Frank Darabont conseguiu assim como em "A espera de um milagre" trazer esses temas tão fortes, que norteiam a alma humana, de forma sublime e real. A liberdade almejada aqui é tanto física quanto a de pensamento, do sentimento de culpa, a liberdade interior. Baseado no conto de Stephen King, do livro quatro estações, contem contos tão bons quanto, "conta comigo" que também virou um filme (e marcou minha adolescência). Quando o banqueiro Andy, é preso por duplo assassinato, jura inocência, mas é condenado, e sentenciado à prisão perpétua, se vê numa chocante nova realidade. Preso e envolto em uma cadeia cheia dos piores esteriótipos,que vão desde um diretor corrupto, quardas violentos, grupo de homossexuais estupradores, a colegas omissos e camaradas. A situação é absorta e surreal. Andy leva tempo para se adaptar e acreditar que aquilo era real e nisso a atuação de Tim Robbins toma forma, nos momentos certos ele vai introduzindo as mudanças do personagem, e junto com Morgan Freeman, vem formar uma dupla inesquecível, de amizade, confiança e esperança. A narração do personagem Red (Freeman) vai nos mostrando a dura realidade, tanto do cotidiano da prisão, quanto suas constatações quanto a inercia da situação. Tudo quanto sabemos, vem direto do poder narrativo de Red, no trecho ele diz "Primeiro você detesta esses muros, depois se acostuma a eles até que você precisa deles", e como choca, notar que a liberdade tão almejada pode ser uma prisão ainda pior, já que o mundo la fora é estranho, tacanho, perigoso e solitário. A forma como Andy começa a lutar naquela selva de pedras, usando sua inteligencia, é o mote do filme, devagar o roteiro vai mostrando como asuas ideias mudam a rotina do lugar, converte a visão das pessoas sobre ele, e a ganancia alheia, vai ser sua arma até o fim. O filme poderia descambar para um final melodramático, mas o plot twist deixa o final apoteótico, e valoriza ainda mais essa história, é impossível não torcer por Andy e Red, e quando chegamos a tão famosa cena da chuva, temos nossa alma lavada, e sorrimos e choramos junto com o personagem, porque o que era sonho, brilhantemente se torna realidade.
Um dos piores do ano, que eu assisti, uma pena, sou budoka, estudante de kenjutsu e de escolas samurais por 5 anos, e depois de estar inserido na cultura japonesa vejo o tanto que esse filme falhou, uma pena, original, ate hj é referencia.
Antes de tecer tudo que vou escrever, quero falar que Padilha fez um bom trabalho, no seu trabalho de câmera, na condução do espectador pela ideia central do filme, e ter encarado os magnatas de Hollywood para introduzir vários conceitos no filme. levantar as questões de drones e manipulação de informação. Mas de resto o filme entra em vários problemas, personagens sem vida, sem drama real, sem motivações, sem peso. Não conseguimos desvincular da ligação com o filme de 1987, já que no inicio se toca o tema. A cidade violenta, esquizofrênica, brutal e corrupta, nem lembra essa cidade de Detroit, bonitinha e limpa do remake, o personagem do Alex Murphy, é fraco, desde o ator, até sua construção, seu drama é raso, e quando começamos a acreditar, naquela armadura cinza, de repente, o android vira o "robocop de ferro" parece video game, e a ação não se alinha com o filme, ela vem p agitar somente, pela plasticidade, não serve ao roteiro. É notável que a intenção é pegar essa geração nova, acostumada com web, banco de dados, tecnologias atuais, próximas do publico alvo, retira a violência, o sangue e pegamos PG 13 para vender mais, e isso deturpa toda a ideia de combate ao crime, já adjetivado no texto. Não existe um vilão de peso, não existe frases memoráveis, não existe personagens marcantes, é só diversão pelo simples entretenimento, resumir o que esta acontecendo com dados de um jornalzinho duvidoso, deixa de evocar o apelo das ruas pela necessidade de um policial desse tipo. Muitas falhas, que no final deixa claro que é só diversão e negócios, Paul Verhoeven ficaria triste ao ver que pegaram sua ideia e transformaram em um filme americanoide com cara de tokusatsu.
Vejo que esse filme mexeu com várias pessoas, o que na real é muito bom, eu queria ter sentido todas essas mensagens alegres, e ver o mundo de outra forma a partir dele, mas a conotação de estar vendo uma revista digital, com lindas imagens, e mensagens tocantes, se choca com a imagem photoshopada que tanto ele quer parodiar, quando ele trouxe elementos como a piada dentro de Benjamin Button, sorri de lado, já que daria para fazer a mesma caricatura do filme dele. Achei muito lento, e as vezes isso é bom, já que você trabalhará os personagens, mas aqui nem precisava, já que suas características estavam bem definidas, e toda a contemplação das imagens já fazia um papel muito eficiente, de nos conectar com a fotografia. Quando li que parecia um powerpoint, pensei que seria um exagero, mas com esse sentimento de filme edificante, que usa das mesmas mecânicas de slides de web, realmente não tem como negar, apesar de ter gostado de vários pontos do filme, sua visão side scrolling, lembrando filmes de personagens corredores, como forrest ... É uma pena que depois de terminar me veio na mente a mesma sensação que tive, quando assisti " A procura da felicidade" que sem necessidade, apela, para cenas melodramáticas e forçadas para aplacar sentimento no publico e cobrir seus problemas.
Antes de falar sobre o filme, não posso deixar de falar sobre como as pessoas continuam confundindo escravidão e servidão, inclusive trazendo as partes do filme onde existe relatos bíblicos e tal, minha intenção nem era abordar essa parte, já que existem muitos filmes, que retratam com fidelidade a diferença entre as duas coisas. Aqui em "12 anos" é um caso de escravidão bem claro. Se existe um tema atual é esse, seria deselegante dizer que esta na moda tratar disso, mas é um problema tão incutido, tão acoplado ao senso comum, que seria impossível apagar, ou fazer de conta que já esta resolvido.Assim como os discursos de Martin Luther King Jr, que continuam reverberando no tempo.Esse tema sempre deve ser lembrado, para que barbáries, não continuem acontecendo, não disse "não mais aconteça" porque esse problema continua aí, as claras, no comportamento do Estado, das pessoas e da mídia. Tirando alguns filmes mais "fantasiosos" sobre o tema, cito Django por exemplo (já que ele vem lidar com o vingador negro que derrota seu vilão), temos filmes muito fortes com essa temática, que vem mostrar quão vil, indigno e cruel pode ser o homem, no que tange a escravatura, Amistad, Lincoln, Diamante de sangue, E o vento levou e Quilombo são amostras de filmes que de alguma maneira tenta mostrar ao público os efeitos desse período. Mas pela primeira vez, foi extremamente tocado com um filme sobre isso, das outras vezes nunca me senti parte daquilo, nunca me atingiu de verdade, no máximo tinha uma indignação, uma reflexão e só, mas dessa vez, quando vi a situação de Solomon Northup, um homem livre, casado e com filhos, sequestrado e forçado a viver como escravo, senti que poderia ser comigo, que a cor ou momento histórico, não tinham importância, já que aquilo poderia acontecer, comigo, com um amigo, alguém próximo, e ali me senti mau, porque todo o sentimento de outrora soava falso. e tudo aquilo que que considerava repugnante, fazia muito mais sentido para mim, agora. Steve McQueen tem sido irrepreensível, em suas obras, gosta de mostrar na tela, aquilo que nossos olhos fogem na realidade crua, na tela ele expõe muito claro aquilo que quer abordar, se é nudez, esta aí, crua, se é violência, seja como deve ser, real, dada as devidas proporções lembra Haneke. O som da tortura, do choro e ranger de dentes, do chicote na pele, ficaram na minha mente ecoando, e isso me faz pensar que mesmo na época esse som "real" deixava bem claro, que nossos irmãos de pele escura, sempre estavam pautados por eles, de forma que estava expresso, que nunca poderiam sair daquela situação. A situação sistêmica do período, causa nauseas, separação de filhos e pais, enclausuramento e mercado de seres humanos, dividas e negócios, mais importantes do que a dignidade humana (algo só se pensado recentemente em 1950) surras, humilhações, estupros, a lista não caberia aqui, tamanha quantidade de crimes contra a humanidade. Ate as visões de piedade e caridade são subvertidas, exemplo de alguns mestres que mesmo mostrando seu lado humano, tinham em sua posse, humanos como "res in patrimonio". O filme mescla beleza de locações, com a crueza e macula da situação, plantações e casas imperiais, com negros nus e mutilados, marcados pelo seus senhores. Mas mesmo assim o diretor não fica somente nas torturas, aborda dramas psicológicos, o ator Chiwetel Ejiofor foi brilhante em evocar sua situação de liberdade, e choramos ao ver que mesmo a pequena menção disso, lhe trás problemas, não pode ser educado,nem com atributos artísticos, nem mesmo seu próprio nome, deve ser mencionado, ali ele não passa de um escravo, nada mais, e aos poucos o personagem procura guardar dentro de si, toda sua dignidade. Ainda escuto o choro e melancolia do Blues, que sintoniza nossos sentimentos com todo o sofrimento e tristeza dos negros escravos, cada frase cantada carrega em si, todo o peso da dor, de quem foi açoitado, e enforcado por minutos de plano sequencia, cenas essas, que jamais poderão ser esquecidas.
