Eu sinto como se o filme fosse uma animação da Marvel, com os personagens, traços, universos e etc...da DC, só que com um pouco mais de charme (verdade seja dita, mas a Marvel não se empenha muito em animações pois ela tá muito ocupada com o cinema e material promocional para o mesmo). Mas esse filme tem uma trama batida e sem muita profundidade, o que é bem frustante, já que tem a personagem Jessica Cruz como suposto foco, que é uma personagem bem interessante por sinal, só que gastam muito tempo explicando outras coisas e apresentando outros personagens que ela acabou sem muito destaque, e tornando mais difícil simpatizar com ela. Paul Dini parecia ser o equilíbrio perfeito para o Bruce Timm, pois sozinho, ou ele torna tudo muito pesado ou muito descompromissado. Aqui ele traz seu traço icônico porém mais fofinho e vibrante, que eu até gostei bastante, mas em alguns momentos chega a ser inferior, principalmente com cenas de ação e cenários. O filme é obviamente mais leve e descontraído, mas falha em estabelecer e desenvolver os personagens.
É o mais arrastado da trilogia, mas também é o com mais porradaria selvagem. Segue o preceito dos dois anteriores, mesma cara, abordagens novas. Talvez por esse não ter tantas locações diferentes, sem tantos cenários diferentes e se passar mais em solo, tenha deixado com uma sensação de inconsequência. E acaba sofrendo de alguns excessos da época, como a necessidade de finalmente colocar Leia em um roupa apelativa por motivos de eu sei lá. E que não acrescentou em nada no desenvolvimento da mesma. Também tem um final menos épico do que se esperaria, afinal veríamos aqueles personagens apenas 32 anos depois. No mais, esse é o que mais se encaixa no filminho sessão da tarde.
Apesar de estranhar muita coisa cinematográfica, o ritmo da narrativa é bastante dilatado. Mas a culpa, obviamente, é muito por uma questão de época. Para nós que somos acostumados com os blockbusters de hoje, onde tentam apresentar o máximo possível em um primeiro filme de uma franquia, jogando coisas que não contribuem nada ou quase nada para o filme em questão mas sim só para os filmes seguintes, deixando ganchos não tão sutis, e bastante pretensiosos. Star Wars IV muito por conta disso, é uma aventura muito sutil. Se preocupa muito mais em entregar um desenvolvimento brando, onde você possa acompanhar e ir aproveitando os cenários, os personagens, as caracterizações, sem se preocupar muito com o que estaria por vir na narrativa central da franquia. E isso é sensacional e reconfortante. Até o próprio vilão é introduzido bem aos poucos, e nem chega a ser a ameaça singular principal, tudo para apresentar o que ainda veríamos por completo como grande ameaça e o vilão mais icônico da cultura pop (o visual ajudou muito também nessa popularização). E ainda admirando os efeitos especiais e fotografia do filme que são excelentes mesmo pra época onde o foi produzido. Star Wars IV não foge de seu formato de inicio de franquia, ele ainda apresenta ideias pra serem explorados a seguir. Mas nada esta lá à toa, tudo agrega diretamente dentro da trama e para o próprio filme. Ele funcionaria perfeitamente sozinho e é bastante redondo. Os dois sucessores também viriam a ser. Únicos, roteiros fechados e desenvolvimento sutil e contemplativo (o que é bem irônico em contrapartida, já que os filmes são classificados em 'episódios') e isso é tudo o que Star Wars sempre deveria ser e por isso é especial. (Até vir a trilogia nova e cagar toda essa execução impecável, não estragou a trilogia original, óbvio, mas em menos de 5 anos o rato conseguiu saturar Star Wars).
Tem uma metáfora incisiva desse mundo regido por uma economia neoliberal, em que o mercado aparentemente deixa à disposição as benesses de suas engrenagens, criando mecanismos para que a população, sobretudo a mais vulnerável, não tenha, sequer, tempo de teorizar acerca das ferramentas necessárias para equilibrar a balança, e do tamanho da maldade inerente aos envolvidos. Não à toa, diante de uma proposta humanitária, alguém diz: “você é comunista?”. E o filme faz questão de que você entenda essa ruína do ser humano e tenta muito fazer pensar e ao mesmo tempo chocar muito. Com um texto pesado e cenas que reviram nosso estômago. A conclusão é bastante sem contexto, não que seja necessariamente um demérito se bem executado na narrativa, mas pode afastar a audiência com seu roteiro impenetrável. Tem alguns métodos de fotografia e filmagem que deixam o filme confuso em alguns momentos, tem cenas bastante escuras, confusas, e ilusões jogadas que deixam meio truncado a trama. Mas no geral, funciona por conta da mensagem que conduz a história e a violência muito bem. E mostra que apesar de todo esse pandemônio e situação soberba, com perseverança e muita luta (******** do proletariado!!), podemos deixar uma mensagem de esperança para todos, emergindo do lugar sombrio no qual estamos. De que apesar de não parecer, não estamos no fundo do poço. É...esse é um filme bem metafórico... Não é tão original, mas tem presença e sabe envolver.
Comecei o filme achando que tinham viajado demais porém vai ficando muito bom, construindo conexões excepcionais com o filme antecedente. O foco é bastante no crescimento interno e externo dos personagens que são bastante bem construídos e simpativeis o suficiente. A trama, apesar de extremamente macabra, traz muito um enredo de resgatar as raízes, especialmente da infância, onde você deixou de acreditar em muitas coisas... Quando era ILUMINADO e transcendia transformações à sua volta.
Ok, então a animação de Batman: Silêncio é completamente medíocre... até o final, quando ela simplesmente joga pela janela a solução fraca do mistério da HQ por uma bem mais interessante, então... ok, eu tô surpreso. Tem uma cena envolvendo duas personagens clássicas, a cena é meio fanservice inconsequente, não significa nada nem adiciona muita coisa. Mas ela não é a única, já que o filme tem muitos personagens e sofre de se autovalorizar demais, a mitologia do Morcego é praticamente um tema. Mas em parte eu tô meio amargo, porque tô achando essas animações dos Novos 52 feitas no automático há um bom tempo já :/ Então no geral é assistivel e tem uma conclusão mais bem executada e inspirada que a original, já é algo bom.
Comentando aqui novamente só pra enaltecer a excentricidade do filme agora que está voltando a circular estreando em redes de cinema gringo (estadunidense), e dá-lhe Bacurau neles!
Essa animação deve ser uma aula pra outras obras de como utilizar todos os recursos e camadas do cinema e batidas emocionais para mexer com o público. Me emociona toda vez que assisto hoje em dia, imagina o estrago que fez com meu eu de 6 anos de idade.
P*ta que pariu. Uma estrela e meia apenas pela animação e design de personagens. Que pastiche de establishment mal feito. O triste mesmo é de novo colocarem o Super-Homem em uma neura deturpada.
