É visível como ele tenta, ao longo de sua condução, fugir dos clichês e, apesar de ser louvável, as decisões seguintes não são satisfatórias. Inicia como um filme em que rejeitados terão que conviver entre si no período de férias, quase indicando que seria algo no estilo de Clube dos Cinco, apresenta diversos coadjuvantes, cria conflitos entre eles e, depois de vários minutos, elimina todos. Apesar dessa "reviravolta" não ser bem trabalhada, ainda assim não atrapalha o espectador. No entanto, quando o filme parece que vai se encaminhar para o estilo de professor mudando a vida do aluno e vice-versa, algo no estilo Sociedade dos Poetas Mortos, também muda seu estilo e, com isso, parece que a história fica devendo qualquer intimidade e alteração significativa na característica dos personagens. Eles mudam, claro, mas você jamais fica com a impressão de que essas mudanças são significativas ou para sempre.
E vários outros aspectos vão sendo alterados e esquecidos ao longo da condução, como por exemplo a própria edição que, de início, marcava a passagem do tempo nos dias de reclusão, passando a ser ignorada em menos da metade do filme. Seu próprio final é cansativo, principalmente os últimos 25 minutos, em que já sabemos como tudo irá se resolver e ainda longas cenas são utilizadas.
Apesar de ser bem agradável de assistir e com boas atuações, principalmente do rapaz que faz Tully e de Da'Vine (merecida a indicação), o filme te deixa com uma impressão de que está incompleto.
Não conheço nada de Leonard Bernstein, então não posso julgar se é fiel à sua biografia. Ao menos de memória, as únicas lembranças que tenho dele era seu nome aparecer na música do R.E.M (tanto que surtei quando ela toca no filme, ainda que por poucos segundos, para mostrar a influência do artista) e a menção a seu programa infantil em Tár.
E acredito que isso seja um bom ponto de partida porque, se não fosse por Tar, talvez não existisse o interesse por esse filme. Mesmo tendo grandes nomes envolvidos na produção, como Steven Spielberg e Martin Scorsese, sua história, da forma como contada, não teria tanto apelo com o público atual. No entanto, pela forma pouco usual com que Tar contou uma história, é impressionante como os melhores momentos de Maestro seguem o mesmo estilo. Eu explico: Mesmo com diversos conflitos e boas atuações, os melhores momentos de Maestro são aqueles em que os personagens fazem seus monólogos, por vezes olhando para a tela ou interagindo com um entrevistador, ao estilo de Tar. É nesses momentos que o filme cria uma conexão muito forte com o espectador, nos fazendo pensar, em diálogos muito bons.
E a partir disso ele se preocupa em mostrar a vida dessas pessoas em paralelo a esses diálogos, em mostrar os momentos de introversão, a alma de compositor, em contrapartida com os momentos de extroversão, a alma de maestro, e todo o preço que se paga por um dom (algo também abordado em Priscilla, mas aqui de uma forma muito melhor).
Não creio que em nenhum momento Bradley Cooper foi sublimado por Mulligan considerando que os dois tem atuações incríveis e nos momentos certos da trama. Mesmo com um ritmo bem ruim no segmento em preto e branco (me fazendo compreender porque muitos o consideraram chato), tais trechos servem para conduzir à parte final em cores, seu completo oposto e em um ritmo excelente, bem como realçar a fotografia e a maquiagem, que estão incríveis.
Gosto muito da forma como Bradley Cooper leva a sério seu trabalho no cinema, independente do papel que desempenhe, seja fazendo uma comédia como Se Beber não Case, dublando um guaxinim ou interpretando uma figura histórica, sempre se preocupa em trazer algo mais à arte, e consegue.
Assisti sem nenhuma informação sobre a história, e talvez por isso tenha me surpreendido tanto. Apesar de toda a estranheza inicial que chega a causar um incômodo, com o espectador sem saber se o filme será um clichê de colegas se apaixonando ou uma transposição da crítica de costumes que normalmente acontecia nos romances do século XIX, estes elementos são fundamentais para te inserir nessa história que vai se amoldando conforme a situação da mesma forma como os personagens.
E mesmo com o filme tendo um aspecto parado nesse momento inicial, algo que dura em torno de 40 minutos, te dando raiva do personagem de Barry Kheogan por ficar quieto ao invés de entrar na loucura da família, é justamente quando ele entra nessa loucura que toda essa apresentação passa a fazer sentido e recompensa o espectador, sendo catártico.
É um filme essencialmente de roteiro, então não tem como esperar grandes atuações visto que ele não se propõe a isso. Ainda assim, tem uma bela fotografia, que agrega ao filme, não sendo só um elemento estético. O ponto negativo é que, próximo ao final, passa a tratar o espectador como um idiota ao querer mostrar algo que já sabíamos há um bom tempo, não sendo compatível com todo o estilo criado até então.
É gostoso de assistir e tem um bom ritmo, mas não é um filme SOBRE a Gal Costa, e sim um filme COM a Gal Costa. Ela acaba se tornando coadjuvante de sua própria história e isso que incomoda ao querermos ver mais ela, seus pensamentos e atitudes. O foco do filme se concentra mais no cenário musical do Tropicalismo (e por isso outras figuras relevantes da música e que até mesmo fizeram parte da vida de Gal sequer aparecem aqui, como Chico Buarque, da cena da MPB/Bossa do Rio, ou seja, com um outro círculo de amizades) e no período histórico do que na vida de Gal Costa.
Sua infância, com exceção de uma única cena de flashback, sequer é mostrada, bem como a Bahia. Mas indo mais além nessa falta de Gal em seu próprio filme, ele acaba, talvez por um equívoco, colocando-a em uma dependência excessiva de Caetano, não dando um panorama de sua força como compositora e musicista, mas unicamente de cantora, "a maior voz do Brasil".
Talvez nossa decepção maior seja principalmente na cena de Divino Maravilhoso, aquela que esperamos o filme todo e, quando ela chega, nos dá a impressão de ter sido feita às pressas, com uma dublagem muito desconexa, atuação fraca e até a fotografia se mostra bem amadora. Se tivessem gravados mais vezes o resultado melhoraria.
Ainda assim, como disse, é um filme agradável de se assistir e os pontos fortes são a atuação de Rodrigo Lelis como Caetano Veloso, que além de ser idêntico fisicamente ao cantor no período, ainda consegue nos convencer de tê-lo personificado, bem como a de Lobianco, que traz leveza sempre que necessário como o empresário da cantora.
É um bom filme, mas não é Wonka. O problema do filme é que ele é tão genérico que te dá a impressão que reaproveitaram um outro roteiro e inseriram o personagem para vender mais.
Nós não conseguimos identificar o personagem ali, tendo pouquíssima relação com o Willie Wonka de qualquer versão, o que vai nos dando um incômodo que acompanha o filme todo. Da mesma forma como foi inserido o amor pelo chocolate, ele poderia contar a mesma história inserindo qualquer outro elemento (a paixão pela música, pelo cinema, a vontade de vencer), não sendo à toa que muita gente disse que a história de Wonka no filme estava mais para a história de Silvio Santos.
E com esse roteiro genérico, vai inserindo outros elementos meramente para agradar o público, como personagens com características peculiares para ganhar um apreço do espectador (o humorista sem graça, a telefonista que não fala). E ainda chega ao cúmulo de usar do clichê "O verdadeiro XXXXXXXX (inserir qualquer coisa) são os amigos que fazemos pelo caminho".