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar. Mandela
O filme mais apavorante me fez rir pelos motivos errados. Cachorro morre ☑ Check! Grupo de amigos ☑ Check! Alguém liberta a entidade ☑ Check! Personagem bonzinho ☑ Check! Personagem FDP ☑ Check! Gore sem ser vulgar ☑ Check! Ausência de celular ☑ Check! Suspensão de descrença ☑ Check! Diversão garantida ☑ Check!
Quase não percebi as 3 horas desse filme, assim como em o aviador, Leonardo Dicaprio nos catapultou para aquela vida surreal e verídica do ex-corretor da bolsa de valores, Jordan Belfort. A tempos não via um filme com tanto estofo, imersão e qualidade de Martin Scorsese, e apesar de parecer um filme que exalta a vida luxuosa, promiscua, regada a drogas, álcool, orgias e insanidade, ele deixa bem claro a curva destrutiva, de causa e reação como resultado disso. O estilo sociopata de Jordan é levado à sua empresa, com uma metodologia de mercado super agressiva, encheu o caixa da empresa com a destruição econômica de famílias enganadas, e o desrespeito a confiança dos clientes. Todas de forma "legal, burlando o sistema financeiro dos anos 80. Scorsese é gênio em expor ao ridículo aqueles personagens e suas situações esdruxulas, mudando o estilo de filmagem para conduzir o expectador naquele mundo surreal. Com narrativa do protagonista e explicações didáticas, de como enganar clientes investidores. Logo no inicio apresentando de antemão a vida suntuosa do personagem e suas ambições. A desfaçatez e seu jeito inescrupuloso chega a tanto, que o pensamento durante os diálogos são mostrados, para que insira a platéia no contexto. Mas mesmo nessa nuvem negra de caráter, é incrível como nos afinamos com o sarcasmo e o humor negro, trazendo Jonah Hill, Jon Favreau e Spike Jonze para a festa, criando momentos realmente hilários, que suavizam e demonstram o nível de desprendimento da realidade, tal qual uma droga violenta na corrente sanguínea. A câmera de Scorsese é viva, é agoniante, é cômica e lenta em momentos certos, transformando escadas em milhares de degraus, sufocamento em luta sem batalha, e falta de dignidade em coisas triviais, carreiras de cocaína em elixir revitalizador. Mesmo com tudo que é apresentado, o diretor deixa bem claro o mau caratismo dos personagens, e suas ações desprezíveis, tudo aquilo que é falado pelo personagem de McConaughey no inicio da película, traçará com precisão tudo que acontecerá durante essa obra biográfica.
OBS: Matthew McConaughey está na sua melhor forma, apareceu no inicio e mesmo rápido, conseguiu deixar um vazio considerável no filme.
Melhor que o primeiro na parte gráfica, mas continua com roteiro raso e pobre, e insistindo nessa ligação com a terra, através dessa personagem, insípido romance entre Thor e a humana. Continua tendo os filmes mais cheios de problema, o filho de Asgard.
A maioria dos fãs reclamando do filme, e eu até entendo, mas eu gostei do clima nonsense e descompromissado que o Akira Toriyama trouxe, me fez lembrar bastante a primeira saga, onde esse tipo de comédia intercalava com as batalhas, na verdade é quase uma homenagem nostálgica de toda obra, já que nos extras finais, tem a passagem de todo o mangá. Mesmo sendo um plot bobo, e bem claro, que optaram pela beleza da animação e do tom de humor dos personagens. O roteiro e as motivações beiram infantis. Acredito que o grande erro é levantar a expectativa dos fãs, que começam a empolgar a níveis épicos, desde o nome do filme, até o seu primeiro ato, mas acaba que a batalha dos deuses nem chegam perto do que foi Goku e Freeza. Não é a melhor obra de toriyama mas no final vale pela hode nostálgica, a bela dublagem original, que tanto ficou marcada em nossas mentes, e como fã me senti agraciado.
(...) Como é fácil adquirir armas nos Estados Unidos! Basta tornar-se um cliente preferencial, com a abertura de uma conta bancária que se adquire um rifle de brinde. Afinal, a qualquer momento um terrorista árabe ou um negro de cara ameaçadora pode invadir sua casa (...)
Apesar do documentário de Moore, focar no atentado em Columbine (http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Columbine), ele enseja todos os assuntos possíveis sobre: Facilidade de acesso a armas de fogo, mitos sobre defesa da nação, violência como cultura, falácias sobre o mesmo tema, cultura bélica no EUA e e ataques e atentados nos colégios americanos. Com muito humor ácido que lhe é próprio, ele levanta questões do reais motivos para esse comportamento, entrevistando os diversos pontos sobre o assunto, falando sobre games, sobre rock e sobre todos os meios falhos, que levam a culpa, sem fidedignidade. Entre a diversas teorias, sobre a causa, são falhas sócio - culturais, histórico - psicológicos onde a mesma sociedade que expulsa alunos por brincar com um nugget como arma, da liberdade de um cidadão comum comprar uma submetralhadora, a mídia sensacionalista que provoca o expectador e o próprio governo com sua propaganda patriótica armamentista. Um documentário atual, que vem trazer a tona temas pouco abordados, sobre a violência, armas de fogo, doutrina do medo, e intolerância, não só do povo americano mas de outros países, como o Brasil por exemplo tem vivido agora. Parabéns a coragem de Moore, por abordar um tema tão cascudo e ainda ganhar o Oscar em 2003, e na cerimonia provocar o governo como ele fez.
"Parece ser mais fácil acreditar que eu seja capaz de produzir mortes em série do que o Presidente Bush, quando eu tenho muito menos poder que o Presidente." Marilyn Manson
Perguntado porque se produzir tantas armas, o dono de uma das maiores industria de armas dos EUA, disse que o país precisa se defender do perigo real e imediato externo: 1953: Os EUA derrubam Mossadeq primeiro ministro do Irã. Instalando um Sha como ditador. 1954: Derruba o presidente da Guatemala eleito democraticamente, 200.000 civis são mortos. 1963: Os EUA apoiam o assassinato do presidente sul-vietnamita Diem. 1963 a 1975: O exercito americano mata 4 milhões de pessoas no sudeste da Asia. 1973: Organizam o golpe de estado no Chile. Salvador Allende eleito democraticamente foi assassinado. Instala o governo de Augusto Pinochet. 5.000 chilenos são mortos. 1997: Os EUA apoiam o governo militar de El Salvador, 70.000 salvadorenhos mortos. Anos 80: Treinam Osama Bin laden e aliados para matar soviéticos. A CIA entrega US$ 3 bilhões. 1981: Presidente Reagan treina e financia os "Contras" , 30.000 nicaraguenses morrem. 1982: Os EUA injetam bilhões no governo de Saddam para comprar armas e matar iraquianos. 1983: Secretamente fornece armas para o Irã, para matar iraquianos 1989: A casa Branca depõem o governo de Noriega, por desobedecer Washington, e invade o Panamar e mata 3.000 civis. 1990: o Iraque invade o Kuwait com armas americanas. 1998: Clinton bombardeia "fabrica de armas" no Sudão, fábrica q produzia aspirinas. ¬¬ 1991 em diante os EUA bombardiava todos os dias. A ONU estima que 500.000 crianças iraquianas morrem por bombardeios (Vide Homeland) 2000: Ajuda com US$ 240 milhões o governo talibã no Afeganistão. 2001: Osama Bin laden usa seu treinamento da CIA para atacar as torres gêmeas e mata 3.000 pessoas.
