As historias de sensei Hayao Miyazaki, são lindas, tanta nas cores, como na movimentação quase poética do cenário, a pureza de um amor infantil, contada do ponto de vista do mestre, é singela, sem malícia, rica em sentimento. Premiadíssimo por diversos trabalhos, sempre relutei por assistir Ponyo, por ser o filme mais infantil dele, me arrependo agora de não ter ido assisti-lo na estréia nacional, em 2010, a linguagem da animação japonesa é belíssima mas, nem sempre de fácil compreensão, existem diversos valores e signos, que só quem esta inserido consegue raspar no sentido que quis ser mostrado. Mostrar o distanciamento entre a relação do homem e a natureza, nos faz lembrar em paralelo, a mesma lição que "wall-el" quis mas em terra firme, mas aqui a tecnologia é usada diretamente das telas pintadas a mão pelo mestre Hayao, que torna a animação ainda mais impressionante. A mensagem aliada as belas imagens deixa mensagem poderosa, e vale cada instante. Agora só me falta assistir castelo animado, para completar todas as obras do estudio ghibli, a Disney trouxe esse filme, não é a toa.
Muito bom o documentário, tem algumas coisas muito desnecessárias e é repetitivo em alguns aspectos, como é feito pelo History, quem já viu outros documentários deles sabe que é bem assim, melodramático. Algumas falhas como a propaganda americana encheu o saco, falaram tanto da barragem Hoover, e esqueceram que existe tecnologia de ponta parecida em outros lugares, como Brasil por exemplo. Em outros aspectos eles abordaram bastante coisa, a natureza, as fontes de energia, os animais, e toda a mudança global feita pelo ser humano.
Precisamos sempre renascer, dentro de grandes problemas e catástrofes, algo nos impulsiona para continuar, à vida, a beleza da vida, já nos faz suficiente.Como gosto de parafrasear, "é o nascer da flor dentro do rato morto". Alfonso Cuarón tem feito muito disso em seus filmes, depois de nos presentear com "filhos da esperança", ele vem mostrar como o ser humano é frágil, desprotegido, mas quanto se apresenta em situação de risco, expandi sua força e fica grande, inventivo, e sagaz. Ele não se preocupou em fazer um filme técnico, sem falhas, nesse aspecto, porque a sua historia, tão poderosa, é mais importante, não se trata de apenas cálculos, é vida que esta em jogo. Cuarón filma belas cenas sem corte, sem deixar você perder os detalhes, em angulos que evidenciam os cuidados necessários e trabalhosos naquela situação, e trás veracidade no risco e no drama. Em planos abertos nos mostra a beleza do cenário, em planos subjetivos o silencio e o desespero da personagem Ryan (Sandra Bullock). A voz de Ed Harris foi um belo toque no filme, uma homenagem a sua grande participação em Apollo 13. E Clooney, com sua eloquência e garbo, é a voz da razão e da calma necessária para a protagonista. O silencio do filme é brutal, se encarrega da destruição e da vilania acidental, nada de Aliens, nada de meteoros, aqui a física, é naturalmente a grande vilã do filme, a respiração pesada, ser jogada a deriva em vários momentos, tudo isso acentua o tom desesperador do filme. As falas expositivas do filme para mim são o ponto fraco, entendo que vem para conferir humanidade, aconchego naquela situação, mas mesmo assim me soou estranho naquela hora.Junto das falas vem traumas antigos, experiencias boas e ruins, que calharam de influenciar aquele momento do filme. A beleza visual do filme nos entorpece, quase nos esquecemos do risco, todos os detalhes bem trabalhados, é quase um balé mortal em gravidade zero, a cena do extintor lembrou muito o querido "wall-e", existem momentos de significados poéticos como os "renascimentos de Ryan" em suas capsulas quase maternais, quase placentas, ela se deixa entregar ao silencio e escuta os sons familiares no exterior, momentos contemplativos do que para ela esta em jogo ate um sonho bom, que casa com nossa torcida pela personagem, mesmo sendo um devaneio, à faz continuar, a lutar para viver. A claustrofobia do filme termina com aquela cena final, em que todos olham para trás, para dizer : Caramba! Ufa! Vale a pena tudo isso!
A um certo tempo, comecei acreditar que Hollywood havia desistido dos thrillers policiais, desde David Fincher não acompanhava algo tão bom como "Os suspeitos". A tensão lembra outros filmes tão geniais quanto, como silencio dos inocentes e Zodiaco, e Seven, suspenses que valorizam os personagens e levam seus Dramas até a ultima cena. Esse é um filme moderno, mas que entalha vários temas centrais de outras obras, como religião, violência, medo, moralidade e duvida. Suas duas horas e meia são bem aproveitadas, já que a trama não se perde e os cortes, são precisos, mostrando que a mente humana já conhece o que está por vir, não enfadonha batendo em cenas que nos espectadores já estamos acostumados. Valoriza e deixa espaço para atores como Hugh Jackman e Jake Gyllenhaal produziram um dos seus melhores trabalhos. A atuação mais do que a altura de Paul Dano, deu um tom cinza ao filme, diametral, e vem demonstrando papeis incríveis. Filme maduro e rico em roteiro e direção, respeita o espectador, mostra um clima opressor e conduz uma investigação tão grande quanto a trama. Existe esperança que daqui para frente apareça trabalhos tão bons como esse de Denis Villeneuve.
A parte filosófica entre o escudeiro e o cavaleiro, e entre o cavaleiro e a morte são os pontos altos do filme de Bergman, toda esse questionamento sobre a existência de Deus, vida e morte, sentido de existência a inerrância da morte, e o porque de estar ligado ao pensamento religioso, é discutido no filme, como já se cansou de dizer, uma obra prima.