Dito isso, ainda é um filme visualmente impecável, mesmo com a fotografia caindo de nível nos momentos musicais para parecer uma peça da Broadway, sem nenhum filtro. A música a World of Our Own é linda e o filme é até assistível, mas não sendo nada além de um passatempo.
É um bom filme, apesar de ter um sério problema em transmitir os sentimentos de seus personagens. Mesmo com Joshua sofrendo o pão que o diabo amassou, você não sente toda essa carga pesada que foi a sua vida. O filme também não nos ajuda a sentir o impacto de vários momentos ao querer estender demais as cenas, deixando-as cansativas.
Apesar disso e mesmo tendo óbvios defeitos, é um daqueles filmes que ajudam o crescimento do cinema, sendo um passo adiante à tudo que vem sendo feito. Ele não é apenas mais do mesmo, se preocupando em contar uma história diferente do comum ao mesmo tempo em que se apoia em várias referências do passado, seja do cinema com Star Wars, Platoon, A Ponto do Rio Kwai e Inteligência Artificial até referências históricas.
Acho que seu problema maior é fazer com que desde o início sabemos qual a intenção do Sr. Frio, ao contrário do Batman. Diferente do que acontece nos quadrinhos, em que normalmente vamos acompanhando a investigação junto com o personagem e descobrindo o desfecho, aqui nós de imediato já sabemos mais do que o personagem, fazendo com que fiquemos impacientes com toda a investigação até o momento final.
Ainda assim tem ótimas cenas, apelando para alguns momentos com computação gráfica que até hoje não ficaram datados, como a chegada à plataforma de petróleo ou a saída da BatCaverna. Tem uma ótima construção de personagens, principalmente do Sr. Frio e de fato cria um Batman com as características dos quadrinhos, alguém que valoriza a vida e que faz de tudo para salvar os outros, ainda que sejam vilões.
Tem alguns problemas bem amadores que poderiam ser resolvidos, ainda que o filme já seja de baixo orçamento, o que nos faz perdoar diversas coisas. Não havia a menor necessidade de um filme com tamanha duração e, considerando que ainda não havia sido lançada a versão de Richard Donner do segundo filme, não faz muito sentido o comportamento de Lois Lane neste filme (algo que só seria explicado na versão de 2004). Ele também não sabe como conciliar o humor e os momentos de ação, recriando um grupo de vilões no mesmo estilo do Lex Luthor dos filmes anteriores, algo que já havia sido ruim.
No entanto, ainda assim é uma história bem agradável de se assistir, dando um maior destaque ao Superman, que é realmente o que segurava a nossa atenção em todos os filmes, com aquele jeito carismático que te fazia acreditar que o personagem fosse real. Também, acaba tendo um dos melhores momentos de todos os filmes do Superman, e com efeitos muito bons, quando ele enfrenta seu lado maligno. Vale muito assistir.
É uma versão que não tinha a menor necessidade de existir. Ela vem de um hábito do início dos anos 2000 em que grandes diretores relançavam suas obras com algumas alterações para atrair o novo público e criar um aspecto mais consolidado de sua obra, como por exemplo o relançamento de E.T. por Spielberg em que retirou digitalmente as armas por julgar que não condiziam com um filme infantil ou a remasterização da trilogia clássica de Star Wars para se adequar à mitologia criada com os novos filmes.
Aqui, Donner refaz seu filme retirando alguns momentos que lhe foram incômodos, como as cenas de Lois Lane fumando ou todas as sequências na suíte nupcial, em que há um tapete com pele de urso polar no chão (tanto que, ao fim dos créditos, Donner enfatiza que já era contra o tabagismo e o uso de pele animal à época do filme). Insere novamente a figura de Marlon Brando, ausente na primeira versão, dando uma unidade maior ao filme. Diferente do costumeiro, a versão do diretor, ao invés de ser mais longo, é mais sucinta, com a retirada de diversos momentos interessantes que auxiliam no nosso apego à figura do Superman.
O problema é que, se fosse somente por essas alterações, ainda que desnecessárias, não atrapalharia o andamento da história. Ocorre que além dessas decisões Donner traz diversas mudanças no próprio roteiro em si, inclusive se reutilizando de cenas inteiras do primeiro filme para mudar todo o final deste, fazendo com que a história, além de repetitiva, perca o sentido na última cena.
Ainda, desperdiça bons momentos do original, como todo o segmento inicial em Paris, que demonstram o Superman como um herói que salva todo o planeta, e não somente os Estados Unidos. Em contrapartida, o momento em que Lois descobre a verdade sobre Clark é muito melhor e impactante aqui do que no original, talvez a única cena que de fato merecesse ser substituída.
Vale a pena, mas não justifica o surgimento de uma nova versão.
Eu lembro de ter assistido a esse filme quando criança quando passou no SBT e ter gostado muito. Anos mais tarde tentei rever e achei cansativo, não conseguindo passar da sequência de Clark jovem.
Agora, mais velho e revendo o filme, é possível perceber com clareza a razão dele se sustentar: Christopher Reeve.
Mesmo com o filme se apoiando em um orçamento grandioso para criar um épico, trazendo atores como Marlon Brando, que já era um monstro consagrado por Sindicado dos Ladrões, Um Bonde chamado Desejo, O Poderoso Chefão e O último tango em Paris; Gene Hackman que já havia revolucionado o cinema policial com Operação França e A Conversação; trilha sonora de John Williams que também já era reconhecido pelas trilhas de Star Wars e Tubarão; Mario Puzo no roteiro, escritor de O Poderoso Chefão; é Christopher Reeve quem segura o filme, tanto que nos momentos em que este não aparece o filme fica cansativo.
É longa toda a cena de Krypton, criada justamente para dar esse aspecto mais épico, e cansativo todo o segmento de Clark jovem, com a função de apresentar os valores do personagem. Mas quando Christopher Reeve aparece tudo muda, e é incrível como ele personificou o personagem a ponto de nós mesmos falarmos “Ok, eu também não o reconheceria com seu disfarce de Clark” visto que até o seu sorriso é diferente quando se transforma em Superman.
Ele é cativante, um sujeito que você tem vontade de ser amigo e que de fato confia e é justamente por ele que diversos momentos frágeis do roteiro passam a ser irrelevantes, porque ele te convence da veracidade de seu personagem. Mesmo com um humor que muitas vezes não funciona ou algumas cenas que te fazem pensar "Como é que ele sabia isso?", você não consegue ter um apego afetivo ao personagem e é lindo ver suas cenas no terraço com Lois Lane.
Depois disso passei a compreender o epitáfio “Aquele que nos fez acreditar que um homem podia voar”.
É impressionante como a série animada do Batman captou tanto a psicologia do personagem a ponto de revolucionar os próprios quadrinhos dele, levando Paul Dini para o time de roteiristas. Bruce Wayne nada mais é do que um rapaz que sofreu um trauma e nunca conseguiu superá-lo, e é incrível ver como A Máscara do Fantasma explora isso, seja através do quadro grandioso dos pais, como se o dominassem, ou naquele que eu considero o ponto máximo do filme, o desabafo de Bruce Wayne diante do túmulo falando sobre a dor dessa perda, uma cena tão incrível que sequer os live actions se aventuraram a reproduzir.
E mesmo com o filme se dedicando, sem necessidade, a um protagonismo final do Coringa, essa profundidade maior dada ao personagem é o que faz valer a pena.
Uma das melhores coisas que fiz foi ter revisto o original antes de assistir a continuação, o que tirou todo aquele aspecto de nostalgia e, com isso, dá para perceber claramente que este é melhor que o anterior, com um ritmo maior e focado na resolução de seu problema, ao invés de criar gags aleatórias.
