Discussões ideológicas à parte, "Sniper Americano" é um ótimo filme que se divide entre os gêneros Guerra e Biografia se saindo bem em ambos. Design de som perfeito, aliado à atuação de entrega de Bradley Cooper (perfeito) e as tensas e bem montadas sequências de ação, acabam valendo por todo o filme. E mesmo que a intenção fosse produzir um filme de propaganda pró-guerra, o tiro (ops!) saiu pela culatra, basta prestar atenção ao desfecho do filme (e da vida de Chris Kyle).
Eu gosto de cinema experimental, mas não consegui resistir ao sono e tive que assistir à "A Árvore da Vida" em duas partes. O ritmo lento, algo que raramente me desagrada, aqui parece agir contra o filme, e a repetição constante de imagens da natureza selvagem é bela, mas cansa justamente por não trazer nada novo para a....narrativa? Brad Pitt e Jessica Chastain trazem composições perfeitas para seus papeis, mas falta substância em um longa muito longo de Malick, que certamente se beneficiaria de uma enxugada no tempo de projeção para uma reflexão que não precisaria de 140 minutos para ser levada ao espectador. Em tempo, Lubezki demonstrou mais uma vez porque é o melhor fotógrafo do cinema atual.
O maior charme de "Palo Alto" é também sua maior limitação. A estética e a narrativa "slice of life" até que rende um filme que foge da convencional narrativa em três atos e opta por algo mais realista. A trilha sonora e (algumas) atuações nunca deixam o filme cair no tédio, por mais que sintamos ao final que faltou algo, e por mais que a apatia e o vazio sejam sentimentos que caiam bem quando estamos falando em um filme sobre adolescência, é inegável que a primeira obra de Coppola neta ficou frágil demais, embora muito longe de ser um filme ruim.
Bom filme, escrito pelo estreante David Ross e dirigido pelo competente Lucky McKee, "A Floresta" se supera em meio a tantos trabalhos similares sobre bruxaria e consegue encontrar o próprio tom em meio a vários artifícios que a trama utiliza. Ainda há a presença referencial (e reverencial) de Bruce Campbell, ele mesmo já bem acostumado aos mistérios da floresta ;)
Conseguiu tirar leite de pedra (no sentido de conseguir construir algo original e emotivo quando comparado ao original) e é esplêndido em seu visual e na charmosa técnica de animação que utiliza, criando mais uma vez um universo fantástico e, por que não, realista.
"O Jogo da Imitação" não é um filme ruim. Mas a chance de criar um poderoso e crítico drama biográfico cai por terra em detrimento de uma estrutura que remete mais a um dramalhão burocrático e mecânico do que a um genuíno biopic. As atuações do elenco principal são o que salvam o filme, bem como o design de produção caprichado. Outra coisa importante sobre o filme é que, apesar de não ser mérito dessa obra em si, conseguiu suscitar reflexões sobre a vida de Alan Turing e o terrível tratamento dado a ele pelo governo e sociedade após a Guerra. Pena que nesse aspecto o filme não deu a menor importância.
Bobo demais, possui um roteiro fragilissimo que se perde dentro de sua própria lógica (ou falta de lógica) interna. Cria o recurso batido de um "plot twist" previsível e que pretende ser algo mais complexo do que é. Ainda contém os burocráticos sustos "jumpscares" em abundância, algo negativo que serve mais para compensar a total morosidade do filme, que prefere aumentar o volume da trilha sonora em vez de tentar criar uma atmosfera envolvente. Ainda desperdiça os talentos de Frank Grillo e Maria Bello em papeis unidimensionais e descartáveis e não consegue criar interesse em nenhum momento. Muito fraco.
Um pequeno grande filme. Logo na sua estreia na direção de longas, Leigh Janiak faz o que muito diretor veterano ainda não consegue. Estabelecer a atmosfera de sua narrativa e percorrer com ela o filme todo, mantendo o mistério amarradinho e encerrando o filme de maneira convencional, mas correta. Ponto também para o inspirado casal de atores que convence na sua interação como recém-casados. Palmas para o roteiro que também soube dedicar boa parte de seu primeiro ato exclusivamente para nos apresentar a dinâmica do casal. Recomendado, grande suspense!
