O grego Yorgo Lanthimos, depois de O Lagosta, O Sacrifício do Corvo Sagrado, A Favorita e agora Pobres Criaturas, já pode ser considerado um dos principais diretores da atualidade. Cineasta autoral e possuidor de um estilo particular, ele injeta sangue na criativamente anêmica e pouco ousada indústria cinematográfica norte-americana. Nesse filme temos nu frontal, cenas de sexo, algumas bem bizarras, despudoradas, como raramente se vê em filmes falados na língua ianque. A ousadia é um dos méritos da produção, mas não a única. Baseado em livro homônimo do escritor escocês Alasdair Gray, o filme se destaca pela cenografia brilhante, pelo roteiro bem construído, pelas ótimas interpretações e, de quebra, insere discussões filosóficos pertinentes entre os personagens, sem cair no didatismo. Para alguns, ele pode ser classificado como fábula fantasiosa ou comédia dramática, para mim é inclassificável. Adorei a participação da cantora portuguesa Carminho, numa cena lindíssima, e da musa de Fassbinder, Hanna Schygulla. Indicado a 11 merecidos Oscar, sem querer parafrasear o filme anterior do diretor, é meu favorito.
Confesso que achava (e ainda acho) a música We ARE the World meio chata, talvez por ter tocado demais na época do lançamento, mas o documentário sobre a criação e gravação da música é bem interessante e até divertido. Lionel Richie, o principal entrevistado para o documentário, é um cara bem humorado e acessível. O que torna o documentário interessante é o registro das imagens durante a gravação, a câmera próxima a alguns dos maiores astros do show bizz norte-americano, os discursos, diálogos, conversas e desentendimentos entre eles. Um aviso do lado de fora pedia aos participantes para deixar o ego fora do estúdio. Capitaneado por Quincy Jones e Michael Jackson, idéia de Harry Belafonte, inspirada no Live Aid de Bob Geldorf, a música fez grande sucesso. O objetivo do projeto era arrecadar dinheiro para combater a fome na África, uma areia no oceano. De qualquer maneira, trouxe visibilidade à causa.
Foi exibido no Festival de Roterdã, na Holanda e, segundo a mídia, com boa repercussão. Estou aguardando as críticas internacionais. Li o livro e amei. O filme parece ser bem fiel ao livro e o diretor L F Carvalho, é um mestre da imagem e da edição. Esperando ansiosamente pra ver numa tela grande.
Filme argentino escolhido para representar o país no Oscar, é uma mistura de gêneros cujo enredo frustra várias vezes a expectativa do espectador, brinca com os recursos cinematográficos, muda de foco, formando um apanhado geral. Acho que o tema aqui são os sonhos e frustrações dos personagens, por isso o diretor não explora os acontecimentos como normalmente um filme tradicional faria. Talvez por isso tenha sido muito elogiado pela crítica desde que estreou no Festival de Cannes. De minha parte, embora seja muito bem filmado, a cada mudança de foco me sentia frustrado com o filme, querendo saber mais sobre os fatos e pensando nos "furos" do roteiro. Outra coisa é que o longa-metragem, com quase 3 horas de duração, acaba cansado um pouco. Em cartaz na Prime Video.
Assisti ontem em sala cheia, a maioria dos espectadores pessoas de cabelos brancos, aposentados, e que, imagino, correram às salas de cinema por causa do filme anterior e por comungarem do mesmo credo. Acredito que Nosso Lar pode funcionar em 3 níveis. Para um leigo no assunto como eu, ele ajuda a entender o espiritismo, a entrar em contato com as teorias advindas de uma doutrina que advoga a vida após a morte e a reencarnação. Aos espíritas, conhecedores da doutrina, confirmam na tela o que sabem e acreditam, o que traz uma sensação de conforto. E, por último, como uma ficção para espectadores comuns que buscam entretenimento - e o filme fracassa nesse quesito. O diretor Wagner de Assis afirma que quis contar uma boa história, fazer um filme para todos. A produção, mesmo com limitação orçamentária, constrói um mundo pararelo artificial onde vivem os mensageiros e um mundo real, das pessoas vivas. É na interação entre eles, entre "mortos" e vivos que reside o dilema da história. Os efeitos especiais não impressionam, mas cumprem sua função e a cenografia computadorizada não é muito convincente. Convincentes são os atores que se esforçam para dizer falas pomposas, empostadas, em interpretações teatrais. O rebuscamento é o estilo do diretor e roteiristas, incansável na criação de obras espíritas. O melhor do filme, além da entrega dos atores, é a mensagem final cheia de esperança em um mundo melhor e em um ser humano mais solidário e compassivo.