A Ameaça dos Nuggets é feito com cuidado para manter toda a ambientação do original então, mesmo com a Aardman já tendo avançado muito em sua tecnologia, ainda assim reutiliza as mesmas técnicas do primeiro filme, sendo visível novamente as marcas de dedos nos bonecos entre um movimento e outro e a interação destes com outros elementos vivos. Ele é propositalmente "arcaico", e isso é bom.
Tem desde alguns momentos ao estilo Muppets bem como sequências inteiras retiradas de Toy Story 1 e 2, mas feitas com tanto carinho que deixam de ser cópias para serem homenagens. Torna visível como as pessoas que trabalharam no filme entendem e gostam desse universo das animações.
Ainda, se o primeiro satirizava os filmes de prisão como Fugindo do Inferno e Fuga de Alcatraz, aqui o foco são os filmes de espionagem e distopia, tendo muita coisa de 007, Missão Impossível e O Show de Truman.
Repete a característica inicial de trazer uma história que, ainda que seja um pouco mais profunda, permite que o espectador a assimile à vários contextos diferentes, como liberdade, exploração, mito da caverna, dentre outros, algo que de fato eu tinha medo de que pudessem estragar ao quererem ser muito óbvios na mensagem, sendo que o original funciona justamente por ele não ser nada óbvio e agradar a todos.
Senti falta das vozes originais, mas compreensível a ausência.
Igual a grande maioria, revi por conta do lançamento do segundo filme já que boa parte na época assistiu por conta da escola ou da sessão da tarde, quando fomos pegos de surpresa em ver como o filme era bom além de uma animação para divertir crianças.
E é interessante justamente por isso: o filme tem uma mensagem aberta o suficiente para que você consiga trabalhá-lo em vários tipos de contexto. Pode inserir o tema do mito da caverna, religião, capitalismo, os gulags, campos de concentração e diversos outros temas que são óbvias referências e por isso que ele funcionou tanto, porque mesmo com você sendo uma criança no período ainda assim conseguia ver que existia algo a mais ali e pensava "Nossa, esse é quase um filme de gente grande", e queríamos mostrar para os pais, que assistiam de início contrariados e depois também passaram a achar genial.
É legal ver o avanço da Aardman que aqui ainda apresenta um stop motion bem arcaico, podendo ver diversas vezes as digitais dos manipuladores nos bonecos entre um movimento e outro, e isso não atrapalhar em nada a história que está sendo contada. Ao contrário, acrescenta.
No entanto, ele apagou um pouco daquele sentimento de nostalgia nessa segunda revisitada, sendo um pouco cansativa toda a metade inicial, talvez por já saber o seu plot twist a respeito de Rocky e a forma como irão fugir da granja,
Não entendo a grande polêmica sobre o filme, considerando que ele é extremamente fiel ao livro. No entanto, seu maior problema não é mostrar este outro lado do Elvis, que era sim manipulador e explosivo a ponto de, após o divórcio, se perder completamente no personagem de Rei, mas sim que o filme não sabe ao certo como contar essa história.
Ele é lento, mas não é cansativo, algo natural quando se pretende contar uma história que se desenrola por quase 15 anos, mesmo problema enfrentado por todas as outras cinebiografias de Elvis, que acabam tendo problema de ritmo ao querer abordar várias fases, altos e baixos.
No entanto, se este ponto não atrapalha em nada o filme, o que atrapalha é que ele de fato bebe em muitas dessas versões anteriores, tendo até mesmo cenas idênticas no filme de Elvis estrelado por Jonathan Rhys Meyers, como por exemplo a cena da queima de livros ou quando ele rechaça Priscilla. Então o filme vai se dividindo em um estilo de obra para a televisão, um filme independente de baixo orçamento e um filme comercial, com sua fotografia mudando constantemente sem que isso tenha qualquer função na história.
E nisso tudo você percebe claramente que o filme não tem a menor ideia de como encerrar sua história, tanto que isso acontece de maneira repentina em uma cena que deveria ser melhor digerida pelo espectador a fim de compreender como alguém pode alcançar a liberdade e reconhecer que ali teve seu grande amor.
Não se deixe levar pela duração. Killers of the flower moon tem a duração necessária para contar sua história e não há nenhum momento que poderia ser retirado ou contado de forma diversa. Pause, vá ao banheiro, mas não deixe de apreciar essa obra.
Mesmo tendo um início bem diferente dos filmes de Scorsese, ele foca em apresentar em sua primeira hora todos os personagens e as suas intenções. Como são vários, talvez este seja o momento mais cansativo para alguns. No entanto, sua 1h:30min final é frenética, se tornando um verdadeiro filme de Scorsese com diversos elementos remetendo à Os Bons Companheiros e até mesmos à referências cinematográficas como em Hugo Cabret, os diálogos com voz pausada de A Era da Inocência e até referências religiosas remetendo a natureza com o divino, como em Kundun e Silêncio.
É lindo de ver, Lily Gladstone encarna uma personagem maravilhosa que rouba a cena sempre que aparece, e Leonardo Di Caprio, que normalmente faz personagens com uma mente brilhante ainda que picaretas por algumas vezes, como em O Aviador e O Lobo de Wall Street, aqui entrega um personagem extremamente ingênuo que de fato te convence de todo o conflito entre o amor por sua esposa e a obediência ao tio.
Está longe de figurar entre os melhores do Scorsese, mas impossível não dizer que ele é perfeito.
Após uma sequência de dois filmes bem ruins, Velozes e Furiosos volta a ter uma boa trama, mesmo sem ser tão bom quanto os filmes 4 e 8, que são espetaculares até mesmo para quem não acompanhou a saga.
Toma uma decisão muito inteligente em não querer criar um vilão tão frio e calculista quanto Cypher, então traz Jason Momoa com uma espécie de Coringa misturado com Jhonny Depp que é bem divertido e cumpre a função de não sabermos o que esperar do personagem. Brie Larson me surpreendeu com uma personagem extremamente agradável e deu vontade de acompanhar mais dela. John Cena rouba a cena sempre que aparece.
Não à toa, é visível que a saga já se encaminha para o seu final não só pela idade dos protagonistas, mas também por seus próprios personagens apontarem esse cansaço natural da idade, querendo uma vida mais pacata sem se preocupar com quem bate à sua porta. Talvez por isso que, mesmo com tantas desavenças, todos estão aceitando voltar para encerrar seus respectivos ciclos.
Paul Walker faz falta, e é estranho ver a mesa vazia ou ele ausente em sua própria casa, algo que acredito que deixarão para ser corrigido somente no último filme, como um presente aos fãs.
Quando eu assisti a saga de 007 e cheguei na fase Roger Moore, onde havia todos aqueles foguetes da morte e carros submarinos, eu me perguntava se o público da época considerava aquilo tão galhofa como parecia décadas depois. Agora, vendo o Velozes e Furiosos 9, obtive a resposta.
Por que é algo que não somente não combina com o estilo da saga essa linha mais tecnológica e até mesmo futurista adotada desde Hobbs & Shaw, mas também porque tira todo a dificuldade e o aspecto crível até mesmo das cenas mirabolantes que costumeiramente existem. Então mesmo que seja um novo desafio aos personagens, mais atrapalha do que ajuda.
Ainda que seja um filme corajoso em inserir mais aspectos da vida de Toretto após 9 filmes, bem trabalhados e nos convencem ao longo da história após uma normal estranheza inicial ("Como assim ele tem um irmão e só agora falam?"), isso tudo acaba sendo atrapalhado unicamente por todo esse aspecto catártico que tentam criar nos novos desafios. Vale pelos personagens que voltam e o destaque maior dado à Helen Mirren, mas é bem cansativo.
