Eu não entendi as contradições da Crítica após o prêmio de melhor filme no Festival de Veneza. Agora entendo: se trata de um filme que explicita os males do neoliberalismo, a diminuição do Estado para os mais pobres para se garantir os lucros do mais ricos. Traduzindo: Thomas Wayne é Donald Trump.
O filme não é pesado pela violência, mas pela sua carga dramática. É um filme profundo no estudo e desenvolvimento de uma personagem.
As críticas contra o filme, portanto, são cínicas, desonestas e revelam um mau caratismo ao atrelar o filme à apologia da violência dos Incels. Na verdade, Incels são pró capitalistas que projetam suas frustrações contra as minorias e não contra o sistema.
Logo, tem de fazer um esforço tremendo para atrelar o filme a playboys frustrados com sua sexualidade e com a diversidade social. Coringa não é isso. E caso haja algum tipo de atentado por conta do filme a reflexão que deve ser feita é a mesma do filme:
Somos uma sociedade doente e quem se revolta contra as engrenagens dela foi além do suportável que desafia a racionalidade e a loucura.
Vejo a turma reclamando da forma arrastada do filme e o desfecho. Na verdade, é um filme metalinguístico sobre a pureza idealizada na época sendo o desfecho totalmente coerente com a pureza e verdade que tanto queríamos por meio da nossa imaginação.
O último ato é a cara de Tarantino, mas tem gente frustrada pelo fato do diretor não ter suprido a ânsia de um sadismo mórbido dos espectadores.
Lixo de documentário. Ideológico a ponto de culpar o lado mais fácil. Michelle A. Rhee, que foi apresentada como heroína, abriu, oportunamente, uma ONG depois de deixar o cargo. Defende praticamente a privatização do ensino público.
O filme é bom, mas o hype imenso da galera o fez ser decepcionante para muitos. O que me pegou no filme não foi nem o romance entre os dois, mas a atuação de Timothee Chalamet,com sua expressão corporal e facial, é digna de uma indicação ao Oscar. Expressões que revelam o conflito e o sofrimento de um jovem em auto conhecimento e a descoberta do amor e da vida. Mas isso é pouco para ser a grande obra-prima que tanto falaram. Destaque para o diálogo de Elio com o pai, no terceiro ato. Muitos ali se reconhecerão. É um bom filme de temática LGBT, mas longe da grandeza de Moonlight e Brookeback Mountain.
Há filmes que são puro entretenimento e há outros que são tratados plenos da condição humana. A Ghost Story é um filme angustiante não apenas por seus planos longos e silenciosos, mas por traduzir nossa jornada nesta dimensão: amar, comer, criar e perecer. Perecimento não apenas físico, já que o que resta de nós após nossa partida é uma memória que também cai na degradação da qual lutamos para escapar. Assim como os outros nos perdem, os perdemos também,e deixar o tempo fluir só é algo fácil nos manuais patéticos da auto ajuda. Não se espere dele um filme de terror, mas um tratado filosófico sobre a dor de existir de várias maneiras.
Aqui tudo falha, roteiro, que não consegue sequer desenvolver personagens e muito menos criar uma ligação do espectador para com ela; edição, que em muitos momento deixa o espectador confuso sobre o que ocorreu e com quem ocorreu, e de nada adianta pontuar que era pra focalizar o caos da guerra. Caos com bombardeios em que soldados ficam parados e organizados em filas e sem uma gota de sangue ou sequer uma cena que causa o horror do que é a guerra? E Kenneth Branagh está no filme apenas para declamar diálogos expositivos e óbvios. Fraco para aquilo que tanto se divulgou.
O cinema sempre foi o retrato imediato da realidade.
E, mesmo em filme futurísticos, as questões de sua época não são menos importantes. Pelo contrário, é o deslocamento do tempo que salienta ainda mais os problemas sociais e individuais de nossos tempos.
