A própria definição do termo "Belas Artes" enquanto disciplina institui uma oposição conceitual entre as artes belas e as artes que não são belas, que não têm espaço na academia; a definição do que seja belo ou não se dá através de um recorte muito marcado de classe social - ao longo do tempo, foi a burguesia quem definiu o que entra e o que fica de fora dos museus - no documentário, isto fica muito claro na fala do funcionário da faculdade de Belas Artes, um discurso totalmente esvaziado de sentido estético e político. A contravenção, de qualquer ordem, sempre causou polêmica e foi posta à margem - foi assim, por exemplo, com o dadaísmo, a poesia concreta, o rap e, assim o é com o pixo. As demais manifestações às quais me referi foram, paulatinamente, assimiladas de alguma forma; se tal assimilação também ocorresse com o pixo, como disse um dos entrevistados nesse documentário, tão logo as madames contratariam pixadores para "enfeitarem" suas paredes.
Por hora, pixo permanece como provocação, arte e intervenção! E vandalismo... Vandalismo é a fome, a violência policial que tem seus alvos racialmente e socialmente marcados, a desigualdade social, a falta de moradia, etc.
Quase dois anos após tê-lo assistido pela primeira vez, pude novamente assistir a esse filme e me redimir com esta obra de arte! Da primeira vez, não me havia agradado - muito por conta do ritmo lento e quase silencioso ; porém, desta vez, pude sentir sua sutileza e suavidade, além de contemplar a beleza como as imagens metafóricas para o nascimento e a morte se constituem ao longo do filme. A sequência da criação do mundo e da origem da vida é maravilhosa!
Gong Li é uma atriz exuberante - só elogios a considerar sobre sua atuação neste filme! A fotografia é outro elemento muito bem realizado no longa! No entanto, a narrativa não me cativou, embora tenha possibilitado boas reflexões sobre os sentidos do amor, da transitoriedade e da solidão.
Excelente comédia de situações italiana - ótima sátira sobre a tradição dos filmes de máfia. Benigni é um ótimo comediante que inscreve seu nome numa tradição que relaciona Charlie Chaplin, Jacques Tati, Totò e Woody Allen.
Excelente documentário! Narrativa primorosa que explora a constituição do sujeito a partir da infância em diferentes culturas! A escolha pela sobreposição das imagens, sem diálogos ou narração em off foi muito acertada.
P.S.: Vygotsky, Piaget, Wallon e Chomsky ficariam orgulhosos!!
A narrativa do prólogo é mais interessante que a narrativa da trama principal! História confusa e inverossímil, casal principal sem a menor química; atuação estranha, a do Val Kilmer. Sem contar na propaganda anti-comunista super desnecessária!
Direção de arte, fotografia e atuações impecáveis - sobretudo as de Emma Thompson e Vanessa Redgrave, que embora apareça pouco, tem uma presença marcante na narrativa! O filme é muito bonito e contempla muito bem o choque resultante da mercantilização das relações. O interesse pelas artes, pela cultura e pelo pensamento científico humaniza os Schlegel, enquanto os Wilcox consomem a si mesmos e são consumidos pelo capital.
Metalinguagem, marxismo, maoísmo, antropofagia: o ser humano de volta à condição de barbárie e selvageria às vésperas de um colapso na estrutura capitalista. O filme é tão atual hoje, como o era à época em que foi produzido - prenúncio profético de Maio de 1968.
Documentário excelente que alça ao protagonismo a pessoa humana, evidenciando sua constituição subjetiva através da contemplação de suas diferenças socioculturais e sua adaptação aos fatores externos. A trilha sonora foi muito bem aproveitada; e a montagem assimila muitas influências do clássico "Ilha das Flores", de Jorge Furtado.
P.S.: Os relatos tragicômicos narrados pelo tom sempre irônico de Paulo César Peréio são hilários, apesar de trágicos!
Os pontos positivos do filme são as atuações de Christina Ricci - que soube encarnar muito bem no cinismo de sua personagem - e de Lisa Kudrow - que é ótima, mesmo não abandonando nunca algumas expressões da Phoebe Buffey. No entanto, alguma coisa da narrativa não me conquistou (talvez tenha sido pelo fato de que só tive acesso à versão dublada da película - péssima dublagem, diga-se de passagem!)
As atuações de Taylor & Burton neste filme estão, certamente, entre as melhores que já vi nos filmes! Eles transmitem uma tensão emocional - e também sexual e conjugal - que foi provavelmente potencializada pelos dilemas reais que o casal de atores enfrentava em sua vida privada; Isso é que é construção de personagem!
