“Os Estados Unidos não são um país; são um negócio! Essa é a síntese do filme, a crítica esta justamente na falácia dos discursos políticos, onde não existe, "povo, comunidade" existe negócios, interesses, somente isso. Em meio a bandidos do colarinho branco expostos na tela, com bilhões de dolares para saldar dívidas, nosso anti-herói vivido por Brad pitt, motra que para eles, 500 dolares ja é muito, quando se trata de contratos pequenos, de pequenos marginais. As falas mostram que o tom nada tem haver com a narrativa do filme, evidenciando o quão patéticos são os personagens dessa sofrida New Orleans. Os repugnantes Frankie e Russell e mesmo o personagem de Gandolfini, exalam sujeira, e solidão, atoladas em seus vicios. O mais engraçado é ver o personagem de Brad Pitt sobrio e lúcido, naquele universo caótico, e quando toca “The Man Comes Around”, de (Johnny Cash) ele sob o tom de atuação a um nível quase natural. As cenas de violencia são tão bem arquitetadas que chega quase a poesia, tanto no assalto, espancamento e execução final, bate palmas pela obra de arte e bela execução de tensão em todas elas. O filme merece ser revisto, até por quem não gostou, ou não entendeu a intenção do diretor Andrew Dominik, ele vai alem da curva, mostrando que as grandes corporações estão muito acima no nível de calhordice e maquinação.
O estilo "camera na mão" ou mockumentary / “found footage pulou para outros generos, era de se esperar que chegaria as tramas policiais, mas aqui sem muito sucesso, totalmente indispensável, com vários problemas de corte, cansa o espectador, quer ser frenético, mas de forma confusa, e como ja descrevi, sem necessidade alguma. Pulando esse problema, a trama que envolve Jake Gyllenhaal e Michael Peña é de tirar o folego no final, mas em nenhum momento parecia um filme, me lembrava seriados de TV o que não é ruim, já que , The Shield esta aí para provar a alta qualidade, de series policiais, real, sem firulas e totalmente visceral. Poucas vezes me importei com personagens policiais, talvez na dupla Martin Riggs e Roger Murtaugh de Maquina Mortífera, mas aqui, fiz parte daquela viatura, senti calafros nas batidas e chorei quando notei que o oficial Taylor
estava vivo, e agora terá de carregar isso para sempre, a sua fala unica e cheia de significados, no enterro dita o que foi para ele, aquela parceria : "Ele era meu irmão"
Dito isso, as tramas são vazias, os vilões sem altura para o filme, e plots que levam de nada a lugar algum, o final mais que esperado, torna o que poderia ser, um dos maiores filmes do genero, um filme "bom" sendo sustentado apenas no carisma e improviso incrível dos atores, cenas de ação dignas de nota, mas no geral, apenas bom.
Amadurecer nunca é facil, nesse período que a vida adulta esta próxima, toda a carga, bagagem e traumas, eclodem de uma só vez. A jornada de socialização de Charlie, é a nossa tambem, conhecemos e nos afeiçoamos as seus amigos e colegas, aprendemos a ceder na suas loucuras, para ser aceito, fazemos aquilo que não deviamos, envolvemos emocionalmente com todos eles, nos apaixonamos por Sam, e queremos estar proximos de Patrick, para entender sua luta pessoal, e sua vontade de ser o que de fato ele é. ........ Ter Chbosky controlando tudo, atesta que a obra foi fiel aquilo que ela pretendia, dizer que ela não é igual ou mau adaptada, é bobagem, são midias diferentes, então não adianta esperar isso. Posso dizer que é um ótimo filme, me fez lembrar todos os meus momentos na escola, até o erro de se deixar levar numa relação que não entendia como tinha começado, e agora não sabia como terminar, defender amigos, fazer coisas em segredo, viver de forma intensa, e chorar suas faltas, quem nunca ? Todos estão incríveis em seus papéis, mostram que podem ir além de personagens simples e novelescos, e especialmente Patrick (Ezra Miller) está magnético, na tela, esse garoto desde (Precisamos falar sobre o Kevin) vem galgando sua qualidade. Diálogos poderosos, canções marcantes, amores complexos, e descobertas intrigantes, tudo isso se resume bem na frase "Nós aceitamos o amor que pensamos merecer" Terminar com "Heroes" de David Bowie nos deixa uma nostalgia de um tempo que não vivemos.
Jee-woon Kim nos trás de forma brilhante mais uma vez, -a vingança- de forma brutal, bela, gore e de fácil compreensão, nem preciso falar muito, a trilogia da vingança esta completa.
Pessoas presas, surradas, humilhadas e descriminadas, pelo simples fato da sua orientação sexual não estar relacionada, a crença comum da sociedade "moral". Dentro desse contexto nasce o personagem Milk, que cansado de se esconder, no seu casulo de "vergonha", decide lutar pelo seu direito de cidadão, e na california, junto ao seu companheiro, centralizam o que seria um fato historico americano, a eleição do primeiro homosexual eleito a um cargo publico nos Estados Unidos. Com um enorme flashback, o filme vem nos apresentar o saga de Harvey Milk, com seu desfecho trágico. Sean pean encarna de forma magistral, e nada lembra aqueles personagens machãos e brutos, que ele fez em trabalhos anteriores, empresta de forma total seu corpo, para complexidade do papel, não só de um homosexual reprimido, mas tambem de um lutador pela causa, da qual vinha defendendo de forma vivaz. O fato do diretor Gus Van Sant não nomear atriz, para viver a desprezível Anita Bryant, mostra de forma acertada, que ninguem poderia de forma justa, interpreta-la, poderia cair numa caricatura, algo tão serio, e ela é a representação do fundamentalismo irracional e intolerante, de lideres que trazem aos seus fiéis idéias, quase inquisitórias. O filme vem levantar uma voz coerente, e de suma importancia, para defesa de pontos tão complexos na sociedade atual, onde individuos tenham seus direitos de cidadão, garantidos, não importando credo, gostos, costumes ou opções sexuais, ja que a constituição age com equidade nesse sentido.
Alguem falou aí que parece os filmes do shyamalan, concordo, nas fases "autorais" dele, filme arrastado, idéia simples, tensão que não se concretiza, e eu alteraria o final, sinceramente ... Michael shannon não suspreendeu-me, por que já sei que ele é inacreditável !! hehehhe, bons atores e boas atuações, mas meu problema com ele é como ele é arrastado ... 02 horas para aquele desfecho?! Assistam "The Mist" e sejam felizes!
Que filme lindo, que filme triste, a vida nos enlaça na tristesa e na beleza, os personagens são palpáveis e lúdicos, todo esse antagonismo nos destroi emocionalmente, faz pensar, e mesmo na melancolia conseguimos um sorriso mediato.