Ótimo filme, nem comentarei das já tão comentadas e merecidamente premiadas atuações de Leto e McConaughey que dão vida ao filme. Ainda contam pontos positivos a câmera frequentemente vacilante que conota ao filme um caráter semi-documental e, portanto, mais realista e o ótimo arco dramático do protagonista do pulsante personagem Ron Woodroof.
A sequência inicial, de tão tensa e bem construída, parece fazer parte de um filme completamente diferente, tamanha a mediocridade da trama durante o resto do filme. Clichês e convenções que não funcionam, momentos chupados de outros filmes melhores, desfecho manjadão, cansativo e burocrático, atores bem mais-ou-menos encarnando personagens sem um pingo de carisma, sustinhos raros que não chegam a causar nenhum pavor. Isso é "Annabelle", um filme absolutamente dispensável, cuja an(pro)tagonista não deve meter medo nem em criancinha.
Confesso que entendi muito pouco das alegorias e aranhas gigantes do filme rs, mas mesmo assim é impossível não admirar a estética da obra, a fotografia árida e amarelada, o design de produção, a montagem, o suspense criado pela discreta trilha sonora, a atuação mais uma vez genial de Jake Gyllenhaal, a direção inventiva de Villeneuve, enfim, um proverbial filme-de-arte muito belo. Vale a pena, inclusive para a discussão com os amigos sobre os possíveis significados do roteiro.
Roteiro de primeira, além disso o clima construído através da fotografia, sempre opressor, chuvoso, dark, estabelece a atmosfera de suspense, mistério e pesar que dura todo o filme. Infelizmente já tinham me dado spoiler sobre o final, mas mesmo assim consegui sentir o impacto,
É de doer o coração acontecer aquilo com a personagem Tracy, e o roteiro é muito esperto ao criar bastante empatia com esta personagem no primeiro e segundo atos para que sintamos ainda mais a carga do desfecho
. Morgan Freeman bem à vontade no papel e Brad Pitt correto, senti apenas um pouco de 'over-the-top' na atuação dele, principalmente no final. Grande filme!
Louis Bloom é um personagem tão fascinante e carismático quanto perigoso e odiável, representando assim um genuíno sociopata, brilhantemente interpretado por Gyllenhaal. E pode-se dizer que "O Abutre" acerta ao funcionar bem tanto como um estudo de personagem, como também na análise crítica de uma indústria jornalística que tem menos de séria e mais de entretenimento doentio (que infelizmente alimenta nossa curiosidade mórbida). Em vários momentos do filme é possível fazer analogias com personagens brasileiros, como Datena, Sonia Abrão e o falecido noticiário Aqui, Agora (cujo caso exibindo o suicídio de uma jovem se assemelharia aos casos filmados por Bloom no filme - releia e compare: """"""O porteiro do prédio de onde Lopes se atirou chamou o Corpo de Bombeiros quando viu a atitude da garota. A equipe de reportagem do SBT, liderada pelo jornalista Sérgio Frias, chegou junto com os socorristas, já que estavam na região central de São Paulo quando recebeu um chamado urgente do jornalismo da emissora. O SBT tinha jornalistas sintonizados na mesma frequência de rádio da polícia e dos bombeiros. Seus jornalistas chegaram ao prédio antes de a garota pular""""""" ---- Fonte: http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/em-1993-aqui-agora-exibiu-suicidio-de-adolescente-e-chocou-o-brasil-4722).
Voltando ao filme, a trilha composta pelo veterano James Newton Howard dessa vez investe em acordes mais leves ou contemplativos, e que sugerem um tom de humor, uma forma de humor negro que está presente de maneira pontual no longa.
Já o diretor-roteirista Gilroy acerta na maior parte do tempo, com destaque para a angustiante e tensa cena de perseguição e tiroteio no terceiro ato. Entretanto, Gilroy erra ao pesar a mão também no desfecho, incluindo situações inverossímeis que prejudicam o até então sóbrio roteiro. É um pecado menor para uma das obras mais pungentes, vivas e críticas que o cinemão produziu nos últimos anos.
Gostei bastante, principalmente da trilha composta por Bernard Herrmann e orquestrada por Elmer Bernstein, que justamente por seus acordes pesados conferem ao filme uma atmosfera permanente de terror e angústia. Não há também como deixar de citar mais uma vez o Robert De Niro e seu 'method acting', que entrega vários graus de psicopatia ao longo da trama. Só não é melhor por conta de algumas situações forçadas típicas do gênero thriller de horror, ao qual Scorsese está pouco acostumado.
