Tem uns momentos que parecem aleatórios demais, quase até que desconexos (mesmo para um filme como esse), ao passo que o terceiro ato apresenta algumas imagens que vão levar um tempo pra sair da minha cabeça. Curioso que essa dualidade também permeia o núcleo técnico da obra, pois enquanto o arranjo da trilha é fenomenal, o CGI de certos trechos é um dos mais sofríveis dos últimos anos. Pior do que tudo, porém, é certo diálogo, que ocorre já no apagar das luzes, que quase arruína o filme por completo.
Os raros trechos em que a narrativa não está tentando emular um "Matrix-dos-pobres" funcionam - a história possui seu grau de entretenimento e instigação, mas um roteiro que faz questão de deixar clara a sua própria "sagacidade", amontando reviravoltas a torto e a direito, dificilmente irá surpreender quando chegar a hora de ser surpreendente. Mas há um potencial aqui.
O momento em que o personagem de Steve Martin começa a sentir a presença de Edwina em seu interior é simplesmente ridículo, uma das melhores atuações num filme de comédia que eu já vi. Controle físico absurdo.
Compensa a não-originalidade (e isso não é um defeito, só pra constar) com um trabalho de câmera muito bem feito e uma atmosfera que primeiro instiga, depois surpreende. Personagens que valem o nosso esforço e bastante amor na criação do gore.
A lenta criação da atmosfera, a ambientação grandiosa, os enquadramentos que destacam não apenas o colossal espaço terrestre onde se passa a narrativa como também dão força à presença do céu, um dos personagens principais do filme. O melhor trabalho de Peele enquanto diretor é uma mescla deliciosa de gêneros e estilos, que apesar de contar a sua história e apresentar os seus temas, foca muito mais em nos transportar para a mesma odisseia inquietante de agonia e desespero dos protagonistas. Hilário quando é pra ser, assustador quando precisa ser. Uma obra que dá esperança.
O título original da obra é perfeito. A Diane de Jean Simmons realmente parece existir em uma fachada angelical: roupas brancas ou muito claras a maior parte do tempo, não fuma, não bebe, e sua volúpia fica quase inteiramente reservada. Quantas femmes fatales vocês já viram assim? Apesar de seu egoísmo beirar o absurdo - ela não apenas faz o que faz com os que moravam em sua casa, como também é a responsável pela brutal cena final - sua roupagem é de uma moça benevolente por completo. O momento em que ela conversa com Catherine pela primeira vez deixa isso bem claro, ela simplesmente não traz nenhum conflito para a discussão, não levanta a voz e não tenta argumentar, mesmo quando descoberta pela outra. Sua relação com a madrasta possui o mesmo padrão: em nenhuma cena ela se descontrola ou faz as atenções se virarem pra si. Entretanto, como todo bom personagem, sua personalidade não é unidimensional - seu vínculo com a culpa, por exemplo, parece verdadeiro, e suas tentativas de não gerar um problema para Frank refletem o caos emocional de seu íntimo. Sim, Diane Tremayne é um ser humano terrível, mas ainda sim humano. Sua ruindade é genuína, porém camuflada. E, no fim, como o próprio filme comprova, o pior tipo de maldade é aquele que sabe se esconder.
A primeira história é de longe a mais simples, quase soando como excessivamente boba em alguns aspectos, apesar de possuir sua irreverência. A segunda é a soberana, Peter Lorre encarna o (melhor) personagem num misto de divertimento e ameaça, e até os toques pontuais de humor na trama dão certo. A última é a dona do conceito mais interessante, mas sua conclusão não corresponde - excluindo-se o take final, esse realmente marcante. No fim temos então uma obra irregular, porém com suas pinceladas de memorável, frutos de um sempre apaixonado Corman.
É um filme incrível até o momento em que começa o clichê das picuinhas internas. A concepção de irmandade é ótima enquanto vai sendo construída, e a exploração dos limites e dilemas que elas vão tendo que enfrentar também funciona, mas a conclusão caí demais pro lugar comum. É quase um pecado como o roteiro sabota suas próprias personagens quando as coloca umas contra as outras.