É bem o que se espera de um filme do Esquadrão Suicida e captura muito bem a sua essência. Com exceção da Arlequina, claro, todos são sombrios, extremamente violentos, de dar medo, mesmo. Outro ponto fundamental é a história, que, mesmo não sendo mirabolante, é bem construída e bem amarrada. E, principalmente: uma trama que dá espaço para conhecermos melhor muitos dos personagens, destacando a interação entre eles (em especial, entre o Pistoleiro e o Tigre de Bronze). Sobre o nível da animação, está muito bom, apesar de algumas sequências um tanto “estranhas”, com alguns efeitos computadorizados aqui e ali, que deixaram a animação meio "travada". Tem alguns problemas. Um deles se refere à sub-trama de um determinado personagem, bastante vaidoso e boçal. Ok, a intenção poderia até ser ridicularizar esses super-heróis “cheios de si”, mas, a coisa aqui ficou meio vergonhosa de assistir, apesar da importância para a trama. Outro seria o uso excessivo de violência. Eu sei que as animações da DC sempre primaram isso em suas obras, e esse filme em específico é mais violento por conta da equipe. Mas nesse caso a coisa foi um pouco exagerada, com sangues e tripas demais voando na tela de uma maneira meio gratuita. Um pouco mais de parcimônia, nesse sentido, não faria falta. Outro problema seria a abordagem da Arlequina. Não é todo roteirista que consegue escrever bem a Arlequina, porque além de ser uma personagem feminina, é uma personagem feminina completamente fora do convencional, é um grande trabalho equilibrar o quanto ela é infantil, psicopata, cool, badass e trágica. Aqui ela é boba e ingenua demais, simplesmente burra. Ao menos naquela animação sugestiva pra caramba 'Batman & Arlequina: Pancadas e Risadas', ela é trabalhada de forma mais interessante (exceto toda a hipersexualização, óbvio). Mas eu gostei da piada de como ela sempre volta inteirinha de todas as missões do Esquadrão, como sendo extremamente sortuda. No geral, temos aqui um produto que, enfim, respeita o termo Esquadrão Suicida, mostrando o que acontece, de fato, quando vilões se juntam para uma missão em conjunto.
É bem mais contextualizado que o original, não que seja necessariamente muito melhor. Mas com exceção do conceito, o lugar e alguns personagens, os dois filmes tem não tem muito em comum. Enquanto o original era bastante focado na personagem principal e aos olhos dela. Nesse é bem mais focado no ambiente e no contexto ao qual ele se passa, que seria a Guerra Fria, é bem mais visceral que o original (que era mais alegórico). É um filme impecável tecnicamente falando e bastante perturbador. No começo é tudo super jogado mas depois se monta de forma excepcional e você entende por que todo esse tempo tanta coisa bizarra acontece. Por mais que a conclusão seja ainda mais bizarra. Agora sim eu entendi porque o filme se chama "Suspiria", porque foi exatamente isso que eu fiz quando o filme terminou, uffs
Eu senti que ficou muita coisa em aberto e eu não consegui digerir porque o filme é muito abstrato e termina rapidamente. É um filme bastante alegórico, como se fosse um pesadelo, até a monotonia da protagonista parece como nos comportamos nesses sonhos, totalmente passivos. Eu adoro essas cenas de assassinato aleatórias, mas aqui eu fiquei realmente intrigado e assustado.
A morte do cego eu realmente tomei um susto, eu de fato achei que iria aparecer uma criatura, e o dog fake a única coisa tosca do filme.
Aqueles closes que eles dão em cortes e partes sendo rasgadas (AAA). O cenário do filme é estupendo, o que ele falta em efeitos tem em cenários. Ps: curiosamente eu vi que a maior parte do orçamento do filme foi pra iluminação, isso resultou numa fotografia bastante sofisticada e bem feita, assim como a trilha sonora extremamente estilizada. É um clássico.
Diferente dos filmes anteriores (que eu gosto bastante) que eram mais de comédia surtada do que necessariamente um filme de ação, apesar de terem muitas cenas de ação, não era esse o foco, já que era assumidamente galhofa. Mas esse, optaram por ação clássica, com muita ação, perseguições e missões secretas, apesar de serem muito bem feitas as cenas de luta corpo-a-corpo são bastante desorganizadas e confusas com tantos cortes de câmera e ângulos estranhos. O roteiro é bastante genérico mas competente, muito por conta das atrizes que tem uma ótima química e bastante timing cômico. Também tem umas idéias bem legais, como os vários Bosley's existentes, e isso ser um cargo de fato. Abordaram a agencia como uma mega corporação internacional, e isso rendeu cenas bem divertidas. É um bom entretenimento que opta pela ação frenética bem típica mas que não é cansativo de ver por ser previsível. Só precisava ter tido uma direção mais criativa.
Estética, visual e trilha sonora linda mas a narrativa...que? Assistindo com um olhar reflexivo sobre o momento em que vivemos. Essa sensação de despertencimento sobre nós mesmos, seja como família, grupo, sociedade, humanidade...A busca da mão pelo corpo seriamos nós hoje e desde quase sempre. Psicologicamente o filme é interessante, principalmente nos diálogos. É bastante relacionável com jovens desconectados que não alcançam o ritmo que o mundo opera, mas tudo ficou resumido demais quando ele podia ter ido muito mais fundo nesse aspecto. A premissa e o roteiro são bastante simplistas para o poder visual que o filme estava me oferecendo. Não rolou tanto :/
Visualmente o filme é bem detalhista, a precisão na hora de filmar e iluminar cada cena e planos é muita bem notável. É uma narrativa bem estruturada, mas conforme o filme avança muitas coisas vão sendo adicionadas à trama que vai ficando difícil de acompanhar a história, vai agregando metáforas muito ressonantes, e isso perde imersão, pois o desfecho que dão põe em cheque qualquer tipo de interpretação mais profunda. Mas o filme não deixa de ser menos interessante por isso, você pode ir tão fundo quanto gostaria de ir com ele, no nível da superfície, é um filme de terror muito emocionante e acessível, mas as possibilidades são infinitas a partir daí em todos os tipos de direções diferentes. Focam demais nas metáforas e esquecem o roteiro como uma história sólida, que também é importante mesmo para um filme alegórico. E isso particularmente me desconectou, e poderia ter sido bem mais eficiente. Ele é bem construído como suspense, embora ele abuse demais de takes longos nos rostos dos personagens, não apela por recursos apelativos, é extremamente sútil e ainda assim causa uma tensão com todo cuidado estético do filme e dos atores.
Bastante eficiente em conduzir uma história catártica de uma jornada de horror com animais predadores. Um pouco diferente da maioria dos filmes dessa temática, onde as decisões de roteiro são totalmente fáceis e previsíveis (E também não chega a ser um filme trash com animais, é bem produzido). Eles tem um esforço maior em criar um enredo mais palpável e condizente com ocasiões mais surreais. E também humaniza mais os personagens. Apesar de alguns efeitos de computação gráfica bem fracos, é um bom filme com momento tenso bastante bem construído, tem boas atuações e o design de som é bastante bem feito.
Transita num terreno minadíssimo de forma muito bem feita, afinal estamos falando da juventude hitlerista. Ninguém menos que Taika Waititi pra entender que comédia, historicamente, é uma poderosa ferramenta dialética, principalmente pra confrontar poderosos e o status quo que mantém eles quase intocáveis num olimpo praticamente inalcançável. Ela precisa estar a serviço dos marginalizados, não devendo ser utilizada como instrumento de discriminação, mas sim para equilibrar uma balança cujo desigualdade causa dor e sofrimento.(De alma lavada por esse filme ter ganhando melhor ROTEIRO sobre Coringa, cujo o diretor reclamava sem parar de como homens brancos não podem fazer humor por conta do politicamente correto...pois bem kkk). O filme tem alguns problemas de ritmo e umas escolhas questionáveis, mas ao todo é muito agradável. Tem ótimas escolhas de composiçåo, em especial trilha e fotografia, que deixou bastante charmoso e impactante. Os atores estão muito cativantes e no ponto certo, que deixou o filme e a trama dele muito suave mesmo com o humor ácido muito bem entrelaçado com a sujeira de onde ele se trata. Obs: O atores que fazem o Jojo e seu amigo da escola são umas das crianças mais fofas em filmes em um bom tempo, on point.