Por trás de um fiapo de roteiro, e uma técnica de animação charmosíssima e arrojada (certamente a mais inovadora do ano), "Uma Aventura Lego" se constrói como uma das melhores animações dos últimos tempos, incluindo aí as ótimas "atuações" nas vozes de Morgan Freeman, Chris Pratt, Elizabeth Banks e Will Arnett, e a inteligente alegoria que se apresenta sutilmente em meio aos brinquedos de Lego. Muito bom mesmo!
É válido como um exercício do gênero que não somente lança um olhar curioso sobre a comunidade praticante de body modification, mas também contém uma sutil crítica ao preconceito em relação ao corpo e às aparências. Mas como cinema fica devendo, o roteiro é atabalhoado e os personagens boiam a esmo dentro da trama. Até mesmo a elogiada performance de Katharine Isabelle poderia ter sido mais aproveitada caso o longa fosse melhor dirigido.
Mesmo se desconsiderarmos a falta de lógica e a forçação de barra enorme para que o terceiro filme tivesse um ponto de partida, ainda assim "Alien 3" é uma grande decepção. Claro que gostaria de assistir a versão que Fincher tinha em mente, mas a julgar pelo que vi, pouquíssimos aspectos se salvam, entre eles estão a inteligente ambientação num planeta-prisão masculino, o final corajoso e a fotografia que, assim como no primeiro filme, aposta em claustrofobia e escuridão para estabelecer a atmosfera da trama (com destaque para as várias cenas de perseguição nos corredores da prisão).
Mestre Carpinteiro mostrando aqui porque dominava o cinema fantástico nos anos 70/80. Claustrofóbico, tenso, constrói um clima de paranoia apoiado em situações simples sem grandes mirabolâncias no roteiro e numa trilha sonora sinistríssima (de Ennio Morricone). Os efeitos de maquiagem práticos (de Rob Bottin), principalmente nas transformações da "Coisa", são perturbadores mesmo nos dias de hoje.
Em vários momentos de "A Culpa é das Estrelas", me lembrei do excelente "Antes do Amanhecer", a ainda que os filmes guardem poucas semelhanças estruturais, algo que gostei no filme de Linklater e também no de Josh Boone foi a grande organicidade, que está presente tanto nas boas atuações do elenco principal, bem como no roteiro, ao menos em parte dele. A impressão que fica é que realmente estamos assistindo a dois jovens se apaixonarem quase em tempo real, e ainda que os clichês estejam presentes, a maior parte deles se resume a momentos pontuais ou quando são levados pelo inteligente bom humor do qual o roteiro faz uso frequentemente. No elenco, o grande Willem Dafoe se encaixa perfeitamente no papel de Van Houten, ainda que o segundo ato no qual seu personagem é introduzido é problemático e morno. Já Ansel Elgort e Shailene Woodley se entregam com paixão e química nos seus papeis, algo crucial para que o longa funcione. Em vez de arrancar lágrimas do espectador com uma trilha xaroposa como costumam fazer seus congêneres, o diretor Boone aposta, no lugar disso, em nos emocionar com diálogos que soam reais e que, provavelmente, nós mesmos estaríamos proferindo caso estivéssemos em situação similar. Assim, ainda que seja um proverbial "tearjerker", "A Culpa é das Estrelas" é um drama que me tocou profundamente.
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraDiscussões ideológicas à parte, "Sniper Americano" é um ótimo filme que se divide entre os gêneros Guerra e Biografia se saindo bem em ambos. Design de som perfeito, aliado à atuação de entrega de Bradley Cooper (perfeito) e as tensas e bem montadas sequências de ação, acabam valendo por todo o filme. E mesmo que a intenção fosse produzir um filme de propaganda pró-guerra, o tiro (ops!) saiu pela culatra, basta prestar atenção ao desfecho do filme (e da vida de Chris Kyle).
7,5/10
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraEu gosto de cinema experimental, mas não consegui resistir ao sono e tive que assistir à "A Árvore da Vida" em duas partes. O ritmo lento, algo que raramente me desagrada, aqui parece agir contra o filme, e a repetição constante de imagens da natureza selvagem é bela, mas cansa justamente por não trazer nada novo para a....narrativa?