Neill blomkamp não perde o tom político, depois de usar os ETs em distrito 9 como pano de fundo para falar sobre segregação racial e apartheid, ele retorna usando um futuro distópico para pontuar sua critica social e moral. Quando estava assistindo tive a impressão de ser um filme com mais ação,e é, mas puxando a memoria lembro que em distrito 9 teve uma pegada assim também.E o cenário me lembra muito Wall-E com a humanidade toda abandonada num "lixão". Nesse sentido, ele nos faz pensar que o cenário é exatamente o atual, com distribuição de renda e alcance da dignidade diferentes por classe, em todos os lugares, e principalmente nos países dos atores e suas nacionalidades. Wagner Moura simplesmente fantástico, empregou uma atuação diferente do que estamos acostumados e elevou o nível desse ponto do filme, estando no mesmo patamar de Sharlto Copley aqui irreconhecível como mercenário. O visual me lembrou muitos filmes e me lembrou o game Metal gear o que é bom. A parte chata são os furos de roteiro, principalmente no sumiço providencial dos robos policiais, apresentados logo no inicio do filme e na hora exata a serviço do roteiro eles desaparecem, como assim ? A parte final destoa de todo resto da trama, e a parte de critica some, e isso é muito ruim pro filme em si, e é algo que vem acontecendo no cinema atual, finais bobos e mau resolvidos.
Olha, esse filme é muito competente visualmente, tem câmeras subjetivas muito bem aplicadas, em doses certas, mas é um filme cheio de emendas de outros filmes, parece que você esta vendo um compilado de vários outros, ele não te trás nada novo, o que eu acho necessário nessa enxurrada de filmes de terror e suspense, o espectador já acaba conhecendo tudo, eu praticamente fiz um check list de tudo que iria acontecer em etapas no filme, animais morrem" geralmente cachorro" a casa começa a fazer barulhos e a noite, naquela hora predeterminada, "a hora do demônio" vem assombrar os moradores, sacrifício, alguém da casa é possuída, a casa tenta matar pessoas e por aí vai ... Céus! tudo isso é muito clichê, se você se assustou, serio?! Você não é de ver esse tipo de filme, porque tudo já contado esta ali.Os atores são competentes, e tem um belo efeito visual, mas é só isso.
Parece que Deus estava querendo pregar uma lição no piloto, mas ele esnobou, assim como dizia a musica dos Stones, a chegada do diabo humilharia não só aquilo que parecia impossível, o salvamento de todos os passageiros da morte certa, quanto sua derrocada moral em cada gole de álcool e carreira de cocaína. Todo espetáculo visual, e ótimas atuações, tem uma obrigação, tem uma lição a ser mostrada pelo diretor Robert Zemeckis, mesmo com tons de humor, a atuação dele mostra a causa e o efeito de todas as suas escolhas, os estragos e a verdadeira gravidade disso, um belo exemplo e quando ele precisa decidir seu contará mais uma da inúmeras mentiras ele, ele deixo o vicio e a vergonha o dominar. É quase um evento de rock, a mídia quer isso, quer o seu show, quer o herói, e também quer o algoz, e na sua ultima "mise en scene" ele mostra que nem sempre a redenção é possivel. Filme brilhante, e altamente recomendável.
Para um filme de shyamalan é decepcionante, infelizmente não passara de um filne esquecível"", uma pena, queria ter gostado do filme, nao se salvou nem no roteiro, nem na tensão, nem o design muito menos na direção.
Incrível como tem gente que achou esse filme o melhor dos 03 devo ter visto outro filme, tem tantos problemas de furo e roteiro que nem saberia por onde começar, sério mesmo.Geralmente faço análise do filme e posto minha impressão aqui, mas nem vou perder meu tempo.
A terra esta sendo invadida por monstros gigantes vindo de algum lugar desconhecido, e destruindo as cidades e propagando o caos, a humanidade se junta e cria robôs gigantes para combater as criaturas, e agora bolam um plano para dar fim ao apocalipse, estamos falando da obra de Yoshiyuki Sadamoto, Evangelion. "heheheh brincadeira marota a parte, que filme eletrizante, e muito bem estilizado." vem suprir a carência de quem viveu na frente da TV nos anos 80, acompanhando os Tokusatsus, diria que é uma bela homenagem a toda essa cultura, que nos presentava não com a porradaria em si, mas heróis e vilões cativantes e grandes recompensas emocionais. Guillermo Del Toro é meu novo herói, porque conduz tudo isso de forma respeitosa, espalhafatosa mas coloridamente alegre, violenta mas infantil e como isso é bom. Basta uma leve suspensão de descrença e embarcamos numa aventura digna das jornadas épicas japonesas. Obrigado por se deixar assumir, simples, divertido, direto e infantil !!
Desde de 1967, nos acompanhamos a evolução em diversas mídias do tema "zumbi", e aqui pegando emprestado vários atributos, de historias já contadas sobre os mortos vivos, o diretor Marc Forster, consegue fazer tudo funcionar. Em geral, filmes com essa temática sempre giram e torno de baixos orçamentos e sacadas geniais, como os zumbis velozes de Extermínio, que foram colocados de forma frenética para tapar o buraco do baixo orçamento. Mesmo parecendo com o filme Contagio no quesito epidemia global, brad pitty aqui assume o papel "Herói" fazendo o filme girar em torno dele e de suas resoluções, algumas coisas me deixaram com sorriso amarelo, a tal morte do cientista e aquele laboratório providencial , quase um deus ex machina, que faz a terceira parte do filme desfocar totalmente do resto da trama, parece que eles não sabiam como terminar o filme ... As ondas de zumbis conseguem segurar a tensão a todo momento, deixando todos aqueles que estão próximos a Brad Pitt estarem em risco o tempo todo, já que a trama tem sérios problemas, essa parte veio bem servida e segura o filme em momentos pontuais. É bem verdade que esse filme não é aquilo que eu esperava, já que temos a sensação de ter visto essas ideias sendo apresentadas antes, mas ainda é bom, e consegue te segurar na cadeira pelas duas horas numa boa! Runnnnnnnnnnnnnnnn!!!!!!!!!!!