Uma mulher de meia idade lidando com seus fantasmas em meio a uma crise conjugal - A fantasia surrealista, potencializada pelo Technicollor, imprime a marca de Fellini, que via e representava a vida como a um espetáculo circense. Ahh, e a bela Giulietta Masina - de quem Caetano Veloso disse o mais acertado: "aquela cara é o coração de Jesus"
O espectador é colocado, através da narrativa naturalista e em terceira pessoa, no lugar de voyeur - observando a tudo e sentindo a agonia dos últimos dias do protagonista - sensação potencializada pelo excelente trabalho sonoro do filme e pela fotografia, por vezes, extremamente contemplativa. A semelhança física e biográfica do protagonista com Kurt Cobain aumenta nossa sensação de aflição - que o voyeur, embora sinta, é impossibilitado de qualquer ação. No entanto, embora o filme construa muito bem o realismo que a narrativa assume, algumas cenas aparecem desconexas do enredo geral - como a cena próxima do final, por exemplo,
quando a "alma" do protagonista deixa o corpo e ascende ao céu, rompendo radicalmente como o tom naturalista que a narrativa havia assumido até então; embora seja possível estabelecer uma relação direta desta cena com a conversa dos 'colegas' de Blake com os meninos mórmons, ela aparece solta no contexto geral do filme
Infelizmente, é um filme datado, feito para aterrorizar os expectadores no calor do momento do bug do milênio e de especulações sobre a realização de profecias apocalípticas. Embora o filme tenha envelhido mal, não é, propriamente, ruim. Possui uma trama envolvente e uma trilha sonora excelente!
O maior acerto desse filme consiste na excelência das atuações; Sobretudo na atuação de Barbra Streisand que extrapola os limites da constituição estereotipada e redutiva - a militante comunista amargurada e sem senso de humor - que o roteiro tentou imputar na sua personagem, e apresenta uma mulher forte que não desiste de suas convicções apesar das circunstâncias. Robert Redford também dá mostras da qualidade de sua atuação. A trilha sonora também é um elemento que valoriza muito este filme - a canção-tema é belíssima.
P.S.: Barbra Streisand é daquelas mulheres que merecem o qualificativo de DIVA!
Não é propriamente um filme ruim; embora o romance piegas e previsível destoe da realidade criada pela narrativa, isso não deve ser considerado como um problema na condução do filme em si, mas do romance no qual o ele se baseia. Porém, quanto ao filme, existem erros imperdoáveis de continuidade -
como, por exemplo, quando Peg vai ao hospital roubar medicamentos para Jamie e retorna à caverna com o criotanque, sendo que a câmera não a mostra roubando o criotanque, mas somente o observando
Danny Boyle acerta na condução deste thriller sci-fi pós-apocalíptico - a marca do diretor está presente e pode ser conferida na montagem dinâmica e no aproveitamento da trilha sonora convergindo com o argumento do filme (por vezes complementarmente, por vezes ironicamente - como quando toca "Ave Maria"), por exemplo.
P.S.: Em tempos de pandemia, este filme bota caraminholas na cabeça!
Muito mais do que um road movie - gênero muito bem explorado por Walter Salles - este filme mergulha nos escritos de Guevara e Granado e esmiúça sobre os processos de tomada de consciência social e de latinidade do médico altruísta e humano e que viria a se tornar o grande revolucionário Ernesto 'Che' Guevara! Viva Che! e Viva Latinoamérica!
Demônio de Neon
3.2 1,2K Assista AgoraBelíssimo e perverso na mesma medida! Mas, também, impactante, reflexivo e irônico.
Elle Fanning apresenta uma atuação fabulosa!
P.S.: Quando o filme terminou, meu queixo estava no chão! Levei algum tempo digerindo a película... e essa digestão ainda levará algum tempo!
4.2 / 5.0
Nós que Aqui Estamos Por Vós Esperamos
4.3 416"O historiador é rei; Freud é a rainha!"
Hobsbawm e Freud; História, psicanálise e poesia!
4.3 / 5.0
Alta Fidelidade
3.8 691 Assista AgoraOs discos "Tropicália" e "Índia" (Gal Costa) na loja de vinis <3 !
A música brasileira muito bem representada na loja do Rob!
4.1 / 5.0
Pixo
4.2 134Acredito que o momento emblemático deste documentário, que de certa forma, condensa quase toda a discussão contida na fita seja a
da intervenção na faculdade de Belas Artes
A própria definição do termo "Belas Artes" enquanto disciplina institui uma oposição conceitual entre as artes belas e as artes que não são belas, que não têm espaço na academia; a definição do que seja belo ou não se dá através de um recorte muito marcado de classe social - ao longo do tempo, foi a burguesia quem definiu o que entra e o que fica de fora dos museus - no documentário, isto fica muito claro na fala do funcionário da faculdade de Belas Artes, um discurso totalmente esvaziado de sentido estético e político. A contravenção, de qualquer ordem, sempre causou polêmica e foi posta à margem - foi assim, por exemplo, com o dadaísmo, a poesia concreta, o rap e, assim o é com o pixo. As demais manifestações às quais me referi foram, paulatinamente, assimiladas de alguma forma; se tal assimilação também ocorresse com o pixo, como disse um dos entrevistados nesse documentário, tão logo as madames contratariam pixadores para "enfeitarem" suas paredes.