Loucura Total. O filme retrata a violência dentro do roteiro de forma tão inteligente, e se emancipa de muitas convenções do "gênero". Parece um espetáculo, o filme não para te jogar entretenimento em nenhum momento. E nisso eu quero dizer principalmente: risadas, cores e muita ação, muita mesmo. AS CENAS DE AÇÃO SÃO ESPETACULARES. Mas não só isso, a forma como a trama segue o curso é bem esquizofrênica e não linear de um jeito até abusivo, mas funcionou, porque você sabe que tudo isso é completamente intencional, e conforme o desenrolar do filme ele pincela várias vezes tudo que foi mostrado anteriormente pra não te deixar tão confuso. E com certeza não quer nem um pouco ter uma narrativa redondinha padrão de jornada do herói e arco de personagem e blábláblá. E isso deu muita personalidade. É uma experiência diferente, principalmente se tratando em filme de super-herois. Pois não é pretensioso ou falso pretensioso como eles muitas vezes tentam ser. O plot pode parecer muito simples e até bobo, mas as vezes é bom valorizar o bom e velho entretenimento que não é profundo, mas é bastante estiloso e cheio de vida. Me lembrou bastante o sentimento com 'John Wick', cuja a trama basicamente é "Mataram meu cachorro, vou matar todo mundo". E você compra isso porque quer apenas ver ele matando os assassinos de dogos por 2 horas de forma estilosa. É muito bom quando você vê coisas profundas sim, mas não tem problema algum em gostar de algo apenas por ser divertido. Você quer ver apenas uma jornada empolgante e é isso que recebe. A direção é bastante minuciosa, e pega todos os frames ideais possíveis, principalmente nas lutas, já que o filme é bastante frenético. É tão na perspectiva da Harley que parece até que foi ela quem dirigiu. A Margot Robbie já é considerada por mim uma atriz masterpiece, mas a atuação dela aqui é bizarra, ela é uma máquina de expressões e dá muita credibilidade em toda a corporalidade, é algo nível oscar pra cima (se eles dessem prêmios pra todos os tipos de filmes e todos os tipos de propostas, fiquemos com Joaquim Phoenix ganhando pelo Coronga dançando créu na escadaria...enfim, piadas a parte...). O longa é feito pra girar em torno da Harley Quinn e é isso que ele faz. E não é uma história vazia apesar disso. Tem alguns subtemas com as personagens bastante presentes, principalmente mostrando as FRAGILIDADES de um personagem, e fragilidade relacionado a um término romântico, e isso deixou mais sólido e trouxe algo novo, apesar dos exageros.
A parte onde o Máscara Negra pede para o cara do bar rasgar o vestido da amiga dele, achei pesada e desnecessária, e não casou muito bem com o tom do resto do filme pra mim, mas como era para contextualizar o sentimento de abuso da Canário, dá pra relevar.
Sobre os personagens. Se você não gosta ou não entende a personagem da Arlequina, é bem provável que você não aproveite o filme como deveria. Ela é a protagonista, e de fato única que tem um pseudo-arco maior. Ela tem que passar por um mar de aprovações que inclusive a colocam em perigo, e entender que se emancipar é lutar sozinha mas pode ter apoio de outras pessoas que buscam ou já buscaram isso. A relação com todo mundo é um dos pontos altos e conversa direto com o quê é a Arlequina.
A cena onde a unica pessoa com que ela podia contar denuncia ela pra policia e consequentemente pros criminosos, me deu um nó na garganta.
. As outras personagens estão apenas orbitando em volta do filme como homenagem e com o mínimo de background, como uma espécie de prelúdio para o que seriam as Aves de Rapina.
A Canário Negro é a com maior profundidade dramatica, essa versão da personagem é bastante condizente com o que seria a Canário Negro, tem uma participação pontual, e o que seria a mais próxima de uma heroina e mais relacionável. Caçadora é completamente a Caçadora, com todos seus pós e contras, e gerou uma personalidade bastante cômica, apesar de falar pouco, a narrativa conta o essencial pra entender ela. A Renee Montoya pra mim foi a personagem mais desnecessária do filme todo, a personagem está fora do que ela é originalmente, ela é bastante não levada a sério, e sinto que ela não acrescenta em muita coisa para a equipe. Eu sei que o intuito era assim como a Cassandra Cain, trazer mais diversidade em idades e tipos de pessoas pra equipe, e não ser só 3 jovens mulheres atraentes... Mas eu acho que poderia ter usado de uma maneira muito melhor, que não tomasse tanto tempo de desenvolvimento da Canário e Caçadora que são personagens centrais da equipe. Ela é bem descartável. Cassandra Cain é um mero instrumento da trama, e a atriz pela falta de experiência em atuação deixa muito a desejar, em vários momentos ela não conseguia entregar nada. Máscara Negra é caricato ao extremo, um vilão clássico de codificação queer, mas encaixou para o que filme tava querendo, um mafioso horrível e misógino. Ewam McGregor é sempre muito carismático, que homem. Victor Zsasz tá bastante reconhecível, fiel, e é um bom acréscimo. É realmente uma surpresa positiva pela simplicidade em apenas ser um filme para relaxar e divertir, sem cobrar do telespectador uma visão de HQs e um entendimento geek cult, que muitas vezes, causam um pouco de desânimo em quem não se sente habituado com esse universo. Estamos num tempo, onde já tivemos muitos filmes de temática de super-heroi, em pouco mais de 10 anos tivemos 24 filmes de um único estúdio. Qualquer criticismo quanto a Aves de Rapina sobre, fidelidade, caracterização, coerência, fanservice e etc, qualquer erro apontado aqui já aconteceu em diversos outros filmes. Então tô pouco me lixando, eu só quero um filme divertido e fresco, que traga algo diferente à mesa. Eu gostei da simplicidade e elegância em que 'Aves de Rapina' é feito, gosto da pretensão de como ele almeja alcançar o público e é isso que importa. Fora que em questão de coerência com os personagens originais dos quadrinhos, tem muito aqui, principalmente com a Arlequina, então estou tranquilo.
Mesmo com algumas pontas soltas e alguns furos em sua totalidade, você não questiona, porque entende que o intuito é muito mais visual e espirituoso, do que complexo. Me diverti muito
A personagem da Terra é horrivelmente construída. Não tanto pela personalidade, o filme até tenta desenvolver o porquê dela ser tão insuportável - que é por ela ter passado maus bocados tão nova - e eu acho que combina bastante com a proposta da história e também o fato dela ser uma adolescente. Mas sim por ela não ter motivação plausível ALGUMA pra trair os titãs para o Slade, até a Ravena é super acolhedora. Ficou muito mal executado. Daí criaram uma paixão platônica forçadíssima, mesmo ela tendo uns 15/16 anos, ok, pedofilia assim de graça...(mesmo esperado). Então ela é só uma jovem delinquente rebelde e apaixonada...que clichê. Ao menos em contrapartida a representação da equipe dos Jovens Titãs está completamente decente, bem mais que o filme anterior "Jovens Titãs vs Liga da Justiça". Damian tá menos super exposto e o romance dele com a Ravena foi esquecido, e ela também tá menos adolescente songa monga, os outros membros estão ok dentro do que é oferecido pra eles na história. No mais é um filme cheio de problemas mas não é entediante, só é bem descartável tendo em vista que a série animada já a fez muito melhor essa mesma história.