Para quem procura conhecimento na area de psicologia, esse filme é um prato cheio, para quem espera um filme de David Cronenberg, pode ficar achando que faltou algo -explico- Ele acaba sendo muito burocrático, somente raspando na relação, apaixonada, criteriosa, intrigante e ideologica que foi o movimento da sociedade de psicologia. E toda aquela dramaticidade que eu esperava, morre nas caretas comicas de keira Knightley, que sustenta seu personagem importante com exageros cómicos, mostrando seu pouco recurso. Dando um exemplo que o metodo perigoso seria a cura pela conversa/dialogo, o filme "O mestre" consegue ser mais engenhoso e preciso nesse ponto. Quando se trata da relação entre Freud e Yung, o filme tem mais êxito, mostrando que a visão "sexológica" atrita diretamente com a parapsicológica de yung, desencadeando o fim do relacionamento pai e filho dos dois. Achei na minha opnião que deveria ter tratado bem melhor a importancia do movimento, e como eles queriam mostrar a parte cientifica, que atestaria a eficácia do método, e eficiencia na compreensão desse terreno ainda inexplorado, e isso acabou no momento que as relações entre todos, se tornaram meros tropeços emocionais. Ponto alto do filme são os diálogos sobre sonhos, e a revelação de Freud sobre a não abordagem de um deles, cerrando de vez o relacionamento dos colegas. Ponto baixo é a atuação de keira, que quando vista despensa comentários, e se torna mais evidente quando vemos Otto bem melhor interpretado por Vicent Cassel. Recriação de época impecável, e a camera de Cronenberg belíssima, com quase retratos em momentos, e planos amplos bem usados em outros. Em contraponto, parem de usar tela verde, esta bem evidente a "farsa", e os olhos ja os capitam com maior velocidade, fazendo o telespectador ser catapultado do filme. Apesar de criticar pontos chaves do filme no geral achei um bom filme, e aproxima o cinéfilo à personagens tão importantes da nossa historia geral.
A mafia do copyrigth, direito a propriedade intelectual, maquina juridica, conflito de ineteresses e grandes corporações. Tudo esta sendo mostrado no julgamento dos fundadores do Pirate Bay, o maior site de compartilhamento da web. Faz pensar que pouca coisa mudou desde 2009, e para um assunto tão amplo e novo, o direito anda perdido e não consegue acompanhar a evolução e ideologias tão diferentes, dos planos de negocios. Vale a reflexão de que : "Somos todos criminosos ? Cada avatar e perfil na web, é uma foto de integrantes do movimento de liberdade na web, a que preço ? "Só o tempo dirá."
Muito feliz à bela execução do documentário sobre a principal luta na carreira do Anderson, indo direto onde interessa, não perdeu tempo mostrando infancia pobre, não apelou para sentimentalismo, e mostrou ate o lado ruim do atleta. Algumas partes tiveram problemas, como o som e outras muito maniqueistas, mas nada que altere a experiencia. As partes onde foram inseridas varias homenagens ao cinema, gostei bastante, como Rocky que "ficou bastante claro", operação dragão e touro indomável. Todo o cuidado em apresentar os bastidores e as lutas esquematizadas pela publicidade apelativa, e a forma de vender evento a qualquer custo mostrou que como qualquer esporte, so subir e lutar não é o todo, existe muitas coisas em jogo ali, alem do prestigio e a defesa do título. Como entusiasta do esporte, desfrutei bastante, ja que admiro o Anderson por toda sua pluralidade e criatividade dentro da arena, e esse documentário trouxe para todos, aquilo que artistas marciais que bebem da filosofia conhecem, o poder de acreditar ate o ultimo instante, que se pode vencer os obstáculos.
Cronenberg vem para mostrar como ele adaptou bem essa graphic novel, mostrou uma violencia asquerosa mas bem real, sem se importar em gastar tempo com falas de efeito e posturas descabidas, o trama que no inicio mostra uma familia estavel, e exagerandamente amorosa e cuidadosa um com os outros, vai se revelando uma familia que pouco a pouco vai se esfarelando, a partir do momento que joey se revela, mas quem é ele ? Um esquizofrenico, um protegido da justiça ou so alquem que esta tentando esquecer o passado? Aqui o diretor brilha ja que não apela na trama e logo vai entregando aquilo que outros diretores levariam ate o final. vemos as mudanças nos 03 personagens centrais, a mãe zelosa e esposa parceira, filho fragil e comedido e pai, gentil, inofensivo e querido, e Viggo Mortensen construiu muito bem, deixando TOM de voz baixo, e olhares quase inexpressivos, e gradualmente seu filho vai subindo na cadeia de violencia, troca farpas, briga e depois mata brutalmente, ele parece ser o espelho do que nos vemos sendo revelado do pai. As marcas da violencia ele carrega até quando, quanto tempo precisamos para nossos erros prescreverem ? Essa é a pergunta, e como é forte vê-lo sendo crucificado instantaneamente pelo Joey e não pelo Tom, não importa se você foi honesto, prestativo, amavel e heroi, você será marcado pelo que era. Cronenberg irá responder todas essas questões da natureza humana no longa, de forma simples e imediata.
Ocorrido originalmente na Califórnia, em 1967, o experimento que deu origem ao filme foi batizado de A Terceira Onda e proposto por Ron Jones, professor de história que devia abordar o fascismo em aula. Jones optou pela experiência quando percebeu que seus alunos não compreendiam a declarada ignorância do povo alemão em relação ao extermínio de judeus, durante o regime nazista. O professor decidiu então simular em uma espécie de microcosmo social, composto por ele e seus alunos, o término da democracia para elevar o poder da unidade, enquanto seguia a máxima “força pela disciplina, força pela comunidade, força pela ação, força pelo orgulho”.
Esse trecho vem da critica escrita por Conrado Heoli no cineplayers
Num mundo onde relações sociais são criadas por motivos fúteis, e totalmente artificiais, não é dificil imaginar que um experimento como esse pode ter efeitos latentes e castatróficos. Sempre nos perguntamos como algo tão podre e alienado pode acontecer na época da alemanha nazista e esse filme vem para responder essa pergunta, e mostrar que as ferramentas para isso nem sempre são notadas, a manipulação de grupos não é uma coisa tão dificil, já que para isso, basta uma identificação, de ideias, preceitos, gostos, e criar neles o objetivo de comunidade, do poder centralizado na comunidade, que se unindo trarão beneficios a todos, assim nasceu seitas, religiões, grupos extremistas, clubes e mafias. Isso ainda acontece no dia a dia, por meio de publicidade, noticias e meios sociais, mostrando como é bom você usar aquela cor da moda, ou comprar aquele aparelho que todo mundo tem, ou ouvir o que a maioria gosta, ou gostar de alguem que todos acham que esta a favor da comunidade. Apoie essa ideia em detrimento daquela outra. Grupos religiosos trabalham com esse conceito: "Aqui você será um igual, carregará a marca de vencedor, aqui você terá espaço e será ouvido, e ganhará voz, estará entre os seus, faça e contribua" Essa parte da critica social esta bem estabelecida no filme. Gostei da direção de Dennis Gansel, ele não deixa o ritmo cair e decide encerrar na hora certa o filme, apesar daquele final óbvio, onde ele acaba preparando demais o espectador, não gostei de toda a sorte de clichês usados nos alunos, que em nenhum momento nos passam veracidade, são muito "preto no branco", a menina certinha e decidida, a garota que gosta do namorado e apoia o galã da sala, os anarquistas da sala, o descolado, e o garoto que ninguem nunca respeitou, quase os esteriótipos da novela teen. Trilha sonora espetacular, que não so mostra nas letras a situação abordada no filme como chega em momentos certos da trama. Preciso, quando vem mostrar movimentos totalitários e excluentes e com critica bem pautada, filme bom e recomendado.