Não é exagerado, a gama de elogios a esse filme, é mais do que justo, Sergio Leone consegue fazer algo bem diferente dos western habituais, seu trabalho com Ennio Morricone, (Bastardos inglórios) deixa cenas marcantes e antológicas, na mente do espectador, você mesmo que não tenha assistido, provavelmente conhece diversos maneirismos do filme, já que essa obra foi copiada, referenciada em toda a cultura pop. O clima de mentira, violência, vingança, comédia e sobrevivência permeia todo o filme, apresentando durante 30 minutos seus personagens de forma única, os nomes fazem total alusão ao comportamento dos três, os pistoleiros foras da lei que usam de vários subterfúgios para fazer sua corrida do ouro. A fotografia desértica e árida fideliza a veracidade do velho oeste, os constantes "zooms" da câmera, de cortes rápidos, nos olhos, que já eram marca registrada de Leone, aqui é muito bem usado, mostra o jeito destemido dos personagens, a falsa segurança que eles apresentam, diante de situações de vida ou morte, e seus vários clichês costumeiros de filmes do gênero, como "dead eye", busca de recompensa, duelos e tudo mais. Apesar de Clint Eastwood ser o nome do filme, o feio rouba a cena, o Tuco (Eli wallach) esta nas melhores cenas, numa comédia que lhe parece natural, mesmo sendo análogo a feiura, ele que mais se destaca, e no final, a trilogia dos dólares tem um belo desfecho. Apesar das quase 3 horas, o filme passa muito bem, tamanho o magnetismo dos personagens, das cenas, e do seu interesse de saber, quem ficará com o ouro no final. Quem ficar de pé, sairá rico e vencedor.
Depois de terminar esse filme, queria entender, porque Edward Norton não foi indicado ao Oscar de melhor ator no ano de 1998, aí descobri que foram causas de politica e problemas entre o diretor e a produtora, essas coisas causam verdadeiras injustiças, na hora de honrar algo tão bem feito em termos de cinema. Acredito que esse seja o maior filme sobre intolerância racial que eu tenho visto, mesmo vendo vários filmes de spike lee, esse é brutal em sua essência, define o nascimento do pensamento racista, anti-semita e preconceituoso. O diretor consegue empregar muito bem a alienação de ódio, dentro das gangues Skin head e neo-nazistas, pode parecer algo distante, mas mesmo escondido esta lá, impregnando a sociedade, pode ser por latinos, negros, gays e nordestinos. (Adendo meu). A estética do filme me lembrou Cidade de Deus em alguns momentos, no uso da câmera e da entrega aos poucos do cerne dos personagens, o uso do preto e branco em várias cenas, definindo muito bem as mudanças do personagem Derek (Norton), closes e slow motions que ajudam a perturbar o publico em cenas fortes e dramáticas. Recomendo ver " A Onda" de Dennis Gansel, idéias que se completam, onde os dois filmes mostram de forma avassaladora, a destruição física, e psicológica de jovens, alienados por doutrinas nacionalistas extremistas, antiliberalistas e segregadoras. O final é um soco no estomago, e mostra que mesmo com a redenção, pagasse um preço alto.
O ódio é um ônus a vida é muito curta para se estar sempre zangado não vale a pena não somos inimigos, mas amigos não devemos ser inimigos ainda que a paixão force não deve romper nossos vínculos afetivos as cordas misticas da memoria viverão ao serem tocadas novamente tão certo quanto serão tocadas pelos melhores anjos da nossa natureza.
Spielberg apresenta um filme totalmente diferente das suas obras anteriores, geralmente suas obras são melodramáticas, piegas e muito emotivas, mas nesse filme ele vem estruturar as cenas pelo diálogo, mais contido, buscando precisão histórica, achei louvável, já que no cinema atual, tudo vem se baseando em cenas de ação, e recursos visuais. O diretor preferiu abordar o episódio mais notório da trajetória politica de Lincoln, a abolição da escravidão nos EUA. Mas apesar de ser um tema que tange toda a historia da humanidade, ele não nos cativa, já que desse ponto de vista ele se fecha na historia americana, de forma que é estranho o filme ser tão didático a mastigado. Com atuações competentes e trabalhos memoráveis nesse quesito, é chover no molhado dizer como Daniel Day-Lewis, Sally Field, Tommy Lee Jones conseguiram conduzir o filme nesse aspecto, com diversas outras participações a altura, talvez esse seja o melhor do filme, é visível a entrega do papel por Daniel, mostrando no seu jeito de andar o peso que carregava naquele momento, a voz baixa e tênue, mostrando sabedoria e humilde fragilidade por tantos embates, e como no momento que chegamos ao climax da votação, ele se agiganta mostrando em diálogos poderosos sua força politica. Mas mesmo com tudo isso o filme é monótono, em momentos a trilha de John Williams luta contra isso mas é em vão, e as mais de duas horas se arrastam. O jeito que Spielberg apresenta o personagem Lincoln, não ajuda, com todas as sujeiras, tramoias resoluções perniciosas, para se chegar a votação da emenda, ele nunca tem a moral afetada, algumas acusações aqui e ali, mas nada que realmente demonstre a ambiguidade moral do presidente, é quase um santo irretocável, que histórias caricatas, que vem para mostrar um líder com palavras de sabedoria, e isso complica demais a verossimilhança. Ele é justo ao propor seu caráter patriótico já esperado, mas paga caro por isso, senão fosse as manobras politicas, muito bem escritas e atuações excelentes, seria um filme desastroso. O publico alvo da emenda (os negros) "quase" desaparecem do longa, mostrando que Lincoln não é um filme social,mas, maniqueísta e de bandeira de campanha.
Gostei do filme, me diverti, mas ele tem diversos problemas. É um filme mais movimentado que o primeiro, mas escorrega em problemas narrativos, como muleta cria cenas de ação para unir as partes do roteiro, e deixa bem evidente que Peter Jackson não sabe cortar o filme, se ele tivesse usado a mesma habilidade de reduzir, concentrar e montar que ele usou na trilogia senhor dos anéis, ele conseguiria não inflar tanto a obra original.Parece que a caminhada a Erebor foi costurada com trapos achados pela obra de Tolkien, personagens que são criados e vem encher linguiça na trama, apesar dele tornar um livro infantil uma aventura adulta palpável, ele como o primeiro, não se decide se está cômico, se está num filme de aventura, se esta em violência, uma hora voa cabeças, na outra tem anões pulando como filmes da pixar. Falhas horríveis com falsos suspenses, mudanças bruscas de essência de personagens e a pior de todas, aquele romance insípido e estranho, não se conseguem criar hoje personagens femininos fortes, sem envolve-las em atos românticos? Thorin é terrível, apático, irritado, reclamão, desencorajador, e não conquista efetivamente o público, sendo um desastre mas não pela atuação do ator, acredito muito mais pela direção equivocada. Salvo como as melhores partes do filme, o rio e o encontro com o Dragão, e que sintonia entre Martin Freeman (Bilbo) e Benedict Cumberbatch (Smaug) impressionante o Dragão talvez o melhor que vi até hoje, e toda a parte de Erebor valeu a pena esperar.As partes de efeitos visuais foram caprichadas, na floresta não deixou nada a desejar. Como disse é divertido, mas se for analisado, notasse que a ganancia dos estúdios foi o grande problema do filme, era para ser um filme apoiado em grandes personagens, mas se sustenta apenas pela natureza técnica. Apesar de ver pessoas gostando daquele final, achando empolgante, senão tivesse lido o livro estaria decepcionado com aquele corte anti-climax.