Conseguiram fazer o Apocalipse um personagem um pouquinho mais interessante. Fazendo dele uma máquina assassina sanguinária imparável que vai trazer o apocalipse para a Terra matando um por um, e isso rendeu boas cenas de terror. Mesmo surgindo do nada sem razão alguma, assim como na história original. Os personagens da Liga da Justiça estão mais simpatizáveis aqui nessa leva de animações baseadas nos Novos 52. O heroísmo e compaixão dos heróis com as pessoas estão mais evidentes, principalmente com o Superman, e está com a formação original. È uma animação decente com uma história pra lá de saturada (A Morte de Superman é o A Saga da Fênix Negra da DC, tentam forçar ao máximo de alguma forma, a diferença é que a morte da Jean tem uma boa ideia por trás, já a do Super é só ele se porradando com um monstrão imbecil.) Mas tem momentos bem tensos, a forma que constrói a morte é emocionante, e é divertido. Já é bem melhor que certos filmes live action que tentou adaptar essa história.
Se tu não se perguntar o porquê de um filme (para o cinema) dessa série e se desapegar completamente dos personagens e suas representações, o filme é bem divertido até. Eu estava esperando a coisa mais boboca, mas me surpreendi, o filme tem umas tiradas bem legais, principalmente envolvendo todo o background midiático dos personagens da DC, que me arrancou risadas inesperadas. A trama é boba e os personagens são unidimensionais, mas a composição é bem feita (eu gosto do traço do desenho) e tem músicas que grudam na sua cabeça. Vale a pena assistida sem compromisso com absolutamente nada.
"É um filme sobre um cara que começa a malhar pra se aproveitar sexualmente de uma adolescente. Só que 20 anos depois a gente descobriu que o filme era, na verdade, um documentário sobre a vida do Kevin Spacey".
Definições perfeitas à parte, mais um ótimo e subversivo filme de 1999.
Como eu queria que aquilo tivesse acontecido com os reais autores do assassinato... e eles estavam realmente parecidos. Mas eu achei o filme interessante só pela ambientação (cenários, estética e trilha sonora, a música 'Helter Skelter' foi usada brilhantemente aqui). E também poderia assistir só pelos carros belíssimos e a cidade e toda sua construção imagética, junto com linguagem com filmes westerns e Bang Bang. Porque a trama dos dois protagonistas é bastante tediosa. Sobre o quanto um típico ator de cinema hollywoodiano "decai" não estrelando mais filmes de ação, e menospreza qualquer produção não legitimamente estadunidense e no telão. Sério isso filme? Eu acho que esses são os protagonistas menos cativantes dos filmes do Tarantino. Chega a ser desapontante o fato da personagem da Sharon Tate não ter tido mais destaque, parece que quando ela iria falar algo cortavam ela pra mudar de cena e você queria ver mais pois era uma personagem cheio de vida, e é a Margot Robbie interpretando. E isso nem é por ela ter tido quase nenhuma fala, mas o filme poderia ter sido muito mais alegórico à figura dela com mais cenas em tela, levando em conta o suposto destino macabro da atriz. Fora que se tu não conhece a história do qual o filme tá querendo se passar, você fica perdido igual cego em tiroteio. Os personagens aparecem do nada e as motivações deles é completamente abrupta e radical sem o máximo de contexto, parece que quer deixar a entender que eles só estão fazendo aquilo por serem apenas hippies fedidos anti-sistema extremistas, quando na verdade não é bem isso. (Apesar de eu ter gostado do Charles Manson ter aparecido pouco, se tem uma coisa que não precisávamos era de um filme novamente punhetando um psicopata). E levando em conta ser um filme do Tarantino, foi estranho não ter tido um final maluco e violento (sim) mas com antagonistas marcantes. O grande problema talvez tenha sido não saberem se colocam o caso Tate-LaBianca como pano de fundo ou trama principal. Daí fica uma trama paralela meio perdida, que você sente que poderia ser muita mais bem construída. Talvez o diretor tenha preferido honrar o legado de Hollywood e da atriz à sua própria forma, mas fazer um filme distópico de um fato histórico não é nenhuma novidade vindo dele, e a repetição disso pode acabar soando infantil demais, pois definitivamente não tem tanto desenvolvimento quanto poderia. E o Tarantino perdeu muito a mão nesse sentido, e em outros também.
É um dos maiores atos brasileiros (sem nacionalismo) de 2019 esse filme. Só a forma que critica o formato moderno de colonialismo exterior no Brasil, histórico e atual, através dos personagens é sensacional. Isso sem falar sobre a estética e técnicas, que são o melhor que algo com identidade e característico do país original pode oferecer, com uma mistura do cinema sofisticado de filme B com uma produção total brasileira. Mas o que eu quero falar mesmo é sobre a retratação do PAULISTA (eheh) ou sudestino. O qual acha que está o mais perto possível de uma civilização ideal porque são os que mais emulam o modo de vida norte-americano e se afasta das raízes brasileiras, e apaga sua cultura como brasileiros, se considerando a parte rica do país. Isso também respinga direto à dita cuja "classe média", que apoia um governo para a elite achando que vai se beneficiar de alguma forma, mas no final eles vão sofrer o mesmo que todo mundo. Se um paulista não tem a autoconsciência de ser aquele que ocupa muito esse lugar no Brasil, de ser aquele que exotifica todo mundo, que se trata como o "lugar comum", e todo mundo é estrangeiro, tendo uma postura totalmente antipática. Alguém deve avisar isso: O PAÍS É MAIS QUE VOCÊ, SEU UMBIGO E SUA CIDADE LINDA GIGANTE. Essa postura paternizadora, é uma questão real, especialmente no turismo, eles se enxergam próximo dos norte-americanos, mais próximo deles do que de nós. Uma visão "white-pardo" do qual acham que são brancos de origem européia, quando na verdade não, e que por não se enxergarem nessa outra parcela da população brasileira eles são capazes de matar. Eles matam por não se verem como iguais, e por serem diferentes, eles morrem.
A figura do Museu Histórico, mostra que a violência é algo que eles vivem desde sempre. É a história e o passado deles, e isso é um dos pontos mais altos do filme, e o mais catártico pra mim. Com toda essa relação do museu de ser esse lugar da nossa memória, o lugar onde a gente se vinga e se informa. E mostra que o nordeste sempre foi, é, e sempre será o maior símbolo de resistência e de preservação das origens, ecológicos, e da cultura no Brasil. E nem sempre tem como fazer isso de forma fácil e pacífica. Porque né...A ligação com o imperialismo não é mera coincidência.
Horas depois de assisti-lo ainda fica na minha cabeça por como ele me atingiu com todos seus simbolismos e analogias críticas intrisecas - que são inúmeras - e me provocou a enxergar que precisamos sair da nossa zona de conforto. Prestar atenção no que faz mais parte de nós, nossa gênese e realidade. Eu consumo tantas coisas estadunidenses, e gosto muito delas. Mas me senti provocado a querer integrar mais com obras locais, valorizar é o começo. Tirar um pouco os olhos das luzes e estrelas cintilantes de Hollywood, e tentar me lembrar onde estou e de onde vim.
Liga da Justiça vs Os Cinco Fatais
3.5 69 Assista AgoraEu sinto como se o filme fosse uma animação da Marvel, com os personagens, traços, universos e etc...da DC, só que com um pouco mais de charme (verdade seja dita, mas a Marvel não se empenha muito em animações pois ela tá muito ocupada com o cinema e material promocional para o mesmo). Mas esse filme tem uma trama batida e sem muita profundidade, o que é bem frustante, já que tem a personagem Jessica Cruz como suposto foco, que é uma personagem bem interessante por sinal, só que gastam muito tempo explicando outras coisas e apresentando outros personagens que ela acabou sem muito destaque, e tornando mais difícil simpatizar com ela. Paul Dini parecia ser o equilíbrio perfeito para o Bruce Timm, pois sozinho, ou ele torna tudo muito pesado ou muito descompromissado. Aqui ele traz seu traço icônico porém mais fofinho e vibrante, que eu até gostei bastante, mas em alguns momentos chega a ser inferior, principalmente com cenas de ação e cenários. O filme é obviamente mais leve e descontraído, mas falha em estabelecer e desenvolver os personagens.