Kathryn Bigelow e Mark Boal nos levam a pensar a que preço, o EUA pagou por essa busca, não pense que esse filme vai retratar uma realidade de qualquer outra nação, é sobre eles, sobre a humilhação mundial, o choro da perda e o estabelecer do medo americano, não entrarei no fato de ser verdade ou mentira, se foi uma jogada politica aportuna, pois o filme não se trata disso, ele vem falar sobre a agente Maya e sua desumanização, em sua busca obssessiva por Osama Bin Laden. Maya (Jessica Chastain) vai sendo engolida pela situação, por 8 anos vive em função de pistas, e essas são mostradas como um quebra cabeça no filme, cada cena é para função de tudo que gira em torno da sua pista, mesmo que ninguem acredite, mesmo que ela perca seus poucos vinculos sociais, mesmo que sua vida seja agredida, ela vai ate o fim. Na sua propria jihad, ela vai demostrando que esta se acostumando com as situações chocantes do ambiente prisisonal e desumano, ja que os terroristas são as ligações que ela precisa para continuar seu trabalho. Não se discute os dilemas, nem se romantiza a ação, o filme mostra de forma crua e real,uma situação do oriente medio viajando entre a frieza burocratica de washington e a desolação de paquistão. A eficiencia do filme vem pelo fato de pegar uma situação que seria bombardeado de forma populesca, e resgatar para o bom senso, de apenas retratar a vida de pessoas que nunca foram preparadas, para viver após entrarem para os fatos historicos dos livros.
Haneke nu, cru, sem melodrama, não cabe a ele mostrar o amor cheio de lirismos, cores alegres, passarinhos cantando e arco íris.O amor puro vai alem disso, quer seja entre marido e mulher, ou filhos e pais, ele tem a realidade cruel e pujante, enlaçada no zelo e cuidado. Ainda muito trsite de saber que Emmanuelle Riva perdeu o premio da academia, não que isso provasse algo que ja é bem latente na tela, sua eficiencia e atuação brilhante. Me pus ali, e penso ate onde iria por uma pessoa, e se ela adoecesse ? E se ela morresse ? Nunca terei essa visão holistica dessa situação, mas agradeço a michael haneke por mostrar isso de leve para mim. E como ele foi gentil, ja que ele esta acostumado a não só socar o estomago, mas de chocar a todos com obras fortes, é como se ele te falasse, " você não quer ver o sofrimento ? tome aí! " Você não aumeja a violencia ? aí está!" mas aqui ele soube a hora de poupar, na frase "Nada disso merece ser mostrado ou exibido". Você será exposto a realidade que é destinada a todos, pobres ricos, brancos e negros. Sem restrições.
Me senti mau, por fazer parte das pessoas que "financiam" a industria dos fast-foods e junk-foods, que entopem as crianças, principalmente elas a toda sorte de lixo gastronômico, e quando ouvi a endocrinologista no documentário falar que não existe criança obesa, existe obesos e que a palavra criança precisa ser resgatada partiu meu coração, sou adepto a boa alimentação, faço exercícios regularmente e tenho dois filhos me preocupo com o futuro deles, saber que a industria "bélica" da alimentação mata mais que os casos de homicídio me assustou, nos nos preocupamos com arvores, com educação, com cultura com todas essas coisas que realmente são importantes, mas a unica coisa que não paramos para pensar é sobre a alimentação que na realidade é a unica coisa que fazemos continuamente, todos os dias. Ver crianças que não sabem mais diferenciar, uma batata de uma cebola, de uma mangá com um mamão chega a chocar, essas que aos noves anos tem trombose, diabete tipo II, obesidade mórbida e pressão alta faz pensar como estamos reféns das empresas de alimentos rápidos, salgadinhos, refrigerantes e bolachas recheadas.Todas as pessoas que tem um pouco de bom senso deveria ver esse documentário, que acerta em cheio o nosso estomago e deixa você no minimo intrigado pela situação calamitosa, veja, pois ele esta disponibilizado no site dos produtores.
Podia jurar que era um filme do Almodôvar, fotografia em barcelona muito bela, com tons quentes e arquitetura tão complexa quantos os personagens, esses que aqui se apresentam como, duas amigas com sentimentos e e ideias completamente opostas, um casal de loucos, explosivos excêntricos, e a bela cidade que aqui faz a liga dessa historia. Woody Allen consegue como poucos mostrar toda a complexidade sentimental das pessoas, que amam e desgostam com a mesma velocidade que se entregam e se fecham em seus pensamentos e relacionamentos. Não é um filme como Match point, mas aquela máxima das pessoas aqui se enquadra, "um filme ruim de Allen é melhor que muito filme bom por aí." Sobre a narração, isso me incomodou, mesmo adorando a ideia de apresentar a historia como um livro, mas cansei rapidamente porque parecia que estava conduzindo um roteiro coeso e na verdade passa longe. Com atuações de Barden e Penélope intensas, deixa bem claro que as pessoas não sabem de nada e suas certezas são falhas, não conseguem prever as coisas e quando se vêem apaixonadas tudo isso cai por terra. O filme tem duas partes, antes e depois de Maria elena, que quando chega linda,sedutora e louca, rouba todas as atenções em cena, mesmo filmando os 03 em cena (Penelope,Bardem e Scarlett) para nivelar o nível de ligação emocional entre eles, ele entrega como o casal é ligado e mostra ela fora de total contexto. E a famosa cena do beijo foi a cereja do bolo.
Os filme de Paul Thomas Anderson não são para qualquer um, admito que me preocupa o fato de acabar morrendo esse cinema de vez, não só dele, mas de Terrence malick ou o finado Kubrick, se eles começarem a preocupar com todo tipo de publico, aí o cinema perde para o entretenimento, logico q isso é minha opinião. Prefiro esperar anos por um sangue negro, um magnolia, um embriagado de amor, do que ver esses lixos comerciais. Um filme dessa magnitude com alguns outros nem me atrevo a criticar, já que sou um mero expectador sem bagagem então deixo a critica de Érico borgo, que fez jus ao filme. OBS: Joaquim Phoenix, como vc conseguiu cara?!, Foi absorvido pelo papel, nos trejeitos, na fala embargada, no olhar, e no corpo destruído, e junto com Amy adams e Philip Seymour Hoffman protagonizaram cenas inacreditáveis de atuação, sem cortes, e com o supra sumo da qualidade artística .
Paul Thomas Anderson nos deixou cinco anos esperando pelo seu próximo filme, mas O Mestre (The Master) compensa cada minuto da angustiante expectativa.
Seu sexto longa-metragem se inspira nas origens da Cientologia - o famoso culto que encontrou em Hollywood o local ideal para seu enraizamento (e em Tom Cruise seu maior porta-voz). Diferente do filme-denúncia que muitos esperavam, porém, o drama é mais uma exploração das origens dos cultos e busca em L. Ron Hubbard, criador dessa igreja, apenas um ponto de partida.