Apesar do nome, esse filme nada tem haver com os guerreiros japoneses da aristocracia do período feudal, se trata de um filme cultuado, Noir americano dos anos 40 muito bem estilizado e competente. Alain Delon passeia no papel, definiu moda e talhou na sociedade a elegância masculina, traços finos, ternos de corte e formalidade, (Provável que seu pai se vestisse como ele e mau sabia a influencia francesa), ditou moda ate os anos 80 onde tudo mudou com a nova contra cultura, bruta e violenta, deixando para trás a elegância do período. Todos os atributos Noir estão presentes, femme fatales, elegancia e personagens cínicos, tons frios, e tramas policiais, moralidade ambígua, musical e meio western. Desde que assisti "Drive" fiquei muito interessado em ver esse filme que serviu de grande influencia no personagem de Ryan Gosling e na estética do filme, filme com poucos diálogos e que valoriza cada cena. Haja vista que esse filme tem que ser visto pontuando a época, o estilo e as limitações técnicas de quando foi feito, assim ele será melhor aproveitado e entendido, é mesmo um pecado condenarmos alguns exageros e tomadas do filme, alguns aforismos são relevados já que o bom gosto do filme joga tudo isso por terra. Jeff costello está eternizado, e sempre servirá de influencia em todos os tipos de mídia e cultura pop, me atrevendo a comentar sobre essa grande obra, estrago a grandeza por não ter um texto a altura, simplesmente veja.
Eu tive um problema para gostar desse filme, adorei toda o ingresso e viés politizado do movimento mangue beat, me lembrou "Terra em transe" de Glauber (Sou conterrâneo dele) em vários momentos, onde poesia e realidade social se encontram, mas ele teve coisas que eu estou acostumado a vivenciar de perto, no que tange a problemática social, então não teve impacto que eu esperava, a parte do Zizo, foi demais! Genial, mas como um todo, como obra, não me cativou infelizmente.
Existem filmes tocantes, mas despretensiosos, podem ate serem esquecidos, mas naquele momento eles cumprem seu papel, talvez, seja esse o caso de 50%, uma dramédia, nada dramalhona sobre pacientes com diagnosticados com câncer, diria que é o lado "feeling positive vibrations" sobre filmes dessa espécie, cheio de piadas infames, e sacadas p aliviar o estresse da doença, ele vai conduzindo a historia sobre pacientes, em tratamento dolorosos de câncer e o envolvimento emocional dos amigos e parentes. No filme tudo é meio a meio, a namorada canalha que não quer terminar, o amigo aproveitador mas bonachão, a mãe superprotetora mas amável. Os papéis muito bem representados e escolhidos, a nunca Seth Rogen fará outro papel tão sua cara. Trilha sonora impecável, bem trabalhada entre o clima ameno e dramático das cenas. Acredite esse filme vai te surpreender, mesmo você sabendo como será o desfecho, ele termina de forma que você irá rir e chorar.
Em geral, filmes da máfia, sempre seguem uma linha para construir os mitos do personagem, sua historia incrível, cheia de reviravoltas, transforma o personagem em "herói", e depois de muitas cenas de efeito, desconstrói toda a trama. Mas, THE ICEMAN sai dessa formula, calcando toda a historia sobre Richard Kuklinsk em um ambiente real. Existem momentos que lembra bastante as obras de De Palma e Scorsese, talvez mais pelo ambiente e fotografia, do que pela condução do roteiro, já que esse prefere seguir fielmente as caraterísticas mostradas no documentário feito pela HBO, que retrata a vida de Kuklinski e sua vida de assassinatos, desde do "amadorismo" até sua atuação profissional, pela máfia italiana nos EUA. Especulasse mais de 200 mortes. Dentro desse panorama entre ficção e realidade, o filme peca justamente por soar por demais biográfico, já que mesmo com a atuação brilhante de Michael Shannon, não conseguimos nos conectar ao personagem, e o filme acaba tão frio quanto seu personagem principal. Dentro disso o realismo impressiona, sem cenas de ação mas com quadros crus de como a morte para ele é banal, alheia a qualquer sentimento, sentimento esse totalmente reservado para sua devoção a esposa e familia, Michael Shannon sempre me surpreendeu em "Boardwalk Empire" mas aqui o papel cai como uma luva, ele teve todo um trabalho de voz, ritmo e frieza, bem parecida com o próprio Kuklinsk, sendo bastante fiel a realidade. Atuação dos outros também com muita propriedade, e detalhe para um casting muito bom, Winona Ryder, Chris Evans, Ray Liotta, David Schwimmer, Stephen Dorff, James Franco, Chris Evan irreconhecível na primeira parte do filme. A passagem do tempo muita bem feita, através das roupas, bigodes e penteados, assistimos de forma muito fiel os anos 60, 70 e 80. Com tons de sépia e e saturação em vários momentos para aproximar o clima da época. É um filme com pequenos problemas que acaba sendo apenas bom, tenta atuar em várias frentes e acaba não chegando ao objetivo, parece documentário, meio ficção, e as vezes um drama policial. Mas com atuações que acaba valendo o olhar pela janela.
"Metrópolis é um novo marco em animação. Tem beleza, força, mistério e acima de tudo emoção. As imagens deste filme ficarão para sempre no seu coração." - James Cameron
Com esse comentário eu inicio, minha mais humilde opinião sobre a obra prima de Sensei Osamu Tezuka, levado aos cinemas por Katsuhiro Otomo, (AKIRA) ele vem apoiar sua obra em historias militares e tramas politicas como é de praxe. Com cenas violentas, e ações turbulentas, que mesmo sem vísceras e sangue, choca e prende na tela, contrasta com o traço infantil do mangá, mas, acostumamos a essa sui generes da animação japonesa. A animação que levou 5 anos de produção, mescla traço caricatural, com alta tecnologia animada, elevando o nível de qualidade visual da obra. A trilha sonora passeia entre jazz e clássico, pontuando muito bem as cenas, é normal cenas destrutivas acompanhadas de cores vibrantes e musicas incríveis e clássicas. Os símbolos de poder e opressão das classes foi muito bem representada na historia, enfatizando a profundidade do argumento politico social da trama, mesmo com diversos plots correndo ao mesmo tempo, não se torna complexo e enfadonho. Apesar de em momentos parecer maniqueísta, os personagens são bem trabalhados e escapam disso, no decorrer da historia, e o clima adulto tange para abordagens nada fáceis e felizes o que é muito bom. O filme é grandioso, e assisti-lo numa tela pequena em casa, tira toda a sensação, da imensidão dos acontecimentos, é com certeza feita para imersar o espectador na historia, através da grande tela do cinema, o final musicado por “I Can’t Stop Loving You”, de Ray Charles foi espetacular e elogiar mais é chover no molhado. Obra mais que obrigatória.
Um Sonho de Liberdade
4.6 2,4K Assista AgoraPersistência, amizade e liberdade.
Frank Darabont conseguiu assim como em "A espera de um milagre" trazer esses temas tão fortes, que norteiam a alma humana, de forma sublime e real. A liberdade almejada aqui é tanto física quanto a de pensamento, do sentimento de culpa, a liberdade interior.
Baseado no conto de Stephen King, do livro quatro estações, contem contos tão bons quanto, "conta comigo" que também virou um filme (e marcou minha adolescência).
Quando o banqueiro Andy, é preso por duplo assassinato, jura inocência, mas é condenado, e sentenciado à prisão perpétua, se vê numa chocante nova realidade. Preso e envolto em uma cadeia cheia dos piores esteriótipos,que vão desde um diretor corrupto, quardas violentos, grupo de homossexuais estupradores, a colegas omissos e camaradas. A situação é absorta e surreal.