Star Wars, Episódio VI: O Retorno do Jedi
4.3 915 Assista AgoraÉ o mais arrastado da trilogia, mas também é o com mais porradaria selvagem. Segue o preceito dos dois anteriores, mesma cara, abordagens novas. Talvez por esse não ter tantas locações diferentes, sem tantos cenários diferentes e se passar mais em solo, tenha deixado com uma sensação de inconsequência. E acaba sofrendo de alguns excessos da época, como a necessidade de finalmente colocar Leia em um roupa apelativa por motivos de eu sei lá. E que não acrescentou em nada no desenvolvimento da mesma. Também tem um final menos épico do que se esperaria, afinal veríamos aqueles personagens apenas 32 anos depois. No mais, esse é o que mais se encaixa no filminho sessão da tarde.
Star Wars, Episódio IV: Uma Nova Esperança
4.3 1,2K Assista AgoraApesar de estranhar muita coisa cinematográfica, o ritmo da narrativa é bastante dilatado. Mas a culpa, obviamente, é muito por uma questão de época. Para nós que somos acostumados com os blockbusters de hoje, onde tentam apresentar o máximo possível em um primeiro filme de uma franquia, jogando coisas que não contribuem nada ou quase nada para o filme em questão mas sim só para os filmes seguintes, deixando ganchos não tão sutis, e bastante pretensiosos. Star Wars IV muito por conta disso, é uma aventura muito sutil. Se preocupa muito mais em entregar um desenvolvimento brando, onde você possa acompanhar e ir aproveitando os cenários, os personagens, as caracterizações, sem se preocupar muito com o que estaria por vir na narrativa central da franquia. E isso é sensacional e reconfortante. Até o próprio vilão é introduzido bem aos poucos, e nem chega a ser a ameaça singular principal, tudo para apresentar o que ainda veríamos por completo como grande ameaça e o vilão mais icônico da cultura pop (o visual ajudou muito também nessa popularização). E ainda admirando os efeitos especiais e fotografia do filme que são excelentes mesmo pra época onde o foi produzido. Star Wars IV não foge de seu formato de inicio de franquia, ele ainda apresenta ideias pra serem explorados a seguir. Mas nada esta lá à toa, tudo agrega diretamente dentro da trama e para o próprio filme. Ele funcionaria perfeitamente sozinho e é bastante redondo. Os dois sucessores também viriam a ser. Únicos, roteiros fechados e desenvolvimento sutil e contemplativo (o que é bem irônico em contrapartida, já que os filmes são classificados em 'episódios') e isso é tudo o que Star Wars sempre deveria ser e por isso é especial. (Até vir a trilogia nova e cagar toda essa execução impecável, não estragou a trilogia original, óbvio, mas em menos de 5 anos o rato conseguiu saturar Star Wars).
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraTem uma metáfora incisiva desse mundo regido por uma economia neoliberal, em que o mercado aparentemente deixa à disposição as benesses de suas engrenagens, criando mecanismos para que a população, sobretudo a mais vulnerável, não tenha, sequer, tempo de teorizar acerca das ferramentas necessárias para equilibrar a balança, e do tamanho da maldade inerente aos envolvidos. Não à toa, diante de uma proposta humanitária, alguém diz: “você é comunista?”. E o filme faz questão de que você entenda essa ruína do ser humano e tenta muito fazer pensar e ao mesmo tempo chocar muito. Com um texto pesado e cenas que reviram nosso estômago. A conclusão é bastante sem contexto, não que seja necessariamente um demérito se bem executado na narrativa, mas pode afastar a audiência com seu roteiro impenetrável. Tem alguns métodos de fotografia e filmagem que deixam o filme confuso em alguns momentos, tem cenas bastante escuras, confusas, e ilusões jogadas que deixam meio truncado a trama. Mas no geral, funciona por conta da mensagem que conduz a história e a violência muito bem. E mostra que apesar de todo esse pandemônio e situação soberba, com perseverança e muita luta (******** do proletariado!!), podemos deixar uma mensagem de esperança para todos, emergindo do lugar sombrio no qual estamos. De que apesar de não parecer, não estamos no fundo do poço. É...esse é um filme bem metafórico... Não é tão original, mas tem presença e sabe envolver.
Doutor Sono
3.7 1,0K Assista AgoraComecei o filme achando que tinham viajado demais porém vai ficando muito bom, construindo conexões excepcionais com o filme antecedente. O foco é bastante no crescimento interno e externo dos personagens que são bastante bem construídos e simpativeis o suficiente. A trama, apesar de extremamente macabra, traz muito um enredo de resgatar as raízes, especialmente da infância, onde você deixou de acreditar em muitas coisas... Quando era ILUMINADO e transcendia transformações à sua volta.
Batman: Silêncio
3.5 114 Assista AgoraOk, então a animação de Batman: Silêncio é completamente medíocre... até o final, quando ela simplesmente joga pela janela a solução fraca do mistério da HQ por uma bem mais interessante, então... ok, eu tô surpreso.
Tem uma cena envolvendo duas personagens clássicas, a cena é meio fanservice inconsequente, não significa nada nem adiciona muita coisa. Mas ela não é a única, já que o filme tem muitos personagens e sofre de se autovalorizar demais, a mitologia do Morcego é praticamente um tema. Mas em parte eu tô meio amargo, porque tô achando essas animações dos Novos 52 feitas no automático há um bom tempo já :/ Então no geral é assistivel e tem uma conclusão mais bem executada e inspirada que a original, já é algo bom.
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraComentando aqui novamente só pra enaltecer a excentricidade do filme agora que está voltando a circular estreando em redes de cinema gringo (estadunidense), e dá-lhe Bacurau neles!
Spirit - O Corcel Indomável
3.8 620 Assista AgoraEssa animação deve ser uma aula pra outras obras de como utilizar todos os recursos e camadas do cinema e batidas emocionais para mexer com o público. Me emociona toda vez que assisto hoje em dia, imagina o estrago que fez com meu eu de 6 anos de idade.
Superman: Entre a Foice e o Martelo
3.3 162 Assista AgoraP*ta que pariu. Uma estrela e meia apenas pela animação e design de personagens. Que pastiche de establishment mal feito. O triste mesmo é de novo colocarem o Super-Homem em uma neura deturpada.
Esquadrão Suicida: Acerto de Contas
3.6 117 Assista AgoraÉ bem o que se espera de um filme do Esquadrão Suicida e captura muito bem a sua essência. Com exceção da Arlequina, claro, todos são sombrios, extremamente violentos, de dar medo, mesmo. Outro ponto fundamental é a história, que, mesmo não sendo mirabolante, é bem construída e bem amarrada. E, principalmente: uma trama que dá espaço para conhecermos melhor muitos dos personagens, destacando a interação entre eles (em especial, entre o Pistoleiro e o Tigre de Bronze).
Sobre o nível da animação, está muito bom, apesar de algumas sequências um tanto “estranhas”, com alguns efeitos computadorizados aqui e ali, que deixaram a animação meio "travada".