Muito mais do que isso, O Mestre é um drama sobre a vida à margem da sociedade em dois níveis. Nos EUA pós-Segunda Guerra Mundial, em que soldados retornam para casa sem perspectiva e com anos de seu crescimento roubados pelo conflito, encontramos Freddie Quell (Joaquin Phoenix), sujeito que vai de emprego em emprego, abraçando a garrafa e criando problemas.
Com uma interpretação assombrosa, daquelas que definem carreiras (como se Phoenix precisasse de mais uma, mas aqui a tem), o ator se retorce dentro do corpo de Freddie, um homem cuja alquebrada forma exterior (totalmente criada a partir de atuação) reflete o que ele tem dentro de si: agonia e miséria. É um prazer assistir a ele no papel.
Durante uma fuga causada em função de uma bebedeira, Freddie acaba invadindo um barco de luxo prestes a zarpar. Algum tempo depois é encontrado pelos seu "anfitrião", Lancaster Dodd, o "Mestre" do título, vivido por Philip Seymor Hoffman. Fascinado pela simplicidade carismática de Freddie e vendo nele uma espécie de cobaia, o hipnótico líder do culto o inicia nos mistérios de sua teoria sobre seres interplanetários de milhões de anos, viagens da consciência através do tempo e outras ideias retiradas da ficção científica e colocadas em um contexto de auto-ajuda.
As sequências em que o Mestre submete Freddie aos primeiros passos do culto são poderosíssimas e aflitivas. Hoffman, com a competência que já demonstrou inúmeras vezes, repete aqui o tipo loquaz manipulador, de temperamento explosivo sob uma superfície calma, que sempre faz tão bem, com veias explodindo e rosto inchando de sangue. Com Phoenix inspiradíssimo do outro lado da mesa, os embates fluem durante longos minutos, quase em tempo real, fazendo o espectador (literalmente) não piscar.
Rodado em belíssimos 70mm, o filme está encontrando dificuldade de exibição no seu formato original, mas se você tiver a oportunidade, não deixe de assisti-lo assim. A qualidade da mídia, que evidencia a cinematografia de Mihai Malaimareh Jr. (que trabalhou nos últimos filmes de Coppola), nessas condições ideais, é a melhor que já tive o prazer de ver no cinema. O trabalho de foco, de estreitíssima profundidade de campo, faz saltar poros e texturas, dando uma proximidade quase incômoda aos retratados. Nos cenários, funciona como hiperrealismo, fazendo com que as locações e pessoas pareçam tão alienígenas e reais, quanto o Mestre insiste que são.
Há ainda a mágica trilha sonora de Jonny Greenwood (que já trabalhou com Anderson em Sangue Negro), que acompanha a ação dando mais uma camada de estranheza ao filme. A música tem um tempo particular, uma utilização nada convencional, ora dando suporte à ação, ora tirando sua legitimidade.
Etéreo em momentos, mas claro e fácil de seguir quando a trama avança, O Mestre é sofisticado em sua execução e maduro em suas intenções. Uma obra que desde já encontra seu espaço entre os grandes filmes contemporâneos, talvez da história da arte.
Bom vamos lá, essa animação retrata a segunda guerra e os incessantes bombardeios dos aviões norte-americanos, e a visão dos irmãos setsuko e seita, que tentam sobreviver as mazelas da guerra. Se prepare porque esse filme é muito triste, e muito belo, e esse paradoxo vem sendo apresentado o tempo todo, a beleza vem em detalhes que muitas vezes deixamos de observar, e sendo cortada pela desgraça e tristeza e luto constante. A animação do estúdio Ghibli é muito fluida e bonita, e contrapõe a realidade dura da historia. Veja, mesmo fazendo você chorar copiosamente, ela te deixará feliz, porque no final, fica a obra prima, quem leu GEN, pés descalços aqui terá seu fechamento.
Marjane Satrapi me consquistou no ato, obra madura, contundente, libertária, e atual, você vendo os traços vai acreditar numa obra infanto-juvenil, ledo engano, traços bastantes estilizados que mostram muito bem as ruas e tenções em Teerã e Viena. Com muita confrontação moral, religiosa ela desafia o mundo ao seu redor e transgride toda a barreira fundamentalista em que foi cercada, Marjane dentro de casa convive com uma vó feminista centrada em ideais, e seus pais de esquerda no meio de guerra, revoltas e intolerância. Termino com a fala da avó vivida por Darrieux que é a âncora matriarcal : " Vou te dar um conselho útil, na sua vida você encontrara muitos idiotas, se lembre que a estupidez os leva para o mal, e isso vai impedir de responder a maldade deles, pois não existe nada pior que amargura e vingança, seja verdadeira e respeitável com os outros e consigo. "
Gostei muito do filme, sua beleza visual, seu conteúdo, mostrando as facetas dos sentimentos e crenças religiosas, como chinês Ang Lee teve sensibilidade para nos ambientar naquele naufrágio, onde os protagonistas são um menino, um tigre, uma hiena e um orangotango. Muita gente reclamando do roteiro raso, "o que não concordo" achei que ele nos leva muito bem, sem deixar chato, constrói aquela historia, e nos faz ter a sensação de estar la, sofrendo, torcendo, tendo medo, e esperança. Queria muito ter visto em 3D porque quem viu ficou deslumbrado com o ótimo uso da ferramenta, me desapontou o finalzinho, porque esperava um desfecho sobre as perguntas do filme, que não veio, mas mesmo assim, nunca esqueceremos Richard Parker.
É o filme do oscar, saber que a concorrência pode tirar esse prêmio me deixa triste, é um bom filme, o que para mim já basta, ele retratou bem o episódio histórico, deixou bem claro as intenções e interesses, e não mentiu, fato corriqueiro em filmes que retratam acontecimentos reais, e ele lembra disso no filme. Fotografia primorosa, e cortes bem feitos, entre a saturada cena do oriente médio, e a calorosa califórnia, gostei da forma usada para atenuar as tenções, com o núcleo de Hollywood, e a invasão da embaixada já chega mostrando a que veio a direção de Ben Affleck. Escorregou um pouco na esticada de tenção no final, com aqueles entraves, dificuldades, para levantar ainda mais a expectativa, mas O o resto nota 10.
O Homem da Máfia
3.1 593 Assista Agora“Os Estados Unidos não são um país; são um negócio! Essa é a síntese do filme, a crítica esta justamente na falácia dos discursos políticos, onde não existe, "povo, comunidade" existe negócios, interesses, somente isso.
Em meio a bandidos do colarinho branco expostos na tela, com bilhões de dolares para saldar dívidas, nosso anti-herói vivido por Brad pitt, motra que para eles, 500 dolares ja é muito, quando se trata de contratos pequenos, de pequenos marginais.
As falas mostram que o tom nada tem haver com a narrativa do filme, evidenciando o quão patéticos são os personagens dessa sofrida New Orleans. Os repugnantes Frankie e Russell e mesmo o personagem de Gandolfini, exalam sujeira, e solidão, atoladas em seus vicios.