Andy leva tempo para se adaptar e acreditar que aquilo era real e nisso a atuação de Tim Robbins toma forma, nos momentos certos ele vai introduzindo as mudanças do personagem, e junto com Morgan Freeman, vem formar uma dupla inesquecível, de amizade, confiança e esperança.
A narração do personagem Red (Freeman) vai nos mostrando a dura realidade, tanto do cotidiano da prisão, quanto suas constatações quanto a inercia da situação. Tudo quanto sabemos, vem direto do poder narrativo de Red, no trecho ele diz "Primeiro você detesta esses muros, depois se acostuma a eles até que você precisa deles", e como choca, notar que a liberdade tão almejada pode ser uma prisão ainda pior, já que o mundo la fora é estranho, tacanho, perigoso e solitário.
A forma como Andy começa a lutar naquela selva de pedras, usando sua inteligencia, é o mote do filme, devagar o roteiro vai mostrando como asuas ideias mudam a rotina do lugar, converte a visão das pessoas sobre ele, e a ganancia alheia, vai ser sua arma até o fim.
O filme poderia descambar para um final melodramático, mas o plot twist deixa o final apoteótico, e valoriza ainda mais essa história, é impossível não torcer por Andy e Red, e quando chegamos a tão famosa cena da chuva, temos nossa alma lavada, e sorrimos e choramos junto com o personagem, porque o que era sonho, brilhantemente se torna realidade.
47 Ronins
3.2 1,1K Assista AgoraUm dos piores do ano, que eu assisti, uma pena, sou budoka, estudante de kenjutsu e de escolas samurais por 5 anos, e depois de estar inserido na cultura japonesa vejo o tanto que esse filme falhou, uma pena, original, ate hj é referencia.
RoboCop
3.3 2,0K Assista AgoraAntes de tecer tudo que vou escrever, quero falar que Padilha fez um bom trabalho, no seu trabalho de câmera, na condução do espectador pela ideia central do filme, e ter encarado os magnatas de Hollywood para introduzir vários conceitos no filme.
levantar as questões de drones e manipulação de informação.
Mas de resto o filme entra em vários problemas, personagens sem vida, sem drama real, sem motivações, sem peso. Não conseguimos desvincular da ligação com o filme de 1987, já que no inicio se toca o tema.
A cidade violenta, esquizofrênica, brutal e corrupta, nem lembra essa cidade de Detroit, bonitinha e limpa do remake, o personagem do Alex Murphy, é fraco, desde o ator, até sua construção, seu drama é raso, e quando começamos a acreditar, naquela armadura cinza, de repente, o android vira o "robocop de ferro" parece video game, e a ação não se alinha com o filme, ela vem p agitar somente, pela plasticidade, não serve ao roteiro. É notável que a intenção é pegar essa geração nova, acostumada com web, banco de dados, tecnologias atuais, próximas do publico alvo, retira a violência, o sangue e pegamos PG 13 para vender mais, e isso deturpa toda a ideia de combate ao crime, já adjetivado no texto.
Não existe um vilão de peso, não existe frases memoráveis, não existe personagens marcantes, é só diversão pelo simples entretenimento, resumir o que esta acontecendo com dados de um jornalzinho duvidoso, deixa de evocar o apelo das ruas pela necessidade de um policial desse tipo.
Muitas falhas, que no final deixa claro que é só diversão e negócios, Paul Verhoeven ficaria triste ao ver que pegaram sua ideia e transformaram em um filme americanoide com cara de tokusatsu.
A Vida Secreta de Walter Mitty
3.8 2,0K Assista AgoraVejo que esse filme mexeu com várias pessoas, o que na real é muito bom, eu queria ter sentido todas essas mensagens alegres, e ver o mundo de outra forma a partir dele, mas a conotação de estar vendo uma revista digital, com lindas imagens, e mensagens tocantes, se choca com a imagem photoshopada que tanto ele quer parodiar, quando ele trouxe elementos como a piada dentro de Benjamin Button, sorri de lado, já que daria para fazer a mesma caricatura do filme dele.
Achei muito lento, e as vezes isso é bom, já que você trabalhará os personagens, mas aqui nem precisava, já que suas características estavam bem definidas, e toda a contemplação das imagens já fazia um papel muito eficiente, de nos conectar com a fotografia.
Quando li que parecia um powerpoint, pensei que seria um exagero, mas com esse sentimento de filme edificante, que usa das mesmas mecânicas de slides de web, realmente não tem como negar, apesar de ter gostado de vários pontos do filme, sua visão side scrolling, lembrando filmes de personagens corredores, como forrest ...
É uma pena que depois de terminar me veio na mente a mesma sensação que tive, quando assisti " A procura da felicidade" que sem necessidade, apela, para cenas melodramáticas e forçadas para aplacar sentimento no publico e cobrir seus problemas.
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraMatthew McConaughey num ano glorioso, merece o premi que recebeu, e Jared Leto, que entrega cara! que entrega!
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KAntes de falar sobre o filme, não posso deixar de falar sobre como as pessoas continuam confundindo escravidão e servidão, inclusive trazendo as partes do filme onde existe relatos bíblicos e tal, minha intenção nem era abordar essa parte, já que existem muitos filmes, que retratam com fidelidade a diferença entre as duas coisas. Aqui em "12 anos" é um caso de escravidão bem claro.
Se existe um tema atual é esse, seria deselegante dizer que esta na moda tratar disso, mas é um problema tão incutido, tão acoplado ao senso comum, que seria impossível apagar, ou fazer de conta que já esta resolvido.Assim como os discursos de Martin Luther King Jr, que continuam reverberando no tempo.Esse tema sempre deve ser lembrado, para que barbáries, não continuem acontecendo, não disse "não mais aconteça" porque esse problema continua aí, as claras, no comportamento do Estado, das pessoas e da mídia.
Tirando alguns filmes mais "fantasiosos" sobre o tema, cito Django por exemplo (já que ele vem lidar com o vingador negro que derrota seu vilão), temos filmes muito fortes com essa temática, que vem mostrar quão vil, indigno e cruel pode ser o homem, no que tange a escravatura, Amistad, Lincoln, Diamante de sangue, E o vento levou e Quilombo são amostras de filmes que de alguma maneira tenta mostrar ao público os efeitos desse período.
Mas pela primeira vez, foi extremamente tocado com um filme sobre isso, das outras vezes nunca me senti parte daquilo, nunca me atingiu de verdade, no máximo tinha uma indignação, uma reflexão e só, mas dessa vez, quando vi a situação de Solomon Northup, um homem livre, casado e com filhos, sequestrado e forçado a viver como escravo, senti que poderia ser comigo, que a cor ou momento histórico, não tinham importância, já que aquilo poderia acontecer, comigo, com um amigo, alguém próximo, e ali me senti mau, porque todo o sentimento de outrora soava falso. e tudo aquilo que que considerava repugnante, fazia muito mais sentido para mim, agora.
Steve McQueen tem sido irrepreensível, em suas obras, gosta de mostrar na tela, aquilo que nossos olhos fogem na realidade crua, na tela ele expõe muito claro aquilo que quer abordar, se é nudez, esta aí, crua, se é violência, seja como deve ser, real, dada as devidas proporções lembra Haneke. O som da tortura, do choro e ranger de dentes, do chicote na pele, ficaram na minha mente ecoando, e isso me faz pensar que mesmo na época esse som "real" deixava bem claro, que nossos irmãos de pele escura, sempre estavam pautados por eles, de forma que estava expresso, que nunca poderiam sair daquela situação.
A situação sistêmica do período, causa nauseas, separação de filhos e pais, enclausuramento e mercado de seres humanos, dividas e negócios, mais importantes do que a dignidade humana (algo só se pensado recentemente em 1950) surras, humilhações, estupros, a lista não caberia aqui, tamanha quantidade de crimes contra a humanidade. Ate as visões de piedade e caridade são subvertidas, exemplo de alguns mestres que mesmo mostrando seu lado humano, tinham em sua posse, humanos como "res in patrimonio".