Tem alguns problemas. Um deles se refere à sub-trama de um determinado personagem, bastante vaidoso e boçal. Ok, a intenção poderia até ser ridicularizar esses super-heróis “cheios de si”, mas, a coisa aqui ficou meio vergonhosa de assistir, apesar da importância para a trama. Outro seria o uso excessivo de violência. Eu sei que as animações da DC sempre primaram isso em suas obras, e esse filme em específico é mais violento por conta da equipe. Mas nesse caso a coisa foi um pouco exagerada, com sangues e tripas demais voando na tela de uma maneira meio gratuita. Um pouco mais de parcimônia, nesse sentido, não faria falta. Outro problema seria a abordagem da Arlequina. Não é todo roteirista que consegue escrever bem a Arlequina, porque além de ser uma personagem feminina, é uma personagem feminina completamente fora do convencional, é um grande trabalho equilibrar o quanto ela é infantil, psicopata, cool, badass e trágica. Aqui ela é boba e ingenua demais, simplesmente burra. Ao menos naquela animação sugestiva pra caramba 'Batman & Arlequina: Pancadas e Risadas', ela é trabalhada de forma mais interessante (exceto toda a hipersexualização, óbvio). Mas eu gostei da piada de como ela sempre volta inteirinha de todas as missões do Esquadrão, como sendo extremamente sortuda.
No geral, temos aqui um produto que, enfim, respeita o termo Esquadrão Suicida, mostrando o que acontece, de fato, quando vilões se juntam para uma missão em conjunto.
Suspíria: A Dança do Medo
3.7 1,2K Assista AgoraÉ bem mais contextualizado que o original, não que seja necessariamente muito melhor. Mas com exceção do conceito, o lugar e alguns personagens, os dois filmes tem não tem muito em comum. Enquanto o original era bastante focado na personagem principal e aos olhos dela. Nesse é bem mais focado no ambiente e no contexto ao qual ele se passa, que seria a Guerra Fria, é bem mais visceral que o original (que era mais alegórico). É um filme impecável tecnicamente falando e bastante perturbador. No começo é tudo super jogado mas depois se monta de forma excepcional e você entende por que todo esse tempo tanta coisa bizarra acontece. Por mais que a conclusão seja ainda mais bizarra. Agora sim eu entendi porque o filme se chama "Suspiria", porque foi exatamente isso que eu fiz quando o filme terminou, uffs
Suspiria
3.8 979 Assista AgoraEu senti que ficou muita coisa em aberto e eu não consegui digerir porque o filme é muito abstrato e termina rapidamente.
É um filme bastante alegórico, como se fosse um pesadelo, até a monotonia da protagonista parece como nos comportamos nesses sonhos, totalmente passivos.
Eu adoro essas cenas de assassinato aleatórias, mas aqui eu fiquei realmente intrigado e assustado.
A morte do cego eu realmente tomei um susto, eu de fato achei que iria aparecer uma criatura, e o dog fake a única coisa tosca do filme.
Aqueles closes que eles dão em cortes e partes sendo rasgadas (AAA).
O cenário do filme é estupendo, o que ele falta em efeitos tem em cenários.
Ps: curiosamente eu vi que a maior parte do orçamento do filme foi pra iluminação, isso resultou numa fotografia bastante sofisticada e bem feita, assim como a trilha sonora extremamente estilizada. É um clássico.
As Panteras
3.1 706 Assista AgoraDiferente dos filmes anteriores (que eu gosto bastante) que eram mais de comédia surtada do que necessariamente um filme de ação, apesar de terem muitas cenas de ação, não era esse o foco, já que era assumidamente galhofa. Mas esse, optaram por ação clássica, com muita ação, perseguições e missões secretas, apesar de serem muito bem feitas as cenas de luta corpo-a-corpo são bastante desorganizadas e confusas com tantos cortes de câmera e ângulos estranhos. O roteiro é bastante genérico mas competente, muito por conta das atrizes que tem uma ótima química e bastante timing cômico. Também tem umas idéias bem legais, como os vários Bosley's existentes, e isso ser um cargo de fato. Abordaram a agencia como uma mega corporação internacional, e isso rendeu cenas bem divertidas. É um bom entretenimento que opta pela ação frenética bem típica mas que não é cansativo de ver por ser previsível. Só precisava ter tido uma direção mais criativa.
Perdi Meu Corpo
3.8 351 Assista AgoraEstética, visual e trilha sonora linda mas a narrativa...que? Assistindo com um olhar reflexivo sobre o momento em que vivemos. Essa sensação de despertencimento sobre nós mesmos, seja como família, grupo, sociedade, humanidade...A busca da mão pelo corpo seriamos nós hoje e desde quase sempre. Psicologicamente o filme é interessante, principalmente nos diálogos. É bastante relacionável com jovens desconectados que não alcançam o ritmo que o mundo opera, mas tudo ficou resumido demais quando ele podia ter ido muito mais fundo nesse aspecto. A premissa e o roteiro são bastante simplistas para o poder visual que o filme estava me oferecendo. Não rolou tanto :/
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraVisualmente o filme é bem detalhista, a precisão na hora de filmar e iluminar cada cena e planos é muita bem notável. É uma narrativa bem estruturada, mas conforme o filme avança muitas coisas vão sendo adicionadas à trama que vai ficando difícil de acompanhar a história, vai agregando metáforas muito ressonantes, e isso perde imersão, pois o desfecho que dão põe em cheque qualquer tipo de interpretação mais profunda. Mas o filme não deixa de ser menos interessante por isso, você pode ir tão fundo quanto gostaria de ir com ele, no nível da superfície, é um filme de terror muito emocionante e acessível, mas as possibilidades são infinitas a partir daí em todos os tipos de direções diferentes. Focam demais nas metáforas e esquecem o roteiro como uma história sólida, que também é importante mesmo para um filme alegórico. E isso particularmente me desconectou, e poderia ter sido bem mais eficiente. Ele é bem construído como suspense, embora ele abuse demais de takes longos nos rostos dos personagens, não apela por recursos apelativos, é extremamente sútil e ainda assim causa uma tensão com todo cuidado estético do filme e dos atores.
Predadores Assassinos
3.2 772 Assista AgoraBastante eficiente em conduzir uma história catártica de uma jornada de horror com animais predadores. Um pouco diferente da maioria dos filmes dessa temática, onde as decisões de roteiro são totalmente fáceis e previsíveis (E também não chega a ser um filme trash com animais, é bem produzido). Eles tem um esforço maior em criar um enredo mais palpável e condizente com ocasiões mais surreais. E também humaniza mais os personagens. Apesar de alguns efeitos de computação gráfica bem fracos, é um bom filme com momento tenso bastante bem construído, tem boas atuações e o design de som é bastante bem feito.
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraTransita num terreno minadíssimo de forma muito bem feita, afinal estamos falando da juventude hitlerista. Ninguém menos que Taika Waititi pra entender que comédia, historicamente, é uma poderosa ferramenta dialética, principalmente pra confrontar poderosos e o status quo que mantém eles quase intocáveis num olimpo praticamente inalcançável. Ela precisa estar a serviço dos marginalizados, não devendo ser utilizada como instrumento de discriminação, mas sim para equilibrar uma balança cujo desigualdade causa dor e sofrimento.(De alma lavada por esse filme ter ganhando melhor ROTEIRO sobre Coringa, cujo o diretor reclamava sem parar de como homens brancos não podem fazer humor por conta do politicamente correto...pois bem kkk). O filme tem alguns problemas de ritmo e umas escolhas questionáveis, mas ao todo é muito agradável. Tem ótimas escolhas de composiçåo, em especial trilha e fotografia, que deixou bastante charmoso e impactante. Os atores estão muito cativantes e no ponto certo, que deixou o filme e a trama dele muito suave mesmo com o humor ácido muito bem entrelaçado com a sujeira de onde ele se trata.