Creio que se não tivesse em seu título o nome da franquia Velozes e furiosos o filme seria bem melhor, e não por causa da franquia em si, a qual eu gosto, mas sim pelo fato de ao vincular com o nome já esperarmos certas características, como diversas corridas de carros e ao menos a menção a alguns personagens, como Toretto. Com isso, quando falam da necessidade de encontrar alguém que possui conhecimento em tecnologia o espectador já pensa "Agora vai aparecer a Ramsey ou o Tej".
No entanto, Hobbs e Shaw acaba sendo um filme completamente autônomo, se aproveitando de dois de seus personagens para criar uma história nova e até bem competente, antecipando coisas que seriam utilizadas quatro anos mais tarde em Missão Impossível: Acerto de Contas Parte I (e por coincidência, também com Vanessa Kirby). Só que, como dito, todas essas boas ideias tecnológicas, vírus, empresas secretas, alteração de DNA e tantas outras coisas são os últimos elementos que pensaríamos quando nos deparamos com o título de "Velozes e Furiosos", e então uma saga que já tem algumas características mirabolantes acaba ficando totalmente sem nexo. Era fundamental ter vendido este filme de forma diferente.
É divertido, tem bons momentos, ampliam as interações entre a família de Hobbs, algo que já era bom no Velozes e Furiosos 8, mas em um apanhado que traz muita coisa ao espectador.
Talvez por ele incorporar tanto o espírito da galhofa, tendo consciência disso, que o resultado é melhor. É certo que quando Velozes e Furiosos se propõe a fazer algo mais pesado e cumpre com a proposta temos um bom resultado, como ocorreu no quarto filme, mas não combina querer colocar coisas mirabolantes e querer se levar a sério, como ocorria nos filmes anteriores. Então é divertido ver todo o espírito de família, principalmente com The Rock, virando piada, ou toda a sequência com o bebê no tiroteio. Também segue um bom estilo que era trabalhado a partir de 2015 em que inseriam o heroi se comportando como um vilão, a fim de que tivéssemos consciência a quem ponto ele poderia chegar caso tivesse decidido seguir por outro caminho, algo trabalhado em 2016 em Guerra Civil, Batman Vs. Superman e a própria saga do Goku Black. Charlize Theron trouxe a melhor vilã da saga até então.
Uma coisa que eu gosto na franquia Velozes e Furiosos é que ela não se importa em errar e, reconhecendo o erro, corrigi-lo no filme seguinte. E aqui novamente isso acontece. Enquanto em Velozes e Furiosos 6 o excesso de personagens atrapalhou a condução da trama, com a decisão de enviá-los a locais distintos do mundo em missões que pouco interessavam ao mote principal, o que deixava tudo muito cansativo, aqui ele corrige essa falha: mantém o excesso de personagens mas, mesmo dividindo-os em alguns momentos, estes estão próximos o suficiente e vinculados à missão principal. Assim, ao invés de ficarmos com a percepção de que somente estão enrolando, criam um clima de tensão por terem ações que dependem de outros núcleos e que acontecem simultaneamente.
Apesar dessa correção ainda assim há um excesso nas cenas finais, estendendo alguns conflitos além do essencial. Um bom filme tem que deixar sempre um gosto de quero mais, ao invés de um de "Ok, já vi o bastante", e infelizmente é o que acontece aqui com todos os excessos de quase morte, fugas em prédios demolidos e afins. Não há problema a franquia ser mirabolante, tanto que o hábito de pular de um carro em movimento para outro já se mostra crível no estilo da série, mas não há necessidade alguma de toda a sequencia final durar quase uma hora.
Dito isso, impossível não se emocionar com toda a despedida de Paul Walker.
Depois de uma sequência de dois bons filmes, em que se ampliava a mitologia, aqui a franquia cai de nível novamente. Talvez pelo excesso de personagens, colocando-os em ambientes distintos, mas o filme acaba ficando cansativo por conta de todo esse excesso de cenas, como por exemplo toda a sequência na cadeia, algo que pouco agrega ao contexto final. Ainda assim é um bom entretenimento, mas se a função fosse ser somente esta, poderia reduzir boa parte de seu conteúdo, deixando-o mais simples e direto.
O que faz esse ser tão bom é o mesmo que acaba lhe prejudicando no final. Seguindo a ideia de transformar Velozes e furiosos em algo grandioso, trazem a franquia para o Brasil, um dos pontos fortes de sua bilheteria (Velozes e Furiosos não é uma grande bilheteria nos Estados Unidos, mas recupera muita da sua arrecadação nos países da América Latina). Então é divertido ver os personagens interagindo em situações tipicamente brasileiras, tomando uma Brahma ao invés de uma Corona, ou enfrentando o tráfico de drogas contra um ótimo vilão (que eu só conseguia chamar de Sergio Cabral).
No entanto, é esse apego e conhecimento do Brasil que acaba prejudicando próximo ao seu final, quando a saga começa a ficar mais mirabolante. Nós saímos de toda a imersão que ele nos coloca ao pensar "Mas como assim eles conseguiram pegar uma pista da Ponte Rio-Niterói sem trânsito algum?", ou "Os carros da PM em 2011 jamais alcançariam".
Ainda assim, no todo é uma trama gostosa de assistir, até mesmo pela troca de socos entre The Rock e Vin Diesel (como se alguém fosse capaz de bater em uma pedra).
Este sim é um ótimo filme, que deixa de ser somente um entretenimento para se tornar uma franquia pensada como algo grandioso. O que mais surpreende é que antecipa muito do que seria utilizado 6 anos depois em Mad Max: Estrada da fúria, com as corridas no deserto, os closes no rosto e até mesmo alguns acidentes bem semelhantes, algo louvável de se ver já que no segundo filme de Velozes e Furiosos já havia algumas referências a Mad Max, como os olhos esbugalhados antes de um acidente.
Se já no terceiro filme há algumas referências ao conceito de família, enquanto nos dois primeiros filmes tratavam-se apenas como "gangue", aqui ele vai mais a fundo no conceito, criando uma mitologia para os personagens.
Só não é perfeito por alguns dos efeitos não terem sobrevivido bem ao tempo, principalmente nas cenas dos túneis, e com os típicos diálogos fracos com frases de efeito (mas bem mais suportáveis do que nos filmes anteriores).
Tem as corridas conduzidas de forma bem melhor que os anteriores, inserindo um propósito bem maior nas mesmas, como por exemplo fazer os personagens se apresentarem e crescerem até o desafio final. No entanto, o casal protagonista é muito fraco, criando momentos insuportáveis, como por exemplo seu encontro próximo aos 50 minutos de duração, cheio de frases de efeito e com um competindo com o outro quem sofreu mais na vida.
Os Rejeitados
4.0 320 Assista AgoraÉ visível como ele tenta, ao longo de sua condução, fugir dos clichês e, apesar de ser louvável, as decisões seguintes não são satisfatórias. Inicia como um filme em que rejeitados terão que conviver entre si no período de férias, quase indicando que seria algo no estilo de Clube dos Cinco, apresenta diversos coadjuvantes, cria conflitos entre eles e, depois de vários minutos, elimina todos. Apesar dessa "reviravolta" não ser bem trabalhada, ainda assim não atrapalha o espectador. No entanto, quando o filme parece que vai se encaminhar para o estilo de professor mudando a vida do aluno e vice-versa, algo no estilo Sociedade dos Poetas Mortos, também muda seu estilo e, com isso, parece que a história fica devendo qualquer intimidade e alteração significativa na característica dos personagens. Eles mudam, claro, mas você jamais fica com a impressão de que essas mudanças são significativas ou para sempre.