Por hora, pixo permanece como provocação, arte e intervenção!
E vandalismo... Vandalismo é a fome, a violência policial que tem seus alvos racialmente e socialmente marcados, a desigualdade social, a falta de moradia, etc.
4.0 / 5.0
Labirinto de Paixões
3.4 108"Sin dinero nena, no coche, no chica, no tate, no vicio, no rímel.
¡Estoy histerica!'
4.2 / 5.0
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraQuase dois anos após tê-lo assistido pela primeira vez, pude novamente assistir a esse filme e me redimir com esta obra de arte!
Da primeira vez, não me havia agradado - muito por conta do ritmo lento e quase silencioso ; porém, desta vez, pude sentir sua sutileza e suavidade, além de contemplar a beleza como as imagens metafóricas para o nascimento e a morte se constituem ao longo do filme. A sequência da criação do mundo e da origem da vida é maravilhosa!
4.0 / 5.0
O Trem de Zhou Yu
3.9 12Gong Li é uma atriz exuberante - só elogios a considerar sobre sua atuação neste filme! A fotografia é outro elemento muito bem realizado no longa!
No entanto, a narrativa não me cativou, embora tenha possibilitado boas reflexões sobre os sentidos do amor, da transitoriedade e da solidão.
3.6 / 5.0
Johnny Stecchino
3.8 34Excelente comédia de situações italiana - ótima sátira sobre a tradição dos filmes de máfia. Benigni é um ótimo comediante que inscreve seu nome numa tradição que relaciona Charlie Chaplin, Jacques Tati, Totò e Woody Allen.
4.2 / 5.0
O Mundo de Andy
3.9 357Outro ator não teria feito tão brilhantemente Andy Kaufman quanto o Jim Carrey!
4.0 / 5.0
Bebês
4.2 141Excelente documentário! Narrativa primorosa que explora a constituição do sujeito a partir da infância em diferentes culturas! A escolha pela sobreposição das imagens, sem diálogos ou narração em off foi muito acertada.
P.S.: Vygotsky, Piaget, Wallon e Chomsky ficariam orgulhosos!!
4.4 / 5.0
O Santo
3.2 88A narrativa do prólogo é mais interessante que a narrativa da trama principal!
História confusa e inverossímil, casal principal sem a menor química; atuação estranha, a do Val Kilmer.
Sem contar na propaganda anti-comunista super desnecessária!
2.7 / 5.0
Retorno a Howards End
3.7 55 Assista AgoraDireção de arte, fotografia e atuações impecáveis - sobretudo as de Emma Thompson e Vanessa Redgrave, que embora apareça pouco, tem uma presença marcante na narrativa!
O filme é muito bonito e contempla muito bem o choque resultante da mercantilização das relações. O interesse pelas artes, pela cultura e pelo pensamento científico humaniza os Schlegel, enquanto os Wilcox consomem a si mesmos e são consumidos pelo capital.
4.0 / 5.0
Week-End à Francesa
3.8 108Metalinguagem, marxismo, maoísmo, antropofagia: o ser humano de volta à condição de barbárie e selvageria às vésperas de um colapso na estrutura capitalista. O filme é tão atual hoje, como o era à época em que foi produzido - prenúncio profético de Maio de 1968.
4.4 / 5.0
O Mundo Cabe Numa Cadeira de Barbeiro
4.0 2Documentário excelente que alça ao protagonismo a pessoa humana, evidenciando sua constituição subjetiva através da contemplação de suas diferenças socioculturais e sua adaptação aos fatores externos.
A trilha sonora foi muito bem aproveitada; e a montagem assimila muitas influências do clássico "Ilha das Flores", de Jorge Furtado.
P.S.: Os relatos tragicômicos narrados pelo tom sempre irônico de Paulo César Peréio são hilários, apesar de trágicos!
4.0 / 5.0
O Oposto do Sexo
3.0 56Os pontos positivos do filme são as atuações de Christina Ricci - que soube encarnar muito bem no cinismo de sua personagem - e de Lisa Kudrow - que é ótima, mesmo não abandonando nunca algumas expressões da Phoebe Buffey.
No entanto, alguma coisa da narrativa não me conquistou (talvez tenha sido pelo fato de que só tive acesso à versão dublada da película - péssima dublagem, diga-se de passagem!)
2.8 / 5.0
Quem Tem Medo de Virginia Woolf?