Obs: O atores que fazem o Jojo e seu amigo da escola são umas das crianças mais fofas em filmes em um bom tempo, on point.
Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KLoucura Total. O filme retrata a violência dentro do roteiro de forma tão inteligente, e se emancipa de muitas convenções do "gênero". Parece um espetáculo, o filme não para te jogar entretenimento em nenhum momento. E nisso eu quero dizer principalmente: risadas, cores e muita ação, muita mesmo. AS CENAS DE AÇÃO SÃO ESPETACULARES. Mas não só isso, a forma como a trama segue o curso é bem esquizofrênica e não linear de um jeito até abusivo, mas funcionou, porque você sabe que tudo isso é completamente intencional, e conforme o desenrolar do filme ele pincela várias vezes tudo que foi mostrado anteriormente pra não te deixar tão confuso. E com certeza não quer nem um pouco ter uma narrativa redondinha padrão de jornada do herói e arco de personagem e blábláblá. E isso deu muita personalidade. É uma experiência diferente, principalmente se tratando em filme de super-herois. Pois não é pretensioso ou falso pretensioso como eles muitas vezes tentam ser. O plot pode parecer muito simples e até bobo, mas as vezes é bom valorizar o bom e velho entretenimento que não é profundo, mas é bastante estiloso e cheio de vida. Me lembrou bastante o sentimento com 'John Wick', cuja a trama basicamente é "Mataram meu cachorro, vou matar todo mundo". E você compra isso porque quer apenas ver ele matando os assassinos de dogos por 2 horas de forma estilosa. É muito bom quando você vê coisas profundas sim, mas não tem problema algum em gostar de algo apenas por ser divertido. Você quer ver apenas uma jornada empolgante e é isso que recebe. A direção é bastante minuciosa, e pega todos os frames ideais possíveis, principalmente nas lutas, já que o filme é bastante frenético. É tão na perspectiva da Harley que parece até que foi ela quem dirigiu. A Margot Robbie já é considerada por mim uma atriz masterpiece, mas a atuação dela aqui é bizarra, ela é uma máquina de expressões e dá muita credibilidade em toda a corporalidade, é algo nível oscar pra cima (se eles dessem prêmios pra todos os tipos de filmes e todos os tipos de propostas, fiquemos com Joaquim Phoenix ganhando pelo Coronga dançando créu na escadaria...enfim, piadas a parte...). O longa é feito pra girar em torno da Harley Quinn e é isso que ele faz.
E não é uma história vazia apesar disso. Tem alguns subtemas com as personagens bastante presentes, principalmente mostrando as FRAGILIDADES de um personagem, e fragilidade relacionado a um término romântico, e isso deixou mais sólido e trouxe algo novo, apesar dos exageros.
A parte onde o Máscara Negra pede para o cara do bar rasgar o vestido da amiga dele, achei pesada e desnecessária, e não casou muito bem com o tom do resto do filme pra mim, mas como era para contextualizar o sentimento de abuso da Canário, dá pra relevar.
Sobre os personagens. Se você não gosta ou não entende a personagem da Arlequina, é bem provável que você não aproveite o filme como deveria. Ela é a protagonista, e de fato única que tem um pseudo-arco maior. Ela tem que passar por um mar de aprovações que inclusive a colocam em perigo, e entender que se emancipar é lutar sozinha mas pode ter apoio de outras pessoas que buscam ou já buscaram isso. A relação com todo mundo é um dos pontos altos e conversa direto com o quê é a Arlequina.
A cena onde a unica pessoa com que ela podia contar denuncia ela pra policia e consequentemente pros criminosos, me deu um nó na garganta.
As outras personagens estão apenas orbitando em volta do filme como homenagem e com o mínimo de background, como uma espécie de prelúdio para o que seriam as Aves de Rapina.
A Canário Negro é a com maior profundidade dramatica, essa versão da personagem é bastante condizente com o que seria a Canário Negro, tem uma participação pontual, e o que seria a mais próxima de uma heroina e mais relacionável.
Caçadora é completamente a Caçadora, com todos seus pós e contras, e gerou uma personalidade bastante cômica, apesar de falar pouco, a narrativa conta o essencial pra entender ela.
A Renee Montoya pra mim foi a personagem mais desnecessária do filme todo, a personagem está fora do que ela é originalmente, ela é bastante não levada a sério, e sinto que ela não acrescenta em muita coisa para a equipe. Eu sei que o intuito era assim como a Cassandra Cain, trazer mais diversidade em idades e tipos de pessoas pra equipe, e não ser só 3 jovens mulheres atraentes... Mas eu acho que poderia ter usado de uma maneira muito melhor, que não tomasse tanto tempo de desenvolvimento da Canário e Caçadora que são personagens centrais da equipe. Ela é bem descartável.
Cassandra Cain é um mero instrumento da trama, e a atriz pela falta de experiência em atuação deixa muito a desejar, em vários momentos ela não conseguia entregar nada.
Máscara Negra é caricato ao extremo, um vilão clássico de codificação queer, mas encaixou para o que filme tava querendo, um mafioso horrível e misógino. Ewam McGregor é sempre muito carismático, que homem.
Victor Zsasz tá bastante reconhecível, fiel, e é um bom acréscimo.
É realmente uma surpresa positiva pela simplicidade em apenas ser um filme para relaxar e divertir, sem cobrar do telespectador uma visão de HQs e um entendimento geek cult, que muitas vezes, causam um pouco de desânimo em quem não se sente habituado com esse universo. Estamos num tempo, onde já tivemos muitos filmes de temática de super-heroi, em pouco mais de 10 anos tivemos 24 filmes de um único estúdio. Qualquer criticismo quanto a Aves de Rapina sobre, fidelidade, caracterização, coerência, fanservice e etc, qualquer erro apontado aqui já aconteceu em diversos outros filmes. Então tô pouco me lixando, eu só quero um filme divertido e fresco, que traga algo diferente à mesa. Eu gostei da simplicidade e elegância em que 'Aves de Rapina' é feito, gosto da pretensão de como ele almeja alcançar o público e é isso que importa.
Fora que em questão de coerência com os personagens originais dos quadrinhos, tem muito aqui, principalmente com a Arlequina, então estou tranquilo.
Mesmo com algumas pontas soltas e alguns furos em sua totalidade, você não questiona, porque entende que o intuito é muito mais visual e espirituoso, do que complexo. Me diverti muito
Jovens Titãs: O Contrato de Judas
3.7 128 Assista AgoraA personagem da Terra é horrivelmente construída. Não tanto pela personalidade, o filme até tenta desenvolver o porquê dela ser tão insuportável - que é por ela ter passado maus bocados tão nova - e eu acho que combina bastante com a proposta da história e também o fato dela ser uma adolescente. Mas sim por ela não ter motivação plausível ALGUMA pra trair os titãs para o Slade, até a Ravena é super acolhedora. Ficou muito mal executado. Daí criaram uma paixão platônica forçadíssima, mesmo ela tendo uns 15/16 anos, ok, pedofilia assim de graça...(mesmo esperado). Então ela é só uma jovem delinquente rebelde e apaixonada...que clichê. Ao menos em contrapartida a representação da equipe dos Jovens Titãs está completamente decente, bem mais que o filme anterior "Jovens Titãs vs Liga da Justiça". Damian tá menos super exposto e o romance dele com a Ravena foi esquecido, e ela também tá menos adolescente songa monga, os outros membros estão ok dentro do que é oferecido pra eles na história. No mais é um filme cheio de problemas mas não é entediante, só é bem descartável tendo em vista que a série animada já a fez muito melhor essa mesma história.