Assisti hoje em sala lotada. Pra começar, não é um filme para diversão ou entretenimento, é uma experiência espiritual, quase uma palestra em forma de ficção. Por isso prega para os convertidos e quem não é espírita talvez não entenda ou não apreenda a mensagem do filme. O amor e a compaixão vencem a guerra, o ódio, a violência.
Mesmo com as críticas negativas, o filme levou 163 mil pessoas ao cinema na quinta, o que se configura um grande sucesso de público e recorde desde 2019, segundo site filmeb. O cinema brasileiro ressuscita, apesar da pandemia e do desgoverno anterior, que tentou destruir o nosso cinema
Todd Haynes é um diretor autoral cujos filmes fogem do lugar comum e cujo estilo vai do rebuscamento (Velvet Goldmines) à sobriedade (Carol), sempre com a marca de grandes interpretações. Em O Segredo de Um Escândalo, Julianne Moore e Natalie Portman duelam, como se estivessem em um palco, em um filme de Bergman. Quem se sairá melhor? A primeira faz uma atriz em pesquisa de campo para interpretar a segunda, uma mulher condenada por seduzir um menor idade duas décadas atrás. Na época em que filme passa, eles estão casados, com 3 filhos. Quem espera um drama comum vai se decepcionar. Não há uma trama: são encontros, diálogos obscuros, embates sutis. Daqueles filmes em que críticos adoram e o público comum torce o nariz. Visto no cinema, em tela grande, este drama intimista talvez funcionasse melhor na TV.
Eu vi o primeiro e, do que me lembro, achei interessante a maneira como o filme intersecta a história dos personagens com as teorias do espiritismo. Eu, que pouco conhecia, passei a entender para onde vão os mortos, o umbral, etc. Sou ateu, não acredito na vida após a morte, mas aprecio uma história bem contada, mesmo que o conteúdo seja religioso. O diretor e roteirista Wagner de Assis é um profissional experiente, mas limitado, deveria trabalhar com profissionais mais talentosos. Como o original Nosso Lar, pelo que vi do trailer, o 2 também peca pelo artifiacialismo dos diálogos e dos efeitos especiais. De qualquer maneira pretendo assistir e torço para seu sucesso. É sempre bom ver o cinema que fala nossa língua.
Esperava ver o novo filme da talentosíssima Ana Muylaert na mostra competitiva do Festival de Berlim, mas não entrou, talvez porque não esteja pronto ainda. Tomara que participe de algum Festival importante.
Alexander Payne é um diretor autoral muito respeitado, cujos filmes falam sobre pessoas comuns de maneira afetuosa e sem julgamento. Ganhador de prêmios importantes, dos seus filmes anteriores lembro especialmente do ótimo SideWays. O novo, cujo título Os Rejeitados não condiz com o original Remanescentes, poucos personagens participam da trama que se passa em um internato de ensino médio para famílias abastadas durante a década de 70. Estamos na Nova Inglaterra, período de Natal, férias escolares, época de frio e neve. O filme, mesmo que muito pouco aconteça, se apoia em personagens reais, tridimensionais e alguns incidentes divertidos para manter o interesse do espectador. A história não é nada original e os personagens nada simpáticos, com exceção da cozinheira bonachona, interpretada por D'avine Joy Randolph, favorita ao Oscar de atriz coadjuvante. O ator principal, um professor mal amado e inflexível, é interpretado por Paul Giamatti, outro favorito. É um filme de atores, perfeito para prêmios. Quanto a mim, como espectador, acompanhei o filme bastante interessado no desenrolar da história e destino dos personagens mas, de tempos em tempos, fui me cansando (achei o filme longo) e não me satisfiz com o final, meio clichê, meio bobo.