Esse texto foi escrito pelo critico Pablo Villaça, do site cinema em cena, e pela importância do filme não me atreveria comentá-lo, sendo assim, para aqueles que gostam de ler uma excelente critica, fica aqui o a deixa:
Não deixa de ser frustrante que, em seu primeiro projeto “hollywoodiano”, o brilhante cineasta alemão/austríaco/francês Michael Haneke tenha optado por simplesmente recriar, quadro a quadro (como Gus Van Sant em Psicose), um filme que comandou em 1997: o instigante Violência Gratuita. Ainda assim, embora preferisse ver Haneke emprestando seu talento a novos trabalhos, é um alívio constatar que ele não se vendeu como George Sluizer em sua constrangedora refilmagem de O Silêncio do Lago, já que esta nova versão de Funny Games não se desvia um centímetro sequer do original, que, como escrevi em um comentário publicado no Rotten Tomatoes há alguns anos, funcionava como um genial exercício narrativo e de estilo que, ao mesmo tempo em que mantinha o espectador tenso, obrigava-o a encarar a própria fascinação pela violência.
Trazendo dois jovens psicopatas possivelmente inspirados em Leopold e Loeb, o filme inicialmente nos apresenta à harmoniosa família formada por George (Roth), Ann (Watson) e Georgie (Gearhart, surpreendente em sua expressividade). Viajando para passar duas semanas em sua casa à beira do lago em Long Island, os três logo são tomados como reféns por Paul (Pitt) e Peter (Corbet), que passam a torturá-los enquanto sugerem que a família não chegará viva ao dia seguinte. Por que os rapazes agem desta maneira é algo que o filme não se preocupa em responder: pode ser um ato sem sentido, como indica o bom título em português, ou mesmo uma forma perversa de buscar prazer, como sugere o plano em que um dos jovens segura um taco de golfe diante da virilha, como se exibisse uma enorme ereção – ou, possivelmente, uma combinação de ambos. Seja como for, a história do longa não importa de fato, já que é empregada apenas para permitir que Haneke se entregue a um exercício narrativo que explora e condena, simultaneamente, o maniqueísmo do gênero e do Cinema de modo geral.
Cineasta que jamais escondeu seu prazer em manipular descaradamente o espectador (como apontam os brilhantes Caché e Código Desconhecido – este último, trazendo uma seqüência sensacional com Juliette Binoche que confunde o público em sua tensão crescente), Michael Haneke aqui esfrega na cara da platéia tudo o que está fazendo, como se se esforçasse ao máximo para que nos déssemos conta de todos os seus artifícios como contador de histórias – e este esforço já começa com o surgimento do título, que traz consigo os acordes incômodos e inesperados de um rock pesado que se contrapõe à relaxante ária que ouvíamos até então (e que, de certa forma, simboliza a intromissão dos jovens assassinos no cotidiano pacato daquela família).
Sempre adepto de planos longos, o cineasta repete, nesta refilmagem, o impressionante plano de quase dez minutos de duração do original, quando acompanhamos a mulher da família (aqui vivida com entrega absoluta por Naomi Watts) tentando assimilar a brutalidade do que acabara de acontecer enquanto busca se libertar e soltar o marido – algo que confere, pela simples ausência de cortes, um tom de urgência, angústia e verossimilhança à cena. Da mesma forma, quando George confronta os rapazes pela primeira vez, Haneke evita os cortes enquanto mantém sua câmera às costas de Tim Roth, forçando o público a encarar os criminosos como se estivéssemos ao lado do sujeito e aumentando, assim, a identificação com o personagem. E se jamais se mostrou adepto da utilização de trilhas sonoras que comentam a narrativa, aqui o diretor praticamente emprega apenas sons diegéticos – e quando ouvimos um acompanhamento instrumental durante a perseguição ao pequeno George, isto se deve à iniciativa do cruel Paul, que se encarrega de ligar o som para perturbar o garoto.
É perfeito, diga-se de passagem, que Paul assuma a tarefa de acionar o aparelho de som, já que, para todos os efeitos, ele é o narrador de fato do filme, chegando a dirigir-se diretamente ao público em algumas ocasiões, quando pergunta, entre outras coisas, se estamos “do lado” da família que está aterrorizando (é claro que estamos e ele sabe disso). Assumindo-se como personagem e vilão, Paul mantém um tom sempre controlado e divertido por ter plena consciência de estar sendo observado e julgado pelo espectador – e é através deste personagem que Haneke comenta o poder ilimitado do cineasta ao controlar a narrativa da maneira que julga mais eficaz para conduzir, agradar e frustrar o público ao seu bel-prazer. Assim, quando Paul ordena que Ann recite uma prece ao contrário, está prenunciando claramente o que virá a seguir, quando (não leia o restante desta frase caso ainda não tenha visto o filme) provará seu poder absoluto sobre o longa ao rebobiná-lo para reverter um incidente que lhe desagradou.
Com relação a este momento específico de Violência Gratuita, aliás, é curioso observar que o tiro de espingarda disparado por Ann representa o único instante em que um ato de violência é visto em quadro, já que absolutamente todos os demais ocorrem fora de campo, sendo apresentados apenas através do som. E não é à toa que aquele que é visto pelo público surge, também, como o único que oferece alguma satisfação, já que tem, como vítima, um dos vilões – e é desta forma que Haneke não apenas escancara a manipulação constante feita pelo Cinema como comenta a hipocrisia natural do espectador, que não hesita em abraçar a violência quando esta se apresenta catártica. No entanto, depois de permitir, por um breve momento, que a platéia exulte com a mesma violência que condenaria em outras circunstâncias, o diretor cruelmente reverte (literalmente) o que acabara de fazer – e a ira experimentada pelo espectador é resultado do reconhecimento tardio de ter sucumbido à manipulação descarada do filme.
Mas a outra questão igualmente interessante que Violência Gratuita propõe é: por que a morte de um ou dos dois vilões deveria nos satisfazer? Não se trata, tudo aquilo, de pura ficção? George, Ann e Georgie não são mais ou menos reais do que Paul e Peter e, assim sendo, por que deveríamos nos importar com o que acontecerá com qualquer um deles? Por que abraçamos constantemente a ficção e nos emocionamos com histórias e personagens que reconhecemos como irreais? E, mais uma vez, por que uma possível “vitória” dos vilões deveria nos aborrecer, já que seria um evento tão arbitrário, determinado de acordo com a vontade particular do narrador, quanto um aguardado final feliz?