A Morte do Superman
3.9 171 Assista AgoraConseguiram fazer o Apocalipse um personagem um pouquinho mais interessante. Fazendo dele uma máquina assassina sanguinária imparável que vai trazer o apocalipse para a Terra matando um por um, e isso rendeu boas cenas de terror. Mesmo surgindo do nada sem razão alguma, assim como na história original. Os personagens da Liga da Justiça estão mais simpatizáveis aqui nessa leva de animações baseadas nos Novos 52. O heroísmo e compaixão dos heróis com as pessoas estão mais evidentes, principalmente com o Superman, e está com a formação original. È uma animação decente com uma história pra lá de saturada (A Morte de Superman é o A Saga da Fênix Negra da DC, tentam forçar ao máximo de alguma forma, a diferença é que a morte da Jean tem uma boa ideia por trás, já a do Super é só ele se porradando com um monstrão imbecil.) Mas tem momentos bem tensos, a forma que constrói a morte é emocionante, e é divertido. Já é bem melhor que certos filmes live action que tentou adaptar essa história.
Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas
3.5 173 Assista AgoraSe tu não se perguntar o porquê de um filme (para o cinema) dessa série e se desapegar completamente dos personagens e suas representações, o filme é bem divertido até. Eu estava esperando a coisa mais boboca, mas me surpreendi, o filme tem umas tiradas bem legais, principalmente envolvendo todo o background midiático dos personagens da DC, que me arrancou risadas inesperadas. A trama é boba e os personagens são unidimensionais, mas a composição é bem feita (eu gosto do traço do desenho) e tem músicas que grudam na sua cabeça. Vale a pena assistida sem compromisso com absolutamente nada.
Beleza Americana
4.1 2,9K Assista Agora"É um filme sobre um cara que começa a malhar pra se aproveitar sexualmente de uma adolescente. Só que 20 anos depois a gente descobriu que o filme era, na verdade, um documentário sobre a vida do Kevin Spacey".
Definições perfeitas à parte, mais um ótimo e subversivo filme de 1999.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraComo eu queria que aquilo tivesse acontecido com os reais autores do assassinato... e eles estavam realmente parecidos. Mas eu achei o filme interessante só pela ambientação (cenários, estética e trilha sonora, a música 'Helter Skelter' foi usada brilhantemente aqui). E também poderia assistir só pelos carros belíssimos e a cidade e toda sua construção imagética, junto com linguagem com filmes westerns e Bang Bang. Porque a trama dos dois protagonistas é bastante tediosa. Sobre o quanto um típico ator de cinema hollywoodiano "decai" não estrelando mais filmes de ação, e menospreza qualquer produção não legitimamente estadunidense e no telão. Sério isso filme? Eu acho que esses são os protagonistas menos cativantes dos filmes do Tarantino. Chega a ser desapontante o fato da personagem da Sharon Tate não ter tido mais destaque, parece que quando ela iria falar algo cortavam ela pra mudar de cena e você queria ver mais pois era uma personagem cheio de vida, e é a Margot Robbie interpretando. E isso nem é por ela ter tido quase nenhuma fala, mas o filme poderia ter sido muito mais alegórico à figura dela com mais cenas em tela, levando em conta o suposto destino macabro da atriz.
Fora que se tu não conhece a história do qual o filme tá querendo se passar, você fica perdido igual cego em tiroteio. Os personagens aparecem do nada e as motivações deles é completamente abrupta e radical sem o máximo de contexto, parece que quer deixar a entender que eles só estão fazendo aquilo por serem apenas hippies fedidos anti-sistema extremistas, quando na verdade não é bem isso. (Apesar de eu ter gostado do Charles Manson ter aparecido pouco, se tem uma coisa que não precisávamos era de um filme novamente punhetando um psicopata). E levando em conta ser um filme do Tarantino, foi estranho não ter tido um final maluco e violento (sim) mas com antagonistas marcantes.
O grande problema talvez tenha sido não saberem se colocam o caso Tate-LaBianca como pano de fundo ou trama principal. Daí fica uma trama paralela meio perdida, que você sente que poderia ser muita mais bem construída.
Talvez o diretor tenha preferido honrar o legado de Hollywood e da atriz à sua própria forma, mas fazer um filme distópico de um fato histórico não é nenhuma novidade vindo dele, e a repetição disso pode acabar soando infantil demais, pois definitivamente não tem tanto desenvolvimento quanto poderia. E o Tarantino perdeu muito a mão nesse sentido, e em outros também.
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraÉ um dos maiores atos brasileiros (sem nacionalismo) de 2019 esse filme. Só a forma que critica o formato moderno de colonialismo exterior no Brasil, histórico e atual, através dos personagens é sensacional. Isso sem falar sobre a estética e técnicas, que são o melhor que algo com identidade e característico do país original pode oferecer, com uma mistura do cinema sofisticado de filme B com uma produção total brasileira. Mas o que eu quero falar mesmo é sobre a retratação do PAULISTA (eheh) ou sudestino. O qual acha que está o mais perto possível de uma civilização ideal porque são os que mais emulam o modo de vida norte-americano e se afasta das raízes brasileiras, e apaga sua cultura como brasileiros, se considerando a parte rica do país. Isso também respinga direto à dita cuja "classe média", que apoia um governo para a elite achando que vai se beneficiar de alguma forma, mas no final eles vão sofrer o mesmo que todo mundo. Se um paulista não tem a autoconsciência de ser aquele que ocupa muito esse lugar no Brasil, de ser aquele que exotifica todo mundo, que se trata como o "lugar comum", e todo mundo é estrangeiro, tendo uma postura totalmente antipática. Alguém deve avisar isso: O PAÍS É MAIS QUE VOCÊ, SEU UMBIGO E SUA CIDADE LINDA GIGANTE. Essa postura paternizadora, é uma questão real, especialmente no turismo, eles se enxergam próximo dos norte-americanos, mais próximo deles do que de nós. Uma visão "white-pardo" do qual acham que são brancos de origem européia, quando na verdade não, e que por não se enxergarem nessa outra parcela da população brasileira eles são capazes de matar. Eles matam por não se verem como iguais, e por serem diferentes, eles morrem.
A figura do Museu Histórico, mostra que a violência é algo que eles vivem desde sempre. É a história e o passado deles, e isso é um dos pontos mais altos do filme, e o mais catártico pra mim. Com toda essa relação do museu de ser esse lugar da nossa memória, o lugar onde a gente se vinga e se informa.
E mostra que o nordeste sempre foi, é, e sempre será o maior símbolo de resistência e de preservação das origens, ecológicos, e da cultura no Brasil. E nem sempre tem como fazer isso de forma fácil e pacífica. Porque né...A ligação com o imperialismo não é mera coincidência.
Horas depois de assisti-lo ainda fica na minha cabeça por como ele me atingiu com todos seus simbolismos e analogias críticas intrisecas - que são inúmeras - e me provocou a enxergar que precisamos sair da nossa zona de conforto. Prestar atenção no que faz mais parte de nós, nossa gênese e realidade. Eu consumo tantas coisas estadunidenses, e gosto muito delas. Mas me senti provocado a querer integrar mais com obras locais, valorizar é o começo. Tirar um pouco os olhos das luzes e estrelas cintilantes de Hollywood, e tentar me lembrar onde estou e de onde vim.