Pô gente, na boa mesmo, desculpa, mas isso aqui é gostosíssimo demais de se assistir. Pra cada momento exageradamente bizarro, um mote divertido/carismático, pra cada passagem que não faz o menor, fagulhas de uma decente tensão. Elizabeth Banks, faça mais filmes, por favor?
Apesar da premissa já bem batida, é uma obra que emana muita energia e grandiosidade, e eu gosto quando salta aos olhos certos exageros e esforços absurdos (mesmo que narrativamente inócuos) por parte do realizador, mas é perceptível como sofre a narrativa ao precisar de seus personagens, que não tiram o pé do raso em quase nenhum momento, e quando tenta emplacar seus discursos, fracos e, em sua maioria, dispensáveis. As passagens do "fazer cinema" me conquistaram, assim como Margot e a cativante trilha sonora, mas esse filme podia ser mais. Aliás, esse é um trabalho que CLAMAVA por mais, mas Chazelle preferiu falar ao invés de filmar. Megalomania e loucura dá pra aceitar, auto importância de esquina não dá.
De fato, é uma atuação excelente. Tem a maquiagem, tem os efeitos especiais, mas nós ainda somos impactados pela sinceridade de Fraser em seus olhares e falas. O ritmo até que é agradável, muito por conta da sensação de crescente emergência que vai se infiltrando tanto na vida física, quanto na vida emocional do protagonista, o que causa a expectativa ansiosa de imaginar pra onde caminha essa hecatombe. Mas, no fim, é um Oscar bait isso aqui, tá? Se tirar toda a pompa, toda a escolha narrativa da locação única (que eu adoro no geral, mas que aqui pouco surge efeito), todo o discurso prévio de um possível choque (não choca), toda a "polêmica" que o Aronofksy adora imprimir (ou achar que o fez) em sua obra, temos um filme de pai se reconectando com filha abandonada, pessoas buscando conclusões baseadas em "bom e mau", gente se negando a procurar ajuda, trilha sonora de novela e muitas, muitas lágrimas. 2023, porra!
Me desespera o quanto De Palma é genial em sua flutuação de estilos, criando aqui um exercício de classudez que até pode parecer fora de época num primeiro momento (tô falando pro Lucas de 2013 essa), mas que é tão perfeito em sua elegância, em seu ritmo próprio, que não tem como não ficar de joelhos pro homem. São diversas cenas inesquecíveis, passagens memoráveis (umas dez são só do Connery), De Niro insano mais uma vez, Morricone celestial como sempre. A canastrice de Costner não passa desapercebida, infelizmente, mas aí seria o quê, o melhor filme da história? Melhor assim mesmo.
Assim, é por isso que eu respeito ao máximo a magia do cinema; só ela consegue fazer eu me envolver e me importar com uma pessoa que na vida real me daria nos nervos.
Eu realmente queria conseguir transmitir em palavras o que Goodfellas representa e significa pra mim. Só posso afirmar que não vejo nada na sétima arte que consiga ultrapassá-lo. Nada. É digno de reverência, de veneração, de amor incondicional. Dedico os dias que me restam em agradecimentos à Martin Scorsese e sua genial mão.
O problema aqui é que as cenas do jogo, ou as que envolvem a fisicalidade do esporte, são tão espetaculares que fazem o resto empalidecer. Tinha que ser 2h só de confrontos, foda-se.
Novamente temos um Shyamalan que inicialmente instiga, construindo uma narrativa na qual seus conflitos são ampliados pela atmosfera de ambiguidade também sentida pelo espectador, mas que se perde em seus minutos finais, resultando numa obra interessante do ponto de vista friamente racional, porém irregular quando se procura uma conexão mais profunda com aquele universo.
Apesar de meio Borat sem a ousadia, e meio Deby e Loide sem o texto inspirado, Eric André consegue ser divertido a ponto do filme valer os seus oitenta e poucos minutos.