Brad Pitt e Jessica Chastain trazem composições perfeitas para seus papeis, mas falta substância em um longa muito longo de Malick, que certamente se beneficiaria de uma enxugada no tempo de projeção para uma reflexão que não precisaria de 140 minutos para ser levada ao espectador. Em tempo, Lubezki demonstrou mais uma vez porque é o melhor fotógrafo do cinema atual.
Palo Alto
3.2 429O maior charme de "Palo Alto" é também sua maior limitação. A estética e a narrativa "slice of life" até que rende um filme que foge da convencional narrativa em três atos e opta por algo mais realista. A trilha sonora e (algumas) atuações nunca deixam o filme cair no tédio, por mais que sintamos ao final que faltou algo, e por mais que a apatia e o vazio sejam sentimentos que caiam bem quando estamos falando em um filme sobre adolescência, é inegável que a primeira obra de Coppola neta ficou frágil demais, embora muito longe de ser um filme ruim.
Maníaco
3.0 579 Assista AgoraAqui a belíssima trilha sonora completa composta pelo músico Rob
https://www.youtube.com/watch?v=K4vNwZg5CI4
Maníaco
3.0 579 Assista AgoraGostei bastante
Crítica: http://horrorreviewing.blogspot.com.br/2015/04/maniaco-2012.html
A Floresta
2.8 103 Assista AgoraBom filme, escrito pelo estreante David Ross e dirigido pelo competente Lucky McKee, "A Floresta" se supera em meio a tantos trabalhos similares sobre bruxaria e consegue encontrar o próprio tom em meio a vários artifícios que a trama utiliza. Ainda há a presença referencial (e reverencial) de Bruce Campbell, ele mesmo já bem acostumado aos mistérios da floresta ;)
7,5/10
Como Treinar o seu Dragão 2
4.1 1,4K Assista AgoraConseguiu tirar leite de pedra (no sentido de conseguir construir algo original e emotivo quando comparado ao original) e é esplêndido em seu visual e na charmosa técnica de animação que utiliza, criando mais uma vez um universo fantástico e, por que não, realista.
Renascida do Inferno
2.2 577 Assista AgoraFraco.
Crítica: http://horrorreviewing.blogspot.com.br/2015/03/renascida-do-inferno-2015.html
O Jogo da Imitação
4.3 3,0K Assista Agora"O Jogo da Imitação" não é um filme ruim. Mas a chance de criar um poderoso e crítico drama biográfico cai por terra em detrimento de uma estrutura que remete mais a um dramalhão burocrático e mecânico do que a um genuíno biopic. As atuações do elenco principal são o que salvam o filme, bem como o design de produção caprichado.
Outra coisa importante sobre o filme é que, apesar de não ser mérito dessa obra em si, conseguiu suscitar reflexões sobre a vida de Alan Turing e o terrível tratamento dado a ele pelo governo e sociedade após a Guerra. Pena que nesse aspecto o filme não deu a menor importância.
A Casa dos Mortos
2.4 389 Assista AgoraBobo demais, possui um roteiro fragilissimo que se perde dentro de sua própria lógica (ou falta de lógica) interna. Cria o recurso batido de um "plot twist" previsível e que pretende ser algo mais complexo do que é. Ainda contém os burocráticos sustos "jumpscares" em abundância, algo negativo que serve mais para compensar a total morosidade do filme, que prefere aumentar o volume da trilha sonora em vez de tentar criar uma atmosfera envolvente. Ainda desperdiça os talentos de Frank Grillo e Maria Bello em papeis unidimensionais e descartáveis e não consegue criar interesse em nenhum momento. Muito fraco.
Honeymoon
2.7 278Crítica: http://horrorreviewing.blogspot.com.br/2015/02/honeymoon-2014.html
Honeymoon
2.7 278Um pequeno grande filme. Logo na sua estreia na direção de longas, Leigh Janiak faz o que muito diretor veterano ainda não consegue. Estabelecer a atmosfera de sua narrativa e percorrer com ela o filme todo, mantendo o mistério amarradinho e encerrando o filme de maneira convencional, mas correta. Ponto também para o inspirado casal de atores que convence na sua interação como recém-casados. Palmas para o roteiro que também soube dedicar boa parte de seu primeiro ato exclusivamente para nos apresentar a dinâmica do casal. Recomendado, grande suspense!
