Apesar da trama policial não convencer (Por que tinha necessariamente que ser corridas de carros para pegar o dinheiro das drogas, em carros que chamam a atenção de longe?) ao menos ele corrige a pior das falhas do filme anterior, que era não conseguir costurar os momentos de interação com os momentos de corrida. Assim, aqui o filme fica mais fluído e, mesmo com efeitos bem ruins até mesmo para a época, lembrando mais os jogos de Need For Speed, a tensão é tanta que nos prende a atenção. Poderia ter um vilão melhor, mais assustador.
Assistindo hoje até que é um bom filme. Seu ponto máximo são as cenas de corrida que, de forma muito inteligente, não são gratuitas, tendo uma função na história e nos deixando tensos. O problema principal é que o roteiro não sabe como trabalhar os outros momentos, ficando cansativo quando não há nenhum desafio ocorrendo, tanto que o filme fica insuportável após seus 40 minutos iniciais, só se recuperando próximo ao final, mas ainda com algumas ligações bem frágeis. Por não ter grandes pretensões, ainda assim compramos a história, mesmo podendo ser muito melhor se fossem corrigidos esses problemas amadores.
Seu problema maior é uma edição que vai e volta em diversos ambientes, tendo momentos curtos que são rapidamente substituídos por outra cena curta, por vezes sem utilidade. Com isso, o clima crescente de tensão e a curiosidade de sabermos se tudo aquilo é realidade ou apenas uma representação figurada acaba indo embora e, mesmo sendo curto, o filme parece ser muito cansativo. É interessante, mas poderia ser muito melhor.
Em questão de roteiro é bem melhor que outras obras de Harold Lloyd mais conhecidas, como O Homem Mosca, considerando que não é meramente um apanhado de gags, se preocupando em conduzir a história desse rapaz em seus primeiros dias de faculdade. Talvez em virtude disso o filme não acabe sendo dos mais hilários visto que você está mais preocupado com o personagem e quer que ele se dê bem do que em rir das coisas que acontecem com ele.
É tão marcante que gerou diversas obras na comédia, como por exemplo That's My Boy do Jerry Lewis, com um final bem semelhante.
Apesar de ter um grande investimento, acaba sendo um dos mais fracos. É bonito de ver as cores e os cenários gigantescos, com bares e ruas sendo criados mesmo que para aparecerem em poucos segundos de tela mas, infelizmente, o filme tem uma direção bem amadora. São muitos cortes secos e closes que tiram o espectador da experiência. Jerry Lewis deixa de ser o personagem adorável para ser detestável, caricato ao extremo, e a trama não tem muita ideia do rumo para onde pretende seguir (afinal, jamais descobrem sobre Rick ter roubado o personagem do Abutre de seu colega de quarto, mudando a trama para uma intriga internacional). Por vezes quer seguir a linha das comédias dos anos 50, ao estilo de Marilyn em O Pecado Mora ao Lado, focando em personagens trocando de roupa ou em poses sensuais, para depois mudar para um lado infantil, não mostrando um foco definido. Shirley Maclaine, que tem a melhor personagem e traz a melhor atuação de todo o filme, infelizmente é a que menos aparece em tela.
Após uma sequência de filmes medianos, Jerry Lewis e Dean Martin voltam com um excelente filme e esse mérito vem principalmente do roteiro. Sidney Sheldon, que ainda não era um escritor de thrillers eróticos mas já havia vencido um Oscar de melhor roteiro por Um Solteirão Cobiçado, traz uma excelente história que foca muito na tensão sexual entre os personagens, ao estilo do que faria anos mais tarde em sua obra máxima, Jeannie é um Gênio.
Com isso, chega a ser impressionante em ver como determinadas coisas passaram pelo Código Hayes considerando que 5 anos mais tarde a censura ainda estaria incomodando o Hitchcock por mostrar casos extraconjugais ou mulheres de sutiã.
Ele provoca o espectador, e é isso que nos deixa atentos à tela pois mesmo com todas as gags dos personagens, é visível como Dean Martin já começa a ficar sobrando em tela, com seus números musicais solo sendo os trechos mais cansativos do filme, somente retornando ao ritmo normal quando se reúne com Jerry e se diverte, tendo que segurar o riso em cena.
Ao menos como comédia o filme não funcionou para mim. Foram poucas as risadas que dei, a ponto de poderem ser contadas nos dedos de uma única mão. Lembro que tentei assistir uma vez e a história não me prendia, desistindo nos 20 minutos iniciais e deixando para outra oportunidade. Na segunda tentativa, novamente o mesmo problema e vi que não era comigo, já que estava querendo ver, mas sim do filme.
A questão principal é que Os Pecados de Theodora tem uma premissa interessante e de fato é muito corajoso ao se utilizar de diversas técnicas para chocar o público e driblar o Código Hayes. Uma personagem esconde sua gravidez, mas é uma gravidez durante o casamento. O tio libertino tem um problema de saúde, como uma penalidade pela vida promíscua.
O problema é que o casal não possui a menor química, talvez justamente por essa limitação do período. Então ao invés de você gostar de Michael passa a torná-lo desprezível, querendo que deixe Theodora em paz. Você não compra os motivos dele ir até a cidade e só quer que ele arrume algo para fazer. Em virtude disso, o filme se torna mais agradável no momento da "vingança", o que faz valer a pena.