Apesar do início bem aquém, com personagens que parecem interpretados de qualquer jeito e com zero química entre si, a ponto da relação que é apresentada soar falsa o tempo todo, a metade final é surpreendentemente tensa e envolvente. Existe certo momento no meio do filme (e vocês vão saber de qual momento eu tô falando) que é quase inacreditável de tão bem feito e faz a experiência inteira valer a pena.
Se não é o melhor da franquia (o primeiro ainda é inacreditável), com certeza é o mais surpreendente - estética e narrativamente. Identidade visual foda, grandioso em momentos oportunos e uma personagem que vale todo o interesse.
A cor voltando na ponta do cigarro e na chama do isqueiro. A comparação de Jimmy com uma barata sendo mais do que justificada. O sorriso sutil, culpado, porém presente, quando cantam seu slogan. A última tragada. Não foi a catarse de Breaking Bad (e nem teria como ser), mas foi o canto do cisne perfeito para um universo que estará pra sempre na história da TV.
Um pouco menos fétido que seu filme-irmão, mas ainda sim bem abaixo da média em todos os aspectos visuais e narrativos. Até pra escolher a trilha sonora eles conseguiram ser bizarros. Carla quase se salva.
Uma coisa me intrigou: seria o excesso de falsidade caricatural da narrativa uma consequência da visão deturpada de Suzane acerca dos fatos, logo qualquer bobajada irreal e tosca vista em tela teria uma justificativa plausível se pensarmos em como ela depôs, ou apenas esse diretor não sabia direito o que estava fazendo? Questões...
Eu to um pouco abismado com esses comentários de "eu não entendi o final". O que diabos tinha pra entender ali? Ah, só se... Peraí, agora eu tô com medo - e se, no fim, quem não entendeu e deixou passar alguma coisa fui eu? Malditos.
Pior do que a direção cafona, ou do que a história sem pé nem cabeça, é o desrespeito na qual o roteiro nos trata, já que além de esquecer certos momentos a torto e a direito (que fim se dá a trama da internação?),
o filme simplesmente IGNORA que (e corrijam-me se eu estiver errado) a garota já estava com a cara machucada no tal dia da morte. Botei no começo do filme aqui e é isso realmente, ela tá normal, sem nenhum machucado. Mais pra frente veremos que ela se machuca no dia ANTERIOR a esse, mas, aparentemente, o filme dá pouca bola pra qualquer sentido que possa ter.
Eu sempre adorei como esse é um filme que, para além do "heist movie" ou de uma narrativa norteada pela sua trama, funciona muito bem em suas cenas cômicas - podendo inclusive rivalizar com obras propriamente ditas de comédia: quando Linus é enganado na reunião com Matsui, quando os onze calculam quanto estão devendo, Danny ficando encucado com a idade, Julia Roberts encontrando Bruce Willis, etc. São uns dez momentos genuinamente gargalhantes.
Dá gosto quando um cineasta faz o que quer, como quer, amando o processo inteiro e deixando isso bem claro. Cronenberg precisava desse filme, talvez até mais do que nós.
Disfuncional quando tenta ser um filme de ação, trágico quando tenta ser engraçado. Tirando uma breve cena protagonizada pelo Seann William Scott (sim, a que ponto chegamos), não se salva nada.
Men: Faces do Medo
3.2 408 Assista AgoraTem uns momentos que parecem aleatórios demais, quase até que desconexos (mesmo para um filme como esse), ao passo que o terceiro ato apresenta algumas imagens que vão levar um tempo pra sair da minha cabeça. Curioso que essa dualidade também permeia o núcleo técnico da obra, pois enquanto o arranjo da trilha é fenomenal, o CGI de certos trechos é um dos mais sofríveis dos últimos anos. Pior do que tudo, porém, é certo diálogo, que ocorre já no apagar das luzes, que quase arruína o filme por completo.
Cypher
3.4 19 Assista AgoraOs raros trechos em que a narrativa não está tentando emular um "Matrix-dos-pobres" funcionam - a história possui seu grau de entretenimento e instigação, mas um roteiro que faz questão de deixar clara a sua própria "sagacidade", amontando reviravoltas a torto e a direito, dificilmente irá surpreender quando chegar a hora de ser surpreendente. Mas há um potencial aqui.