Eu tenho meus receios quando o bom cinema de James Wan acaba se resvalando pro terror maximizado, quando tudo aumenta, os momentos de tensão são substituídos pelo frenesi e não há espaço pra nenhuma sugestão ou sutileza. Invocação do Mal, pra mim, sofre da mesma irregularidade tonal. O problema é que os primeiros quarenta minutos são tão maravilhosamente orquestrados, com os personagens ganhando sua forma e a mitologia forjando sua originalidade, que toda a loucura posterior fica completamente comprada pelo espectador.
Taí uma série que merecia ser eterna. Mesmo que o Larry David viesse a morrer, o nosso, da vida real, ele tinha que deixar uns 20 roteiros escritos previamente, destilando essas maluquices em todos os outros personagens.
Ou a linguagem cinematográfica foi revolucionada para sempre, a ponto da nossa mente neandertal ainda ser incapaz de absorver a primazia desta obra, ou essa é a pior coisa que eu já assisti em toda a minha maldita vida.
O filme até apresenta uma coesão narrativa em seu excesso de virtuosismo, já que o mesmo funciona como um reflexo tanto da vida conturbada que levava Elvis, quanto da inquietude que era seu espírito, mas não dá, eu tenho seríssimos problemas pra embarcar nas propostas visuais de Baz Luhrmann. Toda sua autoralidade, representada pelos movimentos de câmera labirintíticos e pela montagem ensandecida, só serviu pra me afastar da experiência e achar tudo um grande (e longo) aborrecimento. Austin Butler está ok, Tom Hanks está dispensável (assim como toda sua narração), e nem a trilha sonora (a não diegetica, obviamente) consegue ser funcional. Elvis Presley merecia muito mais.
Através do registro de sua lente, Sam aprende sobre sua família, sobre sua própria vida, sobre si mesmo. Sempre agoniado pelo fato caótico da existência não permitir qualquer controle, ele percebe que, na telona, um descarrilamento - assombroso à primeira vista - é, na verdade, fruto do trabalho e da visão de diversos artistas, todos empenhados em entregar uma sensação específica ao seu público. O caos controlado. Sim, o cinema é mentiroso, é falso, e os 24 frames por segundo só funcionam porque nosso cérebro foi feito para nos enganar, mas o cinema também é amor, é perdão, é salvação, é sentido.
Indo na contramão de qualquer expectativa que envolva o gênero e a década de sua realização, Peter Fonda entrega uma narrativa quieta, com personagens silenciosos e complexidades intimistas, fazendo do faroeste apenas um meio, e não uma justificativa. Nada é aclamado, até porque não há o que se aclamar. A atmosfera ressoa tristeza, mas em seu entorno tudo é lindamente filmado. Foi muito na minha alma esse aqui.
Apesar da premissa ser bem boa, sua execução não consegue se afastar de alguns modernismos óbvios, e sua conclusão é repleta de cacoetes narrativos que nos trazem à lembrança de estarmos vendo a um filme de terror e, com ele, personagens que, aparentemente, não conseguem tomar decisões que não sejam estúpidas. Ao menos o Sebastian Stan está fenomenal - sua expressão, sei lá, orgulhosa?, na cena em que ele corre pelo parque, me fez gargalhar.
É incrível a facilidade de Charlotte Wells em transformar o banal em cativante, o simples em hipnotizante. A memória costuma ser uma praga, uma maldição, mas às vezes ela te leva por caminhos agridoces que não apenas acalentam, mas também revelam. Lindas imagens, lindo filme.
O Urso do Pó Branco
2.9 332 Assista AgoraPô gente, na boa mesmo, desculpa, mas isso aqui é gostosíssimo demais de se assistir. Pra cada momento exageradamente bizarro, um mote divertido/carismático, pra cada passagem que não faz o menor, fagulhas de uma decente tensão. Elizabeth Banks, faça mais filmes, por favor?
Babilônia
3.6 333 Assista AgoraApesar da premissa já bem batida, é uma obra que emana muita energia e grandiosidade, e eu gosto quando salta aos olhos certos exageros e esforços absurdos (mesmo que narrativamente inócuos) por parte do realizador, mas é perceptível como sofre a narrativa ao precisar de seus personagens, que não tiram o pé do raso em quase nenhum momento, e quando tenta emplacar seus discursos, fracos e, em sua maioria, dispensáveis. As passagens do "fazer cinema" me conquistaram, assim como Margot e a cativante trilha sonora, mas esse filme podia ser mais. Aliás, esse é um trabalho que CLAMAVA por mais, mas Chazelle preferiu falar ao invés de filmar. Megalomania e loucura dá pra aceitar, auto importância de esquina não dá.