O mais engraçado é ver o personagem de Brad Pitt sobrio e lúcido, naquele universo caótico, e quando toca “The Man Comes Around”, de (Johnny Cash) ele sob o tom de atuação a um nível quase natural.
As cenas de violencia são tão bem arquitetadas que chega quase a poesia, tanto no assalto, espancamento e execução final, bate palmas pela obra de arte e bela execução de tensão em todas elas.
O filme merece ser revisto, até por quem não gostou, ou não entendeu a intenção do diretor Andrew Dominik, ele vai alem da curva, mostrando que as grandes corporações estão muito acima no nível de calhordice e maquinação.
Onde Vivem os Monstros
3.8 2,4K Assista AgoraGenial, lúdico, crianças são lindas sempre.
Marcados para Morrer
3.8 480 Assista AgoraO estilo "camera na mão" ou mockumentary / “found footage pulou para outros generos, era de se esperar que chegaria as tramas policiais, mas aqui sem muito sucesso, totalmente indispensável, com vários problemas de corte, cansa o espectador, quer ser frenético, mas de forma confusa, e como ja descrevi, sem necessidade alguma.
Pulando esse problema, a trama que envolve Jake Gyllenhaal e Michael Peña é de tirar o folego no final, mas em nenhum momento parecia um filme, me lembrava seriados de TV o que não é ruim, já que , The Shield esta aí para provar a alta qualidade, de series policiais, real, sem firulas e totalmente visceral.
Poucas vezes me importei com personagens policiais, talvez na dupla Martin Riggs e Roger Murtaugh de Maquina Mortífera, mas aqui, fiz parte daquela viatura, senti calafros nas batidas e chorei quando notei que o oficial Taylor
estava vivo, e agora terá de carregar isso para sempre, a sua fala unica e cheia de significados, no enterro dita o que foi para ele, aquela parceria : "Ele era meu irmão"
Dito isso, as tramas são vazias, os vilões sem altura para o filme, e plots que levam de nada a lugar algum, o final mais que esperado, torna o que poderia ser, um dos maiores filmes do genero, um filme "bom" sendo sustentado apenas no carisma e improviso incrível dos atores, cenas de ação dignas de nota, mas no geral, apenas bom.
As Vantagens de Ser Invisível
4.2 6,9K Assista AgoraAmadurecer nunca é facil, nesse período que a vida adulta esta próxima, toda a carga, bagagem e traumas, eclodem de uma só vez.
A jornada de socialização de Charlie, é a nossa tambem, conhecemos e nos afeiçoamos as seus amigos e colegas, aprendemos a ceder na suas loucuras, para ser aceito, fazemos aquilo que não deviamos, envolvemos emocionalmente com todos eles, nos apaixonamos por Sam, e queremos estar proximos de Patrick, para entender sua luta pessoal, e sua vontade de ser o que de fato ele é.
........
Ter Chbosky controlando tudo, atesta que a obra foi fiel aquilo que ela pretendia, dizer que ela não é igual ou mau adaptada, é bobagem, são midias diferentes, então não adianta esperar isso. Posso dizer que é um ótimo filme, me fez lembrar todos os meus momentos na escola, até o erro de se deixar levar numa relação que não entendia como tinha começado, e agora não sabia como terminar, defender amigos, fazer coisas em segredo, viver de forma intensa, e chorar suas faltas, quem nunca ?
Todos estão incríveis em seus papéis, mostram que podem ir além de personagens simples e novelescos, e especialmente Patrick (Ezra Miller) está magnético, na tela, esse garoto desde (Precisamos falar sobre o Kevin) vem galgando sua qualidade.
Diálogos poderosos, canções marcantes, amores complexos, e descobertas intrigantes, tudo isso se resume bem na frase "Nós aceitamos o amor que pensamos merecer"
Terminar com "Heroes" de David Bowie nos deixa uma nostalgia de um tempo que não vivemos.
O Gosto da Vingança
3.9 188Jee-woon Kim nos trás de forma brilhante mais uma vez, -a vingança- de forma brutal, bela, gore e de fácil compreensão, nem preciso falar muito, a trilogia da vingança esta completa.
Milk: A Voz da Igualdade
4.1 878Pessoas presas, surradas, humilhadas e descriminadas, pelo simples fato da sua orientação sexual não estar relacionada, a crença comum da sociedade "moral".
Dentro desse contexto nasce o personagem Milk, que cansado de se esconder, no seu casulo de "vergonha", decide lutar pelo seu direito de cidadão, e na california, junto ao seu companheiro, centralizam o que seria um fato historico americano, a eleição do primeiro homosexual eleito a um cargo publico nos Estados Unidos.
Com um enorme flashback, o filme vem nos apresentar o saga de Harvey Milk, com seu desfecho trágico.
Sean pean encarna de forma magistral, e nada lembra aqueles personagens machãos e brutos, que ele fez em trabalhos anteriores, empresta de forma total seu corpo, para complexidade do papel, não só de um homosexual reprimido, mas tambem de um lutador pela causa, da qual vinha defendendo de forma vivaz.
O fato do diretor Gus Van Sant não nomear atriz, para viver a desprezível Anita Bryant, mostra de forma acertada, que ninguem poderia de forma justa, interpreta-la, poderia cair numa caricatura, algo tão serio, e ela é a representação do fundamentalismo irracional e intolerante, de lideres que trazem aos seus fiéis idéias, quase inquisitórias.
O filme vem levantar uma voz coerente, e de suma importancia, para defesa de pontos tão complexos na sociedade atual, onde individuos tenham seus direitos de cidadão, garantidos, não importando credo, gostos, costumes ou opções sexuais, ja que a constituição age com equidade nesse sentido.
O Abrigo
3.6 720 Assista AgoraAlguem falou aí que parece os filmes do shyamalan, concordo, nas fases "autorais" dele, filme arrastado, idéia simples, tensão que não se concretiza, e eu alteraria o final, sinceramente ...
Michael shannon não suspreendeu-me, por que já sei que ele é inacreditável !! hehehhe, bons atores e boas atuações, mas meu problema com ele é como ele é arrastado ... 02 horas para aquele desfecho?!
Assistam "The Mist" e sejam felizes!
Meu Pai e Meu Filho
4.2 29Que filme lindo, que filme triste, a vida nos enlaça na tristesa e na beleza, os personagens são palpáveis e lúdicos, todo esse antagonismo nos destroi emocionalmente, faz pensar, e mesmo na melancolia conseguimos um sorriso mediato.
Um Método Perigoso
3.5 1,1KPara quem procura conhecimento na area de psicologia, esse filme é um prato cheio, para quem espera um filme de David Cronenberg, pode ficar achando que faltou algo -explico-
Ele acaba sendo muito burocrático, somente raspando na relação, apaixonada, criteriosa, intrigante e ideologica que foi o movimento da sociedade de psicologia.
E toda aquela dramaticidade que eu esperava, morre nas caretas comicas de keira Knightley, que sustenta seu personagem importante com exageros cómicos, mostrando seu pouco recurso.