Isto remete, aliás, ao desfecho de Desejo e Reparação (e não foi por acaso que citei Funny Games ao escrever sobre aquele longa): em que o final “fictício” criado por Briony difere do final “real” determinado pelas mortes de Robbie e Cecilia? Por que um seria satisfatório e o outro não, se ambos são igualmente fantasiosos e arbitrários? E por que a punição de Paul e Peter seria menos frustrante do que vê-los livres e vitoriosos?
Ao propor questões como estas e forçar o público a reconhecer a manipulação constante que engole sem protestos em cada filme que vê, Violência Gratuita (original e refilmagem) se torna um exemplo interessante de produção que não se interessa em “agradar” o espectador (ao contrário, é frustrante ao extremo), mas sim em se apresentar como objeto de estudo e apreciação para aqueles que se interessam pela linguagem pura do Cinema.
Steven Soderbergh pontual nos seus dramas, otimo filme, que são seja suas despedida ... http://omelete.uol.com.br/side-effects/cinema/terapia-de-risco-critica/
Visual impecável, tecnicamente muito bem feito, cheio de referencias de ficção científica, e sendo o tema que mais gosto ... me decepcionou demais, idéias fantásticas mas mau executadas, tramas fáceis e final mais do que esperado, uma pena mesmo, hall 9000 sozinho já é mais filme do que isso.
Antes de mais nada farei "a minha" analise do filme, para algumas pessoas pode ter sido o filme perfeito, mas ele apresenta problemas, e em relação ao Oscar, se resume e politica e propaganda.
Particularmente, eu não consigo enxergar o brilhantismo nos filmes de David O. Russell, em - O vencedor - proclamaram que era o grande filme/drama de boxe e tal, mas eu so me prendi aos personagens, em 03 reis a mesma coisa, ele constrói muito bem os personagens, mas o desenvolvimento da trama e a edição são quase um sitcom, de simplório. Não li o livro inteiro, então vou me ater ao filme. Gostei bastante da forma como ele filma bipolaridade de Patrick Solitano (Cooper) ele treme a camera de forma que evidencia a impaciencia e instabilidade mental, a raiva e a insanidade, e logo mostra a calma quase infantil do personagem, em elogios que o fazem sorrir e se sentir bem na corrente da positividade. E isso se acentua quando ele encontra Tiffany (Lawrence). Os dialogos longos são chatos e o que dizer daquela cena da aposta dupla, que não agrega em nada a trama, e chega a ser desnecessaria, esse drama todo que dizem não causa nada no expectador, ja que ele sabe de antemão o que vai acontecer, e isso não seria ruim se a entrega a clichês baratos de comedias romanticas não fosse tão usado, mocinha foge, chora e o principe vem e diz que a ama desde sempre, acontece o beijo a camera gira e ... (sic) Agora falando da parte boa, fiquei muito feliz com o elenco, todos muito bem, com entregas na hora certa, e inquestionavelmente competentes, um salve ao Robert De Niro, fiquei feliz de o ver atuando -de verdade- e aqui me convence como pai sofrido, torcedor, confuso e amavel. Apesar de levarem Lawrence ao pedestal, aplausos a Cooper, rouba a cena várias vezes mesmo, com um personagem que vai da doçura a loucura, em instantes e nesse nos cativa. Suas sinceras palavras que são quase infantis e sinceras como de uma criança. Teria gostado mais do filme, se ele não tivesse abrido mão da sua originalidade, para satisfazer o apelo romantico "dramedia".
Finalmente ele voltou, e exatamente como queríamos, e acreditamos. Mais uma vez tive fé que o homem pode voar, e dessa vez quem trilhou minha crença foi Zack Snyder. Quase sem mostrar seu lado autoral ele buscou mesclar tudo que de bom em apelo visual vimo por aí, apesar desse clark não ter todo charme, simpátia e presença do saudoso Reeve, ele coube no que foi proposto, um poderoso ser que se escondeu o tempo todo para não machucar, assustar e intimadar seus anfitriões, gostei bastante das tomadas estilo "arvore da vida" de Terrence Malick nos flashbacks, ali ele foi cultuado e endeusado na fotografia baixa e humanizado nos seus traumas e inseguranças futuras. E os combates mostram a grandeza do personagem que pela primeira vez mostrou o nivel de destruição capaz de seres tão formidáveis e inexpugnáveis. Zack snyder sabe filmar isso como ninguem. Preferi não comparar esse Zod com o fabuloso Terence Stamp porque são propostas distintas , e seria injustiça, porque todos se ajoelharam perante Zod. O nivel de ficção científica leve e os toques religiosos tambem me agradaram, "vide que ele é a analogia de jesus" Tal qual o "S", temos tamanha esperança em todo esse universo.Somos todos de Krypton, somos todos humanos
Esse filme é como ondas, vem em momentos muito bons, e vai em diálogos e cenas bobas e arrastadas, ele não é ruim no geral, tem cenas bem feitas de ação, mas o roteiro e as falas de efeito, muito bobas, ele até brinca usando recursos batidos como o negro de confiança que aparece naquele momento oportuno para te ajudar de forma concisa e simpática, briga de bar deveras clichê, e plots mais que conhecidos, até aquela tensão sexual entre ele a péssima atriz Rosamund Pike me fez rir em momentos desnecessários para trama, e aquele tiro no final no vilão atrás da mocinha, nem vale a pena perder tempo avaliando bem o filme ele não se leva a serio mesmo, e essa é a grande jogada.
Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar
4.2 993 Assista AgoraAs historias de sensei Hayao Miyazaki, são lindas, tanta nas cores, como na movimentação quase poética do cenário, a pureza de um amor infantil, contada do ponto de vista do mestre, é singela, sem malícia, rica em sentimento.
Premiadíssimo por diversos trabalhos, sempre relutei por assistir Ponyo, por ser o filme mais infantil dele, me arrependo agora de não ter ido assisti-lo na estréia nacional, em 2010, a linguagem da animação japonesa é belíssima mas, nem sempre de fácil compreensão, existem diversos valores e signos, que só quem esta inserido consegue raspar no sentido que quis ser mostrado.
Mostrar o distanciamento entre a relação do homem e a natureza, nos faz lembrar em paralelo, a mesma lição que "wall-el" quis mas em terra firme, mas aqui a tecnologia é usada diretamente das telas pintadas a mão pelo mestre Hayao, que torna a animação ainda mais impressionante. A mensagem aliada as belas imagens deixa mensagem poderosa, e vale cada instante.