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraDe fato, é uma atuação excelente. Tem a maquiagem, tem os efeitos especiais, mas nós ainda somos impactados pela sinceridade de Fraser em seus olhares e falas. O ritmo até que é agradável, muito por conta da sensação de crescente emergência que vai se infiltrando tanto na vida física, quanto na vida emocional do protagonista, o que causa a expectativa ansiosa de imaginar pra onde caminha essa hecatombe. Mas, no fim, é um Oscar bait isso aqui, tá? Se tirar toda a pompa, toda a escolha narrativa da locação única (que eu adoro no geral, mas que aqui pouco surge efeito), todo o discurso prévio de um possível choque (não choca), toda a "polêmica" que o Aronofksy adora imprimir (ou achar que o fez) em sua obra, temos um filme de pai se reconectando com filha abandonada, pessoas buscando conclusões baseadas em "bom e mau", gente se negando a procurar ajuda, trilha sonora de novela e muitas, muitas lágrimas. 2023, porra!
Os Intocáveis
4.2 841 Assista AgoraMe desespera o quanto De Palma é genial em sua flutuação de estilos, criando aqui um exercício de classudez que até pode parecer fora de época num primeiro momento (tô falando pro Lucas de 2013 essa), mas que é tão perfeito em sua elegância, em seu ritmo próprio, que não tem como não ficar de joelhos pro homem. São diversas cenas inesquecíveis, passagens memoráveis (umas dez são só do Connery), De Niro insano mais uma vez, Morricone celestial como sempre. A canastrice de Costner não passa desapercebida, infelizmente, mas aí seria o quê, o melhor filme da história? Melhor assim mesmo.
O Calouro
3.6 36 Assista AgoraAssim, é por isso que eu respeito ao máximo a magia do cinema; só ela consegue fazer eu me envolver e me importar com uma pessoa que na vida real me daria nos nervos.
A Menina Silenciosa
4.0 130Esse final me arrebentou.
Os Bons Companheiros
4.4 1,2K Assista AgoraEu realmente queria conseguir transmitir em palavras o que Goodfellas representa e significa pra mim. Só posso afirmar que não vejo nada na sétima arte que consiga ultrapassá-lo. Nada. É digno de reverência, de veneração, de amor incondicional. Dedico os dias que me restam em agradecimentos à Martin Scorsese e sua genial mão.
Rollerball: Os Gladiadores do Futuro
3.1 50 Assista AgoraO problema aqui é que as cenas do jogo, ou as que envolvem a fisicalidade do esporte, são tão espetaculares que fazem o resto empalidecer. Tinha que ser 2h só de confrontos, foda-se.
Batem à Porta
3.1 564 Assista AgoraNovamente temos um Shyamalan que inicialmente instiga, construindo uma narrativa na qual seus conflitos são ampliados pela atmosfera de ambiguidade também sentida pelo espectador, mas que se perde em seus minutos finais, resultando numa obra interessante do ponto de vista friamente racional, porém irregular quando se procura uma conexão mais profunda com aquele universo.
Bad Trip
3.2 64 Assista AgoraApesar de meio Borat sem a ousadia, e meio Deby e Loide sem o texto inspirado, Eric André consegue ser divertido a ponto do filme valer os seus oitenta e poucos minutos.
Sobrenatural
3.4 2,4K Assista AgoraEu tenho meus receios quando o bom cinema de James Wan acaba se resvalando pro terror maximizado, quando tudo aumenta, os momentos de tensão são substituídos pelo frenesi e não há espaço pra nenhuma sugestão ou sutileza. Invocação do Mal, pra mim, sofre da mesma irregularidade tonal. O problema é que os primeiros quarenta minutos são tão maravilhosamente orquestrados, com os personagens ganhando sua forma e a mitologia forjando sua originalidade, que toda a loucura posterior fica completamente comprada pelo espectador.