O filme mescla beleza de locações, com a crueza e macula da situação, plantações e casas imperiais, com negros nus e mutilados, marcados pelo seus senhores. Mas mesmo assim o diretor não fica somente nas torturas, aborda dramas psicológicos, o ator Chiwetel Ejiofor foi brilhante em evocar sua situação de liberdade, e choramos ao ver que mesmo a pequena menção disso, lhe trás problemas, não pode ser educado,nem com atributos artísticos, nem mesmo seu próprio nome, deve ser mencionado, ali ele não passa de um escravo, nada mais, e aos poucos o personagem procura guardar dentro de si, toda sua dignidade.
Ainda escuto o choro e melancolia do Blues, que sintoniza nossos sentimentos com todo o sofrimento e tristeza dos negros escravos, cada frase cantada carrega em si, todo o peso da dor, de quem foi açoitado, e enforcado por minutos de plano sequencia, cenas essas, que jamais poderão ser esquecidas.
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.
Mandela
A Morte do Demônio
3.2 3,9K Assista AgoraO filme mais apavorante me fez rir pelos motivos errados.
Cachorro morre ☑ Check!
Grupo de amigos ☑ Check!
Alguém liberta a entidade ☑ Check!
Personagem bonzinho ☑ Check!
Personagem FDP ☑ Check!
Gore sem ser vulgar ☑ Check!
Ausência de celular ☑ Check!
Suspensão de descrença ☑ Check!
Diversão garantida ☑ Check!
Rota de Fuga
3.5 824 Assista AgoraSaudoso Prison Break, queria saber qual faculdade de Direito, transforma um promotor, em Marine. hehehhe
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraQuase não percebi as 3 horas desse filme, assim como em o aviador, Leonardo Dicaprio nos catapultou para aquela vida surreal e verídica do ex-corretor da bolsa de valores, Jordan Belfort.
A tempos não via um filme com tanto estofo, imersão e qualidade de Martin Scorsese, e apesar de parecer um filme que exalta a vida luxuosa, promiscua, regada a drogas, álcool, orgias e insanidade, ele deixa bem claro a curva destrutiva, de causa e reação como resultado disso.
O estilo sociopata de Jordan é levado à sua empresa, com uma metodologia de mercado super agressiva, encheu o caixa da empresa com a destruição econômica de famílias enganadas, e o desrespeito a confiança dos clientes. Todas de forma "legal, burlando o sistema financeiro dos anos 80.
Scorsese é gênio em expor ao ridículo aqueles personagens e suas situações esdruxulas, mudando o estilo de filmagem para conduzir o expectador naquele mundo surreal. Com narrativa do protagonista e explicações didáticas, de como enganar clientes investidores. Logo no inicio apresentando de antemão a vida suntuosa do personagem e suas ambições. A desfaçatez e seu jeito inescrupuloso chega a tanto, que o pensamento durante os diálogos são mostrados, para que insira a platéia no contexto.
Mas mesmo nessa nuvem negra de caráter, é incrível como nos afinamos com o sarcasmo e o humor negro, trazendo Jonah Hill, Jon Favreau e Spike Jonze para a festa, criando momentos realmente hilários, que suavizam e demonstram o nível de desprendimento da realidade, tal qual uma droga violenta na corrente sanguínea.
A câmera de Scorsese é viva, é agoniante, é cômica e lenta em momentos certos, transformando escadas em milhares de degraus, sufocamento em luta sem batalha, e falta de dignidade em coisas triviais, carreiras de cocaína em elixir revitalizador.
Mesmo com tudo que é apresentado, o diretor deixa bem claro o mau caratismo dos personagens, e suas ações desprezíveis, tudo aquilo que é falado pelo personagem de McConaughey no inicio da película, traçará com precisão tudo que acontecerá durante essa obra biográfica.
OBS: Matthew McConaughey está na sua melhor forma, apareceu no inicio e mesmo rápido, conseguiu deixar um vazio considerável no filme.
Thor: O Mundo Sombrio
3.4 2,3K Assista AgoraMelhor que o primeiro na parte gráfica, mas continua com roteiro raso e pobre, e insistindo nessa ligação com a terra, através dessa personagem, insípido romance entre Thor e a humana. Continua tendo os filmes mais cheios de problema, o filho de Asgard.
Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses
3.2 661A maioria dos fãs reclamando do filme, e eu até entendo, mas eu gostei do clima nonsense e descompromissado que o Akira Toriyama trouxe, me fez lembrar bastante a primeira saga, onde esse tipo de comédia intercalava com as batalhas, na verdade é quase uma homenagem nostálgica de toda obra, já que nos extras finais, tem a passagem de todo o mangá.
Mesmo sendo um plot bobo, e bem claro, que optaram pela beleza da animação e do tom de humor dos personagens. O roteiro e as motivações beiram infantis.
Acredito que o grande erro é levantar a expectativa dos fãs, que começam a empolgar a níveis épicos, desde o nome do filme, até o seu primeiro ato, mas acaba que a batalha dos deuses nem chegam perto do que foi Goku e Freeza.
Não é a melhor obra de toriyama mas no final vale pela hode nostálgica, a bela dublagem original, que tanto ficou marcada em nossas mentes, e como fã me senti agraciado.
Tiros em Columbine
4.2 350(...) Como é fácil adquirir armas nos Estados Unidos! Basta tornar-se um cliente preferencial, com a abertura de uma conta bancária que se adquire um rifle de brinde. Afinal, a qualquer momento um terrorista árabe ou um negro de cara ameaçadora pode invadir sua casa (...)
Apesar do documentário de Moore, focar no atentado em Columbine (http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Columbine), ele enseja todos os assuntos possíveis sobre: Facilidade de acesso a armas de fogo, mitos sobre defesa da nação, violência como cultura, falácias sobre o mesmo tema, cultura bélica no EUA e e ataques e atentados nos colégios americanos.
Com muito humor ácido que lhe é próprio, ele levanta questões do reais motivos para esse comportamento, entrevistando os diversos pontos sobre o assunto, falando sobre games, sobre rock e sobre todos os meios falhos, que levam a culpa, sem fidedignidade.
Entre a diversas teorias, sobre a causa, são falhas sócio - culturais, histórico - psicológicos onde a mesma sociedade que expulsa alunos por brincar com um nugget como arma, da liberdade de um cidadão comum comprar uma submetralhadora, a mídia sensacionalista que provoca o expectador e o próprio governo com sua propaganda patriótica armamentista.
Um documentário atual, que vem trazer a tona temas pouco abordados, sobre a violência, armas de fogo, doutrina do medo, e intolerância, não só do povo americano mas de outros países, como o Brasil por exemplo tem vivido agora.
Parabéns a coragem de Moore, por abordar um tema tão cascudo e ainda ganhar o Oscar em 2003, e na cerimonia provocar o governo como ele fez.
"Parece ser mais fácil acreditar que eu seja capaz de produzir mortes em série do que o Presidente Bush, quando eu tenho muito menos poder que o Presidente."
Marilyn Manson
Perguntado porque se produzir tantas armas, o dono de uma das maiores industria de armas dos EUA, disse que o país precisa se defender do perigo real e imediato externo:
1953: Os EUA derrubam Mossadeq primeiro ministro do Irã. Instalando um Sha como ditador.
1954: Derruba o presidente da Guatemala eleito democraticamente, 200.000 civis são mortos.
1963: Os EUA apoiam o assassinato do presidente sul-vietnamita Diem.
1963 a 1975: O exercito americano mata 4 milhões de pessoas no sudeste da Asia.
1973: Organizam o golpe de estado no Chile. Salvador Allende eleito democraticamente foi assassinado. Instala o governo de Augusto Pinochet. 5.000 chilenos são mortos.
1997: Os EUA apoiam o governo militar de El Salvador, 70.000 salvadorenhos mortos.
Anos 80: Treinam Osama Bin laden e aliados para matar soviéticos. A CIA entrega US$ 3 bilhões.