Gostei muito mais desse do que da grande obra "Um Cão Andaluz", talvez por aqui ser um pouco mais preciso um roteiro, bem como as críticas pontuais realizadas. É bem corajoso ao colocar todos os conflitos do sexo e referências sexuais ainda em 1930, com a sublimação por diversos elementos como a religião, a política e a sociedade. Ainda vai além e critica, além dessa sublimação, a liberalidade absoluta, com referência aos 120 Dias de Sodoma em seu encerramento. Deixa de ser um compilado de imagens para ter um propósito muito maior do que o choque.
Estava reticente achando que seria mais uma adaptação da obra de Bram Stoker quando, de forma bem inteligente, o filme vai no sentido oposto. Ele tem plena consciência de que todos já conhecem a história de Drácula, Van Helsing e Jonathan Harker, então se utiliza apenas dos nomes dos personagens para criar algo totalmente novo. Com isso, o filme deixa de ser uma adaptação e se torna algo inédito, com uma história violenta e que te instiga a querer saber o desfecho. Até mesmo quando se arrisca em inserir alívios cômicos, é bem sucedido. Peter Cushing rouba a cena sempre que aparece, e demonstra o que eu considerei como uma das cenas de desespero mais genuínas no cinema próximo ao final, com o ator correndo e pulando grades para alcançar o vampiro.
Que filme bem feito. Mesmo com os momentos de Harrold Lloyd subindo em prédios sendo algo prévio de sua carreira, já tendo realizado algo bem semelhante em High and Dizzy três anos antes, aqui a cena funciona porque ele passa a focar mais na tensão do que no humor. E essa tensão, de forma muito inteligente, começa a ser trabalhada várias cenas antes, a partir de quando o protagonista tem que se desdobrar em seu trabalho para enganar sua namorada, criando aquela agonia de querermos entrar na tela e dizer "Pelo amor de Deus, fale a verdade para ela!", aumentando gradativamente até os últimos vinte minutos. A cena final é tão marcante que inspirou um conto de Stephen King em Sombras da Noite, e é legal ver que a trilha sonora, realizada muitos anos depois, cria uma pequena piada ao colocar os acordes de Psicose na cena em que os pombos atacam Lloyd, criando uma referência à Hitchcock e Os Pássaros. Efeitos que dão de 10 a 0 nos atuais.
Este e Efeito Fallout são bons no mesmo nível, com seus acertos e erros, estes bem poucos, no máximo o excesso de personagens no final, podendo excluir facilmente o chefe da NSA e deixar todos os elementos deste com o chefe da CIA. Justamente por causa desse excesso que o filme acaba ficando cansativo na única parte em que não deveria ser.
De verdade, seria merecido Tom Cruise receber um Oscar pelo conjunto da obra, não por fazer suas cenas sem dublês, o que qualquer um com treinamento pode fazer, mas sim por, enquanto faz essas cenas, ainda se manter no personagem, com a mesma atenção e até soltando algumas falas, o que não é para qualquer um.
Tem várias pequenas referências que vão desde A Caçada ao Outubro Vermelho, com o submarino invisível, até a Agatha Christie, trazendo o Expresso do Oriente.
Vanessa Kirby, que teve uma personagem bem mal aproveitada no filme anterior, aqui tem o destaque merecido a ponto de roubar a cena sempre que aparece.
É o melhor da franquia (ainda não vi o filme seguinte), aceitando a história de Missão Impossível como algo contínuo e, com isso, trazendo os personagens lidando com problemas que já eram abordados nos filmes anteriores, não sendo uma mera antologia. Talvez tenha gostado tanto por ser o filme com o estilo mais próximo aos de James Bond, que eu amo, tanto que por diversas vezes chamei de "007 - Efeito Fallout". As cenas de ação, que são longas, não são cansativas, utilizando em alguns momentos da mesma tática de Star Wars em que, para manter a tensão em uma longa cena de ação, divide-a entre vários personagens, cortando de um para outro e o que estão fazendo naquele exato momento. Fizeram muito bem em trazer de volta o vilão do filme anterior, que não havia sido aproveitado de forma satisfatória, e espero que façam o mesmo com Henry Cavill, que tem um excelente personagem.
Apesar de ter uns dez minutos iniciais bem complicados, colocando muita informação na tentativa de apresentar os personagens e, com isso, sobrecarregando o filme, após esse curto trecho o filme voa e traz não só um ótimo filme do Blaxploitation, mas do gênero de ação em si. Tem excelentes cenas de perseguição, como por exemplo todas as cenas com Gator, e você realmente torce pelo protagonista ainda que Isaac Hayes deslize na atuação em alguns momentos. Ainda, transforma aqueles clássicos problemas do gênero em vantagens, como por exemplo utilizar dos tremores da câmera para aumentar a tensão do momento.
É bizarro ver o Steve Mcqueen com quase 30 anos fazendo um papel de adolescente cheio de rugas na cara e buscando ajudar a sociedade local, mas ainda assim não atrapalha o contesto geral do filme. Ele é clichê, mas são tão bem utilizados que ao invés de incomodarem criam tensão à história, nos dando agonia ao ver que os personagens não estão com o sentido de urgência necessário à situação e sim preocupados com corridas de veículos ou fazer o irmão dormir. Tem ótimos efeitos que, mesmo não sendo magníficos, são aceitáveis hoje em dia.