Um Espírito Baixou em Mim
3.4 94 Assista AgoraO momento em que o personagem de Steve Martin começa a sentir a presença de Edwina em seu interior é simplesmente ridículo, uma das melhores atuações num filme de comédia que eu já vi. Controle físico absurdo.
Sexta-Feira 13
3.3 11Noir, terror, ficção científica, Boris Karloff e Bela Lugosi.
The Humans
3.4 44 Assista AgoraEstou impressionado com a direção desse filme.
X: A Marca da Morte
3.4 1,2K Assista AgoraCompensa a não-originalidade (e isso não é um defeito, só pra constar) com um trabalho de câmera muito bem feito e uma atmosfera que primeiro instiga, depois surpreende. Personagens que valem o nosso esforço e bastante amor na criação do gore.
O Ensaio (1ª Temporada)
4.1 59 Assista AgoraCoisa de gênio, simples assim. Definitivamente irei atrás de tudo que Nathan Fielder já fez ou irá fazer em sua vida.
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraA lenta criação da atmosfera, a ambientação grandiosa, os enquadramentos que destacam não apenas o colossal espaço terrestre onde se passa a narrativa como também dão força à presença do céu, um dos personagens principais do filme. O melhor trabalho de Peele enquanto diretor é uma mescla deliciosa de gêneros e estilos, que apesar de contar a sua história e apresentar os seus temas, foca muito mais em nos transportar para a mesma odisseia inquietante de agonia e desespero dos protagonistas. Hilário quando é pra ser, assustador quando precisa ser. Uma obra que dá esperança.
Alma em Pânico
3.8 25O título original da obra é perfeito. A Diane de Jean Simmons realmente parece existir em uma fachada angelical: roupas brancas ou muito claras a maior parte do tempo, não fuma, não bebe, e sua volúpia fica quase inteiramente reservada. Quantas femmes fatales vocês já viram assim? Apesar de seu egoísmo beirar o absurdo - ela não apenas faz o que faz com os que moravam em sua casa, como também é a responsável pela brutal cena final - sua roupagem é de uma moça benevolente por completo. O momento em que ela conversa com Catherine pela primeira vez deixa isso bem claro, ela simplesmente não traz nenhum conflito para a discussão, não levanta a voz e não tenta argumentar, mesmo quando descoberta pela outra. Sua relação com a madrasta possui o mesmo padrão: em nenhuma cena ela se descontrola ou faz as atenções se virarem pra si. Entretanto, como todo bom personagem, sua personalidade não é unidimensional - seu vínculo com a culpa, por exemplo, parece verdadeiro, e suas tentativas de não gerar um problema para Frank refletem o caos emocional de seu íntimo. Sim, Diane Tremayne é um ser humano terrível, mas ainda sim humano. Sua ruindade é genuína, porém camuflada. E, no fim, como o próprio filme comprova, o pior tipo de maldade é aquele que sabe se esconder.
Muralhas do Pavor
3.8 89A primeira história é de longe a mais simples, quase soando como excessivamente boba em alguns aspectos, apesar de possuir sua irreverência. A segunda é a soberana, Peter Lorre encarna o (melhor) personagem num misto de divertimento e ameaça, e até os toques pontuais de humor na trama dão certo. A última é a dona do conceito mais interessante, mas sua conclusão não corresponde - excluindo-se o take final, esse realmente marcante. No fim temos então uma obra irregular, porém com suas pinceladas de memorável, frutos de um sempre apaixonado Corman.
Jovens Bruxas
3.3 710 Assista AgoraÉ um filme incrível até o momento em que começa o clichê das picuinhas internas. A concepção de irmandade é ótima enquanto vai sendo construída, e a exploração dos limites e dilemas que elas vão tendo que enfrentar também funciona, mas a conclusão caí demais pro lugar comum. É quase um pecado como o roteiro sabota suas próprias personagens quando as coloca umas contra as outras.
Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão …
3.4 1,2K Assista AgoraAcho que nunca um filme de comédia reuniu tantos momentos icônicos.