Filme estranho e teatral sobre um dos maiores cineastas alemães, mistura de ficção e docudrama, Ascenção e Queda de Um Gênio tenta emular a estética do próprio retratado para falar de uma pessoa ímpar, visceral, genial e geniosa, dona de uma personalidade única, cuja obra se confunde com a vida. Querelle, As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, Berlin Aleksanderplatz e O Desespero de Verônica Voss são suas obras mais conhecidas. Nunca existiu e existirá um ser humano como ele. Trabalhador incansável (dormia muito pouco), auto-destrutivo (fumava, bebia e cheirava cocaína), transparente, egocêntrico e nada vaidoso, Fassbinder viveu como quis. Nascido em 1945, desde muito jovem assumiu sua homossexualidade e realizou projetos artísticos radicais ao reunir um séquito de atores e tornar-se mentor e idealizador do grupo. Do teatro pulou para o cinema - pessoas em seu entorno perceberam um talento diferenciado e original. Possuidor de uma integridade moral férrea, Fassbinder só fazia o que queria, mas era irascível e difícil de conviver. Tão diferente de "artistas" atuais que só visam dinheiro e fama, ele viveu intensamente 37 anos e realizou 43 filmes. O filme, que estreou no Festival de Cannes e está em cartaz na Prime Vídeo, é igualmente uma obra radical e uma ótima introdução à vida desse gênio incompreendido.
Dirigido pelo espanhol J. A. Bayona do excelente O Orfanato, A Sociedade da Neve é uma adaptação clássica da incrível jornada de jovens jogadores de rugby de um time amador uruguaio e alguns tripulantes (45 no total), vítimas de um acidente de avião na Cordilheira dos Andes. Baseado no livro do mesmo nome, essa história foi explorada anteriormente. A força de vontade e perseverança dos rapazes realizaram o milagre de, desses 45, 16 sobreviverem à fome, frio intenso e nevascas, testemunhando companheiros e companheiras morrerem (haviam algumas mulheres no avião), comendo a carne desses mortos. Tecnicamente impecável e muito bem dirigido e interpretado, o filme é uma longa e emocionante jornada para espectadores de estômago forte e corações não muito sensíveis. Considerada uma superprodução para os padrões espanhóis, estreou no Festival de Veneza e deve abocanhar algumas indicações ao Oscar.
Surpreendente que um filme tão difícil de assistir tenha virado um arrasa-quarteirão, tenha feito uma das maiores bilheterias do ano. O diretor britânico Christopher Nolan reúne um séquito imenso de fãs desde que dirigiu os filmes do Batman, misturando efeitos especiais com tramas elaboradas e soturnas. O diretor e roteirista surgiu com a obra-prima Amnésia e realizou filmes acessíveis (Interestelar) e outros complicados e Chatos(Tenet), ocupando seu lugar no cinema. Oppenheimmer é seu filme mais ambicioso. O tema é a confecção da bomba atômica e seu idealizador, o cientista Robert Openheimmer. O roteiro se concentra na sua escolha para comandar o Projeto Manhattan, a perseguição política que sofreu e sua posterior luta contra a corrida armamentista. O diretor faz um filme intricado e cerebral, calcado nos diálogos - somente no meio há um respiro ao telespectador, alguma ação. Haja paciência para acompanhar e entender tantos diálogos inteligentes! Dá até dor de cabeça. O filme poderia ser mais acessível e emocionante, mas é querer muito para um diretor elitista como Nolan.
Fazendo de tudo pra assistir o filme na Prime Vídeo, mas tá difícil. Esses vai e vem estão me deixando confuso, mas já cheguei na metade. Christopher Nolan é um cara superdotado, dono de talento e inteligência fora do comum, mas fez as superproduções mais chatas da história e um filme genial, Memento. Me intriga que um filme tão difícil e cansativo tenha levado milhões ao cinema.
O filme da diretora estreante de apenas 30 anos, vencedor do prêmio de melhor produção na Mostra Um Certo Olhar de Cannes, tem sido muito comentado. A britânica Molly Walker lança um olhar feminino e realista sobre um tema recorrente no cinema, as férias de adolescentes e suas loucuras. Sua câmera segue um grupo de 3 garotas em uma cidade turística da Grécia lotada de adolescentes britânicos. Muito sexo, drogas e música eletrônica. Só que a diretora foca essa câmera principalmente na mais nova delas, ainda virgem e inocente. Ao longo do filme, percebe-se que ela quer falar de violência de gênero, problema que ainda se perpetua, mesmo em sociedade avançadas social e economicamente. Do meio para o fim, o filme divertido fica mais grave e arrastado.