O lado positivo é que ele utiliza como trunfo um dos maiores problemas do filme anterior. Enquanto em Protocolo Fantasma a falta de profissionalismo dos personagens, a ponto de parecer que tudo foi resolvido mais pela sorte do que pela capacidade, incomoda na trama, este elemento é utilizado como ponto de partida para motivar a dissolução da IMF, sendo até mesmo dito tal característica em diálogo. Com isso, o filme acaba sendo mais coeso, sendo óbvia a tentativa de tornar a série algo mais glamouroso, ao estilo de um James Bond, apostando na sensualidade de personagens e no luxo dos equipamentos. Ainda assim, falta um pouco de alma ao filme, fazendo com que o espectador goste da trama, mas não se apegue suficientemente a ela e aos protagonistas.
Apesar de não ser um filme tão bom quanto o anterior por querer se apoiar em uma trama complicada demais para aumentar as dificuldades da equipe de Ethan, ainda assim é um filme bem agradável de assistir, longe de ser uma Sessão da Tarde ao estilo do que foi o segundo filme. Tem bons personagens e sequências de ação. No entanto, acaba sendo complexo sem necessidade, deixando o espectador perdido em alguns momentos e até mesmo perdendo a fé nos protagonistas que em vários momentos mostram que, sendo deixados sozinhos, não são tão profissionais assim. Vale para analisar todas as formas que a franquia pode assumir, sendo um rumo inesperado.
É assistível, mas bem fraco. Vem na onda do início dos anos 2000 em que já havia sido feito O Tigre e o Dragão, Matrix, Homem Aranha e X-Men, com Jackie Chan fazendo uma tentativa em criar uma espécie de super heroi próprio, com efeitos especiais e aqueles movimentos com cabos. No entanto, acaba não funcionando já que muito da graça de Jackie Chan eram as suas lutas cômicas que ao mesmo tempo eram reais, então vê-lo flutuando no ar com leveza acaba nos tirando dessa história que, sinceramente, não possui grandes atrativos, não nos convencendo sequer de como eles chegam até os esconderijos seguintes. É bom para passar o tempo, e só.
Ele é um filme bem competente considerando que possui apenas duas missões básicas: ser um filme infantil e promover a venda de produtos licenciados. E em ambos os aspectos o filme consegue ir direto ao ponto, seja criando uma boa trama que nos deixa interessados e até mesmo eu, que nunca havia visto nada da Patrulha Canina, consegui entender e achar interessante, bem como fazendo piadas com o próprio aspecto mercantil do filme, momento em que os adultos dão a risada mais alta na sessão.
Seu único defeito, porém, é que ele não tem conteúdo suficiente para 92 minutos de duração, ficando um pouco cansativo em sua metade, até se recuperar no final. Poderia ter 20 minutos a menos e melhoraria muito seu ritmo. Afora isso, os personagens são cativantes, a técnica de animação é muito boa (os veículos e equipamentos chegam a ser palpáveis, com você conseguindo ver aquele porta aviões se tornando uma pista da Hot Wheels na vida real) e tem uma mensagem muito bonita, além de várias referências bem sutis a diversos outros filmes, principalmente do gênero heróis.
Que homenagem bonita ao Mussum, porque afinal o filme é isso: uma homenagem ao Antônio Carlos, mostrando sua figura de palhaço, de músico, de pai, marido, filho, e buscando colocar como cada uma das pessoas via o Mussum.
Acho melhor falar dos problemas do filme, pois são poucos e relacionados a forma como o cinema nacional, principalmente Globo Filmes, é feito: a fotografia e a montagem. Ele não traz nada muito elaborado, estilo programas e minisséries para a televisão pois, como de costume, o filme sempre tem cenas extras inseridas e é passado no início do ano como uma minissérie. Então, nesse ponto, ainda falta um aspecto mais cinematográfico. A montagem também é um problema com esse aspecto, buscando trabalhar quase que a vida toda do Mussum, acaba ficando cansativo por querer mostrar demais ao espectador coisas simples.
No entanto estas duas falhas, que são mais do nosso cinema, não prejudicam o filme que é uma delícia de ver. Você ri ao ver os esquetes sendo reencenados, inclusive com os mesmos efeitos sonoros. Mussum, que sempre foi carismático, ganha ainda mais o público ao ser mostrada a sua relação com sua mãe e, nesse ponto, as atuações do filme se mostram espetaculares, tanto por Cacau Protásio quanto por Neusa Borges. Esta, ao final, tem um discurso lindo e tão verdadeiro que sai do personagem e passa a falar como si própria, a ponto que surpreende Aílton Graça que se esforça para se manter no papel, mas a emoção toma conta dele.
Aílton Graça que, aliás, em alguns momentos se apresenta idêntico ao Mussum, principalmente nas cenas finais, quando se utilizam de uma câmera focando de local mais baixo e o rosto do ator parece mais cheio e amigável tal qual era o do ator. Ainda tem que bater palmas para Felipe Rocha, que interpreta o Dedé, e rouba a cena sempre que aparece.