Agora só me falta assistir castelo animado, para completar todas as obras do estudio ghibli, a Disney trouxe esse filme, não é a toa.
O Mundo Sem Ninguém
3.7 42Muito bom o documentário, tem algumas coisas muito desnecessárias e é repetitivo em alguns aspectos, como é feito pelo History, quem já viu outros documentários deles sabe que é bem assim, melodramático. Algumas falhas como a propaganda americana encheu o saco, falaram tanto da barragem Hoover, e esqueceram que existe tecnologia de ponta parecida em outros lugares, como Brasil por exemplo.
Em outros aspectos eles abordaram bastante coisa, a natureza, as fontes de energia, os animais, e toda a mudança global feita pelo ser humano.
Alvo Duplo
2.9 379 Assista AgoraAhhhhhh anos 80 !!
Capitão Phillips
4.0 1,6K Assista AgoraPaul Greengrass (apenas isso)
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraPrecisamos sempre renascer, dentro de grandes problemas e catástrofes, algo nos impulsiona para continuar, à vida, a beleza da vida, já nos faz suficiente.Como gosto de parafrasear, "é o nascer da flor dentro do rato morto".
Alfonso Cuarón tem feito muito disso em seus filmes, depois de nos presentear com "filhos da esperança", ele vem mostrar como o ser humano é frágil, desprotegido, mas quanto se apresenta em situação de risco, expandi sua força e fica grande, inventivo, e sagaz. Ele não se preocupou em fazer um filme técnico, sem falhas, nesse aspecto, porque a sua historia, tão poderosa, é mais importante, não se trata de apenas cálculos, é vida que esta em jogo.
Cuarón filma belas cenas sem corte, sem deixar você perder os detalhes, em angulos que evidenciam os cuidados necessários e trabalhosos naquela situação, e trás veracidade no risco e no drama. Em planos abertos nos mostra a beleza do cenário, em planos subjetivos o silencio e o desespero da personagem Ryan (Sandra Bullock). A voz de Ed Harris foi um belo toque no filme, uma homenagem a sua grande participação em Apollo 13. E Clooney, com sua eloquência e garbo, é a voz da razão e da calma necessária para a protagonista.
O silencio do filme é brutal, se encarrega da destruição e da vilania acidental, nada de Aliens, nada de meteoros, aqui a física, é naturalmente a grande vilã do filme, a respiração pesada, ser jogada a deriva em vários momentos, tudo isso acentua o tom desesperador do filme.
As falas expositivas do filme para mim são o ponto fraco, entendo que vem para conferir humanidade, aconchego naquela situação, mas mesmo assim me soou estranho naquela hora.Junto das falas vem traumas antigos, experiencias boas e ruins, que calharam de influenciar aquele momento do filme.
A beleza visual do filme nos entorpece, quase nos esquecemos do risco, todos os detalhes bem trabalhados, é quase um balé mortal em gravidade zero, a cena do extintor lembrou muito o querido "wall-e", existem momentos de significados poéticos como os "renascimentos de Ryan" em suas capsulas quase maternais, quase placentas, ela se deixa entregar ao silencio e escuta os sons familiares no exterior, momentos contemplativos do que para ela esta em jogo ate um sonho bom, que casa com nossa torcida pela personagem, mesmo sendo um devaneio, à faz continuar, a lutar para viver. A claustrofobia do filme termina com aquela cena final, em que todos olham para trás, para dizer : Caramba! Ufa! Vale a pena tudo isso!
O Senhor das Moscas
3.7 271 Assista AgoraTão intenso quanto livro.
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista AgoraA um certo tempo, comecei acreditar que Hollywood havia desistido dos thrillers policiais, desde David Fincher não acompanhava algo tão bom como "Os suspeitos".
A tensão lembra outros filmes tão geniais quanto, como silencio dos inocentes e Zodiaco, e Seven, suspenses que valorizam os personagens e levam seus Dramas até a ultima cena. Esse é um filme moderno, mas que entalha vários temas centrais de outras obras, como religião, violência, medo, moralidade e duvida.
Suas duas horas e meia são bem aproveitadas, já que a trama não se perde e os cortes, são precisos, mostrando que a mente humana já conhece o que está por vir, não enfadonha batendo em cenas que nos espectadores já estamos acostumados. Valoriza e deixa espaço para atores como Hugh Jackman e Jake Gyllenhaal produziram um dos seus melhores trabalhos. A atuação mais do que a altura de Paul Dano, deu um tom cinza ao filme, diametral, e vem demonstrando papeis incríveis.
Filme maduro e rico em roteiro e direção, respeita o espectador, mostra um clima opressor e conduz uma investigação tão grande quanto a trama. Existe esperança que daqui para frente apareça trabalhos tão bons como esse de Denis Villeneuve.
O Sétimo Selo
4.4 1,0KA parte filosófica entre o escudeiro e o cavaleiro, e entre o cavaleiro e a morte são os pontos altos do filme de Bergman, toda esse questionamento sobre a existência de Deus, vida e morte, sentido de existência a inerrância da morte, e o porque de estar ligado ao pensamento religioso, é discutido no filme, como já se cansou de dizer, uma obra prima.
Elysium
3.3 2,0K Assista AgoraNeill blomkamp não perde o tom político, depois de usar os ETs em distrito 9 como pano de fundo para falar sobre segregação racial e apartheid, ele retorna usando um futuro distópico para pontuar sua critica social e moral.
Quando estava assistindo tive a impressão de ser um filme com mais ação,e é, mas puxando a memoria lembro que em distrito 9 teve uma pegada assim também.E o cenário me lembra muito Wall-E com a humanidade toda abandonada num "lixão".
Nesse sentido, ele nos faz pensar que o cenário é exatamente o atual, com distribuição de renda e alcance da dignidade diferentes por classe, em todos os lugares, e principalmente nos países dos atores e suas nacionalidades.