O filme é bom, mas achei que, pelo início, seria melhor. O início me lembrou Kids, um filme maravilhoso. O roteiro acaba muito concentrado em uma personagem só e aqueles silêncios constrangedores e um tanto arrastados pouco revelam aos espectadores o que se passa na cabeça da adolescente.
Grandes produções cinematográficas sem nada a dizer pipocam hoje nos cinemas, há muita grana e talentos a serem gastos por aí, e é muito comum diretores de sucesso realizarem projetos pessoais arriscados. A diretora e roteirista britânica Emerald Fennel, ganhadora do Oscar de roteiro original pelo ótimo Bela Vingança, lança na Prime Video o fraco Saltburn, filme que requer paciência do espectador para acompanhar uma história arrastada e cheia de clichês. Com atores maravilhosos, excelente cenografia e direção, o filme fala de um bolsista em uma universidade de elite convidado a compartilhar a mansão de uma família tradicional e riquíssima: o suposto patinho feio. Tem um filme maravilhoso de Pasolini, Teorema, cuja trama lembra a desse filme - talvez tenha sido a inspiração da diretora. O que acontece depois não tem muita lógica ou explicação e as cenas se sucedem em meio a personagens excêntricos e sem alma. O final não poderia ser mais clichê e a dança celebrativa do protagonista é uma cena pra lá de constrangedora.
Pobres Criaturas
4.1 1,2K Assista AgoraO grego Yorgo Lanthimos, depois de O Lagosta, O Sacrifício do Corvo Sagrado, A Favorita e agora Pobres Criaturas, já pode ser considerado um dos principais diretores da atualidade. Cineasta autoral e possuidor de um estilo particular, ele injeta sangue na criativamente anêmica e pouco ousada indústria cinematográfica norte-americana. Nesse filme temos nu frontal, cenas de sexo, algumas bem bizarras, despudoradas, como raramente se vê em filmes falados na língua ianque. A ousadia é um dos méritos da produção, mas não a única. Baseado em livro homônimo do escritor escocês Alasdair Gray, o filme se destaca pela cenografia brilhante, pelo roteiro bem construído, pelas ótimas interpretações e, de quebra, insere discussões filosóficos pertinentes entre os personagens, sem cair no didatismo. Para alguns, ele pode ser classificado como fábula fantasiosa ou comédia dramática, para mim é inclassificável. Adorei a participação da cantora portuguesa Carminho, numa cena lindíssima, e da musa de Fassbinder, Hanna Schygulla. Indicado a 11 merecidos Oscar, sem querer parafrasear o filme anterior do diretor, é meu favorito.
A Noite que Mudou o Pop
4.2 160 Assista AgoraConfesso que achava (e ainda acho) a música We ARE the World meio chata, talvez por ter tocado demais na época do lançamento, mas o documentário sobre a criação e gravação da música é bem interessante e até divertido. Lionel Richie, o principal entrevistado para o documentário, é um cara bem humorado e acessível. O que torna o documentário interessante é o registro das imagens durante a gravação, a câmera próxima a alguns dos maiores astros do show bizz norte-americano, os discursos, diálogos, conversas e desentendimentos entre eles. Um aviso do lado de fora pedia aos participantes para deixar o ego fora do estúdio. Capitaneado por Quincy Jones e Michael Jackson, idéia de Harry Belafonte, inspirada no Live Aid de Bob Geldorf, a música fez grande sucesso. O objetivo do projeto era arrecadar dinheiro para combater a fome na África, uma areia no oceano. De qualquer maneira, trouxe visibilidade à causa.
A Paixão Segundo G.H.
3.0 35Foi exibido no Festival de Roterdã, na Holanda e, segundo a mídia, com boa repercussão. Estou aguardando as críticas internacionais. Li o livro e amei. O filme parece ser bem fiel ao livro e o diretor L F Carvalho, é um mestre da imagem e da edição. Esperando ansiosamente pra ver numa tela grande.