E dentre tantas outras figuras são representadas, te fazendo entender porquê foi tão difícil a escolha de abandonar o samba para seguir a carreira como humorista, mostrando figuras como Cartola, Elza Soares (e com uma voz idêntica), Garrincha, Chico Anysio, Maurício Sherman, dentre tantas outras figuras do Brasil.
De fato foi um trabalho feito com maestria. E que trilha sonora!
É uma vergonha esse filme não ter sido indicado ao Oscar, sendo uma homenagem linda a essa dupla. Focando somente em um curto período, consegue trazer nessa turnê toda a história da dupla por meio de diálogos, flashbacks e cenas de arquivo, conseguindo ser abrangente mesmo em sua curta duração. John C Reilly e Coogan estão irreconhecíveis e de fato personificaram a dupla em um excelente roteiro que se preocupa em focar na amizade de ambos, e em como amizade não significa necessariamente apenas boas lembranças. É lindo, e não tem como não ficar emocionado com a cena final e todo o suor derramado no palco.
Levei quase 20 anos para terminar de ver esse filme. Assisti quando era adolescente, em 2006 e, quando faltavam pouco menos de 20 minutos para acabar a história, na cena do cemitério, o VHS começava a pular. Depois de tanto tempo, mesmo já sabendo do plot twist final, as únicas coisas que eu me lembrava eram o álbum de fotografias e a cena com o vestido.
Os Outros tem bem a característica dos filmes de terror dos anos 2000, em que se buscava um grande plot twist para a trama, ao estilo O Sexto Sentido, voltados a fazer o espectador retornar ao cinema e ver o filme novamente buscando as pistas ocultas. Não à toa inspirou anos depois Paciente 67, livro que gerou Ilha do Medo, do Scorsese.
Ele é interessante e assustador, sendo incrível sua fotografia com cores tão frias que chegam quase ao preto e branco em alguns momentos. Nicole Kidman e Alakina Mann, a filha Anne, roubam a cena sempre que aparecem e é uma perda pro cinema ela ter parado de atuar.
O único problema que vejo no filme é todo o segmento do marido e a guerra, elemento que não agrega nada à história e que poderia ser cortado completamente, permanecendo o mesmo efeito.
Não assisti a versão americana, lembro somente que ela tinha sido uma febre na época do lançamento, com muita gente assistindo como se de fato o próprio filme fosse capaz de gerar a maldição.
Assistindo agora primeiro a versão original acabou não me pegando tanto. É um bom filme e te deixa interessado já que ao invés de focar no terror em si prefere focar na investigação e na sensação de desconforto constante, criando com isso diversas cenas abertas a fim de nos dar a impressão de que existe mais alguém em tela que não vemos ou que irá aparecer subitamente, vindo dessa incerteza o terror, a mesma incerteza vivida pelos personagens que não sabem se irão durar mais de sete dias. Seu final também é bem interessante. No entanto, tem algumas características que, não sei se são extremamente orientais para nós ou se de fato são falhas, que acabam parecendo muito repentinas, como o aspecto místico inseridos nos personagens, com diversas respostas vindo fácil demais, não nos convencendo dos momentos de epifania.
Apesar de ser o mais fraco da trilogia do Kenneth Branagh, é injusto dar uma nota inferior a 4. Ele tem a melhor fotografia de todos os filmes, aprendendo com os erros de Morte no Nilo e apostando menos em efeitos especiais e mais em locações, ainda que em ambientes fechados. Diminui a quantidade de grande estrelas e deixa como foco Poirot, que se torna um fio condutor da trama ao invés de ser o mero observador, com diversos elementos o atingindo diretamente. Infelizmente acaba sendo extremamente cansativo em sua metade, recuperando-se próximo ao final, razão pelo qual não consigo julgar quem afirma que dormiu ou achou o filme cansativo porque de fato ele acaba perdendo a mão em uma trama que até então era instigante, com diversos elementos de mistério. Ainda assim, ao menos por mim, gostaria que Branagh adaptasse eternamente as obras de Agatha Christie.
Esse é bem ruim. Apesar daqueles estereótipos bem legais dos anos 50, como o forasteiro bom moço, a devassa arrependida, entre outros, acaba sendo apenas um filme cansativo que não consegue contar sua própria história sem se agarrar a mecanismos ruins, como por exemplo querer explicar em poucos segundos, próximo ao final, o motivo dos animais terem ficado gigantes, algo que sequer interessa ao contexto da história. Mesmo tendo somente 60 minutos parece durar muito mais.
+Velozes +Furiosos
3.1 509 Assista AgoraApesar da trama policial não convencer (Por que tinha necessariamente que ser corridas de carros para pegar o dinheiro das drogas, em carros que chamam a atenção de longe?) ao menos ele corrige a pior das falhas do filme anterior, que era não conseguir costurar os momentos de interação com os momentos de corrida. Assim, aqui o filme fica mais fluído e, mesmo com efeitos bem ruins até mesmo para a época, lembrando mais os jogos de Need For Speed, a tensão é tanta que nos prende a atenção. Poderia ter um vilão melhor, mais assustador.