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraÓtimo filme, nem comentarei das já tão comentadas e merecidamente premiadas atuações de Leto e McConaughey que dão vida ao filme. Ainda contam pontos positivos a câmera frequentemente vacilante que conota ao filme um caráter semi-documental e, portanto, mais realista e o ótimo arco dramático do protagonista do pulsante personagem Ron Woodroof.
Annabelle
2.7 2,7K Assista AgoraA sequência inicial, de tão tensa e bem construída, parece fazer parte de um filme completamente diferente, tamanha a mediocridade da trama durante o resto do filme. Clichês e convenções que não funcionam, momentos chupados de outros filmes melhores, desfecho manjadão, cansativo e burocrático, atores bem mais-ou-menos encarnando personagens sem um pingo de carisma, sustinhos raros que não chegam a causar nenhum pavor. Isso é "Annabelle", um filme absolutamente dispensável, cuja an(pro)tagonista não deve meter medo nem em criancinha.
3/10
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraConfesso que entendi muito pouco das alegorias e aranhas gigantes do filme rs, mas mesmo assim é impossível não admirar a estética da obra, a fotografia árida e amarelada, o design de produção, a montagem, o suspense criado pela discreta trilha sonora, a atuação mais uma vez genial de Jake Gyllenhaal, a direção inventiva de Villeneuve, enfim, um proverbial filme-de-arte muito belo. Vale a pena, inclusive para a discussão com os amigos sobre os possíveis significados do roteiro.
Um Sonho de Liberdade
4.6 2,4K Assista AgoraFilme emocionante. Muito lindo mesmo.
Me deixou sem palavras.
King gênio. Darabont gênio.
Seven: Os Sete Crimes Capitais
4.3 2,7K Assista AgoraRoteiro de primeira, além disso o clima construído através da fotografia, sempre opressor, chuvoso, dark, estabelece a atmosfera de suspense, mistério e pesar que dura todo o filme. Infelizmente já tinham me dado spoiler sobre o final, mas mesmo assim consegui sentir o impacto,
É de doer o coração acontecer aquilo com a personagem Tracy, e o roteiro é muito esperto ao criar bastante empatia com esta personagem no primeiro e segundo atos para que sintamos ainda mais a carga do desfecho
Grande filme!
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraLouis Bloom é um personagem tão fascinante e carismático quanto perigoso e odiável, representando assim um genuíno sociopata, brilhantemente interpretado por Gyllenhaal.
E pode-se dizer que "O Abutre" acerta ao funcionar bem tanto como um estudo de personagem, como também na análise crítica de uma indústria jornalística que tem menos de séria e mais de entretenimento doentio (que infelizmente alimenta nossa curiosidade mórbida). Em vários momentos do filme é possível fazer analogias com personagens brasileiros, como Datena, Sonia Abrão e o falecido noticiário Aqui, Agora (cujo caso exibindo o suicídio de uma jovem se assemelharia aos casos filmados por Bloom no filme - releia e compare: """"""O porteiro do prédio de onde Lopes se atirou chamou o Corpo de Bombeiros quando viu a atitude da garota. A equipe de reportagem do SBT, liderada pelo jornalista Sérgio Frias, chegou junto com os socorristas, já que estavam na região central de São Paulo quando recebeu um chamado urgente do jornalismo da emissora. O SBT tinha jornalistas sintonizados na mesma frequência de rádio da polícia e dos bombeiros. Seus jornalistas chegaram ao prédio antes de a garota pular""""""" ---- Fonte: http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/em-1993-aqui-agora-exibiu-suicidio-de-adolescente-e-chocou-o-brasil-4722).
Voltando ao filme, a trilha composta pelo veterano James Newton Howard dessa vez investe em acordes mais leves ou contemplativos, e que sugerem um tom de humor, uma forma de humor negro que está presente de maneira pontual no longa.
Já o diretor-roteirista Gilroy acerta na maior parte do tempo, com destaque para a angustiante e tensa cena de perseguição e tiroteio no terceiro ato. Entretanto, Gilroy erra ao pesar a mão também no desfecho, incluindo situações inverossímeis que prejudicam o até então sóbrio roteiro. É um pecado menor para uma das obras mais pungentes, vivas e críticas que o cinemão produziu nos últimos anos.