1981: Presidente Reagan treina e financia os "Contras" , 30.000 nicaraguenses morrem.
1982: Os EUA injetam bilhões no governo de Saddam para comprar armas e matar iraquianos.
1983: Secretamente fornece armas para o Irã, para matar iraquianos
1989: A casa Branca depõem o governo de Noriega, por desobedecer Washington, e invade o Panamar e mata 3.000 civis.
1990: o Iraque invade o Kuwait com armas americanas.
1998: Clinton bombardeia "fabrica de armas" no Sudão, fábrica q produzia aspirinas. ¬¬
1991 em diante os EUA bombardiava todos os dias. A ONU estima que 500.000 crianças iraquianas morrem por bombardeios (Vide Homeland)
2000: Ajuda com US$ 240 milhões o governo talibã no Afeganistão.
2001: Osama Bin laden usa seu treinamento da CIA para atacar as torres gêmeas e mata 3.000 pessoas.
Três Homens em Conflito
4.6 1,2K Assista AgoraNão é exagerado, a gama de elogios a esse filme, é mais do que justo, Sergio Leone consegue fazer algo bem diferente dos western habituais, seu trabalho com Ennio Morricone, (Bastardos inglórios) deixa cenas marcantes e antológicas, na mente do espectador, você mesmo que não tenha assistido, provavelmente conhece diversos maneirismos do filme, já que essa obra foi copiada, referenciada em toda a cultura pop.
O clima de mentira, violência, vingança, comédia e sobrevivência permeia todo o filme, apresentando durante 30 minutos seus personagens de forma única, os nomes fazem total alusão ao comportamento dos três, os pistoleiros foras da lei que usam de vários subterfúgios para fazer sua corrida do ouro.
A fotografia desértica e árida fideliza a veracidade do velho oeste, os constantes "zooms" da câmera, de cortes rápidos, nos olhos, que já eram marca registrada de Leone, aqui é muito bem usado, mostra o jeito destemido dos personagens, a falsa segurança que eles apresentam, diante de situações de vida ou morte, e seus vários clichês costumeiros de filmes do gênero, como "dead eye", busca de recompensa, duelos e tudo mais.
Apesar de Clint Eastwood ser o nome do filme, o feio rouba a cena, o Tuco (Eli wallach) esta nas melhores cenas, numa comédia que lhe parece natural, mesmo sendo análogo a feiura, ele que mais se destaca, e no final, a trilogia dos dólares tem um belo desfecho.
Apesar das quase 3 horas, o filme passa muito bem, tamanho o magnetismo dos personagens, das cenas, e do seu interesse de saber, quem ficará com o ouro no final. Quem ficar de pé, sairá rico e vencedor.
Três Homens em Conflito
4.6 1,2K Assista AgoraSergio Leone, cada filme Western Spaghetti do diretor, me impressiona, obra prima.
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista AgoraDepois de terminar esse filme, queria entender, porque Edward Norton não foi indicado ao Oscar de melhor ator no ano de 1998, aí descobri que foram causas de politica e problemas entre o diretor e a produtora, essas coisas causam verdadeiras injustiças, na hora de honrar algo tão bem feito em termos de cinema.
Acredito que esse seja o maior filme sobre intolerância racial que eu tenho visto, mesmo vendo vários filmes de spike lee, esse é brutal em sua essência, define o nascimento do pensamento racista, anti-semita e preconceituoso.
O diretor consegue empregar muito bem a alienação de ódio, dentro das gangues Skin head e neo-nazistas, pode parecer algo distante, mas mesmo escondido esta lá, impregnando a sociedade, pode ser por latinos, negros, gays e nordestinos. (Adendo meu).
A estética do filme me lembrou Cidade de Deus em alguns momentos, no uso da câmera e da entrega aos poucos do cerne dos personagens, o uso do preto e branco em várias cenas, definindo muito bem as mudanças do personagem Derek (Norton), closes e slow motions que ajudam a perturbar o publico em cenas fortes e dramáticas. Recomendo ver " A Onda" de Dennis Gansel, idéias que se completam, onde os dois filmes mostram de forma avassaladora, a destruição física, e psicológica de jovens, alienados por doutrinas nacionalistas extremistas, antiliberalistas e segregadoras.
O final é um soco no estomago, e mostra que mesmo com a redenção, pagasse um preço alto.
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista AgoraO ódio é um ônus
a vida é muito curta para se estar sempre zangado não vale a pena
não somos inimigos, mas amigos
não devemos ser inimigos ainda que a paixão force
não deve romper nossos vínculos afetivos
as cordas misticas da memoria viverão ao serem tocadas novamente
tão certo quanto serão tocadas pelos melhores anjos da nossa natureza.
Nascido em 4 de Julho
3.7 242 Assista Agorahttp://www.cineplayers.com/comentario/nascido-em-4-de-julho/36470
Lincoln
3.5 1,5KSpielberg apresenta um filme totalmente diferente das suas obras anteriores, geralmente suas obras são melodramáticas, piegas e muito emotivas, mas nesse filme ele vem estruturar as cenas pelo diálogo, mais contido, buscando precisão histórica, achei louvável, já que no cinema atual, tudo vem se baseando em cenas de ação, e recursos visuais. O diretor preferiu abordar o episódio mais notório da trajetória politica de Lincoln, a abolição da escravidão nos EUA.
Mas apesar de ser um tema que tange toda a historia da humanidade, ele não nos cativa, já que desse ponto de vista ele se fecha na historia americana, de forma que é estranho o filme ser tão didático a mastigado.
Com atuações competentes e trabalhos memoráveis nesse quesito, é chover no molhado dizer como Daniel Day-Lewis, Sally Field, Tommy Lee Jones conseguiram conduzir o filme nesse aspecto, com diversas outras participações a altura, talvez esse seja o melhor do filme, é visível a entrega do papel por Daniel, mostrando no seu jeito de andar o peso que carregava naquele momento, a voz baixa e tênue, mostrando sabedoria e humilde fragilidade por tantos embates, e como no momento que chegamos ao climax da votação, ele se agiganta mostrando em diálogos poderosos sua força politica.
Mas mesmo com tudo isso o filme é monótono, em momentos a trilha de John Williams luta contra isso mas é em vão, e as mais de duas horas se arrastam. O jeito que Spielberg apresenta o personagem Lincoln, não ajuda, com todas as sujeiras, tramoias resoluções perniciosas, para se chegar a votação da emenda, ele nunca tem a moral afetada, algumas acusações aqui e ali, mas nada que realmente demonstre a ambiguidade moral do presidente, é quase um santo irretocável, que histórias caricatas, que vem para mostrar um líder com palavras de sabedoria, e isso complica demais a verossimilhança. Ele é justo ao propor seu caráter patriótico já esperado, mas paga caro por isso, senão fosse as manobras politicas, muito bem escritas e atuações excelentes, seria um filme desastroso. O publico alvo da emenda (os negros) "quase" desaparecem do longa, mostrando que Lincoln não é um filme social,mas, maniqueísta e de bandeira de campanha.
O Hobbit: A Desolação de Smaug
4.0 2,5K Assista AgoraGostei do filme, me diverti, mas ele tem diversos problemas.
É um filme mais movimentado que o primeiro, mas escorrega em problemas narrativos, como muleta cria cenas de ação para unir as partes do roteiro, e deixa bem evidente que Peter Jackson não sabe cortar o filme, se ele tivesse usado a mesma habilidade de reduzir, concentrar e montar que ele usou na trilogia senhor dos anéis, ele conseguiria não inflar tanto a obra original.Parece que a caminhada a Erebor foi costurada com trapos achados pela obra de Tolkien, personagens que são criados e vem encher linguiça na trama, apesar dele tornar um livro infantil uma aventura adulta palpável, ele como o primeiro, não se decide se está cômico, se está num filme de aventura, se esta em violência, uma hora voa cabeças, na outra tem anões pulando como filmes da pixar.
Falhas horríveis com falsos suspenses, mudanças bruscas de essência de personagens e a pior de todas, aquele romance insípido e estranho, não se conseguem criar hoje personagens femininos fortes, sem envolve-las em atos românticos?