Blade Runner 2049 é uma daquelas obras que perpassarão o seu tempo, além de se tornarem referências de arte e de filosofia para as futuras gerações.
O ser, o amor, a memória, o sentido da vida são temas universais presentes em todas as artes narrativas. No entanto, nesta obra de Dennis Villeneuve, a desumanização atual as torna ainda mais trágica durante a trajetória do androide K. É nele que se desemboca a humanidade ausente de nossa realidade, pois sua busca é sobre o seu lugar no mundo.
Num mundo em que máquinas são mais humanas que os humanos, nossa redenção se dará através de sacrifícios neste mundo em que amar é automaticamente ser desconhecido a quem se ama, é se resignar diante das perdas e de solucionar o conflito de que nossos idealismos, postos sob a influência de uma enxurrada de signos virtuais, se confrontam com a própria confusão da memória, que ora é vida real, ora é simulação do que somos e de como fomos.
Abram alas para o melhor filne do ano. mãe! é o cinema em sua experiência absoluta. É um filme para ser digerido em silêncio, uma obra desagradável e rica, dolorida, porém enriquecedora. O deslocamento do espectador não é falha da obra, mas sua verdadeira intenção. Aronofsky nos joga num caos simbólico justamente para experimentarmos a caoticidade do mundo e da própria vida. Assim, saímos esmagados da sala e, se refletimos bem, o filme nos ajuda a entendermos e percebermos o quanto esmagados estamos, na realidade.
É um filme sobre perda e dor. E de como o tempo não é sempre o remédio de todas as coisas. Certas coisas não há como superar. E a vida, como é uma ordem, segue. Lee Chandler apenas tem a opção de conviver com sua dor e viver, mesmo quando esta vida não tem mais sentido.
Se o espectador espera uma trama com reviravoltas, suspense constante, é melhor ir ver outro filme. Este aqui é um estudo de personagem, é o humano sendo explorado e a vida com suas dores e humores.
Comecei o filme com aquele sentimento de vergonha alheia. Pensei: "Mais um daqueles musicais em que a vida é bela e todos têm uma razão para ser felizes e sair cantando pela rua." Depois que engrenou, me vi com sorriso aberto e lágrimas de contentamento durante todo o filme. Quando acabou, lamentei pelo filme não ter, pelo menos, umas quatro horas de duração.
O cinema é uma fábrica de empatia. No caso deste filme, além de empatia é um embrulhar de estômago necessário quando o assunto é o ódio às mulheres e suas destruições físicas e interiores.
Sabiamente Villeneuve opta pela filmagem em preto e branco, não por medo de banalizar o sangue na tela, mas por não dar qualquer tom colorido que pudesse estetizar uma verdade nua e crua. Não são necessárias as cores para o que já é brutalmente caracterizado na tela.
Ao mesmo tempo, é dispensável o desenvolvimento de personagens quando a mensagem do filme é clara: não é importante uma narrativa para o ódio, não é preciso criar paisagens interiores dos personagens para que o ato violento ganhasse mais contornos emotivos. A violência é aterrorizante por si mesma.
Um filme indicado para qualquer um que relativize o machismo, a misoginia ou que acene para qualquer ideia de subjugação frente ao ser feminino.
Numa época em que mais assassinos como o de Campinas podem vir à tona, assistir a esta obra e discuti-la publicamente é algo obrigatório.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraEu não entendi as contradições da Crítica após o prêmio de melhor filme no Festival de Veneza.
Agora entendo: se trata de um filme que explicita os males do neoliberalismo, a diminuição do Estado para os mais pobres para se garantir os lucros do mais ricos.
Traduzindo: Thomas Wayne é Donald Trump.
O filme não é pesado pela violência, mas pela sua carga dramática. É um filme profundo no estudo e desenvolvimento de uma personagem.
As críticas contra o filme, portanto, são cínicas, desonestas e revelam um mau caratismo ao atrelar o filme à apologia da violência dos Incels.
Na verdade, Incels são pró capitalistas que projetam suas frustrações contra as minorias e não contra o sistema.