Wagner Moura simplesmente fantástico, empregou uma atuação diferente do que estamos acostumados e elevou o nível desse ponto do filme, estando no mesmo patamar de Sharlto Copley aqui irreconhecível como mercenário. O visual me lembrou muitos filmes e me lembrou o game Metal gear o que é bom.
A parte chata são os furos de roteiro, principalmente no sumiço providencial dos robos policiais, apresentados logo no inicio do filme e na hora exata a serviço do roteiro eles desaparecem, como assim ?
A parte final destoa de todo resto da trama, e a parte de critica some, e isso é muito ruim pro filme em si, e é algo que vem acontecendo no cinema atual, finais bobos e mau resolvidos.
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraOlha, esse filme é muito competente visualmente, tem câmeras subjetivas muito bem aplicadas, em doses certas, mas é um filme cheio de emendas de outros filmes, parece que você esta vendo um compilado de vários outros, ele não te trás nada novo, o que eu acho necessário nessa enxurrada de filmes de terror e suspense, o espectador já acaba conhecendo tudo, eu praticamente fiz um check list de tudo que iria acontecer em etapas no filme, animais morrem" geralmente cachorro" a casa começa a fazer barulhos e a noite, naquela hora predeterminada, "a hora do demônio" vem assombrar os moradores, sacrifício, alguém da casa é possuída, a casa tenta matar pessoas e por aí vai ... Céus! tudo isso é muito clichê, se você se assustou, serio?! Você não é de ver esse tipo de filme, porque tudo já contado esta ali.Os atores são competentes, e tem um belo efeito visual, mas é só isso.
O Voo
3.6 1,4K Assista AgoraParece que Deus estava querendo pregar uma lição no piloto, mas ele esnobou, assim como dizia a musica dos Stones, a chegada do diabo humilharia não só aquilo que parecia impossível, o salvamento de todos os passageiros da morte certa, quanto sua derrocada moral em cada gole de álcool e carreira de cocaína.
Todo espetáculo visual, e ótimas atuações, tem uma obrigação, tem uma lição a ser mostrada pelo diretor Robert Zemeckis, mesmo com tons de humor, a atuação dele mostra a causa e o efeito de todas as suas escolhas, os estragos e a verdadeira gravidade disso, um belo exemplo e quando ele precisa decidir seu contará mais uma da inúmeras mentiras ele, ele deixo o vicio e a vergonha o dominar.
É quase um evento de rock, a mídia quer isso, quer o seu show, quer o herói, e também quer o algoz, e na sua ultima "mise en scene" ele mostra que nem sempre a redenção é possivel.
Filme brilhante, e altamente recomendável.
Depois da Terra
2.6 1,4K Assista AgoraPara um filme de shyamalan é decepcionante, infelizmente não passara de um filne esquecível"", uma pena, queria ter gostado do filme, nao se salvou nem no roteiro, nem na tensão, nem o design muito menos na direção.
Homem de Ferro 3
3.5 3,4K Assista AgoraIncrível como tem gente que achou esse filme o melhor dos 03 devo ter visto outro filme, tem tantos problemas de furo e roteiro que nem saberia por onde começar, sério mesmo.Geralmente faço análise do filme e posto minha impressão aqui, mas nem vou perder meu tempo.
Círculo de Fogo
3.8 2,6K Assista AgoraA terra esta sendo invadida por monstros gigantes vindo de algum lugar desconhecido, e destruindo as cidades e propagando o caos, a humanidade se junta e cria robôs gigantes para combater as criaturas, e agora bolam um plano para dar fim ao apocalipse, estamos falando da obra de Yoshiyuki Sadamoto, Evangelion.
"heheheh brincadeira marota a parte, que filme eletrizante, e muito bem estilizado." vem suprir a carência de quem viveu na frente da TV nos anos 80, acompanhando os Tokusatsus, diria que é uma bela homenagem a toda essa cultura, que nos presentava não com a porradaria em si, mas heróis e vilões cativantes e grandes recompensas emocionais.
Guillermo Del Toro é meu novo herói, porque conduz tudo isso de forma respeitosa, espalhafatosa mas coloridamente alegre, violenta mas infantil e como isso é bom. Basta uma leve suspensão de descrença e embarcamos numa aventura digna das jornadas épicas japonesas. Obrigado por se deixar assumir, simples, divertido, direto e infantil !!
Guerra Mundial Z
3.5 3,2K Assista AgoraDesde de 1967, nos acompanhamos a evolução em diversas mídias do tema "zumbi", e aqui pegando emprestado vários atributos, de historias já contadas sobre os mortos vivos, o diretor Marc Forster, consegue fazer tudo funcionar.
Em geral, filmes com essa temática sempre giram e torno de baixos orçamentos e sacadas geniais, como os zumbis velozes de Extermínio, que foram colocados de forma frenética para tapar o buraco do baixo orçamento.
Mesmo parecendo com o filme Contagio no quesito epidemia global, brad pitty aqui assume o papel "Herói" fazendo o filme girar em torno dele e de suas resoluções, algumas coisas me deixaram com sorriso amarelo, a tal morte do cientista e aquele laboratório providencial , quase um deus ex machina, que faz a terceira parte do filme desfocar totalmente do resto da trama, parece que eles não sabiam como terminar o filme ...
As ondas de zumbis conseguem segurar a tensão a todo momento, deixando todos aqueles que estão próximos a Brad Pitt estarem em risco o tempo todo, já que a trama tem sérios problemas, essa parte veio bem servida e segura o filme em momentos pontuais.
É bem verdade que esse filme não é aquilo que eu esperava, já que temos a sensação de ter visto essas ideias sendo apresentadas antes, mas ainda é bom, e consegue te segurar na cadeira pelas duas horas numa boa!
Runnnnnnnnnnnnnnnn!!!!!!!!!!!
Além da Escuridão: Star Trek
4.0 1,4K Assista Agorahttp://omelete.uol.com.br/star-trek-2-alem-da-escuridao/cinema/alem-da-escuridao-star-trek-critica/#.UiOgMtLUlyU
Paul: O Alien Fugitivo
3.4 758 Assista AgoraRi demais, e isso já é grande coisa, se tratando de filme nerd, vale a pipoca hahahaha
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraA critica abaixo se refere ao filme com Naomi watts, mas como é o mesmo filme, decide colocar o texto mesmo assim! enjoy!