Velozes e Furiosos
3.4 626 Assista AgoraAssistindo hoje até que é um bom filme. Seu ponto máximo são as cenas de corrida que, de forma muito inteligente, não são gratuitas, tendo uma função na história e nos deixando tensos. O problema principal é que o roteiro não sabe como trabalhar os outros momentos, ficando cansativo quando não há nenhum desafio ocorrendo, tanto que o filme fica insuportável após seus 40 minutos iniciais, só se recuperando próximo ao final, mas ainda com algumas ligações bem frágeis. Por não ter grandes pretensões, ainda assim compramos a história, mesmo podendo ser muito melhor se fossem corrigidos esses problemas amadores.
Sangue de Pantera
3.7 100Seu problema maior é uma edição que vai e volta em diversos ambientes, tendo momentos curtos que são rapidamente substituídos por outra cena curta, por vezes sem utilidade. Com isso, o clima crescente de tensão e a curiosidade de sabermos se tudo aquilo é realidade ou apenas uma representação figurada acaba indo embora e, mesmo sendo curto, o filme parece ser muito cansativo. É interessante, mas poderia ser muito melhor.
O Calouro
3.9 17 Assista AgoraEm questão de roteiro é bem melhor que outras obras de Harold Lloyd mais conhecidas, como O Homem Mosca, considerando que não é meramente um apanhado de gags, se preocupando em conduzir a história desse rapaz em seus primeiros dias de faculdade. Talvez em virtude disso o filme não acabe sendo dos mais hilários visto que você está mais preocupado com o personagem e quer que ele se dê bem do que em rir das coisas que acontecem com ele.
É tão marcante que gerou diversas obras na comédia, como por exemplo That's My Boy do Jerry Lewis, com um final bem semelhante.
Artistas e Modelos
3.9 32 Assista AgoraApesar de ter um grande investimento, acaba sendo um dos mais fracos. É bonito de ver as cores e os cenários gigantescos, com bares e ruas sendo criados mesmo que para aparecerem em poucos segundos de tela mas, infelizmente, o filme tem uma direção bem amadora. São muitos cortes secos e closes que tiram o espectador da experiência. Jerry Lewis deixa de ser o personagem adorável para ser detestável, caricato ao extremo, e a trama não tem muita ideia do rumo para onde pretende seguir (afinal, jamais descobrem sobre Rick ter roubado o personagem do Abutre de seu colega de quarto, mudando a trama para uma intriga internacional). Por vezes quer seguir a linha das comédias dos anos 50, ao estilo de Marilyn em O Pecado Mora ao Lado, focando em personagens trocando de roupa ou em poses sensuais, para depois mudar para um lado infantil, não mostrando um foco definido. Shirley Maclaine, que tem a melhor personagem e traz a melhor atuação de todo o filme, infelizmente é a que menos aparece em tela.
O Meninão
3.8 41Após uma sequência de filmes medianos, Jerry Lewis e Dean Martin voltam com um excelente filme e esse mérito vem principalmente do roteiro. Sidney Sheldon, que ainda não era um escritor de thrillers eróticos mas já havia vencido um Oscar de melhor roteiro por Um Solteirão Cobiçado, traz uma excelente história que foca muito na tensão sexual entre os personagens, ao estilo do que faria anos mais tarde em sua obra máxima, Jeannie é um Gênio.
Com isso, chega a ser impressionante em ver como determinadas coisas passaram pelo Código Hayes considerando que 5 anos mais tarde a censura ainda estaria incomodando o Hitchcock por mostrar casos extraconjugais ou mulheres de sutiã.
Ele provoca o espectador, e é isso que nos deixa atentos à tela pois mesmo com todas as gags dos personagens, é visível como Dean Martin já começa a ficar sobrando em tela, com seus números musicais solo sendo os trechos mais cansativos do filme, somente retornando ao ritmo normal quando se reúne com Jerry e se diverte, tendo que segurar o riso em cena.
Os Pecados de Teodora
3.7 5Ao menos como comédia o filme não funcionou para mim. Foram poucas as risadas que dei, a ponto de poderem ser contadas nos dedos de uma única mão. Lembro que tentei assistir uma vez e a história não me prendia, desistindo nos 20 minutos iniciais e deixando para outra oportunidade. Na segunda tentativa, novamente o mesmo problema e vi que não era comigo, já que estava querendo ver, mas sim do filme.
A questão principal é que Os Pecados de Theodora tem uma premissa interessante e de fato é muito corajoso ao se utilizar de diversas técnicas para chocar o público e driblar o Código Hayes. Uma personagem esconde sua gravidez, mas é uma gravidez durante o casamento. O tio libertino tem um problema de saúde, como uma penalidade pela vida promíscua.
O problema é que o casal não possui a menor química, talvez justamente por essa limitação do período. Então ao invés de você gostar de Michael passa a torná-lo desprezível, querendo que deixe Theodora em paz. Você não compra os motivos dele ir até a cidade e só quer que ele arrume algo para fazer. Em virtude disso, o filme se torna mais agradável no momento da "vingança", o que faz valer a pena.