Cabo do Medo
3.8 906 Assista AgoraGostei bastante, principalmente da trilha composta por Bernard Herrmann e orquestrada por Elmer Bernstein, que justamente por seus acordes pesados conferem ao filme uma atmosfera permanente de terror e angústia. Não há também como deixar de citar mais uma vez o Robert De Niro e seu 'method acting', que entrega vários graus de psicopatia ao longo da trama. Só não é melhor por conta de algumas situações forçadas típicas do gênero thriller de horror, ao qual Scorsese está pouco acostumado.
Uma Aventura LEGO
3.8 907 Assista AgoraPor trás de um fiapo de roteiro, e uma técnica de animação charmosíssima e arrojada (certamente a mais inovadora do ano), "Uma Aventura Lego" se constrói como uma das melhores animações dos últimos tempos, incluindo aí as ótimas "atuações" nas vozes de Morgan Freeman, Chris Pratt, Elizabeth Banks e Will Arnett, e a inteligente alegoria que se apresenta sutilmente em meio aos brinquedos de Lego.
Muito bom mesmo!
♪ "Everything is awesome..." ♪
American Mary
3.4 278É válido como um exercício do gênero que não somente lança um olhar curioso sobre a comunidade praticante de body modification, mas também contém uma sutil crítica ao preconceito em relação ao corpo e às aparências. Mas como cinema fica devendo, o roteiro é atabalhoado e os personagens boiam a esmo dentro da trama. Até mesmo a elogiada performance de Katharine Isabelle poderia ter sido mais aproveitada caso o longa fosse melhor dirigido.
Alien 3
3.2 542 Assista AgoraMesmo se desconsiderarmos a falta de lógica e a forçação de barra enorme para que o terceiro filme tivesse um ponto de partida, ainda assim "Alien 3" é uma grande decepção. Claro que gostaria de assistir a versão que Fincher tinha em mente, mas a julgar pelo que vi, pouquíssimos aspectos se salvam, entre eles estão a inteligente ambientação num planeta-prisão masculino, o final corajoso e a fotografia que, assim como no primeiro filme, aposta em claustrofobia e escuridão para estabelecer a atmosfera da trama (com destaque para as várias cenas de perseguição nos corredores da prisão).
6/10
O Enigma de Outro Mundo
4.0 981 Assista AgoraMestre Carpinteiro mostrando aqui porque dominava o cinema fantástico nos anos 70/80. Claustrofóbico, tenso, constrói um clima de paranoia apoiado em situações simples sem grandes mirabolâncias no roteiro e numa trilha sonora sinistríssima (de Ennio Morricone). Os efeitos de maquiagem práticos (de Rob Bottin), principalmente nas transformações da "Coisa", são perturbadores mesmo nos dias de hoje.
A Culpa é das Estrelas
3.7 4,0K Assista AgoraEm vários momentos de "A Culpa é das Estrelas", me lembrei do excelente "Antes do Amanhecer", a ainda que os filmes guardem poucas semelhanças estruturais, algo que gostei no filme de Linklater e também no de Josh Boone foi a grande organicidade, que está presente tanto nas boas atuações do elenco principal, bem como no roteiro, ao menos em parte dele. A impressão que fica é que realmente estamos assistindo a dois jovens se apaixonarem quase em tempo real, e ainda que os clichês estejam presentes, a maior parte deles se resume a momentos pontuais ou quando são levados pelo inteligente bom humor do qual o roteiro faz uso frequentemente.
No elenco, o grande Willem Dafoe se encaixa perfeitamente no papel de Van Houten, ainda que o segundo ato no qual seu personagem é introduzido é problemático e morno. Já Ansel Elgort e Shailene Woodley se entregam com paixão e química nos seus papeis, algo crucial para que o longa funcione.
Em vez de arrancar lágrimas do espectador com uma trilha xaroposa como costumam fazer seus congêneres, o diretor Boone aposta, no lugar disso, em nos emocionar com diálogos que soam reais e que, provavelmente, nós mesmos estaríamos proferindo caso estivéssemos em situação similar. Assim, ainda que seja um proverbial "tearjerker", "A Culpa é das Estrelas" é um drama que me tocou profundamente.