E vários outros aspectos vão sendo alterados e esquecidos ao longo da condução, como por exemplo a própria edição que, de início, marcava a passagem do tempo nos dias de reclusão, passando a ser ignorada em menos da metade do filme. Seu próprio final é cansativo, principalmente os últimos 25 minutos, em que já sabemos como tudo irá se resolver e ainda longas cenas são utilizadas.
Apesar de ser bem agradável de assistir e com boas atuações, principalmente do rapaz que faz Tully e de Da'Vine (merecida a indicação), o filme te deixa com uma impressão de que está incompleto.
Maestro
3.1 260Não conheço nada de Leonard Bernstein, então não posso julgar se é fiel à sua biografia. Ao menos de memória, as únicas lembranças que tenho dele era seu nome aparecer na música do R.E.M (tanto que surtei quando ela toca no filme, ainda que por poucos segundos, para mostrar a influência do artista) e a menção a seu programa infantil em Tár.
E acredito que isso seja um bom ponto de partida porque, se não fosse por Tar, talvez não existisse o interesse por esse filme. Mesmo tendo grandes nomes envolvidos na produção, como Steven Spielberg e Martin Scorsese, sua história, da forma como contada, não teria tanto apelo com o público atual. No entanto, pela forma pouco usual com que Tar contou uma história, é impressionante como os melhores momentos de Maestro seguem o mesmo estilo. Eu explico: Mesmo com diversos conflitos e boas atuações, os melhores momentos de Maestro são aqueles em que os personagens fazem seus monólogos, por vezes olhando para a tela ou interagindo com um entrevistador, ao estilo de Tar. É nesses momentos que o filme cria uma conexão muito forte com o espectador, nos fazendo pensar, em diálogos muito bons.
E a partir disso ele se preocupa em mostrar a vida dessas pessoas em paralelo a esses diálogos, em mostrar os momentos de introversão, a alma de compositor, em contrapartida com os momentos de extroversão, a alma de maestro, e todo o preço que se paga por um dom (algo também abordado em Priscilla, mas aqui de uma forma muito melhor).
Não creio que em nenhum momento Bradley Cooper foi sublimado por Mulligan considerando que os dois tem atuações incríveis e nos momentos certos da trama. Mesmo com um ritmo bem ruim no segmento em preto e branco (me fazendo compreender porque muitos o consideraram chato), tais trechos servem para conduzir à parte final em cores, seu completo oposto e em um ritmo excelente, bem como realçar a fotografia e a maquiagem, que estão incríveis.
Gosto muito da forma como Bradley Cooper leva a sério seu trabalho no cinema, independente do papel que desempenhe, seja fazendo uma comédia como Se Beber não Case, dublando um guaxinim ou interpretando uma figura histórica, sempre se preocupa em trazer algo mais à arte, e consegue.
Saltburn
3.5 857Assisti sem nenhuma informação sobre a história, e talvez por isso tenha me surpreendido tanto. Apesar de toda a estranheza inicial que chega a causar um incômodo, com o espectador sem saber se o filme será um clichê de colegas se apaixonando ou uma transposição da crítica de costumes que normalmente acontecia nos romances do século XIX, estes elementos são fundamentais para te inserir nessa história que vai se amoldando conforme a situação da mesma forma como os personagens.
E mesmo com o filme tendo um aspecto parado nesse momento inicial, algo que dura em torno de 40 minutos, te dando raiva do personagem de Barry Kheogan por ficar quieto ao invés de entrar na loucura da família, é justamente quando ele entra nessa loucura que toda essa apresentação passa a fazer sentido e recompensa o espectador, sendo catártico.
É um filme essencialmente de roteiro, então não tem como esperar grandes atuações visto que ele não se propõe a isso. Ainda assim, tem uma bela fotografia, que agrega ao filme, não sendo só um elemento estético. O ponto negativo é que, próximo ao final, passa a tratar o espectador como um idiota ao querer mostrar algo que já sabíamos há um bom tempo, não sendo compatível com todo o estilo criado até então.
Meu Nome é Gal
3.1 122 Assista AgoraÉ gostoso de assistir e tem um bom ritmo, mas não é um filme SOBRE a Gal Costa, e sim um filme COM a Gal Costa. Ela acaba se tornando coadjuvante de sua própria história e isso que incomoda ao querermos ver mais ela, seus pensamentos e atitudes. O foco do filme se concentra mais no cenário musical do Tropicalismo (e por isso outras figuras relevantes da música e que até mesmo fizeram parte da vida de Gal sequer aparecem aqui, como Chico Buarque, da cena da MPB/Bossa do Rio, ou seja, com um outro círculo de amizades) e no período histórico do que na vida de Gal Costa.
Sua infância, com exceção de uma única cena de flashback, sequer é mostrada, bem como a Bahia. Mas indo mais além nessa falta de Gal em seu próprio filme, ele acaba, talvez por um equívoco, colocando-a em uma dependência excessiva de Caetano, não dando um panorama de sua força como compositora e musicista, mas unicamente de cantora, "a maior voz do Brasil".
Talvez nossa decepção maior seja principalmente na cena de Divino Maravilhoso, aquela que esperamos o filme todo e, quando ela chega, nos dá a impressão de ter sido feita às pressas, com uma dublagem muito desconexa, atuação fraca e até a fotografia se mostra bem amadora. Se tivessem gravados mais vezes o resultado melhoraria.
Ainda assim, como disse, é um filme agradável de se assistir e os pontos fortes são a atuação de Rodrigo Lelis como Caetano Veloso, que além de ser idêntico fisicamente ao cantor no período, ainda consegue nos convencer de tê-lo personificado, bem como a de Lobianco, que traz leveza sempre que necessário como o empresário da cantora.
Wonka
3.4 391 Assista AgoraÉ um bom filme, mas não é Wonka. O problema do filme é que ele é tão genérico que te dá a impressão que reaproveitaram um outro roteiro e inseriram o personagem para vender mais.
Nós não conseguimos identificar o personagem ali, tendo pouquíssima relação com o Willie Wonka de qualquer versão, o que vai nos dando um incômodo que acompanha o filme todo. Da mesma forma como foi inserido o amor pelo chocolate, ele poderia contar a mesma história inserindo qualquer outro elemento (a paixão pela música, pelo cinema, a vontade de vencer), não sendo à toa que muita gente disse que a história de Wonka no filme estava mais para a história de Silvio Santos.
E com esse roteiro genérico, vai inserindo outros elementos meramente para agradar o público, como personagens com características peculiares para ganhar um apreço do espectador (o humorista sem graça, a telefonista que não fala). E ainda chega ao cúmulo de usar do clichê "O verdadeiro XXXXXXXX (inserir qualquer coisa) são os amigos que fazemos pelo caminho".
Dito isso, ainda é um filme visualmente impecável, mesmo com a fotografia caindo de nível nos momentos musicais para parecer uma peça da Broadway, sem nenhum filtro. A música a World of Our Own é linda e o filme é até assistível, mas não sendo nada além de um passatempo.
Resistência
3.3 265 Assista AgoraÉ um bom filme, apesar de ter um sério problema em transmitir os sentimentos de seus personagens. Mesmo com Joshua sofrendo o pão que o diabo amassou, você não sente toda essa carga pesada que foi a sua vida. O filme também não nos ajuda a sentir o impacto de vários momentos ao querer estender demais as cenas, deixando-as cansativas.