Dando um exemplo que o metodo perigoso seria a cura pela conversa/dialogo, o filme "O mestre" consegue ser mais engenhoso e preciso nesse ponto.
Quando se trata da relação entre Freud e Yung, o filme tem mais êxito, mostrando que a visão "sexológica" atrita diretamente com a parapsicológica de yung, desencadeando o fim do relacionamento pai e filho dos dois.
Achei na minha opnião que deveria ter tratado bem melhor a importancia do movimento, e como eles queriam mostrar a parte cientifica, que atestaria a eficácia do método, e eficiencia na compreensão desse terreno ainda inexplorado, e isso acabou no momento que as relações entre todos, se tornaram meros tropeços emocionais.
Ponto alto do filme são os diálogos sobre sonhos, e a revelação de Freud sobre a não abordagem de um deles, cerrando de vez o relacionamento dos colegas.
Ponto baixo é a atuação de keira, que quando vista despensa comentários, e se torna mais evidente quando vemos Otto bem melhor interpretado por Vicent Cassel.
Recriação de época impecável, e a camera de Cronenberg belíssima, com quase retratos em momentos, e planos amplos bem usados em outros.
Em contraponto, parem de usar tela verde, esta bem evidente a "farsa", e os olhos ja os capitam com maior velocidade, fazendo o telespectador ser catapultado do filme.
Apesar de criticar pontos chaves do filme no geral achei um bom filme, e aproxima o cinéfilo à personagens tão importantes da nossa historia geral.
The Pirate Bay Longe do Teclado
3.9 71 Assista AgoraA mafia do copyrigth, direito a propriedade intelectual, maquina juridica, conflito de ineteresses e grandes corporações. Tudo esta sendo mostrado no julgamento dos fundadores do Pirate Bay, o maior site de compartilhamento da web.
Faz pensar que pouca coisa mudou desde 2009, e para um assunto tão amplo e novo, o direito anda perdido e não consegue acompanhar a evolução e ideologias tão diferentes, dos planos de negocios.
Vale a reflexão de que : "Somos todos criminosos ? Cada avatar e perfil na web, é uma foto de integrantes do movimento de liberdade na web, a que preço ? "Só o tempo dirá."
Anderson Silva - Como Água
3.1 162 Assista AgoraMuito feliz à bela execução do documentário sobre a principal luta na carreira do Anderson, indo direto onde interessa, não perdeu tempo mostrando infancia pobre, não apelou para sentimentalismo, e mostrou ate o lado ruim do atleta.
Algumas partes tiveram problemas, como o som e outras muito maniqueistas, mas nada que altere a experiencia.
As partes onde foram inseridas varias homenagens ao cinema, gostei bastante, como Rocky que "ficou bastante claro", operação dragão e touro indomável.
Todo o cuidado em apresentar os bastidores e as lutas esquematizadas pela publicidade apelativa, e a forma de vender evento a qualquer custo mostrou que como qualquer esporte, so subir e lutar não é o todo, existe muitas coisas em jogo ali, alem do prestigio e a defesa do título. Como entusiasta do esporte, desfrutei bastante, ja que admiro o Anderson por toda sua pluralidade e criatividade dentro da arena, e esse documentário trouxe para todos, aquilo que artistas marciais que bebem da filosofia conhecem, o poder de acreditar ate o ultimo instante, que se pode vencer os obstáculos.
Marcas da Violência
3.8 400 Assista AgoraCronenberg vem para mostrar como ele adaptou bem essa graphic novel, mostrou uma violencia asquerosa mas bem real, sem se importar em gastar tempo com falas de efeito e posturas descabidas, o trama que no inicio mostra uma familia estavel, e exagerandamente amorosa e cuidadosa um com os outros, vai se revelando uma familia que pouco a pouco vai se esfarelando, a partir do momento que joey se revela, mas quem é ele ?
Um esquizofrenico, um protegido da justiça ou so alquem que esta tentando esquecer o passado? Aqui o diretor brilha ja que não apela na trama e logo vai entregando aquilo que outros diretores levariam ate o final.
vemos as mudanças nos 03 personagens centrais, a mãe zelosa e esposa parceira, filho fragil e comedido e pai, gentil, inofensivo e querido, e Viggo Mortensen construiu muito bem, deixando TOM de voz baixo, e olhares quase inexpressivos, e gradualmente seu filho vai subindo na cadeia de violencia, troca farpas, briga e depois mata brutalmente, ele parece ser o espelho do que nos vemos sendo revelado do pai.
As marcas da violencia ele carrega até quando, quanto tempo precisamos para nossos erros prescreverem ? Essa é a pergunta, e como é forte vê-lo sendo crucificado instantaneamente pelo Joey e não pelo Tom, não importa se você foi honesto, prestativo, amavel e heroi, você será marcado pelo que era.
Cronenberg irá responder todas essas questões da natureza humana no longa, de forma simples e imediata.
A Onda
4.2 1,9KOcorrido originalmente na Califórnia, em 1967, o experimento que deu origem ao filme foi batizado de A Terceira Onda e proposto por Ron Jones, professor de história que devia abordar o fascismo em aula. Jones optou pela experiência quando percebeu que seus alunos não compreendiam a declarada ignorância do povo alemão em relação ao extermínio de judeus, durante o regime nazista. O professor decidiu então simular em uma espécie de microcosmo social, composto por ele e seus alunos, o término da democracia para elevar o poder da unidade, enquanto seguia a máxima “força pela disciplina, força pela comunidade, força pela ação, força pelo orgulho”.
Esse trecho vem da critica escrita por Conrado Heoli no cineplayers
Num mundo onde relações sociais são criadas por motivos fúteis, e totalmente artificiais, não é dificil imaginar que um experimento como esse pode ter efeitos latentes e castatróficos.
Sempre nos perguntamos como algo tão podre e alienado pode acontecer na época da alemanha nazista e esse filme vem para responder essa pergunta, e mostrar que as ferramentas para isso nem sempre são notadas, a manipulação de grupos não é uma coisa tão dificil, já que para isso, basta uma identificação, de ideias, preceitos, gostos, e criar neles o objetivo de comunidade, do poder centralizado na comunidade, que se unindo trarão beneficios a todos, assim nasceu seitas, religiões, grupos extremistas, clubes e mafias.
Isso ainda acontece no dia a dia, por meio de publicidade, noticias e meios sociais, mostrando como é bom você usar aquela cor da moda, ou comprar aquele aparelho que todo mundo tem, ou ouvir o que a maioria gosta, ou gostar de alguem que todos acham que esta a favor da comunidade.
Apoie essa ideia em detrimento daquela outra.
Grupos religiosos trabalham com esse conceito: "Aqui você será um igual, carregará a marca de vencedor, aqui você terá espaço e será ouvido, e ganhará voz, estará entre os seus, faça e contribua" Essa parte da critica social esta bem estabelecida no filme.
Gostei da direção de Dennis Gansel, ele não deixa o ritmo cair e decide encerrar na hora certa o filme, apesar daquele final óbvio, onde ele acaba preparando demais o espectador, não gostei de toda a sorte de clichês usados nos alunos, que em nenhum momento nos passam veracidade, são muito "preto no branco", a menina certinha e decidida, a garota que gosta do namorado e apoia o galã da sala, os anarquistas da sala, o descolado, e o garoto que ninguem nunca respeitou, quase os esteriótipos da novela teen.