Sobreviventes
2.6 203 Assista AgoraApesar do início bem aquém, com personagens que parecem interpretados de qualquer jeito e com zero química entre si, a ponto da relação que é apresentada soar falsa o tempo todo, a metade final é surpreendentemente tensa e envolvente. Existe certo momento no meio do filme (e vocês vão saber de qual momento eu tô falando) que é quase inacreditável de tão bem feito e faz a experiência inteira valer a pena.
O Predador: A Caçada
3.6 665Se não é o melhor da franquia (o primeiro ainda é inacreditável), com certeza é o mais surpreendente - estética e narrativamente. Identidade visual foda, grandioso em momentos oportunos e uma personagem que vale todo o interesse.
Better Call Saul (6ª Temporada)
4.7 406 Assista AgoraA cor voltando na ponta do cigarro e na chama do isqueiro. A comparação de Jimmy com uma barata sendo mais do que justificada. O sorriso sutil, culpado, porém presente, quando cantam seu slogan. A última tragada. Não foi a catarse de Breaking Bad (e nem teria como ser), mas foi o canto do cisne perfeito para um universo que estará pra sempre na história da TV.
Sobre Café e Cigarros
3.7 278 Assista AgoraEu veria mais umas três horas só das pessoas conversando e fumando. É chocante o quanto Jim Jarmusch transforma o banal em interessante.
A Menina que Matou os Pais
3.1 679 Assista AgoraUm pouco menos fétido que seu filme-irmão, mas ainda sim bem abaixo da média em todos os aspectos visuais e narrativos. Até pra escolher a trilha sonora eles conseguiram ser bizarros. Carla quase se salva.
The Innocents
3.7 158Calmo, silencioso e paciente. E por isso que é tão assustador.
O Menino que Matou Meus Pais
3.0 515 Assista AgoraUma coisa me intrigou: seria o excesso de falsidade caricatural da narrativa uma consequência da visão deturpada de Suzane acerca dos fatos, logo qualquer bobajada irreal e tosca vista em tela teria uma justificativa plausível se pensarmos em como ela depôs, ou apenas esse diretor não sabia direito o que estava fazendo? Questões...
Wheelman: Motorista de Fuga
3.1 94 Assista AgoraEu to um pouco abismado com esses comentários de "eu não entendi o final". O que diabos tinha pra entender ali? Ah, só se... Peraí, agora eu tô com medo - e se, no fim, quem não entendeu e deixou passar alguma coisa fui eu? Malditos.
Premonições
3.1 612 Assista AgoraPior do que a direção cafona, ou do que a história sem pé nem cabeça, é o desrespeito na qual o roteiro nos trata, já que além de esquecer certos momentos a torto e a direito (que fim se dá a trama da internação?),
o filme simplesmente IGNORA que (e corrijam-me se eu estiver errado) a garota já estava com a cara machucada no tal dia da morte. Botei no começo do filme aqui e é isso realmente, ela tá normal, sem nenhum machucado. Mais pra frente veremos que ela se machuca no dia ANTERIOR a esse, mas, aparentemente, o filme dá pouca bola pra qualquer sentido que possa ter.
Doze Homens e Outro Segredo
3.4 367 Assista AgoraEu sempre adorei como esse é um filme que, para além do "heist movie" ou de uma narrativa norteada pela sua trama, funciona muito bem em suas cenas cômicas - podendo inclusive rivalizar com obras propriamente ditas de comédia: quando Linus é enganado na reunião com Matsui, quando os onze calculam quanto estão devendo, Danny ficando encucado com a idade, Julia Roberts encontrando Bruce Willis, etc. São uns dez momentos genuinamente gargalhantes.
Crimes do Futuro
3.2 265 Assista AgoraDá gosto quando um cineasta faz o que quer, como quer, amando o processo inteiro e deixando isso bem claro. Cronenberg precisava desse filme, talvez até mais do que nós.
Tiras em Apuros
2.9 301Disfuncional quando tenta ser um filme de ação, trágico quando tenta ser engraçado. Tirando uma breve cena protagonizada pelo Seann William Scott (sim, a que ponto chegamos), não se salva nada.