Apesar disso e mesmo tendo óbvios defeitos, é um daqueles filmes que ajudam o crescimento do cinema, sendo um passo adiante à tudo que vem sendo feito. Ele não é apenas mais do mesmo, se preocupando em contar uma história diferente do comum ao mesmo tempo em que se apoia em várias referências do passado, seja do cinema com Star Wars, Platoon, A Ponto do Rio Kwai e Inteligência Artificial até referências históricas.
Batman & Mr. Freeze – Abaixo de Zero
3.4 48 Assista AgoraAcho que seu problema maior é fazer com que desde o início sabemos qual a intenção do Sr. Frio, ao contrário do Batman. Diferente do que acontece nos quadrinhos, em que normalmente vamos acompanhando a investigação junto com o personagem e descobrindo o desfecho, aqui nós de imediato já sabemos mais do que o personagem, fazendo com que fiquemos impacientes com toda a investigação até o momento final.
Ainda assim tem ótimas cenas, apelando para alguns momentos com computação gráfica que até hoje não ficaram datados, como a chegada à plataforma de petróleo ou a saída da BatCaverna. Tem uma ótima construção de personagens, principalmente do Sr. Frio e de fato cria um Batman com as características dos quadrinhos, alguém que valoriza a vida e que faz de tudo para salvar os outros, ainda que sejam vilões.
Superman III
2.7 231 Assista AgoraTem alguns problemas bem amadores que poderiam ser resolvidos, ainda que o filme já seja de baixo orçamento, o que nos faz perdoar diversas coisas. Não havia a menor necessidade de um filme com tamanha duração e, considerando que ainda não havia sido lançada a versão de Richard Donner do segundo filme, não faz muito sentido o comportamento de Lois Lane neste filme (algo que só seria explicado na versão de 2004). Ele também não sabe como conciliar o humor e os momentos de ação, recriando um grupo de vilões no mesmo estilo do Lex Luthor dos filmes anteriores, algo que já havia sido ruim.
No entanto, ainda assim é uma história bem agradável de se assistir, dando um maior destaque ao Superman, que é realmente o que segurava a nossa atenção em todos os filmes, com aquele jeito carismático que te fazia acreditar que o personagem fosse real. Também, acaba tendo um dos melhores momentos de todos os filmes do Superman, e com efeitos muito bons, quando ele enfrenta seu lado maligno. Vale muito assistir.
Superman II: The Richard Donner Cut
3.7 72 Assista AgoraÉ uma versão que não tinha a menor necessidade de existir. Ela vem de um hábito do início dos anos 2000 em que grandes diretores relançavam suas obras com algumas alterações para atrair o novo público e criar um aspecto mais consolidado de sua obra, como por exemplo o relançamento de E.T. por Spielberg em que retirou digitalmente as armas por julgar que não condiziam com um filme infantil ou a remasterização da trilogia clássica de Star Wars para se adequar à mitologia criada com os novos filmes.
Aqui, Donner refaz seu filme retirando alguns momentos que lhe foram incômodos, como as cenas de Lois Lane fumando ou todas as sequências na suíte nupcial, em que há um tapete com pele de urso polar no chão (tanto que, ao fim dos créditos, Donner enfatiza que já era contra o tabagismo e o uso de pele animal à época do filme). Insere novamente a figura de Marlon Brando, ausente na primeira versão, dando uma unidade maior ao filme. Diferente do costumeiro, a versão do diretor, ao invés de ser mais longo, é mais sucinta, com a retirada de diversos momentos interessantes que auxiliam no nosso apego à figura do Superman.
O problema é que, se fosse somente por essas alterações, ainda que desnecessárias, não atrapalharia o andamento da história. Ocorre que além dessas decisões Donner traz diversas mudanças no próprio roteiro em si, inclusive se reutilizando de cenas inteiras do primeiro filme para mudar todo o final deste, fazendo com que a história, além de repetitiva, perca o sentido na última cena.
Ainda, desperdiça bons momentos do original, como todo o segmento inicial em Paris, que demonstram o Superman como um herói que salva todo o planeta, e não somente os Estados Unidos. Em contrapartida, o momento em que Lois descobre a verdade sobre Clark é muito melhor e impactante aqui do que no original, talvez a única cena que de fato merecesse ser substituída.
Vale a pena, mas não justifica o surgimento de uma nova versão.
Superman: O Filme
3.7 515 Assista AgoraEu lembro de ter assistido a esse filme quando criança quando passou no SBT e ter gostado muito. Anos mais tarde tentei rever e achei cansativo, não conseguindo passar da sequência de Clark jovem.
Agora, mais velho e revendo o filme, é possível perceber com clareza a razão dele se sustentar: Christopher Reeve.
Mesmo com o filme se apoiando em um orçamento grandioso para criar um épico, trazendo atores como Marlon Brando, que já era um monstro consagrado por Sindicado dos Ladrões, Um Bonde chamado Desejo, O Poderoso Chefão e O último tango em Paris; Gene Hackman que já havia revolucionado o cinema policial com Operação França e A Conversação; trilha sonora de John Williams que também já era reconhecido pelas trilhas de Star Wars e Tubarão; Mario Puzo no roteiro, escritor de O Poderoso Chefão; é Christopher Reeve quem segura o filme, tanto que nos momentos em que este não aparece o filme fica cansativo.
É longa toda a cena de Krypton, criada justamente para dar esse aspecto mais épico, e cansativo todo o segmento de Clark jovem, com a função de apresentar os valores do personagem. Mas quando Christopher Reeve aparece tudo muda, e é incrível como ele personificou o personagem a ponto de nós mesmos falarmos “Ok, eu também não o reconheceria com seu disfarce de Clark” visto que até o seu sorriso é diferente quando se transforma em Superman.
Ele é cativante, um sujeito que você tem vontade de ser amigo e que de fato confia e é justamente por ele que diversos momentos frágeis do roteiro passam a ser irrelevantes, porque ele te convence da veracidade de seu personagem. Mesmo com um humor que muitas vezes não funciona ou algumas cenas que te fazem pensar "Como é que ele sabia isso?", você não consegue ter um apego afetivo ao personagem e é lindo ver suas cenas no terraço com Lois Lane.
Depois disso passei a compreender o epitáfio “Aquele que nos fez acreditar que um homem podia voar”.
Batman: A Máscara do Fantasma
3.7 144 Assista AgoraÉ impressionante como a série animada do Batman captou tanto a psicologia do personagem a ponto de revolucionar os próprios quadrinhos dele, levando Paul Dini para o time de roteiristas. Bruce Wayne nada mais é do que um rapaz que sofreu um trauma e nunca conseguiu superá-lo, e é incrível ver como A Máscara do Fantasma explora isso, seja através do quadro grandioso dos pais, como se o dominassem, ou naquele que eu considero o ponto máximo do filme, o desabafo de Bruce Wayne diante do túmulo falando sobre a dor dessa perda, uma cena tão incrível que sequer os live actions se aventuraram a reproduzir.
E mesmo com o filme se dedicando, sem necessidade, a um protagonismo final do Coringa, essa profundidade maior dada ao personagem é o que faz valer a pena.
A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets
3.4 234 Assista AgoraUma das melhores coisas que fiz foi ter revisto o original antes de assistir a continuação, o que tirou todo aquele aspecto de nostalgia e, com isso, dá para perceber claramente que este é melhor que o anterior, com um ritmo maior e focado na resolução de seu problema, ao invés de criar gags aleatórias.