Terror a Bordo
3.2 119 Assista AgoraAtmosfera de tensão absurda, tem umas três cenas (duas que envolvem o Sam Neil, uma que envolve um cão) que são o ápice do memorável.
Segura a Onda (11ª Temporada)
4.1 8Taí uma série que merecia ser eterna. Mesmo que o Larry David viesse a morrer, o nosso, da vida real, ele tinha que deixar uns 20 roteiros escritos previamente, destilando essas maluquices em todos os outros personagens.
ViihTube: Amiga do Inimigo
1.3 49Ou a linguagem cinematográfica foi revolucionada para sempre, a ponto da nossa mente neandertal ainda ser incapaz de absorver a primazia desta obra, ou essa é a pior coisa que eu já assisti em toda a minha maldita vida.
M3gan
3.0 801 Assista AgoraOk, não imaginei que seria tão divertido.
Elvis
3.8 759O filme até apresenta uma coesão narrativa em seu excesso de virtuosismo, já que o mesmo funciona como um reflexo tanto da vida conturbada que levava Elvis, quanto da inquietude que era seu espírito, mas não dá, eu tenho seríssimos problemas pra embarcar nas propostas visuais de Baz Luhrmann. Toda sua autoralidade, representada pelos movimentos de câmera labirintíticos e pela montagem ensandecida, só serviu pra me afastar da experiência e achar tudo um grande (e longo) aborrecimento. Austin Butler está ok, Tom Hanks está dispensável (assim como toda sua narração), e nem a trilha sonora (a não diegetica, obviamente) consegue ser funcional. Elvis Presley merecia muito mais.
Os Fabelmans
4.0 389Através do registro de sua lente, Sam aprende sobre sua família, sobre sua própria vida, sobre si mesmo. Sempre agoniado pelo fato caótico da existência não permitir qualquer controle, ele percebe que, na telona, um descarrilamento - assombroso à primeira vista - é, na verdade, fruto do trabalho e da visão de diversos artistas, todos empenhados em entregar uma sensação específica ao seu público. O caos controlado. Sim, o cinema é mentiroso, é falso, e os 24 frames por segundo só funcionam porque nosso cérebro foi feito para nos enganar, mas o cinema também é amor, é perdão, é salvação, é sentido.
Pistoleiro sem destino
3.4 7Indo na contramão de qualquer expectativa que envolva o gênero e a década de sua realização, Peter Fonda entrega uma narrativa quieta, com personagens silenciosos e complexidades intimistas, fazendo do faroeste apenas um meio, e não uma justificativa. Nada é aclamado, até porque não há o que se aclamar. A atmosfera ressoa tristeza, mas em seu entorno tudo é lindamente filmado. Foi muito na minha alma esse aqui.
Johnny & June
4.0 1,0K Assista AgoraApesar da direção de Mangold não passar do protocolar, Witherspoon e Phoenix fazem um trabalho tão absurdo que simplesmente nada mais importa.
Os Pequenos Vestígios
3.0 394 Assista AgoraUm dos trabalhos de montagem mais tenebrosos que eu já vi.
O Garoto do Futuro
3.0 167 Assista AgoraNão sei se essa é a tradução de título mais imbecil já feita, mas com certeza é a que mais me irrita.
Fresh
3.5 525 Assista AgoraApesar da premissa ser bem boa, sua execução não consegue se afastar de alguns modernismos óbvios, e sua conclusão é repleta de cacoetes narrativos que nos trazem à lembrança de estarmos vendo a um filme de terror e, com ele, personagens que, aparentemente, não conseguem tomar decisões que não sejam estúpidas. Ao menos o Sebastian Stan está fenomenal - sua expressão, sei lá, orgulhosa?, na cena em que ele corre pelo parque, me fez gargalhar.
Justiceiras
3.2 204 Assista AgoraPetição para a personagem da Sophie Turner ganhar um filme próprio: um voto.
Aftersun
4.1 711É incrível a facilidade de Charlotte Wells em transformar o banal em cativante, o simples em hipnotizante. A memória costuma ser uma praga, uma maldição, mas às vezes ela te leva por caminhos agridoces que não apenas acalentam, mas também revelam. Lindas imagens, lindo filme.