A Idade do Ouro
3.8 85Gostei muito mais desse do que da grande obra "Um Cão Andaluz", talvez por aqui ser um pouco mais preciso um roteiro, bem como as críticas pontuais realizadas. É bem corajoso ao colocar todos os conflitos do sexo e referências sexuais ainda em 1930, com a sublimação por diversos elementos como a religião, a política e a sociedade. Ainda vai além e critica, além dessa sublimação, a liberalidade absoluta, com referência aos 120 Dias de Sodoma em seu encerramento. Deixa de ser um compilado de imagens para ter um propósito muito maior do que o choque.
O Vampiro da Noite
3.8 102Estava reticente achando que seria mais uma adaptação da obra de Bram Stoker quando, de forma bem inteligente, o filme vai no sentido oposto. Ele tem plena consciência de que todos já conhecem a história de Drácula, Van Helsing e Jonathan Harker, então se utiliza apenas dos nomes dos personagens para criar algo totalmente novo. Com isso, o filme deixa de ser uma adaptação e se torna algo inédito, com uma história violenta e que te instiga a querer saber o desfecho. Até mesmo quando se arrisca em inserir alívios cômicos, é bem sucedido. Peter Cushing rouba a cena sempre que aparece, e demonstra o que eu considerei como uma das cenas de desespero mais genuínas no cinema próximo ao final, com o ator correndo e pulando grades para alcançar o vampiro.
O Homem Mosca
4.3 82 Assista AgoraQue filme bem feito. Mesmo com os momentos de Harrold Lloyd subindo em prédios sendo algo prévio de sua carreira, já tendo realizado algo bem semelhante em High and Dizzy três anos antes, aqui a cena funciona porque ele passa a focar mais na tensão do que no humor. E essa tensão, de forma muito inteligente, começa a ser trabalhada várias cenas antes, a partir de quando o protagonista tem que se desdobrar em seu trabalho para enganar sua namorada, criando aquela agonia de querermos entrar na tela e dizer "Pelo amor de Deus, fale a verdade para ela!", aumentando gradativamente até os últimos vinte minutos.
A cena final é tão marcante que inspirou um conto de Stephen King em Sombras da Noite, e é legal ver que a trilha sonora, realizada muitos anos depois, cria uma pequena piada ao colocar os acordes de Psicose na cena em que os pombos atacam Lloyd, criando uma referência à Hitchcock e Os Pássaros.
Efeitos que dão de 10 a 0 nos atuais.
Missão: Impossível 7 - Acerto De Contas - Parte 1
3.9 393 Assista AgoraEste e Efeito Fallout são bons no mesmo nível, com seus acertos e erros, estes bem poucos, no máximo o excesso de personagens no final, podendo excluir facilmente o chefe da NSA e deixar todos os elementos deste com o chefe da CIA. Justamente por causa desse excesso que o filme acaba ficando cansativo na única parte em que não deveria ser.
De verdade, seria merecido Tom Cruise receber um Oscar pelo conjunto da obra, não por fazer suas cenas sem dublês, o que qualquer um com treinamento pode fazer, mas sim por, enquanto faz essas cenas, ainda se manter no personagem, com a mesma atenção e até soltando algumas falas, o que não é para qualquer um.
Tem várias pequenas referências que vão desde A Caçada ao Outubro Vermelho, com o submarino invisível, até a Agatha Christie, trazendo o Expresso do Oriente.
Vanessa Kirby, que teve uma personagem bem mal aproveitada no filme anterior, aqui tem o destaque merecido a ponto de roubar a cena sempre que aparece.
Missão: Impossível - Efeito Fallout
3.9 788É o melhor da franquia (ainda não vi o filme seguinte), aceitando a história de Missão Impossível como algo contínuo e, com isso, trazendo os personagens lidando com problemas que já eram abordados nos filmes anteriores, não sendo uma mera antologia. Talvez tenha gostado tanto por ser o filme com o estilo mais próximo aos de James Bond, que eu amo, tanto que por diversas vezes chamei de "007 - Efeito Fallout". As cenas de ação, que são longas, não são cansativas, utilizando em alguns momentos da mesma tática de Star Wars em que, para manter a tensão em uma longa cena de ação, divide-a entre vários personagens, cortando de um para outro e o que estão fazendo naquele exato momento. Fizeram muito bem em trazer de volta o vilão do filme anterior, que não havia sido aproveitado de forma satisfatória, e espero que façam o mesmo com Henry Cavill, que tem um excelente personagem.
Truck Turner
3.7 12Apesar de ter uns dez minutos iniciais bem complicados, colocando muita informação na tentativa de apresentar os personagens e, com isso, sobrecarregando o filme, após esse curto trecho o filme voa e traz não só um ótimo filme do Blaxploitation, mas do gênero de ação em si. Tem excelentes cenas de perseguição, como por exemplo todas as cenas com Gator, e você realmente torce pelo protagonista ainda que Isaac Hayes deslize na atuação em alguns momentos. Ainda, transforma aqueles clássicos problemas do gênero em vantagens, como por exemplo utilizar dos tremores da câmera para aumentar a tensão do momento.
A Bolha
3.2 103 Assista AgoraÉ bizarro ver o Steve Mcqueen com quase 30 anos fazendo um papel de adolescente cheio de rugas na cara e buscando ajudar a sociedade local, mas ainda assim não atrapalha o contesto geral do filme. Ele é clichê, mas são tão bem utilizados que ao invés de incomodarem criam tensão à história, nos dando agonia ao ver que os personagens não estão com o sentido de urgência necessário à situação e sim preocupados com corridas de veículos ou fazer o irmão dormir. Tem ótimos efeitos que, mesmo não sendo magníficos, são aceitáveis hoje em dia.