A Ameaça dos Nuggets é feito com cuidado para manter toda a ambientação do original então, mesmo com a Aardman já tendo avançado muito em sua tecnologia, ainda assim reutiliza as mesmas técnicas do primeiro filme, sendo visível novamente as marcas de dedos nos bonecos entre um movimento e outro e a interação destes com outros elementos vivos. Ele é propositalmente "arcaico", e isso é bom.
Tem desde alguns momentos ao estilo Muppets bem como sequências inteiras retiradas de Toy Story 1 e 2, mas feitas com tanto carinho que deixam de ser cópias para serem homenagens. Torna visível como as pessoas que trabalharam no filme entendem e gostam desse universo das animações.
Ainda, se o primeiro satirizava os filmes de prisão como Fugindo do Inferno e Fuga de Alcatraz, aqui o foco são os filmes de espionagem e distopia, tendo muita coisa de 007, Missão Impossível e O Show de Truman.
Repete a característica inicial de trazer uma história que, ainda que seja um pouco mais profunda, permite que o espectador a assimile à vários contextos diferentes, como liberdade, exploração, mito da caverna, dentre outros, algo que de fato eu tinha medo de que pudessem estragar ao quererem ser muito óbvios na mensagem, sendo que o original funciona justamente por ele não ser nada óbvio e agradar a todos.
Senti falta das vozes originais, mas compreensível a ausência.
A Fuga das Galinhas
3.4 717 Assista AgoraIgual a grande maioria, revi por conta do lançamento do segundo filme já que boa parte na época assistiu por conta da escola ou da sessão da tarde, quando fomos pegos de surpresa em ver como o filme era bom além de uma animação para divertir crianças.
E é interessante justamente por isso: o filme tem uma mensagem aberta o suficiente para que você consiga trabalhá-lo em vários tipos de contexto. Pode inserir o tema do mito da caverna, religião, capitalismo, os gulags, campos de concentração e diversos outros temas que são óbvias referências e por isso que ele funcionou tanto, porque mesmo com você sendo uma criança no período ainda assim conseguia ver que existia algo a mais ali e pensava "Nossa, esse é quase um filme de gente grande", e queríamos mostrar para os pais, que assistiam de início contrariados e depois também passaram a achar genial.
É legal ver o avanço da Aardman que aqui ainda apresenta um stop motion bem arcaico, podendo ver diversas vezes as digitais dos manipuladores nos bonecos entre um movimento e outro, e isso não atrapalhar em nada a história que está sendo contada. Ao contrário, acrescenta.
No entanto, ele apagou um pouco daquele sentimento de nostalgia nessa segunda revisitada, sendo um pouco cansativa toda a metade inicial, talvez por já saber o seu plot twist a respeito de Rocky e a forma como irão fugir da granja,
Priscilla
3.4 167 Assista AgoraNão entendo a grande polêmica sobre o filme, considerando que ele é extremamente fiel ao livro. No entanto, seu maior problema não é mostrar este outro lado do Elvis, que era sim manipulador e explosivo a ponto de, após o divórcio, se perder completamente no personagem de Rei, mas sim que o filme não sabe ao certo como contar essa história.
Ele é lento, mas não é cansativo, algo natural quando se pretende contar uma história que se desenrola por quase 15 anos, mesmo problema enfrentado por todas as outras cinebiografias de Elvis, que acabam tendo problema de ritmo ao querer abordar várias fases, altos e baixos.
No entanto, se este ponto não atrapalha em nada o filme, o que atrapalha é que ele de fato bebe em muitas dessas versões anteriores, tendo até mesmo cenas idênticas no filme de Elvis estrelado por Jonathan Rhys Meyers, como por exemplo a cena da queima de livros ou quando ele rechaça Priscilla. Então o filme vai se dividindo em um estilo de obra para a televisão, um filme independente de baixo orçamento e um filme comercial, com sua fotografia mudando constantemente sem que isso tenha qualquer função na história.
E nisso tudo você percebe claramente que o filme não tem a menor ideia de como encerrar sua história, tanto que isso acontece de maneira repentina em uma cena que deveria ser melhor digerida pelo espectador a fim de compreender como alguém pode alcançar a liberdade e reconhecer que ali teve seu grande amor.
Assassinos da Lua das Flores
4.1 614 Assista AgoraNão se deixe levar pela duração. Killers of the flower moon tem a duração necessária para contar sua história e não há nenhum momento que poderia ser retirado ou contado de forma diversa. Pause, vá ao banheiro, mas não deixe de apreciar essa obra.
Mesmo tendo um início bem diferente dos filmes de Scorsese, ele foca em apresentar em sua primeira hora todos os personagens e as suas intenções. Como são vários, talvez este seja o momento mais cansativo para alguns. No entanto, sua 1h:30min final é frenética, se tornando um verdadeiro filme de Scorsese com diversos elementos remetendo à Os Bons Companheiros e até mesmos à referências cinematográficas como em Hugo Cabret, os diálogos com voz pausada de A Era da Inocência e até referências religiosas remetendo a natureza com o divino, como em Kundun e Silêncio.
É lindo de ver, Lily Gladstone encarna uma personagem maravilhosa que rouba a cena sempre que aparece, e Leonardo Di Caprio, que normalmente faz personagens com uma mente brilhante ainda que picaretas por algumas vezes, como em O Aviador e O Lobo de Wall Street, aqui entrega um personagem extremamente ingênuo que de fato te convence de todo o conflito entre o amor por sua esposa e a obediência ao tio.
Está longe de figurar entre os melhores do Scorsese, mas impossível não dizer que ele é perfeito.
Velozes e Furiosos 10
3.0 296 Assista AgoraApós uma sequência de dois filmes bem ruins, Velozes e Furiosos volta a ter uma boa trama, mesmo sem ser tão bom quanto os filmes 4 e 8, que são espetaculares até mesmo para quem não acompanhou a saga.
Toma uma decisão muito inteligente em não querer criar um vilão tão frio e calculista quanto Cypher, então traz Jason Momoa com uma espécie de Coringa misturado com Jhonny Depp que é bem divertido e cumpre a função de não sabermos o que esperar do personagem. Brie Larson me surpreendeu com uma personagem extremamente agradável e deu vontade de acompanhar mais dela. John Cena rouba a cena sempre que aparece.
Não à toa, é visível que a saga já se encaminha para o seu final não só pela idade dos protagonistas, mas também por seus próprios personagens apontarem esse cansaço natural da idade, querendo uma vida mais pacata sem se preocupar com quem bate à sua porta. Talvez por isso que, mesmo com tantas desavenças, todos estão aceitando voltar para encerrar seus respectivos ciclos.
Paul Walker faz falta, e é estranho ver a mesa vazia ou ele ausente em sua própria casa, algo que acredito que deixarão para ser corrigido somente no último filme, como um presente aos fãs.
Velozes e Furiosos 9
2.8 415 Assista AgoraQuando eu assisti a saga de 007 e cheguei na fase Roger Moore, onde havia todos aqueles foguetes da morte e carros submarinos, eu me perguntava se o público da época considerava aquilo tão galhofa como parecia décadas depois. Agora, vendo o Velozes e Furiosos 9, obtive a resposta.
Por que é algo que não somente não combina com o estilo da saga essa linha mais tecnológica e até mesmo futurista adotada desde Hobbs & Shaw, mas também porque tira todo a dificuldade e o aspecto crível até mesmo das cenas mirabolantes que costumeiramente existem. Então mesmo que seja um novo desafio aos personagens, mais atrapalha do que ajuda.