Os Delinquentes
3.3 16 Assista AgoraFilme argentino escolhido para representar o país no Oscar, é uma mistura de gêneros cujo enredo frustra várias vezes a expectativa do espectador, brinca com os recursos cinematográficos, muda de foco, formando um apanhado geral. Acho que o tema aqui são os sonhos e frustrações dos personagens, por isso o diretor não explora os acontecimentos como normalmente um filme tradicional faria. Talvez por isso tenha sido muito elogiado pela crítica desde que estreou no Festival de Cannes. De minha parte, embora seja muito bem filmado, a cada mudança de foco me sentia frustrado com o filme, querendo saber mais sobre os fatos e pensando nos "furos" do roteiro. Outra coisa é que o longa-metragem, com quase 3 horas de duração, acaba cansado um pouco. Em cartaz na Prime Video.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 75Apesar das críticas já levou 600 mil pessoas ao cinema
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 75500 mil pessoas só no final de semana de estreia...
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 75Assisti ontem em sala cheia, a maioria dos espectadores pessoas de cabelos brancos, aposentados, e que, imagino, correram às salas de cinema por causa do filme anterior e por comungarem do mesmo credo. Acredito que Nosso Lar pode funcionar em 3 níveis. Para um leigo no assunto como eu, ele ajuda a entender o espiritismo, a entrar em contato com as teorias advindas de uma doutrina que advoga a vida após a morte e a reencarnação. Aos espíritas, conhecedores da doutrina, confirmam na tela o que sabem e acreditam, o que traz uma sensação de conforto. E, por último, como uma ficção para espectadores comuns que buscam entretenimento - e o filme fracassa nesse quesito. O diretor Wagner de Assis afirma que quis contar uma boa história, fazer um filme para todos. A produção, mesmo com limitação orçamentária, constrói um mundo pararelo artificial onde vivem os mensageiros e um mundo real, das pessoas vivas. É na interação entre eles, entre "mortos" e vivos que reside o dilema da história. Os efeitos especiais não impressionam, mas cumprem sua função e a cenografia computadorizada não é muito convincente. Convincentes são os atores que se esforçam para dizer falas pomposas, empostadas, em interpretações teatrais. O rebuscamento é o estilo do diretor e roteiristas, incansável na criação de obras espíritas. O melhor do filme, além da entrega dos atores, é a mensagem final cheia de esperança em um mundo melhor e em um ser humano mais solidário e compassivo.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 75Assisti hoje em sala lotada. Pra começar, não é um filme para diversão ou entretenimento, é uma experiência espiritual, quase uma palestra em forma de ficção. Por isso prega para os convertidos e quem não é espírita talvez não entenda ou não apreenda a mensagem do filme. O amor e a compaixão vencem a guerra, o ódio, a violência.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 75Mesmo com as críticas negativas, o filme levou 163 mil pessoas ao cinema na quinta, o que se configura um grande sucesso de público e recorde desde 2019, segundo site filmeb. O cinema brasileiro ressuscita, apesar da pandemia e do desgoverno anterior, que tentou destruir o nosso cinema
Segredos de um Escândalo
3.5 318 Assista AgoraTodd Haynes é um diretor autoral cujos filmes fogem do lugar comum e cujo estilo vai do rebuscamento (Velvet Goldmines) à sobriedade (Carol), sempre com a marca de grandes interpretações. Em O Segredo de Um Escândalo, Julianne Moore e Natalie Portman duelam, como se estivessem em um palco, em um filme de Bergman. Quem se sairá melhor? A primeira faz uma atriz em pesquisa de campo para interpretar a segunda, uma mulher condenada por seduzir um menor idade duas décadas atrás. Na época em que filme passa, eles estão casados, com 3 filhos. Quem espera um drama comum vai se decepcionar. Não há uma trama: são encontros, diálogos obscuros, embates sutis. Daqueles filmes em que críticos adoram e o público comum torce o nariz. Visto no cinema, em tela grande, este drama intimista talvez funcionasse melhor na TV.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 75Eu vi o primeiro e, do que me lembro, achei interessante a maneira como o filme intersecta a história dos personagens com as teorias do espiritismo. Eu, que pouco conhecia, passei a entender para onde vão os mortos, o umbral, etc. Sou ateu, não acredito na vida após a morte, mas aprecio uma história bem contada, mesmo que o conteúdo seja religioso. O diretor e roteirista Wagner de Assis é um profissional experiente, mas limitado, deveria trabalhar com profissionais mais talentosos. Como o original Nosso Lar, pelo que vi do trailer, o 2 também peca pelo artifiacialismo dos diálogos e dos efeitos especiais. De qualquer maneira pretendo assistir e torço para seu sucesso. É sempre bom ver o cinema que fala nossa língua.