Missão: Impossível - Nação Secreta
3.7 805 Assista AgoraO lado positivo é que ele utiliza como trunfo um dos maiores problemas do filme anterior. Enquanto em Protocolo Fantasma a falta de profissionalismo dos personagens, a ponto de parecer que tudo foi resolvido mais pela sorte do que pela capacidade, incomoda na trama, este elemento é utilizado como ponto de partida para motivar a dissolução da IMF, sendo até mesmo dito tal característica em diálogo. Com isso, o filme acaba sendo mais coeso, sendo óbvia a tentativa de tornar a série algo mais glamouroso, ao estilo de um James Bond, apostando na sensualidade de personagens e no luxo dos equipamentos. Ainda assim, falta um pouco de alma ao filme, fazendo com que o espectador goste da trama, mas não se apegue suficientemente a ela e aos protagonistas.
Missão: Impossível - Protocolo Fantasma
3.7 1,7K Assista AgoraApesar de não ser um filme tão bom quanto o anterior por querer se apoiar em uma trama complicada demais para aumentar as dificuldades da equipe de Ethan, ainda assim é um filme bem agradável de assistir, longe de ser uma Sessão da Tarde ao estilo do que foi o segundo filme. Tem bons personagens e sequências de ação. No entanto, acaba sendo complexo sem necessidade, deixando o espectador perdido em alguns momentos e até mesmo perdendo a fé nos protagonistas que em vários momentos mostram que, sendo deixados sozinhos, não são tão profissionais assim. Vale para analisar todas as formas que a franquia pode assumir, sendo um rumo inesperado.
O Medalhão
2.6 165 Assista AgoraÉ assistível, mas bem fraco. Vem na onda do início dos anos 2000 em que já havia sido feito O Tigre e o Dragão, Matrix, Homem Aranha e X-Men, com Jackie Chan fazendo uma tentativa em criar uma espécie de super heroi próprio, com efeitos especiais e aqueles movimentos com cabos. No entanto, acaba não funcionando já que muito da graça de Jackie Chan eram as suas lutas cômicas que ao mesmo tempo eram reais, então vê-lo flutuando no ar com leveza acaba nos tirando dessa história que, sinceramente, não possui grandes atrativos, não nos convencendo sequer de como eles chegam até os esconderijos seguintes. É bom para passar o tempo, e só.
Patrulha Canina: Um Filme Superpoderoso
3.4 7 Assista AgoraEle é um filme bem competente considerando que possui apenas duas missões básicas: ser um filme infantil e promover a venda de produtos licenciados. E em ambos os aspectos o filme consegue ir direto ao ponto, seja criando uma boa trama que nos deixa interessados e até mesmo eu, que nunca havia visto nada da Patrulha Canina, consegui entender e achar interessante, bem como fazendo piadas com o próprio aspecto mercantil do filme, momento em que os adultos dão a risada mais alta na sessão.
Seu único defeito, porém, é que ele não tem conteúdo suficiente para 92 minutos de duração, ficando um pouco cansativo em sua metade, até se recuperar no final. Poderia ter 20 minutos a menos e melhoraria muito seu ritmo. Afora isso, os personagens são cativantes, a técnica de animação é muito boa (os veículos e equipamentos chegam a ser palpáveis, com você conseguindo ver aquele porta aviões se tornando uma pista da Hot Wheels na vida real) e tem uma mensagem muito bonita, além de várias referências bem sutis a diversos outros filmes, principalmente do gênero heróis.
Mussum: O Filmis
3.7 167 Assista AgoraQue homenagem bonita ao Mussum, porque afinal o filme é isso: uma homenagem ao Antônio Carlos, mostrando sua figura de palhaço, de músico, de pai, marido, filho, e buscando colocar como cada uma das pessoas via o Mussum.
Acho melhor falar dos problemas do filme, pois são poucos e relacionados a forma como o cinema nacional, principalmente Globo Filmes, é feito: a fotografia e a montagem. Ele não traz nada muito elaborado, estilo programas e minisséries para a televisão pois, como de costume, o filme sempre tem cenas extras inseridas e é passado no início do ano como uma minissérie. Então, nesse ponto, ainda falta um aspecto mais cinematográfico. A montagem também é um problema com esse aspecto, buscando trabalhar quase que a vida toda do Mussum, acaba ficando cansativo por querer mostrar demais ao espectador coisas simples.
No entanto estas duas falhas, que são mais do nosso cinema, não prejudicam o filme que é uma delícia de ver. Você ri ao ver os esquetes sendo reencenados, inclusive com os mesmos efeitos sonoros. Mussum, que sempre foi carismático, ganha ainda mais o público ao ser mostrada a sua relação com sua mãe e, nesse ponto, as atuações do filme se mostram espetaculares, tanto por Cacau Protásio quanto por Neusa Borges. Esta, ao final, tem um discurso lindo e tão verdadeiro que sai do personagem e passa a falar como si própria, a ponto que surpreende Aílton Graça que se esforça para se manter no papel, mas a emoção toma conta dele.