Thorin é terrível, apático, irritado, reclamão, desencorajador, e não conquista efetivamente o público, sendo um desastre mas não pela atuação do ator, acredito muito mais pela direção equivocada.
Salvo como as melhores partes do filme, o rio e o encontro com o Dragão, e que sintonia entre Martin Freeman (Bilbo) e Benedict Cumberbatch (Smaug) impressionante o Dragão talvez o melhor que vi até hoje, e toda a parte de Erebor valeu a pena esperar.As partes de efeitos visuais foram caprichadas, na floresta não deixou nada a desejar. Como disse é divertido, mas se for analisado, notasse que a ganancia dos estúdios foi o grande problema do filme, era para ser um filme apoiado em grandes personagens, mas se sustenta apenas pela natureza técnica. Apesar de ver pessoas gostando daquele final, achando empolgante, senão tivesse lido o livro estaria decepcionado com aquele corte anti-climax.
O Samurai
4.2 145Apesar do nome, esse filme nada tem haver com os guerreiros japoneses da aristocracia do período feudal, se trata de um filme cultuado, Noir americano dos anos 40 muito bem estilizado e competente. Alain Delon passeia no papel, definiu moda e talhou na sociedade a elegância masculina, traços finos, ternos de corte e formalidade, (Provável que seu pai se vestisse como ele e mau sabia a influencia francesa), ditou moda ate os anos 80 onde tudo mudou com a nova contra cultura, bruta e violenta, deixando para trás a elegância do período.
Todos os atributos Noir estão presentes, femme fatales, elegancia e personagens cínicos, tons frios, e tramas policiais, moralidade ambígua, musical e meio western.
Desde que assisti "Drive" fiquei muito interessado em ver esse filme que serviu de grande influencia no personagem de Ryan Gosling e na estética do filme, filme com poucos diálogos e que valoriza cada cena.
Haja vista que esse filme tem que ser visto pontuando a época, o estilo e as limitações técnicas de quando foi feito, assim ele será melhor aproveitado e entendido, é mesmo um pecado condenarmos alguns exageros e tomadas do filme, alguns aforismos são relevados já que o bom gosto do filme joga tudo isso por terra.
Jeff costello está eternizado, e sempre servirá de influencia em todos os tipos de mídia e cultura pop, me atrevendo a comentar sobre essa grande obra, estrago a grandeza por não ter um texto a altura, simplesmente veja.
Febre do Rato
4.0 657Eu tive um problema para gostar desse filme, adorei toda o ingresso e viés politizado do movimento mangue beat, me lembrou "Terra em transe" de Glauber (Sou conterrâneo dele) em vários momentos, onde poesia e realidade social se encontram, mas ele teve coisas que eu estou acostumado a vivenciar de perto, no que tange a problemática social, então não teve impacto que eu esperava, a parte do Zizo, foi demais! Genial, mas como um todo, como obra, não me cativou infelizmente.
50%
3.9 2,2K Assista AgoraExistem filmes tocantes, mas despretensiosos, podem ate serem esquecidos, mas naquele momento eles cumprem seu papel, talvez, seja esse o caso de 50%, uma dramédia, nada dramalhona sobre pacientes com diagnosticados com câncer, diria que é o lado "feeling positive vibrations" sobre filmes dessa espécie, cheio de piadas infames, e sacadas p aliviar o estresse da doença, ele vai conduzindo a historia sobre pacientes, em tratamento dolorosos de câncer e o envolvimento emocional dos amigos e parentes.
No filme tudo é meio a meio, a namorada canalha que não quer terminar, o amigo aproveitador mas bonachão, a mãe superprotetora mas amável. Os papéis muito bem representados e escolhidos, a nunca Seth Rogen fará outro papel tão sua cara.
Trilha sonora impecável, bem trabalhada entre o clima ameno e dramático das cenas.
Acredite esse filme vai te surpreender, mesmo você sabendo como será o desfecho, ele termina de forma que você irá rir e chorar.
O Homem de Gelo
3.4 157 Assista AgoraEm geral, filmes da máfia, sempre seguem uma linha para construir os mitos do personagem, sua historia incrível, cheia de reviravoltas, transforma o personagem em "herói", e depois de muitas cenas de efeito, desconstrói toda a trama. Mas, THE ICEMAN sai dessa formula, calcando toda a historia sobre Richard Kuklinsk em um ambiente real.
Existem momentos que lembra bastante as obras de De Palma e Scorsese, talvez mais pelo ambiente e fotografia, do que pela condução do roteiro, já que esse prefere seguir fielmente as caraterísticas mostradas no documentário feito pela HBO, que retrata a vida de Kuklinski e sua vida de assassinatos, desde do "amadorismo" até sua atuação profissional, pela máfia italiana nos EUA. Especulasse mais de 200 mortes.
Dentro desse panorama entre ficção e realidade, o filme peca justamente por soar por demais biográfico, já que mesmo com a atuação brilhante de Michael Shannon, não conseguimos nos conectar ao personagem, e o filme acaba tão frio quanto seu personagem principal.
Dentro disso o realismo impressiona, sem cenas de ação mas com quadros crus de como a morte para ele é banal, alheia a qualquer sentimento, sentimento esse totalmente reservado para sua devoção a esposa e familia, Michael Shannon sempre me surpreendeu em "Boardwalk Empire" mas aqui o papel cai como uma luva, ele teve todo um trabalho de voz, ritmo e frieza, bem parecida com o próprio Kuklinsk, sendo bastante fiel a realidade. Atuação dos outros também com muita propriedade, e detalhe para um casting muito bom, Winona Ryder, Chris Evans, Ray Liotta, David Schwimmer, Stephen Dorff, James Franco, Chris Evan irreconhecível na primeira parte do filme.
A passagem do tempo muita bem feita, através das roupas, bigodes e penteados, assistimos de forma muito fiel os anos 60, 70 e 80. Com tons de sépia e e saturação em vários momentos para aproximar o clima da época.
É um filme com pequenos problemas que acaba sendo apenas bom, tenta atuar em várias frentes e acaba não chegando ao objetivo, parece documentário, meio ficção, e as vezes um drama policial. Mas com atuações que acaba valendo o olhar pela janela.
Metrópolis
4.0 62 Assista Agora"Metrópolis é um novo marco em animação. Tem beleza, força, mistério e acima de tudo emoção. As imagens deste filme ficarão para sempre no seu coração." - James Cameron
Com esse comentário eu inicio, minha mais humilde opinião sobre a obra prima de Sensei Osamu Tezuka, levado aos cinemas por Katsuhiro Otomo, (AKIRA) ele vem apoiar sua obra em historias militares e tramas politicas como é de praxe. Com cenas violentas, e ações turbulentas, que mesmo sem vísceras e sangue, choca e prende na tela, contrasta com o traço infantil do mangá, mas, acostumamos a essa sui generes da animação japonesa. A animação que levou 5 anos de produção, mescla traço caricatural, com alta tecnologia animada, elevando o nível de qualidade visual da obra.
A trilha sonora passeia entre jazz e clássico, pontuando muito bem as cenas, é normal cenas destrutivas acompanhadas de cores vibrantes e musicas incríveis e clássicas.
Os símbolos de poder e opressão das classes foi muito bem representada na historia, enfatizando a profundidade do argumento politico social da trama, mesmo com diversos plots correndo ao mesmo tempo, não se torna complexo e enfadonho.
Apesar de em momentos parecer maniqueísta, os personagens são bem trabalhados e escapam disso, no decorrer da historia, e o clima adulto tange para abordagens nada fáceis e felizes o que é muito bom.
O filme é grandioso, e assisti-lo numa tela pequena em casa, tira toda a sensação, da imensidão dos acontecimentos, é com certeza feita para imersar o espectador na historia, através da grande tela do cinema, o final musicado por “I Can’t Stop Loving You”, de Ray Charles foi espetacular e elogiar mais é chover no molhado.
Obra mais que obrigatória.