4.3 498 Assista AgoraAs atuações de Taylor & Burton neste filme estão, certamente, entre as melhores que já vi nos filmes! Eles transmitem uma tensão emocional - e também sexual e conjugal - que foi provavelmente potencializada pelos dilemas reais que o casal de atores enfrentava em sua vida privada; Isso é que é construção de personagem!
4.7 / 5.0
Julieta dos Espíritos
4.0 130 Assista AgoraUma mulher de meia idade lidando com seus fantasmas em meio a uma crise conjugal - A fantasia surrealista, potencializada pelo Technicollor, imprime a marca de Fellini, que via e representava a vida como a um espetáculo circense.
Ahh, e a bela Giulietta Masina - de quem Caetano Veloso disse o mais acertado: "aquela cara é o coração de Jesus"
4.4 / 5.0
Últimos Dias
2.9 348 Assista AgoraO espectador é colocado, através da narrativa naturalista e em terceira pessoa, no lugar de voyeur - observando a tudo e sentindo a agonia dos últimos dias do protagonista - sensação potencializada pelo excelente trabalho sonoro do filme e pela fotografia, por vezes, extremamente contemplativa. A semelhança física e biográfica do protagonista com Kurt Cobain aumenta nossa sensação de aflição - que o voyeur, embora sinta, é impossibilitado de qualquer ação.
No entanto, embora o filme construa muito bem o realismo que a narrativa assume, algumas cenas aparecem desconexas do enredo geral - como a cena próxima do final, por exemplo,
quando a "alma" do protagonista deixa o corpo e ascende ao céu, rompendo radicalmente como o tom naturalista que a narrativa havia assumido até então; embora seja possível estabelecer uma relação direta desta cena com a conversa dos 'colegas' de Blake com os meninos mórmons, ela aparece solta no contexto geral do filme
3.5 / 5.0
A Princesa Xuxa e os Trapalhões
2.7 204Apesar das péssimas atuações - sobretudo a de Xuxa; das situações esdrúxulas e do tom amadorístico que a produção assume, é um filme que diverte!
P.S.: Meu pecado confesso é gostar d'Os Trapalhões; mas, se Drummond também gostava, está perdoado.
3.0 / 5.0
Fim dos Dias
3.1 298 Assista AgoraInfelizmente, é um filme datado, feito para aterrorizar os expectadores no calor do momento do bug do milênio e de especulações sobre a realização de profecias apocalípticas. Embora o filme tenha envelhido mal, não é, propriamente, ruim. Possui uma trama envolvente e uma trilha sonora excelente!
3.0 / 5.0
Nosso Amor de Ontem
3.9 117 Assista AgoraO maior acerto desse filme consiste na excelência das atuações; Sobretudo na atuação de Barbra Streisand que extrapola os limites da constituição estereotipada e redutiva - a militante comunista amargurada e sem senso de humor - que o roteiro tentou imputar na sua personagem, e apresenta uma mulher forte que não desiste de suas convicções apesar das circunstâncias. Robert Redford também dá mostras da qualidade de sua atuação.
A trilha sonora também é um elemento que valoriza muito este filme - a canção-tema é belíssima.
P.S.: Barbra Streisand é daquelas mulheres que merecem o qualificativo de DIVA!
3.8 / 5.0
A Hospedeira
3.2 2,2KNão é propriamente um filme ruim; embora o romance piegas e previsível destoe da realidade criada pela narrativa, isso não deve ser considerado como um problema na condução do filme em si, mas do romance no qual o ele se baseia.
Porém, quanto ao filme, existem erros imperdoáveis de continuidade -
como, por exemplo, quando Peg vai ao hospital roubar medicamentos para Jamie e retorna à caverna com o criotanque, sendo que a câmera não a mostra roubando o criotanque, mas somente o observando
O filme vale como entretenimento; e só!
3.2 / 5.0
Extermínio
3.7 947Danny Boyle acerta na condução deste thriller sci-fi pós-apocalíptico - a marca do diretor está presente e pode ser conferida na montagem dinâmica e no aproveitamento da trilha sonora convergindo com o argumento do filme (por vezes complementarmente, por vezes ironicamente - como quando toca "Ave Maria"), por exemplo.
P.S.: Em tempos de pandemia, este filme bota caraminholas na cabeça!
3.9 / 5.0
Diários de Motocicleta
3.9 827Muito mais do que um road movie - gênero muito bem explorado por Walter Salles - este filme mergulha nos escritos de Guevara e Granado e esmiúça sobre os processos de tomada de consciência social e de latinidade do médico altruísta e humano e que viria a se tornar o grande revolucionário Ernesto 'Che' Guevara!
Viva Che! e Viva Latinoamérica!
4.7 /5.0