Aílton Graça que, aliás, em alguns momentos se apresenta idêntico ao Mussum, principalmente nas cenas finais, quando se utilizam de uma câmera focando de local mais baixo e o rosto do ator parece mais cheio e amigável tal qual era o do ator. Ainda tem que bater palmas para Felipe Rocha, que interpreta o Dedé, e rouba a cena sempre que aparece.
E dentre tantas outras figuras são representadas, te fazendo entender porquê foi tão difícil a escolha de abandonar o samba para seguir a carreira como humorista, mostrando figuras como Cartola, Elza Soares (e com uma voz idêntica), Garrincha, Chico Anysio, Maurício Sherman, dentre tantas outras figuras do Brasil.
De fato foi um trabalho feito com maestria. E que trilha sonora!
Stan & Ollie: O Gordo e o Magro
3.7 79 Assista AgoraÉ uma vergonha esse filme não ter sido indicado ao Oscar, sendo uma homenagem linda a essa dupla. Focando somente em um curto período, consegue trazer nessa turnê toda a história da dupla por meio de diálogos, flashbacks e cenas de arquivo, conseguindo ser abrangente mesmo em sua curta duração. John C Reilly e Coogan estão irreconhecíveis e de fato personificaram a dupla em um excelente roteiro que se preocupa em focar na amizade de ambos, e em como amizade não significa necessariamente apenas boas lembranças. É lindo, e não tem como não ficar emocionado com a cena final e todo o suor derramado no palco.
Os Outros
4.1 2,5K Assista AgoraLevei quase 20 anos para terminar de ver esse filme. Assisti quando era adolescente, em 2006 e, quando faltavam pouco menos de 20 minutos para acabar a história, na cena do cemitério, o VHS começava a pular. Depois de tanto tempo, mesmo já sabendo do plot twist final, as únicas coisas que eu me lembrava eram o álbum de fotografias e a cena com o vestido.
Os Outros tem bem a característica dos filmes de terror dos anos 2000, em que se buscava um grande plot twist para a trama, ao estilo O Sexto Sentido, voltados a fazer o espectador retornar ao cinema e ver o filme novamente buscando as pistas ocultas. Não à toa inspirou anos depois Paciente 67, livro que gerou Ilha do Medo, do Scorsese.
Ele é interessante e assustador, sendo incrível sua fotografia com cores tão frias que chegam quase ao preto e branco em alguns momentos. Nicole Kidman e Alakina Mann, a filha Anne, roubam a cena sempre que aparecem e é uma perda pro cinema ela ter parado de atuar.
O único problema que vejo no filme é todo o segmento do marido e a guerra, elemento que não agrega nada à história e que poderia ser cortado completamente, permanecendo o mesmo efeito.
O Chamado
3.3 335 Assista AgoraNão assisti a versão americana, lembro somente que ela tinha sido uma febre na época do lançamento, com muita gente assistindo como se de fato o próprio filme fosse capaz de gerar a maldição.
Assistindo agora primeiro a versão original acabou não me pegando tanto. É um bom filme e te deixa interessado já que ao invés de focar no terror em si prefere focar na investigação e na sensação de desconforto constante, criando com isso diversas cenas abertas a fim de nos dar a impressão de que existe mais alguém em tela que não vemos ou que irá aparecer subitamente, vindo dessa incerteza o terror, a mesma incerteza vivida pelos personagens que não sabem se irão durar mais de sete dias. Seu final também é bem interessante. No entanto, tem algumas características que, não sei se são extremamente orientais para nós ou se de fato são falhas, que acabam parecendo muito repentinas, como o aspecto místico inseridos nos personagens, com diversas respostas vindo fácil demais, não nos convencendo dos momentos de epifania.
A Noite das Bruxas
3.3 186Apesar de ser o mais fraco da trilogia do Kenneth Branagh, é injusto dar uma nota inferior a 4. Ele tem a melhor fotografia de todos os filmes, aprendendo com os erros de Morte no Nilo e apostando menos em efeitos especiais e mais em locações, ainda que em ambientes fechados. Diminui a quantidade de grande estrelas e deixa como foco Poirot, que se torna um fio condutor da trama ao invés de ser o mero observador, com diversos elementos o atingindo diretamente. Infelizmente acaba sendo extremamente cansativo em sua metade, recuperando-se próximo ao final, razão pelo qual não consigo julgar quem afirma que dormiu ou achou o filme cansativo porque de fato ele acaba perdendo a mão em uma trama que até então era instigante, com diversos elementos de mistério. Ainda assim, ao menos por mim, gostaria que Branagh adaptasse eternamente as obras de Agatha Christie.
O Ataque das Sanguessugas Gigantes
2.6 19 Assista AgoraEsse é bem ruim. Apesar daqueles estereótipos bem legais dos anos 50, como o forasteiro bom moço, a devassa arrependida, entre outros, acaba sendo apenas um filme cansativo que não consegue contar sua própria história sem se agarrar a mecanismos ruins, como por exemplo querer explicar em poucos segundos, próximo ao final, o motivo dos animais terem ficado gigantes, algo que sequer interessa ao contexto da história. Mesmo tendo somente 60 minutos parece durar muito mais.