Ainda que seja um filme corajoso em inserir mais aspectos da vida de Toretto após 9 filmes, bem trabalhados e nos convencem ao longo da história após uma normal estranheza inicial ("Como assim ele tem um irmão e só agora falam?"), isso tudo acaba sendo atrapalhado unicamente por todo esse aspecto catártico que tentam criar nos novos desafios. Vale pelos personagens que voltam e o destaque maior dado à Helen Mirren, mas é bem cansativo.
Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw
3.1 456Creio que se não tivesse em seu título o nome da franquia Velozes e furiosos o filme seria bem melhor, e não por causa da franquia em si, a qual eu gosto, mas sim pelo fato de ao vincular com o nome já esperarmos certas características, como diversas corridas de carros e ao menos a menção a alguns personagens, como Toretto. Com isso, quando falam da necessidade de encontrar alguém que possui conhecimento em tecnologia o espectador já pensa "Agora vai aparecer a Ramsey ou o Tej".
No entanto, Hobbs e Shaw acaba sendo um filme completamente autônomo, se aproveitando de dois de seus personagens para criar uma história nova e até bem competente, antecipando coisas que seriam utilizadas quatro anos mais tarde em Missão Impossível: Acerto de Contas Parte I (e por coincidência, também com Vanessa Kirby). Só que, como dito, todas essas boas ideias tecnológicas, vírus, empresas secretas, alteração de DNA e tantas outras coisas são os últimos elementos que pensaríamos quando nos deparamos com o título de "Velozes e Furiosos", e então uma saga que já tem algumas características mirabolantes acaba ficando totalmente sem nexo. Era fundamental ter vendido este filme de forma diferente.
É divertido, tem bons momentos, ampliam as interações entre a família de Hobbs, algo que já era bom no Velozes e Furiosos 8, mas em um apanhado que traz muita coisa ao espectador.
Velozes e Furiosos 8
3.4 745 Assista AgoraTalvez por ele incorporar tanto o espírito da galhofa, tendo consciência disso, que o resultado é melhor. É certo que quando Velozes e Furiosos se propõe a fazer algo mais pesado e cumpre com a proposta temos um bom resultado, como ocorreu no quarto filme, mas não combina querer colocar coisas mirabolantes e querer se levar a sério, como ocorria nos filmes anteriores.
Então é divertido ver todo o espírito de família, principalmente com The Rock, virando piada, ou toda a sequência com o bebê no tiroteio. Também segue um bom estilo que era trabalhado a partir de 2015 em que inseriam o heroi se comportando como um vilão, a fim de que tivéssemos consciência a quem ponto ele poderia chegar caso tivesse decidido seguir por outro caminho, algo trabalhado em 2016 em Guerra Civil, Batman Vs. Superman e a própria saga do Goku Black. Charlize Theron trouxe a melhor vilã da saga até então.
Velozes e Furiosos 7
3.8 1,7K Assista AgoraUma coisa que eu gosto na franquia Velozes e Furiosos é que ela não se importa em errar e, reconhecendo o erro, corrigi-lo no filme seguinte. E aqui novamente isso acontece. Enquanto em Velozes e Furiosos 6 o excesso de personagens atrapalhou a condução da trama, com a decisão de enviá-los a locais distintos do mundo em missões que pouco interessavam ao mote principal, o que deixava tudo muito cansativo, aqui ele corrige essa falha: mantém o excesso de personagens mas, mesmo dividindo-os em alguns momentos, estes estão próximos o suficiente e vinculados à missão principal. Assim, ao invés de ficarmos com a percepção de que somente estão enrolando, criam um clima de tensão por terem ações que dependem de outros núcleos e que acontecem simultaneamente.
Apesar dessa correção ainda assim há um excesso nas cenas finais, estendendo alguns conflitos além do essencial. Um bom filme tem que deixar sempre um gosto de quero mais, ao invés de um de "Ok, já vi o bastante", e infelizmente é o que acontece aqui com todos os excessos de quase morte, fugas em prédios demolidos e afins. Não há problema a franquia ser mirabolante, tanto que o hábito de pular de um carro em movimento para outro já se mostra crível no estilo da série, mas não há necessidade alguma de toda a sequencia final durar quase uma hora.
Dito isso, impossível não se emocionar com toda a despedida de Paul Walker.
Velozes e Furiosos 6
3.6 1,3K Assista AgoraDepois de uma sequência de dois bons filmes, em que se ampliava a mitologia, aqui a franquia cai de nível novamente. Talvez pelo excesso de personagens, colocando-os em ambientes distintos, mas o filme acaba ficando cansativo por conta de todo esse excesso de cenas, como por exemplo toda a sequência na cadeia, algo que pouco agrega ao contexto final. Ainda assim é um bom entretenimento, mas se a função fosse ser somente esta, poderia reduzir boa parte de seu conteúdo, deixando-o mais simples e direto.
Velozes & Furiosos 5: Operação Rio
3.4 1,7K Assista AgoraO que faz esse ser tão bom é o mesmo que acaba lhe prejudicando no final. Seguindo a ideia de transformar Velozes e furiosos em algo grandioso, trazem a franquia para o Brasil, um dos pontos fortes de sua bilheteria (Velozes e Furiosos não é uma grande bilheteria nos Estados Unidos, mas recupera muita da sua arrecadação nos países da América Latina). Então é divertido ver os personagens interagindo em situações tipicamente brasileiras, tomando uma Brahma ao invés de uma Corona, ou enfrentando o tráfico de drogas contra um ótimo vilão (que eu só conseguia chamar de Sergio Cabral).
No entanto, é esse apego e conhecimento do Brasil que acaba prejudicando próximo ao seu final, quando a saga começa a ficar mais mirabolante. Nós saímos de toda a imersão que ele nos coloca ao pensar "Mas como assim eles conseguiram pegar uma pista da Ponte Rio-Niterói sem trânsito algum?", ou "Os carros da PM em 2011 jamais alcançariam".
Ainda assim, no todo é uma trama gostosa de assistir, até mesmo pela troca de socos entre The Rock e Vin Diesel (como se alguém fosse capaz de bater em uma pedra).
Velozes e Furiosos 4
3.4 572 Assista AgoraEste sim é um ótimo filme, que deixa de ser somente um entretenimento para se tornar uma franquia pensada como algo grandioso. O que mais surpreende é que antecipa muito do que seria utilizado 6 anos depois em Mad Max: Estrada da fúria, com as corridas no deserto, os closes no rosto e até mesmo alguns acidentes bem semelhantes, algo louvável de se ver já que no segundo filme de Velozes e Furiosos já havia algumas referências a Mad Max, como os olhos esbugalhados antes de um acidente.
Se já no terceiro filme há algumas referências ao conceito de família, enquanto nos dois primeiros filmes tratavam-se apenas como "gangue", aqui ele vai mais a fundo no conceito, criando uma mitologia para os personagens.
Só não é perfeito por alguns dos efeitos não terem sobrevivido bem ao tempo, principalmente nas cenas dos túneis, e com os típicos diálogos fracos com frases de efeito (mas bem mais suportáveis do que nos filmes anteriores).
Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio
3.2 669 Assista AgoraTem as corridas conduzidas de forma bem melhor que os anteriores, inserindo um propósito bem maior nas mesmas, como por exemplo fazer os personagens se apresentarem e crescerem até o desafio final. No entanto, o casal protagonista é muito fraco, criando momentos insuportáveis, como por exemplo seu encontro próximo aos 50 minutos de duração, cheio de frases de efeito e com um competindo com o outro quem sofreu mais na vida.