4.0 581 Assista AgoraFaltou consistência na história contada. Acho que foi um acontecimento histórico importante que poderia ser melhor contado através de um documentário, mas não sinto que uma peça ficcional dê conta de fazê-lo. Gosto do elenco, que está trabalhando de um maneira muito entrosada, gosto das cenas documentais introduzidas junto ás cenas mais importantes e também gosto das cenas de manifestação. E só. Fora isso, achei tudo muito chato e hiper arrastado.
Malcolm & Marie
3.5 314 Assista AgoraEsse filme é praticamente um presente pra Zendaya mostrar o talento dela como atriz. Que desempeno FA-BU-LO-SO!
Asas do Desejo
4.3 493 Assista AgoraEu assisti a Soul (2020), uma animação da Disney antes de ver essa obra prima do Wenders e agora, vendo este filme, posso notar que ele teve uma influência bem grande na obra da Pixar. O roteiro enfatiza sempre situações aparentemente banais, os personagens inclusive estão sempre pensando sore coisas comuns do cotidiano ou fazendo grandes reflexões sobre a vida em meio ao vazio trazido pela guerra, a pobreza e a marginalização. Se eu fosse resumir esse filme em poucas palavras, eu diria que ele fala sobre a vida. O espetáculo que é nascer, respirar, sentir dor, fome, angústia, poder pegar um ônibus lotado, se apaixonar, parir, crescer, pular em um piscina, comer uma torta, adoecer, morrer. Muitas vezes não refletimos sobre a nossa própria vida porque estamos absortos em pensamentos vazios, nem sabemos se estamos de fato vivendo ou só fazendo parte de uma grande máquina, como operários encaixando as peças de automóvel. E Wenders traz a beleza da vida com uma poesia visual de encher os olhos: pássaros voando em revoada, crianças brincando de pegar moedas em um esgoto, um vagão de metrô lotado, onde se pode apenas ouvir os pensamentos das pessoas, pessoas estas que se encontram com olhares vazios, vivendo e pensando mecanicamente. No segundo ato, a narrativa vai ganhando mais consistência, e o anjo vivido por Bruno Ganz, depois de observar atentamente a humanidade e ver e dor e a delícia de ser humano, resolve ser um e vivencia de maneira linda todas as experiências que nós vivenciamos e nem nos damos conta. Uma obra muito sensível, recheadas de algumas cenas documentais (e trágicas) que narra sobre a odisseia da vida humana.
Orfeu
4.3 40 Assista AgoraAcho que esse é um dos poucos filmes surrealistas que eu de fato curto, creio que por ser uma adaptação muito bem feita de uma história da mitologia grega amplamente conhecida. Interessante a narrativa enfatizar essa questão dos sonho como prelúdio da morte e as reflexões trazidas sobre a brevidade da vida e a necessidade de aproveitar o momento presente. A frase de efeito sobre os espelhos serem o instrumento da morte, um portal que conecta esta mundo com o outro, é uma metáfora para o envelhecimento. Cada vez que notamos o avançar do tempo no nosso corpo, nos conectamos mais e mais com a morte. O conjunto de efeitos especiais eu também acho muito avançado para a época, são divinos!
Pedaços De Uma Mulher
3.8 544 Assista AgoraÉ um pouco decepcionante ver um filme que começa de maneira tão promissora se arrastar em uma imensidão de cenas morosas onde nada acontece. A cena do parto é uma das melhores que já vi nesse ano infelizmente fraco para o cinema, e as atuações do Shia LaBeoulf e da Vanessa Kirby estão fora de série, mas todo o resto é simplesmente um santo sonífero. Acho que o diretor se equivocou em trazer a cena mais dramática logo para o início da trama e o filme não soube sustentar uma narrativa consistente o suficiente para nos prender a atenção. Outro ponto negativo do roteiro é o fato de ele mudar completamente o foco do parto mal sucedido da Martha e todas as complicações jurídicas, sociais, e principalmente psicológicas para o desgaste do relacionamento dos dois. Enfim, um filme que conta com cenas iniciais frenéticas e boas atuações, mas nada muito excepcional.