Logo, tem de fazer um esforço tremendo para atrelar o filme a playboys frustrados com sua sexualidade e com a diversidade social.
Coringa não é isso. E caso haja algum tipo de atentado por conta do filme a reflexão que deve ser feita é a mesma do filme:
Somos uma sociedade doente e quem se revolta contra as engrenagens dela foi além do suportável que desafia a racionalidade e a loucura.
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraMoral da História:
Sempre visite o museu da cidade onde tu quer aprontar!
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraDois dias e ainda assimilando este filme. Brasilidade em sua forma e conteúdo...
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraHá um pessoal aí que não entendeu o Era Uma Vez... no título.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraVejo a turma reclamando da forma arrastada do filme e o desfecho. Na verdade, é um filme metalinguístico sobre a pureza idealizada na época sendo o desfecho totalmente coerente com a pureza e verdade que tanto queríamos por meio da nossa imaginação.
O último ato é a cara de Tarantino, mas tem gente frustrada pelo fato do diretor não ter suprido a ânsia de um sadismo mórbido dos espectadores.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraNunca pensei que Tarantino me faria chorar.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraÉ um bom filme, mas ter levado Oscar enquanto havia o Infiltrado na Klan é um escárnio.
O Rei Leão
3.8 1,6K Assista AgoraComida de hospital: alimenta, mas não tem sabor.
Esperando Pelo Super-Homem
3.9 38 Assista AgoraLixo de documentário. Ideológico a ponto de culpar o lado mais fácil. Michelle A. Rhee, que foi apresentada como heroína, abriu, oportunamente, uma ONG depois de deixar o cargo. Defende praticamente a privatização do ensino público.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraO filme é bom, mas o hype imenso da galera o fez ser decepcionante para muitos. O que me pegou no filme não foi nem o romance entre os dois, mas a atuação de Timothee Chalamet,com sua expressão corporal e facial, é digna de uma indicação ao Oscar. Expressões que revelam o conflito e o sofrimento de um jovem em auto conhecimento e a descoberta do amor e da vida. Mas isso é pouco para ser a grande obra-prima que tanto falaram.
Destaque para o diálogo de Elio com o pai, no terceiro ato. Muitos ali se reconhecerão.
É um bom filme de temática LGBT, mas longe da grandeza de Moonlight e Brookeback Mountain.
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista AgoraHá filmes que são puro entretenimento e há outros que são tratados plenos da condição humana. A Ghost Story é um filme angustiante não apenas por seus planos longos e silenciosos, mas por traduzir nossa jornada nesta dimensão: amar, comer, criar e perecer. Perecimento não apenas físico, já que o que resta de nós após nossa partida é uma memória que também cai na degradação da qual lutamos para escapar. Assim como os outros nos perdem, os perdemos também,e deixar o tempo fluir só é algo fácil nos manuais patéticos da auto ajuda. Não se espere dele um filme de terror, mas um tratado filosófico sobre a dor de existir de várias maneiras.
Dunkirk
3.8 2,0K Assista AgoraAqui tudo falha, roteiro, que não consegue sequer desenvolver personagens e muito menos criar uma ligação do espectador para com ela; edição, que em muitos momento deixa o espectador confuso sobre o que ocorreu e com quem ocorreu, e de nada adianta pontuar que era pra focalizar o caos da guerra. Caos com bombardeios em que soldados ficam parados e organizados em filas e sem uma gota de sangue ou sequer uma cena que causa o horror do que é a guerra? E Kenneth Branagh está no filme apenas para declamar diálogos expositivos e óbvios. Fraco para aquilo que tanto se divulgou.
Blade Runner 2049
4.0 1,7K Assista AgoraO cinema sempre foi o retrato imediato da realidade.
E, mesmo em filme futurísticos, as questões de sua época não são menos importantes. Pelo contrário, é o deslocamento do tempo que salienta ainda mais os problemas sociais e individuais de nossos tempos.