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraEsse texto foi escrito pelo critico Pablo Villaça, do site cinema em cena, e pela importância do filme não me atreveria comentá-lo, sendo assim, para aqueles que gostam de ler uma excelente critica, fica aqui o a deixa:
Não deixa de ser frustrante que, em seu primeiro projeto “hollywoodiano”, o brilhante cineasta alemão/austríaco/francês Michael Haneke tenha optado por simplesmente recriar, quadro a quadro (como Gus Van Sant em Psicose), um filme que comandou em 1997: o instigante Violência Gratuita. Ainda assim, embora preferisse ver Haneke emprestando seu talento a novos trabalhos, é um alívio constatar que ele não se vendeu como George Sluizer em sua constrangedora refilmagem de O Silêncio do Lago, já que esta nova versão de Funny Games não se desvia um centímetro sequer do original, que, como escrevi em um comentário publicado no Rotten Tomatoes há alguns anos, funcionava como um genial exercício narrativo e de estilo que, ao mesmo tempo em que mantinha o espectador tenso, obrigava-o a encarar a própria fascinação pela violência.
Trazendo dois jovens psicopatas possivelmente inspirados em Leopold e Loeb, o filme inicialmente nos apresenta à harmoniosa família formada por George (Roth), Ann (Watson) e Georgie (Gearhart, surpreendente em sua expressividade). Viajando para passar duas semanas em sua casa à beira do lago em Long Island, os três logo são tomados como reféns por Paul (Pitt) e Peter (Corbet), que passam a torturá-los enquanto sugerem que a família não chegará viva ao dia seguinte. Por que os rapazes agem desta maneira é algo que o filme não se preocupa em responder: pode ser um ato sem sentido, como indica o bom título em português, ou mesmo uma forma perversa de buscar prazer, como sugere o plano em que um dos jovens segura um taco de golfe diante da virilha, como se exibisse uma enorme ereção – ou, possivelmente, uma combinação de ambos. Seja como for, a história do longa não importa de fato, já que é empregada apenas para permitir que Haneke se entregue a um exercício narrativo que explora e condena, simultaneamente, o maniqueísmo do gênero e do Cinema de modo geral.
Cineasta que jamais escondeu seu prazer em manipular descaradamente o espectador (como apontam os brilhantes Caché e Código Desconhecido – este último, trazendo uma seqüência sensacional com Juliette Binoche que confunde o público em sua tensão crescente), Michael Haneke aqui esfrega na cara da platéia tudo o que está fazendo, como se se esforçasse ao máximo para que nos déssemos conta de todos os seus artifícios como contador de histórias – e este esforço já começa com o surgimento do título, que traz consigo os acordes incômodos e inesperados de um rock pesado que se contrapõe à relaxante ária que ouvíamos até então (e que, de certa forma, simboliza a intromissão dos jovens assassinos no cotidiano pacato daquela família).
Sempre adepto de planos longos, o cineasta repete, nesta refilmagem, o impressionante plano de quase dez minutos de duração do original, quando acompanhamos a mulher da família (aqui vivida com entrega absoluta por Naomi Watts) tentando assimilar a brutalidade do que acabara de acontecer enquanto busca se libertar e soltar o marido – algo que confere, pela simples ausência de cortes, um tom de urgência, angústia e verossimilhança à cena. Da mesma forma, quando George confronta os rapazes pela primeira vez, Haneke evita os cortes enquanto mantém sua câmera às costas de Tim Roth, forçando o público a encarar os criminosos como se estivéssemos ao lado do sujeito e aumentando, assim, a identificação com o personagem. E se jamais se mostrou adepto da utilização de trilhas sonoras que comentam a narrativa, aqui o diretor praticamente emprega apenas sons diegéticos – e quando ouvimos um acompanhamento instrumental durante a perseguição ao pequeno George, isto se deve à iniciativa do cruel Paul, que se encarrega de ligar o som para perturbar o garoto.
É perfeito, diga-se de passagem, que Paul assuma a tarefa de acionar o aparelho de som, já que, para todos os efeitos, ele é o narrador de fato do filme, chegando a dirigir-se diretamente ao público em algumas ocasiões, quando pergunta, entre outras coisas, se estamos “do lado” da família que está aterrorizando (é claro que estamos e ele sabe disso). Assumindo-se como personagem e vilão, Paul mantém um tom sempre controlado e divertido por ter plena consciência de estar sendo observado e julgado pelo espectador – e é através deste personagem que Haneke comenta o poder ilimitado do cineasta ao controlar a narrativa da maneira que julga mais eficaz para conduzir, agradar e frustrar o público ao seu bel-prazer. Assim, quando Paul ordena que Ann recite uma prece ao contrário, está prenunciando claramente o que virá a seguir, quando (não leia o restante desta frase caso ainda não tenha visto o filme) provará seu poder absoluto sobre o longa ao rebobiná-lo para reverter um incidente que lhe desagradou.
Com relação a este momento específico de Violência Gratuita, aliás, é curioso observar que o tiro de espingarda disparado por Ann representa o único instante em que um ato de violência é visto em quadro, já que absolutamente todos os demais ocorrem fora de campo, sendo apresentados apenas através do som. E não é à toa que aquele que é visto pelo público surge, também, como o único que oferece alguma satisfação, já que tem, como vítima, um dos vilões – e é desta forma que Haneke não apenas escancara a manipulação constante feita pelo Cinema como comenta a hipocrisia natural do espectador, que não hesita em abraçar a violência quando esta se apresenta catártica. No entanto, depois de permitir, por um breve momento, que a platéia exulte com a mesma violência que condenaria em outras circunstâncias, o diretor cruelmente reverte (literalmente) o que acabara de fazer – e a ira experimentada pelo espectador é resultado do reconhecimento tardio de ter sucumbido à manipulação descarada do filme.