Nosso Lar 2 - Os Mensageiros
3.1 75Alguém aqui viu?
O Clube das Mulheres de Negócios
1Esperava ver o novo filme da talentosíssima Ana Muylaert na mostra competitiva do Festival de Berlim, mas não entrou, talvez porque não esteja pronto ainda. Tomara que participe de algum Festival importante.
Os Rejeitados
4.0 320 Assista AgoraAlexander Payne é um diretor autoral muito respeitado, cujos filmes falam sobre pessoas comuns de maneira afetuosa e sem julgamento. Ganhador de prêmios importantes, dos seus filmes anteriores lembro especialmente do ótimo SideWays. O novo, cujo título Os Rejeitados não condiz com o original Remanescentes, poucos personagens participam da trama que se passa em um internato de ensino médio para famílias abastadas durante a década de 70. Estamos na Nova Inglaterra, período de Natal, férias escolares, época de frio e neve. O filme, mesmo que muito pouco aconteça, se apoia em personagens reais, tridimensionais e alguns incidentes divertidos para manter o interesse do espectador. A história não é nada original e os personagens nada simpáticos, com exceção da cozinheira bonachona, interpretada por D'avine Joy Randolph, favorita ao Oscar de atriz coadjuvante. O ator principal, um professor mal amado e inflexível, é interpretado por Paul Giamatti, outro favorito. É um filme de atores, perfeito para prêmios. Quanto a mim, como espectador, acompanhei o filme bastante interessado no desenrolar da história e destino dos personagens mas, de tempos em tempos, fui me cansando (achei o filme longo) e não me satisfiz com o final, meio clichê, meio bobo.
Os Rejeitados
4.0 320 Assista AgoraTem bons momentos, bons atores, algumas cenas tocantes, outras nem tanto. No geral achei desigual e um tanto longo. O final não me convenceu.
Do Outro Lado da Dor
3.1 33Êta filme sem graça. Começa bem e vai se perdendo até terminar sem viço algum.... Esquecível!!!
Fassbinder: Ascensão e Queda de um Gênio
2.9 7 Assista AgoraFilme estranho e teatral sobre um dos maiores cineastas alemães, mistura de ficção e docudrama, Ascenção e Queda de Um Gênio tenta emular a estética do próprio retratado para falar de uma pessoa ímpar, visceral, genial e geniosa, dona de uma personalidade única, cuja obra se confunde com a vida. Querelle, As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant, Berlin Aleksanderplatz e O Desespero de Verônica Voss são suas obras mais conhecidas. Nunca existiu e existirá um ser humano como ele. Trabalhador incansável (dormia muito pouco), auto-destrutivo (fumava, bebia e cheirava cocaína), transparente, egocêntrico e nada vaidoso, Fassbinder viveu como quis. Nascido em 1945, desde muito jovem assumiu sua homossexualidade e realizou projetos artísticos radicais ao reunir um séquito de atores e tornar-se mentor e idealizador do grupo. Do teatro pulou para o cinema - pessoas em seu entorno perceberam um talento diferenciado e original. Possuidor de uma integridade moral férrea, Fassbinder só fazia o que queria, mas era irascível e difícil de conviver. Tão diferente de "artistas" atuais que só visam dinheiro e fama, ele viveu intensamente 37 anos e realizou 43 filmes. O filme, que estreou no Festival de Cannes e está em cartaz na Prime Vídeo, é igualmente uma obra radical e uma ótima introdução à vida desse gênio incompreendido.
A Sociedade da Neve
4.2 720 Assista AgoraDirigido pelo espanhol J. A. Bayona do excelente O Orfanato, A Sociedade da Neve é uma adaptação clássica da incrível jornada de jovens jogadores de rugby de um time amador uruguaio e alguns tripulantes (45 no total), vítimas de um acidente de avião na Cordilheira dos Andes. Baseado no livro do mesmo nome, essa história foi explorada anteriormente. A força de vontade e perseverança dos rapazes realizaram o milagre de, desses 45, 16 sobreviverem à fome, frio intenso e nevascas, testemunhando companheiros e companheiras morrerem (haviam algumas mulheres no avião), comendo a carne desses mortos. Tecnicamente impecável e muito bem dirigido e interpretado, o filme é uma longa e emocionante jornada para espectadores de estômago forte e corações não muito sensíveis. Considerada uma superprodução para os padrões espanhóis, estreou no Festival de Veneza e deve abocanhar algumas indicações ao Oscar.