Blade Runner 2049 é uma daquelas obras que perpassarão o seu tempo, além de se tornarem referências de arte e de filosofia para as futuras gerações.
O ser, o amor, a memória, o sentido da vida são temas universais presentes em todas as artes narrativas. No entanto, nesta obra de Dennis Villeneuve, a desumanização atual as torna ainda mais trágica durante a trajetória do androide K. É nele que se desemboca a humanidade ausente de nossa realidade, pois sua busca é sobre o seu lugar no mundo.
Num mundo em que máquinas são mais humanas que os humanos, nossa redenção se dará através de sacrifícios neste mundo em que amar é automaticamente ser desconhecido a quem se ama, é se resignar diante das perdas e de solucionar o conflito de que nossos idealismos, postos sob a influência de uma enxurrada de signos virtuais, se confrontam com a própria confusão da memória, que ora é vida real, ora é simulação do que somos e de como fomos.
Melhor filme do ano! (até agora)
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraAbram alas para o melhor filne do ano. mãe! é o cinema em sua experiência absoluta. É um filme para ser digerido em silêncio, uma obra desagradável e rica, dolorida, porém enriquecedora. O deslocamento do espectador não é falha da obra, mas sua verdadeira intenção. Aronofsky nos joga num caos simbólico justamente para experimentarmos a caoticidade do mundo e da própria vida. Assim, saímos esmagados da sala e, se refletimos bem, o filme nos ajuda a entendermos e percebermos o quanto esmagados estamos, na realidade.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraQuando toca Caetano e as lágrimas rolam.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraÉ um filme sobre perda e dor. E de como o tempo não é sempre o remédio de todas as coisas. Certas coisas não há como superar. E a vida, como é uma ordem, segue. Lee Chandler apenas tem a opção de conviver com sua dor e viver, mesmo quando esta vida não tem mais sentido.
Se o espectador espera uma trama com reviravoltas, suspense constante, é melhor ir ver outro filme. Este aqui é um estudo de personagem, é o humano sendo explorado e a vida com suas dores e humores.
Reflexo do que a existência é.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraQuando toca Caetano e as lágrimas rolam.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraUm Oscar para Mahershala Ali.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraUm filme que bate e, às vezes, assopra. Mas os assopros ardem.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraEsta data de estreia está certa, mesmo?
Eu, Daniel Blake
4.3 533 Assista AgoraLiberaleco coxinha odiará o filme.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraComecei o filme com aquele sentimento de vergonha alheia. Pensei: "Mais um daqueles musicais em que a vida é bela e todos têm uma razão para ser felizes e sair cantando pela rua."
Depois que engrenou, me vi com sorriso aberto e lágrimas de contentamento durante todo o filme.
Quando acabou, lamentei pelo filme não ter, pelo menos, umas quatro horas de duração.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraSimplesmente encantador. Sem mais.
Politécnica
4.0 197O cinema é uma fábrica de empatia. No caso deste filme, além de empatia é um embrulhar de estômago necessário quando o assunto é o ódio às mulheres e suas destruições físicas e interiores.
Sabiamente Villeneuve opta pela filmagem em preto e branco, não por medo de banalizar o sangue na tela, mas por não dar qualquer tom colorido que pudesse estetizar uma verdade nua e crua. Não são necessárias as cores para o que já é brutalmente caracterizado na tela.
Ao mesmo tempo, é dispensável o desenvolvimento de personagens quando a mensagem do filme é clara: não é importante uma narrativa para o ódio, não é preciso criar paisagens interiores dos personagens para que o ato violento ganhasse mais contornos emotivos. A violência é aterrorizante por si mesma.
Um filme indicado para qualquer um que relativize o machismo, a misoginia ou que acene para qualquer ideia de subjugação frente ao ser feminino.
Numa época em que mais assassinos como o de Campinas podem vir à tona, assistir a esta obra e discuti-la publicamente é algo obrigatório.