Mas a outra questão igualmente interessante que Violência Gratuita propõe é: por que a morte de um ou dos dois vilões deveria nos satisfazer? Não se trata, tudo aquilo, de pura ficção? George, Ann e Georgie não são mais ou menos reais do que Paul e Peter e, assim sendo, por que deveríamos nos importar com o que acontecerá com qualquer um deles? Por que abraçamos constantemente a ficção e nos emocionamos com histórias e personagens que reconhecemos como irreais? E, mais uma vez, por que uma possível “vitória” dos vilões deveria nos aborrecer, já que seria um evento tão arbitrário, determinado de acordo com a vontade particular do narrador, quanto um aguardado final feliz?
Isto remete, aliás, ao desfecho de Desejo e Reparação (e não foi por acaso que citei Funny Games ao escrever sobre aquele longa): em que o final “fictício” criado por Briony difere do final “real” determinado pelas mortes de Robbie e Cecilia? Por que um seria satisfatório e o outro não, se ambos são igualmente fantasiosos e arbitrários? E por que a punição de Paul e Peter seria menos frustrante do que vê-los livres e vitoriosos?
Ao propor questões como estas e forçar o público a reconhecer a manipulação constante que engole sem protestos em cada filme que vê, Violência Gratuita (original e refilmagem) se torna um exemplo interessante de produção que não se interessa em “agradar” o espectador (ao contrário, é frustrante ao extremo), mas sim em se apresentar como objeto de estudo e apreciação para aqueles que se interessam pela linguagem pura do Cinema.
http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=5370
Terapia de Risco
3.6 1,0K Assista AgoraSteven Soderbergh pontual nos seus dramas, otimo filme, que são seja suas despedida ...
http://omelete.uol.com.br/side-effects/cinema/terapia-de-risco-critica/
Oblivion
3.2 1,7K Assista AgoraVisual impecável, tecnicamente muito bem feito, cheio de referencias de ficção científica, e sendo o tema que mais gosto ... me decepcionou demais, idéias fantásticas mas mau executadas, tramas fáceis e final mais do que esperado, uma pena mesmo, hall 9000 sozinho já é mais filme do que isso.
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista AgoraAntes de mais nada farei "a minha" analise do filme, para algumas pessoas pode ter sido o filme perfeito, mas ele apresenta problemas, e em relação ao Oscar, se resume e politica e propaganda.
Particularmente, eu não consigo enxergar o brilhantismo nos filmes de David O. Russell, em - O vencedor - proclamaram que era o grande filme/drama de boxe e tal, mas eu so me prendi aos personagens, em 03 reis a mesma coisa, ele constrói muito bem os personagens, mas o desenvolvimento da trama e a edição são quase um sitcom, de simplório.
Não li o livro inteiro, então vou me ater ao filme. Gostei bastante da forma como ele filma bipolaridade de Patrick Solitano (Cooper) ele treme a camera de forma que evidencia a impaciencia e instabilidade mental, a raiva e a insanidade, e logo mostra a calma quase infantil do personagem, em elogios que o fazem sorrir e se sentir bem na corrente da positividade. E isso se acentua quando ele encontra Tiffany (Lawrence).
Os dialogos longos são chatos e o que dizer daquela cena da aposta dupla, que não agrega em nada a trama, e chega a ser desnecessaria, esse drama todo que dizem não causa nada no expectador, ja que ele sabe de antemão o que vai acontecer, e isso não seria ruim se a entrega a clichês baratos de comedias romanticas não fosse tão usado, mocinha foge, chora e o principe vem e diz que a ama desde sempre, acontece o beijo a camera gira e ... (sic)
Agora falando da parte boa, fiquei muito feliz com o elenco, todos muito bem, com entregas na hora certa, e inquestionavelmente competentes, um salve ao Robert De Niro, fiquei feliz de o ver atuando -de verdade- e aqui me convence como pai sofrido, torcedor, confuso e amavel. Apesar de levarem Lawrence ao pedestal, aplausos a Cooper, rouba a cena várias vezes mesmo, com um personagem que vai da doçura a loucura, em instantes e nesse nos cativa. Suas sinceras palavras que são quase infantis e sinceras como de uma criança.
Teria gostado mais do filme, se ele não tivesse abrido mão da sua originalidade, para satisfazer o apelo romantico "dramedia".
O Homem de Aço
3.6 3,9K Assista AgoraFinalmente ele voltou, e exatamente como queríamos, e acreditamos.
Mais uma vez tive fé que o homem pode voar, e dessa vez quem trilhou minha crença foi Zack Snyder.
Quase sem mostrar seu lado autoral ele buscou mesclar tudo que de bom em apelo visual vimo por aí, apesar desse clark não ter todo charme, simpátia e presença do saudoso Reeve, ele coube no que foi proposto, um poderoso ser que se escondeu o tempo todo para não machucar, assustar e intimadar seus anfitriões, gostei bastante das tomadas estilo "arvore da vida" de Terrence Malick nos flashbacks, ali ele foi cultuado e endeusado na fotografia baixa e humanizado nos seus traumas e inseguranças futuras.
E os combates mostram a grandeza do personagem que pela primeira vez mostrou o nivel de destruição capaz de seres tão formidáveis e inexpugnáveis. Zack snyder sabe filmar isso como ninguem.
Preferi não comparar esse Zod com o fabuloso Terence Stamp porque são propostas distintas , e seria injustiça, porque todos se ajoelharam perante Zod.
O nivel de ficção científica leve e os toques religiosos tambem me agradaram, "vide que ele é a analogia de jesus"
Tal qual o "S", temos tamanha esperança em todo esse universo.Somos todos de Krypton, somos todos humanos
Jack Reacher: O Último Tiro
3.4 893 Assista AgoraEsse filme é como ondas, vem em momentos muito bons, e vai em diálogos e cenas bobas e arrastadas, ele não é ruim no geral, tem cenas bem feitas de ação, mas o roteiro e as falas de efeito, muito bobas, ele até brinca usando recursos batidos como o negro de confiança que aparece naquele momento oportuno para te ajudar de forma concisa e simpática, briga de bar deveras clichê, e plots mais que conhecidos, até aquela tensão sexual entre ele a péssima atriz Rosamund Pike me fez rir em momentos desnecessários para trama, e aquele tiro no final no vilão atrás da mocinha, nem vale a pena perder tempo avaliando bem o filme ele não se leva a serio mesmo, e essa é a grande jogada.