Minha Irmã e Eu
3.1 138 Assista AgoraO primeiro filme brasileiro a alcançar 1 milhão de espectadores pós pandemia.
Oppenheimer
4.0 1,1KSurpreendente que um filme tão difícil de assistir tenha virado um arrasa-quarteirão, tenha feito uma das maiores bilheterias do ano. O diretor britânico Christopher Nolan reúne um séquito imenso de fãs desde que dirigiu os filmes do Batman, misturando efeitos especiais com tramas elaboradas e soturnas. O diretor e roteirista surgiu com a obra-prima Amnésia e realizou filmes acessíveis (Interestelar) e outros complicados e Chatos(Tenet), ocupando seu lugar no cinema. Oppenheimmer é seu filme mais ambicioso. O tema é a confecção da bomba atômica e seu idealizador, o cientista Robert Openheimmer. O roteiro se concentra na sua escolha para comandar o Projeto Manhattan, a perseguição política que sofreu e sua posterior luta contra a corrida armamentista. O diretor faz um filme intricado e cerebral, calcado nos diálogos - somente no meio há um respiro ao telespectador, alguma ação. Haja paciência para acompanhar e entender tantos diálogos inteligentes! Dá até dor de cabeça. O filme poderia ser mais acessível e emocionante, mas é querer muito para um diretor elitista como Nolan.
Oppenheimer
4.0 1,1KFazendo de tudo pra assistir o filme na Prime Vídeo, mas tá difícil. Esses vai e vem estão me deixando confuso, mas já cheguei na metade. Christopher Nolan é um cara superdotado, dono de talento e inteligência fora do comum, mas fez as superproduções mais chatas da história e um filme genial, Memento. Me intriga que um filme tão difícil e cansativo tenha levado milhões ao cinema.
How to Have Sex
3.7 110 Assista AgoraO filme da diretora estreante de apenas 30 anos, vencedor do prêmio de melhor produção na Mostra Um Certo Olhar de Cannes, tem sido muito comentado. A britânica Molly Walker lança um olhar feminino e realista sobre um tema recorrente no cinema, as férias de adolescentes e suas loucuras. Sua câmera segue um grupo de 3 garotas em uma cidade turística da Grécia lotada de adolescentes britânicos. Muito sexo, drogas e música eletrônica. Só que a diretora foca essa câmera principalmente na mais nova delas, ainda virgem e inocente. Ao longo do filme, percebe-se que ela quer falar de violência de gênero, problema que ainda se perpetua, mesmo em sociedade avançadas social e economicamente. Do meio para o fim, o filme divertido fica mais grave e arrastado.
How to Have Sex
3.7 110 Assista AgoraO filme é bom, mas achei que, pelo início, seria melhor. O início me lembrou Kids, um filme maravilhoso. O roteiro acaba muito concentrado em uma personagem só e aqueles silêncios constrangedores e um tanto arrastados pouco revelam aos espectadores o que se passa na cabeça da adolescente.
Saltburn
3.5 857Grandes produções cinematográficas sem nada a dizer pipocam hoje nos cinemas, há muita grana e talentos a serem gastos por aí, e é muito comum diretores de sucesso realizarem projetos pessoais arriscados. A diretora e roteirista britânica Emerald Fennel, ganhadora do Oscar de roteiro original pelo ótimo Bela Vingança, lança na Prime Video o fraco Saltburn, filme que requer paciência do espectador para acompanhar uma história arrastada e cheia de clichês. Com atores maravilhosos, excelente cenografia e direção, o filme fala de um bolsista em uma universidade de elite convidado a compartilhar a mansão de uma família tradicional e riquíssima: o suposto patinho feio. Tem um filme maravilhoso de Pasolini, Teorema, cuja trama lembra a desse filme - talvez tenha sido a inspiração da diretora. O que acontece depois não tem muita lógica ou explicação e as cenas se sucedem em meio a personagens excêntricos e sem alma. O final não poderia ser mais clichê e a dança celebrativa do protagonista é uma cena pra lá de constrangedora.