Trilha sonora espetacular, que não so mostra nas letras a situação abordada no filme como chega em momentos certos da trama.
Preciso, quando vem mostrar movimentos totalitários e excluentes e com critica bem pautada, filme bom e recomendado.
A Serbian Film: Terror Sem Limites
2.5 2,0KA versão grotesca, gore, desastrosa, e de péssimo gosto de 8 mm, faça algo melhor na sua vida do que ver esse lixo.
A Hora Mais Escura
3.6 1,1K Assista AgoraKathryn Bigelow e Mark Boal nos levam a pensar a que preço, o EUA pagou por essa busca, não pense que esse filme vai retratar uma realidade de qualquer outra nação, é sobre eles, sobre a humilhação mundial, o choro da perda e o estabelecer do medo americano, não entrarei no fato de ser verdade ou mentira, se foi uma jogada politica aportuna, pois o filme não se trata disso, ele vem falar sobre a agente Maya e sua desumanização, em sua busca obssessiva por Osama Bin Laden.
Maya (Jessica Chastain) vai sendo engolida pela situação, por 8 anos vive em função de pistas, e essas são mostradas como um quebra cabeça no filme, cada cena é para função de tudo que gira em torno da sua pista, mesmo que ninguem acredite, mesmo que ela perca seus poucos vinculos sociais, mesmo que sua vida seja agredida, ela vai ate o fim.
Na sua propria jihad, ela vai demostrando que esta se acostumando com as situações chocantes do ambiente prisisonal e desumano, ja que os terroristas são as ligações que ela precisa para continuar seu trabalho.
Não se discute os dilemas, nem se romantiza a ação, o filme mostra de forma crua e real,uma situação do oriente medio viajando entre a frieza burocratica de washington e a desolação de paquistão.
A eficiencia do filme vem pelo fato de pegar uma situação que seria bombardeado de forma populesca, e resgatar para o bom senso, de apenas retratar a vida de pessoas que nunca foram preparadas, para viver após entrarem para os fatos historicos dos livros.
À Procura de Sugar Man
4.5 180 Assista Agoragênio ...
esquecido ...
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraHaneke nu, cru, sem melodrama, não cabe a ele mostrar o amor cheio de lirismos, cores alegres, passarinhos cantando e arco íris.O amor puro vai alem disso, quer seja entre marido e mulher, ou filhos e pais, ele tem a realidade cruel e pujante, enlaçada no zelo e cuidado.
Ainda muito trsite de saber que Emmanuelle Riva perdeu o premio da academia, não que isso provasse algo que ja é bem latente na tela, sua eficiencia e atuação brilhante.
Me pus ali, e penso ate onde iria por uma pessoa, e se ela adoecesse ? E se ela morresse ? Nunca terei essa visão holistica dessa situação, mas agradeço a michael haneke por mostrar isso de leve para mim.
E como ele foi gentil, ja que ele esta acostumado a não só socar o estomago, mas de chocar a todos com obras fortes, é como se ele te falasse, " você não quer ver o sofrimento ? tome aí! " Você não aumeja a violencia ? aí está!" mas aqui ele soube a hora de poupar, na frase "Nada disso merece ser mostrado ou exibido".
Você será exposto a realidade que é destinada a todos, pobres ricos, brancos e negros.
Sem restrições.
Muito Além do Peso
4.4 161Me senti mau, por fazer parte das pessoas que "financiam" a industria dos fast-foods e junk-foods, que entopem as crianças, principalmente elas a toda sorte de lixo gastronômico, e quando ouvi a endocrinologista no documentário falar que não existe criança obesa, existe obesos e que a palavra criança precisa ser resgatada partiu meu coração, sou adepto a boa alimentação, faço exercícios regularmente e tenho dois filhos me preocupo com o futuro deles, saber que a industria "bélica" da alimentação mata mais que os casos de homicídio me assustou, nos nos preocupamos com arvores, com educação, com cultura com todas essas coisas que realmente são importantes, mas a unica coisa que não paramos para pensar é sobre a alimentação que na realidade é a unica coisa que fazemos continuamente, todos os dias.
Ver crianças que não sabem mais diferenciar, uma batata de uma cebola, de uma mangá com um mamão chega a chocar, essas que aos noves anos tem trombose, diabete tipo II, obesidade mórbida e pressão alta faz pensar como estamos reféns das empresas de alimentos rápidos, salgadinhos, refrigerantes e bolachas recheadas.Todas as pessoas que tem um pouco de bom senso deveria ver esse documentário, que acerta em cheio o nosso estomago e deixa você no minimo intrigado pela situação calamitosa, veja, pois ele esta disponibilizado no site dos produtores.
Vicky Cristina Barcelona
3.8 2,1KPodia jurar que era um filme do Almodôvar, fotografia em barcelona muito bela, com tons quentes e arquitetura tão complexa quantos os personagens, esses que aqui se apresentam como, duas amigas com sentimentos e e ideias completamente opostas, um casal de loucos, explosivos excêntricos, e a bela cidade que aqui faz a liga dessa historia.
Woody Allen consegue como poucos mostrar toda a complexidade sentimental das pessoas, que amam e desgostam com a mesma velocidade que se entregam e se fecham em seus pensamentos e relacionamentos.
Não é um filme como Match point, mas aquela máxima das pessoas aqui se enquadra, "um filme ruim de Allen é melhor que muito filme bom por aí."
Sobre a narração, isso me incomodou, mesmo adorando a ideia de apresentar a historia como um livro, mas cansei rapidamente porque parecia que estava conduzindo um roteiro coeso e na verdade passa longe.
Com atuações de Barden e Penélope intensas, deixa bem claro que as pessoas não sabem de nada e suas certezas são falhas, não conseguem prever as coisas e quando se vêem apaixonadas tudo isso cai por terra.
O filme tem duas partes, antes e depois de Maria elena, que quando chega linda,sedutora e louca, rouba todas as atenções em cena, mesmo filmando os 03 em cena (Penelope,Bardem e Scarlett) para nivelar o nível de ligação emocional entre eles, ele entrega como o casal é ligado e mostra ela fora de total contexto.
E a famosa cena do beijo foi a cereja do bolo.
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraOs filme de Paul Thomas Anderson não são para qualquer um, admito que me preocupa o fato de acabar morrendo esse cinema de vez, não só dele, mas de Terrence malick ou o finado Kubrick, se eles começarem a preocupar com todo tipo de publico, aí o cinema perde para o entretenimento, logico q isso é minha opinião. Prefiro esperar anos por um sangue negro, um magnolia, um embriagado de amor, do que ver esses lixos comerciais.
Um filme dessa magnitude com alguns outros nem me atrevo a criticar, já que sou um mero expectador sem bagagem então deixo a critica de Érico borgo, que fez jus ao filme.
OBS: Joaquim Phoenix, como vc conseguiu cara?!, Foi absorvido pelo papel, nos trejeitos, na fala embargada, no olhar, e no corpo destruído, e junto com Amy adams e Philip Seymour Hoffman protagonizaram cenas inacreditáveis de atuação, sem cortes, e com o supra sumo da qualidade artística .
Paul Thomas Anderson nos deixou cinco anos esperando pelo seu próximo filme, mas O Mestre (The Master) compensa cada minuto da angustiante expectativa.
Seu sexto longa-metragem se inspira nas origens da Cientologia - o famoso culto que encontrou em Hollywood o local ideal para seu enraizamento (e em Tom Cruise seu maior porta-voz). Diferente do filme-denúncia que muitos esperavam, porém, o drama é mais uma exploração das origens dos cultos e busca em L. Ron Hubbard, criador dessa igreja, apenas um ponto de partida.
Muito mais do que isso, O Mestre é um drama sobre a vida à margem da sociedade em dois níveis. Nos EUA pós-Segunda Guerra Mundial, em que soldados retornam para casa sem perspectiva e com anos de seu crescimento roubados pelo conflito, encontramos Freddie Quell (Joaquin Phoenix), sujeito que vai de emprego em emprego, abraçando a garrafa e criando problemas.
Com uma interpretação assombrosa, daquelas que definem carreiras (como se Phoenix precisasse de mais uma, mas aqui a tem), o ator se retorce dentro do corpo de Freddie, um homem cuja alquebrada forma exterior (totalmente criada a partir de atuação) reflete o que ele tem dentro de si: agonia e miséria. É um prazer assistir a ele no papel.
Durante uma fuga causada em função de uma bebedeira, Freddie acaba invadindo um barco de luxo prestes a zarpar. Algum tempo depois é encontrado pelos seu "anfitrião", Lancaster Dodd, o "Mestre" do título, vivido por Philip Seymor Hoffman. Fascinado pela simplicidade carismática de Freddie e vendo nele uma espécie de cobaia, o hipnótico líder do culto o inicia nos mistérios de sua teoria sobre seres interplanetários de milhões de anos, viagens da consciência através do tempo e outras ideias retiradas da ficção científica e colocadas em um contexto de auto-ajuda.
As sequências em que o Mestre submete Freddie aos primeiros passos do culto são poderosíssimas e aflitivas. Hoffman, com a competência que já demonstrou inúmeras vezes, repete aqui o tipo loquaz manipulador, de temperamento explosivo sob uma superfície calma, que sempre faz tão bem, com veias explodindo e rosto inchando de sangue. Com Phoenix inspiradíssimo do outro lado da mesa, os embates fluem durante longos minutos, quase em tempo real, fazendo o espectador (literalmente) não piscar.
Rodado em belíssimos 70mm, o filme está encontrando dificuldade de exibição no seu formato original, mas se você tiver a oportunidade, não deixe de assisti-lo assim. A qualidade da mídia, que evidencia a cinematografia de Mihai Malaimareh Jr. (que trabalhou nos últimos filmes de Coppola), nessas condições ideais, é a melhor que já tive o prazer de ver no cinema. O trabalho de foco, de estreitíssima profundidade de campo, faz saltar poros e texturas, dando uma proximidade quase incômoda aos retratados. Nos cenários, funciona como hiperrealismo, fazendo com que as locações e pessoas pareçam tão alienígenas e reais, quanto o Mestre insiste que são.
Há ainda a mágica trilha sonora de Jonny Greenwood (que já trabalhou com Anderson em Sangue Negro), que acompanha a ação dando mais uma camada de estranheza ao filme. A música tem um tempo particular, uma utilização nada convencional, ora dando suporte à ação, ora tirando sua legitimidade.
Etéreo em momentos, mas claro e fácil de seguir quando a trama avança, O Mestre é sofisticado em sua execução e maduro em suas intenções. Uma obra que desde já encontra seu espaço entre os grandes filmes contemporâneos, talvez da história da arte.
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KBom vamos lá, essa animação retrata a segunda guerra e os incessantes bombardeios dos aviões norte-americanos, e a visão dos irmãos setsuko e seita, que tentam sobreviver as mazelas da guerra.
Se prepare porque esse filme é muito triste, e muito belo, e esse paradoxo vem sendo apresentado o tempo todo, a beleza vem em detalhes que muitas vezes deixamos de observar, e sendo cortada pela desgraça e tristeza e luto constante.
A animação do estúdio Ghibli é muito fluida e bonita, e contrapõe a realidade dura da historia.
Veja, mesmo fazendo você chorar copiosamente, ela te deixará feliz, porque no final, fica a obra prima, quem leu GEN, pés descalços aqui terá seu fechamento.
Persépolis
4.5 754Marjane Satrapi me consquistou no ato, obra madura, contundente, libertária, e atual, você vendo os traços vai acreditar numa obra infanto-juvenil, ledo engano, traços bastantes estilizados que mostram muito bem as ruas e tenções em Teerã e Viena.
Com muita confrontação moral, religiosa ela desafia o mundo ao seu redor e transgride toda a barreira fundamentalista em que foi cercada, Marjane dentro de casa convive com uma vó feminista centrada em ideais, e seus pais de esquerda no meio de guerra, revoltas e intolerância.
Termino com a fala da avó vivida por Darrieux que é a âncora matriarcal :
"
Vou te dar um conselho útil, na sua vida você encontrara muitos idiotas, se lembre que a estupidez os leva para o mal, e isso vai impedir de responder a maldade deles, pois não existe nada pior que amargura e vingança, seja verdadeira e respeitável com os outros e consigo. "
As Aventuras de Pi
3.9 4,4KGostei muito do filme, sua beleza visual, seu conteúdo, mostrando as facetas dos sentimentos e crenças religiosas, como chinês Ang Lee teve sensibilidade para nos ambientar naquele naufrágio, onde os protagonistas são um menino, um tigre, uma hiena e um orangotango.
Muita gente reclamando do roteiro raso, "o que não concordo" achei que ele nos leva muito bem, sem deixar chato, constrói aquela historia, e nos faz ter a sensação de estar la, sofrendo, torcendo, tendo medo, e esperança.
Queria muito ter visto em 3D porque quem viu ficou deslumbrado com o ótimo uso da ferramenta, me desapontou o finalzinho, porque esperava um desfecho sobre as perguntas do filme, que não veio, mas mesmo assim, nunca esqueceremos Richard Parker.
Argo
3.9 2,5KÉ o filme do oscar, saber que a concorrência pode tirar esse prêmio me deixa triste, é um bom filme, o que para mim já basta, ele retratou bem o episódio histórico, deixou bem claro as intenções e interesses, e não mentiu, fato corriqueiro em filmes que retratam acontecimentos reais, e ele lembra disso no filme.
Fotografia primorosa, e cortes bem feitos, entre a saturada cena do oriente médio, e a calorosa califórnia, gostei da forma usada para atenuar as tenções, com o núcleo de Hollywood, e a invasão da embaixada já chega mostrando a que veio a direção de Ben Affleck.
Escorregou um pouco na esticada de tenção no final, com aqueles entraves, dificuldades, para levantar ainda mais a expectativa, mas